Matéria Prima 88

Matéria Prima ano8 #88_Layout 1 03/04/2017 15:18 Page 1 

ANO VIII • Nº 88 • ABRIL DE 2017 • R$ 10 

E C O N O M I A | P O L Í T I C A | E S P O R T E S | H U M O R | C U LT U R A 

NÃO DEIXE QUE 

PREOCUPAÇÕES 

COM DINHEIRO 

ENCURTEM 

SUA VIDA 

NÃO PERMITA QUE O PÂNICO CAUSADO PELA INSEGURANÇA 

FINANCEIRA DESTRUA O SEU ÂNIMO, O MANTENHA PROSTRADO 

EM SUA CAMA E, FINALMENTE, DESTRUA SUA VIDA. 

STOCKNROLL 

PÂNICO À VISTA: O GENRO ME PEDIU 

UM EMPRÉSTIMO E NÃO SEI COMO 

EVITAR A FACADA NO BOLSO. 

JUSTIÇA É CHAMADA À ACADEMIA 

MINEIRA DE LETRAS PARA 

DECIDIR QUEM É IMORTAL


06 16 20 

NOMES & NOTAS 

JUSTIÇA DECIDE 

QUEM É IMORTAL 

Foi parar na Justiça a briga pela 

cadeira do ex-reitor Aloísio Pimenta 

na Academia Mineira de 

Letras. Disputam a vaga o ex-ministro 

Ibrahim Abi-Ackel e o procurador 

de justiça aposentado, 

Luís Carlos Abritta. É a primeira 

vez que a luta pela imortalidade 

vai aos Tribunais. 

REPORTAGEM DE CAPA 

CRISE FINANCEIRA 

PODE MATAR 

Se você não se cuidar, os problemas 

financeiros tomarão conta 

de sua vida e podem reduzir a 

duração do seu tempo aqui na 

terra. O fenômeno já é percebido 

no país, mas você poderá fazer 

muita coisa para reduzir o estresse 

e levar uma vida normal 

até que voltem os bons tempos. 

DEPOIMENTO 

MINHA HISTÓRIA 

NA PRISÃO 

O jornalista e escritor José 

Eduardo Gonçalves rompe um silêncio 

de 40 anos e revela os detalhes 

do terror que viveu numa cela 

do presídio Cassoco, em São João 

del- Rei. Ele foi preso, aos 19 anos, 

na companhia de outros cinco estudantes, 

quando fumavam um 

baseado numa praça da cidade. 

ANO VIII - Nº 88 - ABRIL DE 2017 

ÍNDICE 

04 EDITORIAL 

12 PALAVRA DO LEITOR 

14 OPINIÃO 

24 HORROR NAS PRISÕES 

30 EMPREENDEDORES: 

Januário Carneiro 

36 SEU MELHOR MÉDICO É VOCÊ 

40 ESPAÇO MÁRIO RIBEIRO


26 34 42 

CARREIRAS 

CHUPA ESSA MANGA, 

CHEFINHO 

Os empregados são aconselhados 

a serem diligentes, pontuais, 

eficientes e amáveis no trabalho. 

Mas, quando o chefe é incompetente 

ou o patrão é estúpido, 

temos vontade de lhes dizer poucas 

e boas. Mas cadê a coragem 

para apontar os erros que estão 

jogando a empresa no buraco? 

HORA DO PÂNICO 

O GENRO PEDIU 

UM EMPRÉSTIMO 

Não se trata apenas do marido de 

sua filha, mas de qualquer parente: 

são todos iguais. Ele desconfia 

que você tem algum 

dinheiro na poupança e arma a 

traiçoeira facada. Diante da inevitável 

tragédia, como fazer o empréstimo, 

sem perder a es pe ran - 

ça de receber a grana de volta? 

HORA EXTRA 

TESTE SUA PAIXÃO 

PELA NATUREZA 

Muita gente se diz apaixonada 

pela ecologia, mas por simples 

distração, pode devastar uma 

espécie inteira na hora do almoço. 

Este teste, supervisionado 

por renomados ecologistas, avalia 

seu cuidado com a Natureza 

e o interesse pela preservação 

da vida neste vale de lágrimas. 

EXPEDIENTE 

Márcio Rubens Prado (IN MEMORIAM) 

31 2534-0600 

MATERIAPRIMAREVISTA.COM.BR 

durvalcg@yahoo.com.br 

E C O N O M I A |P O L Í T I C A |E S P O R T E S |H U M O R |C U L T U R A 

DIRETOR RESPONSÁVEL E EDITOR GERAL: 

Durval Guimarães 

EDITOR DE TEXTO: Carlos Alenquer 

PROGRAMAÇÃO VISUAL: Antônio Campos 

COLABORADORES: 

Hamilton Gangana, João Paulo Coltrane, 

Luís Mascarenhas Jr., Mário Ribeiro. 

IMAGENS: 

Creative Commons OCO 

REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE: Rua Canopus, 11 • Sala 5 • São Bento • CEP 30360-112 • Belo Horizonte • MG


EDITORIAL 

A JUSTIÇA DEVERIA OFERECER 

ACOLHIMENTO HUMANIZADO COMO 

NOS HOSPITAIS DE PRONTO-SOCORRO 

MUITAS UNIDADES MÉDICAS JÁ EMPREGAM A CLASSIFICAÇÃO 

DE RISCO, PROGRAMA QUE UTILIZA CORES PARA DIFERENCIAR 

OS CASOS GRAVES DOS MAIS AMENOS. PORQUE OS MAGISTRADOS 

NÃO SEGUEM ESSE EXEMPLO? 

Quase todos nós já recorremos à urgência 

dos prontos-socorros dos 

hospitais. Mas não custa relembrar: 

ao dar entrada na unidade médica, o paciente 

é recebido por enfermeiras treinadas, 

cujo trabalho é ouvir as queixas e fazer 

uma avaliação rápida e partir de padrões 

estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A 

gravidade do quadro é afixada em pulseiras 

com uma das seguintes cores: vermelho, 

amarelo, verde, azul e branco. 

O propósito é o de identificar a urgência 

de condição do paciente assim que 

ele chega à unidade. A avaliação prévia 

4 

ABRIL DE 2017 • MATERIAPRIMAREVISTA.COM.BR


CADA CALHAMAÇO EMPOEIRADO 

É UMA VIDA IMPLORANDO POR ATENÇÃO E JUSTIÇA. 

garante um cuidado mais individualizado, 

descongestiona as filas e possibilita 

que a família da vítima tenha noção do 

tempo de espera. 

Do lado oposto, a Justiça adota o procedimento 

clássico, supostamente democrático. 

Os processos são atendidos por 

ordem de chegada, desconhecendo-se a 

urgência do caso. Quem já foi a um fórum 

se deparou com centenas de processos 

empilhados em prateleiras. Cada calhamaço 

empoeirado é uma vida implorando 

por atenção e justiça. 

BRUNO FOI CONDENADO EM 2013 

PELO TRIBUNAL DE JÚRI DE 

CONTAGEM (MG) MAS SUA PRISÃO 

ERA PROVISÓRIA DESDE AS 

INVESTIGAÇÕES, OU SEJA, ELE 

AINDA NÃO ESTAVA CUMPRINDO A 

PENA. 

Em decorrência dessa metodologia que 

se revela desumana, a Justiça brasileira 

contabiliza pelo menos 31.610 processos 

com réus que serão julgados ou foram 

condenados por um júri popular, mas que 

ainda aguardam, em prisão provisória, o 

julgamento de seus recursos. É o caso do 

goleiro Bruno Fernandes. Condenado por 

um júri popular, ele aguardava o julgamento 

de seu recurso em prisão provisória 

havia mais de seis anos e foi solto após 

ser beneficiado por um habeas corpus do 

Supremo Tribunal Federal (STF), por excesso 

de prazo em sua prisão. 

Bruno foi condenado como mandante 

da morte da ex-amante Eliza Samudio a 

uma pena de 22 anos e três meses de prisão. 

Eliza desapareceu em 2010 e seu 

corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos 

e era mãe do filho recém-nascido do goleiro 

Bruno, de quem foi amante. Na época, o 

jogador era titular do Flamengo e não reconhecia 

a paternidade. Bruno foi condenado 

em 2013 pelo Tribunal de Júri de 

Contagem (MG) mas sua prisão era provisória 

desde as investigações, ou seja, ele 

ainda não estava cumprindo a pena. Para 

o ministro Marco Aurélio Mello, que concedeu 

a liminar, nada justifica a espera pelo 

recurso de apelação. Agora, o goleiro vai 

poder responder ao restante do processo 

em liberdade. Se o recurso contra o júri for 

negado, ele pode ser preso novamente. 

Sua volta ou não ao cárcere, será fato 

corriqueiro do Direito. O que não se aceita 

é a manutenção de um réu indefinidamente 

preso. No caso Bruno, e dos outros 

31.610 mil detentos provisórios indagamos 

se a Justiça deve ou não ter prazos para 

chegar à verdade? Nós acreditamos que 

sim e que deve se concretizada rapidamente, 

a partir da urgência de cada caso. 

Então voltemos ao pronto-socorro dos 

hospitais. Quem sofre de enfarte deve ser 

atendido no máximo de 90 minutos pois, 

caso a demora seja superior, de nada 

adiantará o serviço médico. O que padece 

de simples entorse no tornozelo pode 

aguardar um pouco mais, pois a sua vida 

não corre risco. Simples assim. 

ECONOMIA │ POLÍTICA │ ESPORTES │ HUMOR │ CULTURA 5


NOMES&NOTAS 

AGÊNCIA SENADO 

DIVULGAÇÃO 

IBRAHIM ABI-ACKEL 

LUIZ CARLOS ABRITTA 

JUSTIÇA DECIDE QUEM SERÁ 

IMORTAL: IBRAHIM ABI-ACKEL 

OU LUIZ CARLOS ABRITTA 

AJustiça foi convocada para decidir, 

pela primeira vez na história da centenária 

Academia Mineira de Letras, 

quem será o imortal que irá se assentar 

na cadeira do falecido professor Aloísio 

Pimenta, ex-reitor da UFMG. Disputam a 

vaga o ex-ministro da Justiça, Ibrahim Abi- 

Ackel e o procurador de justiça aposentado, 

Luíz Carlos Abritta. 

Ambos de habilitaram à vaga no final 

do ano passado. No primeiro escrutínio, 

Abritta recebeu 20 votos contra 17 dados 

a Abi Ackel. O regulamento estabelecia 

que a cadeira deveria ser ocupada por 

aquele que obtivesse 21 votos, num total 

de 40 membros. Semanas depois, em 

nova votação, o placar se inverteu, mas a 

Academia decidiu consagrar Abi Ackel, 

sob o argumento de que no caso, prevaleceria 

vitória simples. 

Inconformado, Abritta buscou a intermediação 

da Justiça, que ofereceu 90 dias 

de prazo aos litigantes para a formalização 

de um acordo. Abritta é conhecido trovador, 

com muitos poemas publicadas. Abi-Ackel 

é o historiador que recentemente publicou 

o livro A Conquista do Leste, que investiga 

a colonização do Vale do Rio Doce, desde 

os tempos das Capitanias Hereditárias. 

