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Previsão de demanda: aplicação do modelo ARIMA em uma empresa revendedora de combustível

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<strong>Previsão</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda: <strong>aplicação</strong> <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>ARIMA</strong> <strong>em</strong> <strong>uma</strong> <strong>em</strong>presa<br />

reven<strong>de</strong><strong>do</strong>ra <strong>de</strong> <strong>combustível</strong><br />

Thais Rubiane Domingues Silva (thaisrubiane@gmail.com)<br />

Laryssa Ribeiro Fortes <strong>de</strong> Castro (laryssaengprod@yahoo.com.br)<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Me. Fábio Luís Figueire<strong>do</strong> Fernan<strong>de</strong>s<br />

Coorienta<strong>do</strong>ra: Ma. Danielle Mayumi Campos Tamaki<br />

Resumo: Com o intuito <strong>de</strong> permanecer<strong>em</strong> competitivas no merca<strong>do</strong>, as <strong>em</strong>presas têm si<strong>do</strong><br />

forçadas a buscar<strong>em</strong> ferramentas que possibilitam o auxílio na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões. Com isso<br />

a previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda torna-se <strong>uma</strong> ferramenta gerencial importante na <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s<br />

recursos essenciais para a <strong>em</strong>presa. Neste estu<strong>do</strong>, utilizou-se a meto<strong>do</strong>logia Box-Jenkins<br />

para analisar da<strong>do</strong>s históricos <strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>em</strong>presa reven<strong>de</strong><strong>do</strong>ra <strong>de</strong> combustíveis e obter a<br />

previsão <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> óleo diesel, com auxílio <strong>do</strong> software Gretl. A obtenção <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />

mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> foi baseada na análise <strong>de</strong> gráficos e <strong>em</strong> testes estatísticos próprios da<br />

meto<strong>do</strong>logia, o qual foi <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> o <strong>ARIMA</strong> (0,1,1). Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na análise da<br />

previsão mostraram-se <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s limites aceitáveis, proporcionan<strong>do</strong> um planejamento mais<br />

preciso.<br />

Palavras-chave: <strong>Previsão</strong> <strong>de</strong> D<strong>em</strong>anda; Séries T<strong>em</strong>porais; Mo<strong>de</strong>los Box-Jenkins; <strong>ARIMA</strong>.<br />

1. Introdução<br />

A atual competitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> combustíveis torna cada vez mais complexa e<br />

importante a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões rápidas e precisas. O crescente <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> conhecer a<br />

<strong>de</strong>manda, estipular os lucros e prever o faturamento <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> futuro, <strong>de</strong>sperta nas<br />

<strong>em</strong>presas a busca constante <strong>de</strong> melhorias <strong>em</strong> seus processos. Realizar previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda<br />

po<strong>de</strong> revelar as tendências <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> e contribuir no planejamento estratégico da <strong>em</strong>presa.<br />

Segun<strong>do</strong> Fernan<strong>de</strong>s e Godinho Filho (2010), a gestão da <strong>de</strong>manda representa <strong>uma</strong><br />

ativida<strong>de</strong> primordial para o Planejamento da Produção e para o controle eficiente <strong>do</strong>s<br />

estoques. É essencial que as <strong>em</strong>presas estejam preparadas para as mudanças e imprevistos <strong>do</strong>s<br />

negócios, com isso, faz-se necessário que estas conheçam a <strong>de</strong>manda futura.<br />

Analisan<strong>do</strong> os altos custos na obtenção <strong>do</strong> etanol, da gasolina e <strong>do</strong> óleo diesel,<br />

verifica-se <strong>uma</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se manter o volume i<strong>de</strong>al <strong>em</strong> estoque, sen<strong>do</strong> este fundamental<br />

para evitar probl<strong>em</strong>as como o excesso <strong>de</strong> produtos com baixo giro ou possíveis vendas<br />

perdidas. Para buscar o equilíbrio entre oferta e procura, <strong>de</strong>ve-se conhecer qual a quantida<strong>de</strong> e<br />

1


quais merca<strong>do</strong>rias necessitam ser compradas e estocadas. Para Werner, L<strong>em</strong>os e Daudt<br />

(2006), <strong>uma</strong> má previsão po<strong>de</strong> ser capaz <strong>de</strong> ocasionar probl<strong>em</strong>as a <strong>uma</strong> <strong>em</strong>presa, seja por não<br />

conseguir aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> ou por gerar um produto acaba<strong>do</strong> <strong>em</strong> excesso,<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a um estoque não planeja<strong>do</strong>.<br />

Para gerenciamento da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos e da <strong>de</strong>manda, as organizações têm<br />

utiliza<strong>do</strong> softwares, com técnicas <strong>de</strong> previsão (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009).<br />

