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TRABALHOS CONVIDADOS<br />
MAPEAMENTO GEOLÓGICO E PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA<br />
1:100.000 NAS MICRORREGIÕES DE JAGUARÃO E DA CAMPANHA<br />
MERIDIONAL, FRONTEIRA BRASIL – URUGUAI.<br />
Autores: Camozzato, E. 1,2 ; Iglesias, C.M. da F. 1 ; Klein, C.1; Laux, J.H. 1<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional dePorto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
GRANITOIDES CAMAQUÃ PELADO E LAJEADO: IDADE E CONTEXTO<br />
TECTÔNICO, ARCO SÃO GABRIEL, RS<br />
Autores: Laux, J.H. 1 ; Camozzato, E. 1,2 ; Chemale Júnior, F. 2 ; Philipp, R.P. 3 ; Sander, A. 1,2<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica;<br />
3<br />
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS/Porto Alegre – Instituto de Geociências.<br />
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) executou o levantamento geológico-geoquímico de quatro folhas na escala 1:100.000<br />
nas microrregões de Jaguarão e Campanha Meridional, fronteira Brasil – Uruguai: Bagé-FBG (SH.21-Z-D-III), Aceguá-FAC (SH.21-<br />
Z-D-VI), Passo São Diogo-FPSD (SH.22-Y-C-IV) e Curral de Pedras-FCP (SI.22-V-A-I). Incluindo litologias de todos os domínios tectônicos<br />
do Escudo Sul-Rio-Grandense (Taquarembó, São Gabriel, Tijucas e Pelotas; acrescidos de um novo, Terreno Jaguarão), o<br />
bloco mapeado abrange litologias de áreas paleocontinentais paleoproterozoicas; neoproterozoicas do Cinturão Dom Feliciano;<br />
sedimentares e vulcânicas paleozoicas e mesozoicas; e coberturas recentes.<br />
As rochas mais antigas do RS, do Complexo Granulítico Santa Maria Chico, afloram no noroeste da FBG e também como<br />
megaxenólitos nos granitoides neoproterozoicos das suítes Santo Afonso e Cerro Preto, que ocupam o norte daquela Folha,<br />
área de exposição também da Suíte Vauthier e dos granitos Saibro e Dom Pedrito. Também do Terreno Taquarembó, o Granito<br />
Aceguá (599 Ma) aflora em três “ilhas” em meios às unidades paleozoicas da Bacia do Paraná, a maior delas na fronteira internacional<br />
(“alto” de Aceguá). Granitoides neoproterozoicos afloram também no leste da FPSD e na maior parte da FCP, nestes casos<br />
definindo o Batólito Pelotas, onde novas unidades plutônicas foram individualizadas (Suíte Jaguarão Chico e Granito Dionísio).<br />
Litologias do Complexo Porongos afloram em uma janela no nordeste da FPSD, extremidade sul do Terreno Tijucas, e<br />
foram divididas pela dominância de litótipos em duas unidades de fácies: 1) pelito-carbonática e 2) quartzítica. Metagranitos<br />
alcalinos/peralcalinos milonitizados (Metagranito Candiotinha) estão associados espacialmente com os quartzitos do Complexo<br />
Porongos. Uma calha tectônica de direção NE-SW com cerca de 20 km de extensão e até 1 km de largura, no nordeste da FPSD,<br />
preserva rochas sedimentares neoproterozoicas da Formação Arroio dos Nobres (Bacia do Camaquã). No sul da FCP, os gnaisses<br />
paraderivados do Complexo Arroio Telho (636 a 1.804 Ma) e o Granito Sofia caracterizam o Terreno Jaguarão, que se limita pelo<br />
norte com o Batólito Pelotas através da Zona de Cisalhamento Ayrosa Galvão.<br />
Nesta região ocorrem ainda as vulcânicas dacíticas cretácicas da Formação Jaguarão. No limite entre a FPSD e a FCP foram<br />
individualizadas as faciologias coerente e particulada do vulcanismo ácido neoproterozoico da Formação Cerro Chato. Na região<br />
da Fazenda Tranqueira foi reconhecido um edifício vulcânico arrasado dessa unidade, tendo por núcleo um domo riolítico principal<br />
e um subsidiário, contornados por depósitos de fluxo piroclástico e de queda. As litologias sedimentares da Bacia do Paraná<br />
afloram nas quatro folhas e englobam desde a Formação Taciba (base) até a Formação Rio do Rasto (topo). Os principais recursos<br />
minerais da região ocorrem na região de Candiota: 1) os depósitos de carvão da Jazida de Candiota, extraídos na mina homônima<br />
para a geração de energia na Usina Termelétrica Presidente Médici; e 2) a mineração de mármores para abastecimento de<br />