Trata-se de situação de absoluto desconforto 

para os imortais – assim eles são 

considerados – que se reúnem mensalmente 

no belíssimo casarão da rua da Bahia, 

um pouco antes da Igreja de Lourdes. 

O imóvel pertenceu ao famoso médico 

Eduardo Borges da Costa. Entre um e outro 

gole de café chegaram a uma solução 

pacificadora: um dos contendores seria 

deslocado para a vaga do escritor Oiliam 

José, falecido no início do ano. O problema 

é que, aberta a vaga, poderão se inscrever 

novos competidores e, ao invés de solucionar 

um conflito, os membros da Academia 

estariam criando mais dois. 

6 



DISCORDOU DE VOCÊ, 

CLARO QUE É UM FASCISTA! 

ENQUANTO HOUVER PASPALHO ACREDITANDO NA 

SUPERIORIDADE MORAL DE SUAS CONVICÇÕES, SERÁ 

IMPOSSÍVEL A CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA NO PAÍS 

JOÃO PAULO COLTRANE 

Émuito fácil ser fascista no Brasil. Eu, 

por exemplo, sou fascista várias vezes 

por semana nas caixas de comentários 

do Facebook. 

A grande vitória da extrema esquerda 

no mundo foi ter conseguido que a palavra 

“fascista” fosse um insulto, e a palavra “comunista”, 

não. No entanto, qualquer pessoa 

que tenha lido dois livros de História, ame 

a liberdade e acredite que entre os direitos 

inalienáveis do 

homem estejam 

a vida, a 

liberdade e a 

procura da 

felicidade, sabem 

que fascistas 

e co mu - 

nistas são 

fa rinha do 

m e s m o 

saco, dois 

extremismos 

igualmente desprezíveis. 

Tristemente, a 

política trata o fascismo 

e o comunismo 

de for ma 

diferente. Ambos 

mataram mi lhões 

de pessoas e submeteram suas pátrias à 

imensa infelicidade. Como é que se explica 

esta estranha coisa, na qual uma ideologia 

assassina é aceita e outra repudiada? 

É claro que a propaganda comunista foi 

mais eficaz. Ninguém se sentirá insultado 

se for chamado de comunista. Alguns poderão 

enxergá-lo como um bobo, como um 

estúpido, mas sempre como um idealista 

sonhador em busca do bem estar da humanidade. 

Com uma arma na mão, foram esses 

supostos 

que fuzilaram mi - 

lha res de cubanos 

num pa - 

re dão de Hava 

na,sem ne- 

benfeitores 

nhum julgamento. 

É desse 

jeito: será sempre 

fascista aquele 

que não concorda 

com a 

superioridade 

moral da minha 

ideologia, quando 

até o roubo e assassinato 

cruel são 

vistos como iniciativas 

heróicas para 

atendimento a uma 

nobre causa. 



CASA DE 

CAMPO, 

UM PERIGO 

PARA A SAÚDE 

TODOS SONHAM COM UMA CASA NO 

CAMPO, MAS NÃO IMAGINAM COMO A 

VIDA RURAL É PERIGOSA 

As pessoas se iludem com a ideia de 

que a vida no campo, com ar fresco 

e espaços abertos seria mais saudável 

do que a habitação na cidade. 

Em recente reportagem para esta revista, 

o repórter Adalberto Ferraz apurou 

que as doenças do coração, câncer, acidente 

vascular-cerebral e crises respiratórias 

são as quatro enfermidades que 

causam mais mortes nas áreas urbanas 

em Minas. E o que é pior: as doenças 

atingem com mais intensidade e de forma 

mais letal aqueles que moram em pequenas 

cidades na zona rural do estado. 

Ele escreveu de forma poética que “a 

vida rural mineira é formada por mais de 

70% de paisagem e o restante de pessoas. 

Só que o atendimento médico é precário 

e, muitas vezes, inexistente para essas 

pessoas salpicadas pelo sertão.” Mais 

ainda, os enfermos têm de enfrentar rodovias 

movimentadas ou mal conservadas, 

os acidentes são sempre graves. 

O repórter percebeu que o nocivo hábito 

de fumar é mais forte na zona rural 

que nas cidades. Os jovens começam a 

fumar mais cedo e em geral consomem 

15 cigarros por dia. Também bebem mais 

e consomem cachaça de má qualidade. 

As pessoas trabalham mais e não sabem 

como utilizar o tempo livre. Não há academias 

de ginástica disponíveis e portanto, 

a obesidade é frequente, tanto de 

homens quanto de mulheres. 

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HORÁCIO MOREIRA DE MOURA 

Outra novidade desoladora: ao contrário 

do que muita gente imagina, a alimentação 

é precária, pois não há mercadinhos 

que oferecem todos os tipos de frutas e 

verduras. Poucos moradores têm horta ou 

pomar. Não são todos os leitores que sabem, 

mas quase todos os municípios do 

Norte de Minas fazem feira no Ceasa. Centenas 

de caminhões atulhados de legumes 

e verduras partem para o interior nas noites 

de quinta feira. 

Por último, os jovens saem para ganhar 

a vida nas cidades, deixando os velhos 

praticamente abandonados à própria sorte. 



O MUNDO INTEIRO 

SE VOLTA PARA 

FÁTIMA, EM 

PORTUGAL, NO 

CENTENÁRIO DA 

APARIÇAO DE 

NOSSA SENHORA 

AOS TRËS 

PEQUENOS 

PASTORES 

LEMBRA DA COVA DA IRIA? 

VAI FAZER 100 ANOS 

“A 13 DE MAIO/ NA COVA DA IRIA/ NO CÉU APARECE A VIRGEM MARIA”, 

DIZIA A CANÇÃO RELIGIOSA LOUVANDO OS MILAGRES DA SANTA 

Muitos leitores atravessaram a infância 

e adolescência cantando 

nas procissões os versos citados 

acima. O local foi onde, naquela data, em 

1917, na zona rural da cidade de Fátima, 

em Portugal, Nossa Senhora apareceu 

para três crianças e lhes fez algumas revelações 

misteriosas. A fala da virgem 

aos meninos Jacinta, Lúcia e Francisco 

foi mantida em sigilo pela Igreja, sendo 

que um desses segredos — o terceiro —, 

jamais foi revelado. 

Agora, a cidade de Fátima se prepara 

para receber romeiros no centenário daquela 

data. Como o papa Francisco estará 

presente, o evento recebeu dimensão 

mundial. De Minas, se organizam caravanas 

— mas a má notícia é que o preço de 

uma diária nos hotéis das redondezas subiu 

40 vezes em relação ao que é cobrado 

habitualmente dos seus hóspedes. 

Há hotéis que oferecem sacos de dormir, 

com banheiro coletivo, pela bagatela 

R$ 6 mil reais. A maioria das reservas 

para a peregrinação de maio é não reembolsável, 

o que quer dizer o seguinte: a 

mais de cinco semanas da visita papal, 

se ela for cancelada o fiel terá que pagar 

a visita na totalidade. Com ou sem a presença 

do primeiro papa sul-americano. 

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UMA BOA NOVA: 

A MINEIRA ESTÁ DE VOLTA 

QUEM GARANTE É O ATUAL VICE-PRESIDENTE DA LOTERIA, TOTÓ 

TEIXEIRA, EX-PRESIDENTE DA CÂMARA DE BH 

Desde que foi proibida a venda de bilhetes 

da Loteria Mineira nas casas lotéricas 

da Caixa, aquela centenária autarquia 

mineira mergulhou no mais completo 

ostracismo. Sem fregueses, os cambistas desapareceram 

e a instituição vive de pura teimosia 

em meio pavimento de um daqueles 

prédios da Cidade Administrativa. 

Mas a sorte voltou a sorrir para a Mineira 

da Sorte, segundo o seu-vice presidente 

Totó Teixeira. Segundo revelou a 

esta coluna, a instituição consegue apresentar 

uma lucro de R$ 14 milhões anuais 

com a venda de raspadinhas e da loteria 

instantânea, que é feita por meio de aparelhos 

de televisão, nos bares da cidade. 

O próximo passo será a volta da Loteria 

para o antigo imóvel que ocupava, na avenida 

Augusto de Lima, em frente à Imprensa 

Oficial. “Loteria tem de estar no 

meio do povo, cercada de cambistas por 

todos os lados”, afirma Totó. 

O passo seguinte será a formalização 

de um acordo com a Caixa Econômica Federal 

para que os seus bilhetes voltem a 

ser comercializados nas lotéricas. Há 

ainda a esperança de que os jogos sejam 

novamente liberados no país. Aí então Totó 

se permitirá sonhar com a retomada dos 

tempos de glórias, quando a Loteria Mineira 

financiou com recursos próprios a 

construção do estádio Mineirão. 

RESULTA! COMUNICAÇÃO AUDIOVISUAL 

0VICE 

PRESIDNETE 

DALOTERIA 

MIONEIRA, 

TOTÓTEIXEIRALEG 

ENDA 



PALAVRA DO LEITOR 

AO 

CONTRÁRIO 

DO QUE 

MUITA GENTE 

PENSA, 

DINHEIRO 

NÃO DÁ EM 

ÁRVORES 

NÃO SE DISTRIBUI O DINHEIRO 

QUE NÃO TEMOS 

A interminável (e crescente) crise econômica 

brasileira reafirma a nossa condição de 

refém das promessas e do clientelis mo. As 

promessas fraudulentas representam sempre 

uma espécie de compra de votos com dinheiro 

dos contribuintes das gerações pre sentes e 

futuras. Além das mentiras, há os au mentos 

salariais, subsídios a pessoas ou empresas, 

obras vistosas e outras desgra ças que sempre 

funcionaram como trunfo eleitoral. 

Tal como sempre foram eficazes as promessas 

de pão e circo, ainda que muitas 

se percam depois nos caminhos tortuosos 

do ato de governar quando esta se confronta 

com a realidade. 

Infelizmente, o governo seduziu o povo 

com a miragem dos almoços grátis. O resultado 

é que o governo distribuiu, com seus 

mirabolantes programas sociais, o dinheiro 

que não temos. Fracassaram os socialistas, 

como fracassaram em todas as partes do 

mundo. E diante do fracasso procuram colar 

etiquetas nos seus adversários, do tipo “ultra 

liberais”, “radicais de direita”. Mas só por 

distração se pode acreditar nisso. 

Mais uma vez fomos iludidos por promessas 

e estamos pagando o preço da aventura. 