Estes softwares têm como finalida<strong>de</strong> fornecer informações imprescindíveis para a<br />

organização, auxilian<strong>do</strong> <strong>em</strong> um controle mais preciso e a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong>s estoques e<br />

proporcionan<strong>do</strong> <strong>uma</strong> gran<strong>de</strong> vantag<strong>em</strong> competitiva para as <strong>em</strong>presas.<br />

Diante <strong>do</strong> exposto, esta pesquisa t<strong>em</strong> como objetivo geral apresentar a meto<strong>do</strong>logia<br />

Box-Jenkins para prever a <strong>de</strong>manda <strong>do</strong>s produtos <strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>em</strong>presa reven<strong>de</strong><strong>do</strong>ra <strong>de</strong><br />

<strong>combustível</strong>, situada no Sul <strong>de</strong> Minas Gerais. A previsão será realizada com o auxílio <strong>do</strong><br />

software Gretl, a fim <strong>de</strong> possibilitar a garantia <strong>de</strong> um planejamento e controle mais preciso.<br />

De mo<strong>do</strong> a cumprir com o objetivo <strong>de</strong>ssa pesquisa, este trabalho está dividi<strong>do</strong> <strong>em</strong> 5<br />

seções. A primeira apresentou <strong>uma</strong> introdução com a contextualização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. A segunda<br />

seção explora o referencial teórico. Na terceira seção será abordada a meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> pesquisa<br />

utilizada para elaboração <strong>do</strong> artigo. A quarta seção apresenta a previsão realizada juntamente<br />

com a análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s e discussão. Por fim, a quinta seção traz a conclusão.<br />

2. Referencial Teórico<br />

2.1 <strong>Previsão</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda<br />

Segun<strong>do</strong> Ballou (2001), as previsões <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda são utilizadas como auxílio às<br />

<strong>de</strong>cisões <strong>em</strong>presariais, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> vista planejar o nível <strong>de</strong> produção, estocag<strong>em</strong>, distribuição,<br />

fluxo <strong>de</strong> caixa, contratação <strong>de</strong> pessoas, etc.<br />

Uma previsão correspon<strong>de</strong> a um prognóstico <strong>de</strong> eventos futuros, <strong>de</strong>signa<strong>do</strong><br />

especialmente no planejamento <strong>de</strong> <strong>uma</strong> organização (KRAJEWSKI; RITZMAN;<br />

MALHOTRA, 2009). S<strong>em</strong> previsões, as <strong>em</strong>presas não possu<strong>em</strong> as informações fundamentais<br />

capazes <strong>de</strong> auxiliar na realização <strong>de</strong> um planejamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para futuros acontecimentos<br />

(SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009).<br />

Segun<strong>do</strong> Martins e Laugeni (2002), a previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda correspon<strong>de</strong> à obtenção <strong>de</strong><br />

2


informações <strong>de</strong> prováveis vendas futuras <strong>do</strong>s produtos e serviços. A previsão <strong>de</strong> vendas é<br />

importante para realizar reposição <strong>do</strong>s materiais na quantida<strong>de</strong> certa e momento correto, além<br />

<strong>de</strong> programar a<strong>de</strong>quadamente as <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s necessárias ao processo.<br />

Conforme Ballou (2001), é possível utilizar as previsões para <strong>de</strong>cisões a curto, médio<br />

e longo prazo. Tubino (2008) completa que, previsões <strong>em</strong> curto prazo são <strong>de</strong>cisões<br />

operacionais, <strong>em</strong> médio prazo <strong>de</strong>cisões táticas e <strong>de</strong> longo prazo são <strong>de</strong>cisões estratégicas.<br />

De acor<strong>do</strong> com Tubino (2008), um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> previsão po<strong>de</strong> ser dividi<strong>do</strong> <strong>em</strong> cinco<br />

etapas, vi<strong>de</strong> Figura 1.<br />

Objetivo <strong>do</strong><br />

Mo<strong>de</strong>lo<br />

Coleta e<br />

Análise<br />

<strong>do</strong>s Da<strong>do</strong>s<br />

Figura 1 – Etapas <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> previsão da <strong>de</strong>manda. Fonte: Adapta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tubino (2008).<br />

A primeira etapa constitui-se da <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> objetivo <strong>de</strong> se realizar a previsão. Na<br />

segunda etapa, com o objetivo <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, é necessário a coleta <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s e i<strong>de</strong>ntificar quais as<br />

técnicas <strong>de</strong> previsão que melhor ajustam ao caso estuda<strong>do</strong>. Na terceira etapa, faz-se necessário<br />

escolher e aplicar as técnicas mais apropriadas. Ao escolher <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo, é<br />

importante avaliar <strong>uma</strong> série <strong>de</strong> fatores, principalmente custo e acuracida<strong>de</strong>. Na etapa<br />

seguinte, parte-se para a obtenção das previsões <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda. Por fim, na quinta etapa, à<br />

medida que a <strong>de</strong>manda real alcança os perío<strong>do</strong>s previstos, <strong>de</strong>ve haver um acompanhamento da<br />

extensão <strong>do</strong> erro entre os mesmos, com o objetivo <strong>de</strong> verificar se a técnica e os parâmetros<br />

