SEQUÊNCIAS, Artigos e outras publicações Entre 2008-14_Paulo Vitor Grossi (2016)
Atualizado em 2016. Arte da capa: Marília Veloso
Atualizado em 2016. Arte da capa: Marília Veloso
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SEQUÊ<br />
NCIAS
Sequências, atualizado em <strong>2016</strong>
Í N D I C E<br />
POR QUE SE ESPANTA? PROCESSO CRIATIVO E PRÁTICA<br />
“Meta”(4) “Ninguém assim ARTISTA está em completude<br />
sem quem lhe dê importância.”(10) “O Seu Esboço”(11)<br />
“O tema está no texto”(13) “Prefácio para histórias<br />
infantis”(15) “A Guitarra é a comunhão dos dedos e da<br />
eletricidade. Seu reflexo é a Música.”(18) “Jovens<br />
Bandas”(19) “O jogo do 27”(22) “O buu! e o aaah!”(26)<br />
“Sobre Falar e o papel de ser um ser Artista”(29)<br />
ARTIGOS E OUTRAS PUBLICAÇÕES “Por que se destroem<br />
personagens?”(31) “Galeria: Banksy foi preso, seria farsa<br />
ou Eu Coletivo, não tem identidade, ou é por causa da<br />
curiosidade?”(33) “Novos X-Men – Rebelião no Instituto<br />
Xavier”(34) “Apocalipse Revisado”(37) “Tráfego<br />
suave”(39) “Uma Era do Apocalipse”(41) “Linguagem<br />
nada palpável”(43) “Os Novos Artistas”(48) “La Vallée,<br />
Uma exaustão rumo ao essencial”(50) “(O Gênero<br />
Humano!?) Através do Planeta Selvagem”(53)<br />
“Reconhecimento de Padrões – Sim ou Não”(56) “Sem<br />
rockenrolar muito…”(59) “Três ou mais Sonhos<br />
Roubados(61) “Os atuais Secos & Molhados”(63) “Mestre<br />
Ennio Morricone, aquele que embelezou o Som”(67)<br />
“Retrô ou Retraso?”(70) “Encontro com Rama, de Arthur<br />
C. Clarke”(72) “A Música resiste!”(75) “Giannini e seu<br />
legado”(78) “O lado escritor de Jim Morrison”(80) “Os<br />
Índios Bêbados da Amazônia?”(84) “Contra as cegonhas<br />
pelos gambás”(87) “Djô no sei!”(90) “O Jornal não<br />
diz”(95) “Presente (Um Possível Manifesto Popular)”(98)
TEXTOS RELATIVOS “Introdução: Bem-vindos ao<br />
Vozeirão”(115) “Recordem se algo foi resolvido....”(116)<br />
“De mão beijada”(117) “Sem título aparente”(118)<br />
“Limpeza”(119) “O tráfego”(120) “Igual sem título”(121)<br />
“Violência gratuita”(122) “Investigação da jogatina”(123)<br />
“Males”(125) “Se até eles ligaram...”(127) “O melhor<br />
boicote à ignorância?”(128) “Conhecimento é legal”(129)<br />
“Um sorriso, dois sorrisos, três...”(130)<br />
TEXTOS RELATIVOS “A desumanidade na Capital<br />
Defederal” (133) “Corda no pescoço do escritor”(135)<br />
PRIMEIROS ARTIGOS “A Música deve parar!”(139) “L&PM<br />
Editores”(<strong>14</strong>2)
<strong>Artigos</strong> da coluna Por que se espanta?<br />
Processo criativo e prática<br />
(Publicados em 20<strong>14</strong> no portal Ambrosia)
.<br />
“Se o que você não faz é o que você não consegue<br />
Bem, partindo disso, veja só como muito tem em uma vida leve.”
Por que se espanta? Processo criativo e prática 01:<br />
“Meta”*<br />
Algo sobre Arte... no processo criativo e pela prática...,<br />
ou através de quem sabe na real o que dizer, veja,<br />
certamente vai ter um retorno. Bem, mas o que é tudo isso<br />
de processos, metas, criação? Parafraseando assim de<br />
momento, e vindo do meu eu falido, sou eu mesmo dizendo<br />
que meu único exemplo palpável que vem à cabeça agora é<br />
uma frase antiga de um de meus livros, ela diz que a “Arte<br />
é subjetiva.” E só isso? Putz, que pedante. Eu erro! Será que<br />
realmente há uma única definição, um único modo de ter<br />
dito isso ou algo parecido? E precisa repetir tanto a ideia??<br />
É não, certamente que não. Todo esse “lance” artístico não<br />
passa de uma falta humana e, portanto, intuitiva –<br />
aprendida por cada um à sua maneira, mas não deixando<br />
de ser intuitivo...<br />
Provém da faculdade de pensar a partir do estalo<br />
aquele em que nós, grandes e únicos(?) Humanos<br />
soubemos fazer quando paramos, nos damos conta, além<br />
de meramente sobreviver a tudo que passamos; se<br />
fôssemos igualmente a criação e o processo, a via artística<br />
da mente... o novo agir que aprende a transmitir sua<br />
sabedoria, dores, alegrias, questionamentos, entre <strong>outras</strong><br />
coisas muitas que ficaria inviável citar aqui<br />
dramaticamente, bem, se fôssemos o certo é que teríamos<br />
muito para fazer. E nesta vida há!
O que se comenta neste primeiro artigo sugerido como<br />
“Meta” é uma tentativa à mostra com seu ímpeto para<br />
valer como for; portanto, tudo vai virar produção,<br />
realização; pois, como os antigos incipientes (artistas,<br />
arriscadores etc.), e nos posteriores (nossa geração, quem<br />
sabe), farei algo... e vocês também farão algo além de mim;<br />
com a intensão na cabeça, é só se deixar. Ou acham que os<br />
memes das redes sociais, o bolo da avó, a música daquela<br />
banda favorita não são produção do Saber? Nem se crê essa<br />
tal de Arte, vai fazendo; como já disse, portanto é livre e<br />
natural, expressa através de vocês – infelizmente<br />
entendendo ou não! Entender é detalhe, fazer é o que há!<br />
Kafka falou do artista da fome sendo a cada segundo o<br />
que éramos (todos!, eu disse todos!), éramos, antesdurante-e-depois,<br />
éramos artistas do cotidiano; mesmo<br />
que não renomados ou um pouco solitários entretanto em<br />
nada deixando de sermos manifestações das faculdades<br />
humanas. Isso para falar só dos ávidos.<br />
De uma maneira geral, a um modo solto e por vezes<br />
tosco em citações e escrita, em matéria do que for<br />
realmente visceral, vocês, nós, humanos, somos em<br />
demasia... humanos – “a partir da ótica do artista e a arte a<br />
partir da vida.” (F. Nietzsche)<br />
Recorram ao que falou Waly Salomão nesta frase<br />
repetidamente vinculada nos comercias da saudosa TV<br />
Brasil: “A Memória é uma Ilha de Edição.”<br />
(19 de setembro de 20<strong>14</strong>)
Por que se espanta? Processo criativo e prática 02:<br />
“Ninguém assim ARTISTA está em completude<br />
sem quem lhe dê importância.”*<br />
Assim também, ninguém que escreve é completo sem<br />
um leitor, já foi dito. Pois bem, leia! A Perceber o que for.<br />
Exponha seus trabalhos e divulgue no veículo que mais<br />
gosta, perde tempo não!<br />
Seja a Arte apoiada por conteúdo diário organizado<br />
por colaboradores atuais, seja dizendo para alguém na rua,<br />
aqui não há um único interesse, são muitos. Na Arte, Ela<br />
que é GRÁTIS... Isso aí, para qualquer um de nós! Esteja<br />
conosco. Publique nas Maneiras e Gêneros, na divulgação<br />
de Mais e Ilustres Obras, Inéditas e de autoria Plural.<br />
A GRANDE ARTE é distribuída nos seguintes locais:<br />
Internet e suas Comunidades, vias públicas, entre pessoas<br />
cara a cara.<br />
Já conhece o Circuito? Então se liga! Vai procurar o<br />
que você gosta.<br />
“A propósito, chegou a ouvir o primeiro EP da banda<br />
de rock carioca íO? E este é só o começo. Depois vem o<br />
SAEM, o Ummantra.”<br />
(22 de setembro de 20<strong>14</strong>)
Por que se espanta? Processo criativo e prática 03:<br />
“O Seu Esboço”*<br />
E Seu Esboço diz:<br />
– Apaziguai-vos, há cura!<br />
Ele mesmo, falo do Esboço, este que faz o molde e põe<br />
todas as ideias ali incomodando tua atenção; depois,<br />
quando cansar, vai e esquece. Toma uma ducha, fecha o<br />
caderno – ou desliga o computador. Deixa passar um bom<br />
tempo, um intervalo que você ache razoável, só aí é que o<br />
Esboço vai recomeçar. O Esboço funciona dessa forma.<br />
Utilizado nos tópicos como base, ou a partir de cada frase<br />
& modelo que você for enchendo, engordando a cria... que<br />
explode.. mais além que o Esboço!<br />
“ESTÁ VIVO QUANDO FALA! O ESBOÇO ESTÁ VIVO<br />
QUANDO FALA.”<br />
A propósito, se ainda não disse isso que vou dizer<br />
agora para vocês que me acompanham, então digo logo! É<br />
que é para esclarecer algo que tenha ocorrido ou possa vir<br />
a ocorrer – nenhuma das palavras deste autor deve ser<br />
entendida como regra ou verdade nem nada, que<br />
pretensão seria, não é mesmo! Digo então para vocês que<br />
apenas se for refletida em você que lê e em teus ideais, e
igualmente ao que se possa somar é que minha intensão se<br />
vale; se por acaso julgar a oportunidade e divergir em<br />
opiniões, é melhor que diga!<br />
Há imenso prazer na discussão contigo, caro leitor,<br />
cara leitora amiga. Há imenso prazer no teu incentivo,<br />
para que cresça, para tudo mais. Já não falam que isso de<br />
criar todo santo dia uma polêmica é uma das graças do<br />
brasileiro, e é o que atrai a atenção da gente!? É bom! A<br />
polêmica é a discussão, são as ideias soltas ; ) Sim, tanta<br />
polêmica e discussões divertidas naqueles sorrisos<br />
sarcásticos para o que for!!<br />
E dos moldes, gostou? Busque, acesse bastante e<br />
aprenda com o Seu Esboço<br />
(30 de setembro de 20<strong>14</strong>)
Por que se espanta? Processo criativo e prática 04:<br />
“O tema está no texto”*<br />
O Professor Xavier, mentor dos X-men, certa vez<br />
disse: “As pessoas têm medo daquilo que desconhecem”<br />
(não recordo exatamente se foi nessa ordem exata que ele<br />
disse essa frase, mas a ideia é essa, beleza?) Daí provêm o<br />
cerne da pauta de hoje: COMO ENCARAR UM TEXTO NOVO?<br />
Ainda mais se for um texto fresquinho da gaveta do autor,<br />
que além de tudo está também verdinho na praça da<br />
autoria. Não seria fácil ir a uma livraria, ou mesmo sebo –<br />
para os menos “providos” e mais “exigentes” –, e escolher<br />
melhor o livro da moda? Você sabe o que esperar dos<br />
clássicos e consagrados, agora, e do que não tem referência<br />
alguma? Encara? Existem também os tais best-sellers –<br />
caraca, nossa, best-sellers são a alegria dos editores, a boa<br />
leitura dos ávidos por parecer cultos ante os amigos. Mas<br />
os best-sellers geralmente se apresentam igualmente como<br />
uma leitura do estável. Seriam dessa forma os assassinos –<br />
assassinos soa pesado? – de pequenos escritores? Então o<br />
novo texto, tão frágil em suas juntas de papel, sofre de<br />
artrite ostracísmica e morre com a autoria, resmungando<br />
sobre pobreza e desatenção vivas – idem aos que se<br />
sustentam de público! Até que (talvez, eu digo entre<br />
parênteses) o “milagre” ocorra ao tal criador (palavra<br />
lisonjeira para o autor!) e ele então seja descoberto em sua<br />
finitude de criação... rara. Tomara que surja o dado valor...<br />
que todos querem; tantos, na realidade, querem é<br />
dialogar..., contudo, o que é recente muitas vezes é visto de
lado; faz falta a caridade de olhos fechados, a confiança –<br />
mas neste atual contexto, confiar seria descrito com a<br />
interjeição, com a interrogação como???<br />
Coragem então aos que se aventuram a escrever um<br />
bilhete pra mulher dizendo: “Desculpa, amore, fui<br />
reprovado na redação da entrevista de emprego... acho que<br />
matei muitas aulas na época da Escola... VAMOS<br />
ECONOMIZAR PRA JANTA.” Ou, digamos, “SORTE, AMIGOS<br />
E AMIGAS COLUNISTAS!” Adoraria citar de verdade frases<br />
como essas: “VAI NESSA ROTEIRISTA.” “CURTE UMA AÍ, Ô<br />
POETA.” Nós que usamos o lápis ou caneta ou que amamos<br />
o teclado estamos meio que cúmplices na tarefa do inédito<br />
e de dizer. Embora quem esteja ainda verde tentando<br />
provavelmente possa morrer e virar cult, tem gente que<br />
pilha nisso. De toda forma você precisa ser visto, ter<br />
alguma resposta do público. O travessão serve pois para<br />
dizer algo que, teoricamente, seria dispensável... Que<br />
beleza!<br />
Chequem isso aqui embaixo, essa balela:<br />
No.vo (ô!!!) adj. 1. Quem tem pouco tempo de existência,<br />
recente. 2. Hein¿¿¿. 3. Que é visto pela primeira vez. 4. Que<br />
acaba de ser feito ou adquirido. 5. Que tem pouco uso. 6.<br />
Original. 7. Estranho, desconhecido. De novo. Outra vez;<br />
novamente. No.vos sm.pl. A gente nova mente, o que é<br />
então estar na precisão?<br />
(3 de outubro de 20<strong>14</strong>)
Por que se espanta? Processo criativo e prática 05:<br />
“Prefácio para histórias infantis”*<br />
A condição é “Se”. Então, vejamos, estas histórias são<br />
como a realidade, e realidade deve ser passada como ela<br />
vem à cabeça, sendo esta de uma forma limpa aos atentos<br />
vamos tratando crianças como adultos, ou adultos como<br />
eles são, aqui levando à tona pelo intuito de criar, o campo<br />
de imagens necessário à imaginação em histórias infantisnão-só-para-um--tipo.<br />
Antigamente os que não tinha direito à fala eram os<br />
infantes, que é um outro nome para as crianças. Isto é, me<br />
valendo do passado, penso hoje em como acontece nos<br />
nossos dias isso de delegar poderes a quem não se espera, e<br />
como é o tratar de igual para igual, ou o que seria então trazer<br />
esperança ao final das histórias para quem começa sua vida.<br />
Agora também, podemos adicionar às reflexões, vemos o<br />
poder infantil ser explorado, seja na liberdade de ser<br />
pequeno, na falta de controle regulamento / horário / em/<br />
movimento, na superexposição do tempo de realização...,<br />
etc. Diante disso digo a vocês, leitores, digo que nossas<br />
crianças querem mesmo é ser naturais, sem os horários<br />
determinados, ou longe do controle dos adultos que não<br />
estão prontos a entender... ou ter filhos! Podemos nós<br />
enquanto maiores (e progenitores) ficarmos no lugar do<br />
outro, para assim igualarmos e para que posamos como<br />
realmente pensam e agem as crianças que apenas estão<br />
começando sua trajetória, como nós antes delas, e
sentenciar que para tudo há seu tempo. Apenas ouça e<br />
ajude os iniciantes. Sem pressões!<br />
A brincadeira, o viver e saber não devem ter hora<br />
regulada, certo? Então, crianças, sejam o tempo de ser e<br />
sejam a realização, a aventura; sejam a vez integral. Tudo<br />
deve ser levado como fantasia, vamos esperar bastante<br />
antes de se preocuparem, vamos dizer não às mentiras e<br />
enrolações e sim às fantasias agradáveis.<br />
Nunca ter pressa, sempre prazer e felicidade, só assim<br />
os pequenos e pequenas vão começar suas vidas de uma<br />
maneira especial. Vamos ter mais carinho pelas crianças!<br />
Se o tempo todo elas estiverem brincando, cansando, se<br />
divertindo, sendo o que são vão se tornar adultos um<br />
pouco mais em paz, e terão muitas boas lembranças para<br />
contar e passar adiante. A recompensa, se assim podemos<br />
dizer, vem com o tempo, e dessas crianças bem-criadas<br />
virão <strong>outras</strong>!<br />
Por tudo isso, encontrem a si mesmos, senhoras e<br />
senhores quase adultos e adultos ou já papais e mamães.<br />
Ter paciência e consideração com o outro que tem outra<br />
história tão diferente da sua; ter aquela relevância com o<br />
próximo e expectativa para com o seu ritmo é como a<br />
solicitude; em <strong>outras</strong> palavras, cuidar do outro e fazê-lo<br />
encontrar-se consigo é um ato de ajuda mútua. Leiam<br />
então prol dos pequenos com muito amor. Ensinem!<br />
Praticidade, intuição, magia e encenação fazem parte<br />
do fantástico assumido como o natural... Algumas verdades<br />
serão descobertas! Sei que são rápidas e quebradas as
narrativas da vida nossa de cada dia, sempre cheias de<br />
reviravoltas, pois então leiam desinteressados, expliquem<br />
para suas crias com a terna atenção assim que convir.<br />
Atenciosamente<br />
(8 de outubro de 20<strong>14</strong>)
Por que se espanta? Processo criativo e prática 06:<br />
“A Guitarra é a comunhão dos dedos e da<br />
eletricidade. Seu reflexo é a Música.”*<br />
“A Guitarra é a comunhão dos dedos e da eletricidade.<br />
Seu reflexo é a Música.”<br />
(Sessão de fotos com artistas e instrumentos musicais)<br />
E aí, como fica?<br />
(<strong>14</strong> de outubro de 20<strong>14</strong>)
Por que se espanta? Processo criativo e prática 07:<br />
“Jovens Bandas”*<br />
Tendo por exemplo o Rock, vamos lá. Você sabe como<br />
jovens bandas fazem seus CDs, pensam em sua capa,<br />
gastam dinheiro com estúdios? E ainda assim chegam esses<br />
'caras de estúdio', 'donos de estúdio' que fizeram todos<br />
curso de pilantragem sempre querendo mais e mais para<br />
melhorar “o CD da banda nova”, é, o seu! Fazem isso<br />
passando muitas vezes a perna e superfaturando os<br />
orçamentos; ou mesmo demorando em algo que poderia<br />
ser feito muito mais rápido, só para poderem ganhar mais<br />
em horas de estúdio, aí fica chato. Ainda mais se temos<br />
hoje como gravar até pelo celular e colocar no Youtube!<br />
Viu, os jovens integrantes descabelam os pobres<br />
papais e mamães e vovôs e vovós pedindo dinheiro pras<br />
gravações, que, segundo eles (e debaixo da influência<br />
pentelha da galera do estúdio!), segundo estes corajosos<br />
novos músicos será a última, pois agora eles sabem do seu<br />
potencial; querem viver de Música (da sua! Sempre), ou<br />
seja, acreditam no próprio trabalho...<br />
Aí vêm as apresentações, o gasto com a gasolina, o<br />
dono da casa de shows que promete dar parte da bilheteria<br />
se tiver gente suficiente no dia; e tem a magia de vender as<br />
entradas, divulgar nas redes sociais e grupos; acaba vindo<br />
uma cervejinha, uma batata frita, ou mesmo uma desculpa<br />
esfarrapada qualquer... para te aquietar. Muitos
“arranjadores culturais” mascaram suas intenções, vamos<br />
ser precavidos! Legal, né! Pois volta o artista pra casa meio<br />
com dúvidas! Era isso?<br />
E eis que os jovens músicos continuam sua odisseia<br />
cheia de obstáculos pelo destino. As boas companhias e<br />
zoações pelo caminho ajudam, até que sim. Aí falam, “bora<br />
gravar em casa mesmo”, ou “mas será que a qualidade fica<br />
boa à vera?” Quem define QUALIDADE? Que é um<br />
formato, e por que ainda se pensa em tais formatos??<br />
E se a gravação não sair boa? E se não for comercial? E<br />
se só agradar ao público alternativo? Então mais dinheiro<br />
resolveria? E a grana gasta com os instrumentos? Pedais?<br />
Microfones? Peles de bateria? Lanchinho? E o maço de<br />
cigarros – talvez?! E a bebida!? (sem falar nas “drogas”<br />
“lícitas ou ilícitas”, porque esse assunto é meio sinistro de<br />
falar assim. AINDA??? Posso chamar isso de censura ou<br />
cautela?) E as namoradas esperando acabar a apresentação<br />
para irem correndo abraçar seus namorados? (Ou viceversa)<br />
Sem falar das brigas entre integrantes, dos gostos<br />
diferentes, da discórdia, das personalidades conflitantes e<br />
egos que têm que se aturar ou aprender a coexistir<br />
harmoniosamente – pois o conjunto deve se portar como<br />
um todo.<br />
“Hiiii, esquece dos ensaios não.” Para piorar, acontece<br />
até um mané ou outro esquecer algum instrumento – como<br />
eu já vi guitarristas esquecendo guitarras!! Para tudo, e<br />
vamos buscar o que falta!...
