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OPINIÃO<br />
Salvar o setor ou quebrar o Brasil<br />
Ao invés de continuarmos discutindo como sair da crise, devemos nos apressar,<br />
pois o veneno já está fazendo seu efeito e pode ser tarde demais POR ANTONIO CESAR SALIBE (*)<br />
Já me utilizei destas páginas por inúmeras<br />
vezes a fim de alertar para a falta de estratégia<br />
brasileira quando o assunto é a segurança<br />
energética no curto, médio e longo prazos.<br />
Ter ou não ter uma estratégia que garantam o<br />
abastecimento de combustíveis para o Ciclo Otto<br />
pode se tornar, em breve, na salvação ou na derrocada<br />
de uma nação. Vamos aos fatos.<br />
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME),<br />
o Brasil vai demandar em 2023 de 82 bilhões de litros<br />
de combustíveis líquidos, considerando, que<br />
a oferta projetada para o atendimento desta demanda<br />
seria de 29 bilhões de litros de gasolina A,<br />
20 bilhões de litros de etanol anidro e 7 bilhões de<br />
litros de etanol hidratado, temos um déficit de oferta<br />
de 26 bilhões de litros de gasolina equivalente para<br />
2023.<br />
A pergunta é: quem ocupará esta demanda projetada?<br />
Gasolina nacional? Gasolina importada? Etanol<br />
anidro e hidratado nacional ou importado?<br />
Tentarei argumentar sobre estas possibilidades.<br />
Considerando a ideia de que os 26 bilhões de litros<br />
sejam supridos por gasolina produzida no Brasil, nem<br />
o governo, nem a Petrobras, acreditam nisso, prova<br />
é que o governo projeta incremento zero na produção<br />
nacional de gasolina, uma vez que não projetou e<br />
nem tem projetada, nenhuma refinaria de petróleo<br />
para o País. Então descartamos a primeira hipótese.<br />
O segundo quesito (gasolina importada), acho pouco<br />
provável, isso porque, hoje, com a importação prevista<br />
de 4 bilhões de litros, já temos um problema logístico<br />
grave, imagine termos que multiplicar por mais<br />
de seis vezes esse total de combustíveis importados.<br />
Não teríamos portos e nem tampouco um sistema de<br />
dutos, ferrovias ou rodovias necessários para fazer<br />
chegar aos centros de distribuição de todo o território<br />
nacional esse combustível.<br />
Vamos nos ater então à terceira opção, qual seja,<br />
abastecermos a janela de 26 bilhões de litros de combustíveis<br />
líquidos com etanol, anidro ou hidratado, nacional<br />
ou importado. Importado? Esbarraríamos no<br />
mesmo problema da gasolina, a falta de infraestrutura,<br />
então descartemos. Nacional? Hoje, no atual<br />
modelo que temos, com as usinas altamente endividadas,<br />
também considero pouco provável.<br />
Assim, podemos chegar a uma conclusão extremamente<br />
preocupante: com o que abasteceremos nossos<br />
motores daqui a nove anos?<br />
Levando em consideração ainda os dados do ministro<br />
Eduardo Braga, de Minas e Energia, se essa demanda<br />
por combustíveis líquidos se concretizar, de<br />
hoje (<strong>2015</strong>) até 2023, vamos precisar de nada menos<br />
que 131 bilhões de litros de gasolina equivalente cuja<br />
origem ainda não temos como precisar.<br />
Vamos à matemática: 131 bilhões de litros de gasolina<br />
equivalente, multiplicados pelo preço da gasolina<br />
importada na refinaria em reais por litro no dia 2 de<br />
junho passado, com o dólar cotado a R$ 3,174, temos<br />
que o Brasil precisaria desembolsar, neste período,<br />
nada menos que R$ 230 bilhões.<br />
Agora pergunto, qual seria o impacto desses 230 bilhões<br />
de reais na balança comercial brasileira, ao<br />
longo desses anos, num momento em que já estamos<br />
fragilizados economicamente?<br />
Brasil vai demandar em<br />
2023 de 82 bilhões de litros<br />
de combustíveis líquidos.<br />
A pergunta é: quem ocupará<br />
esta demanda projetada?<br />
Se considerarmos os números que apontam para<br />
um endividamento do setor sucroenergético da<br />
ordem de R$ 70 bilhões, qual seria a saída mais<br />
estratégica para o Brasil? Mandar para os árabes<br />
R$ 230 bi de um dinheiro que não temos e que<br />
vai quebrar nosso país e ainda não conseguir<br />
fazer chegar esse combustível a todos os rincões<br />
deste país de contornos continentais, ou salvar, de<br />
alguma forma, o setor que gera milhões de empregos<br />
diretos e indiretos e ainda beneficiar a balança<br />
comercial do País?<br />
As medidas a serem adotadas devem ser urgentes.<br />
Refinanciamento de dívidas, retorno total da<br />
CIDE. Enfim, uma definição muito clara do papel do<br />
etanol, orgulho nacional, na matriz energética brasileira,<br />
do contrário, temo que em poucos anos, nossos<br />
carros fiquem sucateados, mesmo novos, por falta do<br />
que colocar em seus tanques de combustíveis líquido.<br />
Em economia a máxima: "quem não tem competência,<br />
não se estabelece", não pode ser ignorada ou<br />
mesmo menosprezada por questões partidárias ou<br />
por falta de visão.<br />
A parábola da flecha envenenada pode ilustrar bem<br />
o que estamos vivendo hoje. Diz a parábola, para supormos<br />
que um homem tenha sido ferido por uma flecha<br />
envenenada. Seus parentes preocupados<br />
encontram um hábil cirurgião que poderia remover a<br />
flecha, mas o homem ferido se recusa a deixar o médico<br />
operá-lo até que tenha recebido respostas satisfatórias<br />
a uma longa lista de perguntas.<br />
"A flecha não será tirada", o homem ferido declara,<br />
"até que eu saiba a que casta pertence o homem que<br />
me feriu, sua altura, a vila de onde ele vem, a madeira<br />
a partir do qual a flecha foi produzida, e assim por<br />
diante." Claramente, tal tolo morreria muito antes que<br />
suas perguntas pudessem ser respondidas.<br />
Assim, ao invés de continuarmos discutindo como<br />
sair da crise, devemos nos apressar, pois o veneno<br />
já está fazendo seu efeito...e pode ser tarde demais.<br />
(*) Antonio Cesar Salibe é presidente-executivo<br />
da União dos Produtores de Bioenergia (UDOP) e<br />
coordenador do Escritório Regional da Universidade<br />
Federal de São Carlos (UFSCar)<br />
2 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>
SAFRA<br />
Chuva atrapalha colheita<br />
Com somente 263 mil toneladas esmagadas, a primeira quinzena de julho foi a pior<br />
dos últimos anos em termos de aproveitamento de tempo no PR MARLY AIRES<br />
A primeira quinzena de<br />
julho deste ano foi uma das<br />
piores dos últimos anos no<br />
<strong>Paraná</strong> em termos de aproveitamento<br />
de tempo. As<br />
chuvas intensas e generalizadas<br />
durante praticamente todo<br />
o período no Estado impossibilitaram<br />
a entrada das<br />
máquinas nas lavouras, paralisando<br />
a indústria durante a<br />
maior parte do tempo. “Teve<br />
usina que não rodou sequer<br />
um dia”, afirmou o presidente<br />
da Alcopar, Miguel<br />
Tranin. As chuvas também<br />
afetaram de forma severa a<br />
região canavieira do Mato<br />
Grosso do Sul e do estremo<br />
Oeste de São Paulo.<br />
Para se ter uma ideia, as usinas<br />
paranaenses moem uma<br />
média de 3 milhões de toneladas<br />
de cana por quinzena<br />
no período, o que equivaleria<br />
a 200 mil toneladas por dia.<br />
De 1 a 16 de julho, as unidades<br />
paranaenses moeram, ao<br />
todo, 263 mil toneladas, o<br />
que equivale a menos do que<br />
um dia e meio de processamento<br />
ou 92,1% a menos<br />
que na quinzena anterior.<br />
Com a chuva, as indústrias<br />
sucroenergéticas paranaenses<br />
deixaram de produzir 110<br />
milhões de litros de etanol e<br />
200 mil toneladas de açúcar.<br />
“Mais de R$ 300 milhões deixaram<br />
de ser gerados num período<br />
em que o que as usinas<br />
mais precisam é fazer caixa<br />
para saldar seus compromissos<br />
e cobrir os custos fixos, isso<br />
sem considerar o pesado endividamento<br />
registrado pelo<br />
setor”, calcula Tranin.<br />
No contraponto, a moagem<br />
ocorrida na quinzena anterior,<br />
de 16 a 30 de junho,<br />
3,336 milhões de toneladas<br />
As usinas paranaenses já<br />
trabalham com a possibilidade<br />
de sobrar cana bisada,<br />
principalmente se for confirmada<br />
a expectativa de El<br />
Niño, fenômeno climático<br />
caracterizado por aquecimento<br />
da superfície das<br />
águas do Oceano Pacífico e<br />
que traz, entre outras consequências,<br />
chuvas intensas no<br />
Sul do Brasil. Isso fará com<br />
que a safra 2016/17 comece<br />
mais cedo também.<br />
Segundo o escritório de<br />
meteorologia da Austrália,<br />
de cana foi a maior da safra.<br />
Como o Estado normalmente<br />
se antecipa no início<br />
da safra e vinha num ritmo<br />
acelerado, até a segunda<br />
quinzena de junho, o volume<br />
de cana esmagado nesta safra<br />
era 16% superior quando<br />
comparado ao mesmo período<br />
do ano passado.<br />
O presidente da Alcopar<br />
destaca que o péssimo desempenho<br />
na primeira quinzena<br />
de julho, entretanto, eliminou<br />
qualquer ganho de velocidade<br />
da safra, sendo registrado um<br />
dos menores volumes já esmagados<br />
numa quinzena nos<br />
últimos anos. Com isso, com<br />
16,290 milhões de toneladas<br />
esmagadas até agora, a safra<br />
está 1,5% atrasada em relação<br />
ao mesmo período de 2014,<br />
quando já tinham sido esmagados<br />
16,534 milhões de toneladas.<br />
Devido ao bom rendimento<br />
industrial, o volume de açúcar<br />
produzido ainda continua<br />
1,1% superior em relação ao<br />
El Niño mais forte e até 2016<br />
todos os modelos climáticos<br />
internacionais observados<br />
por eles apontam que o fenômeno<br />
está ganhando intensidade<br />
e deverá se prolongar<br />
