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REVISTA SERVICO GEOLOGICO

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Geologia E Recursos Minerais<br />

NIVELAMENTO DE DADOS GEOQUÍMICOS<br />

ENTRE LEVANTAMENTOS DISTINTOS<br />

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO DA REGIÃO<br />

METROPLITANA DE GOIÂNIA - GO<br />

Geologia E Recursos Minerais<br />

Autores: Hattingh, K.; Eberhardt, D.B.; Pitarello, M.Z.; Frasca, A.A.S.; Duque, T.R.F.<br />

CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />

Autores: Gollmann, K 1 ; Araújo, E.T 1 ; Pereira, L.F 1 ; Cabral, C.T 2 ; Rodrigues, A.P 2 ; Rivetti, M 2<br />

1<br />

CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Secretaria de Desenvolvimento/FUNMINERAL – Fundo de Fomento à Mineração<br />

O levantamento das informações geoquímicas existentes na área de estudo em geral é o subsídio inicial para a seleção<br />

de alvos e tomada de decisão nos trabalhos de pesquisa mineral. O elevado custo das reamostragens e/ou reanálises químicas<br />

fundamenta a necessidade de utilizar os dados históricos e, por vezes, torna-se fonte única de estudo e obtenção de<br />

resultados. Os dados geoquímicos aos quais se recorrem são, em sua maioria, compilações regionais de campanhas realizadas<br />

em diferentes épocas, por diferentes organizações e utilizando procedimentos laboratoriais distintos. A fim de assegurar a<br />

qualidade dos dados e a apresentação fidedigna dos resultados que utilize fontes diferentes, é de fundamental importância<br />

realizar o agrupamento por similaridade de metodologia de análise, tipo de amostra (sedimento de corrente, solo, rocha) e<br />

similaridade litológica. Só então os dados devem ser tratados estatisticamente e nivelados.<br />

Os dados utilizados neste trabalho foram normalizados pelo método percentis (Daneshfar e Cameron, 1998). Utilizou-se para<br />

o estudo 60 análises de ICP-MS em amostras de sedimento de corrente em área pertencente à Folha Alvorada, próximos à cidade<br />

homônima. Das análises, 30 foram realizadas pelo laboratório Acme e 30 pela Geosol, com diferença de 5 anos entre os<br />

levantamentos. As amostras selecionadas foram aquelas coletadas no mesmo ponto em ambos os levantamentos (30 pares),<br />

e foram correlacionadas para obtenção do coeficiente de correlação R2 (medida de associação linear entre variáveis). A linha<br />

de regressão adequada aos pares de percentis, é a equação de linha de nivelamento.<br />

Ao calcular essa linha de nivelamento, atribuiu-se mais peso aos percentis centrais, próximos à mediana, segundo padrão<br />

apresentado por Daneshfar e Cameron (1998). Dentre os elementos analisados (Co, Ni, V, Cu, Pb, Zn, Au, Mo, W, Sn, Cs, Ga, Rb,<br />

Ba, Sr, Y, Zr, Hf, Nb, Ta, Th, U, La, Ce, Yb e Lu), os que apresentaram correlação forte (0,7-1), qualificado de acordo com a proposta<br />

de Dancey e Reidy (2005), foram Co, V, Cu, Pb, Zn, Mo, Cs, Rb, Ba, Hf, Ta, Th, La, Ce e Lu e correlação moderada (0,4-0,6) foram<br />

Ni, Ga, Sr, Y, Zr e U. Conclui-se, portanto, que este método mostrou-se eficiente para estes elementos e podem ser trabalhados<br />

em conjunto para os distintos levantamentos, facilitando o trabalho em escala regional por meio da identificação de regiões<br />

anômalas e paralelismo dos fatores de correlação com a geologia.<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

NIVELAMENTO, PERCENTIS, FOLHA ALVORADA<br />

A Região Metropolitana de Goiânia (RMG) composta por 20 municípios, totaliza uma área de 7.315,152 km², possui<br />

população de 2.068.767 habitantes, com densidade demográfica de 233,28 hab/km2. Realizou-se avaliação das diversas ocorrências<br />

e depósitos de matérias primas minerais da RMG, tendo como alvo os insumos da construção civil, parte dos objetivos<br />

propostos pelo Programa de Aceleração do Crescimento–PAC, para o setor mineral.<br />

A região estudada contempla 27.000 Km2, pois as áreas produtoras encontram-se fora dos limites da RMG. A metodologia<br />

constou de pesquisa bibliográfica, realização de ensaios tecnológicos e análises minerais, tabulação de dados e inserção em<br />

base geológica atualizada. Tendo em vista a área de abrangência da RMG e suas características geológicas, realizou-se o trabalho<br />

através da amostragem nos empreendimentos representativos para cada unidade geológica. Cadastrou-se 341 empreendimentos<br />

minerários: 150 unidades de extração de areia; 109 pontos com olarias/lavras de argila; 30 extrações para brita;<br />

10 minas de calcário e 42 de cascalho. Cada empreendimento visitado teve registrado aspectos como: localização e acesso;<br />

tipologia de depósitos; caracterização física; reservas e fontes alternativas de suprimento. As ocorrências observadas relacionam-se<br />

principalmente aos granulitos ortoderivados do Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu, metacalcários da Sequência<br />

Metavulcanossedimentar Anicuns-Itaberaí, granitos tipo Aragoiânia e Rio Piracanjuba, quartzitos do Grupo Araxá, Coberturas<br />

Detrito-Lateríticas Ferruginosas e Depósitos Aluvionares.<br />

A dificuldade em obter informações sobre reservas advém do trabalho informal e do regime de licenciamento, que não exige<br />

cubagem desses recursos. Idealmente, esses insumos são produzidos próximo dos centros consumidores, para viabilização<br />

econômica das jazidas. O custo do transporte por via terrestre é o principal responsável pelo encarecimento do preço final do<br />

produto. Em oposição, a proximidade dos centros urbanos gera conflitos entre a mineração e o espaço urbano, impedindo o<br />

usufruto do bem mineral devido à estruturação urbana instalada. O crescimento desordenado dos grandes centros, aliado às<br />

restrições ambientais, inviabiliza o desenvolvimento da atividade mineral, seja pela ação política dos habitantes, ou pelo encarecimento<br />

das propriedades. No setor de insumos, poucas empresas dedicam-se a abrandar impactos ambientais oriundos<br />

das atividades de extração. Muitas vezes, os danos à natureza são explícitos e sem qualquer mitigação. O abandono precoce<br />

das minas é frequente; assim como é notável a poluição do solo pelo acúmulo de lixo e a exaustão de jazidas pela falta de<br />

planejamento. Experimenta-se, portanto o contraditório: o crescimento urbano provoca o aumento no consumo de rochas e<br />

minerais industriais, que desempenham importante papel na balança comercial dos municípios produtores, no entanto, esse<br />

mesmo crescimento urbano distancia e encarece a extração mineral.<br />

Políticas estaduais e municipais são necessárias para estabelecer leis de zoneamento e um sistema de fiscalização. A produção<br />

de conhecimento geológico e o desenvolvimento de tecnologias limpas para caracterização, extração e beneficiamento mineral<br />

são fundamentais para identificar jazidas e minimizar impactos causados pela atividade. De posse dessas informações a<br />

sociedade e o poder público podem organizar e refinar o conhecimento sobre os recursos naturais e planejar o processo de<br />

urbanização. A exploração com base sustentável, qualificação profissional e investimento em tecnologias é o melhor caminho<br />

para o desenvolvimento.<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

INSUMOS MINERAIS, REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA, CONSTRUÇÃO CIVIL<br />

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