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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
POSSÍVEL RELAÇÃO ENTRE ISÓTOPOS ESTÁVEIS<br />
E INTERAÇÃO ÁGUA-ROCHA EM AQUÍFEROS FRATURADOS<br />
NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO<br />
– MUNICÍPIO DE PETROLINA – PERNAMBUCO - BRASIL<br />
Autores: Silva, P.S. 1 ; Campos, J.E.G. 1 ; Cunha, L.S. 1 ; Mancini, L.H. 1<br />
1 Universidade de Brasília<br />
O município de Petrolina possui uma série de especificidades que o torna particular do ponto de vista hidrogeológico.<br />
A questão da escassez de recursos hídricos se dá, tanto do ponto de vista quantitativo, em função do clima, da geologia<br />
e dos solos; quanto qualitativa, em função da elevada salinidade das águas subterrâneas. O clima da região é classificado<br />
como semiárido, sendo que as chuvas são escassas e irregulares temporal e espacialmente e as temperaturas elevadas.<br />
Granitos, gnaisses e granulitos, além de metassedimentos e de idades desde arqueana a neoproterozóica formam o substrato<br />
geológico. As coberturas de solos e regolitos são pouco espessas e os sedimentos aluvionares podem acumular espessuras<br />
de 5 a 10 metros. Dessa forma, as zonas aquíferas da região ocorrem em fraturas pouco conectadas o que resulta<br />
em uma circulação limitada da água subterrânea. A recarga dos aquíferos é reduzida devido ao clima e aos tipos de solos.<br />
A salinidade das águas subterrâneas é elevada e se dá pela atuação conjunta de fatores como: clima, solo, elevada<br />
taxa de evaporação, relevo plano, pouca conectividade das fraturas, circulação restrita de água no aquífero e elevado tempo<br />
de contato água-rocha. Com o intuito de ampliar os conhecimentos sobre essa área com tantas peculiaridades foram<br />
realizadas análises de isótopos estáveis de O e H em amostras de poços tubulares de diferentes profundidades e condutividades<br />
elétricas variadas, além de amostras de água superficial e de chuva. As amostras foram plotadas em gráfico δD<br />
(‰) X δ18O (‰) juntamente com as curvas da água meteórica global e locais. As amostras de água subterrânea apresentaram<br />
resultado inesperado estando localizadas acima das curvas de água meteórica. A assinatura isotópica observada; ou<br />
representa águas de paleo chuvas, indicando que a recarga dos aquíferos ocorreu em tempos passados onde o clima e as<br />
características das precipitações eram diferentes; ou é resultante da interação água-rocha, como relatado poucas vezes na<br />
bibliografia em outros aquíferos.<br />
A comparação com as referidas curvas e com a assinatura coletada em água da chuva recente na região permite observar<br />
que as amostras possuem valores de δD e δ18O mais negativos indicando um enriquecimento em isótopos leves.<br />
O que indica que esse processo não é influenciado por processos superficiais, onde ocorre o enriquecimento em isótopos<br />
pesados devido ao processo de evaporação. Como as águas são antigas e o aquífero possui pouca circulação de água o<br />
tempo de contato água-rocha é prolongado. No processo de alteração da rocha, através da hidratação dos minerais (principalmente<br />
da transformação de feldspato potássico em caolinita), há assimilação preferencial dos isótopos pesados em<br />
detrimento dos leves que permanecem na água. É sabido na literatura que as rochas são comumente enriquecidas em isótopos<br />
pesados. A preferência das rochas pelos isótopos pesados pode ser observada também no processo de precipitação<br />
de carbonatos marinhos onde os mesmos preferem o 18O em detrimento do 16O resultando em δ18O positivos. Dessa<br />
forma, acredita-se que o sinal isotópico observado pode ser representativo do processo de hidratação dos minerais no<br />
processo de interação água-rocha.<br />
Hidrologia e GestÃo Territorial<br />
VIABILIDADE HIDRÁULICA DE SISTEMA PILOTO<br />
DE RECARGA ARTIFICAL EM AQUÍFERO FRATURADO<br />
DO SEMIÁRIDO NORDESTINO – REGIÃO DE PETROLINA-PE<br />
Autores: Silva, P.S. 1 ; Campos, J.E.G1; Cunha, L.S 1 ; Mancini, L.H. 1<br />
1 Universidade de Brasília<br />
O município de Petrolina possui uma série de especificidades que o torna particular do ponto de vista hidrogeológico.<br />
A questão da escassez de recursos hídricos se dá, tanto do ponto de vista quantitativo, em função do clima, da geologia<br />
e dos solos; quanto qualitativa, em função da elevada salinidade das águas subterrâneas. O clima da região é classificado<br />
como semiárido, sendo que as chuvas são escassas e irregulares temporal e espacialmente e as temperaturas elevadas.<br />
Granitos, gnaisses e granulitos, além de metassedimentos (de diferentes graus metamórficos) e de idades desde arqueana<br />
a neoproterozóica formam o substrato geológico do município. As coberturas de solos e regolitos são pouco espessas e os<br />
sedimentos aluvionares podem acumular espessuras de 5 a 10 metros. Dessa forma, as zonas aquíferas da região ocorrem<br />
em fraturas pouco conectadas o que resulta em uma circulação limitada da água subterrânea. A recarga dos aquíferos é<br />
reduzida devido ao clima e aos tipos de solos.<br />
A salinidade das águas subterrâneas é elevada e se dá pela atuação conjunta de fatores como: clima, solo, elevada<br />
taxa de evaporação, relevo plano, pouca conectividade das fraturas, circulação restrita de água no aquífero e elevado tempo<br />
de contato água-rocha. Com o intuito de melhorar a qualidade das águas subterrâneas do município, diminuindo sua<br />
elevada salinidade, foi criado um sistema piloto de recarga artificial. Com a diminuição da salinidade é possível aumentar<br />
suas possibilidades de uso. O sistema é composto resumidamente por um sistema de coleta de água da chuva em telhados<br />
de edificações (calhas e tubulações), uma trincheira de recarga preenchida por cascalho e um poço tubular para monitoramento<br />
da qualidade da água subterrânea. Foram construídos 3 exemplares do sistema piloto de recarga artificial no<br />
município de Petrolina-PE para verificação da viabilidade hidráulica e da aplicabilidade do mesmo.<br />
Os testes foram realizados pela indução da recarga artificial através do despejo de água nas trincheiras de recarga<br />
por caminhões pipa. O monitoramento foi realizado com análises de isótopos estáveis - ðD (‰) e ð18O (‰) – e de condutividade<br />
elétrica, pH e Eh em situ. Os testes mostraram que o sistema possui viabilidade hidráulica, sendo que seu sucesso<br />
depende da adequada construção do sistema piloto. Já a aplicabilidade e a efetividade do sistema piloto possuem maiores<br />
complicações devido a necessidade de grande quantidade de água na recarga artificial para que a água subterrânea salina<br />
possa ser utilizada de maneira ampla. Como as chuvas na região são restritas, estima-se que seja necessário um longo período<br />
de tempo para que a população usufrua dos benefícios do sistema piloto.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
RECARGA ARTIFICIAL, ISÓTOPOS ESTÁVEIS, SEMIÁRIDO<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
INTERAÇÃO ÁGUA-ROCHA, ISÓTOPOS ESTÁVEIS, AQUÍFERO FRATURADO<br />
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