até o ano que vem. A<br />
temperatura da superfície<br />
do oceano em todas as áreas<br />
monitoradas tem estado<br />
mais 1º Celsius acima da<br />
média por mais de 10 semanas<br />
consecutivas, o que é<br />
duas semanas a mais do que<br />
o recorde anterior, de 1997.<br />
Para a meteorologista sênior<br />
do instituto norteamericano<br />
AccuWeather,<br />
Kristina Pydynowski, esse<br />
pode ser o El Niño mais<br />
forte dos últimos 50 anos.<br />
De acordo com o NOAA -<br />
departamento oficial de<br />
clima do governo dos EUA<br />
- há 80% da chance desse<br />
cenário se confirmar. O El<br />
Niño mais forte desde o início<br />
do século 20 aconteceu<br />
entre os anos de 1997 e<br />
1998.<br />
mesmo período anterior, com<br />
1,040 milhão de toneladas<br />
nesta safra contra 1,028 milhão<br />
na anterior. O mesmo<br />
ocorre em relação ao etanol<br />
total, 607,3 milhões de litros<br />
em <strong>2015</strong>/16 contra 584,4<br />
milhões em 2014/15 - 3,9% a<br />
mais. Com forte produção<br />
este ano, devido ao aumento<br />
do percentual de mistura a gasolina<br />
para 27%, o volume de<br />
etanol anidro está 10,7% superior,<br />
210,1 milhões contra<br />
189,7 no mesmo período do<br />
ano anterior.<br />
Na avaliação da meteorologista<br />
Estael Sias, do Metsul,<br />
o quadro para os próximos<br />
meses é preocupante<br />
para a agricultura brasileira,<br />
principalmente durante o<br />
inverno nos estados de Santa<br />
Catarina, <strong>Paraná</strong> e Rio<br />
Grande do Sul. O excesso<br />
de chuvas exige atenção.<br />
Entre agosto e setembro -<br />
com a chegada da primavera,<br />
os temporais devem<br />
se intensificar. A umidade<br />
deverá ficar acima da<br />
média nos três estados do<br />
Sul, e um cenário semelhante<br />
poderá ser sentido<br />
ainda no Sul de Mato Grosso<br />
do Sul.<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
3
DISTINÇÃO<br />
Santa Terezinha recebe<br />
Prêmio Visão Agro<br />
Empresa se destacou com relação às informações sociais, participação junto à mídia,<br />
citações em meio ambiente, trabalhos sociais e participações comunitárias DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
A Usina Santa Terezinha<br />
recebeu no último dia 16 de<br />
junho, em Piracicaba (SP), o<br />
Prêmio VisãoAgro, sendo<br />
eleita como a melhor da região<br />
Sul na categoria "As 5<br />
Mais". A empresa se destacou<br />
principalmente nos requisitos<br />
relativos às informações<br />
sociais, participação<br />
junto à mídia, citações em<br />
meio ambiente, trabalhos<br />
sociais e participações comunitárias.<br />
O gerente de Suporte Técnico<br />
à Indústria da Santa<br />
Terezinha, Waldemir Pizaia,<br />
representou a diretoria da<br />
usina no evento e recebeu o<br />
prêmio em nome de toda<br />
equipe.<br />
Criado em 2007, o Visão<br />
Agro, que chega a sua 7ª<br />
edição, tem como objetivo<br />
homenagear todos aqueles<br />
que se destacaram durante o<br />
ano em áreas de transformação<br />
e produção no setor sucroenergético.<br />
Waldemir Pizaia, gerente de Suporte Técnico à Indústria, representou a diretoria da usina no evento<br />
O evento reuniu centenas<br />
de líderes, empresários e autoridades,<br />
em um jantar de<br />
gala no salão de eventos do<br />
Hotel Beira Rio e contou<br />
com a presença de diretores<br />
presidentes e representantes<br />
das maiores empresas, entidades<br />
e usinas do setor sucroenergético,<br />
sendo uma<br />
oportunidade de rever e estreitar<br />
relacionamentos.<br />
As empresas foram eleitas,<br />
através de pesquisa realizada<br />
pela AR Empreendimentos<br />
– Marketing e Eventos e supervisionada<br />
pelo GEGIS -<br />
Grupo de Estudos do Setor<br />
Sucroenergético - e pela Revista<br />
Visão da Agroindústria.<br />
No total foram entregues<br />
mais de 80 homenagens,<br />
dentre elas 14 direcionadas<br />
a "personalidades em destaque"<br />
e 42 laureações direcionadas<br />
a empresas e 16 a<br />
usinas e destilarias de açúcar<br />
e etanol que vêm andando<br />
na contra mão da crise e superando<br />
as expectativas em<br />
seus seguimentos.<br />
No dia 17 de novembro<br />
próximo acontecerá o 13º<br />
Prêmio VisãoAgro - Brasil<br />
na cidade de Ribeirão Preto<br />
(SP), que promete homenagear<br />
os melhores do setor a<br />
nível nacional.<br />
Com 10 unidades no <strong>Paraná</strong><br />
– Iguatemi/Maringá,<br />
Ivaté, Paranacity, Tapejara,<br />
Terra Rica, Cidade Gaúcha,<br />
São Tomé, Rondon, Goioerê<br />
e Umuarama, a Usina Santa<br />
Terezinha responde por 40%<br />
da produção do Estado. Há<br />
ainda uma unidade em construção<br />
no Mato Grosso do<br />
Sul, em Eldorado. Ao todo<br />
são esmagados mais de 16,1<br />
milhões de toneladas de<br />
cana de açúcar e produzidos<br />
1,56 milhão de toneladas de<br />
açúcar do tipo VHP, 391,7<br />
milhões de litros de etanol,<br />
além da cogeração de energia<br />
elétrica.<br />
4<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>
Arrecadação recorde na<br />
Campanha do Agasalho<br />
Foram 14.403 itens que beneficiaram 12 instituições e projetos sociais voltados para crianças, idosos,<br />
gestantes, indígenas, de reabilitação do uso de drogas, esporte e famílias DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
SOLIDARIEDADE<br />
Como faz todos os anos,<br />
dentro de seu projeto de<br />
ação social, a Usina Santa<br />
Terezinha realizou mais uma<br />
edição da Campanha do<br />
Agasalho, que novamente<br />
bateu recorde de arrecadação.<br />
Ao todo foram contabilizados<br />
14.403 itens doados,<br />
sendo 754 cobertores,<br />
mais do que dobrando a<br />
meta inicial, que era coletar<br />
e distribuir sete mil peças.<br />
Com o tema ‘A solidariedade<br />
aquece. Espalhe calor’,<br />
a ação envolveu as dez unidades<br />
produtivas da usina no<br />
<strong>Paraná</strong> e uma no Mato<br />
Grosso do Sul, além do corporativo<br />
e terminal logístico<br />
em Maringá.<br />
No corporativo, pelo segundo<br />
ano consecutivo, a<br />
iniciativa foi fomentada por<br />
meio de uma Gincana Solidária,<br />
organizada pelos<br />
Agentes de Mudança - time<br />
de colaboradores que promovem<br />
e incentivam ações<br />
socioambientais na empresa<br />
- e arrecadou 5.011 peças de<br />
roupa.<br />
Ao todo, foram envolvidos<br />
12 municípios paranaenses e<br />
um sul-mato-grossense na<br />
campanha, beneficiando 12<br />
instituições e projetos sociais<br />
voltados para crianças, idosos,<br />
gestantes, população indígena,<br />
de reabilitação do<br />
uso de drogas, esporte e famílias.<br />
As roupas ainda foram<br />
direcionadas aos Centros<br />
de Referência da<br />
Assistência Social de sete<br />
municípios.<br />
A Campanha do Agasalho<br />
da Usina Santa Terezinha é<br />
realizada com o objetivo de<br />
mobilizar colaboradores, familiares<br />
e comunidade, promovendo<br />
a cultura do voluntariado<br />
dentro da empresa.<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
5
FEIRA<br />
Transporte e Logística são<br />
destaques na Fenasucro<br />
Cada vez mais importante<br />
para a cadeia produtiva<br />
do setor sucroenergético,<br />
o segmento de<br />
Transporte e Logística representa<br />
aproximadamente<br />
30% do custo total da produção,<br />
de acordo com um<br />
estudo publicado pela<br />
FEA/USP-Pensa. Em 2012<br />
cerca US$ 1,5 bilhão foram<br />
investidos em ferrovias, terminais,<br />
transbordos e armazéns.<br />
Profissionais do setor têm oportunidade para atualização técnica durante o evento<br />
realizado de 25 a 28 de agosto em Sertãozinho/SP ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO<br />
A Unica (União da Indústria<br />
de Cana de Açúcar) estima<br />
que até 2017 mais US$<br />
3,5 bilhões façam parte do<br />
montante de investimentos<br />
em instalações e reparos em<br />
dutos e hidrovias para desenvolvimento<br />
da logística<br />
de distribuição e exportação<br />
do etanol.<br />
O Palácio do Planalto e o<br />
BNDES (Banco Nacional<br />
de Desenvolvimento Econômico<br />
e Social) estão trabalhando<br />
juntos em um plano<br />
de concessões para os<br />
próximos anos e o segmento<br />
de logística será um dos<br />
principais a receber os investimentos<br />
com aportes de<br />
quase R$ 600 bilhões em infraestrutura<br />
até 2019.<br />
Durante a 23ª edição da<br />
Feira Internacional de Tecnologia<br />
Sucroenergética -<br />
Fenasucro & Agrocana -<br />
que vai acontecer de 25 a 28<br />
de agosto em Sertãozinho/SP<br />
- o setor ganha um<br />
espaço exclusivo para a exposição<br />
de produtos e tecnologias<br />
voltadas para a redução<br />
de custos e aperfeiçoamento<br />
do transporte da cadeia<br />
produtiva da cana de<br />
açúcar. Para o gerente geral<br />
da feira, Paulo Montabone,<br />
o visitante que aguardar até<br />
a data para fechar negócios<br />
encontrará muitas novidades<br />
e condições especiais.<br />
Espaço de Conferências<br />
Além das áreas de exposições<br />
de produtos e equipamentos,<br />
a Fenasucro &<br />
Agrocana promove em seu<br />
Espaço de Conferências<br />
uma série de eventos voltados<br />
para a troca de conhecimentos<br />
sobre toda a<br />
cadeia produtiva da cana<br />
de açúcar. No dia 28 de<br />
agosto, das 8h30 às 12h30,<br />
acontece o "III Seminário<br />
de Transporte e Logística<br />
Esalq-Log/Pecege" realizado<br />
pela Escola Superior<br />
de Agricultura Luiz de<br />
Queiroz, a Esalq.<br />
O seminário contará com<br />
dois painéis que apresentarão<br />
as oportunidades e desafios<br />
da logística sucroenergética,<br />
ministrados pelos<br />
pesquisadores Thiago<br />
