31.08.2016 Views

SEQUÊNCIAS, Artigos e outras publicações Entre 2008-14_Paulo Vitor Grossi (2016)

Atualizado em 2016. Arte da capa: Marília Veloso

Atualizado em 2016. Arte da capa: Marília Veloso

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

SEQUÊ<br />

NCIAS


Sequências, atualizado em <strong>2016</strong>


Í N D I C E<br />

POR QUE SE ESPANTA? PROCESSO CRIATIVO E PRÁTICA<br />

“Meta”(4) “Ninguém assim ARTISTA está em completude<br />

sem quem lhe dê importância.”(10) “O Seu Esboço”(11)<br />

“O tema está no texto”(13) “Prefácio para histórias<br />

infantis”(15) “A Guitarra é a comunhão dos dedos e da<br />

eletricidade. Seu reflexo é a Música.”(18) “Jovens<br />

Bandas”(19) “O jogo do 27”(22) “O buu! e o aaah!”(26)<br />

“Sobre Falar e o papel de ser um ser Artista”(29)<br />

ARTIGOS E OUTRAS PUBLICAÇÕES “Por que se destroem<br />

personagens?”(31) “Galeria: Banksy foi preso, seria farsa<br />

ou Eu Coletivo, não tem identidade, ou é por causa da<br />

curiosidade?”(33) “Novos X-Men – Rebelião no Instituto<br />

Xavier”(34) “Apocalipse Revisado”(37) “Tráfego<br />

suave”(39) “Uma Era do Apocalipse”(41) “Linguagem<br />

nada palpável”(43) “Os Novos Artistas”(48) “La Vallée,<br />

Uma exaustão rumo ao essencial”(50) “(O Gênero<br />

Humano!?) Através do Planeta Selvagem”(53)<br />

“Reconhecimento de Padrões – Sim ou Não”(56) “Sem<br />

rockenrolar muito…”(59) “Três ou mais Sonhos<br />

Roubados(61) “Os atuais Secos & Molhados”(63) “Mestre<br />

Ennio Morricone, aquele que embelezou o Som”(67)<br />

“Retrô ou Retraso?”(70) “Encontro com Rama, de Arthur<br />

C. Clarke”(72) “A Música resiste!”(75) “Giannini e seu<br />

legado”(78) “O lado escritor de Jim Morrison”(80) “Os<br />

Índios Bêbados da Amazônia?”(84) “Contra as cegonhas<br />

pelos gambás”(87) “Djô no sei!”(90) “O Jornal não<br />

diz”(95) “Presente (Um Possível Manifesto Popular)”(98)


TEXTOS RELATIVOS “Introdução: Bem-vindos ao<br />

Vozeirão”(115) “Recordem se algo foi resolvido....”(116)<br />

“De mão beijada”(117) “Sem título aparente”(118)<br />

“Limpeza”(119) “O tráfego”(120) “Igual sem título”(121)<br />

“Violência gratuita”(122) “Investigação da jogatina”(123)<br />

“Males”(125) “Se até eles ligaram...”(127) “O melhor<br />

boicote à ignorância?”(128) “Conhecimento é legal”(129)<br />

“Um sorriso, dois sorrisos, três...”(130)<br />

TEXTOS RELATIVOS “A desumanidade na Capital<br />

Defederal” (133) “Corda no pescoço do escritor”(135)<br />

PRIMEIROS ARTIGOS “A Música deve parar!”(139) “L&PM<br />

Editores”(<strong>14</strong>2)


<strong>Artigos</strong> da coluna Por que se espanta?<br />

Processo criativo e prática<br />

(Publicados em 20<strong>14</strong> no portal Ambrosia)


.<br />

“Se o que você não faz é o que você não consegue<br />

Bem, partindo disso, veja só como muito tem em uma vida leve.”


Por que se espanta? Processo criativo e prática 01:<br />

“Meta”*<br />

Algo sobre Arte... no processo criativo e pela prática...,<br />

ou através de quem sabe na real o que dizer, veja,<br />

certamente vai ter um retorno. Bem, mas o que é tudo isso<br />

de processos, metas, criação? Parafraseando assim de<br />

momento, e vindo do meu eu falido, sou eu mesmo dizendo<br />

que meu único exemplo palpável que vem à cabeça agora é<br />

uma frase antiga de um de meus livros, ela diz que a “Arte<br />

é subjetiva.” E só isso? Putz, que pedante. Eu erro! Será que<br />

realmente há uma única definição, um único modo de ter<br />

dito isso ou algo parecido? E precisa repetir tanto a ideia??<br />

É não, certamente que não. Todo esse “lance” artístico não<br />

passa de uma falta humana e, portanto, intuitiva –<br />

aprendida por cada um à sua maneira, mas não deixando<br />

de ser intuitivo...<br />

Provém da faculdade de pensar a partir do estalo<br />

aquele em que nós, grandes e únicos(?) Humanos<br />

soubemos fazer quando paramos, nos damos conta, além<br />

de meramente sobreviver a tudo que passamos; se<br />

fôssemos igualmente a criação e o processo, a via artística<br />

da mente... o novo agir que aprende a transmitir sua<br />

sabedoria, dores, alegrias, questionamentos, entre <strong>outras</strong><br />

coisas muitas que ficaria inviável citar aqui<br />

dramaticamente, bem, se fôssemos o certo é que teríamos<br />

muito para fazer. E nesta vida há!


O que se comenta neste primeiro artigo sugerido como<br />

“Meta” é uma tentativa à mostra com seu ímpeto para<br />

valer como for; portanto, tudo vai virar produção,<br />

realização; pois, como os antigos incipientes (artistas,<br />

arriscadores etc.), e nos posteriores (nossa geração, quem<br />

sabe), farei algo... e vocês também farão algo além de mim;<br />

com a intensão na cabeça, é só se deixar. Ou acham que os<br />

memes das redes sociais, o bolo da avó, a música daquela<br />

banda favorita não são produção do Saber? Nem se crê essa<br />

tal de Arte, vai fazendo; como já disse, portanto é livre e<br />

natural, expressa através de vocês – infelizmente<br />

entendendo ou não! Entender é detalhe, fazer é o que há!<br />

Kafka falou do artista da fome sendo a cada segundo o<br />

que éramos (todos!, eu disse todos!), éramos, antesdurante-e-depois,<br />

éramos artistas do cotidiano; mesmo<br />

que não renomados ou um pouco solitários entretanto em<br />

nada deixando de sermos manifestações das faculdades<br />

humanas. Isso para falar só dos ávidos.<br />

De uma maneira geral, a um modo solto e por vezes<br />

tosco em citações e escrita, em matéria do que for<br />

realmente visceral, vocês, nós, humanos, somos em<br />

demasia... humanos – “a partir da ótica do artista e a arte a<br />

partir da vida.” (F. Nietzsche)<br />

Recorram ao que falou Waly Salomão nesta frase<br />

repetidamente vinculada nos comercias da saudosa TV<br />

Brasil: “A Memória é uma Ilha de Edição.”<br />

(19 de setembro de 20<strong>14</strong>)


Por que se espanta? Processo criativo e prática 02:<br />

“Ninguém assim ARTISTA está em completude<br />

sem quem lhe dê importância.”*<br />

Assim também, ninguém que escreve é completo sem<br />

um leitor, já foi dito. Pois bem, leia! A Perceber o que for.<br />

Exponha seus trabalhos e divulgue no veículo que mais<br />

gosta, perde tempo não!<br />

Seja a Arte apoiada por conteúdo diário organizado<br />

por colaboradores atuais, seja dizendo para alguém na rua,<br />

aqui não há um único interesse, são muitos. Na Arte, Ela<br />

que é GRÁTIS... Isso aí, para qualquer um de nós! Esteja<br />

conosco. Publique nas Maneiras e Gêneros, na divulgação<br />

de Mais e Ilustres Obras, Inéditas e de autoria Plural.<br />

A GRANDE ARTE é distribuída nos seguintes locais:<br />

Internet e suas Comunidades, vias públicas, entre pessoas<br />

cara a cara.<br />

Já conhece o Circuito? Então se liga! Vai procurar o<br />

que você gosta.<br />

“A propósito, chegou a ouvir o primeiro EP da banda<br />

de rock carioca íO? E este é só o começo. Depois vem o<br />

SAEM, o Ummantra.”<br />

(22 de setembro de 20<strong>14</strong>)


Por que se espanta? Processo criativo e prática 03:<br />

“O Seu Esboço”*<br />

E Seu Esboço diz:<br />

– Apaziguai-vos, há cura!<br />

Ele mesmo, falo do Esboço, este que faz o molde e põe<br />

todas as ideias ali incomodando tua atenção; depois,<br />

quando cansar, vai e esquece. Toma uma ducha, fecha o<br />

caderno – ou desliga o computador. Deixa passar um bom<br />

tempo, um intervalo que você ache razoável, só aí é que o<br />

Esboço vai recomeçar. O Esboço funciona dessa forma.<br />

Utilizado nos tópicos como base, ou a partir de cada frase<br />

& modelo que você for enchendo, engordando a cria... que<br />

explode.. mais além que o Esboço!<br />

“ESTÁ VIVO QUANDO FALA! O ESBOÇO ESTÁ VIVO<br />

QUANDO FALA.”<br />

A propósito, se ainda não disse isso que vou dizer<br />

agora para vocês que me acompanham, então digo logo! É<br />

que é para esclarecer algo que tenha ocorrido ou possa vir<br />

a ocorrer – nenhuma das palavras deste autor deve ser<br />

entendida como regra ou verdade nem nada, que<br />

pretensão seria, não é mesmo! Digo então para vocês que<br />

apenas se for refletida em você que lê e em teus ideais, e


igualmente ao que se possa somar é que minha intensão se<br />

vale; se por acaso julgar a oportunidade e divergir em<br />

opiniões, é melhor que diga!<br />

Há imenso prazer na discussão contigo, caro leitor,<br />

cara leitora amiga. Há imenso prazer no teu incentivo,<br />

para que cresça, para tudo mais. Já não falam que isso de<br />

criar todo santo dia uma polêmica é uma das graças do<br />

brasileiro, e é o que atrai a atenção da gente!? É bom! A<br />

polêmica é a discussão, são as ideias soltas ; ) Sim, tanta<br />

polêmica e discussões divertidas naqueles sorrisos<br />

sarcásticos para o que for!!<br />

E dos moldes, gostou? Busque, acesse bastante e<br />

aprenda com o Seu Esboço<br />

(30 de setembro de 20<strong>14</strong>)


Por que se espanta? Processo criativo e prática 04:<br />

“O tema está no texto”*<br />

O Professor Xavier, mentor dos X-men, certa vez<br />

disse: “As pessoas têm medo daquilo que desconhecem”<br />

(não recordo exatamente se foi nessa ordem exata que ele<br />

disse essa frase, mas a ideia é essa, beleza?) Daí provêm o<br />

cerne da pauta de hoje: COMO ENCARAR UM TEXTO NOVO?<br />

Ainda mais se for um texto fresquinho da gaveta do autor,<br />

que além de tudo está também verdinho na praça da<br />

autoria. Não seria fácil ir a uma livraria, ou mesmo sebo –<br />

para os menos “providos” e mais “exigentes” –, e escolher<br />

melhor o livro da moda? Você sabe o que esperar dos<br />

clássicos e consagrados, agora, e do que não tem referência<br />

alguma? Encara? Existem também os tais best-sellers –<br />

caraca, nossa, best-sellers são a alegria dos editores, a boa<br />

leitura dos ávidos por parecer cultos ante os amigos. Mas<br />

os best-sellers geralmente se apresentam igualmente como<br />

uma leitura do estável. Seriam dessa forma os assassinos –<br />

assassinos soa pesado? – de pequenos escritores? Então o<br />

novo texto, tão frágil em suas juntas de papel, sofre de<br />

artrite ostracísmica e morre com a autoria, resmungando<br />

sobre pobreza e desatenção vivas – idem aos que se<br />

sustentam de público! Até que (talvez, eu digo entre<br />

parênteses) o “milagre” ocorra ao tal criador (palavra<br />

lisonjeira para o autor!) e ele então seja descoberto em sua<br />

finitude de criação... rara. Tomara que surja o dado valor...<br />

que todos querem; tantos, na realidade, querem é<br />

dialogar..., contudo, o que é recente muitas vezes é visto de


lado; faz falta a caridade de olhos fechados, a confiança –<br />

mas neste atual contexto, confiar seria descrito com a<br />

interjeição, com a interrogação como???<br />

Coragem então aos que se aventuram a escrever um<br />

bilhete pra mulher dizendo: “Desculpa, amore, fui<br />

reprovado na redação da entrevista de emprego... acho que<br />

matei muitas aulas na época da Escola... VAMOS<br />

ECONOMIZAR PRA JANTA.” Ou, digamos, “SORTE, AMIGOS<br />

E AMIGAS COLUNISTAS!” Adoraria citar de verdade frases<br />

como essas: “VAI NESSA ROTEIRISTA.” “CURTE UMA AÍ, Ô<br />

POETA.” Nós que usamos o lápis ou caneta ou que amamos<br />

o teclado estamos meio que cúmplices na tarefa do inédito<br />

e de dizer. Embora quem esteja ainda verde tentando<br />

provavelmente possa morrer e virar cult, tem gente que<br />

pilha nisso. De toda forma você precisa ser visto, ter<br />

alguma resposta do público. O travessão serve pois para<br />

dizer algo que, teoricamente, seria dispensável... Que<br />

beleza!<br />

Chequem isso aqui embaixo, essa balela:<br />

No.vo (ô!!!) adj. 1. Quem tem pouco tempo de existência,<br />

recente. 2. Hein¿¿¿. 3. Que é visto pela primeira vez. 4. Que<br />

acaba de ser feito ou adquirido. 5. Que tem pouco uso. 6.<br />

Original. 7. Estranho, desconhecido. De novo. Outra vez;<br />

novamente. No.vos sm.pl. A gente nova mente, o que é<br />

então estar na precisão?<br />

(3 de outubro de 20<strong>14</strong>)


Por que se espanta? Processo criativo e prática 05:<br />

“Prefácio para histórias infantis”*<br />

A condição é “Se”. Então, vejamos, estas histórias são<br />

como a realidade, e realidade deve ser passada como ela<br />

vem à cabeça, sendo esta de uma forma limpa aos atentos<br />

vamos tratando crianças como adultos, ou adultos como<br />

eles são, aqui levando à tona pelo intuito de criar, o campo<br />

de imagens necessário à imaginação em histórias infantisnão-só-para-um--tipo.<br />

Antigamente os que não tinha direito à fala eram os<br />

infantes, que é um outro nome para as crianças. Isto é, me<br />

valendo do passado, penso hoje em como acontece nos<br />

nossos dias isso de delegar poderes a quem não se espera, e<br />

como é o tratar de igual para igual, ou o que seria então trazer<br />

esperança ao final das histórias para quem começa sua vida.<br />

Agora também, podemos adicionar às reflexões, vemos o<br />

poder infantil ser explorado, seja na liberdade de ser<br />

pequeno, na falta de controle regulamento / horário / em/<br />

movimento, na superexposição do tempo de realização...,<br />

etc. Diante disso digo a vocês, leitores, digo que nossas<br />

crianças querem mesmo é ser naturais, sem os horários<br />

determinados, ou longe do controle dos adultos que não<br />

estão prontos a entender... ou ter filhos! Podemos nós<br />

enquanto maiores (e progenitores) ficarmos no lugar do<br />

outro, para assim igualarmos e para que posamos como<br />

realmente pensam e agem as crianças que apenas estão<br />

começando sua trajetória, como nós antes delas, e


sentenciar que para tudo há seu tempo. Apenas ouça e<br />

ajude os iniciantes. Sem pressões!<br />

A brincadeira, o viver e saber não devem ter hora<br />

regulada, certo? Então, crianças, sejam o tempo de ser e<br />

sejam a realização, a aventura; sejam a vez integral. Tudo<br />

deve ser levado como fantasia, vamos esperar bastante<br />

antes de se preocuparem, vamos dizer não às mentiras e<br />

enrolações e sim às fantasias agradáveis.<br />

Nunca ter pressa, sempre prazer e felicidade, só assim<br />

os pequenos e pequenas vão começar suas vidas de uma<br />

maneira especial. Vamos ter mais carinho pelas crianças!<br />

Se o tempo todo elas estiverem brincando, cansando, se<br />

divertindo, sendo o que são vão se tornar adultos um<br />

pouco mais em paz, e terão muitas boas lembranças para<br />

contar e passar adiante. A recompensa, se assim podemos<br />

dizer, vem com o tempo, e dessas crianças bem-criadas<br />

virão <strong>outras</strong>!<br />

Por tudo isso, encontrem a si mesmos, senhoras e<br />

senhores quase adultos e adultos ou já papais e mamães.<br />

Ter paciência e consideração com o outro que tem outra<br />

história tão diferente da sua; ter aquela relevância com o<br />

próximo e expectativa para com o seu ritmo é como a<br />

solicitude; em <strong>outras</strong> palavras, cuidar do outro e fazê-lo<br />

encontrar-se consigo é um ato de ajuda mútua. Leiam<br />

então prol dos pequenos com muito amor. Ensinem!<br />

Praticidade, intuição, magia e encenação fazem parte<br />

do fantástico assumido como o natural... Algumas verdades<br />

serão descobertas! Sei que são rápidas e quebradas as


narrativas da vida nossa de cada dia, sempre cheias de<br />

reviravoltas, pois então leiam desinteressados, expliquem<br />

para suas crias com a terna atenção assim que convir.<br />

Atenciosamente<br />

(8 de outubro de 20<strong>14</strong>)


Por que se espanta? Processo criativo e prática 06:<br />

“A Guitarra é a comunhão dos dedos e da<br />

eletricidade. Seu reflexo é a Música.”*<br />

“A Guitarra é a comunhão dos dedos e da eletricidade.<br />

Seu reflexo é a Música.”<br />

(Sessão de fotos com artistas e instrumentos musicais)<br />

E aí, como fica?<br />

(<strong>14</strong> de outubro de 20<strong>14</strong>)


Por que se espanta? Processo criativo e prática 07:<br />

“Jovens Bandas”*<br />

Tendo por exemplo o Rock, vamos lá. Você sabe como<br />

jovens bandas fazem seus CDs, pensam em sua capa,<br />

gastam dinheiro com estúdios? E ainda assim chegam esses<br />

'caras de estúdio', 'donos de estúdio' que fizeram todos<br />

curso de pilantragem sempre querendo mais e mais para<br />

melhorar “o CD da banda nova”, é, o seu! Fazem isso<br />

passando muitas vezes a perna e superfaturando os<br />

orçamentos; ou mesmo demorando em algo que poderia<br />

ser feito muito mais rápido, só para poderem ganhar mais<br />

em horas de estúdio, aí fica chato. Ainda mais se temos<br />

hoje como gravar até pelo celular e colocar no Youtube!<br />

Viu, os jovens integrantes descabelam os pobres<br />

papais e mamães e vovôs e vovós pedindo dinheiro pras<br />

gravações, que, segundo eles (e debaixo da influência<br />

pentelha da galera do estúdio!), segundo estes corajosos<br />

novos músicos será a última, pois agora eles sabem do seu<br />

potencial; querem viver de Música (da sua! Sempre), ou<br />

seja, acreditam no próprio trabalho...<br />

Aí vêm as apresentações, o gasto com a gasolina, o<br />

dono da casa de shows que promete dar parte da bilheteria<br />

se tiver gente suficiente no dia; e tem a magia de vender as<br />

entradas, divulgar nas redes sociais e grupos; acaba vindo<br />

uma cervejinha, uma batata frita, ou mesmo uma desculpa<br />

esfarrapada qualquer... para te aquietar. Muitos


“arranjadores culturais” mascaram suas intenções, vamos<br />

ser precavidos! Legal, né! Pois volta o artista pra casa meio<br />

com dúvidas! Era isso?<br />

E eis que os jovens músicos continuam sua odisseia<br />

cheia de obstáculos pelo destino. As boas companhias e<br />

zoações pelo caminho ajudam, até que sim. Aí falam, “bora<br />

gravar em casa mesmo”, ou “mas será que a qualidade fica<br />

boa à vera?” Quem define QUALIDADE? Que é um<br />

formato, e por que ainda se pensa em tais formatos??<br />

E se a gravação não sair boa? E se não for comercial? E<br />

se só agradar ao público alternativo? Então mais dinheiro<br />

resolveria? E a grana gasta com os instrumentos? Pedais?<br />

Microfones? Peles de bateria? Lanchinho? E o maço de<br />

cigarros – talvez?! E a bebida!? (sem falar nas “drogas”<br />

“lícitas ou ilícitas”, porque esse assunto é meio sinistro de<br />

falar assim. AINDA??? Posso chamar isso de censura ou<br />

cautela?) E as namoradas esperando acabar a apresentação<br />

para irem correndo abraçar seus namorados? (Ou viceversa)<br />

Sem falar das brigas entre integrantes, dos gostos<br />

diferentes, da discórdia, das personalidades conflitantes e<br />

egos que têm que se aturar ou aprender a coexistir<br />

harmoniosamente – pois o conjunto deve se portar como<br />

um todo.<br />

“Hiiii, esquece dos ensaios não.” Para piorar, acontece<br />

até um mané ou outro esquecer algum instrumento – como<br />

eu já vi guitarristas esquecendo guitarras!! Para tudo, e<br />

vamos buscar o que falta!...