Um monte de trejeitos, clichês e situações que seria<br />
brabo alongar, mas que o público percebe quando você<br />
está lá no palco. É, o público vê, e guarda.<br />
Alguém aí ainda quer montar uma banda???<br />
Pensem em timbres, efeitos, temas, jeito de cantar etc,<br />
tudo isso reflete sobre teu estilo e abnegação, mas como<br />
não se questionam quando pouco lhes dão valor? Digo, aos<br />
músicos e músicas e suas faixas. Tanta coisa maneira a<br />
Música oferece, como não engrandecer quem tenta, quem<br />
tenta mais?<br />
Mas tem gente que gosta de levar a vida reclamando.<br />
Frases desse estirpe aparecem quando as coisas dão errado<br />
(como, por exemplo, numa frustração) Quem ouve por aí<br />
dessas frases reducionistas?<br />
“O sonho acabou, vamos todos pros escritórios.”<br />
“Dar murro em ponta de faca, é ruim, hein. Vou é me<br />
divertir!”<br />
Melhor se ligar nessa: “Eu hein, partiu ter mais garra! Bora<br />
inovar e curtir o inesperado.” É isso<br />
(<strong>14</strong> de outubro de 20<strong>14</strong>)
Por que se espanta? Processo criativo e prática 08:<br />
“O jogo do 27”*<br />
(….muito provavelmente você ainda não conhece esse<br />
jogo – pode até conhecer algo parecido, mas esse não. Ele é<br />
fruto do ócio de Janeiro de 2006. Percebam como que<br />
através do ócio, sai o negócio!!)<br />
O jogo do “27”, ou só “27”, é guiado pelos valetes, os<br />
quatro Jotas que são o próprio clube dos 27, os monstros<br />
imortais do Rock – Jimi, Janis, Jim & Jones – estrelas<br />
eternamente jovens e símbolos de um belo cadáver –, eles<br />
são as cartas do baralho.<br />
Apenas vá somando números e chegue à casa dos<br />
vinte e sete – cada jogador na sua vez e destino –, de onde<br />
você nunca mais sairá, pois, se passar, vai morrer de<br />
verdade, seja envelhecendo ou sacrificando, morrerá<br />
mesmo. E quem não? Mas há tempo. Brincadeira! Partiu<br />
desestruturar a sociedade! Que zoeira!<br />
As regras são estas:<br />
Cada um joga em sequência sua carta na mesa, um por<br />
vez. Na sua mão você terá 7 (sete) cartas. Ao lado está o<br />
morto das cartas restantes do baralho, usadas para a<br />
compra. As rodadas começam em “Par ou Ímpar”!!
Você começa assim, empunhando sete (sete) cartas no<br />
começo, e seu objetivo é terminar aos 27 (vinte e sete)<br />
pontos – basta ir somando! – Você entrará portanto para o<br />
clube ao atingir a soma de 27 (vinte e sete), ou quando a<br />
carta jogada anteriormente for um 2 (dois) e você jogar por<br />
cima uma 7 (sete)!<br />
O J é o Valete, ele é vinte e sete. Quando você tiver um<br />
J, jogue-o!, pois ele é o próprio clube; no começo, no meio<br />
ou no fim do jogo, ele ganha. É só atirar o J que o jogo<br />
termina e você ganha a rodada.<br />
A rodada sempre começa com sete cartas neste jogo,<br />
sempre! Mesmo quando acabar uma rodada e você tiver<br />
pouco baralho na mão, digamos 5 (cinco) cartas, apenas<br />
compre mais 2 (duas) e continue. Mas, durante o jogo, você<br />
só pode comprar uma vez.<br />
Os naipes Q ou K, ou Rainha e Rei, não valem nada,<br />
servem apenas para passar sua vez na rodada e você então<br />
pensar melhor sobre a próxima jogada!<br />
Lembra-se, há também essa possibilidade, se você<br />
tiver uma carta sete, e o adversário anterior jogar uma<br />
carta dois, sendo sua vez a próxima, assim formando 2 + 7 =<br />
27!, você fatura a jogada.<br />
Apenas o Coringa\Joouker poderá zerar sua<br />
pontuação e a de todos durante a rodada, igualmente<br />
apenas ele poderá valer um ponto, ou número 1 (um),<br />
valor 1, caso você esteja com vinte e seis e logo for sua vez<br />
de jogar para chegar aos vinte e sete. Este também poderá
anular a jogada do outro. Assim: depois que alguém<br />
mandar um J e for atirado em seguida o Coringa (ou Joker,<br />
para alguns ditos mais esclarecidos), ele faz com que toda a<br />
rodada seja zerada, e ninguém vence. Melhor partir para<br />
outra.<br />
Seu A (ou Ás, se preferir) dobra o número de pontos,<br />
quer dizer, anos, que você tem. Se por acaso estiver com<br />
uns quinze pontos, ficará com 30 (trinta)... mas trinta, não,<br />
27... não ultrapasse 27 se não você não ganha. Acerte 27, é<br />
o jogo do rock n’ roll!<br />
Se você faz sua jogada e a soma dá 26 (vinte e seis) ou<br />
algum resultado que impossibilite seu adversário de<br />
vencer, percebendo que após isso deverão iniciar outra<br />
partida, fique com as cartas para si!<br />
Quando a rodada der mais de 27, isso, o bolo/“morto”<br />
de cartas que restar, vai para quem joga por último. Ao<br />
final da contagem de todas as partidas quem tiver menos<br />
do carteado nas mãos ganha.<br />
Quem tiver mais cartas na mão, infelizmente, sempre<br />
perde e deve sair da brincadeira, ainda que “ganhe” a<br />
preferência para começar primeiro em uma próxima vez.<br />
Cada rodada tem portanto 7 (sete) partidas. Mas é do livre<br />
arbítrio discordar…<br />
Após o Ás dobrar o resultado da soma, este lhe dá<br />
também o direito de jogar novamente. Use à toa.
“Novas regras?”<br />
OUTRA MODALIDADE<br />
Distribuir apenas 27 cartas no começo do jogo. Aqui,<br />
não pode “comprar”. Ao todo, serão duas partidas, cada<br />
um tentando a sua vez.<br />
O “Coringa\Jôke”, além de zerar qualquer soma e<br />
valer 1 (um) na contagem, pode ser trocado por um 7 (sete)<br />
para formar 2 + 7 caso o adversário tenha jogado<br />
anteriormente um 2 (dois). O participante que se utilizar<br />
de algumas dessas artimanhas com o Coringa\Jôke e, ainda<br />
por cima, ganhar as somas apostadas que por ventura<br />
tiverem sido feitas!<br />
(17 de outubro de 20<strong>14</strong>)
Por que se espanta? Processo criativo e prática 09:<br />
“O buu! e o aaah!”*<br />
Vejamos esta foto de uma invasão Portuguesa nas praias do<br />
Brasil, isso antigamente. Há de se reconhecer a Brutalidade dos<br />
atos impressa na moldura de Oscar Pereira da Silva (1904). O<br />
processo de colonização sempre me pareceu um grande equívoco<br />
assistido. E para você? Também não acha que o sistema de trocas<br />
é mais justo que a dominação? E hoje em dia, aparece e nos<br />
atinge de quais formas? Falar disso também é discutir Cultura!<br />
Isso qualquer criança saberia reconhecer, mas Difícil mesmo<br />
seria conter tais impulsos, domar a fúria que veio nos corpos e<br />
mentes dos europeus arrasando o dito “Novo Mundo”, como<br />
agiram sem critérios! Como hoje em dia refreamos a invasão? O<br />
que você faria se te roubassem agora mesmo?<br />
Que susto é esse do buu escrito assim de uma maneira<br />
inglesada mas que surte em nós brasileiros naquele grito<br />
transgênico, show de bola; um aaah, um berro linguístico!<br />
Fala tu, brotherr. Espera, mas se for escrito com dois oo's<br />
então teríamos que ler bóó. Que isso, é um bezerro<br />
desmamado?<br />
E agora você aí lendo, pensando em seu Estado como<br />
está; como vê o seu país do Brasil, o que é para você? Se<br />
servir de ajuda nesse momento ilustrativo, vejamos<br />
algumas fotos de invasões entre países nas praias do Brasil,
antigamente!? Google aí nesse search! Mas antigamente<br />
mesmo, ou o aculturamento é mito e exagero<br />
protecionista? Bem, a invasão continua, só que branda,<br />
minha gente. Só que tua vida não é videogame, colega.<br />
Qual o motivo desses comentários? Pense no seu<br />
valor. Há de se reconhecer a brutalidade dos atos impressa<br />
em cada moldura restituída, mesmo que o Brasil tenha sido<br />
iniciado com os retalhos de Portugal e também de muitos<br />
outros países refugiados das guerras anteriores e da<br />
escassez europeia. Entendemos o valor das nossas terras,<br />
nascemos aqui, então está na hora de preservar! E se fosse<br />
o contrário? Busquem sobre como é tratado um brasileiro<br />
imigrante na Europa ou nos EUA, por exemplo. No mínimo<br />
eles têm uns pés atrás com a gente. Mas voltando ao<br />
assunto da invasão linguística, peço que reconsiderem! Já<br />
não somos colônia portuguesa, herdamos o idioma. Basta,<br />
né. Vamos usar nossa língua abrasileirada e o melhor<br />
daqui!<br />
Isso qualquer criança saberia reconhecer, mas uma<br />
pessoa treinada já na vida diria que difícil mesmo seria<br />
conter tais impulsos – domar também o consumismo<br />
imperialista materialista filmográfico holliyudiano –,<br />
também domar a fúria que veio com a desvalorização;<br />
como agimos então, sem critérios!? O que somos se<br />
desejamos ser o outro?<br />
Muita gente quer ser pop sem estrelar a própria<br />
existência. Você é o quê? E quem para falar?
Que chatice, que bobeira essa a minha. É apenas a<br />
globalização bonitinha que está em toda parte. Legal é<br />
nossa selfie, maneiro é ir passear gastando no shopping.<br />
Devia é parar de exagero! Partiu traçar um Maclanche feliz<br />
que mais tarde tem novela da Globo!!!!!!!!!<br />
(28 de outubro de 20<strong>14</strong>)
Por que se espanta? Processo criativo e prática 10:<br />
“Sobre Falar e o papel de ser um ser Artista<br />
(Reedição Inédita das dicas)<br />
1. Só diga, fale alguma coisa!<br />
2. Qual seria o papel de um artista, qual, títulos de<br />
propriedade, aos poucos... qual é o papel de quem<br />
opina?<br />
3. Quem quer ser artista? Nos diga o porquê! É sobre<br />
tudo o que se tenta, especula; por acaso é nunca se<br />
justificando?<br />
4. Se teus dons e atos estão já pelo mundo, sim, você<br />
existe como projeção... e em público se valida, então<br />
concluímos que conseguiu o quê?
<strong>Artigos</strong> e <strong>outras</strong> <strong>publicações</strong><br />
(Seleção dos anos de 2011 a 20<strong>14</strong>)
Por que se destroem personagens?*<br />
(21/08/2013)<br />
A trabalheira toda de se moldar um ser e a própria<br />
noção de saber que é um persistir sem limites se junta aos<br />
conceitos, porquês, já que há muita confusão e<br />
embaralhamento.<br />
Veja bem, a realização e a labuta caminham<br />
dependentes. Foram forçadas. É esse um vício frenético<br />
por fazer e gastar-se. Mas quem sabe dos trabalhadores,<br />
das mãos, das ideias, de ir e voltar em lotações de fadiga,<br />
pela fortuna social (dos alguéns); de pouco dormir, nada<br />
mais que apenas o necessário. Quantos séculos mesmo?<br />
Ainda? Por qual motivo um “produto”, a superprodução de<br />
sua repetição? Não é exagero? Não é esquisito arrendar? E<br />
se cansa.<br />
Assim está a criação, no vaivém entre cópias e<br />
caricaturas do que fora. Mas com o passar dos tempos está<br />
se desgastando, e já sendo a mesma há muito, nem assusta<br />
ou acomete. Está previsível e relaxada demais; é evidente,<br />
com toda a rapidez do pensamento humano, há <strong>outras</strong><br />
tantas por aí muito mais atualizadas e reengajadas, por<br />
exemplo. Mas muito agarradas ainda aos apelos.<br />
Uns dizem que apenas se impondo um pouquinho<br />
mais é que se consegue resultados surpreendentes, porém,<br />
outros, não. Não se vê por aí grandes anfiteatros cheios de<br />
humanos contentes e apreciadores – existem sim, muitas
lojas. Então temos apenas embates e discórdias. Melhor<br />
seria juntar as conclusões, que tal!? É muito mais<br />
interessante do que alguém só dizendo coisas e não haver a<br />
resposta, até mesmo física, do recebimento e das<br />
proposições.<br />
Será que a miséria é tanta que deva se sugar do fardo<br />
do legado e das próprias fontes? É muito incipiente, pouco<br />
direta, ou distante demais; tola mas não como as novas<br />
sensações, mas tola como uma piada chata. Onde cabe o<br />
inesperado nisso? Quem dera se tivesse crias, se só se<br />
deixasse avoar um pouquinho e repensa-se sob novo herói<br />
ou heroína. Mas dirá que não é máquina. Que a máquina<br />
não é sensível, apenas é força de quem maneja. As próprias<br />
máquinas, devidas, estas não seriam nosso conforto; digo,<br />
não é tendo máquinas que descasaríamos nossos corpos?<br />
Ou isso deu em furada e ficamos sedentários em demasia?<br />
“As máquinas” realmente fazem milagres, há programas<br />
pra tanta função! São explorações tão viciosas quanto seus<br />
efeitos.<br />
Que se destrua a conclusão e chegue à outra, já<br />
alertaram tanto os filósofos, com sua mania de discordar e<br />
rebater ideias.<br />
Até perguntarão: mas matar é da lei da Vida. Então,<br />
alterar é a lei do Homem? Vai saber. Que diria o(a)<br />
assassinado(a), alterado(a)? Há muito mais perguntas que<br />
respostas, claro. Pensemos juntos, em sinergia., dessa<br />
forma. Quem dá mais? Tem algum exemplo? Estou é<br />
duvidando… Sim, não?
Galeria: Banksy foi preso, seria farsa ou Eu Coletivo,<br />
não tem identidade, ou é por causa da curiosidade?*<br />
Como se importar com um desconhecido(a) a que se<br />
atribui fazer Arte gratuitamente na boa e pra quaisquer<br />
pessoas?? Isso é um Produto? Brincadeira? Aonde cabe a<br />
autoria? Por que não deixa em paz?? São muitas perguntas,<br />
precisamos de tantas respostas? Há quem só assista, e<br />
você?
Novos X-Men – Rebelião no Instituto Xavier*<br />
Vocês vão se perguntar: mas esse carinha de novo<br />
escrevendo sobre coisas antigas!? Mas sou eu quem os<br />
questiona: por que não? Não há sempre um novo olhar<br />
sobre o que se deseja? Claro que sim, deixa de cerimônia. E,<br />
dessa vez, eu tenho mais desculpas: recebi este o exemplar<br />
de Novos X-Men – Rebelião no Instituto Xavier (em edição<br />
especial encadernada pela Panini Comics), não comprei<br />
nem li na época… Enfim, minha obrigação é dizer algo!<br />
Escritas pelo inventivo Grant Morrison e ilustradas<br />
pelos dignos Frank Quitely e Phil Jimenez, há elementos<br />
nessas narrativas até então pouco explorados… Pouco além<br />
das mortes que não serviram pra nada, o que mais me<br />
chamou atenção foi essa tal “nova e devastadora droga<br />
amplificadora de poderes”. Isso já tinha antes? Ou, como<br />
antes não aparecia? E, afinal de contas, qual é a faixa etária<br />
dos X-Men? Mas deveria? Há muitos pormenores…<br />
Um prato cheio para se deliciar e questionar. E por lá<br />
eles “dão uns tiros” com a tal Porrada, que é a designação<br />
do estimulante mutante neurotóxico. Curioso… essa é a<br />
droga.<br />
O próprio Xavier adverte: “Usar esses inaladores pode<br />
danificar irreparavelmente o gene X mutante”.<br />
Diria Quentin Quire, o chefinho da gangue dos Ômega:<br />
“O professor é uma farsa. Mamãe e Papai são estranhos.
Tudo é uma mentira”, isso pouco antes de formar a gangue<br />
que se revolta contra os ideais defensivos da Escola.<br />
Quentin e os outros revoltadinhos saem por aí<br />
energizados fazendo o que a adrenalina dita, e ainda por<br />
cima usando um assassinato de outro mutante como<br />
pretexto. Quer mais analogias com a vida fora dos<br />
quadrinhos? Seria a mesma descrença e fuga pelos<br />
narcóticos que tanto vemos há tempos?<br />
Uma hora ia acontecer de estrondarem o plantão, e o<br />
fizeram… e se chamaram a si de “Novos X-Men”. Cansa um<br />
sonho que não chega a se realizar. E aí, que Wolverine diria<br />
nessas horas?<br />
São momentos de crise, sim. Mas pelas crises não nos<br />
fortalecemos ou aclareamos as ideias? Não é vendo onde<br />
faltou que se ganha força? Talvez sim, talvez não, há de se<br />
mensurar.<br />
Na contracapa, há a mensagem: “Os mutantes estão na<br />
moda!”. Será que aumentou apenas a curiosidade, ou a<br />
chegada e a exposição dos ditos ‘raros’ só forneceu mais<br />
medo e apreensão da ‘sociedade normal’? Ou é a hora de se<br />
misturarem os emblemas? Como se define “Moda” nesse<br />
contexto?<br />
Após o surgimento da Corporação X, só aumentou o<br />
número de alunos no instituto de Xavier e cia, mas nem<br />
todos eles são super, mega… para alguns, sua diferenciação<br />
é muito mais do que empecilho social, é desvantagem<br />
física. O que você preferiria: ser um Xorn da vida ou ter
penas e bico mas nem voar? É difícil, não bastaria apenas<br />
ser forte, ou hábil em artes marciais se existem outros que<br />
com um estalar de pensamentos lhe transformam o<br />
cérebro em geleia.<br />
Na mesma contracapa, menciona-se: “reunidos no<br />
mesmo espaço, compartilhando dramas e frustrações,<br />
paixões e incertezas”… Vejamos…. são jovens, cheios de<br />
vontades e energia… só querem fazer algo. “Eles existem<br />
mesmo?”. Não são gerações muito parecidas essas? Bem,<br />
ter uma característica sempre foi desafio…<br />
Há também mais situações na trama inteira, que é<br />
composta das edições 134 a <strong>14</strong>1 da revista New X-Men,<br />
como os tais O-Men, que seriam algo como uma terceira<br />
espécie (humanos modificados com partes de enxertos<br />
mutantes); Emma Frost e suas “gêmeas” e mais chiliques<br />
da Fênix carente de atenção… Aparece até o Bishop pra dar<br />
uma conferida na zona. Quer mais sentimentos expostos?<br />
São uma grande família brigona, apenas isso.
Apocalipse Revisado*<br />
“(…) porque o tempo está próximo”<br />
Mas onde está você? Como se situa, o que sente?<br />
Como seria viver no Mundo do Apocalipse? O que<br />
faríamos? E por que nos fariam isso? Quais seriam os<br />
culpados?<br />
Armagedom, Batalha Final, Apocalipse, Revelação…<br />
não há certa confusão de significados? E, por que, de<br />
tempos em tempos anunciam O Fim? Será masoquismo<br />
generalizado ou vontade de agitar as cabeças da galera?<br />
Curiosidades para todo lado. Pode que também tenhamos<br />
certas memórias evolutivas sobre destruições…<br />
A praga reside nas tantas simbologias, no quanto é<br />
possível dar interpretações. Talvez daí mesmo venha certa<br />
alegoria no assunto, deixando o diálogo mais perto da<br />
piada de mau gosto.<br />
Erroneamente, muito foi profetizado, muitas pessoas<br />
se aproveitaram das situações que apareciam; é fácil<br />
assustar os instáveis… mas também moleza inspirar uma<br />
pitada de Fé, Esperança (caso tudo continue como está!)<br />
Igualmente, sempre há medo e receio nisso de<br />
acabarmos; e muita gente retrata sob a forma de arte; vide<br />
o Cinema, toda essa Literatura “do Fim”.
Uma sacanagem ou início de uma Nova Era ou<br />
Consciência? Depende somente das pessoas, apenas através<br />
delas é que de fato há certo movimento. É tão dito que<br />
todos têm em si o poder do Universo, não é mesmo!?…<br />
Felizmente, uma ruptura iria bem para remodelar certas<br />
atitudes e formas de se pensar, sempre isso será bemvindo.<br />
Então, pelo que se sabe de fato… o mundo acaba para<br />
quem morre, felizmente que bom que é assim que<br />
funciona. Que chata é a Eternidade ficcional! Melhor uma<br />
viagem pela Matéria que se integra-desintegra, a que<br />
existe e não existe, apenas está – sim, e SEMPRE.<br />
“Novo Céu e nova Terra” em um mundo cético e<br />
perdido em meros anseios? O que me diz?? Será que toda<br />
essa falação não traria mais ideias e soluções, ou se<br />
desperdiçará tipo aquela cantada nunca feita? Gostaria de<br />
saber tua opinião
Tráfego suave*<br />
“Uma guitarra cheia de distorção solando no lado esquerdo<br />
do fone, moendo em transe, uma guitarra que se joga; um<br />
músico, mãos, inventividade, iniciativa. Um humano.”<br />
As pessoas se condenam, tentam resolver o que lhes<br />
atormenta… mesmo sugerindo, chutando no ar. Até tem<br />
gente que faz disso sua diretriz, ou por precisar esclarecer<br />
certas questões. Mas por qual motivo existe ainda quem<br />
diga que o esvaziamento é ordem? Não seria um grande<br />
intervalo ou apenas época? Qual o motivo de desespero,<br />
reclamações?? Ou não se acostumaram às intempéries<br />
criativas/humanas?? Calma, desacelera… [POR QUE<br />
REPETIR TANTO ISSO???]<br />
Veja, não é tão difícil: quem quiser se superar que o<br />
faça, mesmo se o buscar for algo como dizem – ser –<br />
impossível. Não que já fizeram de tudo, isso NÃO ROLA, É<br />
PAPO FURADO, sempre há mais para se achar, seja dentro<br />
da Música, das Artes; basta botar a cara, não pensar em<br />
rótulos, achar na veia sua mágica. A História está aí para<br />
nos relembrar das façanhas humanas, das coisas que,<br />
inesperadas, agitaram a ordem. O resto, é o tempo que vai<br />
dizer se bom ou ruim. Além disso, reflexionar sobre o que<br />
já foi feito no passado, buscar potencialidades, bem, só<br />
ISSO, já é muita coisa, ênn!<br />
Pois é, vejam a Música, já existiu muito mais<br />
sentimento na Música Popular… já tivemos muito mais
instrumentais trabalhados, já existiu um monte de coisas<br />
que a ânsia de aparecer e ganhar dinheiro não tenha<br />
consumido… Temo insistir: tecnologia devia ser recurso,<br />
não a mão do músico… sem crucificar ninguém, apenas<br />
alertando como um pai aos filhos.<br />
É fácil, basta dar uma olhadinha para trás! Essa galera<br />
de antigamente não se punha obstáculos… E eles não<br />
tinham 5% dos recursos tecnológicos que dispomos nas<br />
últimas décadas; então, a questão seria saber usar? Ou algo<br />
como um deslumbramento, um tontear de possibilidades?<br />
Há de se levar em conta a especialização – os filósofos<br />
que o digam! O aprofundamento nas disciplinas, a<br />
concentração no que realiza, a pegada.<br />
Sabemos que o Mundo, o próprio Universo, move-se<br />
cada vez mais rápido e enlaçando tanto o mais possível do<br />
que nossos sentidos possam absorver; e mais: nota-se o<br />
impacto de um planeta cada vez mais populoso (e<br />
conclusivo); mas isso é bom, pois diversifica, nos dá mais<br />
opções de escolha.<br />
Nunca a Humanidade teve tantas armas. Como usar<br />
tudo isso? Tentando, apenas; não há o que esperar de uma<br />
tal salvação.<br />
Assim, entre nas formas artísticas, aperceba… como<br />
uma criança ao primeiro contato. Quem sabe quantas<br />
novas verdades serão facilitadas! De resto, é falação.
