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ROTAÇÃO<br />
Sem soja não dá<br />
Leguminosa é plantada em toda área de reforma de cana do produtor Norberto<br />
Tormena, com aumento de produtividade de 20% a 30% no ciclo<br />
Em toda área de reforma<br />
de cana do produtor<br />
Norberto Tormena, de Paraíso<br />
do Norte, é plantada<br />
soja em rotação, independente<br />
do tipo de solo. Dos<br />
940 hectares que cultiva<br />
com a leguminosa nas propriedades<br />
da família, em<br />
média 730 hectares são em<br />
área de reforma. Norberto<br />
foi um dos primeiros produtores<br />
de cana a plantar soja<br />
em reforma do canavial na<br />
região, em 2005. E deste<br />
então, tem visto o resultado<br />
deste trabalho, melhorando<br />
significativamente seus índices<br />
de produtividade.<br />
Intercalando uma safra de<br />
soja entre os ciclos de cinco<br />
a seis anos de cultivo de<br />
cana, Norberto calcula que<br />
tem aumentado a produtividade<br />
em 20% a 30% na<br />
média considerando o ciclo<br />
todo. Também tem facilitado<br />
o controle de plantas<br />
daninhas, doenças e pragas,<br />
especialmente nematoides<br />
(praga de solo) e migdolus<br />
(besouro cuja larva se alimenta<br />
da raiz da cana).<br />
“O bom é que a soja não<br />
atrapalha o ciclo de produção<br />
de cana, deixa o solo reestruturado,<br />
reduz os custos<br />
de produção, aumenta a capacidade<br />
de produção da<br />
cana e ainda te dá uma<br />
renda rápida. A rotação e a<br />
diversificação de culturas<br />
são a base da sobrevivência<br />
do agronegócio”, diz.<br />
Na última safra, Norberto<br />
produziu em média 58 sacas<br />
de soja por hectare ou 140<br />
sacas por alqueire. Mas há<br />
áreas em que produziu 79,3<br />
sacas por hectare ou 192<br />
sacas por alqueire. “A média<br />
reduziu por causa de algumas<br />
áreas de solo mais fraco<br />
e por causa da estiagem”, explica.<br />
O produtor ressalta que<br />
mesmo em áreas que não<br />
apresentam condições ideais<br />
para o plantio de soja,<br />
compensa investir por causa<br />
dos benefícios que traz.<br />
“Se chover, dá soja. Se não,<br />
o adubo fica para a cana”,<br />
diz. Com a mecanização da<br />
colheita de cana e a sobra<br />
de palha no campo, ele destaca<br />
que está se criando<br />
melhores condições para o<br />
cultivo da soja, aumentando<br />
a matéria orgânica e retendo<br />
umidade.<br />
Norberto cita um dado<br />
agronômico que aponta que<br />
para cada saca de soja colhida<br />
é fixado um quilo de<br />
nitrogênio no solo de forma<br />
orgânica, com disponibilidade<br />
imediata para a lavoura<br />
subsequente. Sem contar<br />
outros nutrientes que recicla<br />
do solo ou que não são totalmente<br />
aproveitados pela<br />
cultura.<br />
• Cobertura do solo e diminuição<br />
da temperatura superficial<br />
• Controle da erosão<br />
• Produção de matéria orgânica<br />
• Melhora da retenção de água e<br />
aeração do solo<br />
• Melhoria física, química e<br />
biológica do solo<br />
• Redução do nível de infestação e<br />
melhor controle de invasoras<br />
• Maior disponibilidade de nitrogênio,<br />
reduzindo a adubação química<br />
• Aumento da capacidade produtiva<br />
da cana<br />
• Melhora do fluxo de caixa da<br />
propriedade<br />
“Não é adubo<br />
que resolve a<br />
redução de<br />
produtividade,<br />
mas manejo do<br />
solo”, diz<br />
agricultor<br />
Benefícios ao produtor<br />
“Boa parte das usinas planta<br />
cana em cima de cana, o<br />
que prejudica o solo como<br />
qualquer monocultura. Não<br />
é adubo que resolve a redução<br />
de produtividade, mas<br />
manejo do solo”, complementa,<br />
destacando a necessidade<br />
de se adotar um bom<br />
planejamento, antecipando a<br />
colheita um ano antes de a<br />
área ser destinada a reforma,<br />
de fazer a correção de calcário<br />
e gesso e já programar a<br />
última colheita para agosto<br />
ou setembro, período ideal,<br />
podendo se estender até novembro,<br />
a tempo ainda de<br />
plantar soja.<br />
• Redução do custo de produção da<br />
cana devido à economia de<br />
fertilizantes, herbicidas, replantio e<br />
conservação de solos (erosão) e não<br />
precisa fazer destruição de soqueira<br />
pós-colheita da cana<br />
• Menor custo com o plantio direto da<br />
cana de ano e meio e maior facilidade<br />
ao evitar as operações de preparo do<br />
solo num período de intenso calor e<br />
chuvas, entre janeiro e fevereiro<br />
• Diluição do custo fixo da propriedade<br />
• Aproveitamento da adubação<br />
residual da soja (P, K, Ca, Mg, etc)<br />
e reciclagem de nutrientes<br />
• Aproveitamento do maquinário<br />
ocioso no período<br />
• Ajuda no controle de pragas<br />
(cupins, Migdolus)<br />
8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Julho</strong> <strong>2015</strong>