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Jornal Paraná Junho 2016

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EDITORIAL<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> faz 20 anos<br />

Acompanhando as mudanças no<br />

cenário da comunicação, ingressou<br />

nas plataformas digitais com o<br />

site www.jornalparana.com.br<br />

e com o perfil no facebook<br />

Com 20 anos de circulação<br />

completados<br />

em junho, o <strong>Jornal</strong><br />

<strong>Paraná</strong> se especializou<br />

na geração de informações<br />

ligadas ao agronegócio,<br />

em especial ao setor sucroenergético,<br />

divulgando os<br />

acontecimentos regionais,<br />

nacionais e internacionais<br />

que afetam o segmento.<br />

Produzido pela Editora<br />

Flamma, de Maringá (PR), é<br />

distribuído gratuitamente para<br />

usinas de todo o País, associações,<br />

entidades públicas e<br />

privadas, ligadas ao agronegócio<br />

e à pesquisa e ensino,<br />

além de lideranças.<br />

Porta-voz oficial das principais<br />

entidades representativas<br />

do setor sucroalcooleiro do<br />

Estado, o <strong>Jornal</strong> tem como<br />

parte de seu público leitor<br />

gestores, dirigentes, engenheiros,<br />

técnicos e gerentes<br />

de usinas, destilarias e de outras<br />

empresas ligadas ao segmento<br />

no <strong>Paraná</strong> e no Brasil.<br />

E esse esforço no sentido<br />

de manter seus leitores bem<br />

informados acerca de tudo o<br />

que acontece no meio e divulgar<br />

o trabalho desenvolvido<br />

pelo segmento sucroenergético,<br />

o <strong>Jornal</strong> tem se tornado<br />

referência sendo reconhecido<br />

não só pelo setor como um<br />

todo, mas também por premiações<br />

recebidas, como o<br />

Prêmio Ocepar.<br />

Acompanhando as mudanças<br />

no cenário da comunicação,<br />

ingressou nas plataformas<br />

digitais com o site<br />

www.jornalparana.com.br e<br />

com o perfil no facebook,<br />

atualizados periodicamente<br />

com notícias sobre os acontecimentos<br />

do setor no <strong>Paraná</strong><br />

e no Brasil, além de disponibilizar<br />

todo o conteúdo<br />

do jornal impresso, com as<br />

páginas podendo ser folheadas<br />

de forma digital.<br />

O jornal tem consciência<br />

dos desafios que se afiguram<br />

e em parceria com o segmento<br />

segue mantendo a qualidade<br />

editorial, com credibilidade,<br />

deixando sua marca.<br />

“É um veículo importante que se distingue<br />

pelo seu trabalho na divulgação do setor,<br />

levando conhecimento e propalando as<br />

atividades sucroenergéticas a todas as<br />

entidades e empresas ligadas ao<br />

agronegócio e à comunidade em<br />

geral. Em todo este tempo, tem<br />

ajudado a defender as causas<br />

do setor, sendo um importante<br />

instrumento de formação<br />

de opinião.”<br />

“Nestes 20 anos, o <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> tem<br />

acompanhado e sido um suporte de<br />

informação para o setor sucroenergético,<br />

sendo, por isso, de fundamental<br />

importância. A equipe está de parabéns.”<br />

Dagoberto Delmar Pinto, presidente da CPA Trading.<br />

“O <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> tem papel importantíssimo<br />

para o acompanhamento do setor<br />

bioenergético. Através dele podemos<br />

observar algumas mudanças<br />

em andamento nas usinas,<br />

novidades no estado do<br />

<strong>Paraná</strong> e percorrer ideias<br />

colocadas em prática por<br />

colegas do setor."<br />

Daniel Meneghel,<br />

presidente da<br />

Usina Bandeirantes<br />

"Só temos a agradecer, nestes 20 anos, ao <strong>Jornal</strong><br />

<strong>Paraná</strong>, pela cobertura dada às atividades desenvolvidas<br />

pelo Programa de Melhoramento da Cana de Açúcar,<br />

das variedades RB, ao divulgar o trabalho<br />

realizado pela Universidade Federal do <strong>Paraná</strong>”.<br />

Miguel Tranin,<br />

presidente da Alcopar<br />

Zaki Akel Sobrinho, reitor da UFPR<br />

2<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SAFRA <strong>2016</strong>/17<br />

<strong>Paraná</strong> sofre com geadas<br />

Perdas já chegam a 5%, reduzindo<br />

a previsão de colheita de cana para<br />

41 milhões de toneladas. Perspectiva<br />

de inverno rigoroso preocupa<br />

MARLY AIRES<br />

As geadas ocorridas<br />

no início de junho<br />

atingiram cerca de<br />

30% das áreas produtoras<br />

de cana de açúcar do<br />

<strong>Paraná</strong> e devem provocar<br />

uma quebra estimada de 5%<br />

da safra <strong>2016</strong>/17 no Estado,<br />

reduzindo a estimativa inicial<br />

de produção de 43 milhões de<br />

toneladas de cana para 41<br />

milhões. Com isso caem também<br />

as produções de açúcar,<br />

de pouco mais de 3 milhões<br />

de toneladas para 2,85 milhões,<br />

e de etanol, de 1,53 bilhão<br />

de litros para 1,45 bilhão,<br />

segundo o presidente da Alcopar,<br />

Miguel Tranin.<br />

O que mais preocupa, entretanto,<br />

é que as geadas<br />

ocorreram no outono e que a<br />

previsão para este inverno é<br />

de muito mais frio, se confirmada<br />

a ocorrência do fenômeno<br />

La Niña, entre o final de<br />

julho e início de agosto. “Entramos<br />

agora no inverno e o<br />

temor é de que novas frentes<br />

frias, com geadas mais fortes,<br />

aumentem ainda mais os<br />

prejuízos, afetando também<br />

as demais áreas. O clima está<br />

muito instável”, afirma Tranin.<br />

As regiões mais atingidas<br />

no <strong>Paraná</strong> são as localizadas<br />

ao sul de Maringá, abaixo do<br />

Trópico de Capricórnio, e<br />

áreas de vale, como o do Ivaí.<br />

As lavouras atingidas estavam<br />

em vários estágios de desenvolvimento,<br />

daí o percentual<br />

de perda menor do que a área<br />

atingida. No caso das lavouras<br />

próximas à colheita, o processo<br />

é acelerado, sem<br />

grandes problemas. “Tem que<br />

entrar colhendo rápido para<br />

que a cana não comece a fermentar<br />

em pé e perca tudo”,<br />

diz o presidente da Alcopar.<br />

O problema maior é nos demais<br />

estágios, que demandam<br />

o corte prematuro da<br />

cana, perdendo a matéria<br />

prima e atrasando o ciclo, que<br />

precisa ser reiniciado. “O produtor<br />

tem que gastar mais,<br />

sem produção, refazendo os<br />

tratos culturais, cultivo e tudo<br />

mais”, comenta.<br />

30% das áreas<br />

produtoras de cana<br />

no Estado foram<br />

atingidas<br />

Chuvas atrasam colheita e renovação dos canaviais<br />

As chuvas intensas no <strong>Paraná</strong><br />

afetaram o ritmo da colheita,<br />

mas ainda é prematuro<br />

falar que vai sobrar cana bisada<br />

no campo, de uma safra<br />

para outra, afirma o presidente<br />

da Alcopar, Miguel Tranin. As<br />

previsões climáticas mostram<br />

que o fenômeno El Niño, que<br />

provoca chuvas acima da<br />

média no Centro Sul, e que foi<br />

um dos mais fortes registrados<br />

nos últimos anos, deve<br />

ceder espaço ao La Niña, que<br />

tende a provocar estiagens na<br />

região. “Isso pode fazer com<br />

que a colheita acelere mais no<br />

final da safra”, diz.<br />

Com apenas 25% da cana já<br />

colhida, até o dia 15 de junho<br />

o <strong>Paraná</strong> tinha esmagado<br />

10,75 milhões de toneladas de<br />

cana, 15, 3% a menos que no<br />

mesmo período do ano passado,<br />

quando já tinham sido<br />

processadas 12,69 milhões<br />

de toneladas, apesar de 2015<br />

ter sido um ano bastante chuvoso<br />

também. O total de cana<br />

moída na primeira quinzena de<br />

junho nesta safra foi 38% menor<br />

em relação à mesma quinzena<br />

de 2015/16, cerca de<br />

1,69 milhão de toneladas contra<br />

2,73 milhões.<br />

Até a data, tinham sido produzidos<br />

713,43 mil toneladas<br />

de açúcar contra 785,66 mil<br />

no mesmo período da safra<br />

passada, diferença de 9,2% a<br />

menos. No caso do etanol<br />

total, a diferença é de 21,9%,<br />

com produção de 370,27 milhões<br />

de litros nesta safra contra<br />

473,95 milhões na anterior.<br />

A redução maior, 29%, ocorreu<br />

na produção de etanol hidratado.<br />

Foram fabricados só<br />

220,1 milhões contra 309,86<br />

milhões no mesmo período do<br />

ano passado. Foram industrializados<br />

ainda 150,17 milhões<br />

de litros de etanol anidro, 8,5%<br />

a menos (164,08 milhões). O<br />

rendimento industrial tem sido<br />

de 128,6 kg ATR/t cana, 0,2%<br />

a menos.<br />

“Apesar do atraso na colheita,<br />

é muito cedo ainda para<br />

se dizer se vai sobrar cana de<br />

uma safra para outra. Principalmente<br />

diante da expectativa<br />

de que o fenômeno La Niña<br />

traga tempo mais seco no segundo<br />

semestre, favorável ao<br />

processamento de cana”, ressalta<br />

Tranin. De um modo geral,<br />

as chuvas de maio e início<br />

de junho atingiram as principais<br />

regiões produtoras de<br />

cana do Centro Sul do Brasil<br />

impedindo a moagem durante<br />

vários dias.<br />

Com relação às perspectivas<br />

de que as chuvas ocorridas<br />

até o momento possam<br />

beneficiar o canavial, Tranin é<br />

cético. “Na safra passada, esperávamos<br />

que as chuvas intensas<br />

durante praticamente<br />

todo ano compensassem com<br />

maior produtividade, o que não<br />

ocorreu em função da idade já<br />

avançada do canavial, devido<br />

à baixa renovação das lavouras.<br />

O cenário continua o mesmo”,<br />

afirma.<br />

Por conta das chuvas, a renovação<br />

das lavouras de cana<br />

de açúcar tem sido bastante<br />

lenta e tem ficado ao redor de<br />

13%, em vez de 20% do total,<br />

percentual tido como ideal.<br />

“Isso, num cenário de canaviais<br />

já significativamente envelhecidos,<br />

é preocupante, podendo<br />

reduzir as produtividades.<br />

E uma estiagem mais severa<br />

pode comprometer ainda<br />

mais”, afirma.<br />

4<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


ESTRATÉGIAS<br />

Setor busca interlocutores<br />

junto ao governo Temer<br />

Presidente da Alcopar participou,<br />

junto com outras lideranças, de<br />

reuniões com diversos ministros<br />

e autoridades em Brasília<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Em busca de novos interlocutores<br />