Uma Era do Apocalipse*<br />
(13/09/2012)<br />
Provável que não curiosamente, mas a editora Panini<br />
neste ano fatídico (2012) está a relançar a grande saga dos<br />
X-men, aquela que existiu e não; a época que veio para<br />
deixar a todos confusos e esperançosos, revirou a<br />
concepção de tempo e espaço, ofereceu um novo parecer<br />
dentro das premissas “Se, se ou se!”<br />
Tudo ia bem, até que tudo o que sabemos que existe<br />
começou a se cristalizar… indo geral para o saco! Justo em<br />
horas oportunas, no meio de um monte de decisões e<br />
planos, tudo vira cristal M’Kraan! Então, logo após nos<br />
deparamos com um cenário bem mudado, e o que não era<br />
para ser aconteceu – e se fosse também na vida real?<br />
Aposto que muitos não saberiam lidar.<br />
Nomes, caras, atitudes, novos personagens e alianças<br />
em uma grande viagem no tempo e por uma realidade<br />
“alternativa”.<br />
Isso porque o professor Xavier fora assassinado pelo<br />
próprio filho, Legião, deixando assim de realizar as obras<br />
de sua vida. Então, futuramente, o mutante-sáurio<br />
conhecido por Apocalipse toma à força o planeta e vira<br />
tudo uma zorra radioativa com Magneto e cia tentando<br />
dosar a loucura toda. Não há paz, só guerra, miséria,<br />
escravos e um monte de humanos e mutantes<br />
desesperados. Vejam como uma pessoa só é responsável
por moldar tantas atitudes… A mágica é real, sabemos que<br />
as coisas se ligam.<br />
Todos os heróis da Marvel caídos (ou apenas os que<br />
restaram dos grandes expurgos) juntos, de cabeça para<br />
baixo e com as feições nem um pouco parecidas com as que<br />
você está acostumado. Bem, acho que podem imaginar a<br />
brabeza deste mundo pós-apocalíptico na real.<br />
Esta é a genial Era do Apocalipse, uma obscura ficção<br />
dentro de ficção com um visual espetacular.
Linguagem nada palpável*<br />
(15/08/2012)<br />
Brincando, um amigo falou que poderíamos supor ser<br />
dividido o contexto global antes e depois da Rede Mundial<br />
de Computadores (tipo AI/DI, que tal, Salvador!?) O que<br />
temos de fato é a certeza de que a Internet realmente<br />
integrou e reformulou o mundo. De tudo alguém pode<br />
saber através desta – nem você lembra mais como era<br />
antes, não é!?<br />
Agora existe uma Vida Moderna, em sua infinita gama<br />
de informações fáceis para qualquer pessoa que a acesse de<br />
qualquer parte do mundo – e quem não ai do teu lado<br />
zapeando?<br />
Curiosamente, e para nosso alívio, fora criada com<br />
objetivos militares, mas destes já se distanciou faz tempo –<br />
nem tanto assim, mas se medirmos a via eletronicamente,<br />
parecem séculos!<br />
Está a ferramenta, e ela é usada indiscriminadamente.<br />
Há quem diga que ainda, pois esse “sucesso” fere questões e<br />
mais questões de pessoas e órgão e afins. Um monte de<br />
conversas! Ainda mais porque SOMENTE cresceu em<br />
pródigo ritmo acelerado – temos possibilidades infinitas<br />
ali? Não são todos que curtem! E, sim, de fato existem riscos<br />
para os ainda inocentes de milícias. Talvez isso seja a graça
da coisa. Mas proibir, restringir as doses de Internet…<br />
Como?<br />
Diversão, socializar, se distrair no trabalho…<br />
democratizar integração de capacidades, e até mesmo,<br />
comercializar; de tudo algo! Não adianta listar já que a<br />
imaginação nossa de cada dia não têm limites e está<br />
nitidamente em relação de (inter?)dependência – como<br />
certo amálgama de anseios e comodidades no esquema<br />
delivery.<br />
Há de se supor que tamanha interação entre indivíduos<br />
e seus computadores gerasse certa simbiose. As pessoas se<br />
prendem, é normal; igual a viciarem-se! Imagine isso<br />
multiplicado por zilhões de computadores interligados, um<br />
verdadeiro conglomerado, uma grande teia em escala<br />
mundial. Navegar por apenas alguns cliques. São muitos os<br />
caminhos. A Internet faz parte desta Era. Extinguiram-se<br />
as fronteiras geográficas de todas as formas, mas, pegos de<br />
jeito pelas máquinas, não há volta; quer a Internet ser até<br />
interplanetária!!<br />
Em certo sentido algo, outros em outros…<br />
Esta que é uma das maiores expressões de Liberdade –<br />
mesmo assim, pode salvar ou aniquilar existências; desde<br />
apertar o botão da bomba atômica da nossa ignorância até<br />
dar o alerta da salvação dos povos.<br />
Uma das maiores, mais eficazes e abrangentes<br />
realizações da Raça Humana, permitiu sim desmaterializar<br />
nossas obras. Justamente em uma “economia” de poucos<br />
recursos ao planeta todo, em que nos fazem restringir cada
vez mais, ela sobressai. Isto porque lida com o não palpável<br />
(imagem, música, escrita, ação etc), uma nova linguagem,<br />
até quem enfim! A alquimia do papel ao link – que valor é<br />
este tão inestimável! O que antes teríamos em nossas<br />
mãos, existe somente na tela. O que significa isso?<br />
Socialmente, filosoficamente falando, que resultado é esse?<br />
A pergunta segue, e até este reles autor também gostaria<br />
de ter algumas respostas. Qual o futuro para este contexto<br />
criado? E o que acontecerá se, por um mero acaso, do nada<br />
ou não, sejamos suprimidos de Internet? Devo lembrá-los<br />
de que esta hipótese, ainda que estúpida, poderia mesmo<br />
ser medida tento chances iguais de ocorrer. Acaso nunca<br />
ouviram falar da máxima do que vem fácil, vai fácil!?<br />
Uma vida geral de gentes interconectadas, atendendo,<br />
existindo online, superdependentes. É necessária certa<br />
educação à distância para se dominar melhor este novo<br />
saber.<br />
O sábio Voltaire, em sua Metafísica, nos revela que<br />
“tão logo a necessidade agrupou alguns homens, os mais<br />
hábeis perceberam que todos haviam nascido com um<br />
orgulho indomável e também com uma tendência<br />
invencível para o bem-estar”. É fácil sacar um verdadeiro<br />
campo de ideias moldáveis pela exploração livre da<br />
imaginação, da voz aos “pobres”, mais “acesso” a quem<br />
possa.<br />
Metafísica, mas que é isso, gente? Caminham juntas?<br />
Quem sabe.
Outra coisa interessante é que a Internet substituiu e<br />
aniquilou a televisão como formato; sim, claro que é, ou<br />
você é ingênuo de pensar o contrário? O que não se acha<br />
na rede? Quem precisa esperar pelas notícias consertadas<br />
da TV? Pois é.<br />
Sendo a Internet interativa – e não estática como a<br />
Televisão, o Cinema ou o Jornal –, pôs tudo mundo na roda,<br />
se me permitem a analogia!<br />
Assim também o poder de publicação disparou, ao que<br />
caiu a qualidade. É previsível, e por vezes ridículo!<br />
Sabemos que não há filtros além do bom senso – quando é<br />
pensado, né. Falta “Tato”, falta especialização, falta um<br />
bom rol de valores – bem, são sequelas da vida atribulada,<br />
dos atos dos filhos dos pais sem tempo, enfurnados<br />
diariamente sem ver a luz do dia nos escritórios por aí…<br />
Partobagens. Um elefante engraçadinho que virou a<br />
besta da ignorância, uma cria cibernética do mais tonto,<br />
melhor. Proponho ser analisado o termo partobagem (ser<br />
um “Partoba”; fazer uma “partobagem”), saindo de sua<br />
origem cômica dos desenhos de “Mundo Canibal e Cia.” e<br />
passando pelo apelo viral da palhaçada, essa que nos<br />
atinge pelo riso e idiotização da própria magnificência.<br />
A Partobagem é o mal das sociedades, é rindo muito<br />
que se esquece, é na tosqueira e besteirol que perde o foco.<br />
Que fuga, que medo de olhar nos olhos, suar, amar… tanta<br />
gente longe mas unida pelas postagens… Um poço de<br />
loucura; tudo mundo extravasa (o que no mundo real<br />
repudia?). A Internet traspassou apenas o que da mão do
homem fora digitalizado. Há um abismo entre os seres, e<br />
uma integração nas redes. A informação é sim uma arma,<br />
das mais letais… presta atenção!<br />
Ainda que atinja até o “sistema” do hospital que te<br />
acode na enfermidade, ou desde simples usuários de redes<br />
sociais até aos mais ratos, as tribos e subculturas – que são<br />
sim os moldes para o futuro… – tudo junto doido<br />
misturado se ocupando algum tempo. Por que não<br />
preocupar-se com questões mais construtivas? Cada um<br />
de nós deve ter uma para si, ou pela comunidade em um<br />
todo. “O advento da Internet” é uma das nossas maiores<br />
tacadas (ao tal do bem-estar!)… reflexo do que é e como se<br />
aplica alta tecnologia ao dia a dia. Desvelada em seus erros<br />
e acertos, exibindo a população do jeito que é – a evolução<br />
que está. E aí?
Os Novos Artistas*<br />
(09/08/2012)<br />
Que seja visando mais gás ou o inesperado; que seja<br />
pela ousadia, pelas possíveis desmistificações e tais<br />
conclusões, caminhos. Pedimos mais! Até que se possa<br />
peneirar, tirar o suprassumo.<br />
Mais sons, imagens, formas, estilos, expressões<br />
distintas… Histórias, versões, entalhes, possíveis<br />
questionamentos… a consciência universalizada agradece.<br />
Não pretensiosa, atenta a enxergar o que se apresenta<br />
no momento em que estamos, a agraciar o presente e sua<br />
problemática – não apenas por momentos de “pura<br />
diversão”, mas por uma medida extra aos pensamentos.<br />
Estática, a Arte não tem penetração – um não ao<br />
adorno de paredes! Sim, indo além disso, talvez seja<br />
(outro) o papel do artista o de elucidar, não apenas<br />
resolver – até porque, cada um sabe do seu e de suas<br />
questões.<br />
Pensando no distanciamento que é a comercialização<br />
da Arte, sugerimos “deixar rolar”, não impor limites nem<br />
concepções prévias, esperar que a Obra se baste – e que as<br />
opiniões variem, que cada qual seja atingido de certa<br />
forma, gerando um todo de compreensão do que seja.<br />
Notem: as criações são para o mundo, pelo que der e vier.
Assim, para a “inquietude humana” não há remédio;<br />
perceba devagar, “deixe estar”.<br />
Toda discussão é boa e necessária; a partir disso, um<br />
rol de opções se desvela e ter que relembrar serve só de<br />
motivo para festejar. Novos conceitos se apresentam aos<br />
nossos sentidos. Desacelere!!!! Deixe sua vida mais bela,<br />
leve e harmoniosa – não quer um copinho d'água? Só<br />
temos a ganhar! Porque a Ignorância, a Cegueira, estes são<br />
males depressivos e desnecessários – vide o que foi<br />
aprendido ao longo das eras da Humanidade – vide os já<br />
tão atacados “Preconceitos”.<br />
Não se resumindo este artigo à mera Ode, por<br />
gentileza, que seja um farol iluminando várias opções.<br />
Desfrutem, vivam!
La Vallée, Uma exaustão rumo ao essencial*<br />
(02/08/2012)<br />
La Vallée (ou “A Colina Sagrada”, 1972) é uma busca,<br />
uma exploração, um achado. Mostra as transformações nas<br />
vidas de (apenas algumas) pessoas que (felizmente)<br />
buscam uma liberdade real. Citando o popular jogar tudo<br />
pro alto, não há limites nessa aventura por uma existência<br />
mais decente, próxima à Natureza e ancorada em um<br />
“Paraíso” com seu percorrer via exaustão. Cheio de<br />
amores, experiências e revelações; leve e bucólico, este<br />
filme faz imaginar como seria se realmente chegassem ao<br />
“Paraíso” na Terra. E se fosse mesmo? E se acontecesse? E<br />
se desse certo? E se tudo antes fora tanta futilidade?<br />
“Civilização” (no sentido urbanístico, talvez) é um borrão<br />
longínquo, esquecido em seus padrões e classificações mil.<br />
Ali sim é esperado um Novo Mundo!!<br />
Um grupo basicamente francês adentra as selvas da<br />
Nova Guiné atrás da comunhão em si, e de um vale perdido<br />
(as manchas brancas “obscurecidas pelas nuvens” dos<br />
mapas.) O grupo conhece então a hospitaleira tribo<br />
Mapuga e começa seu ritual – amplo, em todos os sentidos<br />
que essa palavra pode conter.<br />
Não é uma jornada de exploração em busca de<br />
recursos naturais, por exemplo. É justamente o contrário,<br />
estas pessoas estão no rastro da própria humanidade, atrás<br />
do que há de mais simples e puro na espécie – e nossa<br />
reintegração ao Natural. Querem também a volta ao<br />
Espiritual, da humanidade em si, deixando para trás tudo,
ficam quase de mãos abanando em seu vale. Assim não há<br />
riscos nem mistérios que a vontade não possa superar. Mas<br />
o que farão ali, depois? Que mais precisam abandonar para<br />
se chegar mais perto daquela pureza que tanto sentem<br />
falta?<br />
O vale é um Paraíso? O que é “Paraíso” para você?<br />
Afastar-se dos problemas não é só beber do mosto<br />
alucinógeno, ou aspirar de fumo relaxante; estes são<br />
recursos que nos abrem a mente, mas são por demais<br />
corpóreos. Há de se encontrar a si, a saúde real, o saber e<br />
seu papel neste mundo. É a interação. A intuição! A<br />
recompensa está no resultado em todos.<br />
O estado de graça, ou um estado de natureza, estes só<br />
existem quando isolados. É a realidade, foi-se o tempo de<br />
muita coisa; mas não quer dizer que se extinguiu, que não<br />
pode ser almejado ou apenas vislumbrado. Ou você acha<br />
que esse tipo de elevação está a par e divulgada a toda<br />
hora? Os Mistérios são para os que procuram. <strong>Entre</strong>tanto,<br />
em “La Vallée”, os vícios estão sim por uma vida simples e<br />
despida, mais bela e potencial (tomemos a palavra vício em<br />
um sentido benéfico e em prol da intensidade.)<br />
A película ainda conta uma grande adição, a trilha<br />
sonora é da banda Pink Floyd (mais uma vez, já que o<br />
diretor Barbet Schroeder também havia atuado com a<br />
banda em 1969 no filme anterior, More) O álbum Obscured<br />
by Clouds foi um sucesso tanto criativo quanto de público,<br />
bem no auge do grupo – ouça ainda a tribo Mapuga na<br />
faixa “Absolutely Curtains”!
Não diria que esse é um filme de lições, isso seria<br />
reducionista demais, e ensinar gratuitamente acaba<br />
ficando fastidioso – as situações apenas vão acontecendo.<br />
Há inocência nessa leve produção, que sofre certo<br />
preconceito por ser meio hippie – mas é tão ruim assim<br />
compartilhar a realização? Talvez o vale engendre novas<br />
perspectivas redescobertas simplesmente percorrendo<br />
nosso passado.
(O Gênero Humano!?) Através do Planeta Selvagem*<br />
(30/07/2012)<br />
É velho, arcaico aos padrões de uma Pixar da vida,<br />
mas nem um pouco menos criativo, divertido (e<br />
igualmente perturbador ao abordar a loucura da<br />
sobrevivência); bom para quem ainda não conhece ou tiver<br />
vontade de rever esse filme, vejam, há nesta produção um<br />
grande experimento pela sobrevivência.<br />
No enredo, não se sabe o que houve ou quando, mas a<br />
Humanidade como a conhecemos está acabada;<br />
provavelmente, nem nosso planeta ainda existe! Imagina<br />
nascer em um mundo estranho, sem a mínima noção de<br />
civilidade nem do próprio passado, além de viver e morrer<br />
escravizado… assim, e ainda por cima, ser do tamanho de<br />
uma formiga!?<br />
Mas fique tranquilo, pois existem os seus donos, você<br />
será bem tratado de vez em quando, terá até seu próprio<br />
colar inibidor para não ir para muito longe, e umas<br />
roupinhas de brinquedo – essa é a vida dos brinquedos ou<br />
joguetes! Até porque, de quê adiantaria, já que nem mesmo<br />
consegue formular uma frase inteira, o máximo que sabe é<br />
grunhir. Esse seria você no Planeta Selvagem. Ali não há<br />
muita tranquilidade; reina o medo.<br />
É isso, os papéis se inverteram, até que enfim! Os<br />
mandachuvas do lugar são os gigantes Draags, raça de<br />
seres azuis que vive meditando e que atingiram altos níveis
de conhecimento – e usaram para subjugar outros seres!?<br />
Caramba, hein.<br />
No planeta Ygam, ainda sobrevivem estes<br />
humanoides chamados de Oms, é, as formiguinhas que<br />
nem você! Porém, ou são trabalhadores ou são feitos de<br />
animais de estimação. Você então é parte dos Oms; um Om<br />
é meio que brinquedo… usado. O que acha? Destrói só o<br />
planeta Terra para ver o que dá!<br />
Melhor viver refugiado em colônias de resistência,<br />
entre fugas e outros fugitivos dos Draags. Os Oms morrem<br />
de medo dos Draags, e vivem sofrendo um massacre ou<br />
outro (dito Desomização, que é bem parecida com a limpeza<br />
inseticida que fazem para extirpar “formigueiros” aqui na<br />
Terra.) É uma opressão, que desconsidera tudo o que<br />
representamos e nos pisoteia.<br />
Esta é a realidade desse filme francês de 1973, que<br />
venceu o Festival de Cannes do mesmo ano. Fora baseada<br />
no romance “Oms en Série”, do também francês Stegan<br />
Wui. É pura ficção científica psicodélica, mas serve como<br />
um alerta divertido, uma piada interna das nossas falhas.<br />
Que loucura fizemos para chegar a esse ponto?<br />
Com direção e roteiro de René Laloux, inusitada trilha<br />
sonora de Alain Goraguer, a animação é surrealista e roots<br />
ao extremo. “O Planeta Selvagem” é uma visão da revolta e<br />
revolução possíveis em um futuro indesejado.<br />
O protagonista se chama Terr, sempre viveu entre os<br />
Draags, recebeu educação e tudo… mas tem aquela pulga<br />
atrás da orelha. E assim como que em um golpe de sorte
consegue ter acesso a um tipo fone de ouvido Draag que é<br />
uma escola inteira (banco de dados?) Este dispositivo abre<br />
a mente de Terr, que percebe ser a Existência mais que<br />
mera superstição: descobre o Conhecimento!!! Trocadilhos,<br />
metáforas, vale a pena prestar atenção, ênn! – e uma<br />
olhada extra aos rituais de acasalamento das duas espécies.<br />
Na verdade, o tal “Planeta Selvagem” é um satélite do<br />
planeta Ygam, para o qual viaja a consciência dos Draags<br />
durante uma meditação que lhes é vital – o autor não vai<br />
entrar em detalhes para que possam visualizar vocês<br />
mesmos toda a transformação que ocorre. Mas Terr sabe<br />
que ali está a chave de todos os enigmas – ou como<br />
derrubar os Draags! As tribos humanas se unem para<br />
chegar lá e depor os alienígenas. Será possível alguma<br />
reconciliação entre as partes envolvidas?<br />
Flora e fauna alienígena doida, bizarra, mas que<br />
interage com os habitantes. Cultura sem precedentes.<br />
Outros padrões. Isso faz pensar.
