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—Eu te vejo amanhã —grito e aceno enquanto Ann vai<br />
embora.<br />
Ando para minha porta da frente procurando minhas<br />
chaves na bolsa e tenho um pressentimento. Quando as<br />
mãos do homem me apertam sou totalmente pega de<br />
surpresa, meu coração gela, mas o meu cérebro funciona<br />
perfeitamente. Ele é caucasiano, pálido, cheira a fumaça de<br />
cigarro, seus pulsos cheios de pelos escuros, olhos claros sem<br />
expressão e vazios como um réptil. Camisa preta, calça jeans<br />
azul escuro, 1,80m de altura e 86 kg.<br />
Eu o conheço. Desde o clube queria me tocar, eu disse<br />
que não e ele foi embora, com os olhos brilhando de ódio.<br />
Penso em correr, mas ele tem o elemento surpresa, me<br />
puxa e me arrasta na vegetação. Tento levantar os braços e<br />
lutar, mas ele me empurra com força para o chão. Cambaleio<br />
e caio de costas no meio dos arbustos, que arranham meu<br />
rosto e pescoço.<br />
Ele cai em cima de mim, seus dedos apertando meus<br />
ombros. Fico embaixo dele, sem fôlego, incapaz de me mover.<br />
—Você ainda vai me recusar? Sua vadia, pedra fria,<br />
prostituta barata —ele fala, com o queixo tremendo de fúria.<br />
Imóvel o encaro, ele é perverso. Apavorada, meu coração<br />
dispara, sei que não posso correr.<br />
Ele sorri com ódio.<br />
—Ainda acha que é boa demais para mim, vagabunda?