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Troca Rápida de Ferramenta :Estudo de caso em uma Prensa de Médio Porte em uma Indústria de Autopeças

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Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

<strong>Troca</strong> <strong>Rápida</strong> <strong>de</strong> <strong>Ferramenta</strong> :<strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>caso</strong> <strong>em</strong> <strong>uma</strong> <strong>Prensa</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Médio</strong> <strong>Porte</strong> <strong>em</strong> <strong>uma</strong> <strong>Indústria</strong> <strong>de</strong> <strong>Autopeças</strong><br />

WILLIAN RODRIGO DA SILVA<br />

ORIENTADOR: PROFESSOR Me. ANDRÉ WAGNER MOTA NASCIMENTO<br />

Resumo:Este artigo mostra a aplicação dos conceitos da <strong>Troca</strong> <strong>Rápida</strong> <strong>de</strong> <strong>Ferramenta</strong> (TRF)<br />

ou SMED,(Single Minute Exchange of Die) na PRENSA XY b<strong>em</strong> como no processo <strong>de</strong><br />

fabricação do produto ABC apresentando suas vantagens. A cada dia novas tecnologias são<br />

criadas e aprimoradas para garantir um processo <strong>de</strong> usinag<strong>em</strong> próximo a perfeição,on<strong>de</strong> se<br />

consiga obter produtos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> a baixos custos <strong>em</strong> um espaço <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po cada vez menor.<br />

Vista disso, o presente artigo realiza um estudo <strong>de</strong> <strong>caso</strong>, que t<strong>em</strong> como objetivo mostrar os<br />

resultados obtidos com a implantação do TRF no setor <strong>de</strong> estamparia <strong>de</strong> um <strong>em</strong>presa <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> porte do ramo <strong>de</strong> autopeças. É preciso adotar um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> trabalho que oferecerá<br />

vantagens ao processo <strong>de</strong> estampag<strong>em</strong>. A aplicação <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação<br />

pne<strong>uma</strong>tico oferece ganhos na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção da máquina e contribui para <strong>uma</strong><br />

diminuição consi<strong>de</strong>rável no t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> setup, s<strong>em</strong> per<strong>de</strong>r a qualida<strong>de</strong> no<br />

processo,possibilitando a conformação <strong>de</strong> um número maior <strong>de</strong> lotes <strong>de</strong> diferentes produtos.<br />

Será aplicado a ferramenta TRF um dos conceitos <strong>de</strong> ferramentas da produção enxuta,essa<br />

ferramenta caracteriza-se pela sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> setup por meio da troca<br />

rápida <strong>de</strong> ferramenta<br />

Palavras-chave: <strong>Troca</strong> <strong>Rápida</strong> <strong>de</strong> <strong>Ferramenta</strong>; Processo Produtivo; Setup.<br />

1. Introdução<br />

A incessante busca pela redução <strong>de</strong> custos e maior produtivida<strong>de</strong> t<strong>em</strong> obrigado as<br />

<strong>em</strong>presas a buscar melhorias para seus processos produtivos.Para tal situação sabe-se que o<br />

caminho para redução <strong>de</strong> tais probl<strong>em</strong>as é a implantação ou a a<strong>de</strong>quação das ferramentas da<br />

Produção Enxuta,com intuito <strong>de</strong> diminuir os <strong>de</strong>sperdícios e ativida<strong>de</strong>s que não agregam valor<br />

ao processo produtivo.<br />

Uma das maiores preocupações das <strong>em</strong>presas é a ineficiência <strong>de</strong> seu processo <strong>de</strong>vido a<br />

altos t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> setup.Dentre as ferramentas da produção enxuta a troca rápida <strong>de</strong> ferramenta<br />

(TRF) ou Single Minute Exchange of Die (SMED) é a que melhor se aplica,pois combate na<br />

diminuição ou eliminação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e etapas consi<strong>de</strong>radas s<strong>em</strong> valor ao produto ou<br />

processo.<br />

De acordo com Slack, <strong>em</strong> manufatura, t<strong>em</strong>po é mais que dinheiro, pois requer<br />

operações mais rápidas, enxutas, produtivas e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> com a certeza que o conjunto<br />

influenciará no preço final do produto, obtendo a satisfação do cliente. (SLACK, 1993, p. 50).<br />

Sabendo da complexida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> usinag<strong>em</strong> realizado por prensas chama-se a<br />

atenção para seu setup,pois se mostra crítica perante o processo <strong>de</strong> manufatura.<br />

Diante <strong>de</strong>stas observações é preciso trabalhar na implantação <strong>de</strong> melhorias que<br />

oferecerão vantagens ao processo <strong>de</strong> estampag<strong>em</strong>,b<strong>em</strong> como aplicar e verificar a a<strong>de</strong>rência<br />

dos conceitos do Single Minute Exchange of Die (SMED), assim como apresentar as<br />

melhorias no processo e os ganhos obtidos a partir da adoção da ferramenta no setor <strong>de</strong><br />

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Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

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estamparia realizado por prensas mecânicas <strong>em</strong> <strong>uma</strong> indústria <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte no ramo <strong>de</strong><br />

autopeças.<br />

Sabendo da importância para as <strong>em</strong>presas a busca por maneiras e processos mais<br />

a<strong>de</strong>quados para ser<strong>em</strong> mais competitivas e por <strong>uma</strong> constante melhoria continua,este trabalho<br />

refere-se a aplicação <strong>de</strong> um dos conceitos <strong>de</strong> produção enxuta o SMED (Single Minute<br />

Exchange of Die) <strong>em</strong> <strong>uma</strong> prensa <strong>de</strong> médio porte no setor <strong>de</strong> estamparia do ramo <strong>de</strong><br />

autopeças <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte.Visando a diminuição do t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> setup,diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção e<br />

melhor qualida<strong>de</strong> do produto,o presente trabalho mostra que por meio da aplicação <strong>de</strong>sta<br />

ferramenta torna-se possível eliminar <strong>de</strong>sperdícios no ciclo produtivo, possibilitando <strong>uma</strong><br />

maior eficiência na utilização da máquina,produtivida<strong>de</strong> e processo produtivo.<br />

1.1 Objetivos<br />

Este estudo t<strong>em</strong> como objetivo geral aplicar a metodologia SMED (Single Minute Exchnge of<br />

Die),<strong>em</strong> um setor <strong>de</strong> estamparia <strong>de</strong> <strong>uma</strong> industria <strong>de</strong> autopeças, b<strong>em</strong> como analisar as<br />

melhorias obtidas com a pratica <strong>de</strong>sta ferramenta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no processo <strong>de</strong><br />

produção enxuta.<br />

O objetivo específico é a melhoria do aproveitamento da máquina PRENSA XY e sua<br />

maior eficiência por meio da redução <strong>de</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> setup com aplicação da ferramenta SMED<br />

no seu sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação,ferramentas e no processo produtivo.<br />

