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CONQUISTAS<br />
Mais biodiesel no diesel<br />
O aumento gradual da mistura<br />
até 10% em maio de 2019 é visto<br />
pelo setor como uma vitória,<br />
mas esperava-se mais<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Depois de muita espera<br />
e luta, as usinas<br />
brasileiras de biodiesel<br />
ganharam, finalmente,<br />
uma perspectiva de<br />
longo prazo para o setor, com<br />
um novo cronograma de aumentos<br />
da mistura obrigatória<br />
do biocombustível ao diesel. A<br />
última vez em que o setor teve<br />
um horizonte de crescimento<br />
foi em maio de 2014, quando<br />
foi editada a MP 647/2014<br />
que determinou o B6 e o B7<br />
ainda para aquele ano.<br />
“Sem dúvida é uma conquista,<br />
uma vitória importante<br />
para o setor e um incremento<br />
de mercado significativo. Mas<br />
nós esperávamos mais: que o<br />
8% de mistura, ou o B8, já pudesse<br />
vigorar a partir de agora,<br />
sem ter que esperar mais<br />
um ano”, afirma o diretor presidente<br />
da empresa BSBIOS e<br />
da Associação dos Produtores<br />
de Biodiesel do Brasil (Aprobio),<br />
Erasmo Carlos Battistella,<br />
O projeto de lei 3834/15, do<br />
Senado, foi aprovado no Plenário<br />
da Câmara dos Deputados<br />
e sancionado pela presidente<br />
do Brasil, em março.<br />
Este aumenta gradativamente<br />
o percentual de biodiesel no<br />
diesel vendido no País. Pelo<br />
projeto, esse subirá para 8%<br />
por até um ano após a edição<br />
da lei, 9% em até 24 meses<br />
depois da aprovação e 10%<br />
após 36 meses.<br />
Além desses avanços já garantidos,<br />
o Conselho Nacional<br />
de Política Energética (CNPE)<br />
passa a ter o poder de aumentar<br />
a mistura de biodiesel para<br />
até 15%, se testes e ensaios<br />
em motores validarem a utilização<br />
da mistura.<br />
Em <strong>2016</strong>, 4 bilhões de litros devem ser produzidos e comercializados<br />
Atualmente, a mistura de<br />
biodiesel no diesel está em 7%<br />
(B7). “Não devemos ter aumento<br />
de produção do biocombustível<br />
no Brasil este<br />
ano. Pelo que foi estabelecido<br />
na lei, isso só deve ocorrer a<br />
partir de maio de 2017. Até<br />
porque a economia está mais<br />
uma vez encolhendo e, consequentemente,<br />
o consumo de<br />
diesel também cai”, prevê o<br />
presidente da Aprobio, ressaltando<br />
que esta deve ser muito<br />
semelhante a do ano passado,<br />
em torno de 4 bilhões de litros<br />
produzidos e comercializados.<br />
A medida, entretanto, traz<br />
boas perspectivas para o setor<br />
e para a BSBIOS. “Estamos<br />
com ações previstas para<br />
O aumento gradativo dos<br />
percentuais de mistura do<br />
biodiesel no diesel vai beneficiar<br />
o tripé do programa,<br />
que contempla ações sociais<br />
- com a inclusão da<br />
agricultura familiar; ambientais<br />
- com redução da emissão<br />
de poluentes; e econômicas<br />
- com a melhora da<br />
balança comercial e dos<br />
continuar o nosso caminho de<br />
crescimento, em função, não<br />
somente do biodiesel, mas de<br />
nossa atuação em toda a cadeia<br />
do agronegócio brasileiro”,<br />
acrescenta Battistella.<br />
Visando atender ao mercado a<br />
ser criado pelo B8 e B9, a<br />
BSBIOS prevê investir em sua<br />
Benefícios<br />
rendimentos da agricultura<br />
do País, segundo Erasmo<br />
Carlos Battistella.<br />
Em 2015, foram produzidos<br />
no Brasil 3,94 bilhões<br />
de litros de biodiesel, um<br />
crescimento de 15% frente a<br />
2014, disputando com a<br />
Alemanha a segunda colocação<br />
na produção mundial.<br />
unidade de Marialva, no <strong>Paraná</strong>,<br />
duplicando sua capacidade.<br />
“Esse é um projeto que<br />
está em desenvolvimento técnico<br />
e esperamos uma melhoria<br />
da economia para<br />
iniciarmos os investimentos<br />
até o final do ano”, finaliza Battistella.<br />
A capacidade instalada<br />
hoje na indústria é de processar<br />
7,34 bilhões de litros<br />
por ano em 53 usinas autorizadas<br />
pela Agência Nacional<br />
do Petróleo e Biocombustíveis<br />
- ANP para produzir<br />
e comercializar nos leilões<br />
bimestrais de abastecimento<br />
do mercado interno<br />
de combustíveis.<br />
<strong>Março</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3