“Reconhecimento de Padrões” – Sim ou Não*<br />
(18/07/2012)<br />
Antes de tudo, preciso esclarecer, eu ganhei esse livro<br />
na época em que colaborei para o Ambrosia, não foi uma<br />
escolha daquelas quando você tem em mãos dois<br />
exemplares e tem que decidir qual levar. Se tivesse de um<br />
lado “Reconhecimento de Padrões” e o “Universo e Vida”<br />
(Hernani Sant'Anna), eu teria preferido o da VIDA! Mas<br />
voltando, esse Reconhecimento de Padrões trata de muita<br />
coisa, talvez sendo um exemplo exacerbado do complexo<br />
“multi” e velocidade impressas nestes últimos tempos;<br />
claro que isso tudo tem um preço, uns certos preços!<br />
Uma cria da atualidade e do ritmo enlouquecidoglobalizado<br />
ianque, esta obra é infestada de jogos de poder<br />
com a rivalidade ativa em tudo.<br />
Escrito por William Gibson, com ano da publicação<br />
em 2003 e tradução de Fábio Fernandes pela editora Aleph,<br />
O livro é um espelho das tendências para o ‘universo pop’<br />
do século XXI. Seu autor fala através de um tal gênero<br />
Cyberpunk – que é isso? Na narrativa vemos novas<br />
profissões e atribuições, como a da personagem principal,<br />
que é “coolhunter”, ou uma caçadora de tendências, algo<br />
como isso.<br />
De linguagem atual, igualmente fluida e bem<br />
desenrolada, há muitos spams na obra; muito conteúdo<br />
descartável. Digamos que a narrativa abusa de uma<br />
verborragia que acaba por inundar o leitor
demasiadamente. Talvez se fosse sutil e enxuta ficasse<br />
mais divertida. Mesmo assim, a todo tempo catapulta o<br />
leitor através de uma citação seguida de analogia,<br />
referência. “Aqui, você precisa manter os olhos abertos e<br />
prestar atenção.”<br />
Se, a título de curiosidade, ajudar… leia o livro<br />
conectado à rede de computadores, com suas páginas<br />
abertas em qualquer buscador que seja, e caia na gandaia<br />
da pesquisa de termos e nomes.<br />
As ostentações são multinacionais. Os termos<br />
‘importação’ e ‘exportação’ são a base do dia a dia das<br />
personagens. Agir com rapidez é legal, ao que usam de<br />
tudo um pouco de cada país. E não faltou nem citar o<br />
famigerado Google. Também pudera, aliado a tantos<br />
termos de uso exclusivo (ou não!) da Internet… haja<br />
memória. Mas tomemos como exercício.<br />
Os endinheirados e pedantes se identificação<br />
prontamente com esse estilo de vida… Ao que parece,<br />
todos vivem em uma atmosfera distinta (e porque não<br />
distante) da maior parte do globo – entre viagens, salas de<br />
reunião e goles de água Perrier.<br />
“Profissional Urbano” seria o termo perfeito para<br />
Cayce Pollard, a protagonista meio agitadinha da história.<br />
Ela, dona de sensibilidades peculiares, é também uma<br />
freelancer, (…) radicalmente de curto período, sem<br />
qualquer competência empresarial. Seu pai desaparecera<br />
nos ataques de 11 de Setembro nos EUA.
“Homo Sapiens é reconhecimento de padrões (…) O<br />
que é ao mesmo tempo um dom e uma armadilha”, diz<br />
Parkaboy, seu amigo. E ainda que a Srta. Cayce seja<br />
alérgica a marcas registradas, bem, o uso é recorrente pelo<br />
autor, inquietando sua personagem.<br />
URL; Site; fragmentos de um intrigante filme, um Fórum de<br />
debates denominado Fetiche; Filme; Forum (F;F;F)<br />
Filme = jogada de marketing? Filme = seguidores fiéis<br />
Um Mundo-espelho (O que é? Bem, só o leitor atento poderá<br />
decifrar!)<br />
E que ligação há entre a empresa Blue Ant e todo esse<br />
rolo não sei que de filme? Caice trabalha a protagonista?<br />
Empresas têm muitos rolos.<br />
“Não temos futuro porque nosso presente é volátil<br />
demais.” (palavras de Huberus Bigent, o desconfiado chefe<br />
dela!) Esse tal de Bigend faz a proposta para Caice<br />
investigar o autor de tal filme misterioso. E isso<br />
seguramente perturba a ordem de alguém no outro lado.<br />
Aí a trama se desenvolve. No mais, deixo vocês com as<br />
apostas. Desfrutem! (Ou fiquem cansados, vocês que<br />
sabem.)
Sem “rockenrolar” muito…*<br />
(13/07/2012)<br />
(Ao dia do Rock!)<br />
Toda transgressão deve ser pesada com sabedoria;<br />
todas geram algum baque, ou fator, atingindo de forma<br />
positiva ou não os expectadores. Mesmo assim, a<br />
extrapolação de limites sempre deu em coisas grandes; no<br />
geral, boas ideias – dessas que nos nutrimos por muito<br />
tempo.<br />
São as chamadas transformações. A própria Música<br />
Popular em geral não foi a mesma após o surgimento do<br />
Rock!! Desde a formação de acordes, ou introdução de<br />
elementos como a guitarra elétrica, pedais de efeitos etc; a<br />
própria camaleônica roupagem do dito Pop nada mais é do<br />
que uma simplificação comercial do bom e velho Rock –<br />
que sucedera algo de Música Clássica em muitos aspectos.<br />
Talvez daí tenha vindo tanto preconceito com os<br />
“roqueiros”; há sempre uma ponta de inveja, né… Mesmo<br />
que as chances de êxito sejam iguais para todos… Neste<br />
mundo em que as pessoas já não se assustam muito, o que<br />
vale é a postura!<br />
Se antes diriam que a relação dos artistas com a idade<br />
era empecilho, agora nem isso é desculpa! Quem quiser,<br />
que se afunde no campo sonoro até o fim dos dias… Mas, se<br />
serve de alerta: que não venham os benefícios financeiros<br />
apenas como metas antes da primazia sonora; que suas
mãos sejam instrumentos de novos álbuns, ou obras que<br />
passem à História devido à sua relevância – sendo espelho<br />
de boas feituras.<br />
Não padronizando, porque a partir disso aparecem as<br />
limitações; precisa acreditar-se mais, mostrar sua força,<br />
valor; use essas potencialidades, vamos, acredite!<br />
E que medinho é esse? E estilinhos??? Rock sempre<br />
foi sinônimo de fazer o que quiser, e daí? Não olha para<br />
trás, nem dê bola!!!<br />
Neste dia de comemorações, peço atenção… “louvor”<br />
aos astros… : ) E MUITO SOM ALTO!!!!!!!!!!!
Três ou mais “Sonhos Roubados”*<br />
(10/07/2012)<br />
Ao som do batidão eu reveria muitas delas, tantas<br />
vezes perdidas em desilusões ou reduzidas em suas faltas<br />
de possibilidades; elas meninas do Brasil, o reflexo dessa<br />
pluralidade desmedida à pele morena. Mas neste filme, o<br />
“Sonhos Roubados” (2009), suas luzes são mostradas, e a<br />
força de sua alegria, à prova. Aqui não há depressão, há<br />
vontade de ser. Energia!<br />
Baseado no livro da jornalista Eliane Trindade, “As<br />
Meninas da Esquina – Diário dos Sonhos, Dores e<br />
Aventuras de Seis Adolescentes no Brasil”, e dirigido por<br />
Sandra Werneck, o premiado filme vai pelas confidências.<br />
Jéssica (Nanda Costa), Daiane (Amanda Diniz) e<br />
Sabrina (Kika Farias), lindas adolescentes e o que o mundo<br />
ao redor lhes dá de atrativos. Movidas por desejos<br />
consumistas que elas mesmas não compreendem, fazem de<br />
tudo por um belo e perecível MP3 da modinha… Mas a falta<br />
de grana é uma realidade, a constante inconstância. E por<br />
isso volta e meia se prostituem – mesmo que esta seja mais<br />
como uma relação de trocas, tem muita gente que se afeta<br />
à vera com isso…<br />
São garotas que frequentam uma escola pública<br />
totalmente falida (ainda vestindo uniforme!) Suas famílias<br />
ausentes lhes regalaram as ruas como referências; mesmo<br />
assim, há certa inocência ao encarar tudo isso e dar uma
oa risada, não como se não ligasse, mas caso visse com<br />
certa altivez.<br />
Jéssica vai à cela do rapper MV Bill, caracterizado<br />
como ator, e discutem sobre a filhinha dela; Daiane sofre<br />
abusos do tio de criação e vai se refugiar na indiferença do<br />
pai biológico; Sabrina se envolve em uma relação de trocas<br />
com um traficante local e se vê desamparada ao revelar<br />
que será mãe de um filho do bandido.<br />
Dignidade é apenas viver; naturalmente; um conceito<br />
muito distante do seu sentido burguês tão atribuído nessa<br />
sociedade de consumo (e de valores pudicos); talvez<br />
mostrada apenas com carinho, dignidade humana menos<br />
deturpada.<br />
Sem preconceitos, em uma visão mais sensível do<br />
difícil cotidiano no cartão-postal xerocado chamado Rio de<br />
Janeiro; difícil existir, é dose seguir. Mas deve, não há<br />
outra saída que não mover-se. Que dirão as mães solteiras<br />
em todas as comunidades cariocas? Que dirão os rostinhos<br />
esquecidos que se igualaram na tela através do filme? A<br />
pobreza e faltas (recursos, atenção) rondam.<br />
Fora dessa onda de novelas meio que retratando a<br />
baixa renda, mais fiel e poético, Sonhos Roubados nos leva<br />
através dos bailes Funk, da praia, a matar aulas (já que o<br />
professor não veio de novo mesmo…) e pela pura vontade<br />
de ser menina, e de flertar também, claro. Corpo e mente<br />
agradecem!!<br />
Espíritos livres, cheias de curiosidades; porque não<br />
tem hora para falar o que se acha que deve!
Os atuais Secos & Molhados*<br />
(02/07/2012)<br />
Eis um grande exemplo de uma banda que pode<br />
sempre ser relembrada, dessas que não perdem a força<br />
mesmo com o tempo; e o próprio (e relativo) Tempo é seu<br />
aliado, confidente. Secos & Molhados é atemporal. Sua<br />
mensagem continua, esta coragem ainda espanta, tamanha<br />
a clareza. É como dizem: persiste aquilo que tem conteúdo.<br />
Tanto o cunho político-social das temáticas de suas<br />
letras, ainda que desatualizado para certos padrões<br />
inventados, mesmo assim a poética e a intenção nas letras<br />
da banda mostram meio que uma... loucura fantasiada.<br />
Tanta expressão corporal, aliada à força de melodias<br />
diretas mas que enganam os ouvidos pouco treinados: é<br />
música erudita, no sentido de experimentação, técnica, ou<br />
brasilidade, rock progressivo em poucos minutos. Já<br />
ouviram essas?<br />
PRIMAVERA NOS DENTES<br />
(João Ricardo/João Apolinário)<br />
QUEM TEM CONSCIÊNCIA PARA TER CORAGEM<br />
QUEM TEM A FORÇA DE SABER QUE EXISTE<br />
E NO CENTRO DA PRÓPRIA ENGRENAGEM<br />
INVENTA A CONTRA-MOLA QUE RESISTE
QUEM NÃO VACILA MESMO DERROTADO<br />
QUEM JÁ PERDIDO NUNCA DESESPERA<br />
E ENVOLTO EM TEMPESTADE DECEPADO<br />
ENTRE OS DENTES SEGURA A PRIMAVERA<br />
O PATRÃO NOSSO DE CADA DIA<br />
(João Ricardo)<br />
EU QUERO O AMOR<br />
DA FLOR DE CACTUS<br />
ELA NÃO QUIS<br />
EU DEI-LHE A FLOR<br />
DE MINHA VIDA<br />
VIVO AGITADO<br />
EU JÁ NÃO SEI SE SEI<br />
DE TUDO OU QUASE TUDO<br />
EU SÓ SEI DE MIM<br />
DE NÓS<br />
DE TODO O MUNDO<br />
EU VIVO PRESO<br />
A SUA SENHA<br />
SOU ENGANADO<br />
EU SOLTO O AR<br />
NO FIM DO DIA<br />
PERDI A VIDA
EU JÁ NÃO SEI SE SEI<br />
DE NADA OU QUASE NADA<br />
EU SÓ SEI DE MIM<br />
SÓ SEI DE MIM<br />
SÓ SEI DE MIM<br />
O PATRÃO NOSSO<br />
DE CADA DIA<br />
DIA APÓS DIA<br />
Irreverência, sarcasmo, originalidade… É um tapa na<br />
cara. Será que na época que apareceram o efeito seria o<br />
mesmo caso fosse hoje em dia? Nem é preciso escrever<br />
mais, basta “meia hora de audição” (uma média, já que os<br />
discos são rapidinhos!) para ter uma noção do que se fala.<br />
Na letra abaixo peço que pensem se somos nós brasileiros,<br />
se somos ou não ainda parte do “Terceiro Mundo”...<br />
TERCER MUNDO<br />
(João Ricardo/Júlio Cortazar)<br />
AHÍ NO LEJOS<br />
LAS ANGUILAS LATEN<br />
SU IMENSO PULSO<br />
SU PLANETÁRIO GIRO<br />
TODO ESPERA EL INGRESO<br />
EN UNA DANZA<br />
QUE NINGUNA IZADORA DANZÓ
NUNCA DE ESTE LADO DEL MUNDO<br />
TERCER MUNDO GLOBAL<br />
DEL HOMBRE SIN ORILLAS<br />
CHAPOTEADOR DE HISTÓRIA<br />
VISPERA DE SI MISMO<br />
“DIGA QUE EU NÃO SEI DE NADA…<br />
NEM POSSO SABER”
Mestre Ennio Morricone, aquele que embelezou o Som*<br />
(04/06/2012)<br />
Compositor de Teatro, Rádio, Televisão e Cinema, o<br />
arranjador e maestro italiano da Música Culta/Popular,<br />
Clássica/Contemporânea, Ennio Morricone pode ser<br />
considerado um símbolo e uma fonte musical. Sua ficha é<br />
longa e heterogênea.<br />
Pessoa de uma vida sem estardalhaços, muito<br />
atrelado ao seu país de origem, a Itália, ele que nos entrega<br />
uma obra que se basta, que se lança além da criação; são<br />
músicas que ficaram na memória geral muitas vezes, que<br />
submetidas a uma simples audição são facilmente<br />
reconhecíveis – se você for ver um filme de faroeste pode<br />
ter uma melhor noção.<br />
Dito “Mago das trilhas sonoras”, sua produção não se<br />
limita, se expande-se! Com mais de 400 filmes e programas<br />
de televisão, além de ter dirigido diversas orquestras em<br />
todo o mundo, ele ainda hoje realiza concertos (Ennio está<br />
com mais de 80 anos!) Teve colaboração em diversas<br />
produções de grandes diretores como Sergio Leone, Pier<br />
Paolo Pasolini, Bernardo Bertolucci, Brian de Palma,<br />
Giuseppe Tornatore ou inclusive Pedro Almodóvar (em<br />
¡Átame!)<br />
Só para citar uma breve lista de filmes, tem-se: Era<br />
uma Vez no Oeste, Os Intocáveis, Cinema Paradiso, Lolita,<br />
Malèna, Bastardos Inglórios etc e etc… e lá vai mais (até o<br />
fechamento deste artigo, pode que haja mais coisa)
Conta também com um Oscar honorífico (tardio, e<br />
que pouco lhe acrescentou) da Academia de Hollywood<br />
como homenagem a sua “dilatada carreira”, em 2007.<br />
No campo discográfico, recebeu 27 Discos de Ouro, 7<br />
Discos de Platina, e lá vai mais… êta caramba! A trilha<br />
sonora do filme Três Homens em Conflito foi incluída no<br />
Grammy Hall of Fame de 2009.<br />
Claro, são diversos os prêmios, é tanta coisa que nem<br />
dá para compilar aqui! Para os curiosos, há uma lista no<br />
site oficial dele (www.enniomorricone.org)<br />
Uma boa trilha sonora dá ênfase à emoção que o filme<br />
quer retratar, nos marca as sensações.<br />
São composições belas as de Ennio, que até uma<br />
criança tem facilidade para apreciar, ao mesmo tempo em<br />
que são eruditas, arranjadas com cuidado, respeitando e<br />
interagindo com a mídia em questão. É o puro exemplo de<br />
sua genialidade, a difusão. Como flerta com diversos<br />
estilos, é plural. Não há rótulos, preconcepções.<br />
Morricone igualmente inspirou muitas bandas de<br />
Rock, que até tomaram certas faixas emprestas.<br />
Atualmente, temos o grupo The Mars Volta (com temas de<br />
Por um punhado de dólares). E esse é só um mero exemplo,<br />
uma ponta de iceberg do tamanho das colaborações,<br />
participações e homenagens feitas ao maestro.
Que venham os discípulos, que sigam seu modelo de<br />
persistência, dignidade pela Arte; que se produzam mais<br />
obras, que a influência seja benéfica e para a ampliação do<br />
gênero musical.
Retrô ou Retraso?*<br />
(23/05/2012)<br />
Essa discussão parece batida, e deve ser mesmo. Mas que<br />
atire a primeira pedra quem não é ou será de certa forma<br />
atingido!<br />
Não seria o saudosismo um sintoma? Ou uma<br />
síndrome de algo relacionado às tais faltas de criatividade?<br />
Ou que a inspiração (sempre re- e reutilizada; vide a<br />
máxima de Lavoisier, onde que “na natureza, nada se cria,<br />
nada se perde, tudo se transforma“); bem, a inspiração foi<br />
pega pelos termos, termos como... retrofilia?<br />
O que se vê pelas ruas é uma tal superexposição do<br />
passado como mera estética – glorioso ou não, quem<br />
decide é o interlocutor. Será que o bom gosto, a classe, ou a<br />
elegância passam apenas por conceitos batidos?<br />
Tendências, hábitos, iconografias, ou moda, tomados<br />
muitas vezes por certa ironia, ora pincelada pelos já<br />
conhecidos aculturamentos. Mas o problema é global, ou<br />
“coisa de brasileiro”?<br />
Temo alertá-los de que, quando tratada como<br />
“produto”, o que se chama Cultura treme em seus alicerces.<br />
E inclusive a desmitologização dos “clássicos” deve ser<br />
manejada com tato para não cair na toca da farofada –<br />
notem que precisamos abranger diversas áreas da<br />
sociedade quando discutirmos “costumes”.
Seria o “novo velho” um empecilho às novas artes?<br />
Ou um mambembe equívoco??<br />
Não que o objetivo deste artigo seja criticar sem dó<br />
nem piedade; o autor prefere que seja tomado mais como<br />
um puxão de orelha, uma dica – nada de extremismos, por<br />
favor!! Sabemos que o “inventismo” do ser humano não<br />
tem limites… Bem, que fiquem os questionamentos… : )<br />
Mas eu que não me vestiria de escritor se realmente não<br />
fosse um (Risos) Aguentem a brincadeira!
Encontro com Rama, de Arthur C. Clarke*<br />
(02/02/2012)<br />
Desejando que novas catástrofes com meteoritos NÃO<br />
atormentem mais, líderes da Terra e dos outros planetas e<br />
satélites povoados da Via Láctea começam o projeto<br />
SPACEGUARD. Através deste, detectam a presença de<br />
Rama, “astro de proporções inimagináveis” – Atentem que<br />
o Ser Humano apenas reuniu-se por instinto, e não por real<br />
solidariedade. E que passou com nossa raça nesse meio<br />
tempo? Mudanças na sociedade? Provavelmente… pois se<br />
opera a catástrofe há movimento.<br />
Somamos a isso os embates de sentimentos de<br />
autopreservação e diplomacia ao lidar com a magnitude e<br />
potência destruidora que poderia(!?) ser Rama. “Era<br />
centenas de vezes mais velho que qualquer estrutura que<br />
sobrevivera na Terra”; “É um navio abandonado”<br />
somente?<br />
Início de uma série de quatro livros, o premiado<br />
Encontro com Rama (Editora Aleph, 2011) narra este<br />
cativante episódio da História do Cosmo, uma incursão<br />
sem referências. Estamos tratando de um grande choque<br />
entre culturas! Sabe-se que curiosidade e o medo são uma<br />
combinação perigosa, mesmo que instigante. E sim,<br />
respondendo à velha pergunta: “Não estamos sozinhos.”<br />
“As estrelas nunca mais serão as mesmas para nós”,<br />
diriam.<br />
Sem tanto auxílio de artefatos eletrônicos<br />
miraculosos, este é um título mais mental. Uma proposta
cabível a desse livro, se forem analisar o contexto em que<br />
se passa. Notem, caros leitores, que o autor (e inventor!)<br />
britânico Arthur C. Clarke fora nascido no longínquo ano<br />
de 1917… e publicou a presente obra em 1973. É de se<br />
admirar a genialidade e visão deste homem!<br />
Há na narrativa diversas analogias aos primeiros<br />
descobridores – o próprio capitão Norton, da nave<br />
Endeavour, que vai interceptar Rama, é fã de carteirinha do<br />
Capitão James Cook – o carinha do Turismo? Temos<br />
também a questão de uma ótica capitalista (ainda no ano<br />
de 2130 e lá-vai-algo…), e certa nomeação de corpos<br />
celestes em tom meio de escárnio, já que na época lhes<br />
faltava alternativas de nomes mitológicos.<br />
Rama tem “uma simetria e um padrão geral”<br />
complexos demais para a mente humana. E mesmo<br />
espaçonautas treinados passam pela exaustão e dramas no<br />
desconhecido, a lutar contra a fadiga de percorrer a<br />
gigantesca interrogação que é Rama e sua exploração.<br />
Em estado de constante transformação, mostra-se<br />
verdadeiro desafio à lógica, repleto dos mais variados<br />
conflito de possibilidades e reviravoltas. Uma obra<br />
criativa, sem dúvida, coisa difícil nos dias de hoje… com<br />
todas essas variações de alguns originais.<br />
Ainda outro detalhe que seria tão mais surpreendente<br />
do que achar água nesse território inóspito?? E isso é só o<br />
começo… os mistérios sem fim são expressões; a boa<br />
leitura agradece, é isso aí! (Ah, alguém já se lembrou de
quem foi o verdadeiro Rama? Busquem nos Mistérios,<br />
busquem na Iniciação)
A Música resiste!*<br />
(04/05/2012)<br />
Preciso me revisar, pois cometi um erro anos atrás, ao<br />
escrever um artigo enervado contra a nossa tão cara<br />
Música (a versão a que me refiro está também incluída no<br />
final desta coletânea.)<br />
Música no geral, vamos comentar. Eu disse que “Ela”<br />
deveria parar. Errei feio. Talvez nos meios, ou<br />
instrumentos.<br />
Gostaria de deixar bem claro o meu arrependimento<br />
pelas tais palavras que edifiquei. Confesso que fui<br />
precipitado, que não medi soluções além do desespero e da<br />
reclamação. E que bom o Tempo ser juiz dos nossos atos!<br />
Já ouvi dizer que não existe povo sem música, que<br />
não há ser humano sem afeição ou sensibilidade a Ela; que<br />
sempre há de se afetar de alguma forma.<br />
Primeiramente, aquém de <strong>outras</strong> esferas ou atuações,<br />
Música sempre foi uma arte, um afago – ainda que<br />
difundida sob várias óticas, inclusive a mais repressora de<br />
todas, a comercial. Mesmo assim, é uma manifestação de<br />
alegria, agitação, caminhando junto às linguagens<br />
corporais.<br />
Não importa o criador, sob qual performance for<br />
executada, ou seus significados; isso são detalhes. O efeito<br />
sim é relevante. O que nos produz a Música é a maravilha
do espetáculo, de entreter, prender as atenções… de vida e<br />
comemoração.<br />
Pode-se tentar classificá-la de várias formas<br />
(atividades coletivas, como os rituais religiosos, ou festas,<br />
concertos, mídias etc.), mesmo assim, sempre esbarrando<br />
em interpretações para seu agrado – até uma criança pode<br />
se maravilhar e ficar calminha. Não existe um conceito<br />
máximo e findo, ela é múltipla, metamorfoseante,<br />
imemorial. O Om, por exemplo, é o som do Universo! Pois<br />
bem, nem tampouco é intenção tentar definir (seria eu um<br />
mais nesse mar de opiniões), ou aumentar a discussão;<br />
apenas jogo luzes sobre a questão da universalidade, de<br />
como a Música está presente neste planeta (e mais!) deve é<br />
ser merecida.<br />
Na Terra há som, pelos humanos é reproduzido. Aos<br />
ouvidos, seus toques. Todo entendimento é simples e para<br />
sua execução somente é pedida a vontade de alguém. Se<br />
até o pássaro se distrai com o som que exala, por que não<br />
parar a apreciar esse presente evolutivo sob a forma das<br />
melodias?<br />
Se instintiva ou não, é fato que manifesta-se.<br />
A Música não deve parar pelo simples fato de não se<br />
entregar às inconstâncias humanas; ela não se detém,<br />
muda de acordo com seus apreciadores. Tem altos e baixos,<br />
mas não é sua culpa, é da mão que a direciona. Portanto, a<br />
problemática está em quem faz, executa, divulga, ouve, ou<br />
quem dá determinados valores.
