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Revista Dr Plinio 56

Novembro de 2002

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Rei da sociedade<br />

Editorial<br />

os céus a glória de Deus, e o fir-<br />

“Narram<br />

mamento anuncia a obra de suas mãos”<br />

(Sl 18), canta o salmista, afirmando<br />

que, por sua simples existência, as criaturas do Universo<br />

glorificam o Criador. Mais do que todas, o<br />

homem, porque feito à “imagem e semelhança” de<br />

Deus (Gn 1,26). Ora, o conjunto é melhor que as<br />

partes, portanto, a sociedade humana dá mais glória<br />

ao Senhor que os indivíduos.<br />

Essa ponderação, para <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong>, não se restringe<br />

ao campo da Teologia, mas é o fundamento sobre<br />

o qual ele construiu sua Sociologia, uma das áreas de<br />

conhecimento mais consideradas em seus estudos.<br />

Assim, após quase 70 anos de conferências, palestras,<br />

livros e artigos, deixou-nos numerosas reflexões<br />

e análises sobre doutrina social, expressas sempre<br />

com precisão e limpidez de raciocínio, naquela<br />

linguagem perpassada de metáforas tão característica<br />

dele.<br />

A esse monumental acervo pode-se aplicar com<br />

propriedade o juízo emitido pelo famoso canonista<br />

Padre Anastasio Gutierrez, CMF, acerca de “Revolução<br />

e Contra- Revolução”: “Abundam pensamentos<br />

e observações perspicazes de caráter sociológico, político,<br />

psicológico, evolutivo... dignos, não poucos, de uma<br />

antologia”.<br />

Vale lembrar que, além dessa obra, também “Nobreza<br />

e elites tradicionais análogas nos ensinamentos de Pio<br />

XII” tem cunho sociológico. Ambos os livros foram<br />

considerados por <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> como os dois principais<br />

marcos de sua produção escrita, o que demonstra a<br />

importância dos temas sociais em seu pensamento.<br />

Sempre fiel às doutrinas pontifícias, não se limitou<br />

ele a ser um repetidor dos melhores pensadores<br />

católicos na matéria, mas enriqueceu-a com explicitações<br />

e desdobramentos luminosos, “produtos autênticos<br />

da sapientia christiana”, como afirmava também<br />

o Padre Gutiérrez.<br />

*<br />

O que terá levado os homens a se organizarem<br />

em sociedade? Terão sido forçados a aceitar esse “mal<br />

menor”, como dizia Hobbes, uma vez que “homo homini<br />

lupus”? Serão os homens bons por natureza, mas<br />

a sociedade os corrompe, segundo defendia Rousseau?<br />

Ou devem eles viver em sociedade por disposição<br />

do próprio Deus? Se não tivesse ocorrido o pecado<br />

original, deveriam constituir uma sociedade organizada<br />

no Paraíso terrestre?<br />

São estas algumas das instigantes questões levantadas<br />

pelo estudo da Sociologia, conduzindo a outras<br />

ainda mais atraentes e profundas, como, por exemplo:<br />

tem a sociedade — seja o Estado, sejam os corpos<br />

sociais menores — uma missão a cumprir, relacionada<br />

com a salvação dos homens? Tem ela uma função<br />

apostólica?<br />

Não é nossa intenção apresentar desde logo as<br />

respostas. Faremos melhor: vamos oferecê-las pouco<br />

a pouco a nossos leitores a partir do presente número,<br />

no qual inauguramos a seção “A sociedade, na<br />

análise de <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong>”.<br />

Por uma feliz coincidência, tem ela início no mês<br />

de novembro, quando a Liturgia comemora a festa<br />

de Cristo Rei. Assim, só nos resta lembrar com <strong>Dr</strong>.<br />

<strong>Plinio</strong> esta verdade: a sociedade só conseguirá vencer<br />

seus graves problemas no dia em que, dobrando<br />

os joelhos, submeta-se às leis suavíssimas da justiça<br />

e da caridade, sob o cetro misericordioso de Nosso<br />

Senhor Jesus Cristo.<br />

DECLARAÇÃO: Conformando-nos com os decretos do Sumo Pontífice Urbano VIII, de 13 de março de 1625<br />

e de 5 de junho de 1631, declaramos não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego de palavras<br />

ou na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta revista.Em nossa intenção, os títulos elogiosos não<br />

têm outro sentido senão o ordinário, e em tudo nos submetemos, com filial amor, às decisões da Santa Igreja.<br />

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