Um monte de trejeitos, clichês e situações que seria<br />

brabo alongar, mas que o público percebe quando você<br />

está lá no palco. É, o público vê, e guarda.<br />

Alguém aí ainda quer montar uma banda???<br />

Pensem em timbres, efeitos, temas, jeito de cantar etc,<br />

tudo isso reflete sobre teu estilo e abnegação, mas como<br />

não se questionam quando pouco lhes dão valor? Digo, aos<br />

músicos e músicas e suas faixas. Tanta coisa maneira a<br />

Música oferece, como não engrandecer quem tenta, quem<br />

tenta mais?<br />

Mas tem gente que gosta de levar a vida reclamando.<br />

Frases desse estirpe aparecem quando as coisas dão errado<br />

(como, por exemplo, numa frustração) Quem ouve por aí<br />

dessas frases reducionistas?<br />

“O sonho acabou, vamos todos pros escritórios.”<br />

“Dar murro em ponta de faca, é ruim, hein. Vou é me<br />

divertir!”<br />

Melhor se ligar nessa: “Eu hein, partiu ter mais garra! Bora<br />

inovar e curtir o inesperado.” É isso<br />

(<strong>14</strong> de outubro de 20<strong>14</strong>)


Por que se espanta? Processo criativo e prática 08:<br />

“O jogo do 27”*<br />

(….muito provavelmente você ainda não conhece esse<br />

jogo – pode até conhecer algo parecido, mas esse não. Ele é<br />

fruto do ócio de Janeiro de 2006. Percebam como que<br />

através do ócio, sai o negócio!!)<br />

O jogo do “27”, ou só “27”, é guiado pelos valetes, os<br />

quatro Jotas que são o próprio clube dos 27, os monstros<br />

imortais do Rock – Jimi, Janis, Jim & Jones – estrelas<br />

eternamente jovens e símbolos de um belo cadáver –, eles<br />

são as cartas do baralho.<br />

Apenas vá somando números e chegue à casa dos<br />

vinte e sete – cada jogador na sua vez e destino –, de onde<br />

você nunca mais sairá, pois, se passar, vai morrer de<br />

verdade, seja envelhecendo ou sacrificando, morrerá<br />

mesmo. E quem não? Mas há tempo. Brincadeira! Partiu<br />

desestruturar a sociedade! Que zoeira!<br />

As regras são estas:<br />

Cada um joga em sequência sua carta na mesa, um por<br />

vez. Na sua mão você terá 7 (sete) cartas. Ao lado está o<br />

morto das cartas restantes do baralho, usadas para a<br />

compra. As rodadas começam em “Par ou Ímpar”!!


Você começa assim, empunhando sete (sete) cartas no<br />

começo, e seu objetivo é terminar aos 27 (vinte e sete)<br />

pontos – basta ir somando! – Você entrará portanto para o<br />

clube ao atingir a soma de 27 (vinte e sete), ou quando a<br />

carta jogada anteriormente for um 2 (dois) e você jogar por<br />

cima uma 7 (sete)!<br />

O J é o Valete, ele é vinte e sete. Quando você tiver um<br />

J, jogue-o!, pois ele é o próprio clube; no começo, no meio<br />

ou no fim do jogo, ele ganha. É só atirar o J que o jogo<br />

termina e você ganha a rodada.<br />

A rodada sempre começa com sete cartas neste jogo,<br />

sempre! Mesmo quando acabar uma rodada e você tiver<br />

pouco baralho na mão, digamos 5 (cinco) cartas, apenas<br />

compre mais 2 (duas) e continue. Mas, durante o jogo, você<br />

só pode comprar uma vez.<br />

Os naipes Q ou K, ou Rainha e Rei, não valem nada,<br />

servem apenas para passar sua vez na rodada e você então<br />

pensar melhor sobre a próxima jogada!<br />

Lembra-se, há também essa possibilidade, se você<br />

tiver uma carta sete, e o adversário anterior jogar uma<br />

carta dois, sendo sua vez a próxima, assim formando 2 + 7 =<br />

27!, você fatura a jogada.<br />

Apenas o Coringa\Joouker poderá zerar sua<br />

pontuação e a de todos durante a rodada, igualmente<br />

apenas ele poderá valer um ponto, ou número 1 (um),<br />

valor 1, caso você esteja com vinte e seis e logo for sua vez<br />

de jogar para chegar aos vinte e sete. Este também poderá


anular a jogada do outro. Assim: depois que alguém<br />

mandar um J e for atirado em seguida o Coringa (ou Joker,<br />

para alguns ditos mais esclarecidos), ele faz com que toda a<br />

rodada seja zerada, e ninguém vence. Melhor partir para<br />

outra.<br />

Seu A (ou Ás, se preferir) dobra o número de pontos,<br />

quer dizer, anos, que você tem. Se por acaso estiver com<br />

uns quinze pontos, ficará com 30 (trinta)... mas trinta, não,<br />

27... não ultrapasse 27 se não você não ganha. Acerte 27, é<br />

o jogo do rock n’ roll!<br />

Se você faz sua jogada e a soma dá 26 (vinte e seis) ou<br />

algum resultado que impossibilite seu adversário de<br />

vencer, percebendo que após isso deverão iniciar outra<br />

partida, fique com as cartas para si!<br />

Quando a rodada der mais de 27, isso, o bolo/“morto”<br />

de cartas que restar, vai para quem joga por último. Ao<br />

final da contagem de todas as partidas quem tiver menos<br />

do carteado nas mãos ganha.<br />

Quem tiver mais cartas na mão, infelizmente, sempre<br />

perde e deve sair da brincadeira, ainda que “ganhe” a<br />

preferência para começar primeiro em uma próxima vez.<br />

Cada rodada tem portanto 7 (sete) partidas. Mas é do livre<br />

arbítrio discordar…<br />

Após o Ás dobrar o resultado da soma, este lhe dá<br />

também o direito de jogar novamente. Use à toa.


“Novas regras?”<br />

OUTRA MODALIDADE<br />

Distribuir apenas 27 cartas no começo do jogo. Aqui,<br />

não pode “comprar”. Ao todo, serão duas partidas, cada<br />

um tentando a sua vez.<br />

O “Coringa\Jôke”, além de zerar qualquer soma e<br />

valer 1 (um) na contagem, pode ser trocado por um 7 (sete)<br />

para formar 2 + 7 caso o adversário tenha jogado<br />

anteriormente um 2 (dois). O participante que se utilizar<br />

de algumas dessas artimanhas com o Coringa\Jôke e, ainda<br />

por cima, ganhar as somas apostadas que por ventura<br />

tiverem sido feitas!<br />

(17 de outubro de 20<strong>14</strong>)


Por que se espanta? Processo criativo e prática 09:<br />

“O buu! e o aaah!”*<br />

Vejamos esta foto de uma invasão Portuguesa nas praias do<br />

Brasil, isso antigamente. Há de se reconhecer a Brutalidade dos<br />

atos impressa na moldura de Oscar Pereira da Silva (1904). O<br />

processo de colonização sempre me pareceu um grande equívoco<br />

assistido. E para você? Também não acha que o sistema de trocas<br />

é mais justo que a dominação? E hoje em dia, aparece e nos<br />

atinge de quais formas? Falar disso também é discutir Cultura!<br />

Isso qualquer criança saberia reconhecer, mas Difícil mesmo<br />

seria conter tais impulsos, domar a fúria que veio nos corpos e<br />

mentes dos europeus arrasando o dito “Novo Mundo”, como<br />

agiram sem critérios! Como hoje em dia refreamos a invasão? O<br />

que você faria se te roubassem agora mesmo?<br />

Que susto é esse do buu escrito assim de uma maneira<br />

inglesada mas que surte em nós brasileiros naquele grito<br />

transgênico, show de bola; um aaah, um berro linguístico!<br />

Fala tu, brotherr. Espera, mas se for escrito com dois oo's<br />

então teríamos que ler bóó. Que isso, é um bezerro<br />

desmamado?<br />

E agora você aí lendo, pensando em seu Estado como<br />

está; como vê o seu país do Brasil, o que é para você? Se<br />

servir de ajuda nesse momento ilustrativo, vejamos<br />

algumas fotos de invasões entre países nas praias do Brasil,


antigamente!? Google aí nesse search! Mas antigamente<br />

mesmo, ou o aculturamento é mito e exagero<br />

protecionista? Bem, a invasão continua, só que branda,<br />

minha gente. Só que tua vida não é videogame, colega.<br />

Qual o motivo desses comentários? Pense no seu<br />

valor. Há de se reconhecer a brutalidade dos atos impressa<br />

em cada moldura restituída, mesmo que o Brasil tenha sido<br />

iniciado com os retalhos de Portugal e também de muitos<br />

outros países refugiados das guerras anteriores e da<br />

escassez europeia. Entendemos o valor das nossas terras,<br />

nascemos aqui, então está na hora de preservar! E se fosse<br />

o contrário? Busquem sobre como é tratado um brasileiro<br />

imigrante na Europa ou nos EUA, por exemplo. No mínimo<br />

eles têm uns pés atrás com a gente. Mas voltando ao<br />

assunto da invasão linguística, peço que reconsiderem! Já<br />

não somos colônia portuguesa, herdamos o idioma. Basta,<br />

né. Vamos usar nossa língua abrasileirada e o melhor<br />

daqui!<br />

Isso qualquer criança saberia reconhecer, mas uma<br />

pessoa treinada já na vida diria que difícil mesmo seria<br />

conter tais impulsos – domar também o consumismo<br />

imperialista materialista filmográfico holliyudiano –,<br />

também domar a fúria que veio com a desvalorização;<br />

como agimos então, sem critérios!? O que somos se<br />

desejamos ser o outro?<br />

Muita gente quer ser pop sem estrelar a própria<br />

existência. Você é o quê? E quem para falar?


Que chatice, que bobeira essa a minha. É apenas a<br />

globalização bonitinha que está em toda parte. Legal é<br />

nossa selfie, maneiro é ir passear gastando no shopping.<br />

Devia é parar de exagero! Partiu traçar um Maclanche feliz<br />

que mais tarde tem novela da Globo!!!!!!!!!<br />

(28 de outubro de 20<strong>14</strong>)


Por que se espanta? Processo criativo e prática 10:<br />

“Sobre Falar e o papel de ser um ser Artista<br />

(Reedição Inédita das dicas)<br />

1. Só diga, fale alguma coisa!<br />

2. Qual seria o papel de um artista, qual, títulos de<br />

propriedade, aos poucos... qual é o papel de quem<br />

opina?<br />

3. Quem quer ser artista? Nos diga o porquê! É sobre<br />

tudo o que se tenta, especula; por acaso é nunca se<br />

justificando?<br />

4. Se teus dons e atos estão já pelo mundo, sim, você<br />

existe como projeção... e em público se valida, então<br />

concluímos que conseguiu o quê?


<strong>Artigos</strong> e <strong>outras</strong> <strong>publicações</strong><br />

(Seleção dos anos de 2011 a 20<strong>14</strong>)


Por que se destroem personagens?*<br />

(21/08/2013)<br />

A trabalheira toda de se moldar um ser e a própria<br />

noção de saber que é um persistir sem limites se junta aos<br />

conceitos, porquês, já que há muita confusão e<br />

embaralhamento.<br />

Veja bem, a realização e a labuta caminham<br />

dependentes. Foram forçadas. É esse um vício frenético<br />

por fazer e gastar-se. Mas quem sabe dos trabalhadores,<br />

das mãos, das ideias, de ir e voltar em lotações de fadiga,<br />

pela fortuna social (dos alguéns); de pouco dormir, nada<br />

mais que apenas o necessário. Quantos séculos mesmo?<br />

Ainda? Por qual motivo um “produto”, a superprodução de<br />

sua repetição? Não é exagero? Não é esquisito arrendar? E<br />

se cansa.<br />

Assim está a criação, no vaivém entre cópias e<br />

caricaturas do que fora. Mas com o passar dos tempos está<br />

se desgastando, e já sendo a mesma há muito, nem assusta<br />

ou acomete. Está previsível e relaxada demais; é evidente,<br />

com toda a rapidez do pensamento humano, há <strong>outras</strong><br />

tantas por aí muito mais atualizadas e reengajadas, por<br />

exemplo. Mas muito agarradas ainda aos apelos.<br />

Uns dizem que apenas se impondo um pouquinho<br />

mais é que se consegue resultados surpreendentes, porém,<br />

outros, não. Não se vê por aí grandes anfiteatros cheios de<br />

humanos contentes e apreciadores – existem sim, muitas


lojas. Então temos apenas embates e discórdias. Melhor<br />

seria juntar as conclusões, que tal!? É muito mais<br />

interessante do que alguém só dizendo coisas e não haver a<br />

resposta, até mesmo física, do recebimento e das<br />

proposições.<br />

Será que a miséria é tanta que deva se sugar do fardo<br />

do legado e das próprias fontes? É muito incipiente, pouco<br />

direta, ou distante demais; tola mas não como as novas<br />

sensações, mas tola como uma piada chata. Onde cabe o<br />

inesperado nisso? Quem dera se tivesse crias, se só se<br />

deixasse avoar um pouquinho e repensa-se sob novo herói<br />

ou heroína. Mas dirá que não é máquina. Que a máquina<br />

não é sensível, apenas é força de quem maneja. As próprias<br />

máquinas, devidas, estas não seriam nosso conforto; digo,<br />

não é tendo máquinas que descasaríamos nossos corpos?<br />

Ou isso deu em furada e ficamos sedentários em demasia?<br />

“As máquinas” realmente fazem milagres, há programas<br />

pra tanta função! São explorações tão viciosas quanto seus<br />

efeitos.<br />

Que se destrua a conclusão e chegue à outra, já<br />

alertaram tanto os filósofos, com sua mania de discordar e<br />

rebater ideias.<br />

Até perguntarão: mas matar é da lei da Vida. Então,<br />

alterar é a lei do Homem? Vai saber. Que diria o(a)<br />

assassinado(a), alterado(a)? Há muito mais perguntas que<br />

respostas, claro. Pensemos juntos, em sinergia., dessa<br />

forma. Quem dá mais? Tem algum exemplo? Estou é<br />

duvidando… Sim, não?


Galeria: Banksy foi preso, seria farsa ou Eu Coletivo,<br />

não tem identidade, ou é por causa da curiosidade?*<br />

Como se importar com um desconhecido(a) a que se<br />

atribui fazer Arte gratuitamente na boa e pra quaisquer<br />

pessoas?? Isso é um Produto? Brincadeira? Aonde cabe a<br />

autoria? Por que não deixa em paz?? São muitas perguntas,<br />

precisamos de tantas respostas? Há quem só assista, e<br />

você?


Novos X-Men – Rebelião no Instituto Xavier*<br />

Vocês vão se perguntar: mas esse carinha de novo<br />

escrevendo sobre coisas antigas!? Mas sou eu quem os<br />

questiona: por que não? Não há sempre um novo olhar<br />

sobre o que se deseja? Claro que sim, deixa de cerimônia. E,<br />

dessa vez, eu tenho mais desculpas: recebi este o exemplar<br />

de Novos X-Men – Rebelião no Instituto Xavier (em edição<br />

especial encadernada pela Panini Comics), não comprei<br />

nem li na época… Enfim, minha obrigação é dizer algo!<br />

Escritas pelo inventivo Grant Morrison e ilustradas<br />

pelos dignos Frank Quitely e Phil Jimenez, há elementos<br />

nessas narrativas até então pouco explorados… Pouco além<br />

das mortes que não serviram pra nada, o que mais me<br />

chamou atenção foi essa tal “nova e devastadora droga<br />

amplificadora de poderes”. Isso já tinha antes? Ou, como<br />

antes não aparecia? E, afinal de contas, qual é a faixa etária<br />

dos X-Men? Mas deveria? Há muitos pormenores…<br />

Um prato cheio para se deliciar e questionar. E por lá<br />

eles “dão uns tiros” com a tal Porrada, que é a designação<br />

do estimulante mutante neurotóxico. Curioso… essa é a<br />

droga.<br />

O próprio Xavier adverte: “Usar esses inaladores pode<br />

danificar irreparavelmente o gene X mutante”.<br />

Diria Quentin Quire, o chefinho da gangue dos Ômega:<br />

“O professor é uma farsa. Mamãe e Papai são estranhos.


Tudo é uma mentira”, isso pouco antes de formar a gangue<br />

que se revolta contra os ideais defensivos da Escola.<br />

Quentin e os outros revoltadinhos saem por aí<br />

energizados fazendo o que a adrenalina dita, e ainda por<br />

cima usando um assassinato de outro mutante como<br />

pretexto. Quer mais analogias com a vida fora dos<br />

quadrinhos? Seria a mesma descrença e fuga pelos<br />

narcóticos que tanto vemos há tempos?<br />

Uma hora ia acontecer de estrondarem o plantão, e o<br />

fizeram… e se chamaram a si de “Novos X-Men”. Cansa um<br />

sonho que não chega a se realizar. E aí, que Wolverine diria<br />

nessas horas?<br />

São momentos de crise, sim. Mas pelas crises não nos<br />

fortalecemos ou aclareamos as ideias? Não é vendo onde<br />

faltou que se ganha força? Talvez sim, talvez não, há de se<br />

mensurar.<br />

Na contracapa, há a mensagem: “Os mutantes estão na<br />

moda!”. Será que aumentou apenas a curiosidade, ou a<br />

chegada e a exposição dos ditos ‘raros’ só forneceu mais<br />

medo e apreensão da ‘sociedade normal’? Ou é a hora de se<br />

misturarem os emblemas? Como se define “Moda” nesse<br />

contexto?<br />

Após o surgimento da Corporação X, só aumentou o<br />

número de alunos no instituto de Xavier e cia, mas nem<br />

todos eles são super, mega… para alguns, sua diferenciação<br />

é muito mais do que empecilho social, é desvantagem<br />

física. O que você preferiria: ser um Xorn da vida ou ter


penas e bico mas nem voar? É difícil, não bastaria apenas<br />

ser forte, ou hábil em artes marciais se existem outros que<br />

com um estalar de pensamentos lhe transformam o<br />

cérebro em geleia.<br />

Na mesma contracapa, menciona-se: “reunidos no<br />

mesmo espaço, compartilhando dramas e frustrações,<br />

paixões e incertezas”… Vejamos…. são jovens, cheios de<br />

vontades e energia… só querem fazer algo. “Eles existem<br />

mesmo?”. Não são gerações muito parecidas essas? Bem,<br />

ter uma característica sempre foi desafio…<br />

Há também mais situações na trama inteira, que é<br />

composta das edições 134 a <strong>14</strong>1 da revista New X-Men,<br />

como os tais O-Men, que seriam algo como uma terceira<br />

espécie (humanos modificados com partes de enxertos<br />

mutantes); Emma Frost e suas “gêmeas” e mais chiliques<br />

da Fênix carente de atenção… Aparece até o Bishop pra dar<br />

uma conferida na zona. Quer mais sentimentos expostos?<br />

São uma grande família brigona, apenas isso.


Apocalipse Revisado*<br />

“(…) porque o tempo está próximo”<br />

Mas onde está você? Como se situa, o que sente?<br />

Como seria viver no Mundo do Apocalipse? O que<br />

faríamos? E por que nos fariam isso? Quais seriam os<br />

culpados?<br />

Armagedom, Batalha Final, Apocalipse, Revelação…<br />

não há certa confusão de significados? E, por que, de<br />

tempos em tempos anunciam O Fim? Será masoquismo<br />

generalizado ou vontade de agitar as cabeças da galera?<br />

Curiosidades para todo lado. Pode que também tenhamos<br />

certas memórias evolutivas sobre destruições…<br />

A praga reside nas tantas simbologias, no quanto é<br />

possível dar interpretações. Talvez daí mesmo venha certa<br />

alegoria no assunto, deixando o diálogo mais perto da<br />

piada de mau gosto.<br />

Erroneamente, muito foi profetizado, muitas pessoas<br />

se aproveitaram das situações que apareciam; é fácil<br />

assustar os instáveis… mas também moleza inspirar uma<br />

pitada de Fé, Esperança (caso tudo continue como está!)<br />

Igualmente, sempre há medo e receio nisso de<br />

acabarmos; e muita gente retrata sob a forma de arte; vide<br />

o Cinema, toda essa Literatura “do Fim”.


Uma sacanagem ou início de uma Nova Era ou<br />

Consciência? Depende somente das pessoas, apenas através<br />

delas é que de fato há certo movimento. É tão dito que<br />

todos têm em si o poder do Universo, não é mesmo!?…<br />

Felizmente, uma ruptura iria bem para remodelar certas<br />

atitudes e formas de se pensar, sempre isso será bemvindo.<br />

Então, pelo que se sabe de fato… o mundo acaba para<br />

quem morre, felizmente que bom que é assim que<br />

funciona. Que chata é a Eternidade ficcional! Melhor uma<br />

viagem pela Matéria que se integra-desintegra, a que<br />

existe e não existe, apenas está – sim, e SEMPRE.<br />

“Novo Céu e nova Terra” em um mundo cético e<br />

perdido em meros anseios? O que me diz?? Será que toda<br />

essa falação não traria mais ideias e soluções, ou se<br />

desperdiçará tipo aquela cantada nunca feita? Gostaria de<br />

saber tua opinião


Tráfego suave*<br />

“Uma guitarra cheia de distorção solando no lado esquerdo<br />

do fone, moendo em transe, uma guitarra que se joga; um<br />

músico, mãos, inventividade, iniciativa. Um humano.”<br />

As pessoas se condenam, tentam resolver o que lhes<br />

atormenta… mesmo sugerindo, chutando no ar. Até tem<br />

gente que faz disso sua diretriz, ou por precisar esclarecer<br />

certas questões. Mas por qual motivo existe ainda quem<br />

diga que o esvaziamento é ordem? Não seria um grande<br />

intervalo ou apenas época? Qual o motivo de desespero,<br />

reclamações?? Ou não se acostumaram às intempéries<br />

criativas/humanas?? Calma, desacelera… [POR QUE<br />

REPETIR TANTO ISSO???]<br />

Veja, não é tão difícil: quem quiser se superar que o<br />

faça, mesmo se o buscar for algo como dizem – ser –<br />

impossível. Não que já fizeram de tudo, isso NÃO ROLA, É<br />

PAPO FURADO, sempre há mais para se achar, seja dentro<br />

da Música, das Artes; basta botar a cara, não pensar em<br />

rótulos, achar na veia sua mágica. A História está aí para<br />

nos relembrar das façanhas humanas, das coisas que,<br />

inesperadas, agitaram a ordem. O resto, é o tempo que vai<br />

dizer se bom ou ruim. Além disso, reflexionar sobre o que<br />

já foi feito no passado, buscar potencialidades, bem, só<br />

ISSO, já é muita coisa, ênn!<br />

Pois é, vejam a Música, já existiu muito mais<br />

sentimento na Música Popular… já tivemos muito mais


instrumentais trabalhados, já existiu um monte de coisas<br />

que a ânsia de aparecer e ganhar dinheiro não tenha<br />

consumido… Temo insistir: tecnologia devia ser recurso,<br />

não a mão do músico… sem crucificar ninguém, apenas<br />

alertando como um pai aos filhos.<br />

É fácil, basta dar uma olhadinha para trás! Essa galera<br />

de antigamente não se punha obstáculos… E eles não<br />

tinham 5% dos recursos tecnológicos que dispomos nas<br />

últimas décadas; então, a questão seria saber usar? Ou algo<br />

como um deslumbramento, um tontear de possibilidades?<br />

Há de se levar em conta a especialização – os filósofos<br />

que o digam! O aprofundamento nas disciplinas, a<br />

concentração no que realiza, a pegada.<br />

Sabemos que o Mundo, o próprio Universo, move-se<br />

cada vez mais rápido e enlaçando tanto o mais possível do<br />

que nossos sentidos possam absorver; e mais: nota-se o<br />

impacto de um planeta cada vez mais populoso (e<br />

conclusivo); mas isso é bom, pois diversifica, nos dá mais<br />

opções de escolha.<br />

Nunca a Humanidade teve tantas armas. Como usar<br />

tudo isso? Tentando, apenas; não há o que esperar de uma<br />

tal salvação.<br />

Assim, entre nas formas artísticas, aperceba… como<br />

uma criança ao primeiro contato. Quem sabe quantas<br />

novas verdades serão facilitadas! De resto, é falação.