2.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Produção Enxuta<br />

2.1 Histórico<br />

O Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Produção Enxuta SPE têm se tornado <strong>uma</strong> das mais importantes<br />

abordagens para a redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios nas <strong>em</strong>presas. (RENTES et. al, 2005).<br />

Segundo Mar<strong>de</strong>gan (2006) apud Womack e Jones (1992),os <strong>de</strong>sperdícios são<br />

<strong>de</strong>finidos como qualquer ativida<strong>de</strong> h<strong>uma</strong>na que utiliza recursos, mas não cria valor sob a ótica<br />

do cliente.A Produção Enxuta fundamenta-se na eliminação <strong>de</strong> perdas. Ela é sustentada por<br />

dois pilares:Just-in-time (JIT) e o segundo é o Jidoka.<br />

O sist<strong>em</strong>a Just In Time (JIT) é <strong>uma</strong> filosofia <strong>de</strong> administração da manufatura,surgida<br />

no Japão, nos meados da década <strong>de</strong> 60, tendo a sua idéia básica e seu <strong>de</strong>senvolvimento<br />

creditados a Toyota Motor Company, por isso também conhecido como o “Sist<strong>em</strong>a Toyota <strong>de</strong><br />

Produção”, tendo como i<strong>de</strong>alista, seu vice-presi<strong>de</strong>nte Taiichi Ohno, o qual afirma que o termo<br />

significa:que, <strong>em</strong> um processo <strong>de</strong> fluxo, as partes corretas necessárias à montag<strong>em</strong> alcançam a<br />

linha <strong>de</strong> montag<strong>em</strong> no momento <strong>em</strong> que são necessários e somente na quantida<strong>de</strong> necessária.<br />

(OHNO, 1997, p.26).<br />

O JIT focaliza o aprimoramento do processo produtivo - <strong>em</strong> ganhos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e<br />

produtivida<strong>de</strong> - como estratégia para ajudar <strong>uma</strong> <strong>em</strong>presa a alcançar e/ou manter vantag<strong>em</strong><br />

competitiva <strong>em</strong> custo. A abordag<strong>em</strong> parte do conhecimento do sist<strong>em</strong>a e seus principais<br />

objetivos, conceituando o custo real (valor agregado) e <strong>de</strong>finindo os indicadores <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>. Em seguida i<strong>de</strong>ntificam-se os <strong>de</strong>sperdícios da produção e<br />

apresentam-se as ferramentas para combatê-los, visando reduzir ou eliminar funções e<br />

sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong>snecessários ao processo global da manufatura. (SHINGO, 1996; OHNO, 1997).<br />

No processo produtivo, o JIT visa eliminar ativida<strong>de</strong>s como inspeção, retrabalho,<br />

trocas <strong>de</strong> ferramentas muito <strong>de</strong>moradas, estoque. Muitas <strong>de</strong>ssas funções improdutivas que<br />

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Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

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exist<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>uma</strong> <strong>em</strong>presa foram criadas <strong>de</strong>vido à ineficiência ou incapacida<strong>de</strong> das funções<br />

iniciais (NAVARRO, 2004)<br />

De acordo com Elias (2008) apud Davis et. al. (2001), Jidoka significa qualida<strong>de</strong> na<br />

fonte ou autonomação. A utilização <strong>de</strong> máquinas que não são dotadas <strong>de</strong> dispositivos que as<br />

façam parar diante <strong>de</strong> um <strong>de</strong>feito <strong>de</strong> <strong>uma</strong> peça produzida resulta <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

peças <strong>de</strong>feituosas<br />

Segundo Elias (2008) autonomação possibilita melhorar a produtivida<strong>de</strong>, pois permite<br />

que um operador possa ser responsável por várias máquinas ao mesmo t<strong>em</strong>po, <strong>uma</strong> vez que<br />

sua atenção só será necessária se ocorrer parada durante a produção por <strong>de</strong>feitos <strong>de</strong> peças<br />

produzidas ou por falta <strong>de</strong> matéria-prima.<br />

Ainda Elias (2008) o Sist<strong>em</strong>a Toyota <strong>de</strong> Produção, que com o uso do JIT, t<strong>em</strong> como<br />

base a redução <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios, utiliza a TRF para aumentar a capacida<strong>de</strong> das<br />

máquinas,ajudando a melhorar a produção como um todo.<br />

Essas são as principais características do Sist<strong>em</strong>a Toyota <strong>de</strong> Produção. A chave para<br />

que se chegue até ele é a adoção da <strong>Troca</strong> <strong>Rápida</strong> <strong>de</strong> <strong>Ferramenta</strong>s para reduzir o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

setup e promover a produção <strong>em</strong> pequenos lotes (SHINGO,1996).<br />

De acordo com Shingo(1996), Setup é o t<strong>em</strong>po gasto na preparação <strong>de</strong> máquinas,<strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a última peça boa <strong>de</strong> um lote até a primeira peça “boa” do outro lote, caracteriza-se pelo<br />

t<strong>em</strong>po improdutivo que a máquina fica parada até seu recomeço,por motivo <strong>de</strong> troca <strong>de</strong><br />

ferramentas.<br />

Koskela (1997) afirma que o JIT é <strong>uma</strong> metodologia <strong>de</strong> apoio à Produção Enxuta, a<br />

qual enxerga a produção como constituída simultaneamente <strong>de</strong> fluxo, conversão e valor e t<strong>em</strong><br />

como principais objetivos à estabilização do fluxo <strong>de</strong> trabalho e a redução das ativida<strong>de</strong>s que<br />

não agregam valor.<br />

Dentro do objetivo <strong>de</strong> eliminar qualquer ativida<strong>de</strong> que gere custos indiretos s<strong>em</strong><br />

agregar valor ao processo, o JIT t<strong>em</strong> como um <strong>de</strong> seus aspectos mais importantes a redução<br />

do t<strong>em</strong>po gasto na preparação <strong>de</strong> máquinas e na troca <strong>de</strong> ferramentas. Isto porque, apesar das<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> setup ser<strong>em</strong> auxiliares ao processo, o valor <strong>de</strong>stas não é reconhecido pelo cliente<br />

final, que não aceita pagar pelos recursos e n<strong>em</strong> esperar pelo t<strong>em</strong>po que consom<strong>em</strong><br />

