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Arte<br />
Agnaldo Farias: Diretor Geral de Curadoria e Cultura Geral<br />
verdade, é um fato extraordinário.<br />
Além disso, a exposição está muito<br />
bem montada, muito bem organizada<br />
e muito coerente. As obras conversam<br />
entre si. Trata-se de um conjunto muito<br />
consistente e coeso, o que contribui<br />
para que as pessoas tenham familiaridade<br />
com a arte. E isso faz falta nos<br />
nossos dias. As pessoas precisam ter<br />
os olhos bem alimentados para que<br />
elas possam enxergar certas características<br />
não só da arte mas do nosso<br />
próprio país.<br />
Quais os principais aspectos que o<br />
senhor destacaria na Coleção Airton<br />
82 I SOLUTIONs FOR LIFE<br />
Queiroz?<br />
O principal ponto que eu destacaria<br />
é o modo como a exposição está organizada.<br />
São cinco núcleos: o de artistas<br />
estrangeiros, que apesar de ser menor,<br />
tem artistas muito significativos: Rubens,<br />
Matisse, Marc Chagall, Salvador<br />
Dali, até chegar a Joaquín Torres-Garcia,<br />
que é um artista uruguaio da maior<br />
importância. Um outro núcleo muito<br />
importante é aquele que vem do século<br />
XVII até a academia, que sai de Post e<br />
Eckhout e passa por Aleijadinho e vai<br />
até Eliseu Visconti.<br />
O núcleo do Modernismo, que começa<br />
com duas telas fundamentais, de<br />
Lasar Segall e Anita Mafalti, percorrendo<br />
por uma tela de Portinari muito<br />
significativa, até atingir artistas extraordinários,<br />
como Iberê Camargo e<br />
Guignard, por exemplo. Já o núcleo das<br />
Abstrações, que abrange os anos 50 e<br />
que no Brasil começa com a inauguração<br />
dos museus de Arte Moderna de<br />
São Paulo e do Rio de Janeiro e com a<br />
Bienal de São Paulo. Nesse núcleo você<br />
encontra os artistas concretos e neoconcretos,<br />
além de artistas como Volpi,<br />
Sérgio Camargo e Mira Schendel.<br />
Como o senhor avalia a decisão do<br />
chanceler Airton Queiroz de expor<br />
seu acervo particular?<br />
Trata-se de uma grande generosidade<br />
do chanceler Airton Queiroz.<br />
Seria fundamental que houvesse mais<br />
pessoas assim, que tivessem esse desprendimento.<br />
Afinal, o custo para adquirir<br />
essas obras é muito alto, além<br />
de salvaguardá-las. Ao proceder dessa<br />
forma, o colecionador demonstra claramente<br />
que a ideia não é de entesouramento,<br />
não é enriquecer com isso,<br />
mas, principalmente, reunir, porque<br />
respeita esse material, e expô-lo, como<br />
prova de excelência de nossa cultura.<br />
Como senhor avalia o trabalho<br />
feito com os mediadores que vão<br />
trabalhar no atendimento ao público<br />
na Coleção Airton Queiroz?<br />
É um trabalho delicioso porque é<br />
um pessoal muitíssimo interessado, é<br />
uma turma que tem um pique muito<br />
grande, muito entusiasmada, apaixonada,<br />
fascinada e também muito<br />
curiosa. E que tem uma avidez por conhecimento<br />
muito grande. Então isso<br />
é muito gratificante porque a troca é<br />
intensa. E eles absorvem as informações<br />
como esponjas. São atenciosos e<br />
muito educados.<br />
Tenho certeza que eles vão realizar<br />
um belíssimo trabalho porque são<br />
A refeição mais completa tem origem na aristocracia<br />
inglesa. A nobreza costumava reunir os ingleses logo<br />
pessoas que gostam de gente. Acredito<br />
que eles vão transmitir com o mesmo<br />
entusiasmo e respeito com que absorveram<br />
as informações sobre as obras<br />
que nós transmitimos para eles.<br />
Qual o recado que o senhor deixa<br />
para os cearenses?<br />
Que visitem a Coleção Airton<br />
Queiroz. Isso é imprescindível. Ela<br />