Uma Era do Apocalipse*<br />

(13/09/2012)<br />

Provável que não curiosamente, mas a editora Panini<br />

neste ano fatídico (2012) está a relançar a grande saga dos<br />

X-men, aquela que existiu e não; a época que veio para<br />

deixar a todos confusos e esperançosos, revirou a<br />

concepção de tempo e espaço, ofereceu um novo parecer<br />

dentro das premissas “Se, se ou se!”<br />

Tudo ia bem, até que tudo o que sabemos que existe<br />

começou a se cristalizar… indo geral para o saco! Justo em<br />

horas oportunas, no meio de um monte de decisões e<br />

planos, tudo vira cristal M’Kraan! Então, logo após nos<br />

deparamos com um cenário bem mudado, e o que não era<br />

para ser aconteceu – e se fosse também na vida real?<br />

Aposto que muitos não saberiam lidar.<br />

Nomes, caras, atitudes, novos personagens e alianças<br />

em uma grande viagem no tempo e por uma realidade<br />

“alternativa”.<br />

Isso porque o professor Xavier fora assassinado pelo<br />

próprio filho, Legião, deixando assim de realizar as obras<br />

de sua vida. Então, futuramente, o mutante-sáurio<br />

conhecido por Apocalipse toma à força o planeta e vira<br />

tudo uma zorra radioativa com Magneto e cia tentando<br />

dosar a loucura toda. Não há paz, só guerra, miséria,<br />

escravos e um monte de humanos e mutantes<br />

desesperados. Vejam como uma pessoa só é responsável


por moldar tantas atitudes… A mágica é real, sabemos que<br />

as coisas se ligam.<br />

Todos os heróis da Marvel caídos (ou apenas os que<br />

restaram dos grandes expurgos) juntos, de cabeça para<br />

baixo e com as feições nem um pouco parecidas com as que<br />

você está acostumado. Bem, acho que podem imaginar a<br />

brabeza deste mundo pós-apocalíptico na real.<br />

Esta é a genial Era do Apocalipse, uma obscura ficção<br />

dentro de ficção com um visual espetacular.


Linguagem nada palpável*<br />

(15/08/2012)<br />

Brincando, um amigo falou que poderíamos supor ser<br />

dividido o contexto global antes e depois da Rede Mundial<br />

de Computadores (tipo AI/DI, que tal, Salvador!?) O que<br />

temos de fato é a certeza de que a Internet realmente<br />

integrou e reformulou o mundo. De tudo alguém pode<br />

saber através desta – nem você lembra mais como era<br />

antes, não é!?<br />

Agora existe uma Vida Moderna, em sua infinita gama<br />

de informações fáceis para qualquer pessoa que a acesse de<br />

qualquer parte do mundo – e quem não ai do teu lado<br />

zapeando?<br />

Curiosamente, e para nosso alívio, fora criada com<br />

objetivos militares, mas destes já se distanciou faz tempo –<br />

nem tanto assim, mas se medirmos a via eletronicamente,<br />

parecem séculos!<br />

Está a ferramenta, e ela é usada indiscriminadamente.<br />

Há quem diga que ainda, pois esse “sucesso” fere questões e<br />

mais questões de pessoas e órgão e afins. Um monte de<br />

conversas! Ainda mais porque SOMENTE cresceu em<br />

pródigo ritmo acelerado – temos possibilidades infinitas<br />

ali? Não são todos que curtem! E, sim, de fato existem riscos<br />

para os ainda inocentes de milícias. Talvez isso seja a graça


da coisa. Mas proibir, restringir as doses de Internet…<br />

Como?<br />

Diversão, socializar, se distrair no trabalho…<br />

democratizar integração de capacidades, e até mesmo,<br />

comercializar; de tudo algo! Não adianta listar já que a<br />

imaginação nossa de cada dia não têm limites e está<br />

nitidamente em relação de (inter?)dependência – como<br />

certo amálgama de anseios e comodidades no esquema<br />

delivery.<br />

Há de se supor que tamanha interação entre indivíduos<br />

e seus computadores gerasse certa simbiose. As pessoas se<br />

prendem, é normal; igual a viciarem-se! Imagine isso<br />

multiplicado por zilhões de computadores interligados, um<br />

verdadeiro conglomerado, uma grande teia em escala<br />

mundial. Navegar por apenas alguns cliques. São muitos os<br />

caminhos. A Internet faz parte desta Era. Extinguiram-se<br />

as fronteiras geográficas de todas as formas, mas, pegos de<br />

jeito pelas máquinas, não há volta; quer a Internet ser até<br />

interplanetária!!<br />

Em certo sentido algo, outros em outros…<br />

Esta que é uma das maiores expressões de Liberdade –<br />

mesmo assim, pode salvar ou aniquilar existências; desde<br />

apertar o botão da bomba atômica da nossa ignorância até<br />

dar o alerta da salvação dos povos.<br />

Uma das maiores, mais eficazes e abrangentes<br />

realizações da Raça Humana, permitiu sim desmaterializar<br />

nossas obras. Justamente em uma “economia” de poucos<br />

recursos ao planeta todo, em que nos fazem restringir cada


vez mais, ela sobressai. Isto porque lida com o não palpável<br />

(imagem, música, escrita, ação etc), uma nova linguagem,<br />

até quem enfim! A alquimia do papel ao link – que valor é<br />

este tão inestimável! O que antes teríamos em nossas<br />

mãos, existe somente na tela. O que significa isso?<br />

Socialmente, filosoficamente falando, que resultado é esse?<br />

A pergunta segue, e até este reles autor também gostaria<br />

de ter algumas respostas. Qual o futuro para este contexto<br />

criado? E o que acontecerá se, por um mero acaso, do nada<br />

ou não, sejamos suprimidos de Internet? Devo lembrá-los<br />

de que esta hipótese, ainda que estúpida, poderia mesmo<br />

ser medida tento chances iguais de ocorrer. Acaso nunca<br />

ouviram falar da máxima do que vem fácil, vai fácil!?<br />

Uma vida geral de gentes interconectadas, atendendo,<br />

existindo online, superdependentes. É necessária certa<br />

educação à distância para se dominar melhor este novo<br />

saber.<br />

O sábio Voltaire, em sua Metafísica, nos revela que<br />

“tão logo a necessidade agrupou alguns homens, os mais<br />

hábeis perceberam que todos haviam nascido com um<br />

orgulho indomável e também com uma tendência<br />

invencível para o bem-estar”. É fácil sacar um verdadeiro<br />

campo de ideias moldáveis pela exploração livre da<br />

imaginação, da voz aos “pobres”, mais “acesso” a quem<br />

possa.<br />

Metafísica, mas que é isso, gente? Caminham juntas?<br />

Quem sabe.


Outra coisa interessante é que a Internet substituiu e<br />

aniquilou a televisão como formato; sim, claro que é, ou<br />

você é ingênuo de pensar o contrário? O que não se acha<br />

na rede? Quem precisa esperar pelas notícias consertadas<br />

da TV? Pois é.<br />

Sendo a Internet interativa – e não estática como a<br />

Televisão, o Cinema ou o Jornal –, pôs tudo mundo na roda,<br />

se me permitem a analogia!<br />

Assim também o poder de publicação disparou, ao que<br />

caiu a qualidade. É previsível, e por vezes ridículo!<br />

Sabemos que não há filtros além do bom senso – quando é<br />

pensado, né. Falta “Tato”, falta especialização, falta um<br />

bom rol de valores – bem, são sequelas da vida atribulada,<br />

dos atos dos filhos dos pais sem tempo, enfurnados<br />

diariamente sem ver a luz do dia nos escritórios por aí…<br />

Partobagens. Um elefante engraçadinho que virou a<br />

besta da ignorância, uma cria cibernética do mais tonto,<br />

melhor. Proponho ser analisado o termo partobagem (ser<br />

um “Partoba”; fazer uma “partobagem”), saindo de sua<br />

origem cômica dos desenhos de “Mundo Canibal e Cia.” e<br />

passando pelo apelo viral da palhaçada, essa que nos<br />

atinge pelo riso e idiotização da própria magnificência.<br />

A Partobagem é o mal das sociedades, é rindo muito<br />

que se esquece, é na tosqueira e besteirol que perde o foco.<br />

Que fuga, que medo de olhar nos olhos, suar, amar… tanta<br />

gente longe mas unida pelas postagens… Um poço de<br />

loucura; tudo mundo extravasa (o que no mundo real<br />

repudia?). A Internet traspassou apenas o que da mão do


homem fora digitalizado. Há um abismo entre os seres, e<br />

uma integração nas redes. A informação é sim uma arma,<br />

das mais letais… presta atenção!<br />

Ainda que atinja até o “sistema” do hospital que te<br />

acode na enfermidade, ou desde simples usuários de redes<br />

sociais até aos mais ratos, as tribos e subculturas – que são<br />

sim os moldes para o futuro… – tudo junto doido<br />

misturado se ocupando algum tempo. Por que não<br />

preocupar-se com questões mais construtivas? Cada um<br />

de nós deve ter uma para si, ou pela comunidade em um<br />

todo. “O advento da Internet” é uma das nossas maiores<br />

tacadas (ao tal do bem-estar!)… reflexo do que é e como se<br />

aplica alta tecnologia ao dia a dia. Desvelada em seus erros<br />

e acertos, exibindo a população do jeito que é – a evolução<br />

que está. E aí?


Os Novos Artistas*<br />

(09/08/2012)<br />

Que seja visando mais gás ou o inesperado; que seja<br />

pela ousadia, pelas possíveis desmistificações e tais<br />

conclusões, caminhos. Pedimos mais! Até que se possa<br />

peneirar, tirar o suprassumo.<br />

Mais sons, imagens, formas, estilos, expressões<br />

distintas… Histórias, versões, entalhes, possíveis<br />

questionamentos… a consciência universalizada agradece.<br />

Não pretensiosa, atenta a enxergar o que se apresenta<br />

no momento em que estamos, a agraciar o presente e sua<br />

problemática – não apenas por momentos de “pura<br />

diversão”, mas por uma medida extra aos pensamentos.<br />

Estática, a Arte não tem penetração – um não ao<br />

adorno de paredes! Sim, indo além disso, talvez seja<br />

(outro) o papel do artista o de elucidar, não apenas<br />

resolver – até porque, cada um sabe do seu e de suas<br />

questões.<br />

Pensando no distanciamento que é a comercialização<br />

da Arte, sugerimos “deixar rolar”, não impor limites nem<br />

concepções prévias, esperar que a Obra se baste – e que as<br />

opiniões variem, que cada qual seja atingido de certa<br />

forma, gerando um todo de compreensão do que seja.<br />

Notem: as criações são para o mundo, pelo que der e vier.


Assim, para a “inquietude humana” não há remédio;<br />

perceba devagar, “deixe estar”.<br />

Toda discussão é boa e necessária; a partir disso, um<br />

rol de opções se desvela e ter que relembrar serve só de<br />

motivo para festejar. Novos conceitos se apresentam aos<br />

nossos sentidos. Desacelere!!!! Deixe sua vida mais bela,<br />

leve e harmoniosa – não quer um copinho d'água? Só<br />

temos a ganhar! Porque a Ignorância, a Cegueira, estes são<br />

males depressivos e desnecessários – vide o que foi<br />

aprendido ao longo das eras da Humanidade – vide os já<br />

tão atacados “Preconceitos”.<br />

Não se resumindo este artigo à mera Ode, por<br />

gentileza, que seja um farol iluminando várias opções.<br />

Desfrutem, vivam!


La Vallée, Uma exaustão rumo ao essencial*<br />

(02/08/2012)<br />

La Vallée (ou “A Colina Sagrada”, 1972) é uma busca,<br />

uma exploração, um achado. Mostra as transformações nas<br />

vidas de (apenas algumas) pessoas que (felizmente)<br />

buscam uma liberdade real. Citando o popular jogar tudo<br />

pro alto, não há limites nessa aventura por uma existência<br />

mais decente, próxima à Natureza e ancorada em um<br />

“Paraíso” com seu percorrer via exaustão. Cheio de<br />

amores, experiências e revelações; leve e bucólico, este<br />

filme faz imaginar como seria se realmente chegassem ao<br />

“Paraíso” na Terra. E se fosse mesmo? E se acontecesse? E<br />

se desse certo? E se tudo antes fora tanta futilidade?<br />

“Civilização” (no sentido urbanístico, talvez) é um borrão<br />

longínquo, esquecido em seus padrões e classificações mil.<br />

Ali sim é esperado um Novo Mundo!!<br />

Um grupo basicamente francês adentra as selvas da<br />

Nova Guiné atrás da comunhão em si, e de um vale perdido<br />

(as manchas brancas “obscurecidas pelas nuvens” dos<br />

mapas.) O grupo conhece então a hospitaleira tribo<br />

Mapuga e começa seu ritual – amplo, em todos os sentidos<br />

que essa palavra pode conter.<br />

Não é uma jornada de exploração em busca de<br />

recursos naturais, por exemplo. É justamente o contrário,<br />

estas pessoas estão no rastro da própria humanidade, atrás<br />

do que há de mais simples e puro na espécie – e nossa<br />

reintegração ao Natural. Querem também a volta ao<br />

Espiritual, da humanidade em si, deixando para trás tudo,


ficam quase de mãos abanando em seu vale. Assim não há<br />

riscos nem mistérios que a vontade não possa superar. Mas<br />

o que farão ali, depois? Que mais precisam abandonar para<br />

se chegar mais perto daquela pureza que tanto sentem<br />

falta?<br />

O vale é um Paraíso? O que é “Paraíso” para você?<br />

Afastar-se dos problemas não é só beber do mosto<br />

alucinógeno, ou aspirar de fumo relaxante; estes são<br />

recursos que nos abrem a mente, mas são por demais<br />

corpóreos. Há de se encontrar a si, a saúde real, o saber e<br />

seu papel neste mundo. É a interação. A intuição! A<br />

recompensa está no resultado em todos.<br />

O estado de graça, ou um estado de natureza, estes só<br />

existem quando isolados. É a realidade, foi-se o tempo de<br />

muita coisa; mas não quer dizer que se extinguiu, que não<br />

pode ser almejado ou apenas vislumbrado. Ou você acha<br />

que esse tipo de elevação está a par e divulgada a toda<br />

hora? Os Mistérios são para os que procuram. <strong>Entre</strong>tanto,<br />

em “La Vallée”, os vícios estão sim por uma vida simples e<br />

despida, mais bela e potencial (tomemos a palavra vício em<br />

um sentido benéfico e em prol da intensidade.)<br />

A película ainda conta uma grande adição, a trilha<br />

sonora é da banda Pink Floyd (mais uma vez, já que o<br />

diretor Barbet Schroeder também havia atuado com a<br />

banda em 1969 no filme anterior, More) O álbum Obscured<br />

by Clouds foi um sucesso tanto criativo quanto de público,<br />

bem no auge do grupo – ouça ainda a tribo Mapuga na<br />

faixa “Absolutely Curtains”!


Não diria que esse é um filme de lições, isso seria<br />

reducionista demais, e ensinar gratuitamente acaba<br />

ficando fastidioso – as situações apenas vão acontecendo.<br />

Há inocência nessa leve produção, que sofre certo<br />

preconceito por ser meio hippie – mas é tão ruim assim<br />

compartilhar a realização? Talvez o vale engendre novas<br />

perspectivas redescobertas simplesmente percorrendo<br />

nosso passado.


(O Gênero Humano!?) Através do Planeta Selvagem*<br />

(30/07/2012)<br />

É velho, arcaico aos padrões de uma Pixar da vida,<br />

mas nem um pouco menos criativo, divertido (e<br />

igualmente perturbador ao abordar a loucura da<br />

sobrevivência); bom para quem ainda não conhece ou tiver<br />

vontade de rever esse filme, vejam, há nesta produção um<br />

grande experimento pela sobrevivência.<br />

No enredo, não se sabe o que houve ou quando, mas a<br />

Humanidade como a conhecemos está acabada;<br />

provavelmente, nem nosso planeta ainda existe! Imagina<br />

nascer em um mundo estranho, sem a mínima noção de<br />

civilidade nem do próprio passado, além de viver e morrer<br />

escravizado… assim, e ainda por cima, ser do tamanho de<br />

uma formiga!?<br />

Mas fique tranquilo, pois existem os seus donos, você<br />

será bem tratado de vez em quando, terá até seu próprio<br />

colar inibidor para não ir para muito longe, e umas<br />

roupinhas de brinquedo – essa é a vida dos brinquedos ou<br />

joguetes! Até porque, de quê adiantaria, já que nem mesmo<br />

consegue formular uma frase inteira, o máximo que sabe é<br />

grunhir. Esse seria você no Planeta Selvagem. Ali não há<br />

muita tranquilidade; reina o medo.<br />

É isso, os papéis se inverteram, até que enfim! Os<br />

mandachuvas do lugar são os gigantes Draags, raça de<br />

seres azuis que vive meditando e que atingiram altos níveis


de conhecimento – e usaram para subjugar outros seres!?<br />

Caramba, hein.<br />

No planeta Ygam, ainda sobrevivem estes<br />

humanoides chamados de Oms, é, as formiguinhas que<br />

nem você! Porém, ou são trabalhadores ou são feitos de<br />

animais de estimação. Você então é parte dos Oms; um Om<br />

é meio que brinquedo… usado. O que acha? Destrói só o<br />

planeta Terra para ver o que dá!<br />

Melhor viver refugiado em colônias de resistência,<br />

entre fugas e outros fugitivos dos Draags. Os Oms morrem<br />

de medo dos Draags, e vivem sofrendo um massacre ou<br />

outro (dito Desomização, que é bem parecida com a limpeza<br />

inseticida que fazem para extirpar “formigueiros” aqui na<br />

Terra.) É uma opressão, que desconsidera tudo o que<br />

representamos e nos pisoteia.<br />

Esta é a realidade desse filme francês de 1973, que<br />

venceu o Festival de Cannes do mesmo ano. Fora baseada<br />

no romance “Oms en Série”, do também francês Stegan<br />

Wui. É pura ficção científica psicodélica, mas serve como<br />

um alerta divertido, uma piada interna das nossas falhas.<br />

Que loucura fizemos para chegar a esse ponto?<br />

Com direção e roteiro de René Laloux, inusitada trilha<br />

sonora de Alain Goraguer, a animação é surrealista e roots<br />

ao extremo. “O Planeta Selvagem” é uma visão da revolta e<br />

revolução possíveis em um futuro indesejado.<br />

O protagonista se chama Terr, sempre viveu entre os<br />

Draags, recebeu educação e tudo… mas tem aquela pulga<br />

atrás da orelha. E assim como que em um golpe de sorte


consegue ter acesso a um tipo fone de ouvido Draag que é<br />

uma escola inteira (banco de dados?) Este dispositivo abre<br />

a mente de Terr, que percebe ser a Existência mais que<br />

mera superstição: descobre o Conhecimento!!! Trocadilhos,<br />

metáforas, vale a pena prestar atenção, ênn! – e uma<br />

olhada extra aos rituais de acasalamento das duas espécies.<br />

Na verdade, o tal “Planeta Selvagem” é um satélite do<br />

planeta Ygam, para o qual viaja a consciência dos Draags<br />

durante uma meditação que lhes é vital – o autor não vai<br />

entrar em detalhes para que possam visualizar vocês<br />

mesmos toda a transformação que ocorre. Mas Terr sabe<br />

que ali está a chave de todos os enigmas – ou como<br />

derrubar os Draags! As tribos humanas se unem para<br />

chegar lá e depor os alienígenas. Será possível alguma<br />

reconciliação entre as partes envolvidas?<br />

Flora e fauna alienígena doida, bizarra, mas que<br />

interage com os habitantes. Cultura sem precedentes.<br />

Outros padrões. Isso faz pensar.