junto ao<br />

governo interino de<br />

Michel Temer, lideranças<br />

do setor sucroenergético,<br />

entre elas o presidente da Alcopar,<br />

Miguel Tranin, além do<br />

presidente do Fórum Nacional<br />

Sucroenergético, André Rocha,<br />

e das demais entidades<br />

estaduais ligadas ao setor, estiveram<br />

reunidos com diversos<br />

ministros e autoridades<br />

em Brasília no início de junho.<br />

Na pauta das discussões<br />

estava a apresentação do difícil<br />

cenário enfrentado pelo<br />

setor, a importância da cadeia<br />

para o desenvolvimento da<br />

economia do Brasil e de pequenos<br />

municípios espalhados<br />

por todo o país e as reivindicações<br />

do setor, visando<br />

elaborar uma agenda de<br />

ações que beneficiem o setor.<br />

“De um modo geral, a receptividade<br />

por parte dos ministros<br />

foi muito boa", avalia<br />

Tranin.<br />

As reuniões se deram com<br />

Fernando Coelho Filho (Minas<br />

e Energia), Marcos Pereira<br />

(Indústria, Comércio Exterior e<br />

Serviços), Bruno Araújo (Cidades),<br />

Gilberto Kassab (Comunicações,<br />

Ciência, Tecnologia<br />

e Inovação), Ricardo<br />

Barros (Saúde) e Sarney Filho<br />

(Meio Ambiente), além de<br />

Sueli Araújo, presidente do<br />

Ibama, Neri Gueller, secretário<br />

de Política Agrícola, e o ex-deputado<br />

federal Rodrigo Rocha<br />

Loures, assessor do presidente<br />

Michel Temer.<br />

Objetivo é elaborar uma agenda de ações que beneficiem o setor<br />

Entre os assuntos em discussão<br />

estavam reivindicações<br />

antigas incluindo incentivos<br />

ao Programa de Melhoria<br />

de Eficiência dos Motores<br />

Flex, investimentos em logística<br />

e a liberação de mais recursos<br />

para renovação de<br />

canaviais e estocagem de etanol<br />

para o período da entressafra<br />

de cana. No ano passado,<br />

essas linhas de crédito<br />

só saíram na virada de agosto<br />

para setembro e com juros<br />

mais altos, desestimulando a<br />

demanda. No total, o desembolso<br />

do Banco Nacional de<br />

Desenvolvimento Econômico<br />

e Social (BNDES) ao setor de<br />

cana em 2015 foi de R$<br />

2,744 bilhões, 60% a menos<br />

na comparação com 2014.<br />

Impulso a cogeração de<br />

energia elétrica com foco no<br />

programa de estímulo a investimento<br />

na energia de biomassa<br />

foi outro assunto da<br />

pauta. O objetivo é aumentar<br />

a participação desta na matriz<br />

Maior competitividade<br />

energética, tornando-se mais<br />

uma importante fonte de renda<br />

para o setor sair da crise.<br />

Todas as usinas são autossuficientes,<br />

mas apenas 40%<br />

exportam energia para a rede.<br />

Solicitaram ainda o apoio e<br />

empenho do governo nas<br />

ações que o setor move contra<br />

a Tailândia e Índia junto a<br />

Organização Mundial do Comércio<br />

(OMC) com relação a<br />

subsídios dados ao açúcar.<br />

Com o objetivo de aumentar<br />

a competitividade do etanol<br />

frente à gasolina, a recomposição<br />

da cobrança da Contribuição<br />

de Intervenção no Domínio<br />

Econômico (Cide) nos<br />

mesmos níveis de 2002, foi<br />

um dos principais temas da<br />

pauta de reivindicações. Zerada<br />

em 2012, foi parcialmente<br />

recomposta em fevereiro<br />

do ano passado, mas<br />

setor pede a elevação do tributo<br />

para algo próximo de R$<br />

0,60 por litro, que representaria<br />

uma correção monetária<br />

em relação aos R$ 0,28 por<br />

litro, quando a taxa foi criada.<br />

As lideranças defenderam<br />

que a Cide, ao afetar só consumidores<br />

de gasolina, seria<br />

um tributo menos abrangente<br />

que uma eventual CPMF, e que<br />

poderia gerar uma receita adicional<br />

de R$ 15 bilhões (cálculos<br />

feitos em setembro de<br />

2015) para o governo, que<br />

neste ano prevê um déficit de<br />

R$ 170,5 bilhões.<br />

E que além de ser de rápida<br />

implementação, também é<br />

ambientalmente positiva, por<br />

taxar um combustível fóssil.<br />

“Na conversa com o ministro<br />

da Saúde, Ricardo Barros, que<br />

sempre se posicionou favorável<br />

ao setor, buscamos mostrar<br />

os benefícios do etanol<br />

para a saúde pública e os<br />

Miguel Tranin com o ministro da Saúde Ricardo<br />

Barros e ex-deputado federal Rodrigo Rocha<br />

Loures, assessor do presidente Michel Temer<br />

danos causados pela poluição<br />

decorrente da queima do derivado<br />

de petróleo. E que a Cide<br />

não traz benefícios apenas no<br />

âmbito econômico, mas também<br />

no socioambiental”, destaca<br />

Tranin.<br />

As entidades solicitaram<br />

ainda a prorrogação do PIS/<br />

Cofins, que vence em dezembro.<br />

Este se refere a um crédito<br />

presumido que equivale a<br />

zerar a alíquota incidente sobre<br />

o etanol. A compensação tributária,<br />

com corte de R$ 0,12<br />

por litro de álcool, foi tomada<br />

em 2013.<br />

6<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


RISCO<br />

Carros leves a diesel prejudicariam a saúde<br />

A advertência foi feita pela Agência Internacional<br />

de Energia. Só no Brasil 22 mil morrem por ano<br />

por exposição à poluição atmosférica<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Após cinco anos de tramitação<br />

na Câmara, dois pareceres<br />

negativos em comissões técnicas<br />

e posicionamentos<br />

contrários de diversos setores empresariais,<br />

governamentais e de pesquisa,<br />

voltou-se novamente a falar do<br />

Projeto de Lei 1013/2011 que autoriza<br />

a fabricação e venda de carros leves<br />

a diesel no Brasil. Considerado um retrocesso<br />

e um forte agente de poluição,<br />

contraria os compromissos assumidos<br />

pelo País no sentido de reduzir<br />

a emissão de poluentes e tudo o<br />

que já tem sido feito em todos esses<br />

anos para limpar a matriz energética<br />

brasileira.<br />

A restrição ao consumo do diesel<br />

para veículos leves existe desde os<br />

anos 1970 e hoje o Brasil só o usa em<br />

caminhões, ônibus e outros veículos<br />

utilitários. Se aprovado, outros automóveis<br />

leves também poderiam usálo.<br />

Segundo especialistas, isso seria<br />

prejudicial do ponto de vista econômico,<br />

ambiental e de saúde pública.<br />

Sob o ponto de vista econômico, o<br />

Brasil importou 19% de todo diesel<br />

vendido no país em 2014, e uma<br />

maior demanda significaria ainda<br />

mais importações em prejuízo da balança<br />

comercial. Sob a perspectiva<br />

ambiental, mais carros a diesel na rua<br />

ampliariam os efeitos da mudança climática,<br />

já que substituiriam uma parcela<br />

do etanol, que possui claros benefícios<br />

comprovados. Dependendo<br />

do volume de vendas de carros a diesel,<br />

as emissões de dióxido de carbono<br />

(CO 2 ) poderiam aumentar entre<br />

5% e 22% em 2050, calcula-se.<br />

No entanto, o impacto mais grave<br />

seria na qualidade do ar e na saúde pública.<br />

Segundo relatório publicado recentemente<br />

pela AIE (Agência Internacional<br />

de Energia), 6,5 milhões de<br />

pessoas morrem por ano no mundo<br />

devido à poluição do ar, e o setor de<br />

transportes é apontado como um dos<br />

principais culpados. A poluição é a<br />

quarta maior causa de mortes evitáveis<br />

no mundo - atrás apenas da hipertensão,<br />

da má alimentação e do cigarro.<br />

Só no Brasil são 22 mil mortes<br />

prematuras por ano e o número deve<br />

crescer para 36 mil em 2040 só com<br />

a expansão da economia, sem considerar<br />

novos usos de combustíveis fósseis,<br />

como carros leves a diesel.<br />

“Os veículos a diesel são as principais<br />

fontes de compostos como particulados<br />

finos e óxidos de nitrogênio<br />

e enxofre, que causam problemas sérios<br />

de saúde”, afirma o médico Paulo<br />

Saldiva, diretor do Instituto de Estudos<br />

Avançados da USP e um dos maiores<br />

especialistas do Brasil em poluição<br />

atmosférica urbana. O setor de transportes<br />

é o principal emissor de NOx<br />

do planeta, respondendo por mais de<br />

No mundo, são 6,5 milhões de mortes evitáveis<br />

50% das 107 milhões de toneladas de<br />

óxidos de nitrogênio emitidas em<br />

2015. Também manda para o ar 10%<br />

dos particulados emitidos por uso de<br />

energia, aponta relatório da AIE.<br />

As emissões de partículas extrafinas<br />

também são classificadas como<br />

carcinógenos pela OMS (Organização<br />

Mundial da Saúde) e os limites de<br />

certificação dos veículos leves a diesel<br />

vendidos no Brasil hoje seriam<br />

quase 30 vezes maiores do que os limites<br />

para um motor flex ou gasolina.<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7


