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Baía de Guanabara: descaso e resistência

Para discutir a situação da Baía de Guanabara, cartão-postal e local das regatas dos Jogos Olímpicos de 2016, o jornalista Emanuel Alencar buscou referências em mais de 30 publicações, entre textos, reportagens e artigos científicos,e em uma dezena de entrevistas de pesquisadores, ativistas ambientais, pescadores, gestores e servidores públicos. O resultado é um livro rico em dados, mapas e informações que demonstram que os Jogos Olímpicos passarão sem deixar aquele que seria seu principal legado, com impacto em diversas áreas (trabalho e renda, saúde, lazer, transporte): o início de fato do processo de despoluição da baía.

Para discutir a situação da Baía de Guanabara, cartão-postal e local das regatas dos Jogos Olímpicos de 2016, o jornalista Emanuel Alencar buscou referências em mais de 30 publicações, entre textos, reportagens e artigos científicos,e em uma dezena de entrevistas de pesquisadores, ativistas ambientais, pescadores, gestores e servidores públicos. O resultado é um livro rico em dados, mapas e informações que demonstram que os Jogos Olímpicos passarão sem deixar aquele que seria seu principal legado, com impacto em diversas áreas (trabalho e renda, saúde, lazer, transporte): o início de fato do processo de despoluição da baía.

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Prefácio<br />

POLÍTICAS<br />

E POLITICAGENS<br />

DA BAÍA<br />

<strong>de</strong>screver em palavras <strong>de</strong> êxtase e encanto a entrada na<br />

<strong>Baía</strong> <strong>de</strong> <strong>Guanabara</strong>, avistando a cida<strong>de</strong> ainda situada em cima<br />

do Morro do Castelo, foi exercício obrigatório nos relatos dos<br />

viajantes estrangeiros que visitaram o Rio <strong>de</strong> Janeiro em séculos<br />

passados. O conjunto <strong>de</strong> morros, água, vegetação ver<strong>de</strong> e o<br />

branco dos sobrados da capital colonial ofereceu uma experiência<br />

sensual <strong>de</strong> beleza que muitos consi<strong>de</strong>raram sem igual.<br />

Portanto, quando falamos da <strong>Baía</strong> <strong>de</strong> <strong>Guanabara</strong> falamos <strong>de</strong><br />

um símbolo nacional, internacionalmente conhecido e protegido<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2012 pela ONU como patrimônio da humanida<strong>de</strong>.<br />

Mas falamos também <strong>de</strong> um dos gran<strong>de</strong>s problemas e escândalos<br />

relacionados aos Jogos Olímpicos 2016.<br />

É certo que no passado os escravos já <strong>de</strong>spejavam os <strong>de</strong>jetos<br />

dos seus senhores e das ruas diretamente nas águas, mas<br />

foi com a industrialização e o gran<strong>de</strong> crescimento populacional<br />

da cida<strong>de</strong> e do seu entorno, principalmente a partir dos<br />

anos 1960, que o problema ambiental na <strong>Baía</strong> se agravou seriamente.<br />

Hoje os esgotos <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> pessoas e 12 mil<br />

estabelecimentos industriais no Rio <strong>de</strong> Janeiro e mais 16 municípios<br />

chegam à <strong>Baía</strong>. São 18.000 litros <strong>de</strong> esgoto não tratado<br />

por segundo <strong>de</strong>spejados nela diariamente, como revela o texto<br />

a seguir. Junto e talvez mais ainda que as toneladas <strong>de</strong> lixo que<br />

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