“Reconhecimento de Padrões” – Sim ou Não*<br />

(18/07/2012)<br />

Antes de tudo, preciso esclarecer, eu ganhei esse livro<br />

na época em que colaborei para o Ambrosia, não foi uma<br />

escolha daquelas quando você tem em mãos dois<br />

exemplares e tem que decidir qual levar. Se tivesse de um<br />

lado “Reconhecimento de Padrões” e o “Universo e Vida”<br />

(Hernani Sant'Anna), eu teria preferido o da VIDA! Mas<br />

voltando, esse Reconhecimento de Padrões trata de muita<br />

coisa, talvez sendo um exemplo exacerbado do complexo<br />

“multi” e velocidade impressas nestes últimos tempos;<br />

claro que isso tudo tem um preço, uns certos preços!<br />

Uma cria da atualidade e do ritmo enlouquecidoglobalizado<br />

ianque, esta obra é infestada de jogos de poder<br />

com a rivalidade ativa em tudo.<br />

Escrito por William Gibson, com ano da publicação<br />

em 2003 e tradução de Fábio Fernandes pela editora Aleph,<br />

O livro é um espelho das tendências para o ‘universo pop’<br />

do século XXI. Seu autor fala através de um tal gênero<br />

Cyberpunk – que é isso? Na narrativa vemos novas<br />

profissões e atribuições, como a da personagem principal,<br />

que é “coolhunter”, ou uma caçadora de tendências, algo<br />

como isso.<br />

De linguagem atual, igualmente fluida e bem<br />

desenrolada, há muitos spams na obra; muito conteúdo<br />

descartável. Digamos que a narrativa abusa de uma<br />

verborragia que acaba por inundar o leitor


demasiadamente. Talvez se fosse sutil e enxuta ficasse<br />

mais divertida. Mesmo assim, a todo tempo catapulta o<br />

leitor através de uma citação seguida de analogia,<br />

referência. “Aqui, você precisa manter os olhos abertos e<br />

prestar atenção.”<br />

Se, a título de curiosidade, ajudar… leia o livro<br />

conectado à rede de computadores, com suas páginas<br />

abertas em qualquer buscador que seja, e caia na gandaia<br />

da pesquisa de termos e nomes.<br />

As ostentações são multinacionais. Os termos<br />

‘importação’ e ‘exportação’ são a base do dia a dia das<br />

personagens. Agir com rapidez é legal, ao que usam de<br />

tudo um pouco de cada país. E não faltou nem citar o<br />

famigerado Google. Também pudera, aliado a tantos<br />

termos de uso exclusivo (ou não!) da Internet… haja<br />

memória. Mas tomemos como exercício.<br />

Os endinheirados e pedantes se identificação<br />

prontamente com esse estilo de vida… Ao que parece,<br />

todos vivem em uma atmosfera distinta (e porque não<br />

distante) da maior parte do globo – entre viagens, salas de<br />

reunião e goles de água Perrier.<br />

“Profissional Urbano” seria o termo perfeito para<br />

Cayce Pollard, a protagonista meio agitadinha da história.<br />

Ela, dona de sensibilidades peculiares, é também uma<br />

freelancer, (…) radicalmente de curto período, sem<br />

qualquer competência empresarial. Seu pai desaparecera<br />

nos ataques de 11 de Setembro nos EUA.


“Homo Sapiens é reconhecimento de padrões (…) O<br />

que é ao mesmo tempo um dom e uma armadilha”, diz<br />

Parkaboy, seu amigo. E ainda que a Srta. Cayce seja<br />

alérgica a marcas registradas, bem, o uso é recorrente pelo<br />

autor, inquietando sua personagem.<br />

URL; Site; fragmentos de um intrigante filme, um Fórum de<br />

debates denominado Fetiche; Filme; Forum (F;F;F)<br />

Filme = jogada de marketing? Filme = seguidores fiéis<br />

Um Mundo-espelho (O que é? Bem, só o leitor atento poderá<br />

decifrar!)<br />

E que ligação há entre a empresa Blue Ant e todo esse<br />

rolo não sei que de filme? Caice trabalha a protagonista?<br />

Empresas têm muitos rolos.<br />

“Não temos futuro porque nosso presente é volátil<br />

demais.” (palavras de Huberus Bigent, o desconfiado chefe<br />

dela!) Esse tal de Bigend faz a proposta para Caice<br />

investigar o autor de tal filme misterioso. E isso<br />

seguramente perturba a ordem de alguém no outro lado.<br />

Aí a trama se desenvolve. No mais, deixo vocês com as<br />

apostas. Desfrutem! (Ou fiquem cansados, vocês que<br />

sabem.)


Sem “rockenrolar” muito…*<br />

(13/07/2012)<br />

(Ao dia do Rock!)<br />

Toda transgressão deve ser pesada com sabedoria;<br />

todas geram algum baque, ou fator, atingindo de forma<br />

positiva ou não os expectadores. Mesmo assim, a<br />

extrapolação de limites sempre deu em coisas grandes; no<br />

geral, boas ideias – dessas que nos nutrimos por muito<br />

tempo.<br />

São as chamadas transformações. A própria Música<br />

Popular em geral não foi a mesma após o surgimento do<br />

Rock!! Desde a formação de acordes, ou introdução de<br />

elementos como a guitarra elétrica, pedais de efeitos etc; a<br />

própria camaleônica roupagem do dito Pop nada mais é do<br />

que uma simplificação comercial do bom e velho Rock –<br />

que sucedera algo de Música Clássica em muitos aspectos.<br />

Talvez daí tenha vindo tanto preconceito com os<br />

“roqueiros”; há sempre uma ponta de inveja, né… Mesmo<br />

que as chances de êxito sejam iguais para todos… Neste<br />

mundo em que as pessoas já não se assustam muito, o que<br />

vale é a postura!<br />

Se antes diriam que a relação dos artistas com a idade<br />

era empecilho, agora nem isso é desculpa! Quem quiser,<br />

que se afunde no campo sonoro até o fim dos dias… Mas, se<br />

serve de alerta: que não venham os benefícios financeiros<br />

apenas como metas antes da primazia sonora; que suas


mãos sejam instrumentos de novos álbuns, ou obras que<br />

passem à História devido à sua relevância – sendo espelho<br />

de boas feituras.<br />

Não padronizando, porque a partir disso aparecem as<br />

limitações; precisa acreditar-se mais, mostrar sua força,<br />

valor; use essas potencialidades, vamos, acredite!<br />

E que medinho é esse? E estilinhos??? Rock sempre<br />

foi sinônimo de fazer o que quiser, e daí? Não olha para<br />

trás, nem dê bola!!!<br />

Neste dia de comemorações, peço atenção… “louvor”<br />

aos astros… : ) E MUITO SOM ALTO!!!!!!!!!!!


Três ou mais “Sonhos Roubados”*<br />

(10/07/2012)<br />

Ao som do batidão eu reveria muitas delas, tantas<br />

vezes perdidas em desilusões ou reduzidas em suas faltas<br />

de possibilidades; elas meninas do Brasil, o reflexo dessa<br />

pluralidade desmedida à pele morena. Mas neste filme, o<br />

“Sonhos Roubados” (2009), suas luzes são mostradas, e a<br />

força de sua alegria, à prova. Aqui não há depressão, há<br />

vontade de ser. Energia!<br />

Baseado no livro da jornalista Eliane Trindade, “As<br />

Meninas da Esquina – Diário dos Sonhos, Dores e<br />

Aventuras de Seis Adolescentes no Brasil”, e dirigido por<br />

Sandra Werneck, o premiado filme vai pelas confidências.<br />

Jéssica (Nanda Costa), Daiane (Amanda Diniz) e<br />

Sabrina (Kika Farias), lindas adolescentes e o que o mundo<br />

ao redor lhes dá de atrativos. Movidas por desejos<br />

consumistas que elas mesmas não compreendem, fazem de<br />

tudo por um belo e perecível MP3 da modinha… Mas a falta<br />

de grana é uma realidade, a constante inconstância. E por<br />

isso volta e meia se prostituem – mesmo que esta seja mais<br />

como uma relação de trocas, tem muita gente que se afeta<br />

à vera com isso…<br />

São garotas que frequentam uma escola pública<br />

totalmente falida (ainda vestindo uniforme!) Suas famílias<br />

ausentes lhes regalaram as ruas como referências; mesmo<br />

assim, há certa inocência ao encarar tudo isso e dar uma


oa risada, não como se não ligasse, mas caso visse com<br />

certa altivez.<br />

Jéssica vai à cela do rapper MV Bill, caracterizado<br />

como ator, e discutem sobre a filhinha dela; Daiane sofre<br />

abusos do tio de criação e vai se refugiar na indiferença do<br />

pai biológico; Sabrina se envolve em uma relação de trocas<br />

com um traficante local e se vê desamparada ao revelar<br />

que será mãe de um filho do bandido.<br />

Dignidade é apenas viver; naturalmente; um conceito<br />

muito distante do seu sentido burguês tão atribuído nessa<br />

sociedade de consumo (e de valores pudicos); talvez<br />

mostrada apenas com carinho, dignidade humana menos<br />

deturpada.<br />

Sem preconceitos, em uma visão mais sensível do<br />

difícil cotidiano no cartão-postal xerocado chamado Rio de<br />

Janeiro; difícil existir, é dose seguir. Mas deve, não há<br />

outra saída que não mover-se. Que dirão as mães solteiras<br />

em todas as comunidades cariocas? Que dirão os rostinhos<br />

esquecidos que se igualaram na tela através do filme? A<br />

pobreza e faltas (recursos, atenção) rondam.<br />

Fora dessa onda de novelas meio que retratando a<br />

baixa renda, mais fiel e poético, Sonhos Roubados nos leva<br />

através dos bailes Funk, da praia, a matar aulas (já que o<br />

professor não veio de novo mesmo…) e pela pura vontade<br />

de ser menina, e de flertar também, claro. Corpo e mente<br />

agradecem!!<br />

Espíritos livres, cheias de curiosidades; porque não<br />

tem hora para falar o que se acha que deve!


Os atuais Secos & Molhados*<br />

(02/07/2012)<br />

Eis um grande exemplo de uma banda que pode<br />

sempre ser relembrada, dessas que não perdem a força<br />

mesmo com o tempo; e o próprio (e relativo) Tempo é seu<br />

aliado, confidente. Secos & Molhados é atemporal. Sua<br />

mensagem continua, esta coragem ainda espanta, tamanha<br />

a clareza. É como dizem: persiste aquilo que tem conteúdo.<br />

Tanto o cunho político-social das temáticas de suas<br />

letras, ainda que desatualizado para certos padrões<br />

inventados, mesmo assim a poética e a intenção nas letras<br />

da banda mostram meio que uma... loucura fantasiada.<br />

Tanta expressão corporal, aliada à força de melodias<br />

diretas mas que enganam os ouvidos pouco treinados: é<br />

música erudita, no sentido de experimentação, técnica, ou<br />

brasilidade, rock progressivo em poucos minutos. Já<br />

ouviram essas?<br />

PRIMAVERA NOS DENTES<br />

(João Ricardo/João Apolinário)<br />

QUEM TEM CONSCIÊNCIA PARA TER CORAGEM<br />

QUEM TEM A FORÇA DE SABER QUE EXISTE<br />

E NO CENTRO DA PRÓPRIA ENGRENAGEM<br />

INVENTA A CONTRA-MOLA QUE RESISTE


QUEM NÃO VACILA MESMO DERROTADO<br />

QUEM JÁ PERDIDO NUNCA DESESPERA<br />

E ENVOLTO EM TEMPESTADE DECEPADO<br />

ENTRE OS DENTES SEGURA A PRIMAVERA<br />

O PATRÃO NOSSO DE CADA DIA<br />

(João Ricardo)<br />

EU QUERO O AMOR<br />

DA FLOR DE CACTUS<br />

ELA NÃO QUIS<br />

EU DEI-LHE A FLOR<br />

DE MINHA VIDA<br />

VIVO AGITADO<br />

EU JÁ NÃO SEI SE SEI<br />

DE TUDO OU QUASE TUDO<br />

EU SÓ SEI DE MIM<br />

DE NÓS<br />

DE TODO O MUNDO<br />

EU VIVO PRESO<br />

A SUA SENHA<br />

SOU ENGANADO<br />

EU SOLTO O AR<br />

NO FIM DO DIA<br />

PERDI A VIDA


EU JÁ NÃO SEI SE SEI<br />

DE NADA OU QUASE NADA<br />

EU SÓ SEI DE MIM<br />

SÓ SEI DE MIM<br />

SÓ SEI DE MIM<br />

O PATRÃO NOSSO<br />

DE CADA DIA<br />

DIA APÓS DIA<br />

Irreverência, sarcasmo, originalidade… É um tapa na<br />

cara. Será que na época que apareceram o efeito seria o<br />

mesmo caso fosse hoje em dia? Nem é preciso escrever<br />

mais, basta “meia hora de audição” (uma média, já que os<br />

discos são rapidinhos!) para ter uma noção do que se fala.<br />

Na letra abaixo peço que pensem se somos nós brasileiros,<br />

se somos ou não ainda parte do “Terceiro Mundo”...<br />

TERCER MUNDO<br />

(João Ricardo/Júlio Cortazar)<br />

AHÍ NO LEJOS<br />

LAS ANGUILAS LATEN<br />

SU IMENSO PULSO<br />

SU PLANETÁRIO GIRO<br />

TODO ESPERA EL INGRESO<br />

EN UNA DANZA<br />

QUE NINGUNA IZADORA DANZÓ


NUNCA DE ESTE LADO DEL MUNDO<br />

TERCER MUNDO GLOBAL<br />

DEL HOMBRE SIN ORILLAS<br />

CHAPOTEADOR DE HISTÓRIA<br />

VISPERA DE SI MISMO<br />

“DIGA QUE EU NÃO SEI DE NADA…<br />

NEM POSSO SABER”


Mestre Ennio Morricone, aquele que embelezou o Som*<br />

(04/06/2012)<br />

Compositor de Teatro, Rádio, Televisão e Cinema, o<br />

arranjador e maestro italiano da Música Culta/Popular,<br />

Clássica/Contemporânea, Ennio Morricone pode ser<br />

considerado um símbolo e uma fonte musical. Sua ficha é<br />

longa e heterogênea.<br />

Pessoa de uma vida sem estardalhaços, muito<br />

atrelado ao seu país de origem, a Itália, ele que nos entrega<br />

uma obra que se basta, que se lança além da criação; são<br />

músicas que ficaram na memória geral muitas vezes, que<br />

submetidas a uma simples audição são facilmente<br />

reconhecíveis – se você for ver um filme de faroeste pode<br />

ter uma melhor noção.<br />

Dito “Mago das trilhas sonoras”, sua produção não se<br />

limita, se expande-se! Com mais de 400 filmes e programas<br />

de televisão, além de ter dirigido diversas orquestras em<br />

todo o mundo, ele ainda hoje realiza concertos (Ennio está<br />

com mais de 80 anos!) Teve colaboração em diversas<br />

produções de grandes diretores como Sergio Leone, Pier<br />

Paolo Pasolini, Bernardo Bertolucci, Brian de Palma,<br />

Giuseppe Tornatore ou inclusive Pedro Almodóvar (em<br />

¡Átame!)<br />

Só para citar uma breve lista de filmes, tem-se: Era<br />

uma Vez no Oeste, Os Intocáveis, Cinema Paradiso, Lolita,<br />

Malèna, Bastardos Inglórios etc e etc… e lá vai mais (até o<br />

fechamento deste artigo, pode que haja mais coisa)


Conta também com um Oscar honorífico (tardio, e<br />

que pouco lhe acrescentou) da Academia de Hollywood<br />

como homenagem a sua “dilatada carreira”, em 2007.<br />

No campo discográfico, recebeu 27 Discos de Ouro, 7<br />

Discos de Platina, e lá vai mais… êta caramba! A trilha<br />

sonora do filme Três Homens em Conflito foi incluída no<br />

Grammy Hall of Fame de 2009.<br />

Claro, são diversos os prêmios, é tanta coisa que nem<br />

dá para compilar aqui! Para os curiosos, há uma lista no<br />

site oficial dele (www.enniomorricone.org)<br />

Uma boa trilha sonora dá ênfase à emoção que o filme<br />

quer retratar, nos marca as sensações.<br />

São composições belas as de Ennio, que até uma<br />

criança tem facilidade para apreciar, ao mesmo tempo em<br />

que são eruditas, arranjadas com cuidado, respeitando e<br />

interagindo com a mídia em questão. É o puro exemplo de<br />

sua genialidade, a difusão. Como flerta com diversos<br />

estilos, é plural. Não há rótulos, preconcepções.<br />

Morricone igualmente inspirou muitas bandas de<br />

Rock, que até tomaram certas faixas emprestas.<br />

Atualmente, temos o grupo The Mars Volta (com temas de<br />

Por um punhado de dólares). E esse é só um mero exemplo,<br />

uma ponta de iceberg do tamanho das colaborações,<br />

participações e homenagens feitas ao maestro.


Que venham os discípulos, que sigam seu modelo de<br />

persistência, dignidade pela Arte; que se produzam mais<br />

obras, que a influência seja benéfica e para a ampliação do<br />

gênero musical.


Retrô ou Retraso?*<br />

(23/05/2012)<br />

Essa discussão parece batida, e deve ser mesmo. Mas que<br />

atire a primeira pedra quem não é ou será de certa forma<br />

atingido!<br />

Não seria o saudosismo um sintoma? Ou uma<br />

síndrome de algo relacionado às tais faltas de criatividade?<br />

Ou que a inspiração (sempre re- e reutilizada; vide a<br />

máxima de Lavoisier, onde que “na natureza, nada se cria,<br />

nada se perde, tudo se transforma“); bem, a inspiração foi<br />

pega pelos termos, termos como... retrofilia?<br />

O que se vê pelas ruas é uma tal superexposição do<br />

passado como mera estética – glorioso ou não, quem<br />

decide é o interlocutor. Será que o bom gosto, a classe, ou a<br />

elegância passam apenas por conceitos batidos?<br />

Tendências, hábitos, iconografias, ou moda, tomados<br />

muitas vezes por certa ironia, ora pincelada pelos já<br />

conhecidos aculturamentos. Mas o problema é global, ou<br />

“coisa de brasileiro”?<br />

Temo alertá-los de que, quando tratada como<br />

“produto”, o que se chama Cultura treme em seus alicerces.<br />

E inclusive a desmitologização dos “clássicos” deve ser<br />

manejada com tato para não cair na toca da farofada –<br />

notem que precisamos abranger diversas áreas da<br />

sociedade quando discutirmos “costumes”.


Seria o “novo velho” um empecilho às novas artes?<br />

Ou um mambembe equívoco??<br />

Não que o objetivo deste artigo seja criticar sem dó<br />

nem piedade; o autor prefere que seja tomado mais como<br />

um puxão de orelha, uma dica – nada de extremismos, por<br />

favor!! Sabemos que o “inventismo” do ser humano não<br />

tem limites… Bem, que fiquem os questionamentos… : )<br />

Mas eu que não me vestiria de escritor se realmente não<br />

fosse um (Risos) Aguentem a brincadeira!


Encontro com Rama, de Arthur C. Clarke*<br />

(02/02/2012)<br />

Desejando que novas catástrofes com meteoritos NÃO<br />

atormentem mais, líderes da Terra e dos outros planetas e<br />

satélites povoados da Via Láctea começam o projeto<br />

SPACEGUARD. Através deste, detectam a presença de<br />

Rama, “astro de proporções inimagináveis” – Atentem que<br />

o Ser Humano apenas reuniu-se por instinto, e não por real<br />

solidariedade. E que passou com nossa raça nesse meio<br />

tempo? Mudanças na sociedade? Provavelmente… pois se<br />

opera a catástrofe há movimento.<br />

Somamos a isso os embates de sentimentos de<br />

autopreservação e diplomacia ao lidar com a magnitude e<br />

potência destruidora que poderia(!?) ser Rama. “Era<br />

centenas de vezes mais velho que qualquer estrutura que<br />

sobrevivera na Terra”; “É um navio abandonado”<br />

somente?<br />

Início de uma série de quatro livros, o premiado<br />

Encontro com Rama (Editora Aleph, 2011) narra este<br />

cativante episódio da História do Cosmo, uma incursão<br />

sem referências. Estamos tratando de um grande choque<br />

entre culturas! Sabe-se que curiosidade e o medo são uma<br />

combinação perigosa, mesmo que instigante. E sim,<br />

respondendo à velha pergunta: “Não estamos sozinhos.”<br />

“As estrelas nunca mais serão as mesmas para nós”,<br />

diriam.<br />

Sem tanto auxílio de artefatos eletrônicos<br />

miraculosos, este é um título mais mental. Uma proposta


cabível a desse livro, se forem analisar o contexto em que<br />

se passa. Notem, caros leitores, que o autor (e inventor!)<br />

britânico Arthur C. Clarke fora nascido no longínquo ano<br />

de 1917… e publicou a presente obra em 1973. É de se<br />

admirar a genialidade e visão deste homem!<br />

Há na narrativa diversas analogias aos primeiros<br />

descobridores – o próprio capitão Norton, da nave<br />

Endeavour, que vai interceptar Rama, é fã de carteirinha do<br />

Capitão James Cook – o carinha do Turismo? Temos<br />

também a questão de uma ótica capitalista (ainda no ano<br />

de 2130 e lá-vai-algo…), e certa nomeação de corpos<br />

celestes em tom meio de escárnio, já que na época lhes<br />

faltava alternativas de nomes mitológicos.<br />

Rama tem “uma simetria e um padrão geral”<br />

complexos demais para a mente humana. E mesmo<br />

espaçonautas treinados passam pela exaustão e dramas no<br />

desconhecido, a lutar contra a fadiga de percorrer a<br />

gigantesca interrogação que é Rama e sua exploração.<br />

Em estado de constante transformação, mostra-se<br />

verdadeiro desafio à lógica, repleto dos mais variados<br />

conflito de possibilidades e reviravoltas. Uma obra<br />

criativa, sem dúvida, coisa difícil nos dias de hoje… com<br />

todas essas variações de alguns originais.<br />

Ainda outro detalhe que seria tão mais surpreendente<br />

do que achar água nesse território inóspito?? E isso é só o<br />

começo… os mistérios sem fim são expressões; a boa<br />

leitura agradece, é isso aí! (Ah, alguém já se lembrou de


quem foi o verdadeiro Rama? Busquem nos Mistérios,<br />

busquem na Iniciação)


A Música resiste!*<br />

(04/05/2012)<br />

Preciso me revisar, pois cometi um erro anos atrás, ao<br />

escrever um artigo enervado contra a nossa tão cara<br />

Música (a versão a que me refiro está também incluída no<br />

final desta coletânea.)<br />

Música no geral, vamos comentar. Eu disse que “Ela”<br />

deveria parar. Errei feio. Talvez nos meios, ou<br />

instrumentos.<br />

Gostaria de deixar bem claro o meu arrependimento<br />

pelas tais palavras que edifiquei. Confesso que fui<br />

precipitado, que não medi soluções além do desespero e da<br />

reclamação. E que bom o Tempo ser juiz dos nossos atos!<br />

Já ouvi dizer que não existe povo sem música, que<br />

não há ser humano sem afeição ou sensibilidade a Ela; que<br />

sempre há de se afetar de alguma forma.<br />

Primeiramente, aquém de <strong>outras</strong> esferas ou atuações,<br />

Música sempre foi uma arte, um afago – ainda que<br />

difundida sob várias óticas, inclusive a mais repressora de<br />

todas, a comercial. Mesmo assim, é uma manifestação de<br />

alegria, agitação, caminhando junto às linguagens<br />

corporais.<br />

Não importa o criador, sob qual performance for<br />

executada, ou seus significados; isso são detalhes. O efeito<br />

sim é relevante. O que nos produz a Música é a maravilha


do espetáculo, de entreter, prender as atenções… de vida e<br />

comemoração.<br />

Pode-se tentar classificá-la de várias formas<br />

(atividades coletivas, como os rituais religiosos, ou festas,<br />

concertos, mídias etc.), mesmo assim, sempre esbarrando<br />

em interpretações para seu agrado – até uma criança pode<br />

se maravilhar e ficar calminha. Não existe um conceito<br />

máximo e findo, ela é múltipla, metamorfoseante,<br />

imemorial. O Om, por exemplo, é o som do Universo! Pois<br />

bem, nem tampouco é intenção tentar definir (seria eu um<br />

mais nesse mar de opiniões), ou aumentar a discussão;<br />

apenas jogo luzes sobre a questão da universalidade, de<br />

como a Música está presente neste planeta (e mais!) deve é<br />

ser merecida.<br />

Na Terra há som, pelos humanos é reproduzido. Aos<br />

ouvidos, seus toques. Todo entendimento é simples e para<br />

sua execução somente é pedida a vontade de alguém. Se<br />

até o pássaro se distrai com o som que exala, por que não<br />

parar a apreciar esse presente evolutivo sob a forma das<br />

melodias?<br />

Se instintiva ou não, é fato que manifesta-se.<br />

A Música não deve parar pelo simples fato de não se<br />

entregar às inconstâncias humanas; ela não se detém,<br />

muda de acordo com seus apreciadores. Tem altos e baixos,<br />

mas não é sua culpa, é da mão que a direciona. Portanto, a<br />

problemática está em quem faz, executa, divulga, ouve, ou<br />

quem dá determinados valores.