JOSÉ ROBERTO ABREU 

Vitória-ES 

LONGE DAS GRANDES 

QUESTÕES URBANAS, 

UNS PEQUENOS PEDIDOS AO KALIL 

Imaginei em mandar esta carta ao prefeito 

Kalil. Mas sabe como é: uma autoridade 

com tanto problema grave pra resolver 

— e aí, imagino, aparece um assessor 

que enviaria esta missiva ao BHtrans. Ou 

ao lixo. Assim, resolvi usar o palanque 

desta prestigiosa revista para chegar direto 

ao Prefeito — que, pelo que sei, é fã da 

MatériaPrima. É uma espécie de lamento 

de uma velhinha que usa transporte coletivo 

(como você usou, Kalil, em sua campanha) 

e que se resume ao seguinte: 

— Nós, as velhinhas da cidade, gostaríamos 

de sentar naquelas cadeiras amarelas 

dos ônibus, ainda mais quando ele está cheio. 

Mas sempre tem uns moços fortes e sarados 

e umas garotas também fortes e saradas que 

ocupam nosso lugar – e, ficamos com medo 

de reivindicar nosso direito. Nunca se sabe o 

que esperar de moços e moças fortes e sarados. 

Não dava pr’ocê ordenar ao BHtrans 

para que os trocadores fossem nossos portavozes 

e solicitassem, educadamente, a desocupação 

dos nossos lugares? 

— Outra coisa: BH possui um sistema 

de transporte coletivo que tem pelo menos 

uma vantagem em relação aos de outras 

cidades: os ônibus, desde muito tempo, 

são identificados por suas cores. Mas no 

último ano do antigo prefeito, virou bagunça: 

o verde não é mais sempre o que 

sai do bairro, passa no centro e volta ao 

bairro, o azul também não é mais o que 

circula de bairro a bairro, o amarelo de 

repente não faz circular... E nós, que já temos 

problemas de visão para enxergar o 

número do coletivo, agora temos dificul- 

12 



dade para saber se estamos pegando o 

veículo da cor correta (isso sem falar no 

tal do Move, que a gente nunca enxerga 

para onde vai). Dá pra mexer nisso e os 

ônibus voltarem a ter as cores a que todos 

já estão acostumados? 

— E finalmente: já não chega a poluição 

sonora, e alguns ônibus arranjaram um 

outro barulho quando as portas se fecham: 

uma sirene mal-educada. (Os ônibus 

do São Pedro, os 8107, já estão com 

essa novidade.) Será que não se pode colaborar 

com os ouvidos dos coitados passageiros, 

motoristas e trocadores daquela 

linha, antes que a moda pegue?! 

Desde já, obrigada. 

MARIA QUITÉRIA RAPOSO 

BH-MG 

SOCIALISMO E POBREZA 

ANDAM DE MÃOS DADAS 

Se o liberalismo e a prosperidade andam 

juntos nos Estados Unidos e Europa, 

o socialismo e a pobreza andam de mãos 

dadas. E esqueçam a retórica socialista. 

Os partidos socialistas não querem, nem 

nunca quiseram, acabar com a pobreza. 

Querem uma sociedade de cidadãos remediados 

e dependentes do Estado, e isso 

só se consegue com pobreza e pouco desenvolvimento 

econômico. Daí vem a sua 

força e os seus votos. Nos países desenvolvidos, 

os partidos socialistas perdem 

força e, para ganhar eleições, precisam 

adotar algumas propostas mais liberais, 

como fazem os partidos sociais democratas 

do norte da Europa. 

O Brasil perdeu muitas oportunidades 

para se tornar mais liberal, mais desenvolvido 

e mais rico. Falhou. Em vez disso, tornou-se 

altamente endividado, remediado 

e pouco desenvolvido. A crise piorou tudo. 

Foi o resultado de um excesso de socialismo 

e um enorme défice de liberalismo. 

O pior é que não temos emenda. Estamos 

condenados à pobreza e ao socialismo. 

JOSEMAR GOMES 

BH-MG 

O FIM DA 

POBREZA FICOU 

NA PROMESSA 

NOS ESTADOS 

SOCIALISTAS 



OPINIÃO 

HÁ OUTRA MANEIRA DE SE ELEGER 

UM MINISTRO DO SUPREMO 

ROSINEI COUTINHO/SCO/STF 

SESSÃO PLENÁRIA 

DO SUPREMO 

TRIBUNAL 

FEDERAL 

PAÍSES MAIS ADIANTADOS, NO MUNDO, 

UTILIZAM OUTROS CRITÉRIOS 

PARA ESCOLHER UM MINISTRO 

DA SUPREMA CORTE 

LASIER MARTINS 

Senador (PSD/RS) 

Minhas propostas de mudanças na 

sistemática de escolha e indicação 

do nome para ministro do Supremo 

tribunal Federal não foi birra nem 

discordância com o nome do jurista Alexandre 

de Moraes. Pelo contrário, admiro 

sua cultura e integridade, mas votei contra 

ele por coerência com minha ação desde 

2015, quando apresentei no Senado um 

projeto de emenda constitucional, a PEC 

35, mudando a fórmula para um processo 

mais moderno e de acordo com a prática 

dos países mais adiantados do mundo. 

A PEC 35 teve o texto final do relator Antônio 

Anastasia, professor de Direito e político 

de grande relevância no cenário nacional, 

tanto por seu passado como governador de 

Minas Gerais como por seu desempenho no 

Senado, onde, em seu primeiro mandato já é 

uma referência para seus colegas, de todas 

as filiações partidárias. Isto qualifica meu projeto 

e certamente foi uma garantia para os 

demais líderes que concordaram em colocálo 

em votação para mudar um dos rituais 

mais importantes de nossa República. 

Nosso sistema brasileiro vem do modelo 

norte-americano, criado ainda no Século 

XVIII, que funciona razoavelmente naquele 

país. Aqui teve seu momento, mas, como 

tudo, acabou contaminado por desvios e 

14 



O SISTEMA BRASILEIRO VEM DO 

MODELO NORTE-AMERICANO, CRIADO 

AINDA NO SÉCULO XVIII, QUE 

FUNCIONA RAZOAVELMENTE NAQUELE 

PAÍS. AQUI TEVE SEU MOMENTO, MAS, 

COMO TUDO, ACABOU CONTAMINADO 

POR DESVIOS E DESVÃOS 

desvãos, demandando aperfeiçoamentos. É 

o que propõe meu projeto, felizmente aprovado 

na Comissão de Constituição e Justiça 

no fim do ano passado, pronto para a votação 

no plenário da Câmara Alta. 

A PEC 35 não muda o conceito básico 

da fonte política do STF, que, afinal, é o 

instrumento de um dos três poderes do 

estado. O ministro passa pelo crivo político 

dos demais poderes: indicado pelo presidente 

da República e aprovado pelo Senado. 

Entretanto, delimita o acesso, reforçando 

a profissionalização de seus in te - 

grantes, a exemplo do que vem o correndo 

em outros segmentos do setor público, 

como nas empresas estatais e na administração 

direta, no Executivo, e nas assessorias 

e consultorias do Legislativo. 

Também no Judiciário o acesso se dá 

por comprovações de graduação e concurso 

para selecionar os melhores. 

Recapitulando: a PEC 35 impõe que a indicação 

de um nome seja precedida de uma 

criteriosa seleção e circunscrita aos meios 

especializados, antes de chegar às esferas 

políticas da Presidência e do Senado. Sugiro 

(e a CCJ aprovou minha ideia) que o nome 

do indicado seja tirado de uma lista tríplice 

oferecida ao presidente da República por 

uma comissão de notáveis, composta pelos 

presidentes dos tribunais (STF, STJ, STM, 

TST e STE), pelo Ministério Público e pela 

Ordem dos Advogados do Brasil. 

O chefe do executivo teria então a prerrogativa 

de escolher um dos nomes e 

apresentá-lo ao Senado, que aprova ou 

não, nas suas duas instâncias, quais sejam: 

sabatina na Comissão de Constituição 

e Justiça e aprovação ou rejeição pelo 

plenário dos senadores. Isto para a escolha 

de um ministro. 

Ainda no sentido da modernização e 

aperfeiçoamento do Poder Judiciário, a 

PEC 35 propõe outras mudanças para tornar 

o Supremo Tribunal Federal mais dinâmico: 

mandato de dez anos e uma quarentena 

de cinco para o ex-ministros 

exercerem cargos públicos eletivos, dentre 

outras. Como salvaguardas, os candidatos 

não podem pertencer a partidos políticos 

nem ter integrado o governo em vigor. Mantém-se 

a exigência de idade mínima de 35 

anos, reputação ilibada e notório saber. 

Com isto teremos um novo Supremo, mais 

arejado e menos politizado. Tão logo se 

encerrou o processo de admissão do ministro, 

obtive dos líderes o apoio para imediata 

votação em plenário da Emenda. 

Até o meio deste ano de 2017 o parlamento, 

em suas duas casas do Congresso, vai deliberar 

sobre isto. Espero que o bom-senso inspire 

deputados e senadores para este aperfeiçoamento 

inadiável de nosso Judiciário. 

SENADOR 

LASIER MARTINS 



REPORTAGEM DE CAPA 

NÃO DEIXE QUE 

PREOCUPAÇÕES 

COM DINHEIRO 

REDUZAM 

SEUS 

CONTADOS 

DIAS AQUI 

NA TERRA 

“QUANDO O INFORTÚNIO BATE À 

PORTA, O AMOR FOGE PELA JANELA” 

(MÚSICA “SEGREDO”, 

DE HERIVELTO MARTINS E MARINO PINTO) 

DURVAL GUIMARÃES 

Angústias por falta de dinheiro parecem 

inevitáveis — e, quem nunca 

as sofreu, que atire a primeira pedra. 

Afinal, não há como não se preocupar, 

neste início de ano, com os impostos sobre 

a sua casa (IPTU), sobre o seu carro 

(IPVA), contas de cartão de crédito, internet, 

material escolar e aulas de faculdade. 

Existem ainda reajustes de condomínios, 

prestações e seguro do seu carro 

novo para reembolsar. Sem falar no plano 

de saúde que precisa ser alimentado. 

Não deixe, porém, que o pânico causado 

pela insegurança financeira destrua o seu 

ânimo, e o mantenha prostrado em sua cama, 

como já ocorre com muita gente em Belo 

Horizonte. Esse comportamento poderá engrossar 

a devastadora estatística que acaba 

de chegar ao nosso conhecimento: analistas 

do IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e 

Estatística afirmam que o estresse financeiro 

se tornou parcialmente responsável por encurtar 

a expectativa de vida dos brasileiros 

(incluindo mineiros). Em outras palavras: a 

longevidade crescerá menos em 2017, pela 

primeira vez em mais de dez anos. 

16 



QUANDO NÃO HÁ 

SOLUÇÃO À 

VISTA, O 

PROBLEMA 

ESTARÁ 

SOLUCIONADO 

QUANDO AS NUVENS ESCURECEM. Sim, o estresse 

financeiro começou a encurtar nossas 

vidas. “Não tenho a menor dúvida de que 

existe uma conexão entre o aumento da crise 

e a redução da expectativa de vida”, diz o engenheiro 

Abílio dos Santos, ex-presidente do 

BDMG-Banco de Desenvolvimento de Minas 

Gerais. Abílio seria uma das últimas pessoas 

a se preocupar com dificuldades financeiras, 

no planeta. Ele se aposentou no comando daquela 

instituição financeira estatal, depois de 

longa e vitoriosa carreira, sempre em cargos 

de chefia. Sua aposentadoria é complementada 

pelo fundo de pensão dos funcionários 

do estabelecimento, de nome Desban. 