A união de pessoas, aliada aos sons, gera um evento; a<br />
desunião dos seres atrapalha tudo, põe-se em risco,<br />
depreda, diminui. Talvez a falta de entendimento atual seja<br />
o motivo pelo qual a Música perde sua força motriz, já que<br />
não atinge com tanta veemência quanto como fizera em<br />
conjunto. Está fraca, mas não morta; talvez inerte ou<br />
isolada nos fones de ouvido, na casa de quem quer que<br />
seja. A fagulha existe, precisa de novo oxigênio. Tudo é<br />
uma questão de atitude.<br />
Temo ser redundante ao clamar uma (re)audição do<br />
que foi feito no passado, a fim de atualização… Melhor não<br />
ter tanta pressa e esperar pela qualidade…<br />
Mas a brevidade da crise, caso fosse medida em eras,<br />
é uma besteira! E se partimos desse princípio, logo<br />
estaremos restabelecidos em nossos divertimentos.<br />
Felizmente, é de novo uma questão de tempo (… enquanto<br />
isso)<br />
Boas audições!
Giannini e seu legado*<br />
(07/02/2012)<br />
É sabido que deixar de prestar atenção ao que está<br />
debaixo dos nossos narizes é do feitio humano genuíno,<br />
mas ainda há solução se tentarmos, se tomarmos mais<br />
cuidado e medirmos as coisas com mais carinho.<br />
Quem se interessa por música, quem gostaria de<br />
incursionar na área, ou deseja aprender a tocar um<br />
instrumento, digamos, de cordas, esbarra geralmente na<br />
barreira financeira. A pessoa vai a uma loja e quase cai<br />
para trás com os preços, ainda que nos dias de hoje por<br />
sorte de o dólar – moeda avassaladora ainda regente<br />
mundialmente – esteja em baixa. **Agora nesta edição de<br />
<strong>2016</strong> sabemos que a história mudou para o já nem tão<br />
viável; é a nossa crise financeira, opa!<br />
Pois é proposta uma solução cabível, e inteligente,<br />
diga-se de passagem! Temos em nosso Brasil uma grande<br />
marca, um símbolo nacional, que se chama Giannini. Já<br />
ouviram falar? Talvez alguém próximo até tenha um de<br />
seus famosos violões. Mas não para por aí, acredite.<br />
Fundada nesse país (que lhe apetecia muito!) pelo<br />
renomado luthier italiano Tranquillo Giannini no ano de<br />
1900; misto de respeito, qualidade, bom preço, som único e<br />
característico, além de modelos bonitos e funcionais, de<br />
violões a cavacos, passando pelos violinos,<br />
encordoamentos… até pedais eles têm (nova linha!?)
Pensem, não é preciso valorizar? Não é bela esta tomada de<br />
atitude? Nem gringo algum tem um som de jacarandá (a<br />
madeira, tá!?) de alguma dessas guitarras assim na manga!<br />
Segundo a descrição em sua página na Internet, os<br />
“produtos passam por um rígido controle de qualidade.”<br />
Há de ser justo com o que nos é justo. Vamos aguçar os<br />
ouvidos!<br />
É louvável como a Giannini já mostrara seu poder ao<br />
promover a reedição dos famosos instrumentos<br />
produzidos nos áureos anos 60 e 70!<br />
De conhecimento próprio, sinto o prazer de citar os já<br />
testados violão folk GF-1 CEL Série Performance, que mete<br />
medo em muito gringo de nariz empinado – coitados, é só<br />
zoação saudosista. De guitarra, cito a jazz-saudosista Gemini<br />
(relançada e desaparecida do mercado), com seus dois<br />
brutos captadores P-90 e corpo em cedro e braço em<br />
marfim; diga-se: forte e característica. Notem: sem<br />
comparação em qualquer país, é uma pegada única.<br />
Infelizmente, muitos de seus instrumentos estão fora<br />
de linha. O motivo às vezes é obscuro, seja por numerável<br />
procura ou administração. Tomara que isso vire logo<br />
detalhe do passado. Que seja passado.<br />
Bem, se a marca perdurar, que mais pode fazer? O<br />
quanto pode somar à Música Popular Brasileira? Notem os<br />
amantes de um som original, recordem, o alimento da<br />
alma é e sempre foi a Música. Vamos fazer coro!
O lado escritor de Jim Morrison*<br />
(23/01/2012)<br />
Talvez você não saiba quem foi Jim Morrison, o que<br />
fez, se fora ou não cabível, e também o que realmente se<br />
passou em sua vida abrupta, mas provavelmente já ouviu<br />
alguma canção do grupo de rock The Doors em alguma boa<br />
mídia, nem que seja uma versão MIDI de Light my fire<br />
(ainda que a letra dessa música nem seja dele!) Bem, assim<br />
parece! Acontece muito mesmo de alguém ser lembrado<br />
apenas por coisas mais emblemáticas – a música popular<br />
apresenta bons exemplos, de tão fácil assimilação que é!<br />
Provável que o fato de ser cantor ajudou em sua poesia, ou<br />
vice-versa! Mesmo assim, a intenção deste artista era<br />
outra, desde o princípio Morrison queria ser escritor. Ele<br />
próprio havia feito tal premissa real ao partir para Paris a<br />
fim de se dedicar exclusivamente a essa arte, mesmo que já<br />
em seus últimos dias. Quem sabe se por afinidade com os<br />
poetas franceses, ou por simples vontade de se isolar. Seja<br />
como for, ainda é relativamente pouco lembrado como um<br />
poeta, um escritor.<br />
Sua forte e contestadora poética gira em torno de<br />
imagens lisérgicas, sexualidade, desolação, violência<br />
mística e hipnótica desprovida de medos. A juventude tem<br />
afinidade com as sensações… talvez por aí a identificação;<br />
talvez também por ele ter falecido tão cedo.<br />
Nota-se que, em vida, além das composições como<br />
cantor letrista dos Doors, apenas publicou três livros: “As<br />
Novas Criaturas” (1968), “Os Senhores” (1969) e “Uma
Oração Americana” (1970). Me arrisco a dizer que todos<br />
sem edição brasileira – ainda que vertidos paro o<br />
português lusitano pela Editora Assírio & Alvim. O que<br />
encontramos, ademais, são em sua maioria obras<br />
inacabadas, tentativas, além de material gravado em áudio<br />
durante sessões de ensaio vertidos para o papel…<br />
renomeados, por vezes, a esmo, além de fac-símiles online.<br />
Infelizmente é o que acontece com muitos artistas que em<br />
sua vida não conseguem finalizar suas obras, que acabam<br />
reduzidas a seleções.<br />
Enfim, a intenção é a de elucidar, então sem<br />
compromisso deixo vocês com algumas traduções livres de<br />
três épocas distintas (tomo por base as edições espanholas<br />
oferecidas pela Editora Espiral/Fundamentos.)<br />
Mulher lagarta<br />
com teus olhos de serpente<br />
com tua selvagem surpresa.<br />
Cálida filha do silêncio.<br />
Veneno.<br />
Dá volta com um escorregar de queixosa sabedoria.<br />
Os imperturbáveis olhos cegos<br />
detrás dos muros novas histórias se alçam<br />
e despertam grunhindo e choramingando<br />
a misteriosa aurora dos sonhos<br />
Cachorros mentem dormindo.<br />
O lobo uiva.
A criatura sobrevive à guerra.<br />
A floresta.<br />
Um sussurro de palavras cortadas, rio<br />
obstruído.<br />
(De “As Novas Criaturas”, Poema VII)<br />
# # #<br />
Já não existem “dançarinos”, os possessos.<br />
A divisão dos homens em atores e espectadores<br />
é o fato central de nosso tempo. Estamos obcecados<br />
pelos heróis que vivem por nós e aos quais castigamos<br />
Se todas as rádios e televisões fossem privadas<br />
de suas fontes de energia, todos os livros e quadros<br />
queimados amanhã, todos os espetáculos e cinemas<br />
fechados,<br />
todas as artes de existência atribuída…<br />
Nos contentamos na busca das sensações “dadas”<br />
De um corpo louco dançando nas colinas<br />
Nos metamorfoseamos em um par de olhos olhando<br />
fixamente na escuridão<br />
(De “Os Senhores”, Poema XI)<br />
# # #<br />
Fria música elétrica<br />
Machuca-me<br />
Rompe minha mente<br />
com seu torpor escuro
Fria têmpora de aço<br />
Frias mentes vivas<br />
na orla estrangulada<br />
Veteranos de guerras estrangeiras<br />
Nos somos soldados das<br />
Guerras do Rock & Roll<br />
(Dos “Poemas 1966-1971”)
Os Índios Bêbados da Amazônia?*<br />
aculturação – perda de identidade, produto comercial e<br />
turístico, monetarismo, futilidade<br />
pintura corporal – linguagem do corpo, expressão de<br />
vivacidade, cores, natureza<br />
Será mesmo que a população indígena não passa de<br />
mero zoológico a céu aberto perante a sociedade<br />
(imbecil)consumista? Que estão todos bêbados,<br />
vagabundeando estigmatizados? Ou que são dizimados,<br />
roubados em suas posses cada vez mais? Como se dará a<br />
transmissão de valores em um contexto de apenas<br />
sobrevivência? Generalizando: toda uma cultura,<br />
incalculável, brutalizada pelo riso e desleixo cultural. Olha,<br />
qual o teu passado? Esquece não. Você veio da cultura<br />
antiga, é a evolução natural dos teus antepassados! Que<br />
triste saber que fazem isso com a população indígena, esta<br />
por demais pega na “defasagem de raciocínio e<br />
compreensão”, relegada às tais comunidades<br />
autossustentáveis toleradas apenas com fins lucrativos. O<br />
ritual está esvaziando… as flautas vendidas para comprar<br />
alimentos às crianças…<br />
“Os costumes vão se dissolvendo”, “perdendo seus<br />
significados e usos tradicionais”, mas muita gente ainda<br />
precisa dos remedinhos e plantas das florestas. As grandes<br />
corporações sugam o conhecimento indígena enquanto há<br />
tempo! Enquanto existe uma mistura ou outra para<br />
patentear!! Tal é o “capitalismo” e a mania de souvenires!<br />
Tamanha analgesia da mente… Este Brasil imediatista
virou as costas para o lado do pulmão do mundo, suas belas<br />
matas foram devastadas, todo um passado sepultado – que<br />
serão das próximas gerações, que não conhecerão suas<br />
raízes além do que está nos livros (reorganizados cada vez<br />
mais para atender às necessidades econômico-sociais de<br />
blocos mundiais, e para você mediante rápidas<br />
conclusões.) Não teremos mais anciões contadores de<br />
histórias, só gente caquética atrás de pílulas!<br />
A destruição de antigas culturas não é um problema<br />
atual, vem sendo um processo sem dó nem piedade –<br />
parece que há um medo desse relembrar das próprias<br />
origens. Fica também a impressão de que a onda continua<br />
sendo a de “apartamentar” o Ser Humano, a decair-se<br />
nesta visão horrível sob a forma de cidades abarrotadas.<br />
Vistas do alto, são semelhantes a formigueiros! E vocês as<br />
formigas!! Essa imagem já está batida. Formigas<br />
trabalhadoras da rainha do pedaço… Quem é tua rainha?<br />
Anda difícil descobrir ou está à espera das férias??<br />
Mas contra os espíritos maus residem aqui e ali os<br />
“cânticos, vestuários, utensílios, arte plumária……..”, a<br />
realidade que fora idealizada nos megatotens, pensada<br />
para gerações após gerações. Você sabe o que é<br />
patrimônio? O que disseminar? Não como o disseminar de<br />
educação e amor pelo próximo. Não é igual ao concreto que<br />
esfarela com os anos…<br />
Mesmo sendo a população indígena efêmera,<br />
transitória, grupal… nômades ou seminômades, tudo ali<br />
está correlacionado harmonicamente.
Até o sentido artístico (que não é o mesmo entre os<br />
povos indígenas) nem sempre quer dizer o mesmo que<br />
para nós, urbanizados cheios de padrões que sobrepõem<br />
padrões; o normal seria achar “belo” aquilo que em sua<br />
utilidade atinja o ápice. E, ainda assim, variando de tribo<br />
para tribo! São “artes” indígenas, não há uma só definição,<br />
há uma gama.<br />
Elegância, majestade, o meio, sua valorização, seu<br />
lugar e funções específicas. No meio natural, por exemplo,<br />
e de maneira muito singular, o indígena desconhece esse<br />
conceito de inveja; quem criou esse defeito!?<br />
O futuro dará sua sentença; a Terra julga o que dela<br />
nasce.<br />
Um bom argumento sempre salva do sufoco do<br />
inesperado. Quem puder acreditar em si, aprender com o<br />
passado, continua a falar sem interrupção. Seguramente<br />
uma arte!
Contra as cegonhas pelos gambás*<br />
(12/12/2011)<br />
Talvez este seja mais um artigo sobre ele, só mais um<br />
pouco lido ou interpretado, algo a mais pela<br />
desmistificação deste autor, tal de Roberto Piva, ser<br />
obscuro ao mesmo tempo que angelical na Literatura<br />
Brasileira. Prefiro não me ater a tantos academicismos e<br />
enrolações biográficas, etimológicas, sintáticas ou o que<br />
valha, prefiro frisar que sua leitura é mesmo indispensável<br />
– ainda mais se refletirmos o quão vazio e ignóbil se<br />
mostra o panorama da Poesia (e escrita geral, hoje em dia<br />
neste território); e mais indispensável a pretensão a pensar,<br />
de qualquer forma. Sua obra é de suma complexidade e<br />
lirismo, cheia de vida e expressão, forte, mística,<br />
imagética, não pedante, provedora (na medida em que Piva<br />
teimava em citar suas referências e trabalhar com elas; ou<br />
eles!) Contribuiu com sua personalidade e desregramento<br />
às Letras do país (e do mundo também, claro) tanto quanto<br />
um Machado de Assis ou Graciliano Ramos, cada qual em<br />
sua vertente.<br />
Não deve ser tratado como um “Marginal” – esse<br />
enquadramento restritivo daquela época –, em qualquer<br />
das significações desta palavra, Piva deve ser respeitado<br />
(palavra mais lisonjeira) sim como uma mente aberta que<br />
atinou à tarefa de realizar a absolutamente natural Poesia.<br />
Tem uma voz, e, “e dessa vez”, sai sinceramente.<br />
Em sua “Autobiografia Selvagem”, ele próprio se diz<br />
mescla de brasileiros e italianos, e que no livro de sua
família um antepassado cavaleiro combateu nas Cruzadas e<br />
logo após fora pregar em favor do Demônio – ambos<br />
semeadores de discórdia!? Ele próprio, tanto fez de várias<br />
formas insurreições mil contra todas as Ordens. Cogumelos<br />
sagrados, delírios? Pretextos? O que se pode precisar é<br />
uma vida em prol da Poesia, como um Poeta da verdade e<br />
emanação. Diz, é sabido: “Só acredito em poeta<br />
experimental que tenha vida experimental.” “Precisamos<br />
de criações desprovidas de regras & de convenções<br />
paralisantes”, e mais: “Estou sempre às voltas com o<br />
problema da grana?” Isto soa familiar? Ou ridículo?, se<br />
pensarmos em como fora maltratado um gênio do nosso<br />
país. É assim que tratam os artistas? Reflito, mais essa vez,<br />
e sinto pesar. Também sou escritor, passo por coisas<br />
parecidas. Que acontece por aqui? Que há no Brasil com<br />
seus pensadores podados? O tempo se congela em<br />
imbecilidades….<br />
“As primeiras fogueiras foram acesas”, a semente<br />
disseminada. Imperioso ter leitores, mas onde? Quem tem<br />
paciência de ler um livro ainda? Quem tem como<br />
interpretar? Me sinto mal. O Apocalipse chegou,<br />
morremos, é o reflexo da burrice; Saramago estava certo<br />
ao postular suas teorias da Cegueira!<br />
Precisamos do “descabaçamento”, de uma volta às<br />
origens, volta ao Pensamento, e sim, com ajuda da<br />
Tecnologia, e não DEPENDENDO somente dela. “Lábios de<br />
Cereja organizava as sessões de orgasmo coletivo &<br />
crueldades cristalinas.” Realizem o lado carnal do ser<br />
humano e suas falhas; muitas vezes a exposição depravada<br />
não é um elogio, mas uma crítica retratada.