A união de pessoas, aliada aos sons, gera um evento; a<br />

desunião dos seres atrapalha tudo, põe-se em risco,<br />

depreda, diminui. Talvez a falta de entendimento atual seja<br />

o motivo pelo qual a Música perde sua força motriz, já que<br />

não atinge com tanta veemência quanto como fizera em<br />

conjunto. Está fraca, mas não morta; talvez inerte ou<br />

isolada nos fones de ouvido, na casa de quem quer que<br />

seja. A fagulha existe, precisa de novo oxigênio. Tudo é<br />

uma questão de atitude.<br />

Temo ser redundante ao clamar uma (re)audição do<br />

que foi feito no passado, a fim de atualização… Melhor não<br />

ter tanta pressa e esperar pela qualidade…<br />

Mas a brevidade da crise, caso fosse medida em eras,<br />

é uma besteira! E se partimos desse princípio, logo<br />

estaremos restabelecidos em nossos divertimentos.<br />

Felizmente, é de novo uma questão de tempo (… enquanto<br />

isso)<br />

Boas audições!


Giannini e seu legado*<br />

(07/02/2012)<br />

É sabido que deixar de prestar atenção ao que está<br />

debaixo dos nossos narizes é do feitio humano genuíno,<br />

mas ainda há solução se tentarmos, se tomarmos mais<br />

cuidado e medirmos as coisas com mais carinho.<br />

Quem se interessa por música, quem gostaria de<br />

incursionar na área, ou deseja aprender a tocar um<br />

instrumento, digamos, de cordas, esbarra geralmente na<br />

barreira financeira. A pessoa vai a uma loja e quase cai<br />

para trás com os preços, ainda que nos dias de hoje por<br />

sorte de o dólar – moeda avassaladora ainda regente<br />

mundialmente – esteja em baixa. **Agora nesta edição de<br />

<strong>2016</strong> sabemos que a história mudou para o já nem tão<br />

viável; é a nossa crise financeira, opa!<br />

Pois é proposta uma solução cabível, e inteligente,<br />

diga-se de passagem! Temos em nosso Brasil uma grande<br />

marca, um símbolo nacional, que se chama Giannini. Já<br />

ouviram falar? Talvez alguém próximo até tenha um de<br />

seus famosos violões. Mas não para por aí, acredite.<br />

Fundada nesse país (que lhe apetecia muito!) pelo<br />

renomado luthier italiano Tranquillo Giannini no ano de<br />

1900; misto de respeito, qualidade, bom preço, som único e<br />

característico, além de modelos bonitos e funcionais, de<br />

violões a cavacos, passando pelos violinos,<br />

encordoamentos… até pedais eles têm (nova linha!?)


Pensem, não é preciso valorizar? Não é bela esta tomada de<br />

atitude? Nem gringo algum tem um som de jacarandá (a<br />

madeira, tá!?) de alguma dessas guitarras assim na manga!<br />

Segundo a descrição em sua página na Internet, os<br />

“produtos passam por um rígido controle de qualidade.”<br />

Há de ser justo com o que nos é justo. Vamos aguçar os<br />

ouvidos!<br />

É louvável como a Giannini já mostrara seu poder ao<br />

promover a reedição dos famosos instrumentos<br />

produzidos nos áureos anos 60 e 70!<br />

De conhecimento próprio, sinto o prazer de citar os já<br />

testados violão folk GF-1 CEL Série Performance, que mete<br />

medo em muito gringo de nariz empinado – coitados, é só<br />

zoação saudosista. De guitarra, cito a jazz-saudosista Gemini<br />

(relançada e desaparecida do mercado), com seus dois<br />

brutos captadores P-90 e corpo em cedro e braço em<br />

marfim; diga-se: forte e característica. Notem: sem<br />

comparação em qualquer país, é uma pegada única.<br />

Infelizmente, muitos de seus instrumentos estão fora<br />

de linha. O motivo às vezes é obscuro, seja por numerável<br />

procura ou administração. Tomara que isso vire logo<br />

detalhe do passado. Que seja passado.<br />

Bem, se a marca perdurar, que mais pode fazer? O<br />

quanto pode somar à Música Popular Brasileira? Notem os<br />

amantes de um som original, recordem, o alimento da<br />

alma é e sempre foi a Música. Vamos fazer coro!


O lado escritor de Jim Morrison*<br />

(23/01/2012)<br />

Talvez você não saiba quem foi Jim Morrison, o que<br />

fez, se fora ou não cabível, e também o que realmente se<br />

passou em sua vida abrupta, mas provavelmente já ouviu<br />

alguma canção do grupo de rock The Doors em alguma boa<br />

mídia, nem que seja uma versão MIDI de Light my fire<br />

(ainda que a letra dessa música nem seja dele!) Bem, assim<br />

parece! Acontece muito mesmo de alguém ser lembrado<br />

apenas por coisas mais emblemáticas – a música popular<br />

apresenta bons exemplos, de tão fácil assimilação que é!<br />

Provável que o fato de ser cantor ajudou em sua poesia, ou<br />

vice-versa! Mesmo assim, a intenção deste artista era<br />

outra, desde o princípio Morrison queria ser escritor. Ele<br />

próprio havia feito tal premissa real ao partir para Paris a<br />

fim de se dedicar exclusivamente a essa arte, mesmo que já<br />

em seus últimos dias. Quem sabe se por afinidade com os<br />

poetas franceses, ou por simples vontade de se isolar. Seja<br />

como for, ainda é relativamente pouco lembrado como um<br />

poeta, um escritor.<br />

Sua forte e contestadora poética gira em torno de<br />

imagens lisérgicas, sexualidade, desolação, violência<br />

mística e hipnótica desprovida de medos. A juventude tem<br />

afinidade com as sensações… talvez por aí a identificação;<br />

talvez também por ele ter falecido tão cedo.<br />

Nota-se que, em vida, além das composições como<br />

cantor letrista dos Doors, apenas publicou três livros: “As<br />

Novas Criaturas” (1968), “Os Senhores” (1969) e “Uma


Oração Americana” (1970). Me arrisco a dizer que todos<br />

sem edição brasileira – ainda que vertidos paro o<br />

português lusitano pela Editora Assírio & Alvim. O que<br />

encontramos, ademais, são em sua maioria obras<br />

inacabadas, tentativas, além de material gravado em áudio<br />

durante sessões de ensaio vertidos para o papel…<br />

renomeados, por vezes, a esmo, além de fac-símiles online.<br />

Infelizmente é o que acontece com muitos artistas que em<br />

sua vida não conseguem finalizar suas obras, que acabam<br />

reduzidas a seleções.<br />

Enfim, a intenção é a de elucidar, então sem<br />

compromisso deixo vocês com algumas traduções livres de<br />

três épocas distintas (tomo por base as edições espanholas<br />

oferecidas pela Editora Espiral/Fundamentos.)<br />

Mulher lagarta<br />

com teus olhos de serpente<br />

com tua selvagem surpresa.<br />

Cálida filha do silêncio.<br />

Veneno.<br />

Dá volta com um escorregar de queixosa sabedoria.<br />

Os imperturbáveis olhos cegos<br />

detrás dos muros novas histórias se alçam<br />

e despertam grunhindo e choramingando<br />

a misteriosa aurora dos sonhos<br />

Cachorros mentem dormindo.<br />

O lobo uiva.


A criatura sobrevive à guerra.<br />

A floresta.<br />

Um sussurro de palavras cortadas, rio<br />

obstruído.<br />

(De “As Novas Criaturas”, Poema VII)<br />

# # #<br />

Já não existem “dançarinos”, os possessos.<br />

A divisão dos homens em atores e espectadores<br />

é o fato central de nosso tempo. Estamos obcecados<br />

pelos heróis que vivem por nós e aos quais castigamos<br />

Se todas as rádios e televisões fossem privadas<br />

de suas fontes de energia, todos os livros e quadros<br />

queimados amanhã, todos os espetáculos e cinemas<br />

fechados,<br />

todas as artes de existência atribuída…<br />

Nos contentamos na busca das sensações “dadas”<br />

De um corpo louco dançando nas colinas<br />

Nos metamorfoseamos em um par de olhos olhando<br />

fixamente na escuridão<br />

(De “Os Senhores”, Poema XI)<br />

# # #<br />

Fria música elétrica<br />

Machuca-me<br />

Rompe minha mente<br />

com seu torpor escuro


Fria têmpora de aço<br />

Frias mentes vivas<br />

na orla estrangulada<br />

Veteranos de guerras estrangeiras<br />

Nos somos soldados das<br />

Guerras do Rock & Roll<br />

(Dos “Poemas 1966-1971”)


Os Índios Bêbados da Amazônia?*<br />

aculturação – perda de identidade, produto comercial e<br />

turístico, monetarismo, futilidade<br />

pintura corporal – linguagem do corpo, expressão de<br />

vivacidade, cores, natureza<br />

Será mesmo que a população indígena não passa de<br />

mero zoológico a céu aberto perante a sociedade<br />

(imbecil)consumista? Que estão todos bêbados,<br />

vagabundeando estigmatizados? Ou que são dizimados,<br />

roubados em suas posses cada vez mais? Como se dará a<br />

transmissão de valores em um contexto de apenas<br />

sobrevivência? Generalizando: toda uma cultura,<br />

incalculável, brutalizada pelo riso e desleixo cultural. Olha,<br />

qual o teu passado? Esquece não. Você veio da cultura<br />

antiga, é a evolução natural dos teus antepassados! Que<br />

triste saber que fazem isso com a população indígena, esta<br />

por demais pega na “defasagem de raciocínio e<br />

compreensão”, relegada às tais comunidades<br />

autossustentáveis toleradas apenas com fins lucrativos. O<br />

ritual está esvaziando… as flautas vendidas para comprar<br />

alimentos às crianças…<br />

“Os costumes vão se dissolvendo”, “perdendo seus<br />

significados e usos tradicionais”, mas muita gente ainda<br />

precisa dos remedinhos e plantas das florestas. As grandes<br />

corporações sugam o conhecimento indígena enquanto há<br />

tempo! Enquanto existe uma mistura ou outra para<br />

patentear!! Tal é o “capitalismo” e a mania de souvenires!<br />

Tamanha analgesia da mente… Este Brasil imediatista


virou as costas para o lado do pulmão do mundo, suas belas<br />

matas foram devastadas, todo um passado sepultado – que<br />

serão das próximas gerações, que não conhecerão suas<br />

raízes além do que está nos livros (reorganizados cada vez<br />

mais para atender às necessidades econômico-sociais de<br />

blocos mundiais, e para você mediante rápidas<br />

conclusões.) Não teremos mais anciões contadores de<br />

histórias, só gente caquética atrás de pílulas!<br />

A destruição de antigas culturas não é um problema<br />

atual, vem sendo um processo sem dó nem piedade –<br />

parece que há um medo desse relembrar das próprias<br />

origens. Fica também a impressão de que a onda continua<br />

sendo a de “apartamentar” o Ser Humano, a decair-se<br />

nesta visão horrível sob a forma de cidades abarrotadas.<br />

Vistas do alto, são semelhantes a formigueiros! E vocês as<br />

formigas!! Essa imagem já está batida. Formigas<br />

trabalhadoras da rainha do pedaço… Quem é tua rainha?<br />

Anda difícil descobrir ou está à espera das férias??<br />

Mas contra os espíritos maus residem aqui e ali os<br />

“cânticos, vestuários, utensílios, arte plumária……..”, a<br />

realidade que fora idealizada nos megatotens, pensada<br />

para gerações após gerações. Você sabe o que é<br />

patrimônio? O que disseminar? Não como o disseminar de<br />

educação e amor pelo próximo. Não é igual ao concreto que<br />

esfarela com os anos…<br />

Mesmo sendo a população indígena efêmera,<br />

transitória, grupal… nômades ou seminômades, tudo ali<br />

está correlacionado harmonicamente.


Até o sentido artístico (que não é o mesmo entre os<br />

povos indígenas) nem sempre quer dizer o mesmo que<br />

para nós, urbanizados cheios de padrões que sobrepõem<br />

padrões; o normal seria achar “belo” aquilo que em sua<br />

utilidade atinja o ápice. E, ainda assim, variando de tribo<br />

para tribo! São “artes” indígenas, não há uma só definição,<br />

há uma gama.<br />

Elegância, majestade, o meio, sua valorização, seu<br />

lugar e funções específicas. No meio natural, por exemplo,<br />

e de maneira muito singular, o indígena desconhece esse<br />

conceito de inveja; quem criou esse defeito!?<br />

O futuro dará sua sentença; a Terra julga o que dela<br />

nasce.<br />

Um bom argumento sempre salva do sufoco do<br />

inesperado. Quem puder acreditar em si, aprender com o<br />

passado, continua a falar sem interrupção. Seguramente<br />

uma arte!


Contra as cegonhas pelos gambás*<br />

(12/12/2011)<br />

Talvez este seja mais um artigo sobre ele, só mais um<br />

pouco lido ou interpretado, algo a mais pela<br />

desmistificação deste autor, tal de Roberto Piva, ser<br />

obscuro ao mesmo tempo que angelical na Literatura<br />

Brasileira. Prefiro não me ater a tantos academicismos e<br />

enrolações biográficas, etimológicas, sintáticas ou o que<br />

valha, prefiro frisar que sua leitura é mesmo indispensável<br />

– ainda mais se refletirmos o quão vazio e ignóbil se<br />

mostra o panorama da Poesia (e escrita geral, hoje em dia<br />

neste território); e mais indispensável a pretensão a pensar,<br />

de qualquer forma. Sua obra é de suma complexidade e<br />

lirismo, cheia de vida e expressão, forte, mística,<br />

imagética, não pedante, provedora (na medida em que Piva<br />

teimava em citar suas referências e trabalhar com elas; ou<br />

eles!) Contribuiu com sua personalidade e desregramento<br />

às Letras do país (e do mundo também, claro) tanto quanto<br />

um Machado de Assis ou Graciliano Ramos, cada qual em<br />

sua vertente.<br />

Não deve ser tratado como um “Marginal” – esse<br />

enquadramento restritivo daquela época –, em qualquer<br />

das significações desta palavra, Piva deve ser respeitado<br />

(palavra mais lisonjeira) sim como uma mente aberta que<br />

atinou à tarefa de realizar a absolutamente natural Poesia.<br />

Tem uma voz, e, “e dessa vez”, sai sinceramente.<br />

Em sua “Autobiografia Selvagem”, ele próprio se diz<br />

mescla de brasileiros e italianos, e que no livro de sua


família um antepassado cavaleiro combateu nas Cruzadas e<br />

logo após fora pregar em favor do Demônio – ambos<br />

semeadores de discórdia!? Ele próprio, tanto fez de várias<br />

formas insurreições mil contra todas as Ordens. Cogumelos<br />

sagrados, delírios? Pretextos? O que se pode precisar é<br />

uma vida em prol da Poesia, como um Poeta da verdade e<br />

emanação. Diz, é sabido: “Só acredito em poeta<br />

experimental que tenha vida experimental.” “Precisamos<br />

de criações desprovidas de regras & de convenções<br />

paralisantes”, e mais: “Estou sempre às voltas com o<br />

problema da grana?” Isto soa familiar? Ou ridículo?, se<br />

pensarmos em como fora maltratado um gênio do nosso<br />

país. É assim que tratam os artistas? Reflito, mais essa vez,<br />

e sinto pesar. Também sou escritor, passo por coisas<br />

parecidas. Que acontece por aqui? Que há no Brasil com<br />

seus pensadores podados? O tempo se congela em<br />

imbecilidades….<br />

“As primeiras fogueiras foram acesas”, a semente<br />

disseminada. Imperioso ter leitores, mas onde? Quem tem<br />

paciência de ler um livro ainda? Quem tem como<br />

interpretar? Me sinto mal. O Apocalipse chegou,<br />

morremos, é o reflexo da burrice; Saramago estava certo<br />

ao postular suas teorias da Cegueira!<br />

Precisamos do “descabaçamento”, de uma volta às<br />

origens, volta ao Pensamento, e sim, com ajuda da<br />

Tecnologia, e não DEPENDENDO somente dela. “Lábios de<br />

Cereja organizava as sessões de orgasmo coletivo &<br />

crueldades cristalinas.” Realizem o lado carnal do ser<br />

humano e suas falhas; muitas vezes a exposição depravada<br />

não é um elogio, mas uma crítica retratada.


