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Diarréias nutricionais dos suínos - Suinotec

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Do ponto de vista prático, os comentários e explicações acima são importantes no sentido de<br />

evitar que alterações fecais de animais que ingerem excesso de líquido sejam diagnosticadas como<br />

“patológicas” e venham a determinar o uso desnecessário de antimicrobianos para seu controle.<br />

30<br />

7. Diarreia induzida pelo excesso de proteína bruta na ração<br />

O assunto foi revisado por LIMA & MORÉS (2007) e LIMA et al., (2009). Os efeitos são mais<br />

nota<strong>dos</strong> na creche, e parece ser relacionado com mudanças no pH do estômago e proliferação de E. coli.<br />

Segundo os autores, dietas com 16% de proteína bruta suplementadas com lisina e 2% de ácido cítrico<br />

podem prevenir a ocorrência do problema. Na prática, deve também ser considerado que para a prevenção<br />

do problema muitos produtores usam logo após o desmame uma combinação entre <strong>dos</strong>es elevadas de<br />

óxido de zinco e antimicrobianos com a finalidade de inibir o crescimento da E. coli.<br />

Outro autor relatou a ocorrência do mesmo problema em animais de uma estação de teste de<br />

machos (DEWEY, 1993). Após a observação de uma forma epidêmica de diarreia em animais na fase de<br />

crescimento, houve a desconfiança sobre o papel <strong>dos</strong> altos níveis de proteína bruta (PB) que vinham sendo<br />

usa<strong>dos</strong> na ração (21%). O GPD estava em 850 g�dia e a mortalidade em 28,5% � 16. Baixando a PB para<br />

17%, o GPD aumentou para 920 g e a mortalidade para 5,6% � 4.<br />

A relação entre as fontes de proteína usadas logo após o desmame e diarreia também tem sido<br />

bastante estudada. Segundo LI et al., (1990), devido à antigenicidade de dietas formuladas com soja, ocorre<br />

uma proliferação de criptas resultando um desequilíbrio entre secreção e absorção no intestino delgado,<br />

aumentando o volume de líqui<strong>dos</strong> na luz intestinal. Esse substrato pode servir para estimular o crescimento<br />

de cepas enterotoxigênicas de E. coli, capazes de causar diarreia severas e perda de peso nessa fase (LI et<br />

al. 1991). A reação à proteína da soja é transitória, e representa um fenômeno de hipersensibilidade<br />

8. Diarreia induzida pela presença de aminas biogênicas na ração<br />

O problema tem sido descrito principalmente na avicultura (DALE, 1994, SANDER et al., 1996).<br />

Os produtos químicos que são classifica<strong>dos</strong> nessa categoria incluem a histamina, triptamina,<br />

tiramina, putrescina, cadaverina, espermidina e espermina As aminas biogênicas tem origem no uso de sub<br />

produtos de origem animal na ração (farinha carne, penas, peixe). Esses produtos ficam crus por longo<br />

tempo antes do processamento. Isso favorece o crescimento bacteriano, principalmente de bactérias<br />

anaeróbias, que determinam processos putrefativos. Ocorre uma reação de descarboxilação, que<br />

transforma aminoáci<strong>dos</strong> em aminas, que podem ser tóxicas.<br />

Nas aves afetadas ocorre redução do ganho de peso e presença de alimentos não digeri<strong>dos</strong> e<br />

excesso de muco nas fezes. Ocorre erosão da moela e o intestino afetado apresenta-se flácido e com<br />

mucosa engrossada, com excesso de muco no intestino proximal e presença de alimento não digerido em<br />

seu interior.<br />

O problema não tem sido descrito em <strong>suínos</strong>. Entretanto, considerando as condições similares de<br />

processamento de matérias primas e de produção de rações que são usadas para <strong>suínos</strong> e aves, essa<br />

possibilidade mereceria maior análise. Deve ser acrescido o fato de que as alterações fecais e lesões<br />

descritas para a diarreia associada com aminas biogênicas em aves são compatíveis com as presentes em<br />

determina<strong>dos</strong> casos de diarreia com etiologia obscura, relativamente comuns na suinocultura.<br />

9. Diarreia e ingestão de peróxi<strong>dos</strong><br />

A ingestão de gorduras altamente não saturadas é a maior fonte de peróxi<strong>dos</strong> lipídicos no<br />

intestino. Em função da capacidade de gerar radicais de oxigênio, podem iniciar processos degenerativos

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