É claro, dirão, Piva não é um bom partido. Seus<br />
“tamanduás flutuantes” são pura loucura induzida por<br />
drogas e sei lá o que mais. O que o impede de ser exposto,<br />
então? Há algo de podre… São pudores inventados,<br />
senhores e senhoras, conceitos, evidentemente. Ou<br />
preferem a doçura dos Romances fáceis e digeríveis, como<br />
as notícias que lhes chegam dos noticiários em matérias<br />
esquematizadas, preenchendo lacunas distorcidas? Melhor<br />
ir dormir, então, vai…<br />
Cito ainda, que: “todo trabalhador é escravo. toda<br />
autoridade/ é cômica. fazer da anarquia um/ método &<br />
modo de vida. estradas./ bocas perfumadas. cervejas<br />
tomadas/ nos acampamentos. sonhar alto.” Piva não é<br />
emulação, é vitalidade, juventude. É o que precisa a<br />
Sociedade, sair, sair, ir por aí. “mas o caminho de volta eu<br />
só conto/ a este urubu em carne viva/ que grasna na<br />
sacada.” Incomoda, pois é, não é nada velado. “Contra as<br />
cegonhas pelos gambás, (…), contra os professores pelos<br />
pajés.” Nossos ancestrais indígenas saberiam entender o<br />
escriba Piva. Ora, que brasileiro fora! Mas a Palavra<br />
permanece, é como o povo lida com ela que nos faz o que<br />
somos.<br />
Poesia visceral e quântica; me arrisco a dizer que<br />
jamais vista neste país. É isso o que tenho a dizer, no mais,<br />
a quem se interessou, que saia à procura de algum<br />
exemplar do autor por aí (indico as edições de suas obras<br />
completas, apresentadas pela editora Globo) e felicite-se<br />
sem tremer diante de você mesmo; a Poesia está aí para te<br />
ajudar! E sem ponto final
Djô no sei!*<br />
(31/01/2012)<br />
Quem nunca ouviu falar em impactos sociais? Ou<br />
choques de culturas? Quem nunca boiou em uma tentativa<br />
de conversa com alguém estrangeiro que fala uma língua<br />
que você não entende porcaria nenhuma? Quantos deles,<br />
dos visitantes de outros países, você vê ou viu? Sabe que a<br />
cada dia eles aumentam de número e gênero, que alguém<br />
investe nisso, que a imagem das bundas das nossas<br />
morenas e nosso Carnaval estão estampados em catálogos<br />
pelo mundo afora e vistos de toda forma e sorte e<br />
desejados via Internet e agências de viagens? Você se<br />
preocupa com algo? Ou ainda não pensou a respeito e<br />
espera que, quando lhe atingir de alguma forma, possa…<br />
digamos, talvez, reclamar com um amigo ou familiar. Ou só<br />
murmura. Mas aí será tarde, parceiro… Pior quem nem se<br />
liga e morre e passa adiante a semente da ignorância.<br />
Serão esses os males da população brasileira: a ignorância<br />
e a picaretagem?<br />
Estão preparados os cidadãos daqui? Tem certeza? O<br />
que é (então) civilidade, povo carioca?? Diga! Que sabem da<br />
invasão turística pela cidade da tua vida? Sabe que nos<br />
veem como se ainda estivéssemos na selva? Percebe?<br />
Temo alertá-los que a criatividade “no jeitinho de<br />
resolver as coisas” nem sempre funciona. É um meio de<br />
nos excluirmos das causas reais, de se afastar sem saber, de<br />
fazer algo nas coxas. Isso não é legal, e um dia será<br />
cobrado, seguramente. Talvez não hoje ou amanhã, mas
sim em dado momento. E o tombo será chato,<br />
desagradável. Como o é muitas vezes, e mais e mais gente<br />
não se liga ou importa. Trivialidades, qual motivo de tantas<br />
delas embaralhando a visão? E como as notícias são<br />
encobertas, esquecidas, sobrepostas por notícias ridículas<br />
e apenas de cunho humorísticos – vide as vacas<br />
decorativas “bonitinhas e enfeitadas com trejeitos<br />
humanizados” na orla ou sei lá mais – alguma outra<br />
sugestão de caso?<br />
E esse lance de poluição de eventos? Sabe aonde vai<br />
parar? Nem eu, apenas lanço a questão e rogo que reflitam<br />
a respeito – não é necessário sempre ser o pentelho da<br />
parada! Ainda que tema ser obra de puro comércio<br />
desmedido. Mas quem regula isso?<br />
E nosso caro Rio de Janeiro, possui condições de se<br />
tornar uma Mônaco?? E por que deveria, já que nossa bela<br />
cidade tem muito mais atributos e potencial que sua<br />
imitativa cidade europeia.<br />
Sim, claro, dirão que é preciso saber receber os<br />
visitantes, ser cordial, ter empatia, cortesia, calma!<br />
Evidente, as interações entre culturas, as análises e somas<br />
são sempre válidas e enriquecedores da alma humana.<br />
Bem, até o ponto em que não possam controlar, é o que<br />
digo. Me parece a imagem da atualidade! E quando um<br />
deles te rouba o espaço? É o tal mau uso dos instrumentos<br />
à mão! Não que a questão seja racismo ou xenofobia, longe<br />
de mim, o que interessa é como as situações são levadas.<br />
Interessa que não chegue aqui justamente um desavisado<br />
preconceituoso oferecendo dinheiro para qualquer um
achando que somos selvagens ou mortos de fome. É preciso<br />
lembrar como as pernas e as veias da tua terra estão<br />
arrombadas??? E solução não é dar risadas, ah não. Deve<br />
existir uma hora para tudo, favor não misturar as bolas.<br />
Como reagiriam a uma bala na cabeça? O que está<br />
para o povo brasileiro como banal às vezes fere a visão do<br />
estrangeiro desacostumado. Há de se pedir coerência,<br />
simpatia, paciência, essas virtudes da delicadeza de<br />
espírito. O mundo é cheio de surpresas. Quem que não se<br />
abateu com “novos” costumes? Não que a violência seja<br />
realmente algo corriqueiro a ponto de viramos a página do<br />
jornal desinteressadamente; até nos espanta e faz meditar.<br />
Mas friso que a forma como encaramos nossos problemas<br />
sociais é louca! Qualquer outro ser em outro canto que<br />
juntasse os pontos saberia que estamos atados, nos<br />
achando imunes, cegos, e pensando que “é melhor que<br />
aconteça com o vizinho.” Como não desejar uma revolução<br />
verdadeira? Uma queda de poder, uma nova instituição,<br />
ordem e paz ao país? Não som ente ao tocante do Estado do<br />
Rio, mas a todo país, que sofre com o mesmo lado ruim da<br />
colonização, coronelismos e <strong>outras</strong> nomenclaturas que<br />
excluem a população de pensar criticamente, de odiar a<br />
visão lamentável em que se encontram! A reação é algo<br />
natural do ser; por qual motivo deixar para lá? E, ainda<br />
mais, por tanto tempo? O país não está crescendo, talvez<br />
economicamente, de fato, nas costas das potências que se<br />
enfraqueceram e necessitam de mais recursos? Onde fica a<br />
mente, a cultura, a inquietude? E, acima de tudo, tem de se<br />
envergonhar realmente ao criticar? O governo não é teu<br />
pai, teu vizinho fofoqueiro, a mulher que quer
impressionar, é, na verdade, uma ferramenta, o devido<br />
instrumento eleito pela população…<br />
Realizem a imagem (hipoteticamente, tá!?): alguém<br />
da Zona Oeste do Rio, enquanto está pela Zona Sul<br />
buscando empregos nos hotéis e restaurantes (que mais<br />
empregam, curiosamente!), é abordado por um turista<br />
qualquer. Travam um diálogo parco. Comentam as<br />
histórias de suas vidas, as diferenças estruturais, as<br />
delícias de cada país. Nisso, o da Zona Oeste conta um caso,<br />
o seguinte, sobre uma denúncia grave feita por muitos<br />
moradores!<br />
Atenção: está havendo uma guerra de<br />
facções criminosas no complexo do Rola, em<br />
Santa Cruz. A PM vem isolando o local para que<br />
os traficantes se matem uns aos outros; mesmo<br />
assim, os tiros estão atingindo muitos! Tem gente<br />
morrendo, não fazem nada!!!! Ninguém pode sair<br />
de casa sem estampar algum medo. A noite toda<br />
ocorrem tiroteios, mais parece guerra civil! Até<br />
explosão ouve-se!!! Eu vi um mar de pinos de<br />
granada, um mar de cápsulas de balas pelo chão.<br />
Ninguém consegue trabalhar… O povo sofre.<br />
Passa na TV mas não muda nada. Só vejo novelas<br />
e programas que me fazem parecer retardado.<br />
Aqui era um lugar pacífico, bonitão por natureza;<br />
mas o poder paralelo tomou tudo!!! A polícia,<br />
governo, BOPE, milícia, ninguém toma<br />
providência. Só Deus para recorrer por nós??
Do pouco que pescou da declaração do cidadão<br />
carioca, seguramente o estrangeiro já suou frio! Já nem<br />
sabe mais o porquê de ter vindo, não imaginava tanta<br />
impunidade, deve ter achado que só teria carnaval o ano<br />
todo. E o gringo se pergunta “por que o povo não fala com<br />
peso?”
O Jornal não diz*<br />
(06/11/2011)<br />
Previsões sobre um destino em que os seres humanos<br />
retrocedem até um ponto ridículo!? O desafio seria<br />
estranhar essas situações e acontecimentos que cada um<br />
carrega pentelhando a própria paz, ou seu modo de vida.<br />
Não será uma catástrofe natural (ou espacial!) doida<br />
que vai dinamitar seu futuro, é como lida com a<br />
“Excelência”, com a árdua tarefa de aprender além de<br />
visualizar. Por favor, acudam estas palavras!<br />
O Jornal não diz que o papel é artigo de luxo, não cede<br />
definitivamente à tecnologia. Mesmo sabendo que a<br />
Internet é democrática, louca sem rédeas, que tomará o<br />
mundo – provavelmente a mais completa mídia! – só que o<br />
jornal não diz também para desconfiar, não se debate,<br />
apenas vai atravessando o Tempo enganando direitinho<br />
debaixo dos panos… Quem é o Burro e quem é Dono? Falem<br />
de sobrevivência, por acaso. E deixamos no ar…<br />
Que a gente desse país tem o ímpeto pelas coisas<br />
difíceis, como a fila bancária (se não lotérica) e seu<br />
burburinho mesmo pouco importando o ganho ou a razão,<br />
bem, isso já é fato. Mas será que não seriam os brasileiros<br />
tão humanos quanto os outros por este planeta afora, digo,<br />
em seus atos? Não há mesmo diferença substancial, tudo<br />
está aqui e lá e misturado e vivo. Talvez até já lutando<br />
pelas causas globais!
A punição mesmo do ser humano está no<br />
arrependimento latente por ter atrapalhado a própria<br />
evolução, não acreditando ser a Arte sua redenção, sua<br />
“nova” (grande e formosa) mídia, evolução, realidade.<br />
Cito algo como outro desafio, o dos artistas suando e<br />
se enraivecendo ao tentar a sorte pela produção<br />
independente, ou a dita altura de seu “sonho” por<br />
imortalidade da mesma forma que foram alguns de “boa<br />
geração” e outros não – mas vamos lá, a vangloria só serve<br />
aos egos, a entrega sim é para o Bem Maior.<br />
Se nos dizem emergentes, retrucamos que faliram!<br />
Que não se tocam que somos da mais pura pluralidade<br />
encrustada, ainda que hibernante… Mas da mais bela e<br />
significativa pintura de alegria. Mesmo que todas essas<br />
imagens e notícias e artigos ofusquem, ainda haverá a<br />
chaminha de libertação e busca por felicidade. Desejamos a<br />
todos a Paz e Felicidade! Está na gente.<br />
Existem caçadores e presas. Onde você se encaixa? Ou<br />
ainda não pensou a respeito?<br />
De todas as parábolas, as que mais afetam este autor<br />
que escreve para vocês são as referentes ao próprio ofício<br />
de dizer coisas aos outros; talvez por isso cause a confusão!<br />
A mesma sensação de desligamento, de coração<br />
partido ao entregar nas mãos do público todos esses<br />
parágrafos ao longo dos anos se finita na neutralidade da<br />
palavra. Não precisa resposta, para nada. Apenas está,<br />
como dizem, talvez dentro do texto em si.
As interpretações, as voltas com recentes anseios,<br />
tudo isso faz parte do mesmo engenho que nunca se<br />
termina; dizer nunca para!<br />
Agora olhando para vocês próprios, pensando em seu<br />
benefício acerca disso tudo… lamento informar que ainda<br />
assim erramos. Esquecemos talvez a cada dia nossas raízes<br />
e origens, procurando uma outra(?) lógica (além), sem<br />
tanto refletir, ainda rompendo em um fim vindo do<br />
desfrute próprio. Tudo bem, temos tempo para consertar.<br />
Isso soa incongruente vindo de outro ser, mas tomem por<br />
dica, novamente!<br />
A loucura e o carnaval da vida se apagam na mazela<br />
da oportunidade, só estou repetindo o óbvio!! Não se cura a<br />
mente na farmácia. Acreditem que sua singularidade ainda<br />
está de pé e lidando com ela! E que a mídia desatenta e<br />
negativista tropece nela mesma.
PRESENTE (UM POSSÍVEL MANIFESTO POPULAR)*<br />
– Panfleto ou não… –<br />
Carta ao Presidente da República do Brasil, enviada por<br />
“Gilmar”, homem do povo.<br />
Data desconhecida (e pouco importa!) Obrigado!<br />
Aqui no tempo, a partir da constatação de que anda<br />
tudo errado, começo a botar lenha na fogueira. Minha<br />
(real) identidade é irrelevante, por isso inventei meu<br />
nome; rogo a você aí lendo que se desfaça de tantos<br />
preconcebimentos e tradições tolas e atine à razão e calor<br />
humano, antes de começar realmente a ler. Afinal de<br />
contas, somos todos humanos jogados nesse mundo sem<br />
obviedade! (E há quem diga que estamos então no mesmo<br />
barco, né)<br />
A todos presentes das situações várias, fala quem<br />
pede a atenção a esta causa; e falo por todo o mundo. Por<br />
favor, sinto carência de explicações… Por que devemos nós<br />
trabalharmos SEMPRE, por que tanto a contragosto?<br />
Gostaria da resposta real, mas me contento já com alguns<br />
favores.<br />
Mesmo sendo o “Panfleto” (na ‘presente’ forma) um<br />
monte de tentativas, é possível constatar as tais certezas<br />
absolutas, apenas vamos laborando, e como não estamos<br />
progredindo na meditação!? Gostaria de uma conclusão
definitiva à abordagem do tema, por isso chamei de<br />
“carta”, que é mais emotiva e perto da gente. Para vocês eu<br />
asseguro: representa a identidade de muitos, dá mostras<br />
do que se fazer, do que podem, nossos gestores, os<br />
autodenominados e empossados do nosso mundo, que<br />
antes da gente vieram e demarcaram para todo lado – você<br />
acha que em sua livre escolha e arbítrio tem autonomia<br />
para uma coisa dessas?<br />
Aproveito também para pedir desculpas pelo tom por<br />
vezes grosseiro ou inculto. Tenha em mente que sou fruto<br />
do sistema desse país! (Estamos seguindo o viés de um país<br />
como o Brasil mas a tese é pelo planeta Terra igualmente.)<br />
Sempre me fizeram questionamentos sobre como<br />
seria o homem livre efetivamente em qualquer sociedade,<br />
ainda que somente muito depois tivesse como compor uma<br />
boa análise sobre o tema. Acho que não é preciso justificar<br />
a própria presença… Digo livre no sentido de poder tentar<br />
o que lhe for melhor, que lhe cabe tanto ao prazer quanto<br />
na vida em comunidade.<br />
Ei, em que porcaria de ponto você explode? Os vivos<br />
que respondam!! Qual o limite que pode suportar? Qual o<br />
fio tênue entre a esperança e o surto? Tenho questões<br />
intoleráveis, quem as quer saber? Me sinto vivo e vibrante,<br />
arrisco tudo o que tenho. Lhe agradeço muitíssimo a<br />
atenção! (E também a todos que tenham interesse no tema;<br />
aos que por ventura queiram discordar, a conversa é<br />
aberta.)
Digo o que digo, não pela revolta em si, mas porque<br />
existe uma chance de tudo mudar. NÃO DEIXE<br />
ACONTECER! Que seja respeitada a individualidade e o<br />
direito ao lazer. Até o que ecoa das nossas tentativas, que<br />
deveríamos transformar em memória! Recordações de vida<br />
e sensações – que funcione sim, a seu devido momento, e<br />
sem sacrifícios a quaisquer das partes – até que se finde<br />
nosso ciclo de evolução e possamos voltar ao imemorial.<br />
Quanto te falta ainda por viver? Não se sabe, claro.<br />
Ninguém sabe, nem o teu patrão; para as questões<br />
superiores somos iguais. Quanto menos ele (o patrão, não<br />
Deus!) te remunera (hipoteticamente) mais tempo você<br />
fica para ele – ao custo da tua atenção o patrão recebeu<br />
apenas muita ansiedade e dispersão. O que acontece aos<br />
multitarefas? Falham, embananam as ideias? Ou chegam<br />
além?! E quem anula? Tem ou não o benefício? Talvez,<br />
depende. Pesa e pesa… o contínuo trabalho é fatídico,<br />
ofegante, dá pressão alta! Falta compasso a essa música.<br />
Daí você envelhece – agora mesmo está seu tempo<br />
correndo! –, é substituído e o que te acontece? Aguenta teu<br />
corpo cansado e gasto. Quem tem férias? Por que é ainda<br />
assim?? Quanto nos sobrará para filosofar e pensar por<br />
exemplo sobre a origem e fim de tudo? Acho que não nos<br />
querem analisando. De sorte que iríamos concluir demais.<br />
O que é estranho mesmo é eu fazer essas perguntas e<br />
nunca as respostas aparecerem… que legal seria um<br />
retorno, uma troca de ideias. De nenhum canto ouve-se um<br />
pio de esclarecimento. E raro também citar tantas<br />
situações e soluções antigas, modelos, dicas, reflexões que<br />
não se completaram pois foram esquecidas ou suplantadas!
Me arrisco a dizer que um dos grandes desafios do ser<br />
humano seria levar adiante as iniciativas boas dos seus<br />
semelhantes – serve de dica aos que começam do zero. E<br />
pensando as situações, comparando com as de nosso<br />
presente país, temo revelar que tenhamos tantas<br />
pendências em comum desacordo. Olhem para seus<br />
vizinhos e pensem em quantos deles se sensibilizam com<br />
besterias e fecham os olhos ou viram o rosto diante de<br />
problemas sérios. A rir de comediantes imitando os<br />
políticos responsáveis pela sua miséria – “Parca sociedade<br />
vil capitalista”, é o refrão desse processo! Não aprendeu<br />
com o passado, ênn? Onde está a poesia dos teus atos?<br />
Apodrece e se vê pela TV. Não é burrice, é falta de<br />
informação. Seria isso uma prática ou vício imposto?<br />
Ainda? Por que, gente?? Mestres, diplomados, digam!<br />
Como isso fica velado? Precisava? Precisava?<br />
Deve-se anotar tais questões, e reclamar por elas. Vai,<br />
vai mesmo e responde.<br />
As forças vão esvaindo-se, tua concentração tipo<br />
ponteiro desnorteado. Aproxima-se o relógio das<br />
obrigações surdas, secas, idiotas, inúteis. Alguém não te<br />
deixa subir na vida, não é? Mas é o que querem. A<br />
Educação como um jogo de piadas e palhaços falsos – o riso<br />
sai quando a corda parte e, trabalhando, você cai. Nem se<br />
vê prostrado no solo. Pois contigo caindo há quem suba.<br />
Olha, sei que falam de uma educação exortativa de<br />
qualidades, as afinidades como metas… Pensa em você, tua<br />
família, amigos, geral; pensa nas tuas horas, nos últimos<br />
dias que terá – onde(!?) é que vai ficar de pé no mundo<br />
futuro. Nem precisa ser muito longínquo na citação, nem
furtivo no que concluir. Amanhã ou depois já terá sido<br />
sugado e engolido, é simples: ou você faz ou deixa. Quanto<br />
ganha por isso? Vale a pena? Vai deixar? Não sou<br />
cúmplice. O presente dói.<br />
Parece que há uma inflação do “Sistema” – quantos<br />
zeros agem hoje em dia?? Talvez eu seja um desses ‘zeros’,<br />
somado a tantos mais. Diga seus nomes, então, vamos...<br />
diga, irmão; diga, irmã; precisamos das tuas vozes.<br />
Como pode ser essa Democracia se ninguém crê? É fé<br />
então ou o quê, preciso que me digam a resposta, pois<br />
sozinho não a consigo – talvez se pensarmos juntos,<br />
tenhamos essa tal resposta, né!?<br />
Tanta busca de poder privado que vem de tão longe –<br />
me passem as datas (históricas), por gentileza! E sem<br />
retoques, maquiagens, ideologias confusas, tá…<br />
Há quem diga que o “Perdedor desculpa-se zombando<br />
do adversário” – o Perdedor é o povo? E falam que<br />
comprovada a fragilidade humana, pouco restaria a não<br />
ser bajular… sossegar o ego! Dito isso, esbarro na frase<br />
clássica de Platão: “Como pode uma sociedade ser salva, ou<br />
ser forte, se não tiver à frente seus homens mais sábios”.<br />
Deixo que pensem na conotação afirmativa ou negativa<br />
dela.<br />
Quem é interessante o bastante para merecer crédito?<br />
Falta tempo para produzir, por exemplo, Arte? Proponho,<br />
aliás, a discussão do tema: “Nossa Arte se mostra pouco<br />
relevante?”
Vamos pensar juntos, que tal!? Incitar ações para<br />
recuperar em todos homens e mulheres o tal “pleno<br />
desenvolvimento intelectual, físico e técnico.”<br />
Imaginando ainda maior nosso papel, em como<br />
humanizar-se e enriquecer assim a própria Natureza e o<br />
meio em que vivemos – no caso, vamos começar devagar,<br />
com nosso território, o Brasil! Pois daqui saímos, apesar de<br />
todas as traquinagens. E, sim… bem, até poderíamos<br />
estender o que aprendemos a <strong>outras</strong> regiões, países,<br />
sempre com o intuito da plenitude. Qualquer coisa, é<br />
facinho se conectar à rede e divulgar o que aprendeu. Se<br />
pudéssemos melhorar esse mundo, poxa, veja o exemplo<br />
da Arte e como reconfigurou as pessoas – mesmo que no<br />
Brasil seja complicado. Que seja uma consequência (o<br />
trabalho), boa para a existência e sua validação neste<br />
mundo.<br />
Lembrando: artista no Brasil sofre demais da conta, é<br />
muito marginalizado – elá existe arte sem artista?<br />
Importar dos outros não nos ajuda. E onde é que fica a<br />
distração que a cultura oferece? Parece que não vale a<br />
pena! <strong>Entre</strong>ga sua incontestável criatividade ao “horário<br />
comercial”, não resiste, chama todos de escrotos!! Chora e<br />
vai-se. Vai não, vai não!!! Há tanto desperdício de talentos<br />
(em diversas áreas!) Da mesma forma sendo franco ou<br />
claro, quem se propõe a dizer algo nesse país é tomado por<br />
criminoso ou até mesmo insultado – que impertinência<br />
que nada! O cenário é confuso.<br />
Presidente (Governantes, todos juntos em coro<br />
armado), por qual motivo temos pensado pouco, falado um
monte de atrocidades vãs, ou mesmo ficamos<br />
individualistas ainda sabendo que não vai dar em nada! E<br />
falando em nível de espécie, devo lembrar que só estamos<br />
aqui discutindo esse tipo de questão foi porque formamos<br />
grupos coesos e progredimos. Será que estes mesmos<br />
motivos já não bastam para refletirmos em prol da<br />
melhoria de tudo e todos? Afinal de contas, os benefícios<br />
serão para ricos e pobres! Acham que estamos<br />
estacionados na evolução? Ninguém aqui é carro, e o<br />
manobrista também precisa de férias.<br />
São mesmo palavras ásperas, porém necessárias; tem<br />
certo teor humano, portanto, condizente a todos. Todos.<br />
Que rumo tomamos os vivos?<br />
Diz Marx: “A depreciação do mundo dos homens<br />
aumenta na razão direta da ‘colocação em valor’ do mundo<br />
das coisas. O trabalho não produz mais do que<br />
mercadorias; produz a si mesmo e produz o trabalhador<br />
enquanto mercadoria.” Por acaso não chamam por<br />
“Sociedade” uma comunidade conforme os fins? Se não<br />
admite contradição, o que fazer? Tal como aquela máxima<br />
de que o temor de que tenhamos criado forças<br />
incontroláveis capazes de destruir nossa sociedade, ou a da<br />
própria noção de controle! Que pena… “Teu domingo<br />
tornará a comida sem gosto, e a água único descanso.”<br />
Acontece também do “presente” virar fardo, outro dia<br />
ou cansaço. Quer saber o motivo de não sair fala de quem é<br />
meio bobo? Juntando os fatos… talvez seja algo de pouca<br />
iniciativa, medo de crítica. Ou só bronquice! Tanto faz.<br />
Muda a boca, não sai nada. Só sente, percebe ou aceita.
