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História<br />
Discurso com final perfeito<br />
Há 50 anos, um<br />
homem negro,<br />
Martin Luther King<br />
fez um discurso que<br />
ajudou a mudar<br />
a América<br />
72 I SOLUTIONs FOR LIFE<br />
A maior parte dos americanos ouviu<br />
Martin Luther King discursar pela<br />
primeira vez há 50 anos em Washington,<br />
na maior manifestação em defesa<br />
da igualdade racial nos Estados Unidos.<br />
Menos de três meses depois, o Presidente<br />
Kennedy morria, assassinado<br />
a tiro. Esses dois momentos mudaram<br />
para sempre as relações raciais na<br />
América.<br />
Fomos até ao Sul, onde o racismo<br />
foi mais virulento, ver como é que uma<br />
comunidade branca elegeu um negro<br />
como James Fields, ainda antes de a<br />
América votar em Barack Obama.<br />
Suas palavras ecoaram em um contexto<br />
de divisão e segregação racial no<br />
país que se colocava como moderno e<br />
como liderança mundial.<br />
Enquanto os norte-americanos<br />
possuíam as mais avançadas tecnologias<br />
e armas, negros eram impedidos<br />
de dividir espaços com brancos, o casamento<br />
entre negros e brancos era<br />
proibido e jovens afrodescendentes<br />
tinham acesso limitado à educação.<br />
Na Guerra Fria, os Estados Unidos<br />
Discurso<br />
feito em<br />
Washington<br />
A vida foi dividida entre a família e os discursos acalorados contra o racismo<br />
faziam a propaganda de que aquele era<br />
o regime e o país onde todos gostariam<br />
de viver – exceto os negros, que<br />
tinham de se limitar aos assentos reservados<br />
nos ônibus.<br />
Desde que o pastor proferiu seu<br />
discurso há 50 anos, muitas leis segregacionistas<br />
foram derrubadas no país<br />
e muitos direitos foram garantidos aos<br />
negros.<br />
Ainda assim, as palavras do homem<br />
que virou símbolo da luta por<br />
vias não-violentas ainda têm a mesma<br />
força e urgência das décadas passadas.<br />
Cem anos atrás um grande americano,<br />
em cuja sombra simbólica nos<br />
encontramos hoje, assinou a proclamação<br />
da emancipação [dos escravos].<br />
Este decreto momentoso chegou<br />
como grande farol de esperança para<br />
milhões de escravos negros queimados<br />
nas chamas da injustiça abrasadora.<br />
Chegou como o raiar de um dia de<br />
alegria, Mas, cem anos mais tarde, o<br />
negro ainda não está livre. Cem anos<br />
mais tarde, a vida do negro ainda é<br />
duramente tolhida pelas algemas da<br />
segregação e os grilhões da discriminação.<br />
Cem anos mais tarde, o negro habita<br />
uma ilha solitária de pobreza, em<br />
meio ao vasto oceano de prosperidade<br />
material. Cem anos mais tarde, o negro<br />
continua a mofar nos cantos da sociedade<br />
americana, como exilado em<br />
sua própria terra.<br />
Então viemos aqui hoje para dramatizar<br />
uma situação hedionda.<br />
“<br />
I had<br />
a dream<br />
”<br />
Desde que o pastor proferiu seu<br />
discurso há 50 anos, muitas leis segregacionistas<br />
foram derrubadas e muitos<br />
direitos garantidos.<br />
Ainda assim, as palavras do homem<br />
que virou símbolo da luta por vias<br />
não-violentas ainda têm a mesma força<br />
e urgência das décadas passadas.<br />
Esses dois momentos mudaram<br />
para sempre as relações raciais na<br />
América.<br />
Fomos até ao Sul, onde o racismo<br />
foi mais virulento, ver como é que uma<br />
comunidade branca elegeu um negro<br />
como James Fields, ainda antes de a<br />
América votar em Barack Obama. n<br />
SOLUTIONs FOR LIFE I 73