<strong>em</strong>prega<strong>do</strong>s ainda permanec<strong>em</strong> váli<strong>do</strong>s (TUBINO, 2008).<br />

De acor<strong>do</strong> com Carvalho e Vieira (2010), os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> previsão po<strong>de</strong>m ser<br />

qualitativos ou quantitativos. Segun<strong>do</strong> Slack, Chambers e Johnston (2009), os méto<strong>do</strong>s<br />

qualitativos abrang<strong>em</strong> a percepção e julgamento <strong>de</strong> profissionais experientes, a partir <strong>de</strong><br />

opiniões sobre a <strong>de</strong>manda futura <strong>do</strong> produto/serviço consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>. Enquanto para projetar a<br />

<strong>de</strong>manda através <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s quantitativos utilizam-se mo<strong>de</strong>los mat<strong>em</strong>áticos e estatísticos.<br />

Os méto<strong>do</strong>s quantitativos po<strong>de</strong>m-se classificar <strong>em</strong> causais, quan<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra que a variável a<br />

ter sua previsão realizada é influenciada por outros fatores que po<strong>de</strong>m ser mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong>s e<br />

permanecerá constante no futuro a relação entre eles e <strong>em</strong> séries t<strong>em</strong>porais, que utilizam<br />

da<strong>do</strong>s históricos para prever a <strong>de</strong>manda.<br />

Seleção da<br />

Técnica<br />

<strong>de</strong> <strong>Previsão</strong><br />

Obtenção das<br />

Previsões<br />

Monitoramento<br />

<strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo<br />

3


2.2 Séries T<strong>em</strong>porais<br />

Segun<strong>do</strong> Montgomery, Jennings e Kulahci (2011), as séries t<strong>em</strong>porais são <strong>uma</strong><br />

sequência <strong>de</strong> observações <strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>de</strong>terminada variável ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po. A partir <strong>do</strong><br />

fenômeno <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, estas séries são analisadas, isto é, primeiramente o fenômeno é estuda<strong>do</strong><br />

e mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong> para que <strong>em</strong> seguida possa ser realizada <strong>uma</strong> <strong>de</strong>scrição sobre o comportamento da<br />

série encontrada. Dessa maneira, é possível avaliar fatores que influenciam <strong>em</strong> seu<br />

comportamento e fazer estimativas da série.<br />

De acor<strong>do</strong> com Morretin e Toloi (1987), <strong>uma</strong> das suposições mais frequentes <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />

série t<strong>em</strong>poral é que ela seja estacionária, ou seja, <strong>de</strong>senvolve-se no t<strong>em</strong>po aleatoriamente <strong>em</strong><br />

torno <strong>de</strong> <strong>uma</strong> média e variância constantes, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> alg<strong>uma</strong> forma <strong>de</strong> equilíbrio estável.<br />

Entretanto, quan<strong>do</strong> <strong>uma</strong> série t<strong>em</strong>poral apresenta média e variância <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, é<br />

porque ela não é estacionária. A maior parte das séries encontradas na prática retrata alg<strong>uma</strong><br />

forma <strong>de</strong> não-estacionarieda<strong>de</strong>, geralmente, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à presença <strong>de</strong> quatro componentes:<br />

1. Tendência: verifica o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento da série ao longo <strong>de</strong> vários anos.<br />

2. Ciclo: movimento ondulatório que ao longo <strong>de</strong> vários anos ten<strong>de</strong> a ser periódico.<br />

3. Sazonalida<strong>de</strong>: movimento ondulatório <strong>de</strong> curta duração, geralmente, inferior a um ano e na<br />

maioria <strong>do</strong>s casos, associada a mudanças climáticas.<br />

4. Ruí<strong>do</strong> Aleatório ou erro: variabilida<strong>de</strong> inerente aos da<strong>do</strong>s e não po<strong>de</strong> ser mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong>.<br />

2.3 Mo<strong>de</strong>los Box-Jenkins<br />

Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Box-Jenkins, conheci<strong>do</strong>s como <strong>ARIMA</strong> (Autoregressive Integrated<br />

Moving Average) ou Mo<strong>de</strong>los Auto-regressivos Integra<strong>do</strong>s a Média Móvel, foram propostos<br />

por George Box e Gwilym Jenkins no início <strong>do</strong>s anos 70 (BOX; JENKINS; REINSEL, 1994).<br />

