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Psicose - Robert Bloch

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Mãe! Mãe! salve-me!<br />

Então se viu fora do pântano, em sua cama, em seu lugar,<br />

o corpo encharcado, mas era suor. Agora sabia que fôra sonho, mesmo antes de ouvir a voz<br />

dela junto à cama.<br />

— Não houve nada, meu filho. Estou aqui. Tudo está bem.<br />

Sentiu a mão lhe acariciar a fronte — mão fria, como o suor que principiava a secar. Quis<br />

abrir os olhos, mas a ouviu:<br />

— Não se preocupe, filho. Torne a dormir.<br />

— Mas quero lhe dizer...<br />

— Já sei. Vi tudo. Pensou que fugi, abandonando você? Fêz o que devia, Norman. Agora<br />

está tudo, bem.<br />

Sim, devia ser assim. Ela estava ali para o proteger, e êle estava ali para a proteger. Antes<br />

de readormecer, havia decidido. Nenhum dos dois falaria a respeito do que houve naquela<br />

noite. Nem agora, nem nunca. Não pensou mais em interná-la. Não importava o que ela fizera:<br />

o lugar dela era ali, ao lado dêle. Talvez fôsse mesmo louca, e assassina — mas era tudo para<br />

êle. Tudo quanto desejava. Tudo o de que necessitava. E enquanto adormecia, bastava-lhe<br />

saber que ela estava a seu lado.<br />

Virou-se e se engolfou numa escuridão ainda mais densa e mais absorvente que a do<br />

pântano.

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