É claro, dirão, Piva não é um bom partido. Seus<br />

“tamanduás flutuantes” são pura loucura induzida por<br />

drogas e sei lá o que mais. O que o impede de ser exposto,<br />

então? Há algo de podre… São pudores inventados,<br />

senhores e senhoras, conceitos, evidentemente. Ou<br />

preferem a doçura dos Romances fáceis e digeríveis, como<br />

as notícias que lhes chegam dos noticiários em matérias<br />

esquematizadas, preenchendo lacunas distorcidas? Melhor<br />

ir dormir, então, vai…<br />

Cito ainda, que: “todo trabalhador é escravo. toda<br />

autoridade/ é cômica. fazer da anarquia um/ método &<br />

modo de vida. estradas./ bocas perfumadas. cervejas<br />

tomadas/ nos acampamentos. sonhar alto.” Piva não é<br />

emulação, é vitalidade, juventude. É o que precisa a<br />

Sociedade, sair, sair, ir por aí. “mas o caminho de volta eu<br />

só conto/ a este urubu em carne viva/ que grasna na<br />

sacada.” Incomoda, pois é, não é nada velado. “Contra as<br />

cegonhas pelos gambás, (…), contra os professores pelos<br />

pajés.” Nossos ancestrais indígenas saberiam entender o<br />

escriba Piva. Ora, que brasileiro fora! Mas a Palavra<br />

permanece, é como o povo lida com ela que nos faz o que<br />

somos.<br />

Poesia visceral e quântica; me arrisco a dizer que<br />

jamais vista neste país. É isso o que tenho a dizer, no mais,<br />

a quem se interessou, que saia à procura de algum<br />

exemplar do autor por aí (indico as edições de suas obras<br />

completas, apresentadas pela editora Globo) e felicite-se<br />

sem tremer diante de você mesmo; a Poesia está aí para te<br />

ajudar! E sem ponto final


Djô no sei!*<br />

(31/01/2012)<br />

Quem nunca ouviu falar em impactos sociais? Ou<br />

choques de culturas? Quem nunca boiou em uma tentativa<br />

de conversa com alguém estrangeiro que fala uma língua<br />

que você não entende porcaria nenhuma? Quantos deles,<br />

dos visitantes de outros países, você vê ou viu? Sabe que a<br />

cada dia eles aumentam de número e gênero, que alguém<br />

investe nisso, que a imagem das bundas das nossas<br />

morenas e nosso Carnaval estão estampados em catálogos<br />

pelo mundo afora e vistos de toda forma e sorte e<br />

desejados via Internet e agências de viagens? Você se<br />

preocupa com algo? Ou ainda não pensou a respeito e<br />

espera que, quando lhe atingir de alguma forma, possa…<br />

digamos, talvez, reclamar com um amigo ou familiar. Ou só<br />

murmura. Mas aí será tarde, parceiro… Pior quem nem se<br />

liga e morre e passa adiante a semente da ignorância.<br />

Serão esses os males da população brasileira: a ignorância<br />

e a picaretagem?<br />

Estão preparados os cidadãos daqui? Tem certeza? O<br />

que é (então) civilidade, povo carioca?? Diga! Que sabem da<br />

invasão turística pela cidade da tua vida? Sabe que nos<br />

veem como se ainda estivéssemos na selva? Percebe?<br />

Temo alertá-los que a criatividade “no jeitinho de<br />

resolver as coisas” nem sempre funciona. É um meio de<br />

nos excluirmos das causas reais, de se afastar sem saber, de<br />

fazer algo nas coxas. Isso não é legal, e um dia será<br />

cobrado, seguramente. Talvez não hoje ou amanhã, mas


sim em dado momento. E o tombo será chato,<br />

desagradável. Como o é muitas vezes, e mais e mais gente<br />

não se liga ou importa. Trivialidades, qual motivo de tantas<br />

delas embaralhando a visão? E como as notícias são<br />

encobertas, esquecidas, sobrepostas por notícias ridículas<br />

e apenas de cunho humorísticos – vide as vacas<br />

decorativas “bonitinhas e enfeitadas com trejeitos<br />

humanizados” na orla ou sei lá mais – alguma outra<br />

sugestão de caso?<br />

E esse lance de poluição de eventos? Sabe aonde vai<br />

parar? Nem eu, apenas lanço a questão e rogo que reflitam<br />

a respeito – não é necessário sempre ser o pentelho da<br />

parada! Ainda que tema ser obra de puro comércio<br />

desmedido. Mas quem regula isso?<br />

E nosso caro Rio de Janeiro, possui condições de se<br />

tornar uma Mônaco?? E por que deveria, já que nossa bela<br />

cidade tem muito mais atributos e potencial que sua<br />

imitativa cidade europeia.<br />

Sim, claro, dirão que é preciso saber receber os<br />

visitantes, ser cordial, ter empatia, cortesia, calma!<br />

Evidente, as interações entre culturas, as análises e somas<br />

são sempre válidas e enriquecedores da alma humana.<br />

Bem, até o ponto em que não possam controlar, é o que<br />

digo. Me parece a imagem da atualidade! E quando um<br />

deles te rouba o espaço? É o tal mau uso dos instrumentos<br />

à mão! Não que a questão seja racismo ou xenofobia, longe<br />

de mim, o que interessa é como as situações são levadas.<br />

Interessa que não chegue aqui justamente um desavisado<br />

preconceituoso oferecendo dinheiro para qualquer um


achando que somos selvagens ou mortos de fome. É preciso<br />

lembrar como as pernas e as veias da tua terra estão<br />

arrombadas??? E solução não é dar risadas, ah não. Deve<br />

existir uma hora para tudo, favor não misturar as bolas.<br />

Como reagiriam a uma bala na cabeça? O que está<br />

para o povo brasileiro como banal às vezes fere a visão do<br />

estrangeiro desacostumado. Há de se pedir coerência,<br />

simpatia, paciência, essas virtudes da delicadeza de<br />

espírito. O mundo é cheio de surpresas. Quem que não se<br />

abateu com “novos” costumes? Não que a violência seja<br />

realmente algo corriqueiro a ponto de viramos a página do<br />

jornal desinteressadamente; até nos espanta e faz meditar.<br />

Mas friso que a forma como encaramos nossos problemas<br />

sociais é louca! Qualquer outro ser em outro canto que<br />

juntasse os pontos saberia que estamos atados, nos<br />

achando imunes, cegos, e pensando que “é melhor que<br />

aconteça com o vizinho.” Como não desejar uma revolução<br />

verdadeira? Uma queda de poder, uma nova instituição,<br />

ordem e paz ao país? Não som ente ao tocante do Estado do<br />

Rio, mas a todo país, que sofre com o mesmo lado ruim da<br />

colonização, coronelismos e <strong>outras</strong> nomenclaturas que<br />

excluem a população de pensar criticamente, de odiar a<br />

visão lamentável em que se encontram! A reação é algo<br />

natural do ser; por qual motivo deixar para lá? E, ainda<br />

mais, por tanto tempo? O país não está crescendo, talvez<br />

economicamente, de fato, nas costas das potências que se<br />

enfraqueceram e necessitam de mais recursos? Onde fica a<br />

mente, a cultura, a inquietude? E, acima de tudo, tem de se<br />

envergonhar realmente ao criticar? O governo não é teu<br />

pai, teu vizinho fofoqueiro, a mulher que quer


impressionar, é, na verdade, uma ferramenta, o devido<br />

instrumento eleito pela população…<br />

Realizem a imagem (hipoteticamente, tá!?): alguém<br />

da Zona Oeste do Rio, enquanto está pela Zona Sul<br />

buscando empregos nos hotéis e restaurantes (que mais<br />

empregam, curiosamente!), é abordado por um turista<br />

qualquer. Travam um diálogo parco. Comentam as<br />

histórias de suas vidas, as diferenças estruturais, as<br />

delícias de cada país. Nisso, o da Zona Oeste conta um caso,<br />

o seguinte, sobre uma denúncia grave feita por muitos<br />

moradores!<br />

Atenção: está havendo uma guerra de<br />

facções criminosas no complexo do Rola, em<br />

Santa Cruz. A PM vem isolando o local para que<br />

os traficantes se matem uns aos outros; mesmo<br />

assim, os tiros estão atingindo muitos! Tem gente<br />

morrendo, não fazem nada!!!! Ninguém pode sair<br />

de casa sem estampar algum medo. A noite toda<br />

ocorrem tiroteios, mais parece guerra civil! Até<br />

explosão ouve-se!!! Eu vi um mar de pinos de<br />

granada, um mar de cápsulas de balas pelo chão.<br />

Ninguém consegue trabalhar… O povo sofre.<br />

Passa na TV mas não muda nada. Só vejo novelas<br />

e programas que me fazem parecer retardado.<br />

Aqui era um lugar pacífico, bonitão por natureza;<br />

mas o poder paralelo tomou tudo!!! A polícia,<br />

governo, BOPE, milícia, ninguém toma<br />

providência. Só Deus para recorrer por nós??


Do pouco que pescou da declaração do cidadão<br />

carioca, seguramente o estrangeiro já suou frio! Já nem<br />

sabe mais o porquê de ter vindo, não imaginava tanta<br />

impunidade, deve ter achado que só teria carnaval o ano<br />

todo. E o gringo se pergunta “por que o povo não fala com<br />

peso?”


O Jornal não diz*<br />

(06/11/2011)<br />

Previsões sobre um destino em que os seres humanos<br />

retrocedem até um ponto ridículo!? O desafio seria<br />

estranhar essas situações e acontecimentos que cada um<br />

carrega pentelhando a própria paz, ou seu modo de vida.<br />

Não será uma catástrofe natural (ou espacial!) doida<br />

que vai dinamitar seu futuro, é como lida com a<br />

“Excelência”, com a árdua tarefa de aprender além de<br />

visualizar. Por favor, acudam estas palavras!<br />

O Jornal não diz que o papel é artigo de luxo, não cede<br />

definitivamente à tecnologia. Mesmo sabendo que a<br />

Internet é democrática, louca sem rédeas, que tomará o<br />

mundo – provavelmente a mais completa mídia! – só que o<br />

jornal não diz também para desconfiar, não se debate,<br />

apenas vai atravessando o Tempo enganando direitinho<br />

debaixo dos panos… Quem é o Burro e quem é Dono? Falem<br />

de sobrevivência, por acaso. E deixamos no ar…<br />

Que a gente desse país tem o ímpeto pelas coisas<br />

difíceis, como a fila bancária (se não lotérica) e seu<br />

burburinho mesmo pouco importando o ganho ou a razão,<br />

bem, isso já é fato. Mas será que não seriam os brasileiros<br />

tão humanos quanto os outros por este planeta afora, digo,<br />

em seus atos? Não há mesmo diferença substancial, tudo<br />

está aqui e lá e misturado e vivo. Talvez até já lutando<br />

pelas causas globais!


A punição mesmo do ser humano está no<br />

arrependimento latente por ter atrapalhado a própria<br />

evolução, não acreditando ser a Arte sua redenção, sua<br />

“nova” (grande e formosa) mídia, evolução, realidade.<br />

Cito algo como outro desafio, o dos artistas suando e<br />

se enraivecendo ao tentar a sorte pela produção<br />

independente, ou a dita altura de seu “sonho” por<br />

imortalidade da mesma forma que foram alguns de “boa<br />

geração” e outros não – mas vamos lá, a vangloria só serve<br />

aos egos, a entrega sim é para o Bem Maior.<br />

Se nos dizem emergentes, retrucamos que faliram!<br />

Que não se tocam que somos da mais pura pluralidade<br />

encrustada, ainda que hibernante… Mas da mais bela e<br />

significativa pintura de alegria. Mesmo que todas essas<br />

imagens e notícias e artigos ofusquem, ainda haverá a<br />

chaminha de libertação e busca por felicidade. Desejamos a<br />

todos a Paz e Felicidade! Está na gente.<br />

Existem caçadores e presas. Onde você se encaixa? Ou<br />

ainda não pensou a respeito?<br />

De todas as parábolas, as que mais afetam este autor<br />

que escreve para vocês são as referentes ao próprio ofício<br />

de dizer coisas aos outros; talvez por isso cause a confusão!<br />

A mesma sensação de desligamento, de coração<br />

partido ao entregar nas mãos do público todos esses<br />

parágrafos ao longo dos anos se finita na neutralidade da<br />

palavra. Não precisa resposta, para nada. Apenas está,<br />

como dizem, talvez dentro do texto em si.


As interpretações, as voltas com recentes anseios,<br />

tudo isso faz parte do mesmo engenho que nunca se<br />

termina; dizer nunca para!<br />

Agora olhando para vocês próprios, pensando em seu<br />

benefício acerca disso tudo… lamento informar que ainda<br />

assim erramos. Esquecemos talvez a cada dia nossas raízes<br />

e origens, procurando uma outra(?) lógica (além), sem<br />

tanto refletir, ainda rompendo em um fim vindo do<br />

desfrute próprio. Tudo bem, temos tempo para consertar.<br />

Isso soa incongruente vindo de outro ser, mas tomem por<br />

dica, novamente!<br />

A loucura e o carnaval da vida se apagam na mazela<br />

da oportunidade, só estou repetindo o óbvio!! Não se cura a<br />

mente na farmácia. Acreditem que sua singularidade ainda<br />

está de pé e lidando com ela! E que a mídia desatenta e<br />

negativista tropece nela mesma.


PRESENTE (UM POSSÍVEL MANIFESTO POPULAR)*<br />

– Panfleto ou não… –<br />

Carta ao Presidente da República do Brasil, enviada por<br />

“Gilmar”, homem do povo.<br />

Data desconhecida (e pouco importa!) Obrigado!<br />

Aqui no tempo, a partir da constatação de que anda<br />

tudo errado, começo a botar lenha na fogueira. Minha<br />

(real) identidade é irrelevante, por isso inventei meu<br />

nome; rogo a você aí lendo que se desfaça de tantos<br />

preconcebimentos e tradições tolas e atine à razão e calor<br />

humano, antes de começar realmente a ler. Afinal de<br />

contas, somos todos humanos jogados nesse mundo sem<br />

obviedade! (E há quem diga que estamos então no mesmo<br />

barco, né)<br />

A todos presentes das situações várias, fala quem<br />

pede a atenção a esta causa; e falo por todo o mundo. Por<br />

favor, sinto carência de explicações… Por que devemos nós<br />

trabalharmos SEMPRE, por que tanto a contragosto?<br />

Gostaria da resposta real, mas me contento já com alguns<br />

favores.<br />

Mesmo sendo o “Panfleto” (na ‘presente’ forma) um<br />

monte de tentativas, é possível constatar as tais certezas<br />

absolutas, apenas vamos laborando, e como não estamos<br />

progredindo na meditação!? Gostaria de uma conclusão


definitiva à abordagem do tema, por isso chamei de<br />

“carta”, que é mais emotiva e perto da gente. Para vocês eu<br />

asseguro: representa a identidade de muitos, dá mostras<br />

do que se fazer, do que podem, nossos gestores, os<br />

autodenominados e empossados do nosso mundo, que<br />

antes da gente vieram e demarcaram para todo lado – você<br />

acha que em sua livre escolha e arbítrio tem autonomia<br />

para uma coisa dessas?<br />

Aproveito também para pedir desculpas pelo tom por<br />

vezes grosseiro ou inculto. Tenha em mente que sou fruto<br />

do sistema desse país! (Estamos seguindo o viés de um país<br />

como o Brasil mas a tese é pelo planeta Terra igualmente.)<br />

Sempre me fizeram questionamentos sobre como<br />

seria o homem livre efetivamente em qualquer sociedade,<br />

ainda que somente muito depois tivesse como compor uma<br />

boa análise sobre o tema. Acho que não é preciso justificar<br />

a própria presença… Digo livre no sentido de poder tentar<br />

o que lhe for melhor, que lhe cabe tanto ao prazer quanto<br />

na vida em comunidade.<br />

Ei, em que porcaria de ponto você explode? Os vivos<br />

que respondam!! Qual o limite que pode suportar? Qual o<br />

fio tênue entre a esperança e o surto? Tenho questões<br />

intoleráveis, quem as quer saber? Me sinto vivo e vibrante,<br />

arrisco tudo o que tenho. Lhe agradeço muitíssimo a<br />

atenção! (E também a todos que tenham interesse no tema;<br />

aos que por ventura queiram discordar, a conversa é<br />

aberta.)


Digo o que digo, não pela revolta em si, mas porque<br />

existe uma chance de tudo mudar. NÃO DEIXE<br />

ACONTECER! Que seja respeitada a individualidade e o<br />

direito ao lazer. Até o que ecoa das nossas tentativas, que<br />

deveríamos transformar em memória! Recordações de vida<br />

e sensações – que funcione sim, a seu devido momento, e<br />

sem sacrifícios a quaisquer das partes – até que se finde<br />

nosso ciclo de evolução e possamos voltar ao imemorial.<br />

Quanto te falta ainda por viver? Não se sabe, claro.<br />

Ninguém sabe, nem o teu patrão; para as questões<br />

superiores somos iguais. Quanto menos ele (o patrão, não<br />

Deus!) te remunera (hipoteticamente) mais tempo você<br />

fica para ele – ao custo da tua atenção o patrão recebeu<br />

apenas muita ansiedade e dispersão. O que acontece aos<br />

multitarefas? Falham, embananam as ideias? Ou chegam<br />

além?! E quem anula? Tem ou não o benefício? Talvez,<br />

depende. Pesa e pesa… o contínuo trabalho é fatídico,<br />

ofegante, dá pressão alta! Falta compasso a essa música.<br />

Daí você envelhece – agora mesmo está seu tempo<br />

correndo! –, é substituído e o que te acontece? Aguenta teu<br />

corpo cansado e gasto. Quem tem férias? Por que é ainda<br />

assim?? Quanto nos sobrará para filosofar e pensar por<br />

exemplo sobre a origem e fim de tudo? Acho que não nos<br />

querem analisando. De sorte que iríamos concluir demais.<br />

O que é estranho mesmo é eu fazer essas perguntas e<br />

nunca as respostas aparecerem… que legal seria um<br />

retorno, uma troca de ideias. De nenhum canto ouve-se um<br />

pio de esclarecimento. E raro também citar tantas<br />

situações e soluções antigas, modelos, dicas, reflexões que<br />

não se completaram pois foram esquecidas ou suplantadas!


Me arrisco a dizer que um dos grandes desafios do ser<br />

humano seria levar adiante as iniciativas boas dos seus<br />

semelhantes – serve de dica aos que começam do zero. E<br />

pensando as situações, comparando com as de nosso<br />

presente país, temo revelar que tenhamos tantas<br />

pendências em comum desacordo. Olhem para seus<br />

vizinhos e pensem em quantos deles se sensibilizam com<br />

besterias e fecham os olhos ou viram o rosto diante de<br />

problemas sérios. A rir de comediantes imitando os<br />

políticos responsáveis pela sua miséria – “Parca sociedade<br />

vil capitalista”, é o refrão desse processo! Não aprendeu<br />

com o passado, ênn? Onde está a poesia dos teus atos?<br />

Apodrece e se vê pela TV. Não é burrice, é falta de<br />

informação. Seria isso uma prática ou vício imposto?<br />

Ainda? Por que, gente?? Mestres, diplomados, digam!<br />

Como isso fica velado? Precisava? Precisava?<br />

Deve-se anotar tais questões, e reclamar por elas. Vai,<br />

vai mesmo e responde.<br />

As forças vão esvaindo-se, tua concentração tipo<br />

ponteiro desnorteado. Aproxima-se o relógio das<br />

obrigações surdas, secas, idiotas, inúteis. Alguém não te<br />

deixa subir na vida, não é? Mas é o que querem. A<br />

Educação como um jogo de piadas e palhaços falsos – o riso<br />

sai quando a corda parte e, trabalhando, você cai. Nem se<br />

vê prostrado no solo. Pois contigo caindo há quem suba.<br />

Olha, sei que falam de uma educação exortativa de<br />

qualidades, as afinidades como metas… Pensa em você, tua<br />

família, amigos, geral; pensa nas tuas horas, nos últimos<br />

dias que terá – onde(!?) é que vai ficar de pé no mundo<br />

futuro. Nem precisa ser muito longínquo na citação, nem


furtivo no que concluir. Amanhã ou depois já terá sido<br />

sugado e engolido, é simples: ou você faz ou deixa. Quanto<br />

ganha por isso? Vale a pena? Vai deixar? Não sou<br />

cúmplice. O presente dói.<br />

Parece que há uma inflação do “Sistema” – quantos<br />

zeros agem hoje em dia?? Talvez eu seja um desses ‘zeros’,<br />

somado a tantos mais. Diga seus nomes, então, vamos...<br />

diga, irmão; diga, irmã; precisamos das tuas vozes.<br />

Como pode ser essa Democracia se ninguém crê? É fé<br />

então ou o quê, preciso que me digam a resposta, pois<br />

sozinho não a consigo – talvez se pensarmos juntos,<br />

tenhamos essa tal resposta, né!?<br />

Tanta busca de poder privado que vem de tão longe –<br />

me passem as datas (históricas), por gentileza! E sem<br />

retoques, maquiagens, ideologias confusas, tá…<br />

Há quem diga que o “Perdedor desculpa-se zombando<br />

do adversário” – o Perdedor é o povo? E falam que<br />

comprovada a fragilidade humana, pouco restaria a não<br />

ser bajular… sossegar o ego! Dito isso, esbarro na frase<br />

clássica de Platão: “Como pode uma sociedade ser salva, ou<br />

ser forte, se não tiver à frente seus homens mais sábios”.<br />

Deixo que pensem na conotação afirmativa ou negativa<br />

dela.<br />

Quem é interessante o bastante para merecer crédito?<br />

Falta tempo para produzir, por exemplo, Arte? Proponho,<br />

aliás, a discussão do tema: “Nossa Arte se mostra pouco<br />

relevante?”


Vamos pensar juntos, que tal!? Incitar ações para<br />

recuperar em todos homens e mulheres o tal “pleno<br />

desenvolvimento intelectual, físico e técnico.”<br />

Imaginando ainda maior nosso papel, em como<br />

humanizar-se e enriquecer assim a própria Natureza e o<br />

meio em que vivemos – no caso, vamos começar devagar,<br />

com nosso território, o Brasil! Pois daqui saímos, apesar de<br />

todas as traquinagens. E, sim… bem, até poderíamos<br />

estender o que aprendemos a <strong>outras</strong> regiões, países,<br />

sempre com o intuito da plenitude. Qualquer coisa, é<br />

facinho se conectar à rede e divulgar o que aprendeu. Se<br />

pudéssemos melhorar esse mundo, poxa, veja o exemplo<br />

da Arte e como reconfigurou as pessoas – mesmo que no<br />

Brasil seja complicado. Que seja uma consequência (o<br />

trabalho), boa para a existência e sua validação neste<br />

mundo.<br />

Lembrando: artista no Brasil sofre demais da conta, é<br />

muito marginalizado – elá existe arte sem artista?<br />

Importar dos outros não nos ajuda. E onde é que fica a<br />

distração que a cultura oferece? Parece que não vale a<br />

pena! <strong>Entre</strong>ga sua incontestável criatividade ao “horário<br />

comercial”, não resiste, chama todos de escrotos!! Chora e<br />

vai-se. Vai não, vai não!!! Há tanto desperdício de talentos<br />

(em diversas áreas!) Da mesma forma sendo franco ou<br />

claro, quem se propõe a dizer algo nesse país é tomado por<br />

criminoso ou até mesmo insultado – que impertinência<br />

que nada! O cenário é confuso.<br />

Presidente (Governantes, todos juntos em coro<br />

armado), por qual motivo temos pensado pouco, falado um


monte de atrocidades vãs, ou mesmo ficamos<br />

individualistas ainda sabendo que não vai dar em nada! E<br />

falando em nível de espécie, devo lembrar que só estamos<br />

aqui discutindo esse tipo de questão foi porque formamos<br />

grupos coesos e progredimos. Será que estes mesmos<br />

motivos já não bastam para refletirmos em prol da<br />

melhoria de tudo e todos? Afinal de contas, os benefícios<br />

serão para ricos e pobres! Acham que estamos<br />

estacionados na evolução? Ninguém aqui é carro, e o<br />

manobrista também precisa de férias.<br />

São mesmo palavras ásperas, porém necessárias; tem<br />

certo teor humano, portanto, condizente a todos. Todos.<br />

Que rumo tomamos os vivos?<br />

Diz Marx: “A depreciação do mundo dos homens<br />

aumenta na razão direta da ‘colocação em valor’ do mundo<br />

das coisas. O trabalho não produz mais do que<br />

mercadorias; produz a si mesmo e produz o trabalhador<br />

enquanto mercadoria.” Por acaso não chamam por<br />

“Sociedade” uma comunidade conforme os fins? Se não<br />

admite contradição, o que fazer? Tal como aquela máxima<br />

de que o temor de que tenhamos criado forças<br />

incontroláveis capazes de destruir nossa sociedade, ou a da<br />

própria noção de controle! Que pena… “Teu domingo<br />

tornará a comida sem gosto, e a água único descanso.”<br />

Acontece também do “presente” virar fardo, outro dia<br />

ou cansaço. Quer saber o motivo de não sair fala de quem é<br />

meio bobo? Juntando os fatos… talvez seja algo de pouca<br />

iniciativa, medo de crítica. Ou só bronquice! Tanto faz.<br />

Muda a boca, não sai nada. Só sente, percebe ou aceita.