USINA<br />

Santa Terezinha comemora<br />

Semana do Meio Ambiente<br />

Visando disseminar a consciência<br />

ambiental, corporativo e unidades<br />

produtivas da empresa realizaram ações<br />

com colaboradores e a comunidade<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Em comemoração à<br />

Semana Mundial do<br />

Meio Ambiente, as<br />

unidades produtivas,<br />

corporativo e terminal logístico<br />

de Maringá da Usina Santa Terezinha<br />

realizaram ações socioambientais<br />

envolvendo colaboradores<br />

e comunidade.<br />

Esta é realizada em comemoração<br />

ao Dia Mundial do Meio<br />

Ambiente (5 de junho), data<br />

criada pela ONU (Organização<br />

das Nações Unidas) em 1972<br />

com o objetivo de chamar a<br />

atenção da população para os<br />

problemas ambientais e para<br />

a importância da preservação<br />

dos recursos naturais.<br />

A Unidade Terra Rica também<br />

comemorou a Semana do Meio<br />

Ambiente promovendo atividades<br />

com os alunos do 4º ano da<br />

Escola Municipal Antônio Francisco<br />

de Souza, de Diamante do<br />

Norte (PR). Juntamente com o<br />

setor ambiental da usina, o time<br />

Agentes de Mudanças da unidade<br />

coordenou a visita das<br />

crianças que assistiram a uma<br />

palestra sobre preservação do<br />

meio ambiente e participaram<br />

de dinâmicas temáticas. Durante<br />

os DDS’s (Diálogos Diários<br />

de Segurança), a data foi<br />

Em Maringá (PR), a empresa<br />

foi parceira da Secretaria<br />

Municipal de Meio Ambiente<br />

nas atividades que envolveram<br />

alunos do ensino<br />

fundamental e médio de escolas<br />

públicas e particulares da<br />

cidade. Teve apresentação do<br />

grupo musical Seresta Maringá,<br />

na Câmara Municipal,<br />

além de exibição de filme<br />

sobre preservação ambiental<br />

e a palestra ‘Aquecimento Global<br />

e Mudanças Climáticas’,<br />

ministrada pelo professor doutor<br />

Rômulo Diego de Lima<br />

Behrend. Como parte da programação<br />

teve ainda a inauguração<br />

de uma estação de<br />

reciclagem, uma blitz ecológica<br />

com distribuição de materiais<br />

educativos e uma trilha<br />

ambiental no Parque do Ingá.<br />

A usina também foi uma das<br />

apoiadoras do Projeto Caça ao<br />

Tesouro, da Emater, realizado<br />

durante a 44ª Expoingá (Exposição<br />

Feira Agropecuária, Industrial<br />

e Comercial de Maringá).<br />

A ação envolveu crianças<br />

de Maringá e região em<br />

atividades que visam o desenvolvimento<br />

da consciência<br />

ambiental. No projeto, as<br />

crianças conheceram diversos<br />

processos que colaboram para<br />

a preservação do meio ambiente.<br />

Entre eles, o de produção<br />

da bioeletricidade -<br />

energia limpa e renovável - a<br />

partir do bagaço da cana de<br />

açúcar e participaram de jogos<br />

lúdicos e concursos culturais.<br />

Aluna do Lar Escola Bom<br />

Samaritano, em Maringá,<br />

Emilly Plantes de Souza foi<br />

uma das 12 mil crianças que<br />

Outras atividades<br />

lembrada pelos colaboradores<br />

na discussão sobre a destinação<br />

correta de resíduos como<br />

óleo lubrificante, óleo vegetal,<br />

pilhas e baterias.<br />

Na Unidade Ivaté, a 3ª edição<br />

da Semana do Meio Ambiente,<br />

participaram do Caça ao Tesouro<br />

e uma das ganhadoras<br />

do concurso cultural que premiou<br />

desenhos, frases e redações<br />

ao final do projeto. “Todo<br />

ano a minha escola visita a Fazendinha<br />

e participa do projeto,<br />

e eu sempre saio sabendo<br />

alguma coisa nova. Já<br />

aprendi sobre separar o lixo,<br />

economizar água e, dessa vez,<br />

que existem vários jeitos melhores<br />

para o meio ambiente<br />

de produzir energia”, afirmou.<br />

buscou fortalecer o crescimento<br />

sustentável da região espalhando<br />

a consciência ambiental<br />

entre os colaboradores e toda a<br />

comunidade local. Foram distribuídas<br />

mudas de espécies nativas,<br />

exóticas e ornamentais.<br />

Cerca de 120 crianças da Escola<br />

Municipal Herculândia foram<br />

envolvidas na ação. Além<br />

de levar as mudas, todos os<br />

participantes receberam orientações<br />

sobre plantio, arborização<br />

urbana e recuperação de<br />

áreas de preservação permanente.<br />

8<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SOCIOAMBIENTAL<br />

Campanha do Agasalho arrecada mais de 10 mil peças<br />

Colaboradores da Santa Terezinha<br />

se mobilizaram para ajudar a<br />

aquecer o inverno em 14 municípios<br />

do <strong>Paraná</strong> e Mato Grosso do Sul<br />

ASSESSORIA DE<br />

COMUNICAÇÃO<br />

Disseminar a consciência<br />

solidária, criando<br />

uma rede voluntária<br />

entre os colaboradores<br />

para a arrecadação de roupas,<br />

calçados e cobertores:<br />

este é o objetivo da Campanha<br />

do Agasalho da Usina Santa Terezinha,<br />

realizada nas onze unidades<br />

produtivas, corporativo e<br />

terminal logístico da empresa.<br />

Ao todo, foram envolvidos<br />

14 municípios dos dois estados,<br />

beneficiando 18 instituições<br />

e projetos sociais voltados<br />

para crianças, idosos, moradores<br />

de rua, reabilitação do<br />

uso de drogas, esporte e famílias.<br />

As doações também foram<br />

direcionadas para nove<br />

Centros de Referência da Assistência<br />

Social e cinco bazares<br />

solidários promovidos para<br />

os trabalhadores rurais.<br />

No corporativo, mais uma<br />

vez, a iniciativa foi fomentada<br />

por meio de uma Gincana Solidária,<br />

organizada pelos Agentes<br />

de Mudança - time de colaboradores<br />

que promove e incentiva<br />

ações socioambientais na empresa<br />

- e arrecadou 2.297 peças<br />

de roupa e 193 cobertores.<br />

Visando aumentar a rede de<br />

beneficiados pela campanha, a<br />

gincana solidária também pontuou<br />

doações de sangue e de<br />

notas fiscais, que tem parte do<br />

valor revertido para instituições<br />

sociais por meio do programa<br />

Nota <strong>Paraná</strong>.<br />

Em pouco mais de um<br />

mês foram realizadas 23 doações<br />

de sangue para hemocentros<br />

de Maringá (PR) e<br />

arrecadados mais de 1.023<br />

notas fiscais, no valor de 85<br />

mil reais.<br />

Os colaboradores se mobilizaram<br />

para ajudar a aquecer<br />

o inverno em municípios do<br />

<strong>Paraná</strong> e Mato Grosso do Sul<br />

e o resultado foi além do esperado.<br />

Lançada com a meta<br />

de arrecadar 7 mil itens, a<br />

Campanha do Agasalho <strong>2016</strong><br />

angariou 10.641 peças,<br />

sendo 1.119 cobertores.<br />

Encontro discute Pacto Global da ONU<br />

Usina foi uma das participantes,<br />

apresentando suas iniciativas.<br />

Objetivo é buscar o<br />

desenvolvimento sustentável<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Visando debater os Objetivos<br />

de Desenvolvimento<br />

Sustentável<br />

(ODS), a Usina Santa<br />

Terezinha participou recentemente<br />

do Encontro das Empresas<br />

Signatárias do Pacto<br />

Global, da Organização das<br />

Nações Unidas (ONU), realizado<br />

em Curitiba (PR).<br />

O evento reuniu cerca de<br />

100 representantes de organizações<br />

paranaenses - públicas,<br />

privadas e terceiro setor<br />

– e da ONU, para discutir e encontrar<br />

formas de como estes<br />

objetivos podem ser implantados<br />

no cotidiano das grandes<br />

e pequenas organizações paranaenses.<br />

Participante do Painel 2,<br />

onde foram apresentadas as<br />

estratégias que o setor industrial<br />

pode adotar com esse<br />

fim, a Usina Santa Terezinha<br />

compartilhou suas iniciativas<br />

rumo à sustentabilidade e divulgou<br />

os avanços que vêm<br />

sendo conquistados dentro<br />

dos princípios do Pacto Global,<br />

Metas do Milênio - ODS<br />

e diretrizes da GRI (Global<br />

Reporting Initiative). O evento<br />

foi organizado pelo Serviço<br />

Social da Indústria (Sesi) do<br />

<strong>Paraná</strong>. Na ocasião, também<br />

foi entregue a bandeira da<br />

ONU e realizado o seu hasteamento<br />

na Federação das Indústrias<br />

do Estado do <strong>Paraná</strong><br />

(Fiep).<br />

A usina é signatária do<br />

Pacto Global desde 2012 e é<br />

uma das 714 organizações<br />

brasileiras signatárias. No<br />

mundo, cerca de 3 mil companhias<br />

se comprometeram a<br />

promover o desenvolvimento<br />

sustentável em suas cadeias<br />

produtivas.<br />

10<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


EVENTO<br />

CIBIO <strong>2016</strong> supera expectativas<br />

Duas mil pessoas participaram<br />

entre visitantes e congressistas de<br />

20 estados brasileiros e seis países<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Considerado por especialistas<br />