(ELIAS,2008).<br />

Arbós (2002) relaciona como duas características inerentes da produção enxuta a<br />

redução dos custos através da eliminação das ativida<strong>de</strong>s que não agregam valor e a<br />

flexibilida<strong>de</strong>, que representa a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir no t<strong>em</strong>po e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejadas os<br />

tipos e volumes requeridos pelos clientes.<br />

Segundo Womack e Jones (2004), o ponto essencial para o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> produção<br />

enxuta é o valor, o valor que o cliente final dá ao produto ou serviço.<br />

2.2 TRF (<strong>Troca</strong> <strong>Rápida</strong> <strong>de</strong> <strong>Ferramenta</strong>s) ou SMED (Single Minute Exchange of Die)<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento das técnicas <strong>de</strong> <strong>Troca</strong> <strong>Rápida</strong> <strong>de</strong> <strong>Ferramenta</strong>, também conhecidas<br />

mundialmente como SMED (Single Minute Exchange of Die) se iniciou a partir dos anos 50<br />

do século passado, a partir <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> um engenheiro japonês chamado Shigeo Shingo.<br />

Influenciado fort<strong>em</strong>ente pelas teorias da administração científica <strong>de</strong> Taylor, durante 19 anos<br />

(1950 à 1969), Shigeo Shingo <strong>de</strong>senvolveu técnicas que possibilitaram reduzir qualquer<br />

t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> setup <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos inferiores a 10 minutos (SHINGO, 2000).<br />

De acordo com Shingo (1996) a abordag<strong>em</strong> da TRF por meio do SMED (Single<br />

Minute Exchange of Die) t<strong>em</strong> como objetivo a redução dos t<strong>em</strong>pos improdutivos gastos na<br />

preparação da máquina para a mudança <strong>de</strong> lote.<br />

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Ao aplicar a metodologia <strong>de</strong> reflexão progressiva que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a organização do<br />

posto <strong>de</strong> trabalho até a sua automatização, O conjunto <strong>de</strong> operações necessárias para a<br />

execução <strong>de</strong>ssa tarefa é conhecido como setup.O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> setup compreen<strong>de</strong> quatro<br />

etapas,são elas: Preparação da matéria-prima,dispositivos <strong>de</strong> montag<strong>em</strong>, acessórios, etc.<br />

(representam 30% do t<strong>em</strong>po total <strong>de</strong> setup);fixação e r<strong>em</strong>oção <strong>de</strong> matrizes e ferramentas (5%<br />

do t<strong>em</strong>po); centrag<strong>em</strong> e <strong>de</strong>terminação das dimensões das ferramentas (15% do t<strong>em</strong>po);<br />

processamentos iniciais e ajustes (50% do t<strong>em</strong>po). Para a melhoria e obtenção das metas<br />

pretendidas com <strong>Troca</strong> <strong>Rápida</strong> <strong>de</strong> <strong>Ferramenta</strong>,o setup evolui por meio dos seguintes estágios<br />

gradativamente SHINGO (1996).<br />

2.3 Estágios do SMED<br />

2.3.1 Estágio Preliminar<br />

Segundo Sugai (2007), apud Shingo (2000), no estágio preliminar não há distinção<br />

entre o setup interno e externo. Nessa fase é realizado um levantamento prévio do t<strong>em</strong>po<br />

inicial das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> setup. Vale <strong>de</strong>stacar que a entrevista dos operadores, assim como a<br />

filmag<strong>em</strong> e a cronometrag<strong>em</strong> do processo, constitui valioso arsenal <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong><br />

avaliação.<br />

2.3.2 Separação entre Setup Interno e Externo<br />

De acordo com Shingo(1996) é o estágio mais importante na impl<strong>em</strong>entação da TRF,<br />

pois provoca o isolamento das operações <strong>de</strong> setup interno e externo, por meio <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />

verificação que inclua todas as peças, condições <strong>de</strong> operação e medidas que tenham <strong>de</strong> ser<br />

tomadas enquanto a máquina estiver <strong>em</strong> operação, checando o funcionamento <strong>de</strong> todos os<br />

componentes, pesquisando e impl<strong>em</strong>entando o processo mais hábil para <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>sses<br />

enquanto a máquina estiver <strong>em</strong> funcionamento, para evitar esperas durante o setup interno.<br />

Navarro( 2004) apud Shingo (1996) diz<strong>em</strong> que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser i<strong>de</strong>ntificadas claramente<br />

quais as operações atuais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser executadas enquanto a máquina está parada (setup<br />

interno) e quais po<strong>de</strong>m ser realizadas com a máquina funcionando (setup externo).<br />

Por ex<strong>em</strong>plo, toda preparação e transporte <strong>de</strong> matrizes, gabaritos,dispositivos <strong>de</strong> fixação,<br />

ferramentas e materiais po<strong>de</strong>m ser feitos durante o funcionamento da máquina. Setup interno<br />

<strong>de</strong>ve ser limitado à r<strong>em</strong>oção da ferramenta anterior e fixação da nova.<br />

A idéia central da troca rápida <strong>de</strong> ferramentas é transformar todo ou gran<strong>de</strong> parte do<br />

setup interno <strong>em</strong> setup externo.Geralmente, nesta primeira etapa, os t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> setup po<strong>de</strong>m<br />

ser reduzidos <strong>de</strong> 30 à 50% do t<strong>em</strong>po total <strong>de</strong> setup (SHINGO, 2000).<br />

Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong>s ativida<strong>de</strong>s que ocorr<strong>em</strong> como setup interno mas que po<strong>de</strong>riam<br />

ser realizadas facilmente como setup externo são:<br />

*transporte <strong>de</strong> produtos acabados pelo operador para o próximo processo durante o setup<br />

interno;<br />

*disponibilização <strong>de</strong> matrizes e ferramentas somente após o início do setup interno;<br />

*caminhadas do operador para pegar ferramentas;<br />

*ferramentas ou peças <strong>de</strong>feituosas <strong>de</strong>scobertas somente durante o setup interno e;<br />

*dificulda<strong>de</strong>s <strong>em</strong> se encontrar ferramentas.<br />

Alg<strong>uma</strong>s técnicas recomendadas para que tarefas executadas no setup interno pass<strong>em</strong><br />

a ser realizadas durante o setup externo são:<br />

*Utilização <strong>de</strong> checklists: fazer <strong>uma</strong> lista <strong>de</strong> verificação dos componentes e passos<br />

necessários para realizar a operação <strong>de</strong> setup;<br />

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*Condições <strong>de</strong> funcionamento: verificar se todos os el<strong>em</strong>entos e ferramentais necessários para<br />

realizar o setup estão on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veriam estar e <strong>em</strong> perfeitas condições <strong>de</strong> funcionamento;<br />