Guilherme Péra e Samuel<br />
da Silva Neto. No segundo<br />
tema a discussão será sobre<br />
a "Gestão de Custos e<br />
Rentabilidade no Setor<br />
Sucroenergético". Dessa<br />
vez, Haroldo Torres e João<br />
Henrique Rosa, ambos<br />
também pesquisadores da<br />
universidade, apresentam<br />
soluções para redução de<br />
custos.<br />
"Teremos entre nossos expositores<br />
todas as etapas<br />
para o transporte e logística<br />
desde veículos e equipamentos<br />
para armazenagens até<br />
softwares, hardwares e embalagens.<br />
Essa área da cadeia<br />
produtiva tem recebido diversos<br />
incentivos e, por isso,<br />
o empresário sente a necessidade<br />
de investir cada vez<br />
mais em modernidade e tecnologia<br />
e com isso reduzir<br />
ainda mais os custos", comenta<br />
Montabone.<br />
A expectativa<br />
é receber mais de<br />
33 mil visitantes<br />
Foco em negócios<br />
A 23ª edição da Fenasucro & Agrocana acontecerá de<br />
25 a 28 de agosto, nos pavilhões do Centro de Eventos<br />
Zanini, em Sertãozinho/SP. Integrando o calendário<br />
mundial de eventos de energia da Reed Exhibitions Alcantara<br />
Machado, a feira reúne os líderes do mercado e<br />
seus principais compradores vindos de todo o Brasil e de<br />
mais 50 países. Neste ano, a expectativa é receber mais<br />
de 33 mil visitantes.<br />
Com foco em negócios, a Fenasucro & Agrocana estará<br />
dividida em cinco grandes setores: Agrícola, Fornecedores<br />
Industriais (pequenos, médios e grandes fornecedores<br />
de equipamentos, suprimentos e serviços industriais),<br />
Processos Industriais (vitrine do que há de mais moderno<br />
em tecnologias, máquinas, equipamentos e serviços<br />
para a indústria), Transporte e Logística e Energia.<br />
Mais informações: www.fenasucro.com.br<br />
6<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>
Cresce a reforma de cana<br />
com soja na Coopcana<br />
ROTAÇÃO<br />
Os bons resultados obtidos fizeram com que, do total da área, em média<br />
44% fossem reformados com o plantio da leguminosa MARLY AIRES<br />
A importância de reformar a cana<br />
de açúcar com o plantio de soja é indiscutível<br />
e de amplo conhecimento<br />
dos produtores da Coopcana, Cooperativa<br />
Agrícola dos Produtores de<br />
Cana de Açúcar de São Carlos do<br />
Ivaí. E os resultados obtidos com a<br />
tecnologia só comprovam isso. A rotação<br />
já é uma prática antiga entre os<br />
cooperados, que têm tradição na cultura,<br />
segundo o engenheiro agrônomo<br />
Edson Minoru Tsunokava,<br />
responsável pelo setor técnico da<br />
cooperativa.<br />
Nos últimos quatro anos, entretanto,<br />
o engenheiro agrônomo destaca que o<br />
percentual de produtores que utilizam<br />
a tecnologia vem crescendo de forma<br />
expressiva. Do total da área destinada<br />
à reforma de cana de açúcar em <strong>2015</strong>,<br />
em média 44%, cerca de 900 alqueires,<br />
foram reformados com o plantio de<br />
soja antecedendo ao da cana. Ao todo<br />
são 27 produtores que já adotam a<br />
prática em 48 propriedades.<br />
Edson explica que os produtores<br />
têm entendido que deixar o solo descoberto,<br />
sujeito à erosão e a infestação<br />
de plantas daninhas, é a pior opção. E<br />
que em vez de deixar as terras desocupadas<br />
de outubro a fevereiro, é possível<br />
integrar as duas atividades melhorando<br />
a qualidade do solo e aumentando<br />
a produtividade da cana de<br />
açúcar, além de otimizar o uso da<br />
terra e a estrutura da propriedade, diluindo<br />
o custo fixo e obtendo uma<br />
renda extra.<br />
Nas regiões de solo mais arenoso,<br />
onde a soja tradicionalmente não<br />
obtém bons resultados, alguns cooperados<br />
da Coopcana têm optado pela<br />
reforma utilizando crotalária, rotação<br />
que também gera benefícios para a lavoura<br />
de cana subsequente. Em outras<br />
regiões, como São Paulo, é comum<br />
também o plantio de amendoim,<br />
que possui sistema radicular<br />
bem desenvolvido e boa adaptação a<br />
solos arenosos.<br />
“Só com a realocação, plantando a<br />
cana num período mais favorável, de<br />
janeiro a maio (cana de ano e meio),<br />
o produtor já tem aumento de produtividade.<br />
Com o plantio da soja em<br />
rotação, esta pode crescer consideravelmente”,<br />
calcula Edson ressaltando<br />
que a monocultura nunca é a melhor<br />
opção, trazendo uma série de consequências<br />
negativas.<br />
O engenheiro agrônomo cita outros<br />
benefícios da reforma com soja como<br />
o aumento da longevidade do canavial,<br />
redução do banco de sementes de<br />
plantas daninhas, quebra do ciclo de<br />
pragas e doenças, maior fixação de nitrogênio<br />
no solo, reciclagem de nutrientes<br />
e incorporação de matéria<br />
orgânica, que fica disponível para a<br />
cana melhorando as condições físicas<br />
do solo. “É outro canavial”, diz.<br />
É possível integrar as duas atividades melhorando a<br />
qualidade do solo e aumentando a produtividade<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
7
ROTAÇÃO<br />
Sem soja não dá<br />
Leguminosa é plantada em toda área de reforma de cana do produtor Norberto<br />
Tormena, com aumento de produtividade de 20% a 30% no ciclo<br />
Em toda área de reforma<br />
de cana do produtor<br />
Norberto Tormena, de Paraíso<br />
do Norte, é plantada<br />
soja em rotação, independente<br />
do tipo de solo. Dos<br />
940 hectares que cultiva<br />
com a leguminosa nas propriedades<br />
da família, em<br />
média 730 hectares são em<br />
área de reforma. Norberto<br />
foi um dos primeiros produtores<br />
de cana a plantar soja<br />
em reforma do canavial na<br />
região, em 2005. E deste<br />
então, tem visto o resultado<br />
deste trabalho, melhorando<br />
significativamente seus índices<br />
de produtividade.<br />
Intercalando uma safra de<br />
soja entre os ciclos de cinco<br />
a seis anos de cultivo de<br />
cana, Norberto calcula que<br />
tem aumentado a produtividade<br />
em 20% a 30% na<br />
média considerando o ciclo<br />
todo. Também tem facilitado<br />
o controle de plantas<br />
daninhas, doenças e pragas,<br />
especialmente nematoides<br />
(praga de solo) e migdolus<br />
(besouro cuja larva se alimenta<br />
da raiz da cana).<br />
“O bom é que a soja não<br />
atrapalha o ciclo de produção<br />
de cana, deixa o solo reestruturado,<br />
reduz os custos<br />
de produção, aumenta a capacidade<br />
de produção da<br />
cana e ainda te dá uma<br />
renda rápida. A rotação e a<br />
diversificação de culturas<br />
são a base da sobrevivência<br />
do agronegócio”, diz.<br />
Na última safra, Norberto<br />
produziu em média 58 sacas<br />
de soja por hectare ou 140<br />
sacas por alqueire. Mas há<br />
áreas em que produziu 79,3<br />
sacas por hectare ou 192<br />
sacas por alqueire. “A média<br />
reduziu por causa de algumas<br />
áreas de solo mais fraco<br />
e por causa da estiagem”, explica.<br />
O produtor ressalta que<br />
mesmo em áreas que não<br />
apresentam condições ideais<br />
para o plantio de soja,<br />
compensa investir por causa<br />
dos benefícios que traz.<br />
“Se chover, dá soja. Se não,<br />
o adubo fica para a cana”,<br />
diz. Com a mecanização da<br />
colheita de cana e a sobra<br />
de palha no campo, ele destaca<br />
que está se criando<br />
melhores condições para o<br />
cultivo da soja, aumentando<br />
a matéria orgânica e retendo<br />
umidade.<br />
Norberto cita um dado<br />
agronômico que aponta que<br />
para cada saca de soja colhida<br />
é fixado um quilo de<br />
nitrogênio no solo de forma<br />
orgânica, com disponibilidade<br />
imediata para a lavoura<br />
subsequente. Sem contar<br />
outros nutrientes que recicla<br />
do solo ou que não são totalmente<br />
aproveitados pela<br />
cultura.<br />
• Cobertura do solo e diminuição<br />
da temperatura superficial<br />
• Controle da erosão<br />
• Produção de matéria orgânica<br />
• Melhora da retenção de água e<br />
aeração do solo<br />
• Melhoria física, química e<br />
biológica do solo<br />
• Redução do nível de infestação e<br />
melhor controle de invasoras<br />
• Maior disponibilidade de nitrogênio,<br />
reduzindo a adubação química<br />
• Aumento da capacidade produtiva<br />
da cana<br />
• Melhora do fluxo de caixa da<br />
propriedade<br />
“Não é adubo<br />
que resolve a<br />
redução de<br />
produtividade,<br />
mas manejo do<br />
solo”, diz<br />
agricultor<br />
Benefícios ao produtor<br />
“Boa parte das usinas planta<br />
cana em cima de cana, o<br />
que prejudica o solo como<br />
qualquer monocultura. Não<br />
é adubo que resolve a redução<br />
de produtividade, mas<br />
manejo do solo”, complementa,<br />
destacando a necessidade<br />
de se adotar um bom<br />
planejamento, antecipando a<br />
colheita um ano antes de a<br />
área ser destinada a reforma,<br />
de fazer a correção de calcário<br />
e gesso e já programar a<br />
última colheita para agosto<br />
ou setembro, período ideal,<br />
podendo se estender até novembro,<br />
a tempo ainda de<br />
plantar soja.<br />
• Redução do custo de produção da<br />
cana devido à economia de<br />
fertilizantes, herbicidas, replantio e<br />
conservação de solos (erosão) e não<br />
precisa fazer destruição de soqueira<br />
pós-colheita da cana<br />
• Menor custo com o plantio direto da<br />
cana de ano e meio e maior facilidade<br />
ao evitar as operações de preparo do<br />
solo num período de intenso calor e<br />
chuvas, entre janeiro e fevereiro<br />
• Diluição do custo fixo da propriedade<br />
• Aproveitamento da adubação<br />
residual da soja (P, K, Ca, Mg, etc)<br />
e reciclagem de nutrientes<br />