Ocorre que o BDMG é uma empresa 

pública, naturalmente incluída no turbilhão 

da calamidade financeira que atingiu 

o governo de Minas. Nada impede que o 

banco seja fechado em nome da redução 

de custos, como já ocorreu a quase todos 

os outros bancos estaduais de desenvolvimento. 

Hoje há apenas três deles com 

portas abertas: o nosso, o capixaba e o 

gaúcho — além do poderoso BNDES. 

Caso ocorra o desmonte do BDMG, como 

já se começa a murmurar, o dinheiro do 

Desban certamente deverá ser utilizado 

para irrigar o imenso deserto que é o 

cofre estadual. 



DR. ENALDO LIMA, DIRETOR DO HOSPITAL INTEGRADO 

DO CÂNCER, DA REDE MATER DEI 

NINGUÉM ESTÁ A SALVO. Sim, trata-se de especulação, 

por enquanto. Mas Abílio já se 

depara com problemas objetivos na área financeira: 

dois dos seus três filhos se deixaram 

seduzir pela sereia do empreendedorismo 

e, com a crise, os negócios tro peça 

ram. Houve redução de vendas e perda 

de clientes nas pe quenas empresas deles. 

E quando o infortúnio bate à porta, os filhos 

sempre se socorrem no patrimônio do pai, 

como ele próprio admite. 

Abílio não é o único a observar a relação 

direta entre estresse financeiro e deterioração 

física, que resultam em doenças 

cardíacas, acidente vascular cerebral 

e suicídios. Procurei o Dr. Enaldo Lima, 

diretor do Hospital Integrado do Câncer, 

que faz parte da Rede Mater Dei de 

Saúde. Trata-se de um dos mais renomados 

especialistas do ramo, no mundo, 

TRANQUE A PORTA. EVITE QUE O 

INFORTÚNIO ENTRE EM SUA CASA 

De tudo o que ouvimos, resultou a 

formatação de uma lista de conselhos 

que, reconhecemos, são 

muito fáceis de serem oferecidos aos leitores. 

Mas são muito difíceis de serem 

aplicados, quando a avalanche já se irrompeu. 

Mas não custa nada apresentar 

alguns pequenos conselhos para enfrentar 

a crise. 

1. CRIE UM FUNDO DE 

EMERGÊNCIA 

Muita gente perde o sono quando se 

vê diante de grave avaria no automóvel, 

de inesperados problemas de saúde na 

família ou de qualquer outra despesa im- 

prevista. O problema se torna real 

quando você não dispõe de alguma poupança 

para enfrentar as emergências. A 

dificuldade, então, se transforma numa 

crise. 

2. PENSE PEQUENO, 

INICIALMENTE 

Aprenda a poupar, por menor que seja 

o valor. Cada moeda guardada aumenta 

a sua chance de enfrentar as intempéries. 

Lembre-se de que quando você adquire 

algo, estará se tornando mais pobre, 

pois é o dinheiro que sai do bolso e 

corre para a caixa registradora do comerciante. 

18 



com muitos trabalhos publicados e uma 

biblioteca com mais de oito mil volumes 

sobre o tema. 

UM VERDADEIRO REDEMOINHO. Dr. Enaldo 

não apenas confirma a suspeita mas 

apresenta dados aterrorizantes que ocorrem 

em Belo Horizonte. “Nos últimos dois 

anos, muitos pacientes perderam o plano 

de saúde, pois foram demitidos em seus 

empregos. E quando isso ocorre, cria-se 

uma situação desesperadora, pois eles 

deixam de ser atendidos na rede privada. 

Perdem o conforto e a qualidade do atendimento. 

Também não dispõem de recursos 

para adquirir os medicamentos que 

são caros e de uso continuado” revelou. 

Segundo o médico, quando a crise se 

instala, cria-se também uma situação de 

grande ansiedade em relação ao futuro do 

paciente. Como se sabe, as pessoas atingidas 

pelo câncer têm sua capacidade produtiva 

reduzida pela enfermidade. Sem dinheiro, 

sem emprego e com menor ca pa ci - 

dade de trabalho, não há grande saída à 

vista. “Da nossa parte, podemos fazer 

pouco nessa situação. Mas sempre insistimos 

com o paciente e com a família para 

preservar o plano de saúde a qualquer 

custo”, revelou. 

Conversei com gerentes de bancos, todos 

com experiência no socorro a clientes 

inadimplentes. Eles revelam que mais da 

metade dos problemas que aparecem à 

sua frente é de clientes estressados por 

falta de emprego ou em decorrência da 

redução na receita de suas empresas. “Alguns 

estão claramente perturbados, necessitados 

de atendimento psicológico”, 

afirmou um dos gerentes. 

3. PRIORIZE 

SEUS DÉBITOS 

Caso sua renda se mostre insuficiente, 

no momento, escolha as que 

contas serão pagas. Prioridades absoluta 

para despesas com casa, comida 

e roupas. Mande os filhos para a escola 

pública. Por mais que os bancos 

tentem nos convencer de que o cartão 

de crédito que devemos a eles é a 

coisa mais importante na pilha de 

contas, nossa prestação do financiamento 

da casa própria será sempre o 

débito fundamental. Outra prioridade: 

o plano de saúde. 

De qualquer forma, se você não 

souber por onde começar, busque 

ajuda profissional. Um especialista, 

que pode ser o seu vizinho, saberá 

mostrar o caminho para suas finanças 

voltarem aos trilhos. Com isso, você 

poderá dormir melhor à noite. 

4. ENCONTRE ALÍVIO 

DO ESTRESSE 

Procure maneiras de baixo custo ou 

sem custos para aliviar o estresse. Podem 

incluir respiração profunda, conversa 

positiva ou exercício físicos. O fundamental 

é que você mantenha a calma, 

pois – acredite – as tempestades são 

passageiras. 



DEPOIMENTO 

MINHA 

HISTÓRIA NA 

PRISÃO 

QUARENTA ANOS DEPOIS DA TRAGÉDIA, 

O CONCEITUADO JORNALISTA JOSÉ 

EDUARDO GONÇALVES ROMPE O 

SILENCIA E REVELA OS 90 DIAS DE 

TERROR QUE PASSOU NA CADEIA 

DE SÃO JOÃO DEL-REI. 

Aos 19 anos, José Eduardo foi preso 

em flagrante por porte de um simples 

cigarro de maconha, que fumava 

na companhia de cinco jovens como 

ele, em praça pública. Levado à delegacia, 

prestou depoimento e foi liberado. Três meses 

depois recebe intimação judicial para 

comparecer ao fórum de São João del-Rei. 

Ele acreditava que iria cumprir uma simples 

formalidade. Mas não foi nada disso. 

Leia abaixo o drama que se seguiu. 

Leio o noticiário dos massacres em Manaus 

e Roraima e, emocionado e atordoado, 

decido que chegou a hora de contar 

o que nunca contei. Essa história tem 40 

anos e jamais veio a público. Acho que 

está na hora de dizer o que vivi, o que vi, o 

que senti durante os três meses em que 

estive preso, em 1977, no então presídio do 

Cassôco, em São João del-Rei. 

Fui um preso comum. Preso em flagrante 

por porte de um cigarro de maconha, juntamente 

com outros cinco colegas. Eu tinha 

19 anos, estudava jornalismo na PUC Minas 

e estava em minha cidade natal para aproveitar 

o feriado da Semana Santa. Naquela 

sexta-feira da Paixão, na praça da Biquinha, 

fomos presos à tardinha. Depois de horas 

detidos na delegacia e de um longo sermão, 

fomos liberados. Já era noite, a procissão 

que eu tanto queria ver já tinha passado. 

Meses depois, na primeira semana de 

aulas do semestre, fui chamado a depor 

20 



O AMBIENTE DA 

CELA ONDE JOSÉ 

EDUARDO VIVEU 

POR TRÊS MESES 

ERA SEMELHANTE 

A ESTE. ISSO FOI 

HÁ 40 ANOS E 

NADA MUDOU DE 

LÁ PARA CÁ 

em São João. O caso fora reaberto em função 

de uma briga política entre o juiz da 

cidade e o promotor. Fui com a roupa do 

corpo, certo de que seria algo de poucas 

horas. Ledo engano. Do depoimento fui levado 

direto para a prisão. Não me sai da 

cabeça a cena de minha entrada na cadeia, 

o corredor, o cadeado da cela se abrindo, 

aquele tanto de olhos me vasculhando. 

As portas do inferno se abriram para mim 

Nós seis fomos distribuídos em três celas, 

em duplas. As duas meninas ficaram 

em uma cela separada, só delas. Na minha 

cabiam oito pessoas, havia o dobro. Homicidas, 

assaltantes, traficantes. Nos finais 

de semana a cota aumentava substancialmente. 

Dois presos disputavam o comando 

— Preto, um assassino confesso, valentão 

e boquirroto, e o Ligeirinho, ladrão carioca, 

corpo coberto de marcas, bom no uso da 

faca. Ali vivi o meu inferno. 

Camas e colchões grudados uns nos 

outros pra caber todo mundo. Uma televisão 

pequena e velha, sem cores, dependurada 

num canto bem alto. A luz 

acesa 24 horas. Uma janela gradeada que 



dava para o pátio. Um lugar chamado 

“boi” que era só um buraco no chão, em 

cima o chuveiro. Ali se cagava, se masturbava, 

a porta era uma tira de plástico. 

As roupas ficavam penduradas em varais 

que cruzavam a cela. Sim, você já viu 

essa cena no cinema. Eu a vivi. 

Minha segurança eu garanti logo de cara, 

com muito papo e oferta de cumplicidade 

e serviço. Privilegiado, eu recebia diariamente 

muita coisa que eu compartilhava: 

comida, frutas, revistas de mulher pelada. 

Também mostrei que podia ser útil, escrevia 

cartas para os detentos, fazia comunicados 

aos advogados. Na greve de três 

dias por alguma coisa que nem me lembro 

mais, me encarregaram das negociações 

entre o grupo e os policiais (meu pai pagou 

o conserto do chuveiro, acho que isso ajudou 

a pôr fim ao imbróglio). 

Eu vi muita coisa 

Eu vi uma mulher negra, inteiramente 

nua, correndo pelo corredor com o corpo 

coberto de bosta. 

Eu vi um homem trôpego gritando que 

lhe devolvessem o rato, pois ele tinha fome. 

Eu vi um jovem mulato, um ex-escoteiro, 

gay, sob as cobertas, sendo estuprado pelo 

chefão da cela. 

Eu vi as peladas de quarta-feira, quando 

desafetos fingiam correr atrás da bola para 

quebrar as pernas de uns e outros. 

