Cristão - Ano125_N03 - Mai_Jun 2016 - Final 13-05
Publicação da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil - Ano 125 - nº 3 de Maio/Junho/2016
Publicação da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil - Ano 125 - nº 3 de Maio/Junho/2016
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Ano 125 nº 03 - União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil<br />
20<br />
HOMENAGEM DEM - Derpartamento de Evangelização e Missões<br />
Esther Marques Monteiro<br />
Era dia 15 de abril de 2015, dia seguinte<br />
ao “Dia das Américas”. “Glória a 14<br />
de abril”, assim exaltava o Rev. Jonathas<br />
Thomaz de Aquino, ao transmitir esse conhecimento<br />
aos alunos, da Escolo Diária<br />
que a Igreja Evangélica de Bento Ribeiro<br />
mantinha em pleno funcionamento. Naquele<br />
tempo eu era Membro ali.<br />
Mas, voltando ao citado 15 de abril<br />
de 2015; naquele dia, quando regressava<br />
do meu trabalho, na “Biblioteca Fernandes<br />
Braga”, da Igreja Evangélica Fluminense,<br />
estava no carro da Dilma, minha<br />
sobrinha, que é Bibliotecária Adjunta da<br />
referida Biblioteca. A certa altura, ela<br />
me disse que encontrara o Pastor Hildebrando<br />
Costa Santos Filho, no elevador<br />
do prédio onde se instala a Sede da<br />
União das Igrejas Evangélicas Congregacionais<br />
do Brasil, com os seus Departamentos.<br />
Dissera ele à Dilma ”Fala com a<br />
D.Esther para ela preparar sua biografia,<br />
com minúcias e sem demora”. Imaginem<br />
a minha surpresa! Por falar em surpresas,<br />
na revista Ultimato de março/abril<br />
de 2015, na Pastoral, assinada por Elben<br />
Lens Cesar, seu título é “Ó Deus, dá-me<br />
surpresas!” Mensagem baseada em Efésios<br />
03. 20, 21, texto, aliás muito meu<br />
conhecido, só que não interpretava esse<br />
“muito mais”, como surpresas de Deus.<br />
Então, o Pastor Elben afirma “nada nos<br />
impede de fazer esta oração: “Ò Deus,<br />
dá-me surpresas!” Apropriei-me dessa<br />
ideia e, desde então, tenho tido algumas<br />
boas surpresas, e a última, é essa solicitação<br />
para eu preparar minha biografia!<br />
Lendo Provérbios 27.2, parece-me<br />
que o sábio rei Salomão nos previne da<br />
tentação e o perigo das autobiografias...<br />
Dando atendimento à solicitação<br />
do Pastor Hildebrando, desejo, tão somente<br />
que o transcrito a seguir represente<br />
marcas, não manchas, o que devo<br />
deixar à posteridade.<br />
Numa localidade não muito desenvolvida,<br />
“Distrito Povoação de Palmeiras”,<br />
nasceu a brasileirinha Esther, às 07h<br />
30min, do dia 30 de maio de 1926; seu pai<br />
José Monteiro Borges da Silva; sua mãe,<br />
Cecília Marques Monteiro. Na certidão<br />
de nascimento também consta que seus<br />
avós paternos eram Jose Monteiro Borges<br />
da Silva e Presciliana Alves Monteiro; e<br />
os maternos, Francisco Gonçalves Marques<br />
e Maria Marques, todos, na época,<br />
já falecidos. Quando nasci, encontrei<br />
minha irmã Alda, mais velha do que eu<br />
90 anos de história<br />
três anos. Morávamos em Palmeiras, e<br />
papai negociante, possuia um armazém<br />
de “secos e molhados”, estabelecido em<br />
Rodeio, atualmente, Engenheiro Paulo<br />
de Frontin. Denominava-se ele “Armazém<br />
Esther”. Depois nos mudamos para<br />
Rodeio, passando a morar na parte dos<br />
fundos do estabelecimento.<br />
Nós, as crianças, viviamos alegres,<br />
com novas amizades; formávamos um<br />
grupo que nos programávamos para a<br />
nossas atividades; uma delas era o encontro<br />
às 06 horas da manhã, para subir<br />
e descer pequenas montanhas. Entre as<br />
brincadeiras, quando fazíamos apostas,<br />
eu gostava de afirmar: “Tenho certeza de<br />
que vou dormir, e amanhã amanhecerei<br />
viva”; era sincera, acreditava mesmo. Naquele<br />
tempo ainda não conhecia o versáculo<br />
“A morte e a vida estão no poder<br />
da língua; o que bem a utiliza come do<br />
seu fruto”. Provérbios 18.21. Eu só sabia<br />
o que mamãe nos previnia: “não falem<br />
palavras torpes, porque no céu, os anjos<br />
estão sempre dizendo “Amém, Amém,<br />
Amém”; se nesse momento você estiver<br />
falando o que não deve, certamente isso<br />
irá acontecer”.<br />
Isso ou aquilo, e eu já estou com<br />
89 anos!<br />
Tudo corria bem enquanto papai<br />
era vivo; porém, ele adoeceu e nos deixou;<br />
na noite em que ele faleceu, mamãe<br />
chegou-se a mim e disse: “Papai<br />
foi para o céu”. Recebi a notícia e me<br />
portei corajosamente; da cerimônia<br />
evangélica, só me recordo do hino cantado:<br />
“Quero o Salvador comigo”, atual<br />
número 369, de “Salmos e Hinos”. Tinha<br />
eu 5 anos de idade.<br />
Acho que por ser caçula, era muito<br />
mimada por meu pai: após seu falecimento,<br />
cresceu dentro de mim forte necessidade<br />
de proteção; apeguei-me a minha<br />
mãe de tal modo que temia sempre<br />
a sua morte; não queria ficar longe dela<br />
por muito tempo.<br />
Quanto ao “Armazem Esther”, após<br />
à morte de papai, continuamos com o<br />
negócio, agora, com um “tutor”, que pela<br />
sua má administração, ao final, levounos<br />
à bancarrota, deixando-nos com<br />
muitos prejuízos.<br />
Em Rodeio havia uma Congregação,<br />
onde participávamos ativamente; mamãe<br />
era Presidente da União de Senhoras,<br />
atualmente União Auxiliadora Feminina;<br />
ela visitava a União de Senhoras de<br />
Paracambi, e eu era a sua companheira<br />
permanente. Mamãe, também, por ocasião<br />
do Natal, ensaiava peças, cânticos,<br />
poesias, alusivos à data; de tudo eu participava<br />
com alegria. Na Congregação,<br />
recebíamos visitas de Pastores e outros<br />
Obreiros, e era em nossa casa que se faziam<br />
as refeições. Mamãe tinha sempre<br />
algo saboroso para oferecer.<br />
Chegou, porém o tempo em que<br />
mamãe achou por bem reverter a nossa<br />
situação. De Bento Ribeiro, onde já<br />
moravam duas famílias de tios, houve<br />
entendimento e para lá nos mudamos;<br />
passamos a morar com uma irmã de mamãe<br />
que morava só com o marido. Começamos<br />
a frequentar a Igreja Evangélica<br />
Congregacional de Bento Ribeiro. Lá,