• Aproveitamento do maquinário<br />
ocioso no período<br />
• Ajuda no controle de pragas<br />
(cupins, Migdolus)<br />
8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>
“Todo produtor de cana tem a estrutura<br />
básica para produzir soja. É<br />
só comprar uma plantadeira, que é<br />
barata, e contratar uma colheitadeira.<br />
E se não quiser plantar, pode ainda<br />
ceder a terra ou arrendar para outro<br />
plantar”, afirma, Norberto Tormena.<br />
Na sua avaliação, entretanto, a rotação<br />
se viabiliza principalmente<br />
em áreas próprias e cada vez mais<br />
produtores têm eles mesmos se estruturado<br />
para o plantio de soja<br />
também, tendência possibilitada<br />
pela disponibilidade de várias tecnologias<br />
que têm facilitado o trabalho,<br />
como a chegada da soja<br />
transgênica RR e Intacta, com resistência<br />
ao herbicida glifosato e a<br />
Estrutura básica<br />
lagartas, respectivamente.<br />
“Sem perda de tempo, o produtor<br />
pode fazer o plantio direto de soja<br />
em cima da palha e da soqueira de<br />
cana e depois controlar com glifosato.<br />
Antes tinha que preparar o<br />
solo, gradear para eliminar a soqueira.<br />
Facilitou muito o trabalho”,<br />
afirma. Sem contar a redução da<br />
erosão, com o plantio direto, em<br />
terrenos mais arenosos, onde também<br />
está testando o plantio direto<br />
de cana em cima da soja. “Em vez<br />
de gastar com a gradagem e dessecação<br />
do mato, ganhe com a soja. A<br />
estrutura básica todo produtor já<br />
tem. É só investir para ter resultado”,<br />
finaliza Norberto.<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
9
EVENTO<br />
Metal Mecânica traz tecnologias<br />
para aumentar produtividade<br />
Para se contrapor ao momento<br />
econômico e a queda<br />
nos índices da indústria, a 11ª<br />
edição da Feira Metal Mecânica,<br />
que acontece de 29 de<br />
julho a 1 de agosto, no Pavilhão<br />
Azul do Parque Internacional<br />
de Exposições Francisco<br />
Feio Ribeiro, em Maringá,<br />
aposta na inovação, na<br />
criatividade e na produtividade<br />
como a melhor estratégia<br />
para superar a crise.<br />
“Nosso objetivo é promover<br />
intercâmbio tecnológico e estimular<br />
negócios.”, afirma o<br />
presidente do Sindimetal<br />
Maringá (Sindicato das Indústrias<br />
Metalúrgicas, Mecânicas<br />
e de Material Elétrico),<br />
Carlos Walter Martins Pedro.<br />
A feira é promovida pelo<br />
Sindimetal de Maringá, Alcopar,<br />
Senai, Sociedade Rural<br />
de Maringá, Prefeitura Municipal<br />
e Diretriz Feiras e<br />
Eventos, com participação<br />
institucional da Fiep (Federação<br />
da Indústria do Estado<br />
do <strong>Paraná</strong>).<br />
Para Carlos Walter, que é<br />
também vice-presidente da<br />
Fiep, é preciso continuar buscando<br />
e desenvolvendo novas<br />
tecnologias para melhorar a<br />
Plataforma de lançamentos<br />
da indústria, a Feira Metal<br />
Mecânica de Maringá também<br />
deve exibir ao visitante<br />
as últimas novidades no segmento<br />
em um espaço de 13<br />
mil metros quadrados, além<br />
de dar um panorama das<br />
novas marcas que chegam<br />
ao mercado. A proposta, segundo<br />
os organizadores, é<br />
garantir a fama do evento<br />
como vitrine do setor metal<br />
mecânico.<br />
Feira será de 29 de julho a 1 de agosto, em Maringá. Organizadores esperam<br />
que sejam gerados de R$ 15 a R$ 20 milhões em negócios DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
produtividade, reduzir custos<br />
e ser competitivo frente aos<br />
produtos importados, revertendo<br />
o quadro de retração<br />
econômica.<br />
“É a saída para gerar negócios<br />
e impulsionar a economia,<br />
encontrando caminhos,<br />
soluções para voltar a crescer.<br />
A crise é o momento de o<br />
empresário olhar sua produção<br />
com outros olhos, buscar<br />
tecnologias, inovação, planejar,<br />
melhorar o produto ofertado<br />
ao mercado”, ressalta.<br />
É consenso entre os empresários<br />
de que, mais do que se<br />
queixar do momento econômico,<br />
é preciso que o parque<br />
Os visitantes terão a oportunidade<br />
de conhecer o que<br />
há de mais inovador em máquinas,<br />
ferramentas, equipamentos<br />
e serviços para os<br />
setores metal mecânico, de<br />
sucroenergia, biomassa e<br />
biocombustíveis, usinagem,<br />
soldagem, corte e conformação,<br />
manutenção, automação,<br />
softwares de gestão e<br />
engenharia.<br />
industrial brasileiro também<br />
faça o seu ‘dever de casa’,<br />
mantendo foco na produção<br />
e inovação, buscando oportunidade<br />
para alavancar novos<br />
contatos empresariais, trocar<br />
experiências e ampliar os negócios,<br />
como participando de<br />
eventos como a Metal Mecânica,<br />
que concentra em um<br />
mesmo espaço a tradição da<br />
feira de negócios consagrada<br />
na região Sul do Brasil e a<br />
inovação tecnológica proporcionada<br />
pela indústria do<br />
setor.<br />
Mais informações:<br />
www.feirametalmecanica.<br />
com.br<br />
Lançamentos e parceria<br />
Como principal plataforma<br />
comercial, tecnológica e profissional<br />
da região Noroeste<br />
do Estado, segundo o presidente<br />
do Sindimetal Maringá,<br />
Carlos Walter Martins<br />
Pedro, a feira reúne o<br />
setor metal mecânico, que<br />
impulsiona a economia e incentiva<br />
os avanços tecnológicos,<br />
e o setor sucroenergético,<br />
que investe na produtividade<br />
e inovações, gerando<br />
desenvolvimento em<br />
toda a região. “É uma parceria<br />
de suma importância<br />
para alavancar o desenvolvimento<br />
regional e o trabalho<br />
conjunto na feira potencializa<br />
os resultados”, destaca.<br />
10<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>
Expectativa é atrair 15 mil visitantes<br />
Realizada a cada dois anos, a expectativa da Metal Mecânica<br />
é atrair mais de 15 mil visitantes, público profissional<br />
e qualificado, com poder de decisão – empresários, industriais,<br />
diretores, gerentes, supervisores e técnicos. Já está confirmada<br />
a participação de 150 marcas, de mais de 70<br />
expositores e de milhares de compradores, fortalecendo e<br />
gerando oportunidades de negócios à indústria regional. A<br />
perspectiva é de que a feira gere de R$ 15 a R$ 20 milhões<br />
em negócios durante e após o evento.<br />
Parte-se do princípio de que o evento de negócios estabelece<br />
uma condição privilegiada para que expositores e potenciais<br />
compradores alavanquem parcerias, fechem novos<br />
contratos, estabeleçam laços tecnológicos e promovam<br />
oportunidades de capacitação profissional.<br />
“O esforço da Metal Mecânica sempre foi o de criar um<br />
ambiente ideal e sem comparação para que o expositor fale<br />
com seus clientes, conheça novas tecnologias e prospecte<br />
negócios”, diz Cassio Dresch, diretor comercial da Diretriz.<br />
Na última edição do evento, em 2013, a Metal Mecânica<br />
concentrou 220 estandes e 250 marcas, resultando em um<br />
volume de negócios que refletiu a capacidade produtiva e<br />
industrial da Região Sul do País. O evento é técnico e restrito<br />
a credenciados. É proibida a entrada de menores de 16<br />
anos, mesmo acompanhados de seus responsáveis. De<br />
quarta-feira a sexta-feira, o horário de funcionamento será<br />
das 15h às 21h e ao sábado, das 10h às 16h.<br />
Público é profissional e qualificado, com poder de decisão<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
11
DEBATES<br />
Desafios para setor é<br />
tema do Ethanol Summit<br />
Maior previsibilidade nos investimentos, política de longo prazo e valorização<br />
do etanol marcam tom de pronunciamentos DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Com o objetivo de discutir<br />
os desafios para o setor de<br />
biocombustíveis em um cenário<br />
sensível para o crescimento<br />
econômico, mais de<br />
mil pessoas entre lideranças,<br />
políticos, empresários e especialistas<br />
participaram da<br />
quinta edição do Ethanol<br />
Summit, dias 6 e 7 de julho,<br />
no Golden Hall do World<br />
Trade Center, em São Paulo.<br />
Maior previsibilidade nos investimentos,<br />
política de longo<br />
prazo e reconhecimento<br />
da importância do etanol na<br />
matriz energética do Brasil -<br />
esse foi o tom dos pronunciamentos.<br />
Segundo o presidente da<br />
Alcopar, presente ao evento,<br />
o setor ainda necessita de<br />
medidas mais efetivas que<br />
realmente o alavanque. Com<br />
a busca por energia limpa<br />
pelas maiores potências econômicas<br />
mundiais, decidida<br />
pelo G7; o crescimento da<br />
frota de veículos no Brasil e<br />
as perspectivas de consumo<br />
de combustíveis; além da<br />
participação do País na Conferência<br />
Mundial da ONU<br />
sobre o Clima (COP21), que<br />
será realizada em Paris no<br />
final de novembro e início de<br />
dezembro, onde o etanol pode<br />
ser a grande alternativa;<br />
Miguel espera que isso impulsione<br />
o consumo de etanol<br />
e a sua valorização.<br />
Na abertura do evento, Elizabeth<br />
Farina, presidente da<br />
União da Indústria de Cana<br />
de Açúcar (Unica), afirmou<br />
que as políticas públicas devem<br />
deixar claro o efeito dos<br />
combustíveis fósseis e destacar<br />
as alternativas limpas,<br />
mostrando a importância dos<br />
biocombustíveis em relação à<br />
mudança climática. Ela ressaltou<br />
que os sinais da política<br />
internacional em relação<br />
aos renováveis têm sido contraditórios.<br />
"É preciso maior<br />
cooperação entre os países<br />
produtores e consumidores<br />
para estabelecer o etanol como<br />
commodity internacional",<br />