Eu vi como os presos se divertiam aos 

sábados. Os guardas traziam os bebuns 

presos e os colocavam encostados nas grades, 

então os detentos na cela se amontoavam 

ali e espancavam os caras. Uma 

vez, insuflado pelo grupo, eu dei com uma 

sandália Havaiana nas costas de um desses 

bêbados. Não sei definir o que senti, aquilo 

ainda me dói. 

Eu ouvia os espancamentos dos policiais, 

especialmente às sextas e sábados, 

com os gritos de dor entrando na cabeça 

EU VI OS OLHOS DE MEU PAI ME 

OLHANDO DO OUTRO LADO DAS 

GRADES — E ELE NUNCA ME 

PERGUNTOU O QUE EU TINHA 

FEITO PARA MERECER AQUILO. 

SUA ÚNICA PERGUNTA ERA: ‘VOCÊ 

PRECISA DE ALGUMA COISA?’ 

da gente pra nunca mais sair. 

Eu vi uma festa na cela à base de cachaça 

contrabandeada e de comprimidos 

surrupiados de um epiléptico que acabara 

22 



ORLANDO BENTO-MINAS TÊNIS CLUBE 

JOSÉ EDUARDO, UM JORNALISTA 

CORAJOSO, ESCRITOR TALENTOSO 

E EDITOR DE LIVROS APAIXONADO 

POR BELO HORIZONTE 

Repórter com atuação marcante nas 

principais publicações brasileiras, o 

jornalista José Eduardo Gonçalves, 

57 anos, se dedica a uma paixão 

maior e invencível, que é a de escritor. 

É autor dos livros “Cartas do Paraíso” 

e “A cidade das memórias flutuantes”. 

É também editor e nessa 

atividade se destacam as coleções 

“BH - A cidade de cada um” e 

“Beagá Perfis. É curador de vários 

projetos literários e diretor da Conceito 

Comunicação Editorial. 

de ser preso por matar a mãe a facadas. A 

coisa degringolou, virou briga entre os dois 

grupos da cela, com ripas de estrado transformadas 

em facas pontudas. Giletes cortavam 

o ar, vi juras de morte, sangue e dor. 

(Eu escrevia uma carta para a namorada e 

ouvia Lumiar, de Beto Guedes, quando a 

briga explodiu). Ninguém morreu, mas vi 

a morte bem perto. Às quatro da manhã, 

todos aparentemente dormiam, os dois líderes 

pularam de suas camas e ameaçaram 

começar tudo de novo. Eu pulei entre 

os dois. Não era um ato heroico, era puro 

desespero. 

Eu vi as duas amigas, na cela em frente, 

gritando feito loucas quando a briga estourou 

em nossa cela. 

Eu vi quando levaram o Ligeirinho para 

uma temporada de dias na solitária. Eu vi 

quando ele voltou: faltava-lhe um dente. 

Eu vi a cidade lá fora quando saía, escoltado, 

para as sessões no Fórum (por 

morar em cidades diferentes, fomos acusados 

pelo promotor de fazer parte de 

uma rede internacional de tráfico) ou cuidar 

de um canal dentário. 

Eu vi homens fortes, parrudos e brigões 

chorando de saudade de seus filhos. 

Eu vi os olhos de meu pai me olhando 

do outro lado das grades — e ele nunca 

me perguntou o que eu tinha feito para 

merecer aquilo. Sua única pergunta era: 

você precisa de alguma coisa? 

Nojo de quem aceita a barbárie como 

punição 

Acho que não consigo escrever mais 

nada. Eu só queria dizer que isso acontecia 

em uma prisão mequetrefe do interior de 

Minas, um lugar pequeno, com menos de 

50 presos — e já era bem ruim. Por isso 

sou tomado de indignação ao ver os acontecimentos 

dos últimos dias. 

Me enoja o tratamento que é dado aos 

encarcerados. Me enoja o discurso de 

quem aceita a barbárie como punição a 

bandidos. Me enoja a leviandade, a omissão 

e a insensibilidade das autoridades. 

Tudo isso me enoja porque eu estive lá 

dentro. Eu vi a miséria, a degradação, a 

violência, a indiferença, o desamor. 

Morre-se muito facilmente em uma cela. 

Eu poderia estar em Manaus ou em Boa 

Vista, preso provisoriamente, aguardando 

julgamento. Junto a criminosos de alta periculosidade. 

Em meio a briga de facções, 

sendo espancado ou servindo de madame 

pra algum fortão. Eu sobrevivi ao inferno. 

Casei, descasei, casei de novo, tive filhos, 

construí uma carreira, sou dono de minha 

vida. Quantos, nesse exato instante, estão 

perdendo essa chance? 



HORROR NAS PRISÕES 

HÁ 35 ANOS A OAB DENUNCIOU, 

PELA PRIMEIRA VEZ, A BARBÁRIE 

NOS CÁRCERES MINEIROS 

COMISSÃO PRESIDIDA PELO ADVOGADO ARISTÓTELES ATHENIENSE 

FICOU CHOCADA COM A DESUMANIDADE PATROCINADA 

PELO GOVERNO NAS CADEIAS 


Em 1982, a redemocratização do país 

ensaiava os primeiros passos, com 

a eleição de muitos governadores 

da oposição à Ditadura Militar. Tancredo 

Neves, em Minas foi um deles. Na época, 

a OAB/MG-Ordem dos Advogados de Minas 

considerou uma ótima oportunidade 

para dar uma dimensão humana ao sistema 

penitenciário estadual, que não se 

diferenciava dos demais estados, em barbárie 

e desrespeito os direitos humanos. 

O presidente da seção mineira da OAB, 

o advogado Aristóteles Atheniense criou 

uma comissão de renomados juristas para 

fazer um levantamento da situação, que 

era de absoluto horror nos presídios. A 

primeira visita foi ao extinto Depósito de 

Presos da Lagoinha — vejam só o desrespeitoso 

nome — para onde eram amontoadas 

todas as pessoas acusadas de 

crime na cidade, mas ainda sem condenação. 

Alí se encontravam desde assassinos 

incorrigíveis a simples pessoas que 

atrasavam pagamento de pensões a exesposas, 

ou foram detidas dirigindo com 

carteira de motorista vencida. 

PROMISCUIDADE. As celas não recebiam 

luz do sol, estavam superlotadas e a alimentação 

era imprópria para o consumo 

ARISTÓTELES ATHENIENSE, EX-PRESIDENTE DA OAB-MG 

humano. As refeições eram preparadas a 

dezenas de quilômetros de distância, na 

penitenciária José Maria Alkmin, de onde 

eram enviadas em velhas Kombis para todas 

as cadeias da região metropolitana. 

Quando os tambores chegavam ao depósito 

de presos, as refeições se assemelhavam 

a lavagem servido aos porcos. Foi 

a primeira vez que advogados e jornalistas 

puderam entrar naquele teatro de horrores 

que funcionava havia várias décadas. 

Por toda a parte, a situação era de angústia 

e desespero. Na penitenciária Santa 

Terezinha, em Juiz de Fora, uma situação 

singular: a cadeia era mista, com homens 

24 



no primeiro andar e as mulheres no segundo. 

A certa hora da noite a escada entre 

os dois pavimentos era liberada, 

criando-se um verdadeiro pandemônio no 

interior das celas. 

DESALENTO. Concluído o relatório da comissão, 

Atheniense decidiu apresentá-lo 

ao governador recém eleito, Tancredo Neves, 

que seria empossado algumas semanas 

depois. O governador não se sentiu 

muito feliz. “Ele disse que esperava por 

felicitações e não com a apresentação de 

sugestões para resolver um problema que 

se mostra de difícil solução”, lembrou Atheniense. 

OS PRESOS CRIARAM UM SISTEMA 

PELO QUAL SORTEAVAM A CADA 

DIA QUEM IRIA MORRER. ERA A 

FORMA DE CHAMAR ATENÇÃO. 

DEPOIS DE 15 ASSASSINATOS, O 

ENTÃO GOVERNADOR HÉLIO 

GARCIA DECIDIU CONSTRUIR MAIS 

UMA PENITENCIÁRIA. 

Outras cópias foram enviadas aos presidentes 

da Assembléia Legislativa, do Tribunal 

de Justiça e a promotores. Não 

houve uma única resposta, segundo 

Atheniense. Na verdade, a 

resposta veio por parte dos detentos 

de forma aterrorizante. 

Anos mais tarde, eles criaram um 

sistema pelo qual sorteavam a 

cada dia quem iria morrer. Era a 

forma de chamar atenção. Depois 

de 15 assassinatos, o então governador 

Hélio Garcia decidiu 

construir mais uma penitenciária. 

A investigação de Aristóteles 

Atheniense ocorreu há 35 anos. 

E de lá para cá a situação dos 

presídios só piorou. Diante dessa 

desolação, o advogado acredita 

que a situação só irá melhorar 

quando os milhares de presos 

em Minas e no país puderem votar. 

“Dessa forma eles poderão 

despertar a atenção dos políticos 

que, em geral, só se interessam 

por seus mandatos”, concluiu. 

DEPÓSITO DE PRESOS DA 

LAGOINHA, NA PREMIADA FOTO DE 

MARCELO PRATES 



CARREIRAS 

12 COISAS 

QUE DIRÍAMOS A 

NOSSO CHEFE, 

SE TIVÉSSEMOS 

CORAGEM 

LUÍS MASCARENHAS JR. 

NA CONDIÇÃO DE 

EMPREGADOS, SOMOS 

INSTRUÍDOS A SER 

DILIGENTES, A TER BOAS 

ATITUDES, SER FLEXÍVEIS, 

PACIENTES, CONFIÁVEIS, LEAIS 

E RESPEITOSOS. NÃO É POUCA COISA. 

SEMPRE DIZEM QUE NÃO EXISTE “EU” 

NA EQUIPE. DIZEM: VOCÊ DEVE SER 

GRATO POR TER UM EMPREGO. MAS, 

CERTAMENTE, PATRÕES TÊM 

OBRIGAÇÕES CONOSCO, TAL 

COMO TEMOS COM ELES. E, 

CERTAMENTE, UMA DAS 

MAIORES OBRIGAÇÕES É CONHECER 

NOSSO PONTO DE VISTA A RESPEITO DE 

26 



TEMAS LIGADOS AO 

TRABALHO. 

NATURALMENTE, NEM TODOS 

OS EMPREGADOS SE SENTEM 

LIVRES PARA DIZER O QUE 

REALMENTE PENSAM. VOCÊ SABE 

QUEM VOCÊ É E AS CONTAS QUE DEVE 

PAGAR TODO FIM DE MÊS! NÓS 

OUVIMOS 40 LEITORES DE 

MATÉRIAPRIMA, TODOS 

TRABALHADORES COM CARTEIRA 

ASSINADA EM EMPRESAS PRIVADAS 

E SELECIONAMOS, ABAIXO, 

ALGUMAS PALAVRAS QUE OS 

EMPREGADOS GOSTARIAM DE 

DIZER, MAS NÃO TÊM CORAGEM. 