Quem quer escutar? Quem pode ou merece? De tão<br />

profundo, murcha. Afinal, o tombo só existe quando<br />

alguém diz que foi. Tenho certeza de que o povo daqui é do<br />

mais forte dentre os que existem!<br />

É necessário algo mais racional. Quem são os modelos<br />

de administração? O quê? Como é?<br />

Que tal um Órgão fiscalizador de órgãos?! Do tipo<br />

sujeito a reajustes e revisões constantes – mas tem que<br />

participar mesmo, todos, não só ouvindo as notícias –<br />

precisamos uma efetiva. Uma efetiva e forte “Ordem e<br />

Progresso” – Ordem? Ainda não parece! Nem tem<br />

transparência, clareza produtiva. Olha, que chata a<br />

corrupção em todos os sentidos, como há perda fora da<br />

honestidade...<br />

Desordenado, ofereci a verdade… Falhei, já que isso é<br />

pedantismo! Estou inferior em tudo. Vocês, que leem, e<br />

para todo mundo que isso chegar… Com certeza alguém já<br />

sentiu algum dos sintomas da “pobreza” (seja ela de qual<br />

ramo). Admita, você também não gosta disso!<br />

Você que ficou ou sempre foi, digamos, pobre, que<br />

sabe que tantos e tantos bens nem são tão necessários<br />

assim, você que só aprendeu a conviver com o pouco que<br />

tem, mas valoriza a vida. Não pense que sua recompensa é<br />

impossível e desnecessária. Digo para não acostumar-se.<br />

Todo sistema que se esgota, pois se esgota, é errado. O<br />

equilíbrio nunca é falho. Se existe a palavra “Harmonia”,<br />

tem um porquê!


E mais: temos ainda circulando entre nós a frase do<br />

Sr. Erasmo de Roterdã: “Ninguém pode escolher os<br />

próprios pais ou a pátria, mas cada um pode moldar sua<br />

personalidade pela educação.”<br />

A vida, dizem, tem diversas formas de ver a mesma<br />

“coisa”, apresentando-se por milhares de formas e fatos.<br />

Ela mesma disse (Risos), e aproveitou para frisar.<br />

Recordo o caso do “vendedor sem rosto” (ou seis dias<br />

de trabalho.) Contaram certa vez em uma empresa em que<br />

estive, e gravei. Era assim:<br />

“ Às vezes fico sem rosto.<br />

Uso mecanicamente minhas funções. Mas, nesta vez, fiquei<br />

foi por um sonhado dinheiro de fim de ano: para me deixar, para<br />

alugar do meu trabalho!<br />

Passeei como um fantasma pelos corredores vazios do<br />

shopping do lado oeste, onde consegui colocação.<br />

Estacionamentos subterrâneos, depósitos, almoxarifado… tudo<br />

por seis dias maquinais. E as pessoas continuavam<br />

freneticamente comprando nas lojas! Compravam de tudo um<br />

pouco: indiferença, modelos estáticos, supérfluos, ilusões,<br />

euforia, paraísos, sonhos e luxúria. E eu demorei eternos seis dias<br />

trabalhando naquele ambiente. Oferecia adesões de cartões de<br />

crédito, e usava uma máquina fotocopiadora.


Seguia em condução pública. Via aquelas pessoas sujas,<br />

feias, maltrapilhas e com aspecto de derrotismo e como isso<br />

deprime ainda, como essa rotina imposta estraga as pessoas. Nós<br />

somos o pós, as máquinas humanas, todos em fila indiana para<br />

sobreviver e lidar com os nossos estereótipos capitalistas. Essa é<br />

uma verdade dura: eu sou, eu vivo pelo meu trabalho. Sem o que<br />

produzo, morro. É uma imposição do senhor ‘Dinheiro’. Ah, sim,<br />

sim, para vocês eu me abalo muito nesta selva de trocas. E a<br />

galera ainda pensa no disparate da geladeira do anúncio como se<br />

fossem mulas atrás das sombras!!!<br />

Novamente no shopping (que tinha mais cara de Centro<br />

Comercial), eles, elas, passam e não me olham nos olhos. Pessoas<br />

e suas pressas. É o consumo, o status. É animal, é humano. Como<br />

pode? Vira é stress.<br />

Suas intenções mostradas interessadas eram maiores do<br />

que a necessidade real da coisa, poxa!<br />

Durante seis dias tive dores nas pernas por ficar tanto<br />

tempo em pé, e tanto tempo sem ter rosto. Aí a dor vinha de um<br />

marasmo... Quem nunca ficou sem rosto? Quantos mais<br />

coexistem tristes nesse cenário?<br />

Quando termina a atividade, o TRABALHO saúda o ÓCIO –<br />

bêbado de café, pedindo para terminar logo com essa agonia tola<br />

(substituiu para desejada)<br />

A volta do trabalho é sempre chata – quando não monótona<br />

–. Temos um empurrão aqui, outro ali; e na superlotação, tosses e<br />

conversa fiada; o ônibus é o palco e o encontro. Será que ali<br />

juntinhos no calor lado a lado é que desejamos a aproximação?


É a vida adulta. Mau humor irritadiço: é a vida adulta. Todos<br />

sabem, e eu também chego a essa conclusão.<br />

‘Mais um dia está vindo…<br />

meu trabalho é esperar’ ”<br />

Não tem como apenas participar (desse jogo.) Parece<br />

que a imposição está aí, doa a quem doer. E existem pois<br />

<strong>outras</strong> alternativas? Não vamos só reclamar, isso cansa.<br />

Mas por enquanto vamos continuar com o relato.<br />

Há quem diga também que a graça de fugir é pelo<br />

simples motivo de se encher de vontade para voltar.<br />

Acreditam também que depois de cansar os dedos, as<br />

costas, as pernas, poucos fariam por puro prazer. É a<br />

obrigação carimbada e muda para o resto. Onde está o<br />

chefe? Descansando em casa! Contando algumas cédulas,<br />

ora. Quem acha o contrário? Que atire a primeira pedra e<br />

me acerte a fuça!!!<br />

Brasileiros, tornados seres inteiramente passivos!<br />

Seriamos apenas uma (semi-)potência cega ou algo mais<br />

relevante ao passarmos pela História? Ah (favor evitar)<br />

promessas de governo sempre aproximativas com relação<br />

a uma meta longínqua… Essa jogada política de alienar o<br />

empregado do processo total já está batida. Melhor mudar<br />

de assunto, tem uma cambada bem irritada com isso…<br />

Uma cultura muito nova sempre em condições de<br />

fortalecer-se com mais contribuições no estilo que lhe é<br />

próprio não se permitiria.


Pensar é bom, legal! Só quem pensa também expõe. E<br />

ter intelectuais por perto não fere ninguém – não como um<br />

sistema completo e absoluto, mas como conjunto de<br />

proposições. O presente resistindo a fim de estar no depois<br />

– afinal, o que temos é isso mesmo! Para amanhã tudo pode<br />

acontecer, e ontem já foi.<br />

Até aproveito para indicar umas reflexões (grifos<br />

meus!) a serem desenvolvidas, se me permitem a<br />

liberdade. Cada novo comando nova mentalidade em um<br />

bem social; sem essa coisa de efeitos de médio e longo<br />

prazo; o que é válido deve ser agora!<br />

Dentro de um apanhado geral da situação trabalhista,<br />

faz-se imperioso discutir um salário-mínimo decente aos<br />

que se atiram à labuta; e também produtos e serviços em<br />

um padrão acessível; fim das jornadas excessivas – por<br />

uma participação partilhada de acordo com as<br />

necessidades dos servidores – quantas horas empresta,<br />

tantas lhe voltariam em lazer (exemplo); possibilidade<br />

igualmente de escolha entre mais de um tipo de emprego,<br />

ganhando quanto real precise, pois esta jornada é mais<br />

leve – o funcionário pode ter mais de uma atuação.<br />

(Exemplo: 3 horas batente normal, 3 horas estágio); pouca<br />

enrolação no dia a dia e nas burocracias, objetividade (e,<br />

sabe mais, presença obrigatória só pioras as coisas.);<br />

serviços otimizados; cada coisa a seu tempo e caminhando<br />

em procissão – e que ouçam o que as pessoas falam!;<br />

extinção de segregações e racismos; primazia pela<br />

felicidade geral!


E o que é “perfil pra empresa”? Eu não sou isso de<br />

perfil, sou gente boa. Sempre que alguém é admitido, logo<br />

no primeiro dia já perguntam de onde é, a ficha toda. Tem<br />

os que moram longe, perto, no meio, e vivem dilemas por<br />

isso. De toda forma, continuam incapazes de aceitar a<br />

opinião do outro!! Os que já sabem sua colocação de<br />

oprimidos, preparam-se.<br />

Este tipo de empregado não quer ganhar o troféu do<br />

mês. Este só pensa em perder suas horas e voltar para SUA<br />

casa. Quer paz. Precisa já de tanto. Seria só isso, porém,<br />

mesmo assim, é confundido.<br />

E ainda não vendo diferença entre conhecer e realizar<br />

a liberdade, tem que enfrentar se deseja continuar até a<br />

sua realização. De rescisão contratual a rescisão<br />

contratual, seguem em fila com seus formulários de<br />

preencher… Acho que sou um deles!<br />

Bem… eu ouço os sentidos, e ela ali ao lado, pobre<br />

mulher. Eu te vi, sim. Sei que existe. Somos irmãos de dor.<br />

O mesmo barco, pois. Põe-se fraca, esta senhora prefere a<br />

cama, já que lhe esvaiu o gás. Qual seu nome, tua história?<br />

Apenas relembra quando ria e não se preocupava com o<br />

aluguel dos sonhos. Afunda-se em escapismos a fim de<br />

atenuar o sufoco. Cai a pele pelo cigarro, dói a barriga pela<br />

bebida. Tem serviço na segunda. Ninguém se dá ao trabalho<br />

de esperar até ela se ajeitar. Precisa continuar. Poucos<br />

estendem a mão. É o cúmulo! Quem escolheu por isso? Por<br />

que o peão não pode decidir se joga ou não e a que hora? O<br />

ser não tem direito a existir tranquilamente? Onde está a<br />

empatia fora das utopias partidárias? A qualquer indivíduo


deve ser ofertado uma casa e o mínimo. Se quer ou não<br />

participar desta “Sociedade”, cabe a si eleger. Temo<br />

discordar de Michel Foucault, quando diz que “As luzes<br />

que descobriram as liberdades inventaram também as<br />

disciplinas”; bela desculpa para autoritarismo!<br />

Enquanto isso, trampo para conter as contas, sabe<br />

como é! Nota-se que ainda não escapei… volteando nessa<br />

de produzir o que não tenho, o que não há. Achava que as<br />

tecnologias viriam para diminuição da jornada de<br />

trabalho… mas os robôs estão no Cinema!<br />

Para cada um que fez greve de fome e aceitou seus<br />

ideais e morreu por isso; para cada um que mostrou a<br />

verdade é pedida a notícia de final feliz, de descanso e<br />

mútuo consenso. Com quantas mortes será preciso<br />

acordar? Pessoas querem sabedoria. O país brasileiro<br />

desconfia dele mesmo; o mundo quer urgentemente e no<br />

íntimo a volta de uma Pangeia.<br />

Peço a quem quer ouvir: não revelem suas<br />

identidades, escolham o Sol ao invés do concreto fechado.<br />

Minem a comunidade com novas e criativas soluções,<br />

refaçam das bases; talvez outros conceitos sejam aceitos de<br />

uma melhor forma!<br />

Recordem dos ditos cidadãos anônimos… sem palavras<br />

estou. Pergunto se não seriam gente de carne e osso.<br />

O que tenho para dizer no final que apresento é que<br />

se a Educação foi mesmo deixada de lado a ponto do povo


sofrer, é de se concluir que chegamos ao caos. O grande<br />

caos da gente! Este é o “presente” que lhe deixo.<br />

Pensa. *** Favor repassar para os dirigentes do resto<br />

do mundo, pode ser até nas redes sociais


Textos Relativos<br />

Para a página Vozeirao.org (2012)<br />

Esta foi uma iniciativa virtual pensada em caráter<br />

anônimo para divulgação de textos de cunho social –<br />

apenas! – abafada por descasos e falta de colaboração<br />

À época adotei os pseudônimos João Sem Braço e Cí


Introdução<br />

Bem-vindos ao Vozeirão (Mar.16.2012)<br />

IMAGEM: RÉPLICA DE “O GRITO”, EDVARD MUNCH<br />

O que acontece com esse país? O que não é dito? Do<br />

que precisamos?<br />

Há muito vivemos imersos no estigma de país de<br />

corrupção, porém, a questão vai mais além, passa pela<br />

hipocrisia. Não é somente uma questão de sermos uma<br />

sociedade recente, tem algo mais aí, velado.<br />

Algo acontece, ou fazem com que passe. Digo: você<br />

não deve abaixar a cabeça, aceitar a submissão; há quem<br />

cresça nas nossas falhas, e mantém o esquema!<br />

Quem tem voz, expressa as ideias, permeia o campo<br />

da evolução; e somente uma população unida e pensante<br />

chega a um futuro glorioso.<br />

Nascemos em um país que tem tudo para ser um<br />

“Paraíso” na Terra. AINDA NÃO É… mesmo assim, mas<br />

comecemos a expor, alterar o marasmo que nos atinge<br />

como doença. É possível! Está no nosso interior, latente, é<br />

uma intuição e senso de que basta ser liberada a energia<br />

que vamos conseguir de tudo, e ainda ajudar o próximo –<br />

não é um favor, é direito.<br />

O que sacaneia com esse país? Por quais motivos? (e<br />

nesse mundo todo lá fora? Será que não estão<br />

correlacionadas as coisas?)<br />

Sejam então bem-vindos & saudações sem medo, do<br />

amigo João Sem Braço.


Recordem se algo foi resolvido.... (Mar.19.2012)<br />

ILUSTRAÇÃO: CARICATURA DE SENHORITA POLICIAL<br />

A “atitude isolada” de um grupo de policiais que espanca<br />

pessoas desarmadas e com as mãos para o alto em sinal de<br />

paz é ou não, mesmo assim, bizarra e autoritária? Ainda<br />

nos dias de hoje, após termos aprendido tanto,<br />

teoricamente, com os erros do passado… Vide as guerras,<br />

as perseguições. Esses policiais que ferem sabem algo da<br />

História? É, pois é… Mesmo não representando “a<br />

Corporação”, envergonha a Raça Humana, e a atitude de<br />

policiais assim deve ser punida, não arquivada ou<br />

esquecida depois de passar durante poucos minutos no<br />

noticiário…………. (João Sem Braço)


De mão beijada (Mar.20.2012)<br />

IMAGEM DE UM VAGÃO DO METRÔ CARIOCA<br />

Ao que tudo indica, quem ganhou a licitação para<br />

“gerir” as linhas do Metrô Carioca está guardando o trunfo<br />

dos novos modelos e da melhoria nos intervalos para a<br />

gringaiada se divertir….. Desde quando isso acontece? Me<br />

parece que desde que os portugueses inventaram que este<br />

era o país deles, lotaram (lotearam?) o território com seus<br />

espólios e começaram a dar risadas das pessoas se danando<br />

aqui. Percebam: mudaram somente os peões, o jogo é o<br />

mesmo! Se vivemos no Brasil, se nascemos aqui, por que<br />

entregar nossos melhores frutos aos estrangeirismos,<br />

enquanto comemos sobras? Como assim, não é justo… e<br />

vocês sabem disso, porque passam por essas coisas todos os<br />

dias. Debaixo dos olhos… pensa só (João Sem Braço)


Sem título aparente (Mar.24.2012)<br />

Este apelo é para os excluídos, carentes, aos<br />

alienados, é para quem está “fora do negócio”… para os<br />

novos seres deste novo milênio, ao povo Latino-Americano<br />

(“verdes”, e, portanto, puros, abertos ao Pensamento),<br />

para quem quer se salvar… para os que têm diferentes<br />

opiniões, quem pensa na quebra de Instituições, nas mídias<br />

limpas, nos direitos e deveres, e no que se refere a ter<br />

responsabilidades.<br />

Sem medo do que seja Política – é necessária, normal,<br />

saudável ao bem público, e não um bicho-papão que seja<br />

preferível ver de longe… É preciso gritar, expor os<br />

problemas, e não tapar o Sol com nenhuma peneira – a<br />

evolução pode lidar com isso! Acreditem, a organização<br />

política pode ser igual a uma “consequência para cidadania<br />

plena.”<br />

A Democracia não é exatamente falha, como querem<br />

que pensem as elites de privilegiados com sua<br />

“manutenção de padrões arcaicos.”<br />

Se há expressão, dúvida, a comunicação realmente do<br />

povo – feita direta e através dele – do povo, há o troco<br />

filosófico. Sim, é fazer com que os gestores equivocados se<br />

deem conta dos próprios erros, que seus deslizes virem<br />

motivo de chacota e que tombem.<br />

Pensamento livre pelas ruas!!!!!!!!!!!!! COBREM!!!


Limpeza (Mar.27.2012)<br />

FOTO SOBRE GARIS DANÇANDO EM PLENA SAPUCAÍ<br />

Quem não gostaria de viver em uma cidade limpa,<br />

bem cuidada, em que a população e seus governantes<br />

falassem a mesma língua e quisessem o melhor para o bem<br />

geral? Não seria legal também fazer inveja (da boa, claro!)<br />

em quem ainda não chegou a esse nível? Algo como uma<br />

disputa sadia… ainda mais se pegarmos o gancho da<br />

superexposição da cidade nos últimos tempos.<br />

São pequenos atos os que no final se transformam em<br />

realidades.<br />

Tomando isso como exemplo, chamo atenção para a<br />

questão das lixeiras no Rio de Janeiro.<br />

A distribuição de lixeiras é regular, e suficiente, na<br />

sua opinião? Você acha que as pessoas são educadas e<br />

cumprem seu dever cívico de utilizá-las? E em relação à<br />

política de conscientização da população, é válida? Ou<br />

ainda carece? No geral, o que costuma ver no dia a dia?


O tráfego (Mar.29.2012)<br />

FOTOGRAFIA DE CARROS PARADOS NA AVENIDA BRASIL!!!<br />

A palavra já vem defasada e cheia de cargas. Será que<br />

a cidade está preparada? São <strong>Paulo</strong> já demonstrou que não,<br />

certo, mas é provável que nenhuma região do mundo<br />

esteja isenta de problemas relativos a engarrafamentos,<br />

então por qual motivo somente aumenta o egoísmo e a<br />

aquisição de automóveis por parte da gente? É um<br />

paradoxo: se engarrafa e a culpa é do aumento de veículos,<br />

e a maioria das pessoas ainda assim prefere estar a sós em<br />

um carro a se deslocar juntinho dos irmãos e irmãs<br />

humanos nos ônibus, trens, metrôs, vans, o que valha, por<br />

que continuamos errando?<br />

Simplesmente vai desabar!! Uma hora a casa cai… com<br />

certeza alguém já se ferrou com engarrafamentos,<br />

entretanto, só aumentam de gênero, número e grau –<br />

vamos entrar numa de dar um puxão de orelha nos<br />

motorizados solitários.<br />

Olha só, os carros poluem. Viram como as florestas<br />

sofrem, nosso ar se carrega de sujeira – e quanto menos<br />

tivermos árvores por perto, mais carregado fica! Será que<br />

precisamos recorrer a um “rodízio”? Não é o cúmulo da<br />

incapacidade de resolver o problema? Estamos<br />

dessocializados, isso sim!!!! O que é, alguém aí tem medo<br />

ou nojo da companhia da gente? Não se dá “ao luxo” de<br />

estar junto do povão??? Não foi assim que a História nos<br />

ensinou… Lembra o que já disse: “Se eu sou a mãe da terra,<br />

estou chorando.” (Cí)


Igual sem título (Mar.30.2012)<br />

Venho por meio desta alertar aos caros viajantes e<br />

também aos cidadãos pouco informados que alguma coisa<br />

está rolando, atinge aos visitantes desta bela terra<br />

chamada Rio de Janeiro.<br />

E qual é a falcatrua da vez? Sim, é o abuso de poder,<br />

abuso este ao aumentarem as diárias hoteleiras para os<br />

eventos que acontecem na cidade. Coisa de praxe? Seria<br />

oportunismo?? Dizem por aí que não tem mais vagas,<br />

somente para poder vender mais caro na última hora,<br />

quando o desespero rola – no susto age de qualquer forma;<br />

a pessoa que deixa tudo pra última hora pouco pensa!<br />

Convenhamos…<br />

INFELIZMENTE, TAMBÉM PODEMOS TROCAR A FRASE<br />

PARA: “ESTÃO PASSANDO A PERNA EM QUEM VEM<br />

INVESTIR, CONHECER O RIO.” CONCLUSÃO: UMA IMAGEM<br />

ESTRAGADA. SABIA QUE UMA NOTÍCIA RUIM SE ESPALHA<br />

FACILMENTE?<br />

Perde também quem vive em função do Turismo – é<br />

sabido que um número cada vez maior de cidadãos<br />

DEPENDE DISSO!… Perde todo mundo nesse jogo…<br />

inclusive qualquer boa imagem (João Sem Braço)


Violência gratuita (Abr.3.2012)<br />

GRAVURA DE CRUZES<br />

Muitos reclamam da qualidade de vida, dizem que “a<br />

vida é dura”, e partem para <strong>outras</strong> alternativas que sejam<br />

mais rápidas e/ou práticas.<br />

Se existir uma gama de condições para existir a<br />

criminalidade, uma delas é a falta de educação, munida de<br />

desemprego e desesperança na sociedade – ou no Amor,<br />

não é mesmo?<br />

QUEM É CULPADO DE QUÊ? QUEM É CULPADO SE NÃO<br />

É POSSÍVEL PRECISAR O REFERENTE?<br />

Ao que tudo indica, um dos problemas foi<br />

solucionado; pensaram em uma forma de criar as próximas<br />

gerações por meio de uma instrução direcionada e<br />

cuidadosa, pena ainda ficar tanto em tese. Além disso, não<br />

vamos deixar a educação das nossas crianças aos cuidados<br />

somente das escolas; de casa deve partir o exemplo!<br />

Dizer que tudo é muito difícil, que não sei quê é<br />

simples, absurdo. Mas tem gente que acha que funciona…<br />

A violência gratuita está solta com vários pretextos; não<br />

vamos extravasar nossas energias assim. Poxa, ainda estou<br />

repetindo que “se eu sou a mãe da terra, estou chorando.”<br />

(Cí)