*Melhoria <strong>de</strong> Transporte <strong>de</strong> matrizes e componentes: utilizar um abastecedor para que o<br />

operador não precise se <strong>de</strong>slocar do seu posto <strong>de</strong> trabalho para pegar alg<strong>uma</strong> ferramenta que<br />

se fizer necessário. Além disso, <strong>de</strong>ixar as ferramentas, s<strong>em</strong>pre que possível, próximas do<br />

posto <strong>de</strong> trabalho (MARDEGAN,2006).<br />

2.3.3 Converter Setup Interno <strong>em</strong> Externo<br />

Este é o princípio mais importante no sist<strong>em</strong>a TRF. Fazer a conversão <strong>de</strong> setup Interno<br />

<strong>em</strong> Externo exige o reexame das operações para verificar se qualquer das etapas foi<br />

equivocadamente tomada como interna e encontrar maneiras <strong>de</strong> converter estes setups<br />

internos <strong>em</strong> externos (NAVARRO,2004).<br />

De acordo com Fogliatto e Fagun<strong>de</strong>s (2003), técnicas <strong>de</strong> análise e solução <strong>de</strong><br />

probl<strong>em</strong>as e <strong>de</strong> filmag<strong>em</strong> da operação <strong>de</strong> setup po<strong>de</strong>m ser aplicadas nessa etapa. Projeto<br />

estatístico <strong>de</strong> experimentos, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o ajuste ótimo dos equipamentos e<br />

eliminar o t<strong>em</strong>po perdido no setup <strong>em</strong> operações <strong>de</strong> tentativa e erro é outra técnica a ser<br />

utilizada.<br />

Shingo (2000) e Slack (2002) apontam outros métodos que auxiliam na conversão dos<br />

setups interno <strong>em</strong> setups externos:<br />

-Utilizar ferramentas pré-montadas: possibilita que <strong>uma</strong> unida<strong>de</strong> completa seja fixada na<br />

máquina;<br />

-Preparar antecipadamente as condições operacionais: condições como t<strong>em</strong>peratura e pressão<br />

freqüent<strong>em</strong>ente po<strong>de</strong>m ser preparadas externamente, enquanto a máquina está trabalhando;<br />

-Padronizar as funções: manter peças e ferramentas iguais ou padronizadas, para que possam<br />

ser utilizadas <strong>de</strong> <strong>uma</strong> operação para outra;<br />

-Utilizar guias intermediárias: para que a fixação e o ajuste <strong>de</strong> ferramentas se torne mais<br />

rápido e mais preciso.<br />

Os ganhos obtidos nessa etapa estão por volta <strong>de</strong> 10 à 30% do setup interno resultante<br />

da etapa anterior (SHINGO,2000).<br />

Shingo (1996) afirma que exist<strong>em</strong> 8 maneiras para se utilizar na aplicação da TRF e<br />

que influenciam diretamente no t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> setup, segue:<br />

1.Separação <strong>de</strong> Operações <strong>de</strong> Setup Internas e Externas: i<strong>de</strong>ntificar<br />

as operações que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser executas com a máquina parada (setup interno) e quais po<strong>de</strong>m ser<br />

executadas com a máquina funcionando (setup externo);<br />

2.Converter Setup Interno <strong>em</strong> Externo: padronizar e preparar todas as ativida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m<br />

ser executas como setup externo antes da máquina parar;<br />

3.Padronizar a Função, não a Forma: igualar as dimensões das peças <strong>de</strong> trocas;<br />

4. Utilizar Grampos Funcionais ou Eliminar osGrampos: peças <strong>de</strong> fácil encaixe ou <strong>de</strong> encaixe<br />

único;<br />

5.Usar Dispositivos Intermediários: enquanto há operação da máquina o operador prepara a<br />

próxima peça a ser fabricada;<br />

6.Adotar Operações Paralelas: entre operadores ou entre operadores e<br />

máquinas. Enquanto a máquina automática realiza <strong>uma</strong> tarefa <strong>de</strong> setup o operador executa<br />

outra tarefa e dois ou mais operadores realizando tarefas diferentes simultaneamente;<br />

7.Eliminar Ajustes: o melhor tipo <strong>de</strong> ajuste é não existir ajuste, ou seja, tornar <strong>de</strong>snecessário<br />

os ajustes e calibragens para trocas;<br />

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8.Mecanização: fazer com que as operações <strong>de</strong> troca sejam automáticas, reduz-se o custo da<br />

troca, mas é necessário investimento inicial. A mecanização <strong>de</strong>ve ser realizada após todas as<br />

outras técnicas <strong>de</strong> TRF for<strong>em</strong> executadas.<br />

2.3.4 Otimizar os aspectos<br />

Este estágio caracteriza-se pela racionalização <strong>de</strong> todos os aspectos do setup<br />

(SHINGO, 2000). Para tanto, Shingo (2000) apresenta a idéia <strong>de</strong> que para o terceiro estágio<br />

conceitual é necessário examinar as operações <strong>de</strong> setup interno e externo para observar<br />

eventuais oportunida<strong>de</strong>s adicionais <strong>de</strong> melhoria, levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a eliminação <strong>de</strong><br />

ajustes e a linearização dos métodos <strong>de</strong> fixação.<br />

Das melhorias obtidas com a TRF ao longo dos anos, as mais efetivas, que se<br />

comprovaram conforme Shingo são:<br />

Separação b<strong>em</strong> <strong>de</strong>finida dos setups interno e externo;<br />

Conversão total <strong>de</strong> setup interno <strong>em</strong> externo;<br />

Eliminação <strong>de</strong> ajustes;<br />

Fixação s<strong>em</strong> parafusos. (SHINGO, 1996, p. 91)<br />

É nesse estágio <strong>em</strong> que <strong>de</strong>ve haver esforços concentrados na racionalização <strong>de</strong> cada<br />

el<strong>em</strong>ento da operação <strong>de</strong> setup interno para se atingir a meta <strong>de</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> setup inferiores à<br />

10 minutos.<br />

De acordo com Shingo (2000), alg<strong>uma</strong>s técnicas utilizadas nesse estágio são:<br />

Impl<strong>em</strong>entar operações <strong>em</strong> paralelo: quando <strong>uma</strong> única pessoa realiza operações na<br />

parte frontal e na parte posterior <strong>de</strong> <strong>uma</strong> máquina, movimentos são <strong>de</strong>sperdiçados<br />

continuamente enquanto se caminha ao redor <strong>de</strong>ssa máquina;<br />

Utilizar fixadores funcionais: são dispositivos que serv<strong>em</strong> para pren<strong>de</strong>r objetos com<br />

um mínimo esforço. A utilização <strong>de</strong> parafusos <strong>de</strong>ve ser eliminada no processo <strong>de</strong> troca<br />

rápida <strong>de</strong> ferramentas, pois na operação <strong>de</strong> apertá-los <strong>de</strong>sperdiça-se gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> movimentos.<br />