DO LADO DE CÁ DA MESA, 

O EMPREGADO REIVINDICA 

1. Dê-me as ferramentas que eu preciso 

para fazer um bom trabalho 

C Se você não tiver certeza, pergunte-me. 

Mas basicamente: tempo, materiais, 

informações e talvez até um 

pouco de autoridade são os elementos 

que eu necessito para fazer bem feito. 

2. Admita quando você comete um erro 

C Isso vai mostrar que você não tem 

medo e isso será a melhor maneira de 

ganhar o meu respeito. Faça o que fizer, 

não aja como se nunca tivesse cometido 

erro. Isso é simplesmente ridículo. 

3. Não me trate como 

engrenagem de uma roda 

C Eu sou um indivíduo. Se eu estragar 

tudo, diga-me. Se alguém do meu 

grupo fez errado, diga para ele. Não 

culpe toda a equipe. 

4. Peça minha opinião de vez em quando 

C Eu sou capaz de oferecer algumas 

boas idéias, basta se interessar em ouvi-las. 

5. Eu realmente necessito de respostas 

C Por favor, não espere para me 

apresentar todas as suas avaliações na 

análise de desempenho no final do ano. 

Aí já não há mais tempo para nada, a 

não ser me preparar para um péssimo 

Natal. Eu poderei fazer um trabalho melhor, 

caso você me informe se estou fazendo 

errado ou certo. 

7. Não posso te ouvir quando você grita 

C Provavelmente alguém já disse a 

você que intimidação é uma ferramenta 

de boa gestão. Mas, falando sério, gritar 

com os funcionários só faz você parece 

fraco e ineficaz. 

8. Não me deixe trabalhar com idiotas 

C Sei que não é fácil, 

mas se há algum problema 

pessoal no grupo, 

é seu trabalho resolver a 

situação. Não deixe os 

problemas se arrastarem. 

Isso envenena 

o ambiente. Tenha 

coragem de substituir 

as pessoas. 

9. Tenha uma 

agenda clara 

C Se você não 

sabe o que quer, 

como criar expectativa 

em relação ao 

meu trabalho? É preciso 

que você informe 

claramente 

seus objetivos para 

mim. 

6. Não me deixe pendurado para secar 

C Quando as coisas desandam, eu 

necessito do seu apoio, como líder que 

você deveria ser. Se você não for leal comigo, 

é impossível e ser leal a você. 

28 



10. Não minta sobre prazos 

C A maneira mais eficaz de perder a 

confiança do seu povo é definir prazos 

mentirosos para a equipe. Confie e seja 

honesto comigo e em resposta eu lhe farei 

um bom trabalho. 

11. Seja previsível 

C Se você se comporta de forma imprevisível, 

eu irei gastar 

mais tempo e energia 

me preocupando 

com o que farei no 

próximo serviço. 

12. Seja meu 

orientador 

C Pergunte-me 

sobre meus objetivos. 

Dê-me projetos 

que me ajudem a 

desenvolver profissionalmente 

e crescer 

na empresa. Eu 

farei um serviço fabuloso 

se você se mostrar 

interessado em 

mim e na minha carreira. 

DO OUTRO LADO DA MESA, 

O PATRÃO RESPONDE 

Jornalismo se faz ouvindo os dois lados. 

Escutamos 15 patrões, que nos deram 

a seguinte versão dessa delicada relação 

com os empregados. Vejam o 

resumo. 

1. Ser patrão não é fácil 

C Os funcionários não têm idéia de 

quantas horas eu trabalho por dia ou 

não sabem como eu vou conseguir pagar 

todas as despesas da empresa. 

2. Aumento salarial 

C Os funcionários não sabem que 

nem sempre posso conceder o aumento 

salarial que eles estão pedindo, 

ou que os negócios na empresa vão 

bem. Ou se, naquele momento, há 

uma nuvem escura sobrevoando a 

economia nacional. 

3. Advertências 

C Sim, ficamos tristes quando o 

empregado comete erros que poderiam 

ter sido evitados, se ele tivesse 

se concentrado em suas tarefas. Erros, 

que às vezes, podem custar milhares 

de reais. 

4. Vigilância necessária 

C Os funcionários reclamam que 

estamos monitorando seus e-mails ou 

espalhamos câmeras pelo a empresa, 

mas infelizmente temos de ter cuidados. 

Alguns dos seus colegas de trabalho, 

quando não realizávamos filmagens, 

roubaram equipamentos 

importantes. E mais: levaram até segredos 

da empresa. 



EMPREENDEDORES 

FOTOS ARQUIVO RÁDIO ITATIAIA 

JANUÁRIO 

CARNEIRO E JK - 

OTIMISMO 

SEMPRE 

JANUÁRIO CARNEIRO 

CONFIRMOU QUE 

A VIDA QUER DA GENTE 

É CORAGEM 

EM MARÇO, A RÁDIO ITATIAIA COMPLETOU 65 

ANOS. E UM DOS MAIS FESTEJADOS PUBLICITÁRIOS 

DE MINAS RELEMBRA ALGUNS FATOS QUE NÃO 

PODEM SER ESQUECIDOS — MAS LOUVADOS 

30 



HAMILTON GANGANA 

Outro dia, comentei com os amigos 

Acir Antão e coronel Jonas Cruz 

que uma pessoa de 81 anos, como 

eu, deve guardar boas lembranças na memória, 

ainda que os fatos tenham ocorrido 

há 50 ou 60 anos. E nós três rimos muito. 

Logo depois, liguei o rádio e ouvi a mensagem 

anunciando que “a Itatiaia está transmitindo 

no mês dos seus 65 anos”. Aí, confesso, 

sorri sozinho. E com muito orgulho... 

Dei uma guinada de 360 graus na cachola 

e fui estacionar na antiga rádio Guarani AM, 

que funcionava no terceiro andar daquele 

prédio da rua da Bahia, esquina de Guajajaras, 

onde fica hoje o Museu Inimá de Paula. 

Naquela época, o Cine Teatro Guarani, 

lá embaixo ao nível da rua, exibia o melhor 

de Hollywood. Na parte de cima, além de 

um bom restaurante, o Clube Belo Horizonte 

ocupava dois andares. E, no terceiro 

andar, conheci a poderosa Rádio Guarani, 

com estúdios, palco, auditório confortável 

e escritórios muito bem instalados. 

Ali foi o meu primeiro emprego, por indicação 

do radialista Carlos Filgueiras, o 

“Leite”, amigo da minha família e nosso 

conterrâneo de bairro na rua Raimundo 

Nonato com Salinas, em Santa Tereza. 

Fui ascensorista no minúsculo elevador, 

para informar a quem chegasse: “Máximo 

de quatro pessoas”. E tremia nas bases, 

ao transportar o narrador esportivo Álvaro 

Celso da Trindade, o Babaró e seus 140 

quilos (um pouco mais, um pouco menos), 

além dos acompanhantes habituais, que 

chegavam sempre juntos. 

Além da tremedeira de iniciante, ainda 

sofria junto com o próprio elevador, obrigado 

a reduzir a marcha, que já era lenta. 

E o “homão” sempre reclamava de mim, 

por fechar rapidamente a portinha sanfonada, 

conforme a orientação que recebi 

do diretor. 

– Abre essa porta, menino sem educação! 

Até que um dia o diretor Roberto Ceschiatti 

me transferiu para o escritório. Dei 

graças a Deus, confesso! E, aos 14 anos, 

essa promoção me abriu a cabeça e mudou 

a minha vida. 

Como os corretores de anúncios sempre 

tinham pressa e dificuldade para redigir re- 

JANUÁRIO CARNEIRO CHEGOU A 

SER CHAMADO DE “MENINO 

MALUCO”, POR SUA INCRÍVEL 

OUSADIA DE CRIAR E IMPLANTAR 

UMA EMISSORA DE RÁDIO, SEM 

GRANA, SEM PROJETO E SÓ COM A 

CARA E CORAGEM. 



clames comerciais, a partir de anotações 

ou rascunhos feitos em qualquer pedaço de 

papel, foi uma escola para mim, um aprendizado 

natural, pelo qual fui tomando gosto. 

Durante o curto período de trabalho no 

elevador, subia e descia com Rômulo Paes, 

Orlando Pacheco, Caxangá, Geny Moraes, 

Roberto Márcio, Adolfo Maclerewski, Conjunto 

Caídos do Céu, Maria Suely, Geraldo 

Tavares, Ruy Martines, Ibrahim Houri, Gilberto 

Santana, Silveira Neto, Lídia de Cêa, 

John Garden, Vilma Leal Arnout, Rosana 

Toledo, Waldomiro Constant, Juan Moreno, 

Celso Brant, Luiz Panzi, José Lino (o cantor), 

Teófilo Pires, o então badalado Babaró 

e, entre eles, um jovem franzino e fumante, 

que sempre me cumprimentava ao chegar 

e agradecia, ao sair do elevador. 

Quem era esse moço gentil, que logo 

se desligou da Guarani, para fundar a sua 

própria rádio? 

Isso mesmo, era o Januário Laurindo 

Carneiro, que eu sempre via batucando 

em uma Remington pretinha, participando 

do programa esportivo no fim da tarde ou 

também narrando jogos. 

– Que ano era esse?, alguém vai perguntar. 

– O generoso 1949, bem no meio do 

século passado, eu confesso. 

Naquela época, o assunto era um só: a 

Copa do Mundo de 50, a primeira após a 

II Guerra Mundial. E aconteceria no Brasil. 

A montagem da nossa seleção foi entregue 

ao técnico Flávio Costa. O estádio do Maracanã 

– o maior do mundo – foi construído a 

toque de caixa. E o nosso Independência, o 

Gigante do Horto, recebeu três jogos da Copa. 

E, para quem nunca soube ou já esqueceu, 

em um deles a temida seleção da Inglaterra 

enfrentou o amadorismo dos Estados Unidos 

e perdeu de 1 x 0. Uma verdadeira zebra, que 

colocou BH nas manchetes do mundo. 

Assisti a todos os jogos, com ingressos-cortesia 

que ganhei do jornalista José 

Bandeira de Melo, o Bandeirão, recentemente 

falecido. 

Essa pequena história ficaria incompleta 

se não contasse que Januário Carneiro che- 

EM JANEIRO DE 1952, A ITATIAIA 

ENTROU NO AR, A PARTIR DE NOVA 

LIMA, CONTRA TUDO E CONTRA 

TODOS — “FALANDO PARA O 

CENTRO E COCHICHANDO PARA OS 

BAIRROS” — UMA RESPOSTA 

IRREVERENTE AOS QUE NÃO 

ACREDITAVAM NA EMPREITADA. 

32 



gou a ser chamado de “menino maluco”, 

por sua incrível ousadia de criar e implantar 

uma emissora de rádio, sem grana, sem 

projeto e só com a cara e coragem. 

Acho que o Januário tinha uns vinte anos, 

mas já sabia muito bem o que queria. 