Segun<strong>do</strong> Werner e Ribeiro (2003), os mo<strong>de</strong>los Box-Jenkins são mo<strong>de</strong>los mat<strong>em</strong>áticos<br />

que exploram o comportamento da correlação seriada ou autocorrelação entre os valores da<br />

série t<strong>em</strong>poral.<br />

Os mo<strong>de</strong>los <strong>ARIMA</strong> são resulta<strong>do</strong>s da combinação <strong>de</strong> três componentes, classifica<strong>do</strong>s<br />

como filtros: o auto-regressivo (AR), o <strong>de</strong> integração (I) e o <strong>de</strong> médias móveis (MA). A<br />

mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>uma</strong> <strong>de</strong>terminada série t<strong>em</strong>poral po<strong>de</strong> ser realizada pelos três filtros ou apenas<br />

4


um subconjunto <strong>de</strong>les (FAVA, 2000). Os mo<strong>de</strong>los <strong>ARIMA</strong>, b<strong>em</strong> como sua construção serão<br />

aborda<strong>do</strong>s a seguir.<br />

2.3.1 Mo<strong>de</strong>los estacionários<br />

2.3.1.1 Mo<strong>de</strong>lo Auto-regressivo (AR)<br />

Segun<strong>do</strong> Werner e Ribeiro (2003), o mo<strong>de</strong>lo auto-regressivo (AR) utiliza <strong>uma</strong> série <strong>de</strong><br />

da<strong>do</strong>s históricos Zt que é <strong>de</strong>scrita por seus valores passa<strong>do</strong>s regredi<strong>do</strong>s (Zt-1, Zt-2,…, Zt-p)<br />

acresci<strong>do</strong>s pelo ruí<strong>do</strong> aleatório εt. Esse mo<strong>de</strong>lo é representa<strong>do</strong> por AR(p), <strong>em</strong> que p indica a<br />

or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo, isto é, o número <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagens e ϕi é o parâmetro que <strong>de</strong>screve como Zt se<br />

relaciona com Zt-i para i = 1, 2, 3,..., p. Desta forma, o mo<strong>de</strong>lo AR(p) é <strong>de</strong>scrito pela equação<br />

1:<br />

Zt = ϕ1 Zt-1 + ϕ2 Zt-2 + … + ϕP Zt-P + εt (1)<br />

O mo<strong>de</strong>lo AR(p) da<strong>do</strong> pela equação 1, utilizan<strong>do</strong> o opera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasag<strong>em</strong> L, on<strong>de</strong><br />

L n Zt = Zt-n, po<strong>de</strong> ser reescrito conforme equação 2:<br />

(1- ϕ1 L - ϕ2 L 2 - … - ϕP L p ) Zt = ϕ(L)Zt = εt (2)<br />

A representação mais simples <strong>de</strong>ssa classe <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los é o AR (1), apresentan<strong>do</strong><br />

or<strong>de</strong>m um (p=1), da<strong>do</strong> na equação 3:<br />

Zt = ϕ1 Zt-1 + εt (3)<br />

O mo<strong>de</strong>lo será consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> estacionário se |ϕ1|


Zt = εt + θ1 εt-1 + θ2 εt-2 + … + θq εt-q (4)<br />

O mo<strong>de</strong>lo MA(q) da<strong>do</strong> pela equação 4, utilizan<strong>do</strong> o opera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasag<strong>em</strong> L, po<strong>de</strong><br />

ser reescrito conforme equação 5:<br />

(1- θ1 L - θ2 L 2 - … - θq L q ) εt = θ(L)εt = Zt (5)<br />

A representação mais simples <strong>de</strong>ssa classe <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los é o MA (1), apresentan<strong>do</strong><br />

or<strong>de</strong>m um (q=1), da<strong>do</strong> na equação 6:<br />

Zt = εt + θ1 εt-1 (6)<br />

Nesse mo<strong>de</strong>lo, a função <strong>de</strong> autocorrelação apresenta somente a primeira<br />

autocorrelação não-nula e as <strong>de</strong>mais nulas. Sen<strong>do</strong> que, a primeira autocorrelação será negativa<br />

se θ1 for maior que zero e positiva se θ1 for menor que zero.<br />

De acor<strong>do</strong> com Werner e Ribeiro (2003), para transformar um mo<strong>de</strong>lo MA(1) <strong>em</strong> um<br />

mo<strong>de</strong>lo AR(∞), condição <strong>de</strong> invertibilida<strong>de</strong>, é imposta a restrição <strong>de</strong> que o parâmetro <strong>em</strong><br />

módulo <strong>de</strong>ve ser menor que um, ou seja, |θ1|


wt = ϕ1 wt-1 + ... + ϕpwt-p+ εt - θ1εt-1- ... - θqεt-q (9)<br />

<strong>em</strong> que: wt = ∆ d Zt = (1 – L) d Zt<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>ARIMA</strong>(p,d,q) da<strong>do</strong> pela equação 9, utilizan<strong>do</strong> o opera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasag<strong>em</strong> L,<br />

po<strong>de</strong> ser reescrito conforme equação 10:<br />

(1- ϕ1L - ... - ϕpL p ) (1 – L) d Zt = (1- θ 1L - ... - θ qL q ) εt (10)<br />

2.4 Etapas da meto<strong>do</strong>logia Box-Jenkins<br />

Segun<strong>do</strong> Box e Jenkins (1976), são três as etapas <strong>de</strong> análise para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong><br />

mo<strong>de</strong>lo que melhor explica o estu<strong>do</strong> da série t<strong>em</strong>poral <strong>em</strong> análise:<br />