além da necessidade de<br />
se investir na competitividade<br />
do setor no Brasil,<br />
diante do atual cenário macroeconômico.<br />
Para Luis Roberto Pogetti,<br />
presidente do Conselho Deliberativo<br />
da Unica, a exploração<br />
do potencial do etanol<br />
depende de uma visão de<br />
longo prazo, destacando que<br />
mesmo em um cenário de<br />
crise, a oferta de etanol cresceu<br />
20% nos últimos três<br />
anos. "Essa quantia já é suficiente<br />
para contribuir com<br />
pelo menos 5 bilhões de litros<br />
de gasolina que deixaram de<br />
ser importados e a mitigação<br />
de uma quantia equivalente a<br />
10 milhões de toneladas de<br />
carbono", disse, ressaltando<br />
que a visão de longo prazo<br />
que permita ao investidor<br />
avaliar o risco e o retorno dos<br />
investimentos e a inovação<br />
levarão o setor para outro patamar<br />
“e o veremos saudável<br />
e em expansão em breve".<br />
Só intenções<br />
Na plenária com governadores<br />
dos principais estados<br />
produtores de cana no Centro<br />
Sul, Geraldo Alckmin<br />
(São Paulo), Beto Richa<br />
(<strong>Paraná</strong>) e Marconi Perillo<br />
(Goiás), o foco foram as<br />
medidas e iniciativas adotadas<br />
para a melhoria da produtividade<br />
local.<br />
Governadores presentes ao evento<br />
Foto Gilberto Marques<br />
A expectativa dos participantes<br />
do Ethanol Summit<br />
era de que o encontro entre<br />
os governadores resultasse<br />
em algum acordo oficial de<br />
apoio à cadeia produtiva da<br />
cana, mas o que prevaleceu<br />
foi a política das boas intenções,<br />
não descartando a<br />
possibilidade de discutir<br />
novas formas de apoio aos<br />
produtores de açúcar e etanol.<br />
Após apresentarem as<br />
alíquotas de Imposto sobre<br />
Circulação de Mercadorias<br />
e Serviços (ICMS) praticadas<br />
em seus estados, os três<br />
disseram que possuem poder<br />
limitado na elaboração<br />
de medidas de amparo ao<br />
setor e que o maior entrave<br />
é a falta de uma política<br />
pública elaborada por Brasília.<br />
O governador paranaense<br />
anunciou medidas, através<br />
do Programa de Reativação<br />
da Expansão do Setor<br />
Sucroalcooleiro, para estimular<br />
o aumento do plantio<br />
e da produtividade dos<br />
canaviais com incentivos<br />
fiscais e melhoria da infraestrutura<br />
e logística das<br />
estradas, além de ampliar a<br />
participação dos produtores<br />
de açúcar e álcool na<br />
estrutura portuária, visando<br />
recuperar e fortalecer o<br />
setor no <strong>Paraná</strong>. A previsão<br />
é de investimentos privados<br />
de R$ 4,5 bilhões,<br />
em três anos.<br />
Com o apoio da Copel, o<br />
setor deverá também aumentar<br />
a participação da<br />
energia elétrica a partir da<br />
biomassa do bagaço da cana<br />
na matriz energética do<br />
Estado. Recentemente, foram<br />
apresentados ao Banco<br />
Nacional de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social<br />
(BNDES) projetos de geração<br />
de energia da Copel,<br />
Sanepar e do setor sucroenergético<br />
que precisam de<br />
financiamentos.<br />
12<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>
Importância reconhecida<br />
Em mensagem gravada<br />
especialmente para o evento,<br />
a ministra da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento,<br />
Kátia Abreu, reforçou<br />
a importância do setor<br />
e sua participação cada<br />
vez maior na matriz energética<br />
brasileira. "Demos<br />
pequenos passos para sinalizar<br />
ao segmento que teremos<br />
um futuro promissor",<br />
disse, ao citar a adoção<br />
da Cide e o aumento da<br />
mistura de etanol na gasolina,<br />
que passou a ser de<br />
27% desde março desse<br />
ano.<br />
A ministra reconheceu que<br />
isso "ainda não é tudo" o<br />
que é necessário fazer para<br />
ajudar na recuperação do<br />
setor sucroenergético. "Precisamos<br />
fazer mais, precisamos<br />
de segurança jurídica,<br />
de planejamento estratégico<br />
e mostrar que o etanol está,<br />
sim, na matriz energética<br />
brasileira", afirmou.<br />
Representando o governador<br />
Geraldo Alckmin, no<br />
primeiro dia do evento, o<br />
secretário da Agricultura de<br />
São Paulo, Arnaldo Jardim,<br />
também afirmou que o setor<br />
precisa de mais segurança<br />
e previsibilidade para<br />
ser estimulado a investir.<br />
Mais de mil pessoas<br />
participaram nos<br />
dias 6 e 7 de julho<br />
Além de reafirmar o compromisso<br />
da Petrobras em<br />
manter uma política de<br />
preços de acordo com o<br />
mercado e a importância<br />
de um trabalho em conjunto,<br />
o seu presidente, Aldemir<br />
Bendine disse que o<br />
etanol é determinante para<br />
reduzir a importação de<br />
gasolina e que a empresa<br />
vai continuar buscando o<br />
desenvolvimento de uma<br />
matriz energética limpa.<br />
"O etanol hidratado vem<br />
ocupando o espaço da gasolina<br />
e tem uma importância<br />
estratégica para o<br />
Brasil", afirmou a presidente<br />
da Agência Nacional<br />
do Petróleo, Gás Natural e<br />
Biocombustíveis (ANP),<br />
Magda Chambriard, ressaltando<br />
que se não aumentar<br />
a produção de etanol,<br />
o Brasil vai importar<br />
400 mil barris equivalentes<br />
por dia de gasolina em<br />
2025.<br />
A diretora da ANP estimou<br />
que a produção de etanol<br />
representou, nos últimos<br />
15 anos, 80 bilhões de<br />
dólares para País entre exportação<br />
e substituição de<br />
importações de gasolina.<br />
"Qual o país do mundo<br />
abre mão de uma coisa dessas",<br />
questionou, mas destacou<br />
que a retomada do setor<br />
está claramente ligada à<br />
evolução tecnológica.<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 13
NOVIDADE<br />
Sensor de alta precisão<br />
sobrevoa a região<br />
Com imagens de áreas agrícolas, será possível identificar as que precisam de imediata<br />
intervenção, corrigir fatores limitantes e elevar a produtividade DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Desde o início do ano, a<br />
região conta com um sensor<br />
de imagens que pode ser<br />
usado para fazer estimativas<br />
de produção agrícola, de<br />
fertilidade do solo e classificação<br />
deste, análise do estado<br />
nutricional da planta,<br />
avaliação de índice de falha<br />
nas lavouras, acompanhar o<br />
desenvolvimento da cultura<br />
e até mesmo o nível de infestação<br />
de pragas e doenças,<br />
sendo um instrumento<br />
fundamental para a tomada<br />
de decisão dos produtores<br />
rurais e das usinas, segundo<br />
o professor doutor Marcos<br />
Rafael Nanni, do Departamento<br />
de Agronomia da<br />
Universidade Estadual de<br />
Maringá (UEM).<br />
O equipamento é conhecido<br />
como sensor de imageamento<br />
hiperespectral aerotransportado<br />
e foi adquirido<br />
por pesquisadores da UEM<br />
por meio da FINEP - Financiadora<br />
de Estudos e<br />
Projetos - do Governo Federal.<br />
“Para se ter uma ideia<br />
do avanço tecnológico deste<br />
sensor, este é o primeiro da<br />
América Latina e o 16 o no<br />
planeta”, comenta Nanni.<br />
Faz parte do conjunto uma<br />
câmera fotográfica com infravermelho,<br />
um sistema especializado<br />
de navegação e<br />
coleta de dados, um sistema<br />
de controle e coleta das imagens,<br />
dentre outros itens.<br />
Com o equipamento, que<br />
custou cerca de R$ 2 milhões,<br />
será possível aprimorar<br />
o conhecimento dos solos,<br />
vegetação, cursos d´água,<br />
uso e ocupação da terra,<br />
prestar serviços aos produtores<br />
da região e desenvolver<br />
uma série de pesquisas com<br />
Agricultura de Precisão.<br />
O primeiro voo foi realizado<br />
dia 22 de fevereiro<br />
com o objetivo de calibrar o<br />
sistema, adaptando-o para<br />
as condições de clima (umidade,<br />
temperatura, incidência<br />
e ângulo solar, etc) da<br />
região. Também foram coletadas<br />
as características de<br />
diferentes alvos. “Com esse<br />
material vamos construir<br />
modelos matemáticos de<br />
previsão das condições de<br />
fertilidade de solo e do crescimento<br />
das culturas”, afirma<br />
Nanni. Outro voo está<br />
agendado para fim de setembro<br />
ou outubro para<br />
É o primeiro da América Latina e o 16 o no<br />
planeta, o que mostra o avanço tecnológico<br />
Primeiro voo foi em fevereiro e o segundo será em setembro ou outubro<br />
captura de imagens das lavouras<br />
de cana e do início<br />
do plantio da soja.<br />
Segundo o professor doutor da UEM,<br />
Marcos Nanni, com o conjunto de equipamentos,<br />
num futuro próximo, a equipe<br />
de pesquisadores da universidade, vai implantar<br />
experimentos para simulação de<br />
ataque de pragas e doenças e a respectiva<br />
resposta espectral das culturas.<br />
Paralelamente, estudos de<br />
laboratório e de campo foram<br />
implantados para a<br />
aquisição de dados de crescimento<br />
das culturas em diferentes<br />
condições de adubação<br />
e calagem. Esses dados<br />
serão usados para fazer<br />
uma correlação com os obtidos<br />
com o sensor e, desta<br />
forma, construir os modelos<br />
de predição.<br />
Projetos futuros<br />
“Este é um passo muito<br />
importante no auxílio do<br />
processo produtivo. O objetivo<br />
será, por meio do imageamento<br />
de áreas agrícolas,<br />
identificar aquelas com necessidades<br />
de imediata intervenção,<br />
possibilitando a<br />
correção de possíveis fatores<br />
limitantes da produção e,<br />
desta forma, elevar a produtividade”,<br />
ressalta o professor<br />
doutor da UEM.<br />
Com modelos calibrados em laboratório<br />
e no campo será possível, por meio do<br />