Quem quer escutar? Quem pode ou merece? De tão<br />
profundo, murcha. Afinal, o tombo só existe quando<br />
alguém diz que foi. Tenho certeza de que o povo daqui é do<br />
mais forte dentre os que existem!<br />
É necessário algo mais racional. Quem são os modelos<br />
de administração? O quê? Como é?<br />
Que tal um Órgão fiscalizador de órgãos?! Do tipo<br />
sujeito a reajustes e revisões constantes – mas tem que<br />
participar mesmo, todos, não só ouvindo as notícias –<br />
precisamos uma efetiva. Uma efetiva e forte “Ordem e<br />
Progresso” – Ordem? Ainda não parece! Nem tem<br />
transparência, clareza produtiva. Olha, que chata a<br />
corrupção em todos os sentidos, como há perda fora da<br />
honestidade...<br />
Desordenado, ofereci a verdade… Falhei, já que isso é<br />
pedantismo! Estou inferior em tudo. Vocês, que leem, e<br />
para todo mundo que isso chegar… Com certeza alguém já<br />
sentiu algum dos sintomas da “pobreza” (seja ela de qual<br />
ramo). Admita, você também não gosta disso!<br />
Você que ficou ou sempre foi, digamos, pobre, que<br />
sabe que tantos e tantos bens nem são tão necessários<br />
assim, você que só aprendeu a conviver com o pouco que<br />
tem, mas valoriza a vida. Não pense que sua recompensa é<br />
impossível e desnecessária. Digo para não acostumar-se.<br />
Todo sistema que se esgota, pois se esgota, é errado. O<br />
equilíbrio nunca é falho. Se existe a palavra “Harmonia”,<br />
tem um porquê!
E mais: temos ainda circulando entre nós a frase do<br />
Sr. Erasmo de Roterdã: “Ninguém pode escolher os<br />
próprios pais ou a pátria, mas cada um pode moldar sua<br />
personalidade pela educação.”<br />
A vida, dizem, tem diversas formas de ver a mesma<br />
“coisa”, apresentando-se por milhares de formas e fatos.<br />
Ela mesma disse (Risos), e aproveitou para frisar.<br />
Recordo o caso do “vendedor sem rosto” (ou seis dias<br />
de trabalho.) Contaram certa vez em uma empresa em que<br />
estive, e gravei. Era assim:<br />
“ Às vezes fico sem rosto.<br />
Uso mecanicamente minhas funções. Mas, nesta vez, fiquei<br />
foi por um sonhado dinheiro de fim de ano: para me deixar, para<br />
alugar do meu trabalho!<br />
Passeei como um fantasma pelos corredores vazios do<br />
shopping do lado oeste, onde consegui colocação.<br />
Estacionamentos subterrâneos, depósitos, almoxarifado… tudo<br />
por seis dias maquinais. E as pessoas continuavam<br />
freneticamente comprando nas lojas! Compravam de tudo um<br />
pouco: indiferença, modelos estáticos, supérfluos, ilusões,<br />
euforia, paraísos, sonhos e luxúria. E eu demorei eternos seis dias<br />
trabalhando naquele ambiente. Oferecia adesões de cartões de<br />
crédito, e usava uma máquina fotocopiadora.
Seguia em condução pública. Via aquelas pessoas sujas,<br />
feias, maltrapilhas e com aspecto de derrotismo e como isso<br />
deprime ainda, como essa rotina imposta estraga as pessoas. Nós<br />
somos o pós, as máquinas humanas, todos em fila indiana para<br />
sobreviver e lidar com os nossos estereótipos capitalistas. Essa é<br />
uma verdade dura: eu sou, eu vivo pelo meu trabalho. Sem o que<br />
produzo, morro. É uma imposição do senhor ‘Dinheiro’. Ah, sim,<br />
sim, para vocês eu me abalo muito nesta selva de trocas. E a<br />
galera ainda pensa no disparate da geladeira do anúncio como se<br />
fossem mulas atrás das sombras!!!<br />
Novamente no shopping (que tinha mais cara de Centro<br />
Comercial), eles, elas, passam e não me olham nos olhos. Pessoas<br />
e suas pressas. É o consumo, o status. É animal, é humano. Como<br />
pode? Vira é stress.<br />
Suas intenções mostradas interessadas eram maiores do<br />
que a necessidade real da coisa, poxa!<br />
Durante seis dias tive dores nas pernas por ficar tanto<br />
tempo em pé, e tanto tempo sem ter rosto. Aí a dor vinha de um<br />
marasmo... Quem nunca ficou sem rosto? Quantos mais<br />
coexistem tristes nesse cenário?<br />
Quando termina a atividade, o TRABALHO saúda o ÓCIO –<br />
bêbado de café, pedindo para terminar logo com essa agonia tola<br />
(substituiu para desejada)<br />
A volta do trabalho é sempre chata – quando não monótona<br />
–. Temos um empurrão aqui, outro ali; e na superlotação, tosses e<br />
conversa fiada; o ônibus é o palco e o encontro. Será que ali<br />
juntinhos no calor lado a lado é que desejamos a aproximação?
É a vida adulta. Mau humor irritadiço: é a vida adulta. Todos<br />
sabem, e eu também chego a essa conclusão.<br />
‘Mais um dia está vindo…<br />
meu trabalho é esperar’ ”<br />
Não tem como apenas participar (desse jogo.) Parece<br />
que a imposição está aí, doa a quem doer. E existem pois<br />
<strong>outras</strong> alternativas? Não vamos só reclamar, isso cansa.<br />
Mas por enquanto vamos continuar com o relato.<br />
Há quem diga também que a graça de fugir é pelo<br />
simples motivo de se encher de vontade para voltar.<br />
Acreditam também que depois de cansar os dedos, as<br />
costas, as pernas, poucos fariam por puro prazer. É a<br />
obrigação carimbada e muda para o resto. Onde está o<br />
chefe? Descansando em casa! Contando algumas cédulas,<br />
ora. Quem acha o contrário? Que atire a primeira pedra e<br />
me acerte a fuça!!!<br />
Brasileiros, tornados seres inteiramente passivos!<br />
Seriamos apenas uma (semi-)potência cega ou algo mais<br />
relevante ao passarmos pela História? Ah (favor evitar)<br />
promessas de governo sempre aproximativas com relação<br />
a uma meta longínqua… Essa jogada política de alienar o<br />
empregado do processo total já está batida. Melhor mudar<br />
de assunto, tem uma cambada bem irritada com isso…<br />
Uma cultura muito nova sempre em condições de<br />
fortalecer-se com mais contribuições no estilo que lhe é<br />
próprio não se permitiria.
Pensar é bom, legal! Só quem pensa também expõe. E<br />
ter intelectuais por perto não fere ninguém – não como um<br />
sistema completo e absoluto, mas como conjunto de<br />
proposições. O presente resistindo a fim de estar no depois<br />
– afinal, o que temos é isso mesmo! Para amanhã tudo pode<br />
acontecer, e ontem já foi.<br />
Até aproveito para indicar umas reflexões (grifos<br />
meus!) a serem desenvolvidas, se me permitem a<br />
liberdade. Cada novo comando nova mentalidade em um<br />
bem social; sem essa coisa de efeitos de médio e longo<br />
prazo; o que é válido deve ser agora!<br />
Dentro de um apanhado geral da situação trabalhista,<br />
faz-se imperioso discutir um salário-mínimo decente aos<br />
que se atiram à labuta; e também produtos e serviços em<br />
um padrão acessível; fim das jornadas excessivas – por<br />
uma participação partilhada de acordo com as<br />
necessidades dos servidores – quantas horas empresta,<br />
tantas lhe voltariam em lazer (exemplo); possibilidade<br />
igualmente de escolha entre mais de um tipo de emprego,<br />
ganhando quanto real precise, pois esta jornada é mais<br />
leve – o funcionário pode ter mais de uma atuação.<br />
(Exemplo: 3 horas batente normal, 3 horas estágio); pouca<br />
enrolação no dia a dia e nas burocracias, objetividade (e,<br />
sabe mais, presença obrigatória só pioras as coisas.);<br />
serviços otimizados; cada coisa a seu tempo e caminhando<br />
em procissão – e que ouçam o que as pessoas falam!;<br />
extinção de segregações e racismos; primazia pela<br />
felicidade geral!
E o que é “perfil pra empresa”? Eu não sou isso de<br />
perfil, sou gente boa. Sempre que alguém é admitido, logo<br />
no primeiro dia já perguntam de onde é, a ficha toda. Tem<br />
os que moram longe, perto, no meio, e vivem dilemas por<br />
isso. De toda forma, continuam incapazes de aceitar a<br />
opinião do outro!! Os que já sabem sua colocação de<br />
oprimidos, preparam-se.<br />
Este tipo de empregado não quer ganhar o troféu do<br />
mês. Este só pensa em perder suas horas e voltar para SUA<br />
casa. Quer paz. Precisa já de tanto. Seria só isso, porém,<br />
mesmo assim, é confundido.<br />
E ainda não vendo diferença entre conhecer e realizar<br />
a liberdade, tem que enfrentar se deseja continuar até a<br />
sua realização. De rescisão contratual a rescisão<br />
contratual, seguem em fila com seus formulários de<br />
preencher… Acho que sou um deles!<br />
Bem… eu ouço os sentidos, e ela ali ao lado, pobre<br />
mulher. Eu te vi, sim. Sei que existe. Somos irmãos de dor.<br />
O mesmo barco, pois. Põe-se fraca, esta senhora prefere a<br />
cama, já que lhe esvaiu o gás. Qual seu nome, tua história?<br />
Apenas relembra quando ria e não se preocupava com o<br />
aluguel dos sonhos. Afunda-se em escapismos a fim de<br />
atenuar o sufoco. Cai a pele pelo cigarro, dói a barriga pela<br />
bebida. Tem serviço na segunda. Ninguém se dá ao trabalho<br />
de esperar até ela se ajeitar. Precisa continuar. Poucos<br />
estendem a mão. É o cúmulo! Quem escolheu por isso? Por<br />
que o peão não pode decidir se joga ou não e a que hora? O<br />
ser não tem direito a existir tranquilamente? Onde está a<br />
empatia fora das utopias partidárias? A qualquer indivíduo
deve ser ofertado uma casa e o mínimo. Se quer ou não<br />
participar desta “Sociedade”, cabe a si eleger. Temo<br />
discordar de Michel Foucault, quando diz que “As luzes<br />
que descobriram as liberdades inventaram também as<br />
disciplinas”; bela desculpa para autoritarismo!<br />
Enquanto isso, trampo para conter as contas, sabe<br />
como é! Nota-se que ainda não escapei… volteando nessa<br />
de produzir o que não tenho, o que não há. Achava que as<br />
tecnologias viriam para diminuição da jornada de<br />
trabalho… mas os robôs estão no Cinema!<br />
Para cada um que fez greve de fome e aceitou seus<br />
ideais e morreu por isso; para cada um que mostrou a<br />
verdade é pedida a notícia de final feliz, de descanso e<br />
mútuo consenso. Com quantas mortes será preciso<br />
acordar? Pessoas querem sabedoria. O país brasileiro<br />
desconfia dele mesmo; o mundo quer urgentemente e no<br />
íntimo a volta de uma Pangeia.<br />
Peço a quem quer ouvir: não revelem suas<br />
identidades, escolham o Sol ao invés do concreto fechado.<br />
Minem a comunidade com novas e criativas soluções,<br />
refaçam das bases; talvez outros conceitos sejam aceitos de<br />
uma melhor forma!<br />
Recordem dos ditos cidadãos anônimos… sem palavras<br />
estou. Pergunto se não seriam gente de carne e osso.<br />
O que tenho para dizer no final que apresento é que<br />
se a Educação foi mesmo deixada de lado a ponto do povo
sofrer, é de se concluir que chegamos ao caos. O grande<br />
caos da gente! Este é o “presente” que lhe deixo.<br />
Pensa. *** Favor repassar para os dirigentes do resto<br />
do mundo, pode ser até nas redes sociais
Textos Relativos<br />
Para a página Vozeirao.org (2012)<br />
Esta foi uma iniciativa virtual pensada em caráter<br />
anônimo para divulgação de textos de cunho social –<br />
apenas! – abafada por descasos e falta de colaboração<br />
À época adotei os pseudônimos João Sem Braço e Cí
Introdução<br />
Bem-vindos ao Vozeirão (Mar.16.2012)<br />
IMAGEM: RÉPLICA DE “O GRITO”, EDVARD MUNCH<br />
O que acontece com esse país? O que não é dito? Do<br />
que precisamos?<br />
Há muito vivemos imersos no estigma de país de<br />
corrupção, porém, a questão vai mais além, passa pela<br />
hipocrisia. Não é somente uma questão de sermos uma<br />
sociedade recente, tem algo mais aí, velado.<br />
Algo acontece, ou fazem com que passe. Digo: você<br />
não deve abaixar a cabeça, aceitar a submissão; há quem<br />
cresça nas nossas falhas, e mantém o esquema!<br />
Quem tem voz, expressa as ideias, permeia o campo<br />
da evolução; e somente uma população unida e pensante<br />
chega a um futuro glorioso.<br />
Nascemos em um país que tem tudo para ser um<br />
“Paraíso” na Terra. AINDA NÃO É… mesmo assim, mas<br />
comecemos a expor, alterar o marasmo que nos atinge<br />
como doença. É possível! Está no nosso interior, latente, é<br />
uma intuição e senso de que basta ser liberada a energia<br />
que vamos conseguir de tudo, e ainda ajudar o próximo –<br />
não é um favor, é direito.<br />
O que sacaneia com esse país? Por quais motivos? (e<br />
nesse mundo todo lá fora? Será que não estão<br />
correlacionadas as coisas?)<br />
Sejam então bem-vindos & saudações sem medo, do<br />
amigo João Sem Braço.
Recordem se algo foi resolvido.... (Mar.19.2012)<br />
ILUSTRAÇÃO: CARICATURA DE SENHORITA POLICIAL<br />
A “atitude isolada” de um grupo de policiais que espanca<br />
pessoas desarmadas e com as mãos para o alto em sinal de<br />
paz é ou não, mesmo assim, bizarra e autoritária? Ainda<br />
nos dias de hoje, após termos aprendido tanto,<br />
teoricamente, com os erros do passado… Vide as guerras,<br />
as perseguições. Esses policiais que ferem sabem algo da<br />
História? É, pois é… Mesmo não representando “a<br />
Corporação”, envergonha a Raça Humana, e a atitude de<br />
policiais assim deve ser punida, não arquivada ou<br />
esquecida depois de passar durante poucos minutos no<br />
noticiário…………. (João Sem Braço)
De mão beijada (Mar.20.2012)<br />
IMAGEM DE UM VAGÃO DO METRÔ CARIOCA<br />
Ao que tudo indica, quem ganhou a licitação para<br />
“gerir” as linhas do Metrô Carioca está guardando o trunfo<br />
dos novos modelos e da melhoria nos intervalos para a<br />
gringaiada se divertir….. Desde quando isso acontece? Me<br />
parece que desde que os portugueses inventaram que este<br />
era o país deles, lotaram (lotearam?) o território com seus<br />
espólios e começaram a dar risadas das pessoas se danando<br />
aqui. Percebam: mudaram somente os peões, o jogo é o<br />
mesmo! Se vivemos no Brasil, se nascemos aqui, por que<br />
entregar nossos melhores frutos aos estrangeirismos,<br />
enquanto comemos sobras? Como assim, não é justo… e<br />
vocês sabem disso, porque passam por essas coisas todos os<br />
dias. Debaixo dos olhos… pensa só (João Sem Braço)
Sem título aparente (Mar.24.2012)<br />
Este apelo é para os excluídos, carentes, aos<br />
alienados, é para quem está “fora do negócio”… para os<br />
novos seres deste novo milênio, ao povo Latino-Americano<br />
(“verdes”, e, portanto, puros, abertos ao Pensamento),<br />
para quem quer se salvar… para os que têm diferentes<br />
opiniões, quem pensa na quebra de Instituições, nas mídias<br />
limpas, nos direitos e deveres, e no que se refere a ter<br />
responsabilidades.<br />
Sem medo do que seja Política – é necessária, normal,<br />
saudável ao bem público, e não um bicho-papão que seja<br />
preferível ver de longe… É preciso gritar, expor os<br />
problemas, e não tapar o Sol com nenhuma peneira – a<br />
evolução pode lidar com isso! Acreditem, a organização<br />
política pode ser igual a uma “consequência para cidadania<br />
plena.”<br />
A Democracia não é exatamente falha, como querem<br />
que pensem as elites de privilegiados com sua<br />
“manutenção de padrões arcaicos.”<br />
Se há expressão, dúvida, a comunicação realmente do<br />
povo – feita direta e através dele – do povo, há o troco<br />
filosófico. Sim, é fazer com que os gestores equivocados se<br />
deem conta dos próprios erros, que seus deslizes virem<br />
motivo de chacota e que tombem.<br />
Pensamento livre pelas ruas!!!!!!!!!!!!! COBREM!!!
Limpeza (Mar.27.2012)<br />
FOTO SOBRE GARIS DANÇANDO EM PLENA SAPUCAÍ<br />
Quem não gostaria de viver em uma cidade limpa,<br />
bem cuidada, em que a população e seus governantes<br />
falassem a mesma língua e quisessem o melhor para o bem<br />
geral? Não seria legal também fazer inveja (da boa, claro!)<br />
em quem ainda não chegou a esse nível? Algo como uma<br />
disputa sadia… ainda mais se pegarmos o gancho da<br />
superexposição da cidade nos últimos tempos.<br />
São pequenos atos os que no final se transformam em<br />
realidades.<br />
Tomando isso como exemplo, chamo atenção para a<br />
questão das lixeiras no Rio de Janeiro.<br />
A distribuição de lixeiras é regular, e suficiente, na<br />
sua opinião? Você acha que as pessoas são educadas e<br />
cumprem seu dever cívico de utilizá-las? E em relação à<br />
política de conscientização da população, é válida? Ou<br />
ainda carece? No geral, o que costuma ver no dia a dia?