Investigação da jogatina (Abr.12.2012)<br />

COM CHARGE DO NANI<br />

Como se começa uma investigação? Seria após certo<br />

desconforto, aquela pulga atrás da orelha?? Seguramente<br />

você também já prestou atenção em alguma coisa que lhe<br />

foge do comum e interessa – talvez até complemente<br />

alguma questão não resolvida.<br />

Pode-se perguntar, primeiramente, talvez… a um<br />

conhecido, uma amiga, quem quer que possa ter uma<br />

parecer do que… de como o tema lhe atormenta…<br />

Discute-se o processo pelo qual uma pessoa fica<br />

alienada; e sem referências acredita em qualquer<br />

bobagem! Convém analisar os fatos por detalhes, ou<br />

tópicos.<br />

Partindo disso, tomo como exemplo bruto um tema<br />

sugerido por certo senhor de idade:<br />

Falou sobre o tal “Jogo do Bicho” – modalidade sem<br />

tributação, portanto ilegal e mal vista, teoricamente, pois é<br />

o que querem que pensem. Mas, e quanto à Caixa<br />

Econômica Federal, a popular Loteria, Fezinha… não seria<br />

da mesma espécie? Como julgar uma questão ‘prima’?<br />

Quais cifras são maiores? Acredita naqueles valores?<br />

Pergunto aos ventos: como se dá a apuração?<br />

Eletrônica. Ah beleza… Ou quer dizer, que são “programas<br />

facilmente modificáveis.” Como sugeriu o tal senhor de<br />

idade, o computador poderia se quisesse, ou melhor, caso<br />

fosse programado por alguém razoavelmente sagaz,<br />

poderia só emitir sequências das quais ninguém se<br />

aventurou a fazer. Apenas ’1′<br />

ganhador… diversos<br />

acúmulos, ou nenhum ganhador. Ora, pelo montante…


Bem, dirão os céticos, mas no Jogo do Bicho também<br />

existe falcatrua, certamente. Sim, claro, provável mesmo…<br />

por isso deveria haver fiscalização. E mais fiscalização<br />

sobre fiscalização, e honestidade. Honestidade é que<br />

deveria. Mesmo assim, pergunto de brincadeira em qual<br />

das partes você realmente confiaria seu dinheiro?<br />

“Investigação”, essa palavra vem novamente à cabeça,<br />

lado a lado de “desconfiança”. Eu, pelo menos, ouço os<br />

mais velhos! (João Sem Braço)


Males (Abr.4.2012)<br />

TEMA DO SER HUMANO ENVOLTO POR REMÉDIOS<br />

Não sei se existe um estudo sendo realizado ou coisa<br />

do tipo, mas não seria o estresse – esse amiguinho diário,<br />

por vezes alvo de brincadeiras descompromissadas de tudo<br />

– não seria este o vilão do futuro? Em um planeta assim a<br />

cada dia a medicina evolui… a erradicação das doenças<br />

seria um grande passo, mesmo que por cima disso venham<br />

as doenças da cabeça. Elas! E sua confusão imprevisível.<br />

Talvez o remédio das próximas gerações seja uma<br />

passadinha no psicólogo, ou uma ida periódica ao<br />

psiquiatra mais perto de casa. É uma questão séria, pouco<br />

explorada, mas de grande preocupação: o que está<br />

havendo com as pessoas? Recorremos demais aos<br />

analgésicos! Não temos pena? Nossa cabeça comporta toda<br />

essas cargas da urbanidade? Estamos a ficar loucos com<br />

essa forma de vida desigual e injusta? Está perdendo a<br />

graça a existência? Como nos atinge a futilidade? Estamos<br />

embrutecidos??<br />

Só para citar um exemplo lúdico e acalmar os nervos<br />

com uma questão bem inteligente: quem já ouviu falar da<br />

bestialidade apresentada pelo falecido José Saramago no<br />

seu livro “Ensaio sobre a Cegueira”?? Fica a dica, ler relaxa,<br />

sério.<br />

Ainda sabendo ser difícil igualar as coisas, deixar o<br />

mundo nivelado incluiu dar poderes a todos, mesmo não<br />

sendo qualquer um ainda capaz de ter a manha da coisa.<br />

Que dá isso? Voltamos ao cerne do assunto: indivíduos<br />

incompletos em suas potencialidades, revolta, depressão,<br />

exclusão social, medos; indivíduos sustentados por outros


e interdependentes – para onde e de quê fugir????? Ahhhh<br />

“se eu sou a mãe da terra, estou chorando.” (Cí)


Se até eles ligaram... (Abr.17.2012)<br />

JÁ QUE UMA “GUERRA” É RADICAL DEMAIS, FICAMOS<br />

PENSANDO SE A SOLUÇÃO NÃO SERIA O BOICOTE ÀS<br />

INSTITUIÇÕES………… UMA FORMA DE VIDA<br />

ALTERNATIVA… EM QUALQUER LUGAR QUE POSSA<br />

REINAR O APREÇO À QUALIDADE SEJA A LEI… NÃO<br />

INCITANDO AO CAOS, MELHOR INCITAR AO PENSAMENTO<br />

Mais em: www.storyofstuff.org


O melhor boicote à ignorância? (Jun.12.2012)<br />

SEM ILUSTRAÇÃO


Conhecimento é legal (Jun.5.2012)<br />

A FOTO USADA FOI A DE UMA MOÇA IMERSA EM LIVROS<br />

Fonte: “Merci à Evelyn Gazeta… The world is round but<br />

the entrance is rectangular”


“Um sorriso, dois sorrisos, três...” (Mai.31.2012)<br />

UTILIZADA IMAGEM DE CHAPLIN SORRINDO. UMA FLOR<br />

EM SEUS LÁBIOS<br />

Um sorriso, dois, três… Não gasta nada, ganha o<br />

mundo.


Textos Relativos<br />

Arquivo inédito por falta de oportunidade


A desumanidade na Capital Defederal<br />

(Artigo para os jornais do DF, maio de 2009)<br />

A desumanidade na Capital Defederal, é isso o que<br />

acontece, digo de forma resumida, abrupta, quando um<br />

caboclo, um infeliz, vai tentar a sorte no tal DF Eldorado dos<br />

50 e se defronta com a terrível situação de nem poder<br />

voltar para casa em qualquer madrugada, pois retornam à<br />

toca todos os ônibus caídos aos pedaços remendados, saem<br />

de circulação pouco antes da meia-noite – isso me<br />

confessaram! –, e só quem não está excluído nesta<br />

sociedade brasileira é que pode dormir tranquilo e<br />

descansar para outro dia ir para o clube, já que no<br />

domingo não tem nada mais para fazer ali pelo Eldorado –<br />

dá até saudade dos assassinos e ladrões confessos das<br />

<strong>outras</strong> cidades deste país... – estamos em um país bem<br />

diversificado, se alguém não sabe. Que feio é ver as<br />

pessoinhas desanimadas e desprotegidas nos pontos de<br />

ônibus solitários esperando o talvez “baú das 3”, como<br />

párias humanos, e na rodoviária infestada<br />

propositalmente, para que sejam vistos e catalogados, os<br />

seres, em meio ao caos, tantos trabalhadores desta terra;<br />

assim misturadões com as prostitutas que também<br />

zombam dos policiais agrupados papeando sobre a<br />

politicagem aqui nessa Brasília e em qualquer lugar –<br />

enquanto isso um “otário” é assaltado na parte de cima da<br />

rodoviária; uma guria é agredida; uma velinha tenta saltar<br />

do viaduto. Isso porque os policiais estão na vigília. Por<br />

que não deixa então a porcaria do transporte “pirata”,<br />

poxa? Senhor prefeito, ouviu? Ao menos ia apaziguar,


ficam até mais suscetíveis os eleitores um pouco, digamos,<br />

mais satisfeitos. Não é isso que querem nossos exemplares<br />

políticos? Mas como se mede o exemplo de cidadania como<br />

capital modelo...??? Precisam de uma carreira pública para<br />

tudo aqui???<br />

A necessidade, status tolo e juvenil de ter a droga de<br />

um carro aqui é tão tosco... igual seu homônimo, afoga<br />

tanto o trânsito da Capital Niemaiyeieyeieerniana, polui<br />

tanto, como nutre os estacionamentos... É tão difícil assim<br />

usar o metrô, ônibus, andar de bicicleta, caminhar?<br />

Qualquer naturalista se retorceria no túmulo! Brasília é<br />

ainda uma cidade do interior! Ao estilo da falta de<br />

conscientização, essas palhaçadas e tal. Só pode estar<br />

sobrando muito dinheiro nos bolsinhos para em uma<br />

família tooooooooodos os membros, até o gurizinho na<br />

motinha elétrica, estarem motorizados. Como em toda<br />

imaturidade, falta integração do povo. Um mundo em que<br />

existem periferias, e as cidadezinhas Satélites de Brasília<br />

são, digo, menosprezadas; meros obreiros vivem dessa<br />

forma; é exclusão, preconceito puro e diamantino.<br />

A questão é que o emigrante, acostumando-se a uma<br />

sociedade, às metrópoles, mesmo dentro da sofrível e<br />

comum brazuca, pois é o que dá, mista ou com mais<br />

liberdade, pois é, este emigrante se tornou pária.<br />

“Pííííííííí”, se for ele sair no sábado para beber uma,<br />

esquecer tudo e esticar. Imaginem só! No bar, já com uma<br />

candanga, pensa: mas não tem nem como voltar pra casa!!!!!!!!<br />

Há muita ordem em Brasília! E é fora do limite humano..<br />

“EU QUERO DESLOCAMENTO!!!!!!”, canta o divertimento do<br />

emigrante saindo do bar “ALÔ LULALÁ, DILAMAÊ”<br />

(Brasília, rancho do Lula & Cia.)


Corda no pescoço do escritor<br />

(Manuscrito inédito)<br />

O escritor vai lascado. Isso é fato. Mais estuporado<br />

quando é brasileiro. Parece uma peste que persiste. E é<br />

bom, acima de tudo, muito criativo o artista daqui!<br />

Heheh!!! Putz, quem faz essa loucura? Como é a coisa da<br />

Literatura? São tantos os filhos, ofuscam os novos gênios,<br />

se é que existem, pô. Podemos ler de múltiplas formas e<br />

gostos, é livre e estamos em um impasse. A complexa<br />

ficção e vida de mãos dadas. Tão pequenos somos nesse<br />

mundo internético global! Deleite e sofrimento devem ser<br />

temas bons? A Arte zoando de cima para baixo. Tantas<br />

transformações, e a busca do Ídolo Imortal – prateleiras de<br />

mão em mão e gerações passadas, ahhhh, na consagração.<br />

Sacanagem. Tempo, tempo. O que é preciso para se<br />

catapultar com a ajuda dos canonizados? Pergunto isso<br />

sinceramente! Formamos outro “grupo poético reservado<br />

tipo Maçonaria?” Tantas formas. Eu sei que é um saco ler<br />

assim. Não tem guia, tão pouca fórmula. Deve ser loteria,<br />

traquinagem! Relendo, relendo e gozando das críticas.<br />

Solene morto. Ou tipo uma mulher pedante ou um homem<br />

frouxo. A mais pura azia!... Institucional? Cadê a<br />

originalidade? Pedimos uma pequenhez para ser gigante. A<br />

morte esquecida. O conteúdo sobressalente. Pedimos nossa<br />

relação de amor e guerra. Tão esquisito e humano. Livre<br />

talvez de pressões certeiras. Bem, recriamos, somos<br />

inquietos. Nada basta, vocês sabem! Apaixonados estamos<br />

em êxtase. E quem vai aceitar isso? Oh Deus. Não me<br />

rotula, eu sô mais que aquilo. Mais esperto, brilhante e


trapaceiro. Por que tão racional? Demonstramos. Somos<br />

um ensaio vivo. Sinistro é ser acessível, está cheio de gente<br />

que lê mas nem entende... por aí, se é que realmente<br />

folheia. Rola? Notas. A rima... ah, esquece! Passa a página!<br />

É desordem. Fácil. Difícil. Eu não me baseio em<br />

documentos nem muito menos ao nosso redor. Sou mais<br />

um, que bom! Ser puro ensina, vamos ensinar às crianças,<br />

menos o repreender. Ah sim. E você aí ainda nas sociais na<br />

casa da fulana. Porque quer curtir. As biografias são<br />

fundamentais, caso contrário, é que nem água. Quem<br />

vende água? A novidade vende, tipo H2OH de maçã e sei lá<br />

mais! Droga... Os individuais são tantos, mas não deveria.<br />

Racha cuca. A métrica me engana, nem consegue; escola<br />

pública é dose para leão!!! Por isso eu sô uma exceção na<br />

selva. Ligando, ando, ando, hunf! Tantas questões. Quanto<br />

se pode. E gostar. Permissões mil. Amor, esperança, esses<br />

tópicos... Salafrários, fascinantes. Espelhos, divertimentos.<br />

Precipícios, até porque, na maioria das vezes, o escritor<br />

nada na esperança das pessoas, tirando os sortudos, os<br />

riquinhos nomeados, esses se bastam. Escritor de verdade,<br />

claro, masoquista, vai até o final, e geralmente nem volta!<br />

A Imagem. Mistérios. Necessidades. Jogos. Deixa<br />

prontinho. Vanguardas e autos. Deficiências e qualidades.<br />

Mas é preciso fazer a treta da escrita, vir com o inesperado<br />

na manga. Alguém tem que ter o pescoço na corda.<br />

Condensados. Corajosos, a veia volta. Na hora de cair de<br />

cara! Mas não desistimos (Rio, 24 de maio de 2009)


Primeiros <strong>Artigos</strong><br />

Publicados em blog


A Música deve parar!<br />

“Quando a música terminar<br />

Apague as luzes<br />

A música é sua amiga íntima”<br />

(The Doors)<br />

Assim como a canção cujo título eu só vou mencionar<br />

ao final deste “artigo”, o assunto, ou melhor, a situação<br />

que aborto é sobre QUANDO TEMOS QUE ACEITAR,<br />

QUANDO PARAR ALGO QUE ESTÁ DESGASTADO.<br />

Após ouvir, sofrer e me lamentar ao presenciar o show<br />

de horrores que se transformou a MÚSICA ATUAL (não<br />

quero citar nomes nem quem fez a m! que fez... assim eu<br />

acho.) Olha só, o que tenho a propor é PARAR A MÚSICA<br />

POR UM TEMPO, PAUSAR A PROLIFERAÇÃO DE BANDAS E<br />

ARTISTAS TERRÍVEIS E NÃO TALENTOSOS – EM MINHA<br />

VISÃO, MEROS COPIADORES –, INTERROMPER TODAS AS<br />

EXECUÇÕES E APRESENTAÇÕES AO VIVO; ESPERAR QUE SE<br />

RENOVE DE VERDADE O QUADRO MUSICAL (NÃO SÓ<br />

NACIONAL, MAS INTERNACIONAL, OBVIAMENTE.)<br />

Poderíamos até esquecer essa má fase e fazer uma<br />

retrospectiva ou análise do que já foi feito e apenas se


aquietar um pouco. – Prestem atenção, “artistas”, é como<br />

na escola – VAMOS PENSAR ANTES DE SAIR FAZENDO<br />

TOSQUEIRAS, COISAS FÚTEIS, CÓPIAS DESCARADAS DOS<br />

ORIGINAIS.<br />

Que tal sair, se refrescar, discutir, fazer um brainstorm<br />

(não é assim que dizem?), pôr tudo na mesa às claras e<br />

tentar achar soluções? Não dá para continuar assim, gente,<br />

é tão fácil o que digo... A MÚSICA PRECISA VIVER, NÃO<br />

SOBREVIVER. Dinheiro nem é tão necessário assim, sabe? O<br />

investimento deve ser mais intelectual – caramba!, estou<br />

falando de Arte, MÚSICA É ARTE, DEVE ser tratada como<br />

Arte, não diarreia. Qual foi, ri não? Tirem um dia e levem<br />

as crianças ao colégio para terem aulinhas musicais ou de<br />

Literatura – sabemos quão bons letristas são os que leem.<br />

Vamos fazer como a escolinha do Chaves, vamos batucar;<br />

vamos depois então ORGANIZAR o barulho – ou o mais<br />

próximo disso... –, NÃO BATUCAR SOMENTE UM BARULHO<br />

SEM ORDEM OU SENTIDO. Cadê a técnica, o cuidado, a<br />

magia, as boas ideias? Gritar e choramingar nas canções<br />

não vai melhorar a vida de ninguém…<br />

A ARTE MUSICAL NECESSITA DE UM TEMPO, É FATO...<br />

DE SE AUTORRENOVAR, DIGERIR-SE… DE OUVIR A SI<br />

MESMA.<br />

É, pois é... há um vazio... e… Ligo o rádio e decepção;<br />

compro um CD de uma banda atual e decepção; baixo uma


música – sim, eu disse baixo, da Internet, eu confesso, sou<br />

humano – e decepção; vou a um show, festival, sei lá, e<br />

decepção. Nem conto quando me apresentam algo... HÁ<br />

UM PROBLEMA (QUEM SABE VÁRIOS) E PRECISA SER<br />

RESOLVIDO. Eu só estou aqui dando uma sugestão, não me<br />

crucifiquem, é minha opinião de apreciador… Pensem nos<br />

de versos de When The Music’s Over (The Doors) O passado<br />

ajuda (Em janeiro de <strong>2008</strong>)


L&PM Editores<br />

(Visite lpm.com.br)<br />

Será que a L&PM é uma editora GRANDE mais de 30<br />

anos depois de ser fundada? Em matéria de distribuição e<br />

público atingido, pode-se dizer que sim, é GRANDE –<br />

apesar do formato de bolso (piada boba, heim…) E é de se<br />

louvar a popularidade literária que esta editora vem tendo,<br />

principalmente devido à distribuição em bancas de jornal –<br />

desde a mais envidraçada a mais furreca –, onde os livros e<br />

os autores (muitos deles pouco difundidos aqui no Brasil...<br />

ou pouco achados) estão acessíveis ao público em geral –<br />

além, claro, das visíveis miniestantes presentes nas<br />

livrarias nossas de cada dia. Já vi esses livros até em postos<br />

de gasolina. Isso já aconteceu em nosso país? (ESTA É UMA<br />

PERGUNTA RETRÓGRADA, POIS NÃO TENHO IDADE<br />

SUFICIENTE PRA DIZER TAL COISA, SABE…)<br />

Segundo o próprio site da editora – as próximas<br />

frases, entre parênteses, vocês já sabem que a fonte é o<br />

site, certo? “Baseado num projeto moderno executado dos<br />

moldes das grandes coleções europeias, a coleção L&PM<br />

POCKET foi construída em cima de 4 pilares fundamentais:<br />

textos integrais, alta qualidade editorial e industrial,<br />

preços baixos e distribuição total, atingindo todo o Brasil<br />

(...)” “Em 2006 a editora comemorou o expressivo número<br />

de 6 milhões de livros de bolso vendidos (...)” “São quase<br />

600 títulos (...)” “(...) preços que são até 60% inferiores aos<br />

dos livros convencionais.” Pois é, “a coleção L&PM POCKET<br />

é a maior coleção de livros de bolso do Brasil (...)”


Em um país que dizem não haver público leitor<br />

satisfatório, que o preço do livro é caro, como não abrem<br />

os olhos para a iniciativa da editora L&PM? – ah, nem me<br />

lembrei de dizer, eles são do Sul. É verdade o que dizem,<br />

que lá eles leem mais? Nem me lembro de quem disse isso.<br />

O (nome do ministro da cultura aqui) devia dar um beijo<br />

nos caras que fundaram a editora, <strong>Paulo</strong> de Almeida Lima e<br />

Ivan Pinheiro Machado. Não ouço falar muito desta<br />

editora; sempre tenho a impressão de que correm por fora,<br />

de que não lhe dão muito crédito. O catálogo deles, vocês<br />

viram, é PROLÍFERO – e cada vez cresce mais... não sei de<br />

onde eles tiram tanto autor, nem como sobrevivem; TODOS<br />

a preços tranquilos... não me lembro de ter comprado um<br />

pocket por mais de R$ 20,00; lembro sim de encontrar um<br />

na livraria por apenas R$ 6,00!!! O projeto gráfico é<br />

modesto, mas agradável, e o papel (bem simpático) não é<br />

daqueles que dissolvem rapidinho.<br />

Eu não sou contratado nem parente de ninguém da<br />

L&PM, entretanto, recomendo: é realmente vantajoso ser<br />

cliente/leitor dos livros deles. Esta nota poderia ajudar a<br />

difundir mais, também, uma boa imagem desta incrível<br />

editora nacional.<br />

Obs.: também a L&PM tem um catálogo de outros<br />

formatos – qualquer coisa ou mais informações, olhem o<br />

site. O endereço está no título deste artigozinho – vamos<br />

ler bastante e se munir é de Conhecimento, galera!


Capa: Marília Veloso azingara.wordpress.com<br />

* Textos originalmente publicados na revista eletrônica<br />

ambrosia.com.br<br />

Visite a página do autor e conheça outros títulos:<br />

paulovitorgrossi.com


<strong>Paulo</strong> <strong>Vitor</strong> <strong>Grossi</strong> é escritor e músico independente, publicou<br />

entre outros títulos o romance “c a c t u s”, além do argumento<br />

de “Amor, Ódio, Redenção e Morte” e a novela/roteiro “Casa de<br />

Praia”. Participou grupos de música ALICE, íO, Instrumental<br />

Vox, SAEM e Ummantra. Pela Poesia, lançou a conferência de<br />

“Amerê” e a experiência em diversas línguas, CIRCULAR<br />

Página Oficial Google+ Youtube Facebook

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!