Eliminar ajustes: Os ajustes e as corridas <strong>de</strong> teste normalmente somam 50% do t<strong>em</strong>po<br />

<strong>de</strong> setup. Eliminá-los, portanto, s<strong>em</strong>pre levará a um enorme ganho <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po. Note que<br />

a eliminação dos ajustes significa exatamente isto – eliminação – não apenas redução<br />

no t<strong>em</strong>po gasto com eles.<br />

Mecanizar: o uso da tecnologia para a redução dos t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> setup s<strong>em</strong>pre será b<strong>em</strong><br />

vindo quando a relação custo benefício estiver a favor da sua aplicabilida<strong>de</strong><br />

3.Material e Métodos<br />

Para um entendimento melhor do t<strong>em</strong>a abordado,verificou-se que seria mais a<strong>de</strong>quado<br />

a aplicação <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> <strong>caso</strong>,on<strong>de</strong> é relatado as situações anteriores e atuais com a<br />

aplicação do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>Troca</strong> <strong>Rápida</strong> <strong>de</strong> <strong>Ferramenta</strong>s no setor <strong>de</strong> estamparia <strong>de</strong> fitas <strong>de</strong> aço.<br />

Na <strong>de</strong>scrição do presente trabalho foram utilizads observações e relatos do próprio<br />

autor,por meio <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> planilhas <strong>de</strong> controle,gráficos,pesquisa <strong>de</strong> dados e total<br />

envolvimento e acompanhamento das ativida<strong>de</strong>s junto aos colaboradores e áreas envolvidas<br />

no estudo. Assim, enten<strong>de</strong>-se que o método <strong>de</strong> coleta foi a Observação Participativa, que<br />

segundo Yin (2001, p. 116) “[...] é <strong>uma</strong> modalida<strong>de</strong> especial <strong>de</strong> observação na qual você não é<br />

apenas um observador passivo. Nesse tipo <strong>de</strong> pesquisa o autor assume <strong>uma</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

funções <strong>de</strong>ntro do estudo <strong>de</strong> <strong>caso</strong>”.<br />

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Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

4 <strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> Caso<br />

4.1 Descrição do Processo<br />

O processo escolhido para realização do estudo <strong>de</strong> <strong>caso</strong> e implantação do SMED foi a<br />

PRENSA XY que possui um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação mecânico do setor <strong>de</strong> estamparia <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />

<strong>em</strong>presa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte atuante no ramo <strong>de</strong> autopeças,responsável pela fabricação do produto<br />

ABC,on<strong>de</strong> este é furado,recortado pelas laterais e dobrado.O setor <strong>de</strong> estamparia é constituído<br />

<strong>de</strong> cinco prensas mecânicas,sendo quatro dotadas <strong>de</strong> 5 ferramentas sequênciais e <strong>uma</strong> que<br />

utiliza 3 ferramentas.<br />

O processo <strong>de</strong> estampag<strong>em</strong> é <strong>uma</strong> tecnologia promissora e que se encontra <strong>em</strong> gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e inovação.Visando a redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> manufatura,o que é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

importância para as <strong>em</strong>presas,foi utilizado a ferramenta SMED (Single Minute Exchange of<br />

Die) com intuito <strong>de</strong> reduzir os t<strong>em</strong>pos setup na troca <strong>de</strong> ferramentas objetivando-se alcançar<br />

<strong>uma</strong> maior eficiência na utilização da máquina.<br />

A prensa XY,possui sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação mecânico on<strong>de</strong> a conformação é realizada<br />

por meio do movimento rotativo transformado <strong>em</strong> linear por meio do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

bielas,manivelas ou fusos.A PRENSA XY realiza as operações <strong>de</strong> furo , corte e dobramento<br />

<strong>em</strong> fitas <strong>de</strong> aço auxiliada por ferramentas <strong>de</strong>nominadas estampos.Os estampos são constiuídos<br />

<strong>de</strong> duas partes:as matrizes,que ficam presas <strong>em</strong> <strong>uma</strong> mesa fixa situada na parte inferior da<br />

máquina e o punção,este é acoplado na parte superior móvel da prensa,on<strong>de</strong> realiza um<br />

movimento vertical <strong>de</strong> subida e <strong>de</strong>scida.<br />

4.2 Análise da Situação Anterior<br />

Na composição e aplicação <strong>de</strong>sta ferramenta foi necessário o acompanhamento <strong>de</strong><br />

todas operações inerentes a realização da produção,sendo elas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a programação da<br />

produção,pedido <strong>de</strong> matéria prima,setup e produção,e com posse das informações analisar a<br />

real participação da prensa XY no processo. Para que a aplicação da ferramenta SMED se<br />

tornasse ainda mais eficaz, reuniões com todas as áreas envolvidas foram realizadas,levandose<br />

<strong>em</strong> conta o histórico produtivo da máquina,acionamentos á manutenção,ferramental e<br />

corpo operacional .<br />

Após as referidas ativida<strong>de</strong>s constatou-se a ocorrência <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong>s não conformida<strong>de</strong>s<br />

inerentes ao processo e a inexistência <strong>de</strong> <strong>uma</strong> metodologia <strong>de</strong> <strong>Troca</strong> <strong>Rápida</strong> <strong>de</strong> <strong>Ferramenta</strong><br />

(TRF) para a prensa e o setor <strong>de</strong> estamparia.<br />

Depois <strong>de</strong> acompanhar o processo e analisar a situação do setor estudado constata-se<br />

também outros probl<strong>em</strong>as que influenciam negativamente na produtivida<strong>de</strong> e eficiência da<br />

PRENSA XY.Destacam-se as seguintes:<br />

- programação é passada diariamente ao operador<br />

-<strong>de</strong>mora na liberação e entrega da matéria- prima<br />

-ferramentas não padronizadas ( ferramenta mais altas e outras mais baixas)<br />

-<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> chaves (falta <strong>de</strong> chaves necessárias para regulag<strong>em</strong> )<br />

-ferramentas distantes da prensa (as ferramentas eram armazenadas na área <strong>de</strong> ferramental)<br />

-alto índice <strong>de</strong> acionamentos à manutenção<br />

-poucos lotes <strong>de</strong> produção.<br />

A tabela 1 mostra as etapas do processo <strong>de</strong> produção do produto ABC e seus<br />

respectivos t<strong>em</strong>pos para produzir um lote <strong>de</strong> 320 peças.<br />

