Jornal Cocamar Outubro 2016
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31 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong> | <strong>Outubro</strong> <strong>2016</strong><br />
SUSTENTABILIDADE<br />
ESTRAGOS - No final da tarde de 20 de outubro, depois de vários dias de temperaturas acima dos 30 graus, choveu intensamente em alguns municípios.<br />
Em Cambé e imediações, as chuvas passaram de 100 milímetros ocorridas em menos de 2 horas e devastaram superfícies desprotegidas no campo. O resultado<br />
foram os previsíveis estragos. O mesmo volume de chuvas, em contrapartida, não causou danos representativos em áreas mantidas com o consórcio milho e<br />
braquiária em Cambé e na vizinha Rolândia. No mesmo dia, um produtor de Iporã, região de Umuarama, gravou um vídeo de sua lavoura para demonstrar:<br />
a chuva forte não trouxe nenhum problema à plantação de soja que estava emergindo. O motivo era a proteção de palha feita pela braquiária. E comparou: há<br />
poucos metros, o aguaceiro danificou uma lavoura de soja que nascia em solo praticamente descoberto (a palhada deixada pelo milho foi modesta).<br />
Para mexer na terra, todo o cuidado é pouco<br />
O engenheiro agrônomo Emerson Nunes, coordenador técnico<br />
de culturas anuais da <strong>Cocamar</strong>, menciona que mexer no<br />
perfil no solo é algo que somente pode ser feito com critério,<br />
orientação e acompanhamento técnico especializado. “É preciso<br />
ter muito cuidado”, ressalta, citando o exemplo do produtor<br />
Luis Antonio Cremoneze Gimenes, o “Pico”, de Floraí.<br />
Gimenes observava, ao longo dos anos, que uma área de<br />
13 alqueires exibia baixa produtividade e não conseguia encontrar<br />
uma solução para o problema. Buscou ajuda especializada<br />
e foi, então, orientado por uma equipe de<br />
profissionais indicada pela <strong>Cocamar</strong>, a fazer uma alteração<br />
no perfil do solo. A equipe é formada pelos engenheiros agrônomos<br />
José Eduardo Ferrari (profissional da Unicampo que<br />
fica na unidade da <strong>Cocamar</strong> em São Jorge do Ivaí) e Leonardo<br />
Kami da Farmer’s Consultoria.<br />
ETAPAS – O trabalho começou a ser realizado na safra<br />
2015/<strong>2016</strong>, onde a equipe fez um estudo da área e identificou<br />
que mesmo com algumas ações já realizadas anteriormente<br />
estava ocorrendo reduções significativas de produtividades.<br />
Neste ano, o produtor está “refazendo” os 13 alqueires.<br />
Foram realizadas, em meados de março, análises<br />
de solo em três níveis de produtividade: de 0x10cm, de 10cm<br />
x 20cm e de 20cm x 40cm, apontando problemas físicos e<br />
químicos. Além da falta de nutrientes em profundidade,<br />
havia compactação.<br />
Foram utilizadas 12 toneladas de calcário por alqueire,<br />
aplicadas em três etapas, incorporando ao solo nos três perfis<br />
em que foram feitas as análises, utilizando uma aiveca,<br />
uma niveladora e uma grade pesada.<br />
Na sequência, foi semeada braquiária, mas com 40 dias<br />
de seca, o capim não apresentou boa formação. Fez-se, então,<br />
o cultivo de aveia em junho, a lanço, para não deixar o solo<br />
a descoberto. A aveia foi dessecada em meados de setembro<br />
para, no início de outubro, ser feita a semeadura de soja.<br />
“A próxima safra de soja é que vai dizer se estamos no caminho<br />
certo. Tudo indica que teremos bons resultados”,<br />
afirma “Pico”.<br />
A próxima safra<br />
de soja é que vai<br />
dizer se estamos<br />
no caminho certo.<br />
Tudo indica que<br />
teremos bons<br />
resultados”<br />
LUIS ANTONIO<br />
CREMONEZE GIMENES