07.12.2012 Views

Diarréias nutricionais dos suínos - Suinotec

Diarréias nutricionais dos suínos - Suinotec

Diarréias nutricionais dos suínos - Suinotec

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

alteração no equilíbrio da microbiota intestinal causada por essa dieta possa ter resultado numa exclusão<br />

competitiva à cepa patogênica.<br />

Para Salmonella, existem também evidências de uma relação entre a forma de uso da ração<br />

(peletizada X farelada) e a infecção intestinal (DAHL, 1998). Medindo no abate títulos de anticorpos através<br />

do teste de ELISA para Salmonella em suco de carne, houve relação entre os índices de soropostividade<br />

para o agente e o uso de dieta peletizada.<br />

28<br />

5. Síndrome colite<br />

Na década de 80, os produtores de <strong>suínos</strong> da Grã Bretanha observaram o surgimento progressivo<br />

de uma nova forma de diarreia. Em função da localização das lesões no cólon, a doença foi chamada de<br />

"síndrome colite". Para a definição do caso, as seguintes características foram consideradas:<br />

� A síndrome ocorria mais em animais com 10 a 40 kg de peso;<br />

� A morbidade era alta (15-20% do lote), com aumento variável (geralmente baixo) de mortalidade;<br />

� Os afeta<strong>dos</strong> apresentavam fezes com consistência entre pastosa a cremosa, com cor entre<br />

acinzentada a amarronzada, às vezes com ração não digerida;<br />

� Não havia manifestações sistêmicas, mas ocorria emagrecimento;<br />

� Havia pouca ou nenhuma resposta a tratamentos antimicrobianos;<br />

� A evolução era para cura em 3-4 semanas, raros casos apresentavam evolução para refugagem;<br />

� Notava-se que o problema coincidia com a introdução de ração peletizada nas granjas;<br />

� A diarreia atrasava em 14 a 21 dias a entrega <strong>dos</strong> animais para o abate.<br />

Para tentar avaliar a relação entre nutrição e a colite, foi criado um grupo de trabalho. A primeira<br />

publicação para esclarecer esse problema foi a de SMITH et al., 1998. No estudo, foram realizadas<br />

observações de campo, fornecendo diferentes tipos de rações aos animais. Os principais acha<strong>dos</strong> foram:<br />

� Duas granjas receberam rações de 2 origens diferentes, em cada uma foi usada ração de um<br />

fornecedor nas formas farelada e peletizada. Na mesmas, os leitões que foram alimenta<strong>dos</strong> com a<br />

dieta peletizada passaram a apresentar diarréia 2 dias após iniciar a ingestão da ração. Na necropsia<br />

<strong>dos</strong> afeta<strong>dos</strong>, o cólon estava dilatado com conteúdo fluído e com gás, mas sem evidência de<br />

excesso de muco ou de hemorragia.<br />

� Em uma das granjas foram usadas três rações diferentes: farelada, peletizada e a dieta peletizada<br />

após ter sido farelada. Os dois últimos grupos apresentaram a diarréia.<br />

Nesse estudo pioneiro, foi sugerida uma possível relação entre a peletização da ração e o<br />

aparecimento do quadro clínico.<br />

A seguir, será feito um resumo <strong>dos</strong> trabalhos adicionais que foram realiza<strong>dos</strong> pelo grupo de<br />

pesquisadores ingleses lidera<strong>dos</strong> pela Dra. Jill Thomson e que foram revisa<strong>dos</strong> por ocasião do IV SINSUI<br />

(THOMSON, 2009). É importante considerar que as dietas descritas nestes trabalhos eram formuladas com<br />

os cereais mais usa<strong>dos</strong> na Europa (trigo e cevada), o que pode limitar bastante a generalização das<br />

conclusões para a realidade do Brasil. Além disso, como a lesão de colite pode ter também ter origem<br />

infecciosa, num primeiro momento é importante diferenciar a síndrome colite das infecções bacterianas<br />

ou virais que podem incidir na fase de recria (E. coli, B. hyodysenteriae, B. pilosicoli, L. intracellularis,<br />

Salmonella, Y. pseudotuberculosis, PCV2).<br />

Entre as causas <strong>nutricionais</strong> para as colites, segundo THOMSON (2009), a deficiência de niacina<br />

já era reconhecida há mais de 50 anos como causa de diarreia e mau crescimento na recria. Na necropsia<br />

<strong>dos</strong> animais afeta<strong>dos</strong>, havia colite com escurecimento da mucosa e presença de congestão e úlceras

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!