Em janeiro de 1952, a Itatiaia entrou no 

ar, a partir de Nova Lima, contra tudo e contra 

todos- “falando para o centro e cochichando 

para os bairros” – uma resposta irreverente 

aos que não acreditavam na empreitada. 

Graças à garra, ao idealismo e à perseverança 

do seu criador, com sua notável capacidade 

de enfrentar e superar desafios – que 

não foram poucos – a Itatiaia foi navegando. 

Cheia de improviso, mas sempre valente. 

O que aconteceu nesses 65 anos da Itatiaia, 

hoje uma das principais emissoras brasileiras, 

foi um misto de pioneirismo, criatividade 

e muito trabalho de equipe, que o país 

inteiro conhece e não se cansa de admirar. 

Hoje, Belo Horizonte tem um grau de 

intimidade tão forte com a Itatiaia que as 

duas se confundem, como irmãs gêmeas. 

Tive o privilégio de ver nascer, conviver 

e acompanhar de perto a brilhante trajetória 

da Itatiaia, presidida desde o desaparecimento 

de Januário por seu irmão 

Emanuel, que atua na emissora desde garoto 

e pelo sobrinho Cláudio Carneiro. 

Juntos, eles souberam preservar a importância 

e qualidade da emissora, assim 

como o seu exemplar profissionalismo, 

um legado de Januário Carneiro. 

PREFEITURA MUNICIPAL DE CONTAGEM 

ESTÚDIO DA 

RÁDIO ITATIAIA 

SEMPRE ATIVO 



PESADELO À VISTA 

SEIS REGRAS INFALÍVEIS 

PARA EMPRESTAR DINHEIRO 

A PARENTES 

NEM SEMPRE VOCÊ PODE EVITAR O EMPRÉSTIMO A UM PARENTE, 

USANDO ESSAS DUAS PALAVRAS MÁGICAS: NÃO TENHO! NESSE CASO, 

SIGA METICULOSAMENTE AS INSTRUÇÕES ABAIXO PARA EVITAR UM 

MAL MAIOR, QUE É O SIMPLES, IRREMEDIÁVEL E DEFINITIVO CALOTE 

Emprestar dinheiro a um parente pode 

trazer muitas dores de cabeça. Não é 

fácil saber se é melhor estabelecer 

prazos para o pagamento ou se deve aceitar 

prestações. As opções são irrelevantes pois, 

de qualquer forma, aquele seu cunhado desagradável, 

o Zé Pereira, vai contar para 

sua esposa (a irmã dele), que você duvida 

da palavra e da honra dele e, portanto, da 

ilustríssima família Pereira etc. etc. 

Diante desse e outros problemas, consultamos 

especialistas, incluindo um pai-desanto, 

para listar os cuidados na hora de enfrentar 

esse tormento. Veja o que apuramos: 

1. VEJA SE VOCÊ PODE MESMO 

EMPRESTAR O DINHEIRO 

— Não diga sim antes de pensar seriamente 

no assunto. Que fins tinha pensado 

para este dinheiro que seu cunhado 

descobriu na sua conta? Será que, no futuro, 

a grana vai lhe fazer falta? 

2. EMPRESTE APENAS 

O QUE PUDER PERDER 

— É isso mesmo, infelizmente. As 

possibilidades de nunca reaver seu di- 

34 



nheiro são imensas. Assim, se pensar 

no dinheiro como perdido, você até 

pode se surpreender quando é reembolsado. 

3. OBTENHA APROVAÇÃO 

DA/O CARA-METADE 

— Antes de emprestar qualquer 

quantia, é muito importante que fale 

com o seu cônjuge/companheira/namorada, 

com quem partilha a conta 

bancária. Só com a sua aprovação é 

que pode avançar, caso contrário 

ainda pode arranjar um problemaço 

na relação. 

4. APRENDA A DIZER QUE NÃO 

— Como diz o ditado, “amigos, amigos, 

negócios à parte”. Por muito que queria 

ajudar o seu parente, se, na sua opinião, 

ele não tem condições para emprestar o 

dinheiro, o melhor é ser sincero. Diga que 

não tem o dinheiro ou que está reservado 

para algo fundamental. 

5. A RELAÇÃO COM O 

PARENTE VAI MUDAR 

— A partir do momento em que lhe pedem 

um empréstimo, não há caminho de 

volta. Quer responda sim ou não, deve ter 

em conta a possibilidade de surgir algum 

problema. Além disso, não toque 

mais no assunto,exceto em 

momentos muito específicos. 

6. TENHA TUDO POR 

ESCRITO 

— Por fim, tendo ponderado 

todas as questões anteriores, 

coloque tudo o que acordaram 

por escrito. Pode parecer um 

pouco estranho numa relação 

familiar, mas, de acordo com 

os especialistas (incluindo o 

pai-de-santo), o empréstimo 

deve ser tratado como um negócio 

qualquer. Portanto, estabeleçam, 

em conjunto, os prazos, 

as quantias, os juros e, 

para evitar mal-entendidos, é 

importante que falem do que 

acontecerá em caso de inadimplência. 

NÃO É EXAGERO, ATÉ OS 

PAIS-DE-SANTO 

RECOMENDAM QUE SE 

ASSINE UM CONTRATO AO 

EMPRESTAR DINHEIRO 

AOS PARENTES 



SEU MELHOR MÉDICO É VOCÊ 

EM QUALQUER MOMENTO DA VIDA, 

PACIENTE PODE SABER DOS RISCOS DE 

SOFRER DE CÂNCER 

AVANÇO DA MEDICINA, COMO A ANÁLISE GENÔMICA, AUMENTA A 

EXPECTATIVA DE VIDA DOS BRASILEIROS, QUE JÁ ULTRAPASSA 73 

ANOS. TECNOLOGIA ESTÁ DISPONÍVEL NO MATER DEI 


Estima-se que cerca de 10% de todos 

os tumores malignos seja devido a 

alterações genéticas hereditárias, que 

são passíveis de mapeamento genético. Ou 

seja: os tumores nem sempre surgem do 

nada, ou de algum mau comportamento, 

com o vício de fumar, mas decorrem de 

algum tipo de herança familiar. O caso mais 

famoso em todo o mundo dessa hereditariedade 

é o da atriz norte-americana Angeline 

Jolie, que preferiu amputar seus dois 

seios diante do risco iminente. 

“Minha mãe lutou contra o câncer por 

quase uma década e morreu aos 56 , declarou 

recentemente a atriz. “Ela viveu o 

suficiente para conhecer seus primeiros 

netos e segurá-los nos braços. Mas minhas 

outras crianças nunca terão a chance 

de conhecê-la e sentir quão amável e graciosa 

ela era”, afirmou. 

36 



EXEMPLO PARA AS MULHERES. Angelina, 

atualmente com 42 anos, descobriu ter um 

“defeito” no gene chamado BRCA1. Os médicos 

disseram que ela tinha 87% de chances 

de desenvolver um câncer de mama, e 

50% de ter um câncer no ovário.“Quando 

soube que essa era minha realidade, decidi 

ser pró-ativa e minimizar o risco o quanto 

podia. Tomei a decisão de me submeter a 

uma dupla mastectomia preventiva”, diz a 

atriz. “Comecei com os seios, já que meu 

risco de câncer de mama é mais alto que 

meu risco de câncer no ovário, e a cirurgia 

é mais complexa”, revelou. 

Na entrevista ao jornal The New York 

Times, a atriz declarou que passou por 

cirurgias num intervalo de três meses. 

“Durante o processo consegui manter isso 

de forma privada e continuar com meu 

trabalho”, contou. “Eu queria escrever isso 

para contar a outras mulheres que a decisão 

de fazer uma mastectomia não foi fácil. 

Mas estou muito feliz de tê-la tomado”, 

diz Angelina. “Minhas chances de desenvolver 

câncer de mama caíram de 87% 

para 5%. Posso dizer a meus filhos que 

eles não precisam ter medo de me perder 

para o câncer de mama”, afirmou. 

“ 

QUANDO SOUBE QUE ESSA ERA 

MINHA REALIDADE, DECIDI SER 

PRÓ-ATIVA E MINIMIZAR O RISCO O 

QUANTO PODIA. TOMEI A DECISÃO 

DE ME SUBMETER A UMA DUPLA 

MASTECTOMIA PREVENTIVA 

Angelina Jolie, em entrevista ao The New York Times 

” 



A DOENÇA SE ESCONDE NO SEU DNA 

Apossibilidade de se prevenir qualquer 

manifestação do câncer foi 

a razão fundamental que levou 

a Rede Mater Dei de Saúde a investir, 

desde 2013, em Oncogenética. E, agora, 

no exato momento em que comemora 

o primeiro ano do Hospital Integrado 

do Câncer Mater Dei (HIC), a instituição 

avança na área firmando parceria com 

a Mendelics Análise Genômica, uma 

das maiores empresas de análise genômica 

do Brasil. O serviço está disponível 

desde 13 de março. 

Com o avanço da tecnologia de decodificação 

do DNA humano, pessoas 

com histórico familiar de doenças como 

o câncer podem se beneficiar da avaliação 

genética, uma ferramenta importante 

na prevenção dessas patologias 

quando não se manifestam logo na infância. 

De acordo com o coordenador 

do HIC, dr. Enaldo Lima, “essa parceria 

permitirá a realização, no próprio Hospital, 

da coleta do material para exames 

de patologia molecular e de sequenciamentos 

que determinam com grande 

precisão as mutações tumorais específicas 

e direcionamento personalizado do 

tratamento oncológico. Todo o processo 

terá acompanhamento integral de um 

médico geneticista”, destaca dr. Enaldo. 

A tecnologia se estende também 

para outras áreas da medicina como 

Neurologia, Cardiologia, Hematologia, 

dentre outras. “No Brasil, estima-se que 

haja 13 milhões de pessoas com doenças 

raras, caracterizadas por uma ampla 

diversidade de sinais e sintomas e 

variam não só de doença para doença, 

mas também de pessoa para pessoa”, 

afirma a médica geneticista da Rede Mater 

Dei, dra. Anisse Chami. 

TRATAMENTO IMEDIATO. A médica continua: 

“Existem de seis a oito mil tipos de doenças 

raras e 80% têm origem genética. O diagnóstico 

preciso pode guiar o manejo do paciente 

para reduzir riscos futuros e garantir 

melhor qualidade de vida”. No caso de alte- 

38 



rações genéticas, o paciente receberá as devidas 

orientações de conduta assim como 

medidas de detecção precoce ou mesmo intervenções 

médicas imediatas quando definidas 

pela equipe multidisciplinar do HIC em 

conjunto com a orientação oncogenética. 

Para o Diretor de Operações do Mater 

Dei Contorno, José Henrique Dias Salvador, 

essa parceria trará novas possibilidades 

ao tratamento dos mais variados tipos de 

câncer e de doenças raras, tanto em 

adultos quanto em crianças. “Há um 

ano mudávamos a forma do atendimento 

oncológico em Minas Gerais, 

com o Hospital Integrado do Câncer, 

que conta o corpo clínico da Rede à disposição, 

estrutura física, equipamentos 

de ponta e a credibilidade de uma Instituição 

que há 37 anos faz parte da 

vida dos mineiros”, concluiu. 