sensor, estabelecer nível de dano econômico<br />
das culturas. “Desta forma, o processo<br />
produtivo torna-se mais ágil e com<br />
maior segurança no uso de insumos, auxiliando<br />
na tomada de decisões”, afirma.<br />
O trabalho já está em andamento e depende<br />
de parcerias com empresas interessadas,<br />
para que o processo seja acelerado.<br />
“Contamos com possíveis parcerias<br />
com o setor sucroenergético”, afirma.<br />
Participam do projeto de pesquisa com<br />
Agricultura de Precisão no departamento<br />
de Agronomia da UEM quatro pesquisadores,<br />
três estudantes de doutorado,<br />
três de mestrado e três de graduação.<br />
14<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>
Cana do <strong>Paraná</strong> terá<br />
recomendação específica<br />
ADUBAÇÃO<br />
Pesquisadores da UEM vão publicar manual com<br />
trabalhos desenvolvidos com as várias classes<br />
de solos e ambiente de produção da cultura<br />
no Estado DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Alta tecnologia<br />
Produzido pela empresa<br />
finlandesa Specim, o sensor<br />
Aisa/Fenix permite o<br />
imageamento de diferentes<br />
alvos em 600 bandas<br />
ou faixas espectrais,<br />
abrangendo o espectro<br />
eletromagnético entre<br />
350 – 2.500 nanômetros,<br />
ou seja, a porção do visível<br />
e do infravermelho próximo.<br />
A resolução espectral do<br />
sensor é muito superior a<br />
de qualquer outro existente<br />
atualmente no mercado,<br />
tirando 600 imagens<br />
ao mesmo tempo do<br />
mesmo alvo, com cada<br />
uma capturando informações<br />
em um dado comprimento<br />
de onda dentro<br />
do intervalo permitido.<br />
Isto significa alta resolução<br />
espectral, ou seja, o<br />
sensor é capaz de perceber<br />
pequenas variações de<br />
“cores”, o que permite, ao<br />
pesquisador, identificar<br />
variações do alvo.<br />
O sensor ainda apresenta<br />
elevada resolução<br />
espacial. Isso permite que<br />
seja feito uma imagem de<br />
uma faixa de 6 mil metros<br />
com a resolução espacial<br />
de 10 metros.<br />
Tudo o que se tem recomendado<br />
em termos de adubação<br />
em lavouras de cana de<br />
açúcar paranaenses até hoje<br />
tem seguido basicamente um<br />
modelo desenvolvido há<br />
anos, com base em pesquisas<br />
realizadas no estado de São<br />
Paulo, nas condições de clima<br />
e solo local, ambiente de produção<br />
diferente do existente<br />
no <strong>Paraná</strong>.<br />
“Não há trabalhos específicos<br />
voltados para as diversas<br />
classes de solos paranaenses,<br />
para os ambientes de produção<br />
locais. Este será o primeiro<br />
boletim técnico de<br />
recomendação de adubação<br />
específica para as condições<br />
de solos do <strong>Paraná</strong>”, afirma o<br />
engenheiro agrônomo Marcos<br />
Rafael Nanni, professor<br />
doutor do Departamento de<br />
Agronomia da UEM - Universidade<br />
Estadual de Maringá.<br />
Para a elaboração do trabalho,<br />
foram avaliadas as características<br />
de mais de 6 mil<br />
amostras de solo das regiões<br />
Norte e Noroeste do Estado,<br />
atualmente utilizados para o<br />
cultivo da cana, levando em<br />
conta os índices de produtividade<br />
esperados, os níveis de<br />
extração pela cultura e outras<br />
particularidades de manejo da<br />
cultura como se é cana planta<br />
ou soca, se foi colhida queimada<br />
ou crua, entre outros fatores<br />
intrínsecos à cultura.<br />
“Com este estudo, pretendemos<br />
desvincular a adubação<br />
das lavouras de cana do <strong>Paraná</strong><br />
das recomendações anteriormente<br />
baseadas nas tabelas<br />
de adubação e calagem do<br />
estado de São Paulo, uma vez<br />
que os estudos foram regionalizados”,<br />
ressalta o agrônomo.<br />
Nanni, juntamente com o<br />
professor doutor Antonio Saraiva<br />
Muniz, também do<br />
mesmo departamento, e o<br />
Diretor Executivo Científico<br />
do Instituto de Tecnologia<br />
Agropecuário de Maringá<br />
(ITAM), mestre Anderson<br />
Gualberto do programa de<br />
pós-graduação em Agronomia<br />
da UEM, são os autores<br />
do Manual de Adubação para<br />
a cultura da Cana de Açúcar<br />
para o Estado do <strong>Paraná</strong>, primeira<br />
publicação do gênero<br />
que será lançada em breve.<br />
O manual integra um boletim<br />
técnico sobre solos e adubação<br />
no <strong>Paraná</strong> para as diversas<br />
culturas exploradas no<br />
Estado, com trabalhos de<br />
pesquisadores de todas as<br />
universidades estaduais e a<br />
federal do <strong>Paraná</strong>, publicado<br />
pelo Nepar/SBCS - Núcleo<br />
Estadual <strong>Paraná</strong> da Sociedade<br />
Brasileira de Ciência de<br />
Solo.<br />
Segundo Nanni, as recomendações<br />
de adubação propostas<br />
no trabalho são bem<br />
diferentes do que se tem<br />
usado atualmente, o que não<br />
significa, necessariamente, aumento<br />
dos volumes de adubo<br />
utilizados, mas adequação dos<br />
percentuais de nutrientes a realidade<br />
existente em cada área,<br />
visando elevar a produtividade<br />
do sistema.<br />
A partir de outubro deste<br />
ano, todas as informações da<br />
publicação estarão disponíveis<br />
para os interessados no site:<br />
http://www.sbcs-nepar.org.<br />
br/publicacoes<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15
BIODIESEL<br />
Poluição pode ser 70% menor<br />
A adoção do B20 impactaria diretamente na qualidade de vida das pessoas,<br />
principalmente nos grandes centros DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Se apenas as 40<br />
maiores cidades brasileiras,<br />
com mais de<br />
500 mil habitantes, adotassem<br />
o B20, mistura de<br />
20% de biodiesel no diesel<br />
que abastece suas frotas<br />
urbanas de ônibus, seria<br />
possível reduzir em até<br />
70% as emissões de CO 2<br />
na atmosfera.<br />
Só com o uso do percentual<br />
de mistura atual, 7%, o<br />
chamado B7, já é evitada a<br />
emissão de 7,3 milhões de<br />
toneladas de CO 2 por ano,<br />
com benefícios ambientais,<br />
sociais e econômicos, sendo<br />
um combustível limpo,<br />
renovável e isento de enxofre.<br />
A adoção do B20 impactaria<br />
diretamente na qualidade<br />
de vida das pessoas,<br />
principalmente nos grandes<br />
centros, mais afetados pelos<br />
efeitos da poluição. Segundo<br />
dados da OMS<br />
(Organização Mundial da<br />
Saúde) de 2010, a poluição<br />
aparece entre os dez principais<br />
fatores de risco de<br />
morte no mundo.<br />
Um estudo realizado pelo<br />
Instituto Saúde e Sustentabilidade,<br />
com apoio da Associação<br />
dos Produtores de<br />
Biodiesel do Brasil (Aprobio)<br />
mostra o impacto positivo<br />
sobre o ambiente e a<br />
saúde pública gerado pelo<br />
aumento progressivo do uso<br />
de biodiesel nos veículos<br />
movidos a diesel no Brasil.<br />
Desenvolvido em seis capitais<br />
- Belo Horizonte, Rio<br />
de Janeiro, Porto Alegre,<br />
Recife, Curitiba e São Paulo<br />
- mostrou que o uso do biocombustível<br />
em proporções<br />
maiores que os atuais 7%<br />
Com o uso do B7 já é evitada a emissão de 7,3 milhões<br />
de toneladas de CO 2 por ano<br />
por litro de diesel previstos<br />
em lei pode, até 2025, contribuir<br />
para reduzir 52 mil<br />
internações hospitalares por<br />
doenças relacionadas à poluição<br />
do ar e salvar quase 9<br />
mil vidas pelos mesmos<br />
motivos, o que representa<br />
uma economia de mais de<br />
R$ 2 bilhões para os sistemas<br />
de saúde pública de estados<br />
e municípios.<br />
Samya de Lara Pinheiro,<br />
meteorologista, doutora em<br />
Medicina pela USP e pela<br />
Escola de Saúde Pública de<br />
Harvard, destacou que 3,5<br />
milhões de mortes ocorrem,<br />
por ano, devido à poluição.<br />
"Em São Paulo, por<br />
exemplo, estudos mostraram<br />
que, em 2011, foram<br />
17,5 mil mortes e R$ 246<br />
milhões representaram gastos<br />
públicos com hospitais<br />
e internações. Não existe limiar<br />
seguro para a saúde<br />
humana."<br />
O uso de biodiesel tam-<br />
Segundo o professor e médico<br />
especialista em doenças<br />
respiratórias, Paulo Saldiva,<br />
da Faculdade de Medicina<br />
da Universidade de<br />
São Paulo (FMUSP), o biodiesel<br />
utilizado hoje na proporção<br />
de 7% por litro de<br />
diesel em todo o País ajuda<br />
a evitar, só nas regiões metropolitanas<br />
de São Paulo e<br />
Rio de Janeiro, 200 mortes<br />
por ano por doenças relacionadas<br />
à poluição atmosférica.<br />
Com o B20, esse<br />
número subiria para mais<br />
de 665 por ano só na capital<br />
paulista.<br />
“À medida que subir a presença<br />
do biodiesel na frota<br />
brasileira, este número – de<br />
mortes evitadas – aumenta”,<br />
ressalta o professor. A pesquisa<br />
simulou cenários de<br />
bém fortalece a agricultura<br />
familiar e gera renda,<br />
segundo Marco Aurélio<br />
Pavarino, coordenadorgeral<br />
de Biocombustíveis<br />
da Secretaria da Agricultura<br />
Familiar do Ministério<br />
do Desenvolvimento<br />
Agrário.<br />
Ambiente e saúde são beneficiados<br />
evolução gradual do biocombustível<br />
na matriz veicular<br />
brasileira, chegando a<br />
10% (B10) por litro de diesel<br />
em 2018, 15% (B15) em<br />
2022, e finalmente 20%<br />
(B20) em 2025.<br />
Segundo o presidente da<br />
Aprobio, Erasmo Battistella,<br />
que junto com sua<br />
equipe e Saldiva, vêm divulgando<br />
os resultados destes<br />
estudos entre lideranças políticas<br />
municipais, estaduais<br />
e federais, os números são<br />
surpreendentes e servem de<br />
instrumento para políticas<br />
públicas não só de energia e<br />
