Cristão - Ano125_N03 - Mai_Jun 2016 - Final 13-05
Publicação da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil - Ano 125 - nº 3 de Maio/Junho/2016
Publicação da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil - Ano 125 - nº 3 de Maio/Junho/2016
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Pr. Marcio de Carvalho Leal<br />
pírito de Deus, ou o espírito humano ou algum outro ser<br />
espiritual qualquer.<br />
Por várias vezes em que a palavra “espírito” é empregada<br />
no Antigo e no Novo Testamentos, ela indica o princípio<br />
vital ou energia de vida do homem. Deus é quem outorga<br />
esse espírito de vida ao homem, e é Ele quem sustenta esse<br />
espírito de Vida.<br />
Num sentido não tão absoluto, o espírito humano<br />
também é a animação e a vivacidade que ele possui, física<br />
e psiquicamente. E quando um homem se desanima, ou<br />
perde a coragem, segundo as Escrituras é descrito como<br />
a falha ou a partida do espírito de dentro dele. Paralelamente<br />
a isso, a restauração após esse estado é descrita<br />
como se o espírito retornasse ou estivesse sendo reavivado<br />
dentro do homem. Assim, a renovação da vida em sua<br />
correta relação com Deus, é citada como a doação de um<br />
novo espírito, enquanto que a contínua operação da graça<br />
Divina é o reavivamento do “espírito dos abatidos”. E,<br />
dentro da comunhão cristã, um crente tem o seu espírito<br />
refrigerado por outro crente.<br />
Isso conduz ao contraste entre a carne e o espírito, achado<br />
tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos, embora<br />
mais definido neste último. O homem pleno é composto de<br />
corpo e espírito. Tanto o corpo quanto o espírito podem ser<br />
contaminados (II Co. 7.1), e ambos podem ser santificados<br />
(I Co. 7.34). O espírito, todavia, é o princípio vital, a pessoa<br />
real, o “eu” interior, ao passo que o corpo físico é a personalidade<br />
externa. No dizer de Tiago 2.26, o corpo, destituído<br />
do espírito, está morto. A carne pode ser destituída e o espírito<br />
pode ser salvo (I Co. 5.5). Uma pessoa pode estar presente<br />
em corpo, embora ausente no espírito. Em passagens<br />
como João 3.5-8; Rm. 8.3-14 e Gálatas 4.21-5.26, a distinção<br />
entre carne e espírito corresponde à vontade e ao poder do<br />
homem, à parte de Deus, que faz o<br />
que ele prefere; e a vida, à vontade<br />
e ao poder dados pelo Espírito de<br />
Deus, que capacita o homem a fazer<br />
aquilo que Deus prefere.<br />
O homem sem plenitude, não<br />
terminado, é incapaz de realizar o<br />
projeto de Deus sobre ele.<br />
Se eu perguntasse: qual o projeto<br />
de Deus para o homem? Talvez me<br />
respondessem: restaurar sua ligação<br />
com Deus através de Cristo Jesus.<br />
Isso está correto mas não para<br />
aí. Muitos que acham a conversão o<br />
ápice da carreira cristã, enganamse!<br />
Talvez nós, com todo o conhecimento<br />
bíblico-teológico, com todo<br />
tempo de cristianismo que temos,<br />
estejamos homens e mulheres sem<br />
plenitude, pois nem sempre estamos<br />
abertos ao realizar do projeto<br />
de Deus em nossa vida.<br />
Oramos pouco, sentimos pouco,<br />
amamos pouco e ajudamos pouco!<br />
O projeto de Deus, além da religação nossa a Ele através<br />
de Cristo Jesus, é também a restauração de uma sociedade<br />
mais justa e com mais amor, uma nova sociedade!<br />
Talvez as igrejas estejam um pouco sem plenitude e por isso<br />
estejam apenas como que beirando o projeto de Deus, pois<br />
o que vemos em algumas igrejas são: contendas, fofocas, alguns<br />
criando confusão com o pastor, outro que não aceita<br />
determinada resolução, falta de perdão, falta de participação,<br />
pessoas que não socorrem aos domésticos da fé, etc.<br />
Tudo isso dentro do lugar que deveria ser o modelo para<br />
todo o mundo! Será que isso não é o resultado de algumas<br />
pessoas terem sido geradas na carne e não no Espírito?<br />
Vemos a diferença entre aquele que é gerado pela carne e<br />
aquele que é gerado pelo Espírito, como sendo o homem<br />
religioso e o homem espiritual respectivamente.<br />
A religiosidade é um câncer que vem corroendo algumas<br />
igrejas. No final de cada dia faço-me a seguinte pergunta:<br />
hoje eu fui religioso ou espiritual? O problema é que nem<br />
sempre fico satisfeito com a resposta!<br />
Temos que aprender a cultivar, dia após dia, o nascimento<br />
em espírito, porque o que é nascido da carne é carne, mas o<br />
que é nascido do espírito é espírito!<br />
Que Deus nos ensine a sermos homens e mulheres plenos<br />
do Seu Espírito para que Seu projeto se cumpra em nós e<br />
através de nós.<br />
Pr. Marcio de Carvalho Leal<br />
Pastor da 1ª IEC de Icaraí<br />
1 MATEOS, J. A utopia de Jesus. São Paulo: Paulus, 1994, p. 69.<br />
2 FÁBIO, C. A Crise de ser e de ter: Qual o equilíbrio para estas questões? Vinde<br />
Comunicações, 1995.<br />
3 http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/o-carcere-e-a-morada,<br />
acessado em 19/02/16.<br />
União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil - Ano 125 nº 03<br />
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