e lideranças<br />

do setor de biomassa<br />

do Brasil como um<br />

meio de incentivar o uso de<br />

energias renováveis, o CIBIO<br />

<strong>2016</strong> - Congresso Internacional<br />

de Biomassa, realizado nos<br />

dias 15 e 16 de junho, na Federação<br />

das Indústrias do Estado<br />

do <strong>Paraná</strong> (Fiep), em Curitiba<br />

(PR), foi um sucesso segundo<br />

os organizadores.<br />

Cerca de dois mil profissionais<br />

do setor da biomassa e<br />

energia participaram, entre visitantes<br />

e congressistas de 20<br />

estados brasileiros e seis países<br />

- Colômbia, Uruguai, Chile,<br />

África, Portugal e Argentina -,<br />

além de entidades e associações<br />

do Brasil e do mundo ligadas<br />

à biomassa, cita Tiago<br />

Fraga, coordenador do evento.<br />

O presidente da Alcopar, Miguel<br />

Tranin, participou da abertura<br />

onde falou sobre o estudo<br />

que mostra que o Brasil reduziu<br />

35% da emissão de gases do<br />

efeito estufa de 2005 a 2015, e<br />

ainda assim se comprometeu<br />

a chegar a 40% até 2025, durante<br />

o COP 21, em Paris. Sobre<br />

a Matriz Energética Brasileira,<br />

disse que o Brasil já tem<br />

40% de energias renováveis, e<br />

dessas 17% é pelo uso do etanol.<br />

“Esse percentual é três vezes<br />

maior do que o de qualquer<br />

outra nação”.<br />

Como parte da programação,<br />

teve a Feira Expobiomassa,<br />

com 38 expositores do<br />

Brasil, EUA, Alemanha, Chile<br />

e China. O evento contou<br />

ainda com a parte acadêmica,<br />

mostrando trabalhos desenvolvidos<br />

na área, com premiação<br />

das 10 melhores e 20<br />

foram selecionados para publicação<br />

na Revista Brasileira<br />

de Biomassa e Energia. O objetivo<br />

foi envolver os congressistas<br />

nos assuntos ambientais,<br />

discutir os novos<br />

rumos e tendências do setor<br />

e da matriz energética brasileira,<br />

apresentar tecnologias,<br />

tendências do mercado e<br />

apontar soluções sobre como<br />

resíduos sólidos e a produção<br />

de energia por meio<br />

de biomassa podem ser tratados<br />

e desenvolvidos.<br />

Evento foi organizado pela<br />

FRG Mídia Brasil e <strong>Paraná</strong><br />

Metrologia com apoio do<br />

Sistema Senai, Tecpar, Itaipu,<br />

Andritz, BRDE, Alcopar e outros.<br />

A 2ª edição está programada<br />

para os dias 27, 28<br />

e 29 de junho de 2017.<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11


EXPANSÃO<br />

Governo estuda elevar mistura de biodiesel<br />

Aumento seria para até 15%,<br />

mais que o dobro dos atuais 7%.<br />

Testes serão feitos por grupo de<br />

trabalho criado pelo Ministério<br />

de Minas e Energia<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Mais um importante<br />

passo foi dado visando<br />

o aumento<br />

da mistura do biodiesel<br />

ao diesel, beneficiando<br />

o meio ambiente e a cadeia<br />

produtiva do biocombustível.<br />

Foi criado em junho, pelo Ministério<br />

de Minas e Energia,<br />

um grupo de trabalho, composto<br />

pelo governo e por representantes<br />

do setor privado,<br />

para testar e validar uma nova<br />

mudança nos percentuais de<br />

mistura. O governo federal estuda<br />

elevar de 7% para até<br />

15% a quantidade de biodiesel<br />

no diesel.<br />

Conforme publicação no<br />

Diário Oficial, o grupo tem até<br />

23 março de 2017 para concluir<br />

os testes relacionados ao<br />

aumento do percentual para<br />

10% e até 23 de março de<br />

2019 para os estudos relativos<br />

à adição de 15%.<br />

Em março deste ano, foi<br />

sancionada a lei que eleva a<br />

mistura de biodiesel ao diesel<br />

vendido ao consumidor para<br />

8% a partir de 2017. De acordo<br />

com o Ministério de Minas<br />

e Energia, esse aumento "incentiva<br />

a produção de biodiesel,<br />

reduz as importações de<br />

óleo diesel e favorece a agricultura<br />

familiar e o agronegócio<br />

brasileiro".<br />

Integrantes<br />

O grupo criado pelo governo, que será coordenado por<br />

representante do Ministério de Minas e Energia, também<br />

terá representantes dos ministérios da Ciência, Tecnologia,<br />

Inovações e Comunicações, da Indústria, Comércio<br />

Exterior e Serviços, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,<br />

do Meio Ambiente, além da Agência Nacional do<br />

Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do Instituto<br />

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais<br />

Renováveis (Ibama).<br />

Também participam representantes da Associação Nacional<br />

dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),<br />

do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes<br />

para Veículos Automotores - (Sindipeças), da Associação<br />

Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), da Associação<br />

Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos<br />

(Abimaq), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos<br />

Vegetais (Abiove), Associação dos Produtores de Biodiesel<br />

do Brasil (Aprobio) e União Brasileira do Biodiesel e<br />

Bioquerosene (Ubrabio).<br />

A mesma lei determina que<br />

esse percentual passará para<br />

9% até 2018 e para 10% até<br />

2019. O texto também prevê<br />

que pode passar a 15% nos<br />

anos seguintes, desde que sejam<br />

feitos testes em motores e<br />

haja aprovação do Conselho<br />

Nacional de Política Energética.<br />

Na ocasião em que o projeto<br />

de lei foi sancionado, a expectativa<br />

era que, com as novas<br />

misturas, o preço do combustível<br />

fique mais barato para o<br />

consumidor.<br />

Incentivo a produção reduz as importações de óleo diesel e favorece<br />

a agricultura familiar e o agronegócio brasileiro<br />

O biodiesel pode ser extraído<br />

de fontes como mamona, dendê,<br />

girassol, babaçu, amendoim,<br />

pinhão manso e soja.<br />

Esse tipo de combustível, biodegradável<br />

e renovável, pode<br />

reduzir a poluição ambiental,<br />

segundo o governo. De acordo<br />

com o Ministério de Minas e<br />

Energia, entre 2007 - quando<br />

o governo lançou o Programa<br />

Nacional de Produção e Uso<br />

do Biodiesel (PNPB) - e 2014,<br />

foram economizados US$ 5,3<br />

bilhões com a importação de<br />

óleo diesel.<br />

“O desenvolvimento do agronegócio passa,<br />

primordialmente, pelo fortalecimento das instituições,<br />

pelo trabalho com planejamento e pela informação<br />

confiável. O <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> faz parte da construção da<br />

história das empresas do setor e do Estado do <strong>Paraná</strong>,<br />

sempre proporcionando o compartilhamento de<br />

conteúdo valioso para os nossos negócios. Parabéns<br />

pelos 20 anos de presença ao nosso lado.”<br />

Vera Lucia Moraes Novo, diretora da Companhia<br />

Melhoramento Norte do <strong>Paraná</strong><br />

"O <strong>Jornal</strong> tem contribuído para valorizar a imagem do<br />

setor. Apresenta o que há de mais importante,<br />

cumprindo seu papel e contribuindo com informações<br />

que ressaltam a importância do setor. Parabéns pela<br />

seriedade, credibilidade e idoneidade com que<br />

conduz suas publicações nesses 20 anos".<br />

Silézio da Silveira, diretor presidente<br />

da Renuka Vale do Ivaí S/A.<br />

12<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


MEIO AMBIENTE<br />

Crianças aprendem sobre preservação na BSBIOS<br />

Cerca de 500 alunos de Passo<br />

Fundo participaram da atividade.<br />

Primeira edição, no ano passado,<br />

foi no <strong>Paraná</strong>, com a presença<br />

de 450 estudantes<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Sustentabilidade é a<br />