1. I<strong>de</strong>ntificação: preparação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s representa <strong>de</strong>scobrir qual das técnicas <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los<br />

Box-Jenkins, melhor <strong>de</strong>screve o comportamento da série. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo a ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> ocorre pelo comportamento das funções <strong>de</strong> autocorrelações (FAC) e das funções<br />

<strong>de</strong> autocorrelações parciais (FACP).<br />

2. Estimação: consiste <strong>em</strong> estimar os parâmetros <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>ARIMA</strong>.<br />

3. Verificação: consiste <strong>em</strong> testar e verificar se o mo<strong>de</strong>lo estima<strong>do</strong> é a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para <strong>de</strong>screver<br />

o comportamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.<br />

Caso o mo<strong>de</strong>lo não seja a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, o ciclo é repeti<strong>do</strong>, voltan<strong>do</strong> à fase <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação,<br />

isto é, reinicia-se a estruturação ou utilizam-se outros méto<strong>do</strong>s que sejam mais satisfatórios.<br />

Assim que valida<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo, é possível prosseguir com a última etapa da meto<strong>do</strong>logia Box-<br />

Jenkins, o processo <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> previsões.<br />

3. Meto<strong>do</strong>logia<br />

A meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong> é <strong>de</strong> natureza <strong>de</strong>scritiva e exploratória com objetivo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver <strong>uma</strong> análise t<strong>em</strong>poral. Com isso, o primeiro passo para obter <strong>uma</strong> previsão é<br />

<strong>de</strong>finir o objetivo da mesma (GRIPPA; LEMOS; FOGLIATTO, 2005). Sen<strong>do</strong> assim, a<br />

primeira etapa <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong> configura-se na análise da previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, através da coleta<br />

<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s históricos <strong>em</strong> <strong>uma</strong> <strong>em</strong>presa reven<strong>de</strong><strong>do</strong>ra <strong>de</strong> combustíveis situada no sul <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais. Essa <strong>em</strong>presa trabalha com quatro tipos <strong>de</strong> produtos, sen<strong>do</strong> eles, gasolina comum,<br />

gasolina aditivada, etanol e óleo diesel. Sua localização é <strong>em</strong> <strong>uma</strong> via <strong>de</strong> acesso a saída da<br />

cida<strong>de</strong> com um tráfego numeroso <strong>de</strong> veículos pesa<strong>do</strong>s, portanto sua maior <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />

7


produtos revendi<strong>do</strong>s é o óleo diesel, sen<strong>do</strong> assim este produto caracteriza-se como foco <strong>de</strong>ste<br />

estu<strong>do</strong>. Ao to<strong>do</strong> foram colhidas 45 amostras <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> s<strong>em</strong>anal revendi<strong>do</strong>, entre janeiro <strong>de</strong><br />

2015 a nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2015, conforme mostra Tabela 1.<br />

Tabela 1 – Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> óleo diesel coleta<strong>do</strong>s <strong>em</strong> 45 s<strong>em</strong>anas.<br />

Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> óleo diesel<br />

Perío<strong>do</strong> Quantida<strong>de</strong> Perío<strong>do</strong> Quantida<strong>de</strong> Perío<strong>do</strong> Quantida<strong>de</strong><br />

04/01 a 10/01 14336,16 19/04 a 25/04 12156,97 02/08 a 08/08 17655,05<br />

11/01 a 17/01 13829,68 26/04 a 02/05 12340,69 09/08 a 15/08 16507,46<br />

18/01 a 24/01 14116,08 03/05 a 09/05 15293,54 16/08 a 22/08 15135,87<br />

25/01 a 31/01 14869,62 10/05 a 16/05 13688,61 23/08 a 29/08 17877,98<br />

01/02 a 07/02 12444,22 17/05 a 23/05 14566,37 30/08 a 05/09 17937,98<br />

08/02 a 14/02 13031,94 24/05 a 30/05 13975,4 06/09 a 12/09 17455,17<br />

15/02 a 21/02 14506,46 31/05 a 06/06 16107,47 13/09 a 19/09 16219,14<br />

22/02 a 28/02 11881,62 07/06 a 13/06 18072,71 20/09 a 26/09 16595,95<br />

01/03 a 07/03 13847,94 14/06 a 20/06 16708,84 27/09 a 03/10 16958,86<br />

08/03 a 14/03 12567,63 21/06 a 27/06 13759,83 04/10 a 10/10 16279,31<br />

15/03 a 21/03 12925,42 28/06 a 04/07 14750,74 11/10 a 17/10 14995,88<br />

22/03 a 28/03 11470,3 05/07 a 11/07 17218,33 18/10 a 24/10 17955,91<br />

29/03 a 04/04 13973,35 12/07 a 18/07 19690,17 25/10 a 31/10 19253,32<br />

05/04 a 11/04 13858,91 19/07 a 25/07 18038,04 01/11 a 07/11 16460,38<br />

12/04 a 18/04 12093,87 26/07 a 01/08 16468,74 08/11 a 14/11 21091,16<br />

Fonte: Autores<br />

Após a coleta <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, a pesquisa se configura na escolha <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> previsão.<br />

