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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE ASPECTOS GOMORFOLÓGICOS<br />
E ANTRÓPICOS NA EVOLUÇÃO DAS FEIÇÕES EROSIVAS<br />
EM RONDON DO PARÁ-PA<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
ESTUDO DO PROCESSO EROSIVO E RECUO DA LINHA<br />
DE COSTA, COM ÊNFASE NOS DANOS CAUSADOS AO<br />
LONGO DA PRAIA DO CRISPIM – PA<br />
Autores: Mello, L.B.¹, Simões, P.M.L. 1<br />
1 CPRM - Serviço Geologico do Brasil<br />
Autores: Mello, L.B.¹, Simões, P.M.L.¹, Alves, M.A.M.S.²<br />
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil, ² UFRA – Universidade Federal Rural da Amazônia<br />
O município de Rondon do Pará está localizado na região sudeste do estado do Pará, na microrregião de Paragominas.<br />
E sua área urbana está inserida em um contexto geomorfológico denominado como baixo platô dissecado, com amplitude de<br />
aproximadamente 95,0 metros e bordas relativamente íngremes, com aproximadamente 70 – 80º de declividade. Essa quebra<br />
brusca de relevo proporciona naturalmente uma dinâmica marcada pelo processo erosivo hídrico linear, em sulcos erosivos e<br />
ravinas. Este tipo específico de erosão ocorre pela atuação das águas pluviais provocando uma incisão linear na superfície, que<br />
evolui em direção a montante, removendo e transportando o material (GUERRA, 1997). Vale também ressaltar que o município<br />
de Rondon do Pará está em contínuo desenvolvimento e expansão, o qual está ocorrendo em direção às bordas deste platô,<br />
onde se desenvolvem estas feições erosivas. Este ambiente naturalmente erosivo, em conjunto com atividades antrópicas, como<br />
o desmatamento e o despejo de águas servidas e pluviais, intensificam a problemática já instalada e torna-se uma área de risco<br />
para a população local.<br />
Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de analisar de como as atividades antrópicas podem acelerar ou desencadear<br />
processos mais severos de erosão, além de fomentar os estudos de desenvolvimento de ravinas e sulcos erosivos nas bordas<br />
destes platôs. A metodologia aplicada segundo PIMENTEL et al (2012) consiste em identificar, caracterizar, delimitar e vetorizar<br />
as ocupações humanas que se encontram em áreas de risco alto e muito alto (R3 e R4) para deslizamentos, inundações, cheias,<br />
enxurradas e erosão fluvial e erosão continental. Para o mapeamento do referido município foram utilizadas imagens do Google,<br />
imagens aéreas de sobrevoo, levantamento bibliográfico da geologia e geomorfologia da região, informações da defesa civil e<br />
moradores, análise dos dados pluviométricos, levantamento da estrutura de antigas obras de galeria de drenagens, métodos<br />
geofísicos e vistoria em loco.<br />
Com base nesses dados foi possível constatar que a geomorfologia em conjunto com aspectos físicos do solo são os maiores<br />
condicionantes para a formação destas feições erosivas, tipo sulcos e ravinas. A expansão não planejada da cidade está intensificando<br />
este processo, de maneira que, foi possível observar em campo que as áreas com menos intervenções antrópicas são<br />
regiões mais vegetadas, e consequentemente mais estáveis. Enquanto áreas da borda do platô que são utilizadas como local de<br />
despejo de galerias de drenagem da cidade, as feições erosivas estão em contínuo processo de alargamento e aprofundamento.<br />
Foi constatado que as regiões com maior concentração de habitações são os pontos de maior vulnerabilidade à evolução deste<br />
processo, evidenciado pelo desmoronamento de moradias e ruas nas épocas de maior densidade pluviométrica.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
EROSÃO, RONDON DO PARÁ, EXPANSÃO URBANA<br />
A praia do Crispim está localizada na região costeira do município de Marapanim, na região nordeste do estado do Pará, na<br />
microrregião do Salgado. Está inserida em um ambiente de praia, dunas, manguezais e canais de maré, que ao longo dos anos<br />
são deslocados de acordo com a variação do nível do mar e da dinâmica costeira.<br />
Desenho esquemático de baixo platô em processo de ravinamento<br />
A região costeira do nordeste do Pará pode ser caracterizada por uma costa progradante, considerando que o nível do mar<br />
recuou nos últimos milhares de anos, e é possível observar linhas de antigas praias ao longo de manguezais. Essas praias são<br />
controladas por ciclos de erosão e deposição, que ocorrem geralmente sazonalmente nos períodos de verão e inverno, sendo<br />
o inverno de novembro a março é o<br />
período que a erosão atua de forma<br />
mais intensa. A praia do Crispim está<br />
passando por este processo erosivo,<br />
que pode ser caracterizado pelo recuo<br />
da linha de costa, causado pelo<br />
aumento da maré em conjunto com<br />
as ondas de alta energia. Este recuo<br />
da linha de costa causou a erosão de<br />
aproximadamente 15,0m de dunas,<br />
que serviam como uma barreira natural<br />
fazendo com que as ondas não<br />
incidissem diretamente nas moradias,<br />
pousadas e restaurantes ao longo<br />
da orla da praia, contudo, o avanço<br />
da maré alta no período de março<br />
de 2015 a fevereiro de 2016 ocorreu<br />
de forma mais intensa, fazendo com que a frente de dunas recuasse até a porção posterior das moradias e a erosão atingisse<br />
todas as construções da orla, inclusive a rua beira mar.<br />
A metodologia aplicada segundo PIMENTEL et al (2012) consiste em identificar, caracterizar, delimitar e vetorizar as ocupações<br />
humanas que se encontram em áreas de risco alto e muito alto (R3 e R4) para deslizamento, inundações, cheias, enxurradas<br />
e erosão fluvial e erosão costeira. Para o mapeamento do referido município foram utilizadas imagens do Google, fotointerpretação<br />
de imagens históricas de 2009 a 2015, imagens aéreas de sobrevoo, levantamento bibliográfico da geologia, geomorfologia,<br />
dinâmica costeira da região, informações da defesa civil e moradores, análise de perfis de praia ao longo dos anos de 2013 e 2015<br />
e vistoria em loco.<br />
Com base nesses dados foi possível constatar que a linha de costa está recuando em média 10,0 metros por ano, o período<br />
do verão que geralmente ocorre a reposição da praia, o aporte sedimentar não é o suficiente para compensar a erosão causada<br />
no inverno anterior. A tendência é que a erosão costeira continue a atuar na orla de Crispim, e a linha de costa recue cada vez<br />
mais, com isso, os danos causados à população residente na orla da praia podem, e provavelmente, irão ocorrer da mesma maneira<br />
ou mais intensa.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
EROSÃO COSTEIRA, CRISPIM, LINHA DE COSTA<br />
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