O número de pessoas beneficiadas<br />
pelo Programa<br />
Nacional de Produção e<br />
Uso do Biodiesel, que era<br />
de 85.968 em 2008, saltou<br />
para 251.262 em 2013. No<br />
mesmo período, a receita<br />
anual por pessoa passou de<br />
R$ 9.650,00 para R$ 34<br />
mil. "Em 2014, foram movimentados<br />
aproximadamente<br />
R$ 3,2 bilhões em<br />
aquisição de matéria-prima<br />
da agricultura familiar<br />
para a produção do biodiesel",<br />
destacou.<br />
Para Donizete Tokarski,<br />
diretor superintendente da<br />
Ubrabio - União Brasileira<br />
do Biodiesel e Bioquerosene<br />
-, o Brasil tem<br />
todas as condições para<br />
adotar o B20. "Principalmente<br />
nas regiões metropolitanas.<br />
Hoje, o País<br />
produz quatro bilhões de<br />
litros de biocombustível<br />
com a possibilidade de<br />
produzir o dobro. Os veículos<br />
não precisam ser<br />
adaptados para receber esse<br />
tipo de combustível.<br />
Basta tomarmos uma decisão",<br />
salientou.<br />
combustíveis, mas, acima de<br />
tudo, de saúde. “Isso comprova<br />
os inúmeros benefícios<br />
do biodiesel na matriz<br />
energética brasileira”, diz.<br />
Para Battistella, o setor<br />
produtor de biodiesel no<br />
Brasil entende que o B20,<br />
com 20% de biodiesel por<br />
litro de diesel poderia ser<br />
adotado no transporte público<br />
em todas as cidades<br />
com mais de 500 mil habitantes<br />
e já no próximo ano<br />
chegar ao B10, com 10% de<br />
biodiesel, em todos os veículos<br />
que hoje circulam<br />
com o B7.<br />
16<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>
BSBIOS amplia capacidade<br />
para 600 mil litros<br />
Obras na unidade de Passo Fundo (RS) devem ser finalizadas até o início do segundo<br />
semestre do ano, com investimentos de R$ 12 milhões<br />
Para atender a demanda<br />
criada pelo B7, com 7% de<br />
mistura de biodiesel ao diesel,<br />
no início do segundo<br />
semestre deste ano, a<br />
BSBIOS aumentará o potencial<br />
de produção do biocombustível<br />
de sua planta<br />
em Passo Fundo (RS).<br />
Com isso, a capacidade<br />
total da empresa saltará de<br />
444 mil litros ao dia, para<br />
600 mil litros.<br />
As obras de ampliação,<br />
com investimentos de<br />
aproximadamente R$ 12<br />
milhões, já estão em fase<br />
final, segundo Erasmo<br />
Carlos Battistella, diretor<br />
presidente da BSBIOS e<br />
presidente da Associação<br />
dos Produtores de Biodiesel<br />
do Brasil - Aprobio.<br />
No início do ano, a<br />
BSBIOS, que possui mais<br />
uma unidade industrial localizadas<br />
em Marialva<br />
(PR), já tinha recebido as<br />
licenças de operação e comercialização<br />
que permitiram<br />
ampliar a capacidade<br />
de produção da unidade<br />
paranaense de 186,3 milhões<br />
de litros de biodiesel/ano<br />
para 208,8 milhões<br />
de litros/ano. Também<br />
estão previstos investimentos<br />
para diversificar o<br />
portfólio de produtos, passando<br />
a produzir biolubrificantes,<br />
como o óleo hidráulico<br />
para a área industrial.<br />
Fundada em 2005, a empresa<br />
se tornou uma das<br />
maiores fabricantes de biodiesel<br />
do País – a primeira<br />
a levar o combustível para<br />
o exterior com fins comerciais,<br />
com a exportação do<br />
produto para a Europa em<br />
junho de 2013. Também<br />
foi a primeira a transportar<br />
biodiesel por via ferroviária<br />
até os portos, para exportação,<br />
sendo que atualmente<br />
o serviço é oferecido ao<br />
mercado interno, para as<br />
distribuidoras de combustível.<br />
O aumento de produção<br />
será destinado basicamente<br />
para atender a demanda do<br />
mercado interno. Battistella<br />
diz que o setor tem trabalhado<br />
para que o percentual<br />
de mistura determinado<br />
por lei atualmente, de<br />
7%, cresça ainda mais, de<br />
forma gradual. A expectativa<br />
dos empreendedores<br />
do setor é de que o governo<br />
Fundada em 2005, a empresa se tornou uma das maiores<br />
fabricantes do produto no País<br />
federal autorize em <strong>2015</strong> o<br />
incremento de um ponto<br />
percentual ao ano, até chegar<br />
ao patamar de 10%.<br />
A BSBIOS, que é uma<br />
parceria entre BSPAR e<br />
Petrobras Biocombustível,<br />
em 2014 produziu 314,3<br />
milhões de litros de biodiesel,<br />
contribuindo com<br />
9,21% do volume total do<br />
Brasil. Esse número é<br />
quase 20% maior do que os<br />
261,4 milhões de litros verificados<br />
no ano anterior.<br />
Para <strong>2015</strong>, a expectativa do<br />
setor é de que a produção<br />
de biodiesel aumente em<br />
25%, para atender a um<br />
consumo estimado de 4,2<br />
bilhões de litros de biodiesel.<br />
As entregas de biodiesel<br />
pelas usinas às distribuidoras<br />
de combustíveis realizadas<br />
nos quatro primeiros<br />
meses do ano apontam<br />
para um resultado potencialmente<br />
maior. Estas totalizaram<br />
1,25 bilhão de<br />
litros, 32% a mais em relação<br />
ao mesmo período de<br />
2014, quando foram entregues<br />
cerca de 950 milhões<br />
de litros do biocombustível.<br />
O Centro Oeste é a região<br />
que responde pela maior<br />
parte da produção nacional<br />
de biodiesel (43%), seguido<br />
das regiões Sul (37%) e<br />
Sudeste (9%).<br />
Biocombustível poderá consumir 50% da soja do país em 2022<br />
A indústria nacional de<br />
biodiesel poderá consumir<br />
50 milhões de toneladas de<br />
soja a partir de 2022, metade<br />
do volume de produção da<br />
oleaginosa estimado no País<br />
para aquele ano, 100 milhões<br />
de toneladas.<br />
A afirmação é de Julio Cesar<br />
Minelli, diretor-superintendente<br />
da Aprobio - Associação<br />
dos Produtores de<br />
Biodiesel do Brasil. Neste<br />
cálculo ele considera um aumento<br />
contínuo do percentual<br />
da mistura de biodiesel<br />
ao diesel, passando dos atuais<br />
7% para 15% em 2022.<br />
Ele ressalta, entretanto, que<br />
a meta só será atingida com<br />
investimentos, e estes só<br />
ocorrerão com um marco regulatório<br />
que coloque horizontes<br />
para o setor. "As<br />
decisões sobre o setor estão<br />
nas mãos do governo, e planejamento<br />
e transparência<br />
são fundamentais para esse<br />
crescimento", diz Minelli.<br />
Na avaliação da Aprobio,<br />
serão necessárias 68 novas<br />
usinas de biodiesel até 2025,<br />
com capacidade para 150<br />
milhões de litros cada. O investimento<br />
atingirá R$ 4,1<br />
bilhões em usinas de biodiesel<br />
e R$ 6,1 bilhões em unidades<br />
de processamento da<br />
oleaginosa. Pelo menos 75%<br />
do biodiesel vêm da soja.<br />
Atualmente, o setor tem 59<br />
empresas com autorização de<br />
comercialização pela ANP -<br />
Agência Nacional do Petróleo<br />
e Biocombustíveis -, mas<br />
continua com um alto índice<br />
de capacidade ociosa, devendo<br />
fechar <strong>2015</strong> com 43%.<br />
Se a perspectiva de produção<br />
interna é de elevação<br />
no longo prazo, o<br />
mercado externo é pouco<br />
atrativo, apesar de o setor<br />
ser composto por tradings<br />
como ADM, Cargill e<br />
Bunge. A falta de estímulo<br />
deve-se às tarifas de exportação<br />
do governo - que<br />
privilegiam a venda externa<br />
de grãos e oneram a<br />
de biodiesel.<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 17
DOIS<br />
Maior exportador<br />
O Brasil assumirá a liderança<br />
das exportações mundiais<br />
do setor agrícola em<br />
2024, consolidando os<br />
avanços registrados nos últimos<br />
anos, segundo a Organização<br />
para a Cooperação<br />
e Desenvolvimento da<br />
Europa e Organização das<br />
Nações Unidas para Agricultura<br />
e Alimentação.<br />
Crescimento se baseará na<br />
melhora da produtividade e<br />
da expansão das lavouras.<br />
As plantações ocuparão<br />
uma área total 69,4 milhões<br />
de hectares em 2024, crescimento<br />
de 20% em relação<br />
à média do período entre<br />
2012/14 e um aumento<br />
anual de 1,5%. Boa parte<br />
dessa expansão ocorrerá por<br />
meio da cana de açúcar<br />
(com alta de 37%), do algodão<br />
(35%) e das oleaginosas<br />
(23%), especialmente a soja.<br />
Hidrogênio<br />
Desde junho circulam em<br />
São Paulo os primeiros<br />
ônibus de transporte urbano<br />
movidos a hidrogênio,<br />
com tecnologia de<br />
propulsão que não emite<br />
poluentes, apenas vapor<br />
d’água. Estes apresentam<br />
45% de energia renovável,<br />
31% a mais que o resto do<br />
mundo, o que coloca o<br />
Brasil em posição de destaque.<br />
Além do Brasil, os<br />
únicos países capazes de<br />
O investimento em tecnologia<br />
feito nas últimas<br />
décadas para o agronegócio<br />
deu ao Brasil know how<br />
para atuar no uso eficiente<br />
do solo e garantir uma produção<br />
agrícola e pecuária<br />
sustentável. Nos últimos 25<br />
anos, a área utilizada para a<br />
plantação de grãos aumentou<br />
50%, enquanto a produção<br />
aumentou 200%. Se<br />
a produtividade fosse a<br />
mesma de 25 anos atrás seriam<br />
necessários 60% a<br />
desenvolver e operar esse<br />
tipo de coletivos são Alemanha,<br />
Canadá e EUA. O<br />
projeto é totalmente brasileiro,<br />
desenvolvido sob<br />
contrato de pesquisa financiado<br />
pelo Programa das<br />
Nações Unidas para o<br />
Desenvolvimento, com recursos<br />
do Global Environment<br />
Facility e da Agência<br />
Brasileira de Inovação, por<br />
meio do Ministério de<br />
Minas e Energia.<br />
Sustentabilidade<br />
mais de área plantada. O<br />
mesmo vale para a pecuária,<br />
cuja produção de carne<br />
aumentou 30% enquanto o<br />
tamanho da área ocupada<br />
diminuiu 20%. O agronegócio<br />