palavra-chave para o<br />

equilíbrio entre preservação<br />

ambiental,<br />

desenvolvimento social e<br />

crescimento econômico. Promover<br />

essa reflexão é o objetivo<br />

das atividades desenvolvidas<br />

pela BSBIOS com estudantes<br />

do 4º ano do ensino<br />

fundamental. Em junho último,<br />

a empresa desenvolveu<br />

o projeto “Sementinhas do<br />

Futuro”, recebendo na sede<br />

da BSBIOS, em Passo Fundo,<br />

mais de 500 alunos de sete<br />

escolas do município do dia<br />

15 a 28.<br />

Este é o segundo ano que a<br />

empresa desenvolve o projeto.<br />

No ano passado, a primeira edição<br />

do “Sementinhas do Futuro”<br />

foi realizado pela BSBIOS, em<br />

sua unidade em Marialva (PR),<br />

onde mais de 450 alunos de oito<br />

escolas do município visitaram<br />

a empresa e participaram das<br />

atividades desenvolvidas.<br />

“Queremos oportunizar as<br />

crianças a disseminação de<br />

conhecimento sobre o que é<br />

o biodiesel e como ele é feito,<br />

mas também enfatizar a importância<br />

da preservação<br />

consciente da natureza”, destacou<br />

Erasmo Carlos Battistella,<br />

diretor presidente da<br />

BSBIOS ressaltando que os<br />

estudantes serão multiplicadores<br />

de conhecimento.<br />

Programa teve peça de teatro<br />

“Com orientação vamos ter<br />

adultos mais conscientes e<br />

responsáveis e, como resultado<br />

um mundo mais limpo e<br />

acolhedor”.<br />

A programação do evento<br />

conta com visita a unidade industrial,<br />

palestras sobre a<br />

transformação do grão de soja<br />

em biodiesel e ações de preservação<br />

da natureza e, ainda<br />

com a apresentação da peça<br />

de teatro “O Sumiço da Consciência”,<br />

com o Grupo Ritornelo,<br />

de Passo Fundo (RS).<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

13


SYNTEGRAÇÃO<br />

Pragas podem por tudo a perder<br />

Houve um aumento considerável<br />

da infestação de insetos que<br />

causam danos, tanto de cigarrinha<br />

da raiz, como de broca da cana<br />

trabalho e<br />

tecnologia utilizados<br />

no cultivo da<br />

“Todo<br />

cana de açúcar<br />

podem ser perdidos se na colheita<br />

os toletes estiverem furados:<br />

perde açúcar, produtividade<br />

e qualidade. Também,<br />

aplicar maturador em cana<br />

brocada é jogar dinheiro fora,<br />

porque a cana não é responsiva<br />

ao produto se estiver fisiologicamente<br />

alterada”. As afirmações<br />

são do engenheiro<br />

agrônomo e entomologista da<br />

Global Cana - Soluções Entomológicas<br />

Ltda, José Francisco<br />

Garcia, que falou sobre o<br />

assunto no 1º Syntegração<br />

<strong>2016</strong>, reunião técnica realizada<br />

pela Syngenta em parceria<br />

com a Alcopar, dia 14 de<br />

junho, em Maringá.<br />

Ele alertou sobre o aumento<br />

considerável da infestação de<br />

pragas, tanto da cigarrinha,<br />

como de broca da cana. “Cana<br />

com cigarrinha e broca tem<br />

carga volumetricamente, mas<br />

a densidade é menor, assim<br />

como a produção de açúcar.<br />

Entra uma tonelada de cana,<br />

mas não sai o correspondente<br />

em açúcar, sem contar os prejuízos<br />

com a qualidade devido<br />

à contaminação por fungos”,<br />

comenta. Além da perda de<br />

açúcar, estes podem gerar problemas<br />

e aumento de custos<br />

para a indústrias, contaminando<br />

o processo e podem até<br />

a travar a indústria, demandando<br />

reiniciar tudo de novo,<br />

enfatizou.<br />

O agrônomo citou que o produtor<br />

de cana de açúcar conta<br />

com vários recursos para um<br />

efetivo controle da broca da<br />

cana de açúcar - Diatraea saccharalis.<br />

Há diversos inimigos<br />

naturais que proporcionam um<br />

bom controle e a palha tem favorecido<br />

a proliferação desses.<br />

Há métodos eficazes de avaliação<br />

de infestação e parasitismo<br />

e substâncias químicas que<br />

ajudam no combate à praga.<br />

Apesar disso, entretanto, o seu<br />

controle tem ficado muito<br />

aquém do esperado e há um<br />

José Francisco Garcia falou sobre assunto durante o evento<br />

aumento considerável da população<br />

da broca, disse.<br />

Dentre as razões, o entomologista<br />

aponta o forte crescimento<br />

do setor, o surgimento<br />

de novas variedades mais sensíveis<br />

à broca e a expansão<br />

das áreas de vinhaça, condições<br />

que favorecem o seu desenvolvimento.<br />

“Mas o maior<br />

problema está no manejo. Se<br />

não tiver equipe de monitoramento<br />

bem dimensionada e<br />

capacitada, com acompanhamento<br />

frequente para uma tomada<br />

de decisão mais rápida,<br />

fica difícil”, afirmou ressaltando<br />

que o ciclo da broca é<br />

muito rápido e que quanto<br />

mais rápida a tomada de decisão,<br />

melhores os resultados.<br />

O ideal para ele é o manejo<br />

integrado de pragas, fazendo<br />

tudo de forma planejada, observando<br />

o histórico da área e<br />

se há condições que atraiam e<br />

favoreçam a praga, se é área<br />

irrigada ou de vinhaça, se a variedade<br />

plantada é mais suscetível<br />

ou se são áreas de primeiro<br />

corte (plantas mais novas),<br />

além de ver índice de intensidade<br />

de infestação.<br />

O entomologista comentou<br />

também que o manejo da broca<br />

se faz o ano todo e deve integrar<br />

a frequente liberação da<br />

vespinha Cotesia flavipes e a<br />

aplicação de produto químico,<br />

onde é fundamental uso de<br />

tecnologia de aplicação e controle<br />

na hora certa.<br />

"Nestes 20 anos, que com certeza foram de<br />

muita luta e conquistas, quero nesse momento<br />

parabenizar o <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>, pelo árduo<br />

trabalho realizado e pelos resultados exitosos<br />

obtidos, sempre em defesa do<br />

setor sucroenergético".<br />

Edelclaiton Daros, coordenador Geral da RIDESA<br />

"Todo o setor sucroalcooleiro tem no <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> um grande aliado<br />

e acreditamos que continuará sendo um importante instrumento<br />

de informação técnica e de defesa da nossa atividade".<br />

Germano Sordi, diretor presidente da Coopcana.<br />

“O <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> se configura como um<br />