Essa etapa é a mais importante, pois caso a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> um mo<strong>de</strong>lo ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, os resulta<strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s por intermédio <strong>de</strong>ste po<strong>de</strong>rão ser <strong>de</strong>sastrosos (FIGUEREDO, 2008).<br />

Entre os vários mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> séries t<strong>em</strong>porais, escolheu-se trabalhar com o mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>ARIMA</strong> e, para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> mesmo, será utiliza<strong>do</strong> o software Gretl. Para Morettin<br />

e Toloi (1987) a meto<strong>do</strong>logia Box-Jenkins quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com os <strong>de</strong>mais méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

8


previsão, apresenta resulta<strong>do</strong>s mais precisos e os mo<strong>de</strong>los apresentam um menor número <strong>de</strong><br />

parâmetros.<br />

Por fim, será realizada a análise crítica <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com <strong>aplicação</strong> das<br />

técnicas mais apropriadas, para então, apresentar melhorias para o processo <strong>de</strong> previsão e<br />

possibilitar <strong>uma</strong> correta tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />

4. Resulta<strong>do</strong>s e Discussão<br />

As análises <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>ARIMA</strong>, são <strong>de</strong>scritas nos subitens abaixo.<br />

4.1 Etapa <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntificação<br />

Para fazer a análise inicial foi plota<strong>do</strong> o gráfico da série <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> óleo diesel,<br />

conforme apresenta<strong>do</strong> na Figura 2. A análise <strong>de</strong>sse gráfico po<strong>de</strong> apontar presença <strong>de</strong> alteração<br />

na variância ou tendência, o que evi<strong>de</strong>nciaria se a série é estacionária ou não estacionária.<br />

22000<br />

21000<br />

20000<br />

19000<br />

18000<br />

DIESEL<br />

17000<br />

16000<br />

15000<br />

14000<br />

13000<br />

12000<br />

11000<br />

fev mar abr mai jun jul ago set out nov<br />

Figura 2 – Série t<strong>em</strong>poral <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> óleo diesel <strong>de</strong> 04 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2015 a 14 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2015. Fonte:<br />

Autores<br />

Logo, a fim <strong>de</strong> verificar a utilização <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo aditivo, foi analisa<strong>do</strong> o gráfico <strong>de</strong><br />

Amplitu<strong>de</strong>-Média, exposto na Figura 3, na qual po<strong>de</strong>-se observar que não houve inclinação,<br />

s<strong>em</strong> obter um aumento na variação. Sen<strong>do</strong> assim, confirmou-se a utilização <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo aditivo<br />

para esta previsão.<br />

9


gráfico amplitu<strong>de</strong>-média para DIESEL<br />

6500<br />

6000<br />

5500<br />

5000<br />

amplitu<strong>de</strong><br />

4500<br />

4000<br />

3500<br />

3000<br />

2500<br />

2000<br />

12500 13000 13500 14000 14500 15000 15500 16000 16500 17000 17500<br />

média<br />

Figura 3 – Gráfico <strong>de</strong> Amplitu<strong>de</strong>-Média. Fonte: Autores<br />

O próximo passo configura-se na análise da Função Autocorrelação (FAC), da Função<br />

Autocorrelação Parcial (FACP) e <strong>do</strong> Correlograma, apresenta<strong>do</strong>s na Figura 4 e na Tabela 2,<br />

on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se constatar que o mo<strong>de</strong>lo apresenta tendência, com to<strong>do</strong>s os valores <strong>de</strong> p (teste Q)<br />

< 0,05. Sen<strong>do</strong> assim, foi possível concluir que a série não é estacionária.<br />

Figura 4 – Função Autocorrelação (FAC) e Função Autocorrelação Parcial (FACP). Fonte: Autores<br />

10


Tabela 2 – Correlograma da Função <strong>de</strong> Autocorrelação (FAC) para consumo <strong>de</strong> diesel<br />