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA REDE MATER DEI 

DURANTE A 

CERIMÔNIA DE 

ASSINATURA DO 

ANÚNCIO DA 

PARCERIA ENTRE A 

REDE MATER DEI E O 

LABORATÓRIO 

MENDELICS, DA 

ESQUERDA PARA A 

DIREITA, DRª. MARIA 

NORMA SALVADOR, 

JOSÉ HENRIQUE DIAS 

SALVADOR, DR. 

HENRIQUE SALVADOR, 

DR. DAVID 

SCHLESINGER, ANDRÉ 

VALIM, DR. JOSÉ 

SALVADOR, DRª. 

NORMA SALVADOR, 

RENATA SALVADOR E 

DRª. MÁRCIA 

SALVADOR 



ESPAÇO MÁRIO RIBEIRO 

O SERTÃO DENTRO DE NÓS 

Quanto mais o mundo evolui, mais 

parece que vamos esquecendo lições 

que o doutor Freud nos legou. 

Ora, o mestre da psicanálise disse o 

óbvio que as pessoas resistem em aceitar: 

“sofremos de reminiscências que se 

curam lembrando”. 

Pois não é que estamos na contramão 

desse conceito? 

Ao invés de buscar no nosso inconsciente 

as bases para seguir em frente, parece 

que a cada dia 

perdemos o rumo. 

Encantados pelo 

progresso tecnológico, 

cada vez 

mais deixamonos 

perder na 

rota da vida. 

Com o diria 

personagem 

de programa 

hu mo rístico, “é a 

ig norância que atravanca o 

progresso”. 

Puxa vida, mas diante de 

todo desenvolvimento tecnológico 

e de conhecimento, como 

admitir, principalmente em 

nosso país, o atraso que grande 

parte de nossos políticos insiste 

demonstrar em atos e palavras? 

A televisão, chamada pelo humorista 

Stanislaw Ponte Preta de 

“máquina de fazer doido”, utiliza 

recursos moderníssimos para impor 

ao público um raciocínio politicamente 

correto sobre tudo que reporta 

através de apre sen ta - 

dore(a)s sempre a sorrir mesmo 

em narrativas de desastres e desgraças. 

Perguntar não ofende: os dirigentes das 

emissoras não crêem que eles acabam 

formando batalhões de idiotas fundamentais 

em frente às telas da tevê? 

Melhor desligar e dedicar à boa literatura 

que narra as aventuras e desventuras 

da humanidade ao longo do tempo em 

meio a heróis e bandidos que bem ou 

mal vão construindo a História. 

Não faz sentido edulcorar os acontecimentos 

se viver é perigoso, não é Guimarães 

Rosa? 

Aliás, o sertão dele 

não morreu como muitos 

acreditam: está dentro de 

nós com todas as maldades 

e belezas das veredas 

e das 

ruas. 

40 



BOLA PARA O LADO.O TITE PARECE QUE ACERTOU O PÉ DA SELEÇÃO AO ELIMINAR EXCESSO 

DE TOQUES PRA LÁ E PRA CÁ E FAZER COM QUE OS JOGADORES JOGUEM COM OBJETIVIDADE, 

PRA FRENTE, SEM TANTOS PASSES LATERAIS, COMO ACONTECEU NOS JOGOS RECENTES. 

ALIÁS, FALANDO EM FUTEBOL, SÃO TANTAS TRANSMISSÕES — PELA MANHÃ, TARDE E NOITE 

— COM JOGOS ATÉ NA CIDADE DO CAIXA-PREGOS — QUE TEM HORA QUE NOSSA CABEÇA 

PARECE SOFRER UMA TORÇÃO MUSCULAR. 

Papos de rua 

Cresce o hábito de as 

pessoas se encontrarem 

na porta de bares e livrarias, 

principalmente na Savassi. 

Em torno de cervejas 

e livros, podem-se 

compartilhar desejos e 

frustrações, lembrar bobagens 

que cometemos e visões 

alucinadas do futuro, 

discorrer sobre tristes atos 

que cometemos e sonhos 

desesperados por uma 

vida sem chatices. É assim 

no “Diadorim”, armazém 

temático. 



HORA EXTRA 

POR CONTA DESSA SUA DISTRAÇÃO 

INTOLERÁVEL, VOCÊ PODE TER 

DESTRUÍDO UMA ESPÉCIE INTEIRA 

DURANTE O SEU HORÁRIO DE ALMOÇO 

JOÃO PAULO COLTRANE 

Ninguém é uma ilha. Você não é 

bobo e sabe perfeitamente que 

suas ações cotidianas afetam o 

meio ambiente global. Você pode ser pessoalmente 

responsável pelo derretimento 

das calotas polares ou pela erosão das 

florestas tropicais. Não há nada demais 

em encarar seus próprios erros e tentar 

melhorar seu comportamento. Por isso, 

temos o dever moral de submeter você 

ao questionário abaixo. Depois de respondê-lo, 

você pode reciclá-lo ou simplesmente 

fazer uma bolinha de papel e jogar 

pela janela. Ou na cabeça do Zé Serra. 

PAPEL OU PLÁSTICO? 

( ) Nenhum dos dois. Eu trouxe meu próprio 

saco, feito de cânhamo. (0 PONTOS) 

( ) Eu uso a sacola que o supermercado 

oferece, seja lá o que for. (1 PONTO) 

( ) Os dois, seu curioso. (3 PONTOS) 

( ) Só vou ao supermercado com minha 

sacola de pele de mico-leão dourado. 

Lamentavelmente, o bicho está em 

extinção. (5 PONTOS) 

O SEU CARRO FAZ QUANTOS 

QUILÔMETROS POR LITRO? 

( ) Sei lá. Eu vou ao trabalho numa monareta 

movida a energia solar. (0 PONTOS) 

( ) Depende: Comigo, faz dez quilômetros 

por litro. Com minha mulher, faz 

dez litros por quilômetro. (1 PONTO) 

VOCÊ ESTÁ 

MATANDO O 

PLANETA? 

42 



( ) Para mim tanto faz. Só coloco 30 pratas 

de cada vez. (2 PONTOS) 

( ) Meu velho Opalão, que comprei, inocente, 

do cronista Eduardo Almeida 

Reis, bebe quase tanto quanto um 

blindado Panzer. (5 PONTOS) 

QUAL O TAMANHO QUE VOCÊ ACHA QUE 

TEM O BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO? 

( ) Cinco vezes o tamanho do círculo Polar 

Ártico, que cresce cem metros a 

cada mês. Meu Deus ajude-nos! 

(-1 PONTO) 

( ) Tão grande quanto as crateras deixadas 

pelas mineradoras no entorno de 

Belo Horizonte. (3 PONTOS) 

( ) Não tão grande quanto à área do meu 

sítio perto do Retiro das Pedras que 

desmatei para fazer um campo de 

golfe. (5 PONTOS) 

QUAL A ÚLTIMA COISA QUE VOCÊ JOGOU 

NUM RIO, LAGOA OU OCEANO? 

( ) Minha sogra, na parte mais funda da 

praia de Guarapari. Infelizmente, ela 

foi recolhida por um maldito barco de 

pescadores. (0 PONTOS) 

( ) Um sofá velho, que joguei no ribeirão 

Arrudas, já que o zelador do prédio 

não o queria de presente. (1 PONTO) 

( ) Uma moeda de dez centavos na Fontana 

de Trevi, em Roma, acompanhada 

de pedido para que não haja 

mais poluição nas águas. Foi um 

dia de raro frescor, quando eu 

vestia a camisa rosa do Galo. 

(3 PONTOS) 

( ) O lixo que recolhi num plástico e que 

estava entulhando minha lancha de 

350 cavalos, em Angra. (4 PONTOS) 

( ) As sobras do tacho de gordura (seis 

meses de uso intensivo) da minha 

pastelaria, perto da rodoviária. Joguei 

no Arrudas, é claro. (5 PONTOS) 



O QUE A PALAVRA AMAZONAS 

SIGNIFICA PARA VOCÊ? 

( ) Uma imensa reserva florestal que pode 

ser destruída antes mesmo que eu responda 

a essa pesquisa. (0 PONTOS) 

( ) Uma avenida barulhenta e congestionada 

que começa na praça da Estação, 

atravessa a Praça Sete e vai terminar 

em São Paulo, ou bem perto. (1 PONTO) 

( ) A floresta onde busco sigilosamente 

a matéria prima para minha gigantesca 

serraria localizada às margens 

da rodovia Belém-Brasília (2 PONTOS). 

( ) Uma empresa da Internet onde compro 

meus CDs. E na qual espero 

que logo comece a vender porno - 

grafia (3 PONTOS). 

VOCÊ CONTRIBUI PARA O BEM ESTAR NO 

PLANETA DA SEGUINTE FORMA: 

( ) Usando, nas crianças, fraldas infantis 

feitas de cascas de árvores. 

(0 PONTOS) 

( ) Não ligando o ar condicionado 

em dias muito frios no inverno. 

(1 PONTO) 

( ) Fazendo xixi no chuveiro, 

enquanto solfejo “Granada” 

para os vizinhos. 

(3 PONTOS) 

O QUE VOCÊ FAZ QUANDO 

VÊ UM LIXO NO CHÃO? 

( ) Descubro quem o jogou 

no chão e saio em 

sua captura, junto 

com amigos de motos 

e carros. E não 

descansamos enquanto 

não entregar 

o culpado à polícia. 

(0 PONTOS) 

( ) Eu o apanho e o levo à lixeira 

mais próxima, provavelmente 

com uma lágrima caindo do meu 

rosto, em protesto contra esse desrespeito 

à natureza. Antes, eu visto a camisa 

rosa do Galo. (1 PONTO) 

( ) Faço xixi nele, como demonstração 

pública do meu repúdio. (3 PONTOS) 

( ) Jogo no ribeirão Arrudas, perto de 

onde joguei o sofá (4 PONTOS). 

O QUE É BIODEGRADÁVEL? 

( ) Tudo o que minha faxineira Marivalda 

joga pela janela, diariamente, no lote 

vago vizinho. (O Arrudas é meio 

longe). (0 PONTOS) 

( ) A casca de banana que acabei de atirar 

no Arrudas (e acertei no sofá). 

(1 PONTO) 

( ) O mico leão dourado que acabei de 

atropelar na estrada do Caraça 

(2 PONTOS) 

( ) Tecnicamente tudo, se você for paciente 

para esperar muito tempo. 

(3 PONTOS) 

AVALIAÇÃO 

Caso você esteja muito interessado 

na avaliação do seu desempenho 

ecológico, envie o número de pontos 

alcançados ao endereço da redação, 

acompanhado de uma ordem de pagamento 

no valor de R$100,00, pelo 

menos. A resposta será enviada por 

e-mail, provavelmente. 

44 


Matéria Prima ano8 #88_Layout 1 03/04/2017 15:19 Page 45

Matéria Prima 88

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