excelente promotor do setor bioenergético<br />

nestes 20 anos, sempre atual e atento<br />

às causas das energias<br />

renováveis. Parabéns e vida<br />

longa ao <strong>Jornal</strong>!”<br />

Erasmo Carlos Battistella,<br />

diretor presidente da<br />

BSBIOS e presidente<br />

da Associação de<br />

Produtores de<br />

Biodiesel do Brasil –<br />

APROBIO<br />

14<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SYNTEGRAÇÃO<br />

Rapidez no controle da broca faz diferença<br />

Com 1% de infestação já há uma<br />

redução de 0,8 t/ha na produtividade<br />

de cana e equivale a perda de 30 kg<br />

de açúcar e 30 litros de etanol<br />

Devido ao alto poder destrutivo<br />

da broca da cana, cuja infestação<br />

tem aumentado significativamente,<br />

é necessário que<br />

o produtor faça um controle rápido<br />

e eficaz, de preferência,<br />

antes que a broca se instale<br />

dentro do colmo, para impedir<br />

a abertura de galerias. Para isso,<br />

segundo o engenheiro<br />

agrônomo Victor Hugo Silveira,<br />

da área de Desenvolvimento<br />

Técnico de Mercado Cana de<br />

Açúcar da Syngenta, um novo<br />

aliado é o inseticida Ampligo.<br />

Lagarticida por excelência,disse,<br />

controla a broca da<br />

cana em todos os estádios,<br />

com alta eficiência mesmo em<br />

brocas maiores, desde que fora<br />

do colmo, com excelente relação<br />

custo-benefício. Age rápido<br />

e possui longo residual,<br />

trazendo tranquilidade ao produtor.<br />

“É uma combinação de<br />

dois modos de ação, sendo<br />

duplamente eficaz - com ação<br />

de controle imediato mais residual<br />

-, por isso oferece menor<br />

risco para o desenvolvimento<br />

de resistência e é produto<br />

único e diferenciado”, afirmou<br />

o agrônomo, destacando a seletividade<br />

do produto.<br />

A recomendação é fazer aplicação<br />

de Ampligo quando há<br />

maior infestação. Depois entrar<br />

com um fisiológico nos períodos<br />

de menor proliferação da<br />

população e fechar com o controle<br />

biológico usando a vespinha<br />

Cotesia flavipes, para<br />

manutenção.<br />

O ciclo da broca da cana depende<br />

da temperatura e umidade<br />

do ambiente, mas pode<br />

ter de quatro a cinco ciclos durante<br />

a safra. O agrônomo<br />

disse que a partir do momento<br />

que se identifica o problema, o<br />

produtor tem pouco tempo,<br />

quatro a oito dias, para agir e<br />

controlar, antes de a broca entrar<br />

na cana e provocar prejuízos.<br />

“Por isso o controle deve<br />

Victor Silveira falou sobre resultados<br />

com uso de Ampligo<br />

ser rápido para ter eficiência”.<br />

Cálculos mostram que com<br />

1% de infestação de broca já há<br />

uma redução de 0,8 t/ha na<br />

produtividade de cana e equivale<br />

a perda de 30 kg de açúcar<br />

e 30 litros de etanol. “A maior<br />

perda se dá na indústria, com o<br />

prejuízo causado à qualidade da<br />

cana”, comentou o agrônomo.<br />

A Syngenta é líder nacional<br />

no mercado de inseticidas para<br />

controle de pragas da cana. Há<br />

diversos trabalhos em desenvolvimento<br />

e novas moléculas<br />

devem ser lançadas em breve.<br />

A empresa também trabalha no<br />

desenvolvimento de softwares<br />

com mapas que avaliem a favorabilidade<br />

de determinadas<br />

pragas e doenças, gerando informações<br />

que ajudem as usinas,<br />

dentro do conceito de soluções<br />

integradas da Syngenta.<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15


SYNTEGRAÇÃO<br />

Equipe de amostragem é fundamental<br />

É o pragueiro que gera as<br />

informações para a tomada de<br />

decisão e planejamento da melhor<br />

estratégia de controle<br />

Para o engenheiro agrônomo<br />

e entomologista José<br />

Francisco Garcia, o Brasil está<br />

errando no manejo de pragas<br />

tanto na amostragem quanto<br />

na tecnologia de aplicação de<br />

agroquímicos. Ele diz que faltam<br />

equipes estruturadas nas<br />

usinas para realizar a amostragem<br />

no canavial e não há<br />

como fazer Manejo Integrado<br />

de Pragas sem isso. “Infelizmente,<br />

as equipes estão subdimensionadas,<br />

e sem<br />

pessoas capacitadas não há<br />

como monitorar ou amostrar.<br />

É preciso fazer o acompanhamento<br />

frequente para um controle<br />

efetivo”, disse.<br />

A redução de mão de obra<br />

faz com que o controle chegue<br />

atrasado, já na segunda geração,<br />

ressaltou, com maior potencial<br />

de proliferação da<br />

praga, maior dificuldade de<br />

controle e maior prejuízo. “É<br />

fundamental ter uma boa<br />

equipe de amostragem, bem<br />

treinada e comprometida. O<br />

pragueiro tem que ser o olho<br />

do dono, porque ele é que vai<br />

dar o ‘start’ na tomada de decisão<br />

e possibilitar o planejamento<br />

da melhor estratégia de<br />

controle”, afirmou. E para os<br />

defensores da aplicação preventiva,<br />

o entomologista citou<br />

que é a mesma coisa que<br />

fazer quimioterapia para prevenir<br />

o câncer em um paciente<br />

são.<br />

José Francisco lamentou<br />

ainda que as metodologias de<br />

monitoramento usadas sejam<br />

as mesmas de antigamente.<br />

“Tem que repensar a forma de<br />

fazer a amostragem. A tendência<br />

é o uso de feromônio, mas<br />

é preciso se pesquisar mais a<br />

respeito para estabelecer padrões.<br />

Tem que agilizar a tomada<br />

de decisão tendo padrão<br />

no caminhamento, usar rádio<br />

de comunicação, fazendo um<br />

trabalho integrado e aplicar o<br />

produto de forma direcionada,<br />

focado no pé da planta”.<br />

Tem que agilizar o serviço tendo padrão no caminhamento<br />

Outro ponto importante, o<br />

qual deve ser constantemente<br />

exigido e tem sido falho, é a<br />

tecnologia de aplicação, destacou<br />

o entomologista. Para<br />

ele, tem que se observar as recomendações<br />

técnicas, como<br />

vento, temperatura e umidade<br />

relativa do ar, para evitar possíveis<br />

derivas e obter melhor<br />

resultado, além do uso de produtos<br />

na dosagem recomendada<br />

na bula, entre outros<br />

cuidados. “O produto tem que<br />

ser colocado no local certo,<br />

no pé da cana, com tecnologia<br />

de aplicação, padronização de<br />

gotas e usar GPS para ter segurança<br />

na aplicação”.<br />

Retirar parte da palha ajuda<br />

a diminuir o problema, mas<br />

não resolve. É preciso também<br />

desenleirar porque ovos<br />

são colocados na linha da<br />

cana e isso expõe os ovos a<br />

luz solar, ressecando e facilitando<br />

que produtos químicos<br />

atinjam com maior facilidade<br />

o alvo.<br />

José Francisco observou<br />

que a intensidade do ataque<br />

tem a ver também com a variedade<br />

plantada e a época de<br />

colheita. “Os prejuízos são<br />

menores entre as precoces:<br />

10% a 15%. Entre as de ciclo<br />

médio, variam entre 20% a<br />

35% e entre as tardias, 40% a<br />

50%”, disse, explicando que<br />

para as variedades colhidas<br />

primeiro são beneficiadas pelo<br />

período de chuvas que antecede,<br />

mascarando os efeitos<br />

causados pela cigarrinha<br />

sobre a planta.<br />

A UDOP acredita muito no bom trabalho desenvolvido pelas<br />

mídias especializadas, veículos, como o <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>, que se<br />

somam às ações desenvolvidas pelas entidades que representam<br />

este segmento, como a Alcopar, no <strong>Paraná</strong>, com o objetivo de<br />

trabalhar a imagem do setor e ainda trazer ao público as novas<br />

tecnologias e sistemas de produção da cadeia sucroenergética.<br />

O <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>, tem, de forma destacada, contribuído muito para<br />

valorizar a imagem do setor bioenergético. Nestes 20 anos, trouxe<br />

a seleto público, o que há de mais importante em nosso segmento,<br />

sempre cumprindo seu papel enquanto mídia especializada de<br />

trabalhar em conjunto com as ações e o dia a dia das usinas<br />

e entidades representativas deste setor.<br />

A UDOP parabeniza o <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> pela extraordinária marca<br />

de 20 anos, ao lado da entidade parceria deste setor,<br />

a Alcopar. Desejamos ainda, uma eternidade<br />

de boas notícias e novas edições...<br />

Antonio Cesar Salibe<br />

Presidente executivo da UDOP<br />

Fungos também<br />

preocupam<br />

Devido à retirada do fogo do processo de colheita da<br />

cana de açúcar, não se tem mais “esterilizado” o ambiente,<br />

eliminando parte dos fungos que causam problemas<br />

para a planta, especialmente o Colletotrichum<br />

falcatum e Fusarium moliniforme. Por conta disso, a<br />

presença destes tem aumentado na lavoura, atacando<br />

mesmo a cana sem broca ou cigarrinha.<br />

Normalmente, os fungos atacam as plantas pelos<br />

furos feitos por estes insetos, mas também,quando em<br />

alta infestação, podem entrar na cana onde a bainha<br />

da folha se rompe com o acúmulo de água. “Matam a<br />

planta do ponteiro para baixo. A presença de fungos<br />

tem crescido muito na lavoura e vai aumentar mais”,<br />

afirmou o engenheiro agrônomo e entomologista José<br />

Francisco Garcia.<br />

16<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


NUTRIÇÃO<br />

O açúcar não é o vilão<br />

A nutricionista franco-brasileira Sophie Deram defende que o problema<br />

é o seu consumo excessivo, como no caso de qualquer outro produto<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

OBrasil está em situação<br />

crítica com relação<br />

à alimentação. A<br />

previsão é ultrapassar<br />

os Estados Unidos em<br />

obesidade adulta e também<br />

em diabetes. Mas o caminho<br />

não é radicalizar nem demonizar<br />

o açúcar ou outros alimentos.<br />

Para esclarecer algumas<br />

questões sobre o consumo de<br />

açúcar e seus efeitos à saúde,<br />

a nutricionista franco-brasileira<br />

Sophie Deram, que é pesquisadora<br />

de obesidade infantil e<br />

transtornos alimentares com<br />

doutorado em endocrinologia<br />

na USP, deu uma entrevista à<br />

Revista Trip, desmitificando o<br />

assunto.<br />

Para Sophie, o açúcar não<br />

Moderação<br />

é o caminho<br />

A nutricionista Sophie Deram<br />

defende que é muito melhor<br />

maneirar do que proibir.<br />

O consumo equilibrado pode,<br />

e deve ser parte de uma vida<br />

saudável. Segundo ela, “a<br />

gente deveria consumir o<br />

açúcar de maneira moderada.<br />

Como tudo na vida. Moderação<br />

não só com açúcar”,<br />

afirma, lembrando que tudo<br />

que é feito sem moderação<br />

pode fazer mal, até mesmo o<br />

consumo de água ou o exercício<br />

físico, que são tidos<br />

como extremamente saudáveis.<br />

A nutricionista franco-brasileira<br />

é uma conhecida defensora<br />

da moderação e também<br />

do prazer na alimentação. Dietas<br />

restritivas, no longo prazo,<br />

fazem as pessoas engordarem,<br />

argumenta no livro “O<br />

peso das dietas”. A solução,<br />

diz, não é simplesmente comer<br />

menos, mas comer melhor,<br />

sem radicalidade.<br />

“Eu fico assustada com a<br />

quantidade de sucos que as<br />

crianças têm tomado hoje<br />

em dia. É uma bomba de<br />

açúcar, mesmo sem ter açúcar<br />

adicionado. Tem muita<br />

frutose, e excesso de frutose<br />

não é bem indicado. Pode<br />

realmente sobrecarregar seu<br />

metabolismo. O fígado pode<br />

ficar entupido e esse açúcar<br />

da frutose vai entrar no metabolismo<br />

da gordura, o que<br />

não é interessante”, comenta.<br />

Ela complementa que a<br />

criança não precisa passar<br />

da mamadeira de leite para a<br />

de suco. “Tem que entender<br />

que a água é uma bebida superimportante”.<br />

Moderação é o caminho para uma vida saudável<br />

é o grande vilão que causa<br />

obesidade e diabetes. “Vejo<br />

cada vez mais pacientes assustados,<br />

que leem coisas<br />

sobre o açúcar ser um veneno,<br />

uma droga. Eu preciso<br />

falar: pera aí, o açúcar não é<br />

um veneno, o açúcar não é<br />

uma droga”, afirma a nutricionista,<br />

ressaltando que<br />

tem se exagerado a respeito<br />

e que se parar de comer<br />

este, “não vai ficar magro e<br />

bonitinho”.<br />

Sobre a proibição do açúcar<br />

na alimentação, a nutricionista<br />

alerta: “Eu vejo pais que não<br />

fazem mais bolo porque tem<br />

açúcar na receita. Isto é totalmente<br />

errado. O bolo é uma<br />

coisa deliciosa que faz parte<br />

de uma vida normal”, diz citando<br />

que estas crianças são<br />

criadas com medo do açúcar,<br />

mas vão provar fora de casa e<br />

gostar, sendo levadas a comer<br />

escondido e exagerar.<br />

Para a pesquisadora, parte<br />

do problema é o padrão. “O<br />

paladar está muito doce.Tem<br />

que cuidar de todas as substâncias<br />

que são adicionadas.<br />

Tem também amido modificado,<br />

xarope, dextrinas que<br />

estão inundando a indústria”,<br />

afirma, citando que os iogurtes<br />

brasileiros, por exemplo,<br />

tem 15% a 20% mais açúcar<br />

que os franceses.<br />

“Tem que acordar e pedir<br />

mais qualidade. A gente não<br />

está dizendo para não comer<br />

nenhum alimento industrializado.<br />

Não dá para comer tudo<br />

feito em casa. Precisamos da<br />

indústria também, mas temos<br />

que ficar atentos à qualidade<br />

do que estamos consumindo”,<br />

ressalta.<br />

Entrevista completa em:<br />

http://revistatrip.uol.com.br/<br />

trip/entrevista-com-a-nutricionista-sophie-deramsobre-acucar<br />

“A diretoria da Pasa reconhece a importância da parceria com<br />

o <strong>Jornal</strong> como um poderoso meio de comunicação para o setor.<br />

Destaca-se na divulgação de tecnologias, opiniões de especialistas<br />

e promove a necessária interação entre as empresas do setor.<br />

Constitui-se em um instrumento eficaz que contribui com<br />

a crescente demanda e o progresso do segmento”.<br />

Pérsio de Assis, diretor da Pasa <strong>Paraná</strong> Operações Portuárias<br />