O tráfego (Mar.29.2012)<br />
FOTOGRAFIA DE CARROS PARADOS NA AVENIDA BRASIL!!!<br />
A palavra já vem defasada e cheia de cargas. Será que<br />
a cidade está preparada? São <strong>Paulo</strong> já demonstrou que não,<br />
certo, mas é provável que nenhuma região do mundo<br />
esteja isenta de problemas relativos a engarrafamentos,<br />
então por qual motivo somente aumenta o egoísmo e a<br />
aquisição de automóveis por parte da gente? É um<br />
paradoxo: se engarrafa e a culpa é do aumento de veículos,<br />
e a maioria das pessoas ainda assim prefere estar a sós em<br />
um carro a se deslocar juntinho dos irmãos e irmãs<br />
humanos nos ônibus, trens, metrôs, vans, o que valha, por<br />
que continuamos errando?<br />
Simplesmente vai desabar!! Uma hora a casa cai… com<br />
certeza alguém já se ferrou com engarrafamentos,<br />
entretanto, só aumentam de gênero, número e grau –<br />
vamos entrar numa de dar um puxão de orelha nos<br />
motorizados solitários.<br />
Olha só, os carros poluem. Viram como as florestas<br />
sofrem, nosso ar se carrega de sujeira – e quanto menos<br />
tivermos árvores por perto, mais carregado fica! Será que<br />
precisamos recorrer a um “rodízio”? Não é o cúmulo da<br />
incapacidade de resolver o problema? Estamos<br />
dessocializados, isso sim!!!! O que é, alguém aí tem medo<br />
ou nojo da companhia da gente? Não se dá “ao luxo” de<br />
estar junto do povão??? Não foi assim que a História nos<br />
ensinou… Lembra o que já disse: “Se eu sou a mãe da terra,<br />
estou chorando.” (Cí)
Igual sem título (Mar.30.2012)<br />
Venho por meio desta alertar aos caros viajantes e<br />
também aos cidadãos pouco informados que alguma coisa<br />
está rolando, atinge aos visitantes desta bela terra<br />
chamada Rio de Janeiro.<br />
E qual é a falcatrua da vez? Sim, é o abuso de poder,<br />
abuso este ao aumentarem as diárias hoteleiras para os<br />
eventos que acontecem na cidade. Coisa de praxe? Seria<br />
oportunismo?? Dizem por aí que não tem mais vagas,<br />
somente para poder vender mais caro na última hora,<br />
quando o desespero rola – no susto age de qualquer forma;<br />
a pessoa que deixa tudo pra última hora pouco pensa!<br />
Convenhamos…<br />
INFELIZMENTE, TAMBÉM PODEMOS TROCAR A FRASE<br />
PARA: “ESTÃO PASSANDO A PERNA EM QUEM VEM<br />
INVESTIR, CONHECER O RIO.” CONCLUSÃO: UMA IMAGEM<br />
ESTRAGADA. SABIA QUE UMA NOTÍCIA RUIM SE ESPALHA<br />
FACILMENTE?<br />
Perde também quem vive em função do Turismo – é<br />
sabido que um número cada vez maior de cidadãos<br />
DEPENDE DISSO!… Perde todo mundo nesse jogo…<br />
inclusive qualquer boa imagem (João Sem Braço)
Violência gratuita (Abr.3.2012)<br />
GRAVURA DE CRUZES<br />
Muitos reclamam da qualidade de vida, dizem que “a<br />
vida é dura”, e partem para <strong>outras</strong> alternativas que sejam<br />
mais rápidas e/ou práticas.<br />
Se existir uma gama de condições para existir a<br />
criminalidade, uma delas é a falta de educação, munida de<br />
desemprego e desesperança na sociedade – ou no Amor,<br />
não é mesmo?<br />
QUEM É CULPADO DE QUÊ? QUEM É CULPADO SE NÃO<br />
É POSSÍVEL PRECISAR O REFERENTE?<br />
Ao que tudo indica, um dos problemas foi<br />
solucionado; pensaram em uma forma de criar as próximas<br />
gerações por meio de uma instrução direcionada e<br />
cuidadosa, pena ainda ficar tanto em tese. Além disso, não<br />
vamos deixar a educação das nossas crianças aos cuidados<br />
somente das escolas; de casa deve partir o exemplo!<br />
Dizer que tudo é muito difícil, que não sei quê é<br />
simples, absurdo. Mas tem gente que acha que funciona…<br />
A violência gratuita está solta com vários pretextos; não<br />
vamos extravasar nossas energias assim. Poxa, ainda estou<br />
repetindo que “se eu sou a mãe da terra, estou chorando.”<br />
(Cí)
Investigação da jogatina (Abr.12.2012)<br />
COM CHARGE DO NANI<br />
Como se começa uma investigação? Seria após certo<br />
desconforto, aquela pulga atrás da orelha?? Seguramente<br />
você também já prestou atenção em alguma coisa que lhe<br />
foge do comum e interessa – talvez até complemente<br />
alguma questão não resolvida.<br />
Pode-se perguntar, primeiramente, talvez… a um<br />
conhecido, uma amiga, quem quer que possa ter uma<br />
parecer do que… de como o tema lhe atormenta…<br />
Discute-se o processo pelo qual uma pessoa fica<br />
alienada; e sem referências acredita em qualquer<br />
bobagem! Convém analisar os fatos por detalhes, ou<br />
tópicos.<br />
Partindo disso, tomo como exemplo bruto um tema<br />
sugerido por certo senhor de idade:<br />
Falou sobre o tal “Jogo do Bicho” – modalidade sem<br />
tributação, portanto ilegal e mal vista, teoricamente, pois é<br />
o que querem que pensem. Mas, e quanto à Caixa<br />
Econômica Federal, a popular Loteria, Fezinha… não seria<br />
da mesma espécie? Como julgar uma questão ‘prima’?<br />
Quais cifras são maiores? Acredita naqueles valores?<br />
Pergunto aos ventos: como se dá a apuração?<br />
Eletrônica. Ah beleza… Ou quer dizer, que são “programas<br />
facilmente modificáveis.” Como sugeriu o tal senhor de<br />
idade, o computador poderia se quisesse, ou melhor, caso<br />
fosse programado por alguém razoavelmente sagaz,<br />
poderia só emitir sequências das quais ninguém se<br />
aventurou a fazer. Apenas ’1′<br />
ganhador… diversos<br />
acúmulos, ou nenhum ganhador. Ora, pelo montante…
Bem, dirão os céticos, mas no Jogo do Bicho também<br />
existe falcatrua, certamente. Sim, claro, provável mesmo…<br />
por isso deveria haver fiscalização. E mais fiscalização<br />
sobre fiscalização, e honestidade. Honestidade é que<br />
deveria. Mesmo assim, pergunto de brincadeira em qual<br />
das partes você realmente confiaria seu dinheiro?<br />
“Investigação”, essa palavra vem novamente à cabeça,<br />
lado a lado de “desconfiança”. Eu, pelo menos, ouço os<br />
mais velhos! (João Sem Braço)
Males (Abr.4.2012)<br />
TEMA DO SER HUMANO ENVOLTO POR REMÉDIOS<br />
Não sei se existe um estudo sendo realizado ou coisa<br />
do tipo, mas não seria o estresse – esse amiguinho diário,<br />
por vezes alvo de brincadeiras descompromissadas de tudo<br />
– não seria este o vilão do futuro? Em um planeta assim a<br />
cada dia a medicina evolui… a erradicação das doenças<br />
seria um grande passo, mesmo que por cima disso venham<br />
as doenças da cabeça. Elas! E sua confusão imprevisível.<br />
Talvez o remédio das próximas gerações seja uma<br />
passadinha no psicólogo, ou uma ida periódica ao<br />
psiquiatra mais perto de casa. É uma questão séria, pouco<br />
explorada, mas de grande preocupação: o que está<br />
havendo com as pessoas? Recorremos demais aos<br />
analgésicos! Não temos pena? Nossa cabeça comporta toda<br />
essas cargas da urbanidade? Estamos a ficar loucos com<br />
essa forma de vida desigual e injusta? Está perdendo a<br />
graça a existência? Como nos atinge a futilidade? Estamos<br />
embrutecidos??<br />
Só para citar um exemplo lúdico e acalmar os nervos<br />
com uma questão bem inteligente: quem já ouviu falar da<br />
bestialidade apresentada pelo falecido José Saramago no<br />
seu livro “Ensaio sobre a Cegueira”?? Fica a dica, ler relaxa,<br />
sério.<br />
Ainda sabendo ser difícil igualar as coisas, deixar o<br />
mundo nivelado incluiu dar poderes a todos, mesmo não<br />
sendo qualquer um ainda capaz de ter a manha da coisa.<br />
Que dá isso? Voltamos ao cerne do assunto: indivíduos<br />
incompletos em suas potencialidades, revolta, depressão,<br />
exclusão social, medos; indivíduos sustentados por outros
e interdependentes – para onde e de quê fugir????? Ahhhh<br />
“se eu sou a mãe da terra, estou chorando.” (Cí)
Se até eles ligaram... (Abr.17.2012)<br />
JÁ QUE UMA “GUERRA” É RADICAL DEMAIS, FICAMOS<br />
PENSANDO SE A SOLUÇÃO NÃO SERIA O BOICOTE ÀS<br />
INSTITUIÇÕES………… UMA FORMA DE VIDA<br />
ALTERNATIVA… EM QUALQUER LUGAR QUE POSSA<br />
REINAR O APREÇO À QUALIDADE SEJA A LEI… NÃO<br />
INCITANDO AO CAOS, MELHOR INCITAR AO PENSAMENTO<br />
Mais em: www.storyofstuff.org
O melhor boicote à ignorância? (Jun.12.2012)<br />
SEM ILUSTRAÇÃO
Conhecimento é legal (Jun.5.2012)<br />
A FOTO USADA FOI A DE UMA MOÇA IMERSA EM LIVROS<br />
Fonte: “Merci à Evelyn Gazeta… The world is round but<br />
the entrance is rectangular”
“Um sorriso, dois sorrisos, três...” (Mai.31.2012)<br />
UTILIZADA IMAGEM DE CHAPLIN SORRINDO. UMA FLOR<br />
EM SEUS LÁBIOS<br />
Um sorriso, dois, três… Não gasta nada, ganha o<br />
mundo.
Textos Relativos<br />
Arquivo inédito por falta de oportunidade
A desumanidade na Capital Defederal<br />
(Artigo para os jornais do DF, maio de 2009)<br />
A desumanidade na Capital Defederal, é isso o que<br />
acontece, digo de forma resumida, abrupta, quando um<br />
caboclo, um infeliz, vai tentar a sorte no tal DF Eldorado dos<br />
50 e se defronta com a terrível situação de nem poder<br />
voltar para casa em qualquer madrugada, pois retornam à<br />
toca todos os ônibus caídos aos pedaços remendados, saem<br />
de circulação pouco antes da meia-noite – isso me<br />
confessaram! –, e só quem não está excluído nesta<br />
sociedade brasileira é que pode dormir tranquilo e<br />
descansar para outro dia ir para o clube, já que no<br />
domingo não tem nada mais para fazer ali pelo Eldorado –<br />
dá até saudade dos assassinos e ladrões confessos das<br />
<strong>outras</strong> cidades deste país... – estamos em um país bem<br />
diversificado, se alguém não sabe. Que feio é ver as<br />
pessoinhas desanimadas e desprotegidas nos pontos de<br />
ônibus solitários esperando o talvez “baú das 3”, como<br />
párias humanos, e na rodoviária infestada<br />
propositalmente, para que sejam vistos e catalogados, os<br />
seres, em meio ao caos, tantos trabalhadores desta terra;<br />
assim misturadões com as prostitutas que também<br />
zombam dos policiais agrupados papeando sobre a<br />
politicagem aqui nessa Brasília e em qualquer lugar –<br />
enquanto isso um “otário” é assaltado na parte de cima da<br />
rodoviária; uma guria é agredida; uma velinha tenta saltar<br />
do viaduto. Isso porque os policiais estão na vigília. Por<br />
que não deixa então a porcaria do transporte “pirata”,<br />
poxa? Senhor prefeito, ouviu? Ao menos ia apaziguar,
ficam até mais suscetíveis os eleitores um pouco, digamos,<br />
mais satisfeitos. Não é isso que querem nossos exemplares<br />
políticos? Mas como se mede o exemplo de cidadania como<br />
capital modelo...??? Precisam de uma carreira pública para<br />
tudo aqui???<br />
A necessidade, status tolo e juvenil de ter a droga de<br />
um carro aqui é tão tosco... igual seu homônimo, afoga<br />
tanto o trânsito da Capital Niemaiyeieyeieerniana, polui<br />
tanto, como nutre os estacionamentos... É tão difícil assim<br />
usar o metrô, ônibus, andar de bicicleta, caminhar?<br />
Qualquer naturalista se retorceria no túmulo! Brasília é<br />
ainda uma cidade do interior! Ao estilo da falta de<br />
conscientização, essas palhaçadas e tal. Só pode estar<br />
sobrando muito dinheiro nos bolsinhos para em uma<br />
família tooooooooodos os membros, até o gurizinho na<br />
motinha elétrica, estarem motorizados. Como em toda<br />
imaturidade, falta integração do povo. Um mundo em que<br />
existem periferias, e as cidadezinhas Satélites de Brasília<br />
são, digo, menosprezadas; meros obreiros vivem dessa<br />
forma; é exclusão, preconceito puro e diamantino.<br />
A questão é que o emigrante, acostumando-se a uma<br />
sociedade, às metrópoles, mesmo dentro da sofrível e<br />
comum brazuca, pois é o que dá, mista ou com mais<br />
liberdade, pois é, este emigrante se tornou pária.<br />
“Pííííííííí”, se for ele sair no sábado para beber uma,<br />
esquecer tudo e esticar. Imaginem só! No bar, já com uma<br />
candanga, pensa: mas não tem nem como voltar pra casa!!!!!!!!<br />
Há muita ordem em Brasília! E é fora do limite humano..<br />
“EU QUERO DESLOCAMENTO!!!!!!”, canta o divertimento do<br />
emigrante saindo do bar “ALÔ LULALÁ, DILAMAÊ”<br />
(Brasília, rancho do Lula & Cia.)
Corda no pescoço do escritor<br />
(Manuscrito inédito)<br />
O escritor vai lascado. Isso é fato. Mais estuporado<br />
quando é brasileiro. Parece uma peste que persiste. E é<br />
bom, acima de tudo, muito criativo o artista daqui!<br />
Heheh!!! Putz, quem faz essa loucura? Como é a coisa da<br />
Literatura? São tantos os filhos, ofuscam os novos gênios,<br />
se é que existem, pô. Podemos ler de múltiplas formas e<br />
gostos, é livre e estamos em um impasse. A complexa<br />
ficção e vida de mãos dadas. Tão pequenos somos nesse<br />
mundo internético global! Deleite e sofrimento devem ser<br />
temas bons? A Arte zoando de cima para baixo. Tantas<br />
transformações, e a busca do Ídolo Imortal – prateleiras de<br />
mão em mão e gerações passadas, ahhhh, na consagração.<br />
Sacanagem. Tempo, tempo. O que é preciso para se<br />
catapultar com a ajuda dos canonizados? Pergunto isso<br />
sinceramente! Formamos outro “grupo poético reservado<br />
tipo Maçonaria?” Tantas formas. Eu sei que é um saco ler<br />
assim. Não tem guia, tão pouca fórmula. Deve ser loteria,<br />
traquinagem! Relendo, relendo e gozando das críticas.<br />
Solene morto. Ou tipo uma mulher pedante ou um homem<br />
frouxo. A mais pura azia!... Institucional? Cadê a<br />
originalidade? Pedimos uma pequenhez para ser gigante. A<br />
morte esquecida. O conteúdo sobressalente. Pedimos nossa<br />
relação de amor e guerra. Tão esquisito e humano. Livre<br />
talvez de pressões certeiras. Bem, recriamos, somos<br />
inquietos. Nada basta, vocês sabem! Apaixonados estamos<br />
em êxtase. E quem vai aceitar isso? Oh Deus. Não me<br />
rotula, eu sô mais que aquilo. Mais esperto, brilhante e
trapaceiro. Por que tão racional? Demonstramos. Somos<br />
um ensaio vivo. Sinistro é ser acessível, está cheio de gente<br />
que lê mas nem entende... por aí, se é que realmente<br />
folheia. Rola? Notas. A rima... ah, esquece! Passa a página!<br />
É desordem. Fácil. Difícil. Eu não me baseio em<br />
documentos nem muito menos ao nosso redor. Sou mais<br />
um, que bom! Ser puro ensina, vamos ensinar às crianças,<br />
menos o repreender. Ah sim. E você aí ainda nas sociais na<br />
casa da fulana. Porque quer curtir. As biografias são<br />
fundamentais, caso contrário, é que nem água. Quem<br />
vende água? A novidade vende, tipo H2OH de maçã e sei lá<br />
mais! Droga... Os individuais são tantos, mas não deveria.<br />
Racha cuca. A métrica me engana, nem consegue; escola<br />
pública é dose para leão!!! Por isso eu sô uma exceção na<br />
selva. Ligando, ando, ando, hunf! Tantas questões. Quanto<br />
se pode. E gostar. Permissões mil. Amor, esperança, esses<br />
tópicos... Salafrários, fascinantes. Espelhos, divertimentos.<br />
Precipícios, até porque, na maioria das vezes, o escritor<br />
nada na esperança das pessoas, tirando os sortudos, os<br />
riquinhos nomeados, esses se bastam. Escritor de verdade,<br />
claro, masoquista, vai até o final, e geralmente nem volta!<br />
A Imagem. Mistérios. Necessidades. Jogos. Deixa<br />
prontinho. Vanguardas e autos. Deficiências e qualidades.<br />
Mas é preciso fazer a treta da escrita, vir com o inesperado<br />
na manga. Alguém tem que ter o pescoço na corda.<br />
Condensados. Corajosos, a veia volta. Na hora de cair de<br />
cara! Mas não desistimos (Rio, 24 de maio de 2009)
Primeiros <strong>Artigos</strong><br />
Publicados em blog
A Música deve parar!<br />
“Quando a música terminar<br />
Apague as luzes<br />
A música é sua amiga íntima”<br />
(The Doors)<br />
Assim como a canção cujo título eu só vou mencionar<br />
ao final deste “artigo”, o assunto, ou melhor, a situação<br />
que aborto é sobre QUANDO TEMOS QUE ACEITAR,<br />
QUANDO PARAR ALGO QUE ESTÁ DESGASTADO.<br />
Após ouvir, sofrer e me lamentar ao presenciar o show<br />
de horrores que se transformou a MÚSICA ATUAL (não<br />
quero citar nomes nem quem fez a m! que fez... assim eu<br />
acho.) Olha só, o que tenho a propor é PARAR A MÚSICA<br />
POR UM TEMPO, PAUSAR A PROLIFERAÇÃO DE BANDAS E<br />
ARTISTAS TERRÍVEIS E NÃO TALENTOSOS – EM MINHA<br />
VISÃO, MEROS COPIADORES –, INTERROMPER TODAS AS<br />
EXECUÇÕES E APRESENTAÇÕES AO VIVO; ESPERAR QUE SE<br />
RENOVE DE VERDADE O QUADRO MUSICAL (NÃO SÓ<br />
NACIONAL, MAS INTERNACIONAL, OBVIAMENTE.)<br />
Poderíamos até esquecer essa má fase e fazer uma<br />
retrospectiva ou análise do que já foi feito e apenas se
aquietar um pouco. – Prestem atenção, “artistas”, é como<br />
na escola – VAMOS PENSAR ANTES DE SAIR FAZENDO<br />
TOSQUEIRAS, COISAS FÚTEIS, CÓPIAS DESCARADAS DOS<br />
ORIGINAIS.<br />
Que tal sair, se refrescar, discutir, fazer um brainstorm<br />
(não é assim que dizem?), pôr tudo na mesa às claras e<br />
tentar achar soluções? Não dá para continuar assim, gente,<br />
é tão fácil o que digo... A MÚSICA PRECISA VIVER, NÃO<br />
SOBREVIVER. Dinheiro nem é tão necessário assim, sabe? O<br />
investimento deve ser mais intelectual – caramba!, estou<br />
falando de Arte, MÚSICA É ARTE, DEVE ser tratada como<br />
Arte, não diarreia. Qual foi, ri não? Tirem um dia e levem<br />
as crianças ao colégio para terem aulinhas musicais ou de<br />
Literatura – sabemos quão bons letristas são os que leem.<br />
Vamos fazer como a escolinha do Chaves, vamos batucar;<br />
vamos depois então ORGANIZAR o barulho – ou o mais<br />
próximo disso... –, NÃO BATUCAR SOMENTE UM BARULHO<br />
SEM ORDEM OU SENTIDO. Cadê a técnica, o cuidado, a<br />
magia, as boas ideias? Gritar e choramingar nas canções<br />
não vai melhorar a vida de ninguém…<br />
A ARTE MUSICAL NECESSITA DE UM TEMPO, É FATO...<br />
DE SE AUTORRENOVAR, DIGERIR-SE… DE OUVIR A SI<br />
MESMA.<br />
É, pois é... há um vazio... e… Ligo o rádio e decepção;<br />
compro um CD de uma banda atual e decepção; baixo uma
música – sim, eu disse baixo, da Internet, eu confesso, sou<br />
humano – e decepção; vou a um show, festival, sei lá, e<br />
decepção. Nem conto quando me apresentam algo... HÁ<br />
UM PROBLEMA (QUEM SABE VÁRIOS) E PRECISA SER<br />
RESOLVIDO. Eu só estou aqui dando uma sugestão, não me<br />
crucifiquem, é minha opinião de apreciador… Pensem nos<br />
de versos de When The Music’s Over (The Doors) O passado<br />
ajuda (Em janeiro de <strong>2008</strong>)
L&PM Editores<br />
(Visite lpm.com.br)<br />
Será que a L&PM é uma editora GRANDE mais de 30<br />
anos depois de ser fundada? Em matéria de distribuição e<br />
público atingido, pode-se dizer que sim, é GRANDE –<br />
apesar do formato de bolso (piada boba, heim…) E é de se<br />
louvar a popularidade literária que esta editora vem tendo,<br />
principalmente devido à distribuição em bancas de jornal –<br />
desde a mais envidraçada a mais furreca –, onde os livros e<br />
os autores (muitos deles pouco difundidos aqui no Brasil...<br />
ou pouco achados) estão acessíveis ao público em geral –<br />
além, claro, das visíveis miniestantes presentes nas<br />
livrarias nossas de cada dia. Já vi esses livros até em postos<br />
de gasolina. Isso já aconteceu em nosso país? (ESTA É UMA<br />
PERGUNTA RETRÓGRADA, POIS NÃO TENHO IDADE<br />
SUFICIENTE PRA DIZER TAL COISA, SABE…)<br />
Segundo o próprio site da editora – as próximas<br />
frases, entre parênteses, vocês já sabem que a fonte é o<br />
site, certo? “Baseado num projeto moderno executado dos<br />
moldes das grandes coleções europeias, a coleção L&PM<br />
POCKET foi construída em cima de 4 pilares fundamentais:<br />
textos integrais, alta qualidade editorial e industrial,<br />
preços baixos e distribuição total, atingindo todo o Brasil<br />
(...)” “Em 2006 a editora comemorou o expressivo número<br />
de 6 milhões de livros de bolso vendidos (...)” “São quase<br />
600 títulos (...)” “(...) preços que são até 60% inferiores aos<br />
dos livros convencionais.” Pois é, “a coleção L&PM POCKET<br />
é a maior coleção de livros de bolso do Brasil (...)”
Em um país que dizem não haver público leitor<br />
satisfatório, que o preço do livro é caro, como não abrem<br />
os olhos para a iniciativa da editora L&PM? – ah, nem me<br />
lembrei de dizer, eles são do Sul. É verdade o que dizem,<br />
que lá eles leem mais? Nem me lembro de quem disse isso.<br />
O (nome do ministro da cultura aqui) devia dar um beijo<br />
nos caras que fundaram a editora, <strong>Paulo</strong> de Almeida Lima e<br />
Ivan Pinheiro Machado. Não ouço falar muito desta<br />
editora; sempre tenho a impressão de que correm por fora,<br />
de que não lhe dão muito crédito. O catálogo deles, vocês<br />
viram, é PROLÍFERO – e cada vez cresce mais... não sei de<br />
onde eles tiram tanto autor, nem como sobrevivem; TODOS<br />
a preços tranquilos... não me lembro de ter comprado um<br />
pocket por mais de R$ 20,00; lembro sim de encontrar um<br />
na livraria por apenas R$ 6,00!!! O projeto gráfico é<br />
modesto, mas agradável, e o papel (bem simpático) não é<br />
daqueles que dissolvem rapidinho.<br />
Eu não sou contratado nem parente de ninguém da<br />
L&PM, entretanto, recomendo: é realmente vantajoso ser<br />
cliente/leitor dos livros deles. Esta nota poderia ajudar a<br />
difundir mais, também, uma boa imagem desta incrível<br />
editora nacional.<br />
Obs.: também a L&PM tem um catálogo de outros<br />
formatos – qualquer coisa ou mais informações, olhem o<br />
site. O endereço está no título deste artigozinho – vamos<br />
ler bastante e se munir é de Conhecimento, galera!
Capa: Marília Veloso azingara.wordpress.com<br />
* Textos originalmente publicados na revista eletrônica<br />
ambrosia.com.br<br />
Visite a página do autor e conheça outros títulos:<br />
paulovitorgrossi.com
<strong>Paulo</strong> <strong>Vitor</strong> <strong>Grossi</strong> é escritor e músico independente, publicou<br />
entre outros títulos o romance “c a c t u s”, além do argumento<br />
de “Amor, Ódio, Redenção e Morte” e a novela/roteiro “Casa de<br />
Praia”. Participou grupos de música ALICE, íO, Instrumental<br />
Vox, SAEM e Ummantra. Pela Poesia, lançou a conferência de<br />
“Amerê” e a experiência em diversas línguas, CIRCULAR<br />
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