duas indústrias (Votorantim e InterCement) produtoras de clínquer, cimento e “calcário” agrícola. Sedimentares da Formação<br />
Santa Tecla e depósitos aluviais fecham a estratigrafia na região. A prospecção geoquímica por sedimentos ativos de corrente e<br />
concentrados de bateia resultou indícios pouco significativos para Au e Sn.<br />
Neste trabalho serão apresentadas as idades dos granitoides Camaquã Pelado e Lajeado e o seu contexto no âmbito do<br />
Arco São Gabriel (ASG). Os dados aqui apresentados foram obtidos em amostras coletadas no mapeamento geológico da folha<br />
Lagoa da Meia Lua (1:100.000) pela CPRM. Os granitoides estão localizados na parte nordeste desta folha e os cristais de zircão<br />
foram analisados por LA-ICP-MS, na UnB.<br />
O Escudo Sul-Rio-Grandense está compartimentado em quatro unidades geotectônicas: os terrenos Taquarembó, São Gabriel<br />
(TSG), Tijucas e o Batólito Pelotas. O TSG, onde está inserido o ASG, pode ser subdividido em cinco grandes unidades: rochas<br />
metamórficas e granito-gnáissicas do Complexo Cambaí (TTG) (890-690 Ma); sequências vulcanossedimentares do Cinturão Metamórfico<br />
Vacacaí (760-720 Ma); Complexo Ofiolítico Cerro Mantiqueiras (930-800 Ma); magmatismo sin a tardicolisional (720-<br />
680 Ma) e; magmatismo pós-colisional (600-540 Ma). O evento pós-colisional gerou dois tipos de granitos, um com afinidade<br />
cálcico-alcalina a shoshonítica e outro alcalina, associados ou não a vulcânicas cronocorrelatas.<br />
De maneira geral, a medida que um arco/segmento está sendo construído, provoca nos arcos/segmentos mais antigos<br />
um magmatismo tardi a pós-colisional, assim como parte dos arcos/segmentos mais antigos participam como fonte, junto com<br />
sedimentos e crosta oceânica, para os novos arcos/segmentos, gerando arcos mais evoluídos. Desde o trabalho que caracterizou<br />
a presença de um arco juvenil no Rio Grande do Sul, o ASG, muitos dados isotópicos e geocronológicos foram acrescentados<br />
e modelos propostos. Conjugando todos estes dados, o ASG pode ser dividido em três diferentes arcos e/ou segmentos, com<br />
características geoquímicas e idades distintas, que podem ser denominados, de sul para norte, como: Passinho, Lagoa da Meia<br />
Lua e Vila Nova.<br />
As idades das suítes TTGs de cada arco/segmento são, respectivamente, ao redor de 890, 720 e 720-690 Ma. As características<br />
geoquímicas das suítes TTGs variam desde adaquíticas, mais comuns no segmento/arco Passinho, até de arcos mais evoluídos<br />
nos segmentos/arcos mais a norte. Dentro deste contexto são aqui apresentadas as idades do sienogranito Camaquã Pelado<br />
(CP), que forma corpos alongados de direção NW, constituído por k-feldspato, quartzo, muscovita e biotita; e do monzogranito<br />
Lajeado (ML) que é composto por quartzo, k-feldspato, plagioclásio e muscovita.<br />
O CP apresenta uma idade de 690±3 Ma, que é equivalente, em idade, ao Granito Sanga do Jobim, que foi caracterizado<br />
como um granito sintectônico, mostrando que este segmento/arco já estava estabelecido, enquanto que nesta idade está<br />
sendo formada uma suíte TTG no arco/segmento Vila Nova. O ML apresenta uma idade de 641±4,5 Ma e não possui um correspondente<br />
em idade e características em nenhum outro segmento do ASG, apresentando idades próximas as encontradas<br />
no limite entre o Terreno Tijucas e Batólito Pelotas. A idade do ML abre a possibilidade para algumas conjecturas a respeito<br />
da evolução do ASG, o que poderiam explicar a colocação de um granitoide com características colisionais no limite atual<br />
dos segmentos Lagoa da Meia Lua e Vila Nova, enquanto que em outras partes do TSG novas rochas eram geradas, como o<br />
Batólito Torquato Severo (neste evento).<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
MAPEAMENTO GEOLÓGICO, GEOLOGIA REGIONAL, PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA.<br />
PALAVRAS-CHAVE: ARCO SÃO GABRIEL, SIENOGRANITO CAMAQUÃ PELADO, MONZOGRANITO LAJEADO.<br />
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