“Acredito muito neste importante veículo de<br />

comunicação das atividades do setor, que trabalha<br />

com seriedade e imparcialidade. Parabéns ao<br />

jornal pelos seus 20 anos de sucesso.”<br />

Tácito Octaviano Barduzzi Júnior, presidente da<br />

Cooperativa Agroindustrial Nova Produtiva<br />

18<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


REUNION ENGENHARIA<br />

Mais de 800 projetos<br />

implantados em 23 anos<br />

Com uma equipe de engenheiros<br />

e projetistas qualificados, a empresa<br />

tem trabalhos realizados em quase<br />

todos os estados do Brasil e em<br />

diversos países<br />

Não é de hoje que a<br />

Reunion se destaca<br />

pelo número de projetos<br />

realizados,<br />

principalmente, no setor sucroenergético<br />

em que sempre<br />

busca redução dos impactos<br />

ambientais, tecnologias<br />

adequadas e segurança<br />

por meio de ações estratégicas,<br />

conceitos técnicos, produtivos<br />

e modernos. Todo o<br />

histórico da empresa e a capacitação<br />

constante da equipe<br />

credenciam a empresa<br />

para realização de novos projetos<br />

com inovações agregadas,<br />

citam os diretores.<br />

Com 23 anos de atuação,<br />

comemorados no dia 17 de<br />

junho, tem mais de 800 projetos<br />

instalados em quase<br />

todos os estados brasileiros<br />

e em mais de 10 países como<br />

Alemanha, Austrália,<br />

Áustria, Bolívia, Cuba, Estados<br />

Unidos, Filipinas, Ilha da<br />

Madeira, Índia, Peru e outros.<br />

E tem dezenas de turmas formadas<br />

nos cursos de Tecnologia<br />

Sucroenergética e nos<br />

Treinamentos In Company<br />

nas usinas. Além disso, mais<br />

de 15 mil quilômetros foram<br />

rodados durante a Expedição<br />

‘Cantões da Cana’ visitando<br />

usinas em praticamente toda<br />

região canavieira do Brasil,<br />

sem falar nas visitas periódicas<br />

a clientes.<br />

A empresa perdeu as contas<br />

de quantas soluções tecnológicas<br />

desenvolveu para<br />

auxiliar no estudo dos sistemas<br />

hídrico e térmico, no<br />

aumento da eficiência industrial<br />

da planta, integração<br />

UTE/UI, avaliação de desempenho<br />

industrial, due dilligence,<br />

engenharia do proprietário,<br />

diligenciamento,<br />

tecnologia para geração de<br />

energia (sistema fotovoltaico),<br />

entre outras soluções,<br />

bem como dos inúmeros<br />

prêmios recebidos em reconhecimento<br />

aos trabalhos<br />

executados.<br />

Os diretores Tercio Dalla Vecchia e Jorge Scaff<br />

Na opinião do engenheiro<br />

e CEO, Tercio Dalla Vecchia,<br />

a empresa só tem a comemorar<br />

pelos projetos consolidados<br />

e pelos fornecedores<br />

parceiros que fortalecem<br />

o trabalho. Apesar das<br />

oscilações políticas e setoriais,<br />

o otimismo prevalece.<br />

O empresário acredita que<br />

o momento é propício para<br />

investimentos no setor, com<br />

base na alta do preço do<br />

açúcar, do etanol e a taxa<br />

de câmbio, que alavancam<br />

a economia do setor. Tercio<br />

comentou que o excesso<br />

de energia elétrica<br />

disponível, atualmente, não<br />

continuará para sempre e<br />

que é difícil prever quando e<br />

quão profunda será a próxima<br />

seca.<br />

O diretor e engenheiro,<br />

Jorge Luiz Scaff, comprovou<br />

a confiança nos serviços<br />

prestados com qualidade e<br />

profissionalismo. “Graças à<br />

parceria firmada com centenas<br />

de projetos em usinas e<br />

destilarias, somos destaque<br />

nacional, o que mostra que<br />

acertamos ao investir no<br />

nosso conhecimento, na capacitação<br />

e, principalmente,<br />

no comprometimento”,<br />

completou.<br />

Os módulos do treinamento<br />

são fundamentais<br />

dentro do portfólio da Reunion,<br />

quando se trata de tecnologia<br />

aplicada em usinas<br />

de açúcar, etanol e energia e<br />

são voltados para todos os<br />

níveis técnicos.<br />

Mais informações:<br />

www.reunion.eng.br -<br />

(11) 4156-6688.<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 19


EVENTO<br />

Fenasucro fomenta capacitação técnica<br />

Feira dobrou grade de eventos e<br />

reunirá especialistas e profissionais<br />

de toda cadeia produtiva da cana<br />

para debates, apresentação de<br />

tendências e troca de experiências<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Omais importante e<br />

