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Revista Dr Plinio 56

Novembro de 2002

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DR. PLINIO COMENTA...<br />

que me parece superiormente adequado e insubstituível.<br />

Recordo-me de quando eu era ainda aluno no Colégio<br />

São Luís, no início da década de 20, e percebi que começavam<br />

a difundir um tipo novo de terço, “mais discreto”,<br />

como pretendiam seus idealizadores. Tratava-se de um<br />

objeto parecido com certas máquinas calculadoras de então,<br />

com duas fileiras de contas superpostas, umas maiores<br />

em que se rezavam as Ave-Maria e Padre-Nosso, e<br />

outras menores que marcavam os Mistérios meditados.<br />

Era um objeto pequeno, para tomar o mínimo de espaço<br />

no bolso e se fazer ver o menos possível pelos outros.<br />

Tinha tudo a seu favor: prático, barato, portátil e “escondível”<br />

(o que representava uma grande vantagem<br />

para os católicos com respeito humano). Não vingou...<br />

Nada podia substituir o velho Rosário, o maravilhoso<br />

Rosário de sempre, nas suas mais variadas modalidades!<br />

Rosários pequenos, rosários graciosos, elegantes, delicados,<br />

para crianças de trato. Rosários modestos, rosários<br />

de operários, de trabalhadores manuais, pesadões e<br />

rústicos como é tantas vezes o trabalho manual, mas rosários<br />

fortes, dedilhados por mãos fortes que vão por cima<br />

daquelas contas. Rosário sério, rosário varonil, de<br />

guerreiro. Rosários de princesas, de rainhas, lavorados<br />

como verdadeiras jóias, assim como os rosários preciosos<br />

que pendem das mãos das imagens de Nossa Senhora.<br />

Quantas formas de Rosário! Algumas falam de graça,<br />

de charme, fazem-nos ver algo da suavidade e da bondade<br />

régias de Maria. Outras nos fazem vê-La como protetora<br />

das crianças; outras, enquanto auxiliadora do homem<br />

pobre e trabalhador como foi o principesco esposo<br />

d’Ela, São José, descendente de David e carpinteiro.<br />

Outras, ainda, nos falam da piedade do varão guerreiro,<br />

do batalhador pelos ideais católicos, como foi o próprio<br />

São Domingos, enfrentando e vencendo com o Rosário a<br />

heresia albigense.<br />

Aliás, esse atributo do Rosário como verdadeira arma<br />

do católico toda a vida me atraiu de maneira muito particular,<br />

razão pela qual sempre me pareceu que<br />

o terço ao lado de uma espada formava um<br />

conjunto de extrema beleza.<br />

Estando uma vez em Buenos Aires, fui<br />

convidado à casa de um senhor que possuía<br />

uma das mais lindas coleções particulares de<br />

armas que tenho visto. Dispostas primorosamente<br />

em vitrines e estantes, eram de todos<br />

os tipos, sobretudo diversas formas de espadas<br />

e gládios. Ao contemplá-las me ocorreu<br />

este pensamento: “Se eu tivesse liberdade<br />

com este homem, recomendar-lhe-ia<br />

que constituísse uma coleção de rosários tão<br />

rica quanto esta de espadas. E que a cada dia,<br />

no centro desta sala, sobre uma bonita mesa<br />

coberta de um forro prestigioso, ele renovasse<br />

a espada e o rosário em honra de uma imagem<br />

de Nossa Senhora que presidiria a coleção<br />

inteira”. Creio que o seu museu par-<br />

Mais de uma vez, a própria<br />

Mãe de Deus se manifestou<br />

aos homens tendo em suas mãos<br />

o santo Rosário, confirmando,<br />

assim, a excelência<br />

e os benefícios dessa devoção<br />

(Imagem Peregrina de<br />

Nossa Senhora de Fátima)<br />

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