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Jornal Paraná Março 2016

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CONQUISTAS<br />

Mais biodiesel no diesel<br />

O aumento gradual da mistura<br />

até 10% em maio de 2019 é visto<br />

pelo setor como uma vitória,<br />

mas esperava-se mais<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Depois de muita espera<br />

e luta, as usinas<br />

brasileiras de biodiesel<br />

ganharam, finalmente,<br />

uma perspectiva de<br />

longo prazo para o setor, com<br />

um novo cronograma de aumentos<br />

da mistura obrigatória<br />

do biocombustível ao diesel. A<br />

última vez em que o setor teve<br />

um horizonte de crescimento<br />

foi em maio de 2014, quando<br />

foi editada a MP 647/2014<br />

que determinou o B6 e o B7<br />

ainda para aquele ano.<br />

“Sem dúvida é uma conquista,<br />

uma vitória importante<br />

para o setor e um incremento<br />

de mercado significativo. Mas<br />

nós esperávamos mais: que o<br />

8% de mistura, ou o B8, já pudesse<br />

vigorar a partir de agora,<br />

sem ter que esperar mais<br />

um ano”, afirma o diretor presidente<br />

da empresa BSBIOS e<br />

da Associação dos Produtores<br />

de Biodiesel do Brasil (Aprobio),<br />

Erasmo Carlos Battistella,<br />

O projeto de lei 3834/15, do<br />

Senado, foi aprovado no Plenário<br />

da Câmara dos Deputados<br />

e sancionado pela presidente<br />

do Brasil, em março.<br />

Este aumenta gradativamente<br />

o percentual de biodiesel no<br />

diesel vendido no País. Pelo<br />

projeto, esse subirá para 8%<br />

por até um ano após a edição<br />

da lei, 9% em até 24 meses<br />

depois da aprovação e 10%<br />

após 36 meses.<br />

Além desses avanços já garantidos,<br />

o Conselho Nacional<br />

de Política Energética (CNPE)<br />

passa a ter o poder de aumentar<br />

a mistura de biodiesel para<br />

até 15%, se testes e ensaios<br />

em motores validarem a utilização<br />

da mistura.<br />

Em <strong>2016</strong>, 4 bilhões de litros devem ser produzidos e comercializados<br />

Atualmente, a mistura de<br />

biodiesel no diesel está em 7%<br />

(B7). “Não devemos ter aumento<br />

de produção do biocombustível<br />

no Brasil este<br />

ano. Pelo que foi estabelecido<br />

na lei, isso só deve ocorrer a<br />

partir de maio de 2017. Até<br />

porque a economia está mais<br />

uma vez encolhendo e, consequentemente,<br />

o consumo de<br />

diesel também cai”, prevê o<br />

presidente da Aprobio, ressaltando<br />

que esta deve ser muito<br />

semelhante a do ano passado,<br />

em torno de 4 bilhões de litros<br />

produzidos e comercializados.<br />

A medida, entretanto, traz<br />

boas perspectivas para o setor<br />

e para a BSBIOS. “Estamos<br />

com ações previstas para<br />

O aumento gradativo dos<br />

percentuais de mistura do<br />

biodiesel no diesel vai beneficiar<br />

o tripé do programa,<br />

que contempla ações sociais<br />

- com a inclusão da<br />

agricultura familiar; ambientais<br />

- com redução da emissão<br />

de poluentes; e econômicas<br />

- com a melhora da<br />

balança comercial e dos<br />

continuar o nosso caminho de<br />

crescimento, em função, não<br />

somente do biodiesel, mas de<br />

nossa atuação em toda a cadeia<br />

do agronegócio brasileiro”,<br />

acrescenta Battistella.<br />

Visando atender ao mercado a<br />

ser criado pelo B8 e B9, a<br />

BSBIOS prevê investir em sua<br />

Benefícios<br />

rendimentos da agricultura<br />

do País, segundo Erasmo<br />

Carlos Battistella.<br />

Em 2015, foram produzidos<br />

no Brasil 3,94 bilhões<br />

de litros de biodiesel, um<br />

crescimento de 15% frente a<br />

2014, disputando com a<br />

Alemanha a segunda colocação<br />

na produção mundial.<br />

unidade de Marialva, no <strong>Paraná</strong>,<br />

duplicando sua capacidade.<br />

“Esse é um projeto que<br />

está em desenvolvimento técnico<br />

e esperamos uma melhoria<br />

da economia para<br />

iniciarmos os investimentos<br />

até o final do ano”, finaliza Battistella.<br />

A capacidade instalada<br />

hoje na indústria é de processar<br />

7,34 bilhões de litros<br />

por ano em 53 usinas autorizadas<br />

pela Agência Nacional<br />

do Petróleo e Biocombustíveis<br />

- ANP para produzir<br />

e comercializar nos leilões<br />

bimestrais de abastecimento<br />

do mercado interno<br />

de combustíveis.<br />

<strong>Março</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3

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