único evento do<br />

mundo voltado exclusivamente<br />

ao setor<br />

sucroenergético, a Fenasucro<br />

& Agrocana, além de<br />

trazer soluções e inovações<br />

tecnológicas para toda a cadeia<br />

produtiva da cana de<br />

açúcar, consolida-se este ano<br />

como plataforma provedora<br />

de capacitação técnica aos<br />

profissionais do segmento.<br />

A 24ª edição do evento<br />

acontece de 23 a 26 de<br />

agosto, nos pavilhões do<br />

Centro de Eventos Zanini, em<br />

Sertãozinho (SP). A programação<br />

acontece das 8h às<br />

18h durante os quatro dias<br />

de feira.<br />

Este ano, a grade de eventos<br />

de conteúdo passou de 90<br />

para 180 horas, reunindo, no<br />

Espaço de Conferências da<br />

feira, os principais especialistas<br />

para a disseminação de<br />

novos conhecimentos e tendências,<br />

com o objetivo de que<br />

as indústrias sucroenergéticas<br />

estejam preparadas para entrar<br />

em uma "nova era".<br />

Serão palestras, workshops,<br />

debates, encontros e<br />

seminários, visando fomentar<br />

maior capacitação técnica<br />

dos profissionais que atuam<br />

no setor canavieiro. Para o<br />

Gerente Geral Paulo Montabone,<br />

os encontros serão o<br />

momento certo para os profissionais<br />

adquirirem conhecimento<br />

e se atualizarem.<br />

"A indústria sucroenergética<br />

está vivendo um período<br />

de retomada, e, para estar<br />

preparada para a nova era do<br />

segmento, sua equipe deverá<br />

estar capacitada para alavancar<br />

a produtividade e gerar<br />

negócios o ano inteiro. A Fenasucro<br />

& Agrocana reconhece<br />

o seu papel como<br />

provedora de soluções e, por<br />

isso, investe cada vez mais<br />

no aperfeiçoamento técnico<br />

dos profissionais que atuam<br />

no setor sucroenergético,<br />

oferecendo mais de 180 horas<br />

de eventos gratuitos aos<br />

seus visitantes", explica o gerente.<br />

Os profissionais interessados<br />

deverão realizar seu<br />

pré-credenciamento online e<br />

gratuito para a feira, acessando<br />

o site www.fenasucro.com.br.<br />

Os visitantes pré-credenciados<br />

terão preferência para<br />

participar dos eventos de<br />

conteúdo, que serão gratuitos<br />

e com lugares limitados.<br />

R$ 2,8 bilhões em comercialização<br />

A feira, que integra o calendário mundial<br />

de eventos de energia, já conta com<br />

97% dos seus espaços comercializados.<br />

Reunindo os líderes do mercado e seus<br />

principais compradores vindos de todo o<br />

Brasil e de mais de 40 outros países, a<br />

expectativa é receber cerca de 30 mil visitantes<br />

compradores, que somarão uma<br />

movimentação total de R$ 2,8 bilhões,<br />

concluídos até seis meses após sua realização.<br />

O evento é realizado pelo CEISE Br<br />

(Centro Nacional das Indústrias do Setor<br />

Sucroenergético e Biocombustíveis), entidade<br />

de classe representativa das indústrias<br />

e prestadores de serviço que<br />

fornecem equipamentos, produtos e serviços<br />

para o setor sucroenergético nacional<br />

e internacional. A organização é da<br />

Reed Exhibitions Alcântara Machado.<br />

Ao longo dos anos, a Fenasucro &<br />

Agrocana fomentaram inúmeras oportunidades<br />

de negócios, promovendo o contato<br />

mais próximo entre empresa e<br />

cliente, compradores e fornecedores,<br />

além de mostrar ao mundo o quanto a<br />

cana de açúcar e a sua indústria são importantes<br />

para a economia brasileira.<br />

20<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


DOIS<br />

PONTOS<br />

PIB municipal<br />

O crescimento acelerado da produção do setor entre<br />

2000 e 2008 no Centro Sul brasileiro aumentou em pelo<br />

menos R$ 1.000 o PIB per capita médio dos municípios<br />

da região, referente à soma dos bens e serviços produzidos<br />

divididos pela população local, segundo estudo da Escola<br />

Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade<br />

de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de<br />

Londrina (UEL), apoiado pela FAPESP. Os resultados do estudo<br />

também indicam que a produção de cana e a existência<br />

de usinas de açúcar e de etanol têm impactos<br />

socioeconômicos positivos sobre o PIB médio per capita<br />

não só dos municípios onde estão localizadas, mas também<br />

nos 15 municípios mais próximos.<br />

Força<br />

B20<br />

A ANP autorizou o Comitê<br />

Organizador dos Jogos Olímpicos<br />

e Paraolímpicos Rio <strong>2016</strong><br />

a usar de óleo diesel B20 (diesel<br />

com 20% de mistura de<br />

biodiesel) nos geradores de<br />

energia elétrica durante os<br />

eventos dos Jogos Olímpicos e<br />

Paraolímpicos Rio <strong>2016</strong>. O<br />

consumo previsto é de cerca<br />

de seis milhões litros durante<br />

as operações entre os meses<br />

de maio e dezembro de <strong>2016</strong>.<br />

Infraestrutura<br />

No ano passado, a cadeia<br />

produtiva da cana, considerando<br />

os segmentos de insumos,<br />

atividades primárias,<br />

indústria e serviços, registrou<br />

expansão de 5% em relação<br />

a 2014, elevando a renda estimada<br />

de R$ 107,87 bilhões<br />

para R$ 113,27 bilhões. Segundo<br />

o Centro de Estudos<br />

De acordo com o Plano<br />

Decenal de Expansão de<br />

Energia, considerando o<br />

aproveitamento pleno da biomassa<br />

existente nos canaviais<br />

em 2015, a geração de<br />

bioeletricidade para a rede<br />

tem potencial técnico para<br />

chegar a mais de seis vezes<br />

Avançados em Economia<br />

Aplicada, o setor teve um dos<br />

maiores PIBs do agronegócio<br />

brasileiro, que no total acumulou<br />

alta de 0,54% em<br />

2015. Estes resultados traduzem<br />

a pujança do setor na<br />

agricultura nacional, mesmo<br />

em um cenário setorial ainda<br />

bastante complicado, com<br />

Bioeletricidade<br />

o volume de oferta à rede em<br />

2015. Em 2014 existiam 177<br />

unidades exportando excedentes<br />

de bioeletricidade de<br />

355 unidades produtoras. O<br />

potencial técnico de geração<br />

anual para a rede pela biomassa<br />

da cana pode alcançar<br />

quase duas usinas do<br />

Energia<br />

muitas usinas em dificuldades<br />

financeiras, e um cenário<br />

nacional agravado pela desaceleração<br />

econômica e<br />

falta de confiança. Boa parte<br />

deste desempenho deveu-se<br />

ao aumento da demanda do<br />

etanol e do preço do açúcar<br />

no mercado doméstico, em<br />

função do câmbio.<br />

porte de Itaipu, com geração<br />

de 165 TWh/ano até 2024,<br />

passando a responder por<br />

24% do consumo nacional<br />

na rede, contra 4,3% atualmente.<br />

Mas para isso, o setor<br />

precisa investir no retrofit,<br />

no recolhimento da palha e<br />

produção de biogás.<br />

A cada ano que o Brasil<br />

deixa de investir o mínimo<br />

necessário para manter a infraestrutura<br />

existente (estradas,<br />

ferrovias e saneamento),<br />

a economia perde<br />

R$ 151 bilhões, valor próximo<br />

ao déficit primário calculado<br />

para o País em<br />

<strong>2016</strong>, segundo a consultoria<br />

GO Associados. Além de<br />

manter um transporte de má<br />

qualidade e uma oferta restrita<br />

de serviços públicos, o<br />

baixo investimento no setor<br />

representa menos emprego<br />

e renda para a população e<br />

menos dinheiro nos cofres<br />

do governo. Nas últimas<br />

duas décadas, o Brasil investiu<br />

em média 2,2% do<br />

PIB em infraestrutura, enquanto<br />

a média mundial foi<br />

de 3,8%, na China, 8,5% e,<br />

na Índia, 4,7%. Só em 2015,<br />

os investimentos que deixaram<br />

de ser feitos no setor<br />

representaram R$ 23 bilhões<br />

menos no bolso do<br />

trabalhador e R$ 14 bilhões<br />

no caixa do governo. Apenas<br />

12% das rodovias brasileiras<br />

são pavimentadas,<br />

sendo a maioria de qualidade<br />

ruim; a malha ferroviária<br />

é pequena e lenta; 16%<br />

da população não tem<br />

acesso a água tratada; e<br />

50% não estão conectados<br />

à rede de esgoto.<br />

Hoje dependente das hidrelétricas,<br />

o Brasil vai ter<br />

um salto na geração de<br />

energia solar e eólica em 25<br />

anos. Em 2040, o país deverá<br />

ter 43% de sua energia<br />

gerada a partir de placas solares<br />

ou dos ventos, contra<br />

menos de 6% em 2015. E<br />

as hidrelétricas, que representaram<br />

64% da capacidade<br />

instalada no ano passado,<br />

terão sua participação<br />

diminuída para 29%, segundo<br />

a Bloomberg New<br />

Energy Finance. O estudo<br />

faz uma projeção da evolução<br />

das fontes de energia<br />

renováveis nas principais<br />

economias do mundo e<br />

aponta que o avanço tecnológico<br />

possibilitará o barateamento<br />

de equipamentos<br />

para gerar energia solar e<br />

eólica e prevê maiores investimentos<br />

nessas fontes<br />

de energia. Até 2040, as<br />

fontes de energia renováveis,<br />

incluindo biomassa,<br />

vão atrair US$ 237 bilhões<br />

em investimentos no Brasil.<br />

A energia eólica poderá responder<br />

por um terço da geração<br />

de energia mundial<br />

em 2050, segundo o Global<br />

Wind Energy Council.<br />

22<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Falecimento<br />

O empresário Luiz Guilherme<br />

Zancaner, 59 anos,<br />

presidente do Grupo Unialco<br />

e ex-presidente da UDOP<br />

entre 1997 e 2006, morreu<br />

dia 26 último em um grave<br />

acidente na estrada vicinal,<br />

próximo à usina em Guararapes.<br />

Empresário de visão<br />

de futuro, alçou a UDOP<br />

como entidade prestadora<br />

Biolarvicida<br />

Pesquisadores da Escola<br />

de Engenharia de Lorena da<br />

Universidade de São Paulo<br />

desenvolveram um biolarvicida<br />

a partir do bagaço da<br />

cana capaz de eliminar as larvas<br />

do mosquito Aedes aegypti<br />

- transmissor dos vírus<br />

da dengue, Zika e chikungunya<br />

- ao dificultar a respiração<br />

e destruir a cutícula<br />

(exoesqueleto) que as revestem.<br />

O processo de produção<br />

do biolarvicida, que foi<br />

patenteado, é um trabalho de<br />

doutorado de Paulo Franco,<br />

com apoio da FAPESP.<br />

Transgênica<br />

de serviços e com representação<br />

em todo o território<br />

nacional. Era formado em<br />

economia pela Universidade<br />

Mackenzie. Agropecuarista<br />

no Mato Grosso do Sul<br />

desde 1978, ajudou a fundar<br />

as usinas Unialco (Guararapes)<br />

em 1983, e Alcoolvale<br />

(Aparecida do Taboado/MS)<br />

em 2000.<br />

Bioenergia<br />

O setor de bioenergia vem<br />

assistindo a um crescimento<br />

positivo do mercado nos últimos<br />

anos. Segundo a Unica,<br />

o volume de bioeletricidade<br />

oferecida ao sistema<br />

nacional pode aumentar em<br />

até oito vezes até 2024,<br />

tendo por base os dados de<br />

2014. O crescimento significativo<br />

dependerá da realização<br />

de leilões de energia<br />

voltados à biomassa com<br />

preços mais competitivos,<br />

que deem previsibilidade<br />

para o contratante, o contratado<br />

e o financiador, estimulando<br />

o investimento. O Brasil<br />

é hoje o país com maior<br />

capacidade instalada de geração<br />

de eletricidade a partir<br />

da biomassa, com 15,3% do<br />

total mundial, seguido dos<br />

Estados Unidos (13,6%),<br />

China (11,8%), Índia (6,2%)<br />

e Japão (5%).<br />

Sustentabilidade<br />

Metas de produção de biocombustíveis, segurança<br />

alimentar e desenvolvimento sustentável podem ser alcançadas<br />

simultaneamente, de acordo com o relatório<br />

“Conciliando a Segurança Alimentar e a Bioenergia: Prioridades<br />

para Ação”, divulgado por uma equipe internacional<br />

e multidisciplinar de especialistas de 10 instituições<br />

de pesquisa em sete países. Documento conclui<br />

que a terra disponível no planeta não é fator limitante<br />

para produção de bioenergia e alimentos e reforça recomendações<br />

científicas para uma economia de base<br />

biológica.<br />

Carbonômetro<br />

Nos últimos 13 anos, ao<br />

abastecer o carro flex com<br />

etanol ou gasolina, que<br />

contém 27% do biocombustível<br />

misturado, o consumidor<br />

brasileiro evitou<br />

que 351.987.394 toneladas<br />

de CO 2 fossem despejadas<br />

na atmosfera, volume superior<br />

à soma das emissões<br />

anuais de cinco países sul<br />

americanos em 2014. Isso<br />

mostra a contribuição do<br />

etanol para a<br />

construção de um futuro<br />

mais sustentável no setor<br />

de transporte ao reduzir as<br />

emissões de CO 2 em até<br />

90% se comparado à gasolina<br />

e 80% em relação ao<br />

diesel. A mitigação de CO 2<br />

proporcionada pelos carros<br />

flex equivale ao resultado<br />

que seria obtido com o<br />

plantio e manutenção de<br />

mais de 2,5 bilhões de árvores<br />

nativas ao longo de<br />

20 anos.<br />

Após décadas de pesquisas,<br />

o Centro de Tecnologia Canavieira<br />

S.A. (CTC) lançará, em<br />

2018, as primeiras variedades<br />

comerciais de cana transgênicas<br />

do mundo. As primeiras<br />

variedades geneticamente modificadas<br />

terão características<br />

distintas como resistência a insetos,<br />

tolerância à seca, maior<br />

produtividade e ainda maior<br />

teor de açúcar.<br />

Livro<br />

A publicação “Quarenta<br />

anos de etanol em larga escala<br />

no Brasil”, organizado<br />

pelo técnico de Planejamento<br />

e Pesquisa do Ipea, Gesmar<br />

Rosa dos Santos, analisa desafios,<br />

crises e perspectivas<br />

do etanol no País desde 1975<br />

até os dias atuais. Acesse o<br />

livro em www.ipea.gov.br.<br />

Embrapa<br />

Uma nova tecnologia desenvolvida<br />

pela Embrapa poderá<br />

trazer muitos benefícios<br />

para a agricultura brasileira. O<br />

pulverizador eletrostático,<br />

equipamento simples e de<br />

baixo custo, visa diminuir a<br />

aplicação de agrotóxicos nas<br />

lavouras reduzindo o desperdício<br />

e aumentando a eficácia<br />

da aplicação. A novidade já<br />

está sendo usada por pequenos<br />

produtores. Na pulverização<br />

convencional, cerca de<br />

70% do agrotóxico aplicado<br />

acaba no solo ou é levado<br />

pelo vento. No caso do pulverizador<br />

eletrostático, a conta é<br />

Renováveis<br />

inversa. Cerca de 70% do produto<br />

fica grudado na planta.<br />

Outra vantagem da pulverização<br />

eletrostática é que o produto<br />

aplicado também se<br />

deposita na parte debaixo das<br />

folhas, o que é muito importante<br />

para o combate de diversas<br />

pragas e doenças.<br />

A oferta interna de energia brasileira de 2015 registrou 299,2 milhões de toneladas equivalentes<br />

de petróleo, sendo que deste total 41,2% correspondem à energia renovável, um aumento de 4,6%<br />

em relação ao indicador anterior, de 39,4%, e superior ao verificado nos países desenvolvidos,<br />

que têm apenas 9,4% de renováveis. Os dados constam na Resenha Energética Brasileira de <strong>2016</strong>.<br />

Frota<br />

No Brasil, segundo a Anfavea,<br />

em média, aproximadamente<br />

90% dos veículos<br />

leves novos licenciados<br />

são equipados com tecnologia<br />

flex. Mais de 25 milhões<br />

de automóveis brasileiros<br />

rodam com etanol,<br />

gasolina ou a mistura dos<br />

dois combustíveis em qualquer<br />

proporção, o que representa<br />

aproximadamente<br />

68% da frota de veículos<br />

leves em circulação. São<br />

mais de 200 modelos produzidos<br />

por 19 montadoras<br />

instaladas no País.<br />

<strong>Junho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 23

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