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Arte<br />
possam enxergar certas características<br />
não só da arte mas do nosso próprio<br />
país.<br />
Durante três dias seguidos, o<br />
crítico de arte Agnaldo Farias,<br />
professor da Faculdade<br />
de Arquitetura e Urbanismo<br />
da Universidade de São Paulo e<br />
curador de importantes bienais e instituições<br />
culturais do Brasil e de Joanesburgo<br />
(África do Sul), ministrou aulas<br />
para os mediadores do Espaço Cultural<br />
Airton Queiroz.<br />
Em pauta, informações e curiosidades<br />
do acervo da Coleção Airton<br />
Queiroz, que reúne 253 obras do século<br />
XVII à atualidade, e que estará aberta<br />
ao público, gratuitamente, até 19 de<br />
dezembro de 2016. E serão esses mediadores,<br />
alunos da Unifor, os responsáveis<br />
por repassar aos visitantes aspectos<br />
da exposição, como conteúdo,<br />
organização e informações relevantes<br />
sobre as obras e seus autores.<br />
Em entrevista a seguir, o professor<br />
Agnaldo Farias destaca a importância<br />
da exposição para o cenário das artes<br />
plásticas no Brasil, bem como a iniciativa<br />
do chanceler Airton Queiroz de<br />
expor seu acervo à visitação pública.<br />
Sobre as obras, ele é taxativo: “essa exposição<br />
é um privilégio do Ceará. Poucos<br />
Estados no Brasil têm esse tipo de<br />
Telas dos<br />
mais variados<br />
expoentes da<br />
arte<br />
privilégio”.<br />
Qual a importância da Coleção<br />
Airton Queiroz para as artes<br />
plásticas no Brasil?<br />
Poucas coleções têm a abrangência<br />
da Coleção Airton Queiroz. É um<br />
projeto muito ambicioso: traz artistas<br />
do século XVI, a partir de Frans Post<br />
e Eckhout, até chegar a Ana Holck,<br />
Adriana Varejão e<br />
É impressionante nós possuirmos<br />
em nosso país um acervo da qualidade<br />
da Coleção Airton Queiroz. É um grande<br />
patrimônio porque a partir desta<br />
exposição nós podemos ter acesso a algumas<br />
das obras mais importantes do<br />
mundo. O público que visitar a exposição<br />
terá conhecimento do que melhor<br />
foi produzido nos últimos 400 anos. O<br />
que é muito significativo. A bem da verdade,<br />
é um fato extraordinário.<br />
Além disso, a exposição está muito<br />
bem montada, muito bem organizada<br />
e muito coerente. As obras conversam<br />
entre si. Trata-se de um conjunto muito<br />
consistente e coeso, o que contribui<br />
para que as pessoas tenham familiaridade<br />
com a arte. E isso faz falta nos<br />
nossos dias. As pessoas precisam ter os<br />
olhos bem alimentados para que elas<br />
Professor da<br />
USP<br />
ministrou<br />
workshop<br />
para<br />
mediadores<br />
do Espaço<br />
Cultural<br />
Quais os principais aspectos que o<br />
senhor destacaria na Coleção Airton<br />
Queiroz?<br />
O principal ponto que eu destacaria<br />
é o modo como a exposição está organizada.<br />
São cinco núcleos: o de artistas<br />
estrangeiros, que apesar de ser menor,<br />
tem artistas muito significativos: Rubens,<br />
Matisse, Marc Chagall, Salvador<br />
Dali, até chegar a Joaquín Torres-Garcia,<br />
que é um artista uruguaio da maior<br />
importância. Um outro núcleo muito<br />
importante é aquele que vem do século<br />
XVII até a academia, que sai de Post e<br />
Eckhout e passa por Aleijadinho e vai<br />
até Eliseu Visconti.<br />
O núcleo do Modernismo, que começa<br />
com duas telas fundamentais, de<br />
Lasar Segall e Anita Mafalti, percorrendo<br />
por uma tela de Portinari muito<br />
significativa, até atingir artistas extraordinários,<br />
como Iberê Camargo e<br />
Guignard, por exemplo. Já o núcleo das<br />
Abstrações, que abrange os anos 50 e<br />
que no Brasil começa com a inauguração<br />
dos museus de Arte Moderna de<br />
São Paulo e do Rio de Janeiro e com a<br />
Bienal de São Paulo. Nesse núcleo você<br />
encontra os artistas concretos e neoconcretos,<br />
além de artistas como Volpi,<br />
Sérgio Camargo e Mira Schendel.<br />
Como o senhor avalia a decisão do<br />
chanceler Airton Queiroz de expor<br />
seu acervo particular?<br />
Trata-se de uma grande generosidade<br />
do chanceler Airton Queiroz.<br />
Seria fundamental que houvesse mais<br />
pessoas assim, que tivessem esse desprendimento.<br />
Afinal, o custo para adquirir<br />
essas obras é muito alto, além<br />
de salvaguardá-las. Ao proceder dessa<br />
forma, o colecionador demonstra claramente<br />
que a ideia não é de entesou-<br />
A refeição mais completa tem origem na aristocracia<br />
inglesa. A nobreza costumava reunir os ingleses logo<br />
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A refeição mais completa tem origem na aristocracia<br />
inglesa. A nobreza costumava reunir os ingleses logo<br />
SOLUTIONs FOR LIFE I 79