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REVISTA SERVICO GEOLOGICO

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Geologia E Recursos Minerais<br />

MAPA DE ANOMALIA GEOQUÍMICA DO ESTADO DO CEARÁ, BRASIL<br />

Autor: Calado, Bruno de Oliveira<br />

CPRM – Residência de Fortaleza<br />

O Levantamento Geoquímico de baixa densidade do Estado do Ceará permitiu o estudo da composição química da superfície<br />

terrestre, principalmente dos materiais geológicos: sedimentos de corrente, solos e águas de superfície. A distinção entre<br />

ambientes enriquecidos e empobrecidos em determinados elementos químicos forneceram indícios de mineralização, como<br />

também, contaminação antrópica. O mapa de anomalia geoquímica mapeia algumas ocorrências minerais historicamente conhecidas<br />

no Ceará. Por exemplo, amostras de sedimentos de corrente provenientes das cabeceiras do rio Banabuiú e riacho<br />

Capitão Mor apresentaram anomalias pontuais para Cr, Ni, P, Te e Pt, como reflexo das ocorrências de cromita da unidade Tróia.<br />

Amostra de sedimento de corrente coletada no rio Carrapateiras apresentou anomalia dos elementos As e Hg, principais<br />

farejadores de metais preciosos, e indicaram áreas com requerimentos e autorização para pesquisa de minério de ouro junto<br />

ao DNPM. Amostras de sedimentos analisadas ao longo do Rio Jaibaras apresentaram anomalias de As, Cu e Te, que indicaram<br />

áreas com conhecidas ocorrências de brechas hidrotermais de ferro e cobre associadas às rochas vulcano-sedimentares da Bacia<br />

de Jaibaras e aos corpos graníticos Meruoca e Mucambo. Uma extensa zona anômala de As e Sb foi reconhecida no noroeste do<br />

estado, onde delimita a área do Grupo Ubajara e sua relação com o Granito Mucambo.<br />

Nessa região ocorre metamorfismo de contato e foram descritos filões de ferro associados aos metacalcários. Outra<br />

importante zona anômala de As foi reconhecida no extremo sudeste do estado, no Rio Salgado, onde esteve associado com<br />

elementos farejadores de metais preciosos, como Cd, Cu, Mo, Pb, Te, Sb, W e Zn. Nesta região ocorrem rochas do Grupo Cachoeirinha<br />

que são correlacionados a Faixa Seridó, que hospeda uma importante mina de W-Au (Mina de Bonfim), como também<br />

de ocorrências de cobre conhecidas (Prospecto de Aurora), hospedados em rochas metavulcano-sedimentares e semelhante<br />

aos depósitos IOCG de idade brasiliana. Exemplos de contaminação antrópica também são observados, como por exemplo,<br />

na amostra de água de fonte, coletada numa fissura de contato entre arenitos e argilitos no Grupo Serra Grande, à jusante da<br />

cidade de Viçosa do Ceará.<br />

A concentração elevada de nitrato (114mg/L) pode indicar contaminação por efluentes domésticos. Esta cidade apresentou<br />

50% de saneamento básico inadequado, conforme Censo do IBGE 2010. Os elementos Be, Co e Pb também apresentaram-se<br />

enriquecidos nestas águas, juntamente com Al e Cu, com teores acima dos valores de referência da legislação brasileira. Neste<br />

caso, é necessário monitorar a qualidade das águas superficiais do Ceará. Embora a maioria das águas (70%) tenha sido classificada<br />

como doce pela condutividade elétrica, a grande maioria apresentou um ou mais elementos químicos acima das classes 1, 2 e<br />

3 da Resolução Conama n°357/2005. Por fim, o Mapeamento Geoquímico de superfície em escala de baixa densidade do estado<br />

demonstrou importantes correlações de caráter litológico e metalogenético, e indicaram áreas de relevante interesse mineral.<br />

Geologia E Recursos Minerais<br />

A PRÁTICA DE ESCALADA EM ROCHA COMO ATRATIVO TURÍSTICO<br />

E GEOLÓGICO NO GEOPARQUE CACHOEIRAS DO AMAZONAS<br />

Autores: Lila Costa Queiroz 1 ; Renê Luzardo 1 ; Lucas Balsini Garcindo 1 ; Bernardo Luiz Ferreira de Oliveira 1 ; Michele Pitarello 1<br />

1<br />

CPRM - Superintendência Regional de Manaus<br />

O Geoparque Cachoeiras do Amazonas (GCA), desde sua criação em outubro de 2011, vem cumprindo a função de preservar,<br />

educar e ensinar ao grande público sobre temas relativos a paisagens geológicas, provendo meios de pesquisas para<br />

as geociências e assegurando o desenvolvimento sustentável das comunidades locais. Com uma área de 6774 km2, o GCA<br />

situa-se na porção centro-sul do Município de Presidente Figueiredo, distante cerca de 100 km a norte da cidade de Manaus.<br />

A região apresenta fascinantes paisagens e cenários naturais onde se associam belas e exuberantes cachoeiras, corredeiras,<br />

cavernas e interessantes sítios geológicos, paleontológicos e arqueológicos, que representam parte da história do planeta<br />

compreendida entre as eras Paleoproterozoica a Cenozoica.<br />

Em um geoparque as feições geológicas devem ser bastante evidentes e acessíveis ao público. Os esportes de aventura,<br />

particularmente a escalada em rocha (desenvolvida na região a partir do ano de 2010), têm permitido que novos sítios sejam<br />

descobertos e explorados, agregando<br />

valor ao turismo local, além de contribuir<br />

com a preservação, acesso e melhor<br />

entendimento do patrimônio geológico.<br />

Através da prática constante da<br />

escalada em rocha, novas observações<br />

foram feitas e locais antes inacessíveis<br />

agora podem ser estudados por geocientistas,<br />

podendo auxiliar na resolução<br />

de alguns dos questionamentos<br />

existentes, especialmente sobre rochas<br />

sedimentares paleozoicas (arenitos e<br />

argilitos) da Formação Nhamundá, pertencentes<br />

ao Grupo Trombetas.<br />

Atualmente há cinco setores destinados<br />

ao desenvolvimento deste esporte<br />

no GCA, que compreendem desde<br />

boulders, blocos menores que podem<br />

ser escalados sem o auxílio de cordas<br />

ou ancoragens, a escaladas esportivas,<br />

em que se faz necessário o uso de ancoragens<br />

fixas e cordas. Novos setores<br />

estão em vias de serem descobertos<br />

através de técnicas de processamento e<br />

No Geoparque Cachoeiras do Amazonas a prática de escalada em rocha tem sido uma<br />

excelente ferramenta para descoberta e caracterização de novos afloramentos geológicos,<br />

além de estímulo ao turismo<br />

análise de imagens de satélite e radar, que vem apresentando resultados positivos ao ressaltarem regiões condizentes com os<br />

paredões rochosos que abrigam as vias de escalada na região.<br />

Apesar da prática de escalada em rocha ser recente no estado do Amazonas, já se pode notar efeitos positivos no turismo,<br />

como aumento do contingente de turistas semanais, fomentando a economia local, além da expansão de áreas visitadas, deixando<br />

de se restringir apenas a cachoeiras e passando a também serem visitados locais com paredões de rocha antes inexplorados.<br />

O conhecimento geológico de áreas sedimentares do Geoparque também se torna continuamente atualizado, graças a<br />

novas observações feitas pelos autores, que atualmente produzem trabalhos relativos à geologia e estratigrafia da região.<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

GEOPARQUE, ESCALADA EM ROCHA, GEOTURISMO<br />

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