7


Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

Tabela 1 - Etapas do processo <strong>de</strong> fabricação do produto ABC.<br />

ETAPAS DO PROCESSO DE<br />

FABRICAÇÃO<br />

DESCRIÇÃO DAS ETAPAS<br />

TEMPO/<br />

MIN<br />

TEMPO ESPERA /<br />

DESLOCAMENTO<br />

A<br />

REQUISIÇÃO/LIBERAÇÃO<br />

MATERIA PRIMA<br />

FEITA PELO OPERADOR E LIBERADA<br />

PELO ALMOXARIFADO E LABORATO-<br />

RIO METÁLOGRAFICO<br />

5 7<br />

B COLOCAR M.P NO<br />

DESBOBINADOR<br />

C PASSAR FITA<br />

PELO”VIOLÃO”<br />

REALIZADA PELO OPERADOR,<br />

COM AUXILIO DE DISPOSITIVO<br />

DISPOSITIVOS AJUSTADOS PELO<br />

OPERADOR COM A FINALIDADE<br />

DE CONTROLAR A TENSÃO DA FITA<br />

5<br />

8<br />

D AJUSTE<br />

REGULAGEM FEITA PELO OPERADOR 43<br />

ALIMENTADOR(MECÂNICO)<br />

E REGULAGEM 1-(FURAR) REGULAGEM FEITA PELO OPERADOR.FERRA 9<br />

MENTA COMPOSTA POR 2 PUNÇOES DE METAL<br />

DURO,RESPONSÁVEIS POR FURAR A FITA<br />

DE AÇO.<br />

F REGULAGEM 2-(RECORTE) REGULAGEM FEITA PELO OPERADOR.FERRAMENTA 20 PARA<br />

RECORTE LATERAL COM PERFIL DE MEIA LUA<br />

G REGULAGEM 3-(DOBRAR) REGULAGEM FEITA PELO OPERADOR.FERRAMENTA 10 COM<br />

FINALIDAE<br />

DE DOBRAR A FITA JÁ FURADA E RECORTADA<br />

FORNECENDO A ELA SEU PERFIL FINAL.<br />

H AJUSTE FACA DE CORTE ULTIMA ETAPA DA CONFORMAÇÃO.RESPO<br />

SAVEL POR SEPARAR OS PRODUTOS INDI<br />

3<br />

VIDUALMENTE,POR MEIO DE GOLPES APLICADOS POR UM<br />

PUNÇÃO.<br />

I<br />

PESAGEM(PEÇAS<br />

PRODUZIDAS)<br />

APÓS A PRODUÇÃO,COM UMA BALANÇA<br />

DIGITAL O OPERADOR VERIFICA A QUANTIDA<br />

DE PRODUZIDA E AS SEPARA EM LOTES.<br />

21 3<br />

PRETEJAMENTO 30 3<br />

J TRATAMENTO<br />

SUPERFICIAL<br />

L INSPEÇÃO REALIZADA AO FIM DO PROCESSO PELOS<br />

INSPETORES DE QUALIDADE.<br />

20 2<br />

M EMBALAGEM REALIZADA PELO OPERADOR APÓS LIBERA-<br />

ÇÃO DOS INSPETORES.<br />

TEMPO TOTAL DE FABRICAÇÃO<br />

TEMPO TOTAL DESPERDICIO POR TEMPO DE ESPERA E DESLOCAMENTO<br />

Fonte : Pesquisa <strong>de</strong> Campo<br />

27 2<br />

213 MINUTOS<br />

17 MINUTOS<br />

Alguns aspectos negativos po<strong>de</strong>m ser notados no quadro,e que influenciam no t<strong>em</strong>po<br />

total <strong>de</strong> processamento do produto,tais como:<br />

-<strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po por <strong>de</strong>slocamento<br />

-<strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po por espera<br />

Ao acompanhar e cronometrar todo o processo constata-se que para a produção do<br />

produto ABC <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a matéria prima até o produto acabado a PRENSA XY é responsável por<br />

46,1 % (etapas B a H) do t<strong>em</strong>po total, com um setup <strong>de</strong> 98 minutos,como mostra gráfico 1.<br />

8


Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

Gráfico 1 – Influência do setup da PRENSA XY no processo produtivo Fonte :Pesquisa <strong>de</strong> Campo<br />

Para <strong>uma</strong> abordag<strong>em</strong> ainda mais específica, têm-se a análise individual das etapas do<br />

setup da PRENSA XY,on<strong>de</strong> é possível enxergar no a influência que cada etapa exerce no<br />

setup como mostra o gráfico 2.<br />

Gráfico 2 –Setup da PRENSA XY analisados separadamente Fonte :Pesquisa <strong>de</strong> Campo<br />

Percebe-se que os pontos críticos do setup são a ajustag<strong>em</strong> do alimentador e<br />

regulag<strong>em</strong> da segunda ferramenta,on<strong>de</strong> juntos correspon<strong>de</strong>m a 63 minutos do t<strong>em</strong>po total <strong>de</strong><br />

setup da máquina.<br />

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Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

Nesta etapa do estudo o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação utilizado era o mecânico que funciona da<br />

seguinte maneira:<br />

A regulag<strong>em</strong> do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação mecânico é muito complexa e influenciava<br />

diretamente no t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> setup e na produtivida<strong>de</strong> do setor, por ser<strong>em</strong> ligados por meio do<br />

cabeçote da prensa e realizar<strong>em</strong> trabalhos simultâneos,o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong> cada <strong>uma</strong> das partes<br />

compromete todo o sist<strong>em</strong>a.<br />

Assim se o alimentador <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> funcionar por algum motivo,a prensa e todo seu<br />

ferramental também param,o mesmo acontece com a prensa,se apenas <strong>uma</strong> <strong>de</strong> suas<br />

ferramentas sofrer alg<strong>uma</strong> avaria todo o conjunto <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> funcionar,po<strong>de</strong>ndo per<strong>de</strong>r toda<br />

regulag<strong>em</strong> da ferramenta e do alimentador.<br />

Por ser complexo ,para o manuseio <strong>de</strong>ste sist<strong>em</strong>a necessitava <strong>de</strong> operadores<br />

experientes.A função do alimentador é carregar ou conduzir a fita (matéria<br />

prima),estabelecendo um sincronismo com as ferramentas da PRENSA XY <strong>de</strong> modo que as<br />

conformações aconteçam <strong>de</strong> forma correta,obe<strong>de</strong>cendo suas características.<br />