representa 24% do<br />
Produto Interno Bruto,<br />
30% dos empregos no País<br />
e 43% do valor das exportações<br />
brasileiras. Na última<br />
década, o agronegócio<br />
saiu de uma exportação de<br />
US$ 39 bilhões para US$<br />
89 bilhões.<br />
PONTOS<br />
A expectativa do setor de<br />
renovar pelo menos 18%<br />
dos canaviais no Centro Sul<br />
do País não deve se concretizar<br />
neste ano. Por conta<br />
do endividamento, são poucas<br />
as usinas que têm acesso<br />
ao Prorenova e os recursos<br />
previstos para este fim no<br />
Plano Safra <strong>2015</strong>/16 ficaram<br />
abaixo da necessidade.<br />
Segundo a Unica, o ideal<br />
seriam R$ 10 bilhões para a<br />
renovação dos canaviais. Só<br />
que foram disponibilizados<br />
Demanda<br />
Prorenova<br />
apenas R$ 1,5 bilhão, metade<br />
do que foi alocado no<br />
ano-safra anterior. Outra<br />
preocupação do setor é com<br />
Energia renovável<br />
A demanda por etanol em abril e maio se igualou à<br />
da gasolina A pela primeira vez desde o fim de 2010,<br />
segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural<br />
e Biocombustíveis. Ao todo, foram consumidos em<br />
torno de 2,4 bilhões de litros de anidro e de hidratado,<br />
mesmo volume no caso da gasolina A. Os números<br />
mostram que a utilização de etanol é crescente, o que<br />
não ocorre com o derivado de petróleo.<br />
Caminhos da Cana<br />
O “Caminhos da Cana<br />
em 2014” superou metas<br />
com os 10 mil quilômetros<br />
percorridos, a realização de<br />
eventos em 25 cidades do<br />
interior de São Paulo e<br />
mais de 3 mil produtores<br />
entrevistados. O projeto,<br />
coordenado pelo professor<br />
doutor. Marcos Fava Neves,<br />
segue neste ano com a<br />
sua segunda edição e as expectativas<br />
são de em 6 meses<br />
alcançar novamente a<br />
marca dos 10 mil quilômetros<br />
em 25 cidades em todo<br />
o Brasil. A aposta para alavancar<br />
o Setor Sucroenergético<br />
é o Etanol. Mais<br />
informações: fpenariol@<br />
markestrat.org ou (16)<br />
3456-5555.<br />
os juros, que subiram para<br />
TJPL mais 2,7% ao ano.<br />
No ciclo 2014/15 a renovação<br />
ficou em torno de 14%.<br />
O acordo recente sobre<br />
clima firmado entre os<br />
presidentes do Brasil e<br />
EUA deverá beneficiar a<br />
agropecuária brasileira disse<br />
a ministra da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento,<br />
Kátia Abreu, para<br />
quem a inclusão do etanol<br />
e da bioenergia nas discussões<br />
representam “um forte<br />
sinalizador de que o fomento<br />
ao comércio internacional<br />
de biocombustíveis<br />
será fortalecido". A<br />
meta é dobrar o uso de<br />
biocombustíveis e energia<br />
renovável e o comércio<br />
com os EUA em dez anos,<br />
além da adoção de medidas<br />
ambiciosas de reduções<br />
de gases de efeito estufa no<br />
período 2020/30, no âmbito<br />
da agenda da COP 21.<br />
O Brasil busca atingir uma<br />
participação de 28% a 33%<br />
de fontes renováveis na<br />
matriz energética, sem<br />
contar a geração hidráulica,<br />
até 2030.<br />
Etanol<br />
A demanda por etanol no<br />
Brasil poderia chegar a 79<br />
bilhões de litros em 2030<br />
caso 60% da frota de veículos<br />
flex utilizasse o biocombustível,<br />
estimou o Instituto<br />
de Energia e Meio Ambiente.<br />
O cálculo leva em<br />
conta a perspectiva de a<br />
frota total do País dobrar<br />
até lá e a produção de gasolina<br />
nas refinarias se manter<br />
relativamente estável.<br />
Usinas<br />
O setor vai continuar "sofrendo"<br />
neste ano e pelo<br />
menos oito usinas brasileiras<br />
devem fechar as portas,<br />
segundo a Datagro. Com<br />
isso, 91 empresas saem de<br />
cena sobrando 354 usinas .<br />
18 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>
Sem queima<br />
O setor atingiu um marco<br />
importante em relação à<br />
sustentabilidade em Minas<br />
Gerais. Entre 2008 e 2014,<br />
o Estado eliminou a queima<br />
da cana em 100% das áreas<br />
com declividade abaixo de<br />
12%, mecanizando 97% do<br />
total, bem antes do prazo<br />
estipulado, 2018. Em seis<br />
anos, isso evitou no Estado<br />
Quatro trabalhadores brasileiros<br />
são necessários para<br />
atingir a mesma produtividade<br />
de um norte-americano.<br />
A distância, que vem<br />
se acentuando e está próxima<br />
da do nível dos anos<br />
1950, reflete o baixo nível<br />
educacional no Brasil, a falta<br />
de qualificação da mão<br />
de obra, os gargalos na infraestrutura<br />
e os poucos investimentos<br />
em inovação e<br />
tecnologia, entraves para a<br />
produtividade crescer no<br />
a emissão de 6,1 milhões de<br />
toneladas de gás carbônico<br />
na atmosfera. Houve ainda<br />
uma redução drástica do<br />
uso da água necessária para<br />
a limpeza da cana. De 5m³<br />
por tonelada, o volume caiu<br />
para menos de 1m³ por tonelada,<br />
em função do sistema<br />
de limpeza a seco<br />
utilizado.<br />
Avião elétrico<br />
A Itaipu Binacional e a<br />
empresa ACS Aviation, de<br />
São José dos Campos<br />
(SP), colocaram no ar, em<br />
junho, o primeiro avião<br />
elétrico tripulado da América<br />
Latina. O voo inaugural<br />
e a apresentação oficial<br />
da aeronave, batizada de<br />
Sora-e, ocorreram na pista<br />
do aeroporto da binacional.<br />
O modelo pode levar<br />
duas pessoas e tem autonomia<br />
de 45 minutos de<br />
voo, expansível para uma<br />
hora e meia, com velocidade<br />
de cruzeiro de 190<br />
km/h e velocidade máxima<br />
de 340 km/h. As pesquisas<br />
começaram em 2012, dentro<br />
do Programa VE de<br />
Itaipu, em parceria com<br />
própria ACS Aviation e a<br />
Finep, vinculada ao Ministério<br />
da Ciência, Tecnologia<br />
e Inovação.<br />
Comparação<br />
País e que ajuda a explicar<br />
o desempenho fraco do<br />
PIB brasileiro nos últimos<br />
anos. O brasileiro estuda<br />
em média 7 anos; nos<br />
EUA, são de 12 a 13 anos.<br />
A média de treinamento<br />
que um americano recebe<br />
varia de 120 a 140 horas ao<br />
ano. No Brasil, são 30 horas<br />
por ano. Em 1980, um brasileiro<br />
tinha produtividade<br />
equivalente a 40% da de<br />
um americano. Hoje, ela<br />
está em 24%.<br />
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a potência<br />
instalada de biomassa para o mês de em abril, 12.417<br />
MW, só perdeu para as hídricas e térmicas movidas a<br />
gás natural, sendo a terceira fonte mais importante da<br />
matriz energética. Do total, a biomassa sucroenergética,<br />
a partir do bagaço de cana, bateu recorde de 10 mil MW<br />
de capacidade instalada, mas o potencial é de 19.400<br />
MW, somente com canaviais existentes, volume que poderia<br />
ser sete vezes maior com melhores incentivos. Se<br />
o planejamento em projetos de biomassa de cana fosse<br />
mantido no mesmo ritmo de até 2013, as termelétricas<br />
a carvão e gás poderiam ter sido poupadas no auge da<br />
crise hídrica, perdendo o segundo lugar na matriz energética,<br />
e quem ganharia era o consumidor.<br />
Cide<br />
Energia<br />
O Brasil terá que dobrar<br />
seu sistema elétrico nos<br />
próximos 15 a 20 anos,<br />
em relação aos atuais 140<br />
mil megawatts, para atender<br />
as necessidades de<br />
energia do País, se o mercado<br />
elétrico brasileiro<br />
crescer na média esperada<br />
de 3,5% a 4,5%, de acordo<br />
com o Ministério de Minas<br />
e Energia. E o Brasil<br />
precisará apostar em diversas<br />
fontes de energia<br />
para atender a demanda.<br />
Biomassa<br />
Representantes do setor<br />
agroenergético trabalham<br />
junto ao governo federal para<br />
que a Contribuição Sobre<br />
Intervenção no Domínio<br />
Econômico (Cide) passe<br />
dos atuais R$ 0,22 para R$<br />
0,62 por litro de gasolina<br />
vendido nos postos. A proposta<br />
é liderada pela Associação<br />
Brasileira<br />
do Agronegócio<br />
(Abag) e consiste em<br />
uma atualização monetária<br />
do valor original da Cide<br />
- R$ 0,28 por litro da gasolina<br />
- desde que a contribuição<br />
foi criada, em 2002.<br />
O mercado global de<br />
açúcar deve registrar um<br />
déficit de 1,7 milhão de<br />
toneladas na safra <strong>2015</strong>/<br />
16, segundo a corretora<br />
britânica Czarnikow. A<br />
produção mundial deve<br />
atingir 186 milhões de toneladas,<br />
sendo 149,7 milhões<br />
de toneladas feito a<br />
partir da cana e 36,3 milhões<br />
de toneladas a partir<br />
da beterraba. Czarnikow<br />
Déficit<br />
Mecanização<br />
A mecanização deve chegar<br />
a 97% do total dos canaviais<br />
do Centro Sul do<br />
Brasil neste ano, de acordo<br />
com dados do Centro de<br />
Tecnologia Canavieira<br />
(CTC). Em 2014, eram<br />
93,4%. O porcentual leva<br />
em consideração as áreas<br />
que permitem a entrada<br />
de máquinas. Em locais de<br />
declive mais acentuado, o<br />
corte ainda é manual.<br />
Verde<br />
A Coca Cola vai mudar<br />
as suas já famosas garrafinhas<br />
por um modelo<br />
que agride menos o meio<br />
ambiente. As chamadas<br />
PlantBottle serão compostas<br />
de materiais vindos<br />
de plantas, como a<br />
cana de açúcar e é feita<br />
inteiramente de materiais<br />
recicláveis.<br />
estima que consumo<br />
mundial crescerá 2,2% em<br />
<strong>2015</strong> ante ao ano anterior,<br />
e mais 2% em 2016, ultrapassando<br />
o crescimento da<br />
população, e alcançando<br />
186,7 milhões de toneladas.<br />
A temporada 2014/15<br />
registrou um excedente de<br />
3 milhões de<br />
toneladas.<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
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