pertence ao povo brasileiro, mas pertence<br />
ao povo cearense em particular.<br />
Então todos têm que usufruí-la, têm<br />
que tirar proveito dela. Essa exposição<br />
é um privilégio do Ceará. Poucos Estados<br />
no Brasil têm esse tipo de privilégio.<br />
Trata-se de uma grande generosidade<br />
do chanceler Airton Queiroz.<br />
Seria fundamental que houvesse mais<br />
pessoas assim, que tivessem esse desprendimento.<br />
Afinal, o custo para adquirir<br />
essas obras é muito alto, além<br />
de salvaguardá-las. Ao proceder dessa<br />
forma, o colecionador demonstra claramente<br />
que a ideia não é de entesouramento,<br />
não é enriquecer com isso,<br />
mas, principalmente, reunir, porque<br />
respeita esse material, e expô-lo, como<br />
prova de excelência de nossa cultura.<br />
O quinto e último núcleo, dedicado<br />
à produção contemporânea, traz Beatriz<br />
Milhazes, dos anos 80, até chegar<br />
a Ana Holck, que é uma artista muito<br />
mais recente. Separados ou juntos,<br />
esses núcleos têm muita substância,<br />
muita qualidade para ser vista e apreciada.<br />
O quinto e último núcleo, dedicado<br />
à produção contemporânea, traz Beatriz<br />
Milhazes, dos anos 80, até chegar<br />
a Ana Holck, que é uma artista muito<br />
mais recente. Separados ou juntos,<br />
esses núcleos têm muita substância,<br />
muita qualidade para ser vista e apreciada.<br />
Como o senhor avalia a decisão do<br />
chanceler Airton Queiroz de expor<br />
seu acervo particular?<br />
Trata-se de uma grande generosidade<br />
do chanceler Airton Queiroz.<br />
Seria fundamental que houvesse mais<br />
pessoas assim, que tivessem esse desprendimento.<br />
Afinal, o custo para adquirir<br />
essas obras é muito alto, além<br />
de salvaguardá-las. Ao proceder dessa<br />
forma, o colecionador demonstra claramente<br />
que a ideia não é de entesouramento,<br />
não é enriquecer com isso,<br />
mas, principalmente, reunir, porque<br />
respeita esse material, e expô-lo, como<br />
prova de excelência de nossa cultura.<br />
Como senhor avalia o trabalho<br />
feito com os mediadores que vão<br />
trabalhar no atendimento ao público<br />
na Coleção Airton Queiroz?<br />
É um trabalho delicioso porque é<br />
um pessoal muitíssimo interessado, é<br />
uma turma que tem um pique muito<br />
grande, muito entusiasmada, apaixonada,<br />
fascinada e também muito<br />
curiosa. E que tem uma avidez por conhecimento<br />
muito grande. Então isso<br />
é muito gratificante porque a troca é<br />
intensa. E eles absorvem as informações<br />
como esponjas. São atenciosos e<br />
muito educados.<br />
Tenho certeza que eles vão realizar<br />
um belíssimo trabalho porque são<br />
pessoas que gostam de gente. Acredito<br />
que eles vão transmitir com o mesmo<br />
entusiasmo e respeito com que absorveram<br />
as informações sobre as obras<br />
que nós transmitimos para eles.<br />
Qual o recado que o senhor deixa<br />
para os cearenses?<br />
Que visitem a Coleção Airton<br />
Queiroz. Isso é imprescindível. Ela<br />
pertence ao povo brasileiro, mas pertence<br />
ao povo cearense em particular.<br />
Então todos têm que usufruí-la, têm<br />
que tirar proveito dela. Essa exposição<br />
é umÉ um trabalho delicioso porque<br />
é um pessoal muitíssimo interessado,<br />
é uma turma que tem um pique muito<br />
grande, muito entusiasmada, apaixonada,<br />
fascinada e também muito<br />
curiosa. E que tem uma<br />
avidez por conhecimento muito<br />
grande. Então isso é muito gratificante<br />
porque a troca é intensa. E el v, que<br />
é uma artista muito mais recente. Separados<br />
ou juntos, esses núcleos têm<br />
muita substância, muita qualidade<br />
para ser vista e apreciada. n<br />
SOLUTIONs FOR LIFE I 83