O alimentador mecânico possui <strong>em</strong> seu total 12 partes ajustáveis, além <strong>de</strong> parafusos e<br />

porcas <strong>de</strong> diferentes dimensões,como <strong>de</strong>scritos abaixo:<br />

Figura 1- Alimentador mecânico .Fonte:Tecnologia da estampag<strong>em</strong>(2010)<br />

Ajustar braço acionador (mecanismo que liga o alimentador a máquina (66))<br />

Ajustar placa <strong>de</strong> ligação ao suporte para lâmina <strong>de</strong> carregamento (67)<br />

Soltar e apertar parafuso <strong>de</strong> ajuste <strong>de</strong> folga (chave <strong>de</strong> boca <strong>de</strong> 1/2 polegadas (69))<br />

Ajustar pino limitador (70)<br />

Soltar e apertar parafusos do bloco alimentador (4 paraf. ¼, 4 fixadores inferiores e 4<br />

superiores,responsáveis pela centrag<strong>em</strong> dos eixos por on<strong>de</strong> se movimenta o bloco(71 e<br />

72))<br />

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Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

Verificar condição da placa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, mola e lamina <strong>de</strong> alimentação(73 a 75)<br />

Ajuste da contra porca (chave <strong>de</strong> boca (76))<br />

Ajuste do parafuso <strong>de</strong> alimentação (responsável pelo contato da lâmina <strong>de</strong> alimentação<br />

com a fita <strong>de</strong> aço (77).<br />

Por apresentar <strong>uma</strong> enorme complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> montag<strong>em</strong> e regulag<strong>em</strong>,este é<br />

responsável por 60% dos acionamentos á manutenção.<br />

No <strong>caso</strong> da ferramenta 2,sua regulag<strong>em</strong> apresenta um t<strong>em</strong>po relativamente alto <strong>de</strong>vido ás<br />

afiações sofridas pela ferramenta, o que interfere nas suas medidas acarretando maior<br />

dificulda<strong>de</strong> na regulag<strong>em</strong>.<br />

Num turno <strong>de</strong> oito horas (480 minutos) diárias a prensa se encontra disponível para<br />

produzir apenas 79,6% do t<strong>em</strong>po,ou seja,(382 minutos).Sabendo que o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

processamento <strong>de</strong> cada peça é <strong>de</strong> 40 segundos,a produção da PRENSA XY é <strong>de</strong> 573<br />

peças/dia.<br />

4.3 Processo <strong>de</strong> Melhoria<br />

Na análise do processo inicial <strong>de</strong> produção verificou-se que a PRENSA XY era o<br />

gargálo <strong>de</strong>ntre as etapas <strong>de</strong> fabricação. Po<strong>de</strong>-se afirmar que o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação<br />

mecânico utilizado, juntamente com o ajuste da ferramenta 2 eram os que mais contribuíam<br />

para o alto t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> setup.<br />

Diante disso percebeu-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um novo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação para<br />

prensa,um que não comprometesse tanto no setup .Reuniões e testes foram feitos para escolha<br />

<strong>de</strong> um novo alimentador,e optou-se pela troca do sist<strong>em</strong>a mecânico pela adaptação do sist<strong>em</strong>a<br />

pneumático, por ser totalmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da máquina., e <strong>de</strong> fácil manuseio e ajuste.Este<br />

novo sist<strong>em</strong>a permite que se possa ter um alimentador reserva <strong>caso</strong> haja necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> troca<br />

e s<strong>em</strong> intermédio do setor <strong>de</strong> manutenção.<br />

Figura 2- Alimentador pneumático.Fonte:Meio eletrônico<br />

A proposta <strong>de</strong> melhoria para ajuste da ferramenta 2 é a confecção <strong>de</strong> calços <strong>de</strong><br />

diferentes espessuras no formato inferior da ferramenta, para que quando for<strong>em</strong> afiadas<br />

possam com o auxilio dos calços obter suas medidas inicias,dispensando outra regulag<strong>em</strong> na<br />

máquina .Ao trocar a ferramenta já com <strong>de</strong>sgaste por <strong>uma</strong> nova o colaborador faz a medida da<br />

ferramenta e a coloca na máquina com o calço a<strong>de</strong>quado,mantendo a regulag<strong>em</strong>.<br />

11


Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

Figura 3- Calços para ferramenta 2. Fonte:Adaptado <strong>de</strong> OSMAR DE BRITO. Estampos <strong>de</strong> Corte<br />

A implantação do SMED não se restringiu apenas à PRENSA XY,melhorias foram<br />

implantadas nas <strong>de</strong>mais etapas do processo produtivo,como a eliminação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios por<br />

<strong>de</strong>slocamento e espera que somam 17 minutos, o operador <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar-se até os outros<br />

setores.Um outro colaborador ficará responsável por levar os produtos para as próximas<br />

etapas do processo.Alg<strong>uma</strong>s etapas executadas somente após o término da estampag<strong>em</strong>,com<br />

as propostas <strong>de</strong> melhorias serão incorporadas durante o processo <strong>de</strong> conformação,ou seja,a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> etapas diminuirão influenciando diretamente no t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> processamento do<br />

produto.<br />

4.4 Após as Melhorias<br />

Durante esta fase analisou-se todos os aspectos do novo processo,b<strong>em</strong> como <strong>uma</strong> nova<br />

cronometrag<strong>em</strong> dos t<strong>em</strong>pos,entrevistas com os colaboradores e reuniões com os setores<br />

envolvidos.Deste modo foi possível obter novos dados relacionados a parada <strong>de</strong> máquina por<br />

conseqüência <strong>de</strong> setup relacionado ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação e ferramentas.<br />

O novo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação possui apenas poucos ajustes a ser<strong>em</strong> feitos<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das dimensões da matéria-prima ou do lote a ser estampado,utilizando apenas<br />

poucas ferramentas e realizada pelo próprio operador.No sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação pneumático<br />

têm-se um alimentador reserva ,que permite ao colaborador ajustar o alimentador reserva para<br />

o próximo lote a ser produzido s<strong>em</strong> a necessida<strong>de</strong> da parada <strong>de</strong> máquina.<br />

A utilização dos calços para regulag<strong>em</strong> da ferramenta 2 proporcionou <strong>uma</strong> fácil<br />

ajustag<strong>em</strong> da mesma,pois ao contrário <strong>de</strong> modificar as regulagens da prensa,por motivo <strong>de</strong><br />

ferramentas menores,basta retirar a ferramenta com <strong>de</strong>sgaste e colocar a nova ferramenta<br />

juntamente com o calço que possui a espessura que <strong>de</strong>volve suas medidas iniciais,ou seja,<br />

antes <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> afiadas.O gráfico 3 mostra <strong>uma</strong> nova análise do setup <strong>de</strong>pois das melhorias.<br />

