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E&Negocios_02

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Bilateral<br />

Por isso, ainda irá demorar a colher<br />

os seus frutos. Estamos a tratar em<br />

primeiro lugar do aspecto social, do<br />

factor humano, da solidariedade entre os<br />

povos, da amizade; queremos muito que<br />

os portugueses sejam solidários com o<br />

povo moçambicano. Pouco a pouco, com<br />

esse espírito de solidariedade, é possível<br />

pôr em prática o plano económico, fazer<br />

com que as pessoas prefiram e consumam<br />

produtos que vêm dos países membros.<br />

Isso não acontece de um dia para o outro,<br />

leva tempo. Mas posso garantir que a<br />

concertação política neste espaço tem<br />

tido progressos importantes.<br />

O investimento da Sumol+Compal<br />

é um bom exemplo daquilo que é<br />

possível fazer dentro da Comunidade<br />

no plano empresarial?<br />

Trata-se de um excelente exemplo, tendo<br />

em conta que Moçambique é um país<br />

em desenvolvimento e Portugal pode<br />

contribuir para esse desenvolvimento. A<br />

CPLP, feliz ou infelizmente, tem essas<br />

componentes, países desenvolvidos e<br />

países menos desenvolvidos. Os primeiros<br />

são um modelo a seguir e devem ajudar<br />

os outros a desenvolverem-se em várias<br />

vertentes.<br />

Que conselhos é que dá aos<br />

empresários que vão para<br />

Moçambique?<br />

O conselho que dou é o de que façam<br />

o esforço de nos compreender e que<br />

sigam a lógica do namoro. Ninguém<br />

vai confiar em quem não conhece, não<br />

há amores à primeira vista. Há sempre<br />

uma fase de namoro, de aprendizagem<br />

mútua. Portanto, é necessário um maior<br />

conhecimento por parte dos investidores<br />

portugueses da realidade moçambicana,<br />

bem como do mercado português<br />

por parte dos potenciais investidores<br />

moçambicanos. Temos preferência pelos<br />

portugueses, devido à língua e à nossa<br />

cultura, porque nos sentimos irmãos.<br />

Portugal é o terceiro maior<br />

investidor em Moçambique<br />

Apesar da grave crise económica e financeira, Portugal continua a ser um dos maiores<br />

investidores em Moçambique, como revelam os dados do Centro de Promoção de<br />

Investimentos (CPI). Em 2011, o volume de investimento português em Moçambique<br />

atingiu os 200 milhões de USD. Embora bastante diversificado, o investimento português tem<br />

incidido em sectores estruturantes para o desenvolvimento moçambicano, com destaque para<br />

a construção, a agricultura, a agro-indústria, a energia, o turismo e os transportes e comunicações,<br />

de que são exemplo os projectos do grupo Visabeira ou da Galp Energia. Portugal é<br />

neste momento o terceiro maior investidor no país, atrás da República Popular da China, que<br />

investiu acima dos 300 milhões de USD, e da África do Sul, com investimentos superiores a<br />

200 milhões de USD. De realçar que, em 2010, Portugal tinha-se afirmado como o maior<br />

investidor estrangeiro do país, mas as riquezas naturais de Moçambique e a sua localização<br />

privilegiada têm despertado o interesse de grandes potências económicas, com as quais<br />

Portugal tem dificuldade em competir, devido às dificuldades económicas que atravessa.<br />

O potencial de Moçambique está longe de esgotar e são diversos os sectores em expansão,<br />

desde a agricultura às minas, passando pelas infra-estruturas e a energia. Segundo os dados<br />

do CPI, o investimento directo estrangeiro em Moçambique atingiu os 5 mil milhões de USD,<br />

em 2011.<br />

30<br />

a revista que promove Moçambique

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