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DEBATES<br />
Desafios para setor é<br />
tema do Ethanol Summit<br />
Maior previsibilidade nos investimentos, política de longo prazo e valorização<br />
do etanol marcam tom de pronunciamentos DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Com o objetivo de discutir<br />
os desafios para o setor de<br />
biocombustíveis em um cenário<br />
sensível para o crescimento<br />
econômico, mais de<br />
mil pessoas entre lideranças,<br />
políticos, empresários e especialistas<br />
participaram da<br />
quinta edição do Ethanol<br />
Summit, dias 6 e 7 de julho,<br />
no Golden Hall do World<br />
Trade Center, em São Paulo.<br />
Maior previsibilidade nos investimentos,<br />
política de longo<br />
prazo e reconhecimento<br />
da importância do etanol na<br />
matriz energética do Brasil -<br />
esse foi o tom dos pronunciamentos.<br />
Segundo o presidente da<br />
Alcopar, presente ao evento,<br />
o setor ainda necessita de<br />
medidas mais efetivas que<br />
realmente o alavanque. Com<br />
a busca por energia limpa<br />
pelas maiores potências econômicas<br />
mundiais, decidida<br />
pelo G7; o crescimento da<br />
frota de veículos no Brasil e<br />
as perspectivas de consumo<br />
de combustíveis; além da<br />
participação do País na Conferência<br />
Mundial da ONU<br />
sobre o Clima (COP21), que<br />
será realizada em Paris no<br />
final de novembro e início de<br />
dezembro, onde o etanol pode<br />
ser a grande alternativa;<br />
Miguel espera que isso impulsione<br />
o consumo de etanol<br />
e a sua valorização.<br />
Na abertura do evento, Elizabeth<br />
Farina, presidente da<br />
União da Indústria de Cana<br />
de Açúcar (Unica), afirmou<br />
que as políticas públicas devem<br />
deixar claro o efeito dos<br />
combustíveis fósseis e destacar<br />
as alternativas limpas,<br />
mostrando a importância dos<br />
biocombustíveis em relação à<br />
mudança climática. Ela ressaltou<br />
que os sinais da política<br />
internacional em relação<br />
aos renováveis têm sido contraditórios.<br />
"É preciso maior<br />
cooperação entre os países<br />
produtores e consumidores<br />
para estabelecer o etanol como<br />
commodity internacional",<br />
além da necessidade de<br />
se investir na competitividade<br />
do setor no Brasil,<br />
diante do atual cenário macroeconômico.<br />
Para Luis Roberto Pogetti,<br />
presidente do Conselho Deliberativo<br />
da Unica, a exploração<br />
do potencial do etanol<br />
depende de uma visão de<br />
longo prazo, destacando que<br />
mesmo em um cenário de<br />
crise, a oferta de etanol cresceu<br />
20% nos últimos três<br />
anos. "Essa quantia já é suficiente<br />
para contribuir com<br />
pelo menos 5 bilhões de litros<br />
de gasolina que deixaram de<br />
ser importados e a mitigação<br />
de uma quantia equivalente a<br />
10 milhões de toneladas de<br />
carbono", disse, ressaltando<br />
que a visão de longo prazo<br />
que permita ao investidor<br />
avaliar o risco e o retorno dos<br />
investimentos e a inovação<br />
levarão o setor para outro patamar<br />
“e o veremos saudável<br />
e em expansão em breve".<br />
Só intenções<br />
Na plenária com governadores<br />
dos principais estados<br />
produtores de cana no Centro<br />
Sul, Geraldo Alckmin<br />
(São Paulo), Beto Richa<br />
(<strong>Paraná</strong>) e Marconi Perillo<br />
(Goiás), o foco foram as<br />
medidas e iniciativas adotadas<br />
para a melhoria da produtividade<br />
local.<br />
Governadores presentes ao evento<br />
Foto Gilberto Marques<br />
A expectativa dos participantes<br />
do Ethanol Summit<br />
era de que o encontro entre<br />
os governadores resultasse<br />
em algum acordo oficial de<br />
apoio à cadeia produtiva da<br />
cana, mas o que prevaleceu<br />
foi a política das boas intenções,<br />
não descartando a<br />
possibilidade de discutir<br />
novas formas de apoio aos<br />
produtores de açúcar e etanol.<br />
Após apresentarem as<br />
alíquotas de Imposto sobre<br />
Circulação de Mercadorias<br />
e Serviços (ICMS) praticadas<br />
em seus estados, os três<br />
disseram que possuem poder<br />
limitado na elaboração<br />
de medidas de amparo ao<br />
setor e que o maior entrave<br />
é a falta de uma política<br />
pública elaborada por Brasília.<br />
O governador paranaense<br />
anunciou medidas, através<br />
do Programa de Reativação<br />
da Expansão do Setor<br />
Sucroalcooleiro, para estimular<br />
o aumento do plantio<br />
e da produtividade dos<br />
canaviais com incentivos<br />
fiscais e melhoria da infraestrutura<br />
e logística das<br />
estradas, além de ampliar a<br />
participação dos produtores<br />
de açúcar e álcool na<br />
estrutura portuária, visando<br />
recuperar e fortalecer o<br />
setor no <strong>Paraná</strong>. A previsão<br />
é de investimentos privados<br />
de R$ 4,5 bilhões,<br />
em três anos.<br />
Com o apoio da Copel, o<br />
setor deverá também aumentar<br />
a participação da<br />
energia elétrica a partir da<br />
biomassa do bagaço da cana<br />
na matriz energética do<br />
Estado. Recentemente, foram<br />
apresentados ao Banco<br />
Nacional de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social<br />
(BNDES) projetos de geração<br />
de energia da Copel,<br />
Sanepar e do setor sucroenergético<br />
que precisam de<br />
financiamentos.<br />
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<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>