Função <strong>de</strong> autocorrelação para DIESEL<br />

Defasag<strong>em</strong> FAC FACP Estat. Q [p-valor]<br />

1 0,6265*** 0,6265*** 18,8692 [0,000]<br />

2 0,5265*** 0,2205 32,5021 [0,000]<br />

3 0,5010*** 0,183 45,1414 [0,000]<br />

4 0,5082*** 0,1792 58,4651 [0,000]<br />

5 0,5103*** 0,1462 72,2345 [0,000]<br />

6 0,4423*** -0,0015 82,8444 [0,000]<br />

7 0,4081*** 0,0161 92,1117 [0,000]<br />

8 0,3450** -0,0674 98,9151 [0,000]<br />

9 0,3160** -0,0327 104,781 [0,000]<br />

10 0,2252 -0,1494 107,8444 [0,000]<br />

11 0,193 -0,052 110,1606 [0,000]<br />

12 0,0371 -0,2888* 110,2487 [0,000]<br />

13 0,0378 -0,0248 110,3429 [0,000]<br />

14 0,0862 0,1028 110,8502 [0,000]<br />

15 0,014 -0,0354 110,864 [0,000]<br />

16 -0,0286 0,0157 110,9236 [0,000]<br />

17 -0,0999 -0,0147 111,6771 [0,000]<br />

18 -0,2023 -0,196 114,8814 [0,000]<br />

19 -0,2292 -0,0724 119,1531 [0,000]<br />

20 -0,2196 -0,0069 123,2325 [0,000]<br />

21 -0,1872 0,101 126,3202 [0,000]<br />

22 -0,2113 0,0107 130,4255 [0,000]<br />

23 -0,2803* -0,047 137,9772 [0,000]<br />

24 -0,2804* -0,0189 145,8934 [0,000]<br />

25 -0,2486* 0,0369 152,428 [0,000]<br />

Fonte: Autores<br />

Como a série não é estacionária, foi preciso recorrer a <strong>uma</strong> transformação na série<br />

original por meio <strong>de</strong> <strong>uma</strong> diferencição <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m 1, para eliminar a tendência. A Figura 5<br />

mostra que a primeira diferenciação na série t<strong>em</strong>poral foi satisfatória para estacionarizá-la,<br />

passan<strong>do</strong> a oscilar <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> <strong>uma</strong> média constante.<br />

11


Figura 5 – Série t<strong>em</strong>poral <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> diesel para primeira diferença. Fonte: Autores<br />

Após <strong>aplicação</strong> da primeira diferença, é possível observar na Figura 6 que a FAC<br />

apresenta equilíbrio, enquanto segun<strong>do</strong> o correlograma apresenta<strong>do</strong> na Tabela 3, nota-se que<br />

um valor p (teste Q) < 0,05 na FACP, sen<strong>do</strong> assim será feito um ajuste <strong>de</strong> médias móveis.<br />

FAC para d_DIESEL<br />

0,4<br />

+- 1,96/T^0,5<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0<br />

-0,1<br />

-0,2<br />

-0,3<br />

-0,4<br />

0 5 10 15 20 25<br />

<strong>de</strong>fasag<strong>em</strong><br />

FACP para d_DIESEL<br />

0,4<br />

+- 1,96/T^0,5<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0<br />

-0,1<br />

-0,2<br />

-0,3<br />

-0,4<br />

0 5 10 15 20 25<br />

<strong>de</strong>fasag<strong>em</strong><br />

Figura 6 – Função <strong>de</strong> Autocorrelação (FAC) e Função <strong>de</strong> Autocorrelação Parcial (FACP) <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> diesel<br />

para primeira diferença. Fonte: Autores<br />

12


Tabela 3 – Correlograma da Função <strong>de</strong> Autocorrelação (FAC) para consumo <strong>de</strong> diesel da primeira diferença.<br />

Função <strong>de</strong> autocorrelação para d_DIESEL<br />

Defasag<strong>em</strong> FAC FACP Estat. Q [p-valor]<br />

1 -0,2732* -0,2732* 3,5128 [0,061]<br />

2 -0,2452 -0,3456** 6,4094 [0,041]<br />

3 0,0007 -0,2257 6,4094 [0,093]<br />

4 0,1102 -0,0727 7,0237 [0,135]<br />

5 0,0641 0,0419 7,2373 [0,204]<br />

6 -0,0777 -0,0004 7,5589 [0,272]<br />

7 0,0376 0,0875 7,6362 [0,366]<br />

8 -0,031 0,0044 7,6901 [0,464]<br />

9 0,036 0,0481 7,7648 [0,558]<br />

10 -0,1231 -0,1398 8,6668 [0,564]<br />

11 0,1903 0,1324 10,8883 [0,453]<br />

12 -0,1337 -0,1207 12,0184 [0,444]<br />

13 -0,1432 -0,1961 13,3572 [0,421]<br />

14 0,1332 -0,0554 14,555 [0,409]<br />

15 -0,0073 -0,1104 14,5588 [0,484]<br />

16 -0,0248 -0,0858 14,6031 [0,554]<br />

17 -0,0025 0,0271 14,6036 [0,624]<br />

18 -0,0428 -0,0775 14,7461 [0,679]<br />

19 0,0444 0,0366 14,9053 [0,729]<br />

20 -0,0047 -0,0191 14,9072 [0,782]<br />

21 -0,0162 0,0225 14,9303 [0,826]<br />

22 0,0294 -0,0035 15,0097 [0,862]<br />

23 -0,0473 -0,0619 15,225 [0,886]<br />

24 0,009 -0,0088 15,2332 [0,914]<br />

25 0,1879 0,1612 18,9959 [0,797]<br />

Fonte: Autores<br />

Portanto, com base nas análises das FAC, FACP e <strong>do</strong> Correlograma, t<strong>em</strong>-se a<br />

