Soluções de Escavação e Contenção Periférica em Meio Urbano ...
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<strong>Soluções</strong> <strong>de</strong> <strong>Escavação</strong> e <strong>Contenção</strong> <strong>Periférica</strong> <strong>em</strong> <strong>Meio</strong> <strong>Urbano</strong> – Palácio dos Con<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Murça<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente do método utilizado as pressões <strong>de</strong> terras a que está sujeita uma estrutura<br />
<strong>de</strong> contenção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> vários factores. São estas as características mecânicas do solo, a<br />
história <strong>de</strong> tensões e carregamentos dos estratos, a sobrecarga aplicada, a interacção na<br />
interface entre o solo e a estrutura <strong>de</strong> contenção, e as características da <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> do<br />
sist<strong>em</strong>a formado entre a cortina e o terreno suportado.<br />
Em geral, o teor<strong>em</strong>a da região inferior <strong>de</strong> Rankine [6] é mais utilizado <strong>em</strong> solos argilosos<br />
normalmente consolidados, sendo as variáveis usadas os coeficientes <strong>de</strong> impulso <strong>em</strong> repouso,<br />
activo e passivo, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m por sua vez do ângulo <strong>de</strong> atrito interno (ϕ’), o ângulo <strong>de</strong> atrito<br />
entre o solo e a estrutura <strong>de</strong> contenção (δ), a coesão efectiva (c’), ou a resistência não drenada<br />
ao corte (cu) e o peso volúmico (γ). Os parâmetros <strong>de</strong> resistência ao corte <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser obtidos<br />
para cada amostra <strong>de</strong> solo através <strong>de</strong> testes laboratoriais [7].<br />
Para que diminuam ou aument<strong>em</strong> as pressões <strong>de</strong> terra do estado <strong>de</strong> repouso para um estado<br />
activo ou passivo, respectivamente, é necessário que ocorram <strong>de</strong>formações na cortina e no<br />
terreno, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tipo <strong>de</strong> mecanismo que se forma durante o movimento. Há quatro<br />
tipos <strong>de</strong> mecanismos principais <strong>de</strong> movimentos da cortina reconhecidos na literatura [7]. Estes<br />
consist<strong>em</strong> na rotação da estrutura <strong>de</strong> contenção <strong>em</strong> torno do pé da escavação, rotação da<br />
pare<strong>de</strong> <strong>em</strong> torno do topo da escavação, <strong>de</strong>flexão da pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> contenção (atingindo uma<br />
<strong>de</strong>formação horizontal máxima), e translação lateral da cortina. Por vezes ocorr<strong>em</strong><br />
<strong>de</strong>formações na escavação provocadas por combinações dos diversos mecanismos<br />
mencionados. Os movimentos necessários para que se atinjam estados extr<strong>em</strong>os <strong>de</strong> impulsos<br />
<strong>de</strong> terras <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m, como já referido anteriormente, do tipo e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do solo, sendo a<br />
or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za dos movimentos associados ao estado passivo cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z vezes<br />
superior à or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za dos movimentos associados ao estado activo [8].<br />
Segundo Bjerrum [9], a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za das <strong>de</strong>formações necessárias para que seja<br />
mobilizado o estado activo <strong>em</strong> argilas consistentes é da mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za das<br />
<strong>de</strong>formações <strong>em</strong> areias, sendo cerca <strong>de</strong> 0.1%-2% da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escavação. Em relação<br />
às argilas moles, Das [10] chegou à conclusão que seriam necessárias <strong>de</strong>formações da or<strong>de</strong>m<br />
dos 5% <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escavação para que fosse mobilizado o estado passivo, no caso <strong>de</strong><br />
rotação da pare<strong>de</strong> <strong>em</strong> torno do pé da mesma.<br />
O tipo <strong>de</strong> movimento da pare<strong>de</strong> também t<strong>em</strong> influência na distribuição <strong>de</strong> pressões <strong>de</strong> terras,<br />
tanto do lado activo como passivo. Excepto para a cortina <strong>em</strong> consola, as distribuições dos<br />
impulsos são relativamente afastadas dos diagramas triangulares <strong>de</strong> Rankine. Este<br />
afastamento <strong>de</strong>ve-se <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte, aos efeitos do arqueamento da cortina, como resultado<br />
da <strong>de</strong>formação não uniforme da massa <strong>de</strong> solo. Nas cortinas multi-ancoradas as <strong>de</strong>formações<br />
do terreno <strong>de</strong>vido ao impulso activo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da configuração <strong>de</strong>formada da própria cortina e<br />
do pré-esforço nas ancoragens.<br />
Assim, como já referido anteriormente, e <strong>de</strong> acordo com Guerra [2], a estimativa das forças que<br />
são necessárias para equilibrar os impulsos do terreno, a nível <strong>de</strong> pré-dimensionamento, é feita