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Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

Gráfico 3 –Comparação do setup da PRENSA XY antes e <strong>de</strong>pois das melhorias .Fonte :Pesquisa <strong>de</strong> Campo<br />

O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> ajuste do alimentador passou <strong>de</strong> 43 minutos para 9 minutos e o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

regulag<strong>em</strong> da ferramenta 2 passou <strong>de</strong> 20 minutos para 6 minutos,diminuindo o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> setup<br />

da prensa <strong>de</strong> 98 minutos para 50 minutos,ou seja <strong>uma</strong> redução <strong>de</strong> aproximadamente 50 % no<br />

setup.<br />

A disponibilida<strong>de</strong> das prensas para produzir agora é <strong>de</strong> 89,6% da carga horaria<br />

diária,passando a produzir 645 peças/dia.Consi<strong>de</strong>rando as melhorias implantadas verificou-se<br />

a possibilida<strong>de</strong> da inclusão <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong>s etapas <strong>de</strong> produção do produto,que antes eram feitas<br />

após a conformação,<strong>de</strong>vido a complexida<strong>de</strong> do processo,passaram a ser realizadas<br />

simultaneamente ao funcionamento das máquinas. As etapas I e M passaram a ser realizadas<br />

juntamente com a estampag<strong>em</strong>,enquanto a PRENSA XY produz o produto ABC,o operador<br />

que antes ficava ocioso,passa a pesar e <strong>em</strong>balar os produtos já prontos,<strong>em</strong> <strong>uma</strong> balança e <strong>uma</strong><br />

mesa <strong>de</strong> <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> colocada no setor.A programação passou a ser feita antes da<br />

fabricação,possibilitando ao colaborador requisitar a matéria-prima antecipadamente<br />

eliminando <strong>de</strong>sperdício por espera.Para reduzir o t<strong>em</strong>po perdido por <strong>de</strong>slocamento,um novo<br />

colaborador passou a ficar responsável pelo <strong>de</strong>slocamento do produto.<br />

Este trabalho <strong>em</strong> paralelo permitiu a redução <strong>de</strong> 48 minutos no t<strong>em</strong>po total <strong>de</strong><br />

processamento do produto,on<strong>de</strong> somado com a redução <strong>de</strong> setup da prensa correspon<strong>de</strong>m 96<br />

minutos,ou seja,o mesmo lote que antes era produzido <strong>em</strong> 213 minutos passa a ser produzido<br />

<strong>em</strong> 117 minutos,permitindo <strong>uma</strong> maior produtivida<strong>de</strong> e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lotes <strong>de</strong> produção.<br />

A tabela 2 mostra os ganhos obtidos com a impl<strong>em</strong>entação do SMED.<br />

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Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

Tabela 2 – Resultados obtidos com a implantação do SMED<br />

RESULTADOS OBTIDOS<br />

ANTES DAS APÓS GANHOS<br />

MELHORIAS MELHORIAS<br />

EFICIÊNCIA<br />

79,6 % 89,6 % 10 %<br />

PRENSA XY<br />

SETUP PRENSA 98 MINUTOS 50 MINUTOS 48 MINUTOS<br />

TEMPO<br />

213 MINUTOS 117 MINUTOS 96 MINUTOS<br />

PROCESSAMENTO<br />

PRODUTO ABC<br />

ETAPAS DE 6 ETAPAS 4 ETAPAS 2 ETAPAS<br />

FABRICAÇÃO<br />

DESPERDICIOS DE 7 MIN ESPERA<br />

0 17 MINUTOS<br />

TEMPO POR 10 MIN<br />

ESPERA E DESLOCAMENTO<br />

DESLOCAMENTO<br />

PRODUTIVIDADE 573 PEÇAS/DIA 645 PEÇAS/DIA 72 PEÇAS/DIA<br />

Fonte:Pesquisa <strong>de</strong> Campo<br />

5.Conclusão<br />

A implantação da TRF no processo produtivo do produto ABC,proporcionou<br />

melhorias <strong>em</strong> todo o processo.<br />

A PRENSA XY que possuía um setup <strong>de</strong> 98 minutos com as melhorias passou a ser<br />

realizado <strong>em</strong> apenas 50 minutos,diminuindo <strong>em</strong> 49% do t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> setup.Com as a<strong>de</strong>quações<br />

feitas na máquina <strong>em</strong> estudo verificou-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abrangência <strong>de</strong> todo processo <strong>de</strong><br />

fabricação.Com o novo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> alimentação tornou-se possível a incorporação <strong>de</strong> duas<br />

etapas do processo a ser<strong>em</strong> realizadas simultaneamente à estampag<strong>em</strong> do produto,enquanto a<br />

máquina realiza sua função o colaborador pesa e <strong>em</strong>bala o produto,diminuído <strong>em</strong> 48 minutos<br />

o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> processamento do produto.<br />

O aumento disponibilida<strong>de</strong> da PRENSA XY <strong>em</strong> conjunto com eliminação <strong>de</strong> etapas<br />

influenciaram diretamente na produtivida<strong>de</strong> e diversificação <strong>de</strong> lotes.Com um ganho <strong>de</strong> 98<br />

minutos a produção passou <strong>de</strong> 573 peças/dia para 645 peças/dia, ou seja,aumentou se a<br />

produtivida<strong>de</strong> e diminuiu-se o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> 213 minutos para 117 minutos.<br />

O presente estudo <strong>de</strong> <strong>caso</strong> evidência o quanto é importante a a<strong>de</strong>quação ou<br />

implantação <strong>de</strong> ferramentas que auxiliam na busca pela produção enxuta <strong>em</strong> processos<br />

produtivos consi<strong>de</strong>rados ineficientes,contribuindo para eliminação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios e<br />

ativida<strong>de</strong>s que não agregam valor ao produto,influenciando diretamente na redução <strong>de</strong> custos<br />

e aumentando a competitivida<strong>de</strong>.Aplicado <strong>de</strong> forma correta e auxiliada por todas as partes<br />

interessadas os resultados obtidos com a TRF mostraram-se satisfatórios tanto para a <strong>em</strong>presa<br />

quanto para os clientes.<br />

Para trabalhos futuros seria interessante a aplicação da TRF nas prensas <strong>de</strong> maior porte<br />

e que são dotadas <strong>de</strong> <strong>uma</strong> quantida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> ferramentas.<br />

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Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso<br />

Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

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Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

2013<br />

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https://www.google.com.br/search?newwindow=1&biw=1280&bih=631&tbm=isch&oq=alim<br />

entadores+pne<strong>uma</strong>ticos+para++prensas&gs.<br />

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