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REVISTA SERVICO GEOLOGICO

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TRABALHOS CONVIDADOS<br />

DO PALEOARQUEANO PRECOCE AO NEOARQUEANO TARDIO: A MAIS<br />

LONGA HISTÓRIA ACRESCIONÁRIA JÁ REPORTADA NO BRASIL<br />

Autores: Silva, L.C 1 , 2 , Pedrosa-Soares, A.C. 3<br />

1<br />

CPRM, Superintendência Regional de Belo Horizonte; 2 Professor Convidado do Programa de Pós-Graduação da UERJ, Rio de Janeiro;<br />

3<br />

Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais.<br />

A obtenção dos primeiros dados geocronológicos U-Pb no domínio mais setentrional do segmento SW do CSF em Minas Gerais<br />

(Porteirinha DPT), além da compilação de 240 análises de outros domínios arqueanos no mesmo estado (Guanhães DGU, Belo Horizonte<br />

DBH e Campos Gerais DCG) bem como em domínios contíguos na Bahia (Gavião DGV e Sobradinho DSB), revelou a mais longa<br />

e complexa história acrescionária e metamórfica já reportada no Brasil, estendendo-se entre ca. 3400 Ma e ca. 2500 Ma (Silva et.<br />

al. 2016, Journal of South American Earth Sciences. 68, p.50-67). A comparação do timing dos eventos acrescionários paleoarqueanos<br />

nesses terrenos mostra no “Período Paleoarqueano Precoce” (3600-3350 Ma) uma distribuição bimodal assimétrica para a geração<br />

do magmatismo TTG, com 12 ocorrências reportadas no DGV e apenas uma no DPT (devido à datação de apenas uma mostra. Relativamente<br />

ao “Paleoarqueano Tardio” (3350-3200 Ma), foram assinalados 12 registros, sendo 8 no DGV e 4 no DBH. Por outro lado, no<br />

“Mesoarqueano Precoce” (3200-3000 Ma) foram registradas 15 análises no DBH contra apenas 4 do DGV. Já no “Mesoarqueano Tardio”<br />

(3000-2800 Ma) foram compiladas<br />

15 amostras no DBH, além<br />

de outras 4 no DGU e 4 no DCG.<br />

Entretanto, os registros acrescionários<br />

mais divergentes nos segmento<br />

NW (BA) e SW (MG) do CSF<br />

referem-se ao “Neoqueano Precoce”<br />

(2800-2750 Ma), o qual conta<br />

com 17 ocorrências de ortognaisses<br />

TTG já obtidas no DBH contra<br />

apenas uma (1) no DGV. Relativamente<br />

ao “Neorqueano Tardio”<br />

(2750-2500 Ma), constituído por<br />

granitóides-K pouco deformados<br />

e ortognaissificados, foi constatada<br />

uma distribuição extensiva<br />

de idades de cristalização no DBH<br />

(28), além de uma (1) ocorrência<br />

no DGU e outra (1) no DPT. A pesquisa<br />

também revelou evidências<br />

robustas de 4 fases distintas de<br />

overprinting metamórfico arqueano.<br />

O Gnaisse Porteirinha, com idade de cristalização de 3371±6 Ma, obtida em núcleos preservados de zircões magmáticos, forneceu<br />

também o mais antigo registro metamórfico obtido (em rochas metaígneas) no Brasil (M1), 3145±24 Ma calculado no intercepto<br />

superior de sobrecrescimentos metamórficos da população de zircões magmáticos, enquanto o intercepto inferior forneceu uma<br />

idade robusta (11 spots) embora menos precisa de 678±86 Ma, indicativa de perda de Pb* durante um segundo episódio de abertura<br />

do sistema isotópico, atribuído a um estágio de recristalização em fácies anfibolito, relacionado ao pico da recristalização<br />

metamórfica durante a colisão para NW do Cinturão Araçuaí sobre sua antiga margem cratônica (Complexo Porteirinha). Outros<br />

resultados metamórficos arqueanos, incluem uma idade “Mesoarqueana Precoce” de 2856±24 Ma (MA2), obtida em um gnaisse<br />

TTG polimetamórfico do DBH, com idade de cristalização de 2895±17 Ma. Entretanto, as idades metamórficas mais abundantes (5)<br />

são Neoarqueanas, distribuídas calculadas entre ca. 2790 a ca. 2600 Ma (MA3), obtidas em ortognaisses Mesoarqueanos com idades<br />

de cristalização entre ca. 2895 e ca. 2925 Ma, no DBH.<br />

TRABALHOS CONVIDADOS<br />

ESTRUTURAS IGNEAS EM DERRAMES VULCÂNICOS: APLICAÇÃO<br />

NA PESQUISA DOS JAZIMENTOS DE GEMAS DA FRONTEIRA OESTE<br />

DO RIO GRANDE DO SUL<br />

Autores: Bergmann, M. 1 ; Lopes, W. R. 1 ; Ilha, L. M. 2 ; Parisi, G. N. 1 ; Rocha, P. G. 1 .<br />

1<br />

CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 UNIPAMPA –Universidade Federal do Pampa<br />

O Projeto Modelo Prospectivo para Ametista e Ágata na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul faz parte do programa ARIM - Áreas<br />

de Relevante Interesse Mineral da CPRM - Serviço Geológico do Brasil. O distrito gemológico Los Catalanes do Uruguai é limítrofe ao<br />

Brasil, e porta jazidas de classe mundial de gemas (ágata e ametista) em geodos. Os jazimentos, da ordem de km2, são atribuídos a três<br />

derrames de rochas basálticas, contínuos no território brasileiro como parte do Fácies Alegrete da Formação Serra Geral da Bacia do Paraná.<br />

No lado brasileiro depósitos e ocorrências<br />

de ágata são explorados em regime de garimpo.<br />

A similaridade litoestratigráfica e das paragêneses<br />

de geodos e rochas encaixantes, além da ampla<br />

extensão lateral dos depósitos, apontam para um<br />

distrito mineiro comum aos dois países.<br />

Embora comporte mapeamento geológico<br />

em busca de novas ocorrências, o projeto da<br />

CPRM optou por focar inicialmente a arquitetura<br />

dos depósitos, como observados nas amplas<br />

exposições das lavras uruguaias, em busca de<br />

padrões que pudessem direcionar os trabalhos<br />

de pesquisa nos garimpos brasileiros. Nas minas<br />

uruguaias a laje que é a zona produtora de grandes<br />

geodos (ZP) corresponde ao topo da zona<br />

central dos derrames, e apresenta 2,5-3m de espessura.<br />

É sobreposta por uma típica brecha de<br />

topo de derrame (BT), por sua vez subjacente a<br />

Padrão de domos e bacias obtido com caminhamento elétrico no garimpo do Coronel Prado<br />

Lima. O método foi selecionado com base nas relações observadas nas lavras do Uruguai<br />

entre estruturas ígneas características da compartimentação do derrame produtor, como<br />

laje produtora (alto resistivo), brecha de topo de derrame e e zona de disjunção placóide<br />

superposta, esta última invariavelmente alterada quando sub-aflorante, e com resposta de<br />

baixo resistivo. Os resultados permitiram indicar a embocadura de trabalhos exploratórios<br />

para geodos de ametista em garimpos do lado brasileiro.<br />

um nível de intensa disjunção horizontal na rocha basáltica, que promove a rápida alteração das rochas, denominado no trabalho Zona<br />

de Disjunção Placóide Horizontal (ZDPH). Na região de embocadura das galerias foi observado um arranjo peculiar entre estes elementos,<br />

que consiste em domos do conjunto ZP+BT, onde tanto a BT como a ZDPH superposta mostram-se delgadas, enquanto entre os<br />

domos da laje produtora a ZDPH conforma bacias de até 11 m de espessura, com geodos de ametista menores e menos abundantes.<br />

O arranjo dômico pode ser observado nas lavras Santinho (produtora dos maiores geodos do Uruguai); Las Delícias e Lorenzelli,<br />

com diâmetros de 30-80 m. A depender do derrame a ZDPH se configura como capa dos depósitos de ametista, e usualmente<br />

é a zona produtora de geodos de ágata. Dada à permeabilidade dos alteritos da ZDPH foi selecionado o método geofísico de caminhamento<br />

elétrico com grid e espaçamento entre eletrodos adequado ao levantamento de áreas selecionadas nos garimpos Vivi<br />

e Coronel, produtores de ágata no Brasil. Os perfis de caminhamento elétrico evidenciaram uma envoltória com padrão “caixa de<br />

ovos” para a laje abaixo da zona de disjunção placóide que porta geodos de ágata lavrados com retro-escavadeira nos garimpos.<br />

Os intervalos de alta condutividade discriminam o nível de solo e a ZDPH, e têm espessura coerentes com a profundidade<br />

esperada para a zona não-condutiva produtora de ametista, laje já atingida em alguns pontos no Garimpo do Vivi. Também o<br />

tamanho dos domos e bacias modelados em três dimensões é compatível com as lavras uruguaias. A validação deste modelo<br />

deverá ocorrer por escavações mais profundas nos garimpos, e também pelo desmonte da laje em pontos já demarcados no<br />

terreno, em busca de grandes geodos de ametista.<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

Paleoarqueano precoce, Metamorfismo Mesoarqueano,<br />

Complexo Porteirinha<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

JAZIMENTOS DE GEMAS EM GEODOS, ESTRUTURAS DE DERRAMES<br />

vULCÂNICOS, FÁCIES ALEGRETE DA FORMAÇÃO SERRA GERAL<br />

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