indicação <strong>de</strong> que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> termos auto-regressivos <strong>de</strong>va ser zero (p = 0), <strong>de</strong> que a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferenças necessárias para tornar a série estacionária <strong>de</strong>va ser um (d = 1) e que<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> termos da média móvel <strong>de</strong>va ser um (q = 1), ou seja, o mo<strong>de</strong>lo indica<strong>do</strong> é o<br />

<strong>ARIMA</strong>(0,1,1).<br />

13


4.2 Etapa <strong>de</strong> Estimativa<br />

Obti<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo <strong>ARIMA</strong> e seus valores <strong>de</strong> p, d e q, parte-se agora para a estimação<br />

<strong>do</strong>s parâmetros <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo. O parâmetro θ foi substitui<strong>do</strong> na equação (10), on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se<br />

observar através da Tabela 4, o valor <strong>do</strong> coeficiente gera<strong>do</strong> pelo software Gretl. Po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

assim, verificar seu alto nível <strong>de</strong> significância.<br />

Tabela 4 – Erros padrão basea<strong>do</strong>s na Hessiana<br />

Coeficiente Erro Padrão Z p-valor<br />

θ_1 -0,625163 0,122903 -5,0866 0,05, o que mostrou um ruí<strong>do</strong> branco, sen<strong>do</strong> este<br />

mo<strong>de</strong>lo o melhor ajusta<strong>do</strong>.<br />

Figura 7 – Correlograma da Função <strong>de</strong> Autocorrelação (FAC) para consumo <strong>de</strong> diesel da primeira diferença.<br />

Fonte: Autores<br />

14


Tabela 5 – Função <strong>de</strong> autocorrelação <strong>do</strong>s resíduos.<br />

Função <strong>de</strong> autocorrelação <strong>do</strong>s resíduos<br />

Defasag<strong>em</strong> FAC FACP Estat. Q [p-valor]<br />

1 0,0344 0,0344 0,0556 [0,814]<br />

2 -0,202 -0,2034 2,0222 [0,364]<br />

3 -0,0683 -0,0553 2,2526 [0,522]<br />

4 0,081 0,0465 2,5848 [0,630]<br />

5 0,1177 0,0933 3,3035 [0,653]<br />

6 0,0079 0,024 3,3068 [0,769]<br />

7 0,026 0,0764 3,3439 [0,851]<br />

8 -0,0152 -0,0047 3,357 [0,910]<br />

9 0,0105 0,0199 3,3633 [0,948]<br />

10 -0,08 -0,0992 3,7447 [0,958]<br />

11 0,0368 0,0379 3,828 [0,975]<br />

12 -0,2315 -0,2987** 7,2182 [0,843]<br />

13 -0,1843 -0,1892 9,4361 [0,739]<br />

14 0,0639 -0,0363 9,7115 [0,783]<br />

15 0,0038 -0,0959 9,7125 [0,837]<br />

16 -0,01 0,005 9,7197 [0,881]<br />

17 -0,0264 0,0714 9,7721 [0,913]<br />

18 -0,1116 -0,0758 10,7417 [0,905]<br />

19 -0,0521 0,0073 10,9617 [0,925]<br />

20 -0,0209 -0,0475 10,9984 [0,946]<br />

21 0,0466 0,0369 11,1893 [0,959]<br />

22 0,06 -0,0012 11,5207 [0,967]<br />

23 -0,0238 -0,0203 11,5752 [0,977]<br />

24 0,0398 0,0283 11,7352 [0,983]<br />

25 0,1597 0,0872 14,4529 [0,953]<br />

Fonte: Autores<br />

Portanto, por meio <strong>de</strong>ssas análises po<strong>de</strong>-se concluir que o mo<strong>de</strong>lo é preciso para essa<br />

série t<strong>em</strong>poral, o que confirma sua utilização para realizar as previsões.<br />

4.4 Etapa <strong>de</strong> <strong>Previsão</strong><br />

Com a obtenção <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, a última etapa consiste <strong>em</strong> realizar a<br />

15


previsão da série <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>. Através da Figura 8, obteve-se a comparação das 45 amostras <strong>de</strong><br />

valores reais com os valores previstos, e na Tabela 6, foi possível visualizar as previsões <strong>de</strong><br />

12 amostras futuras com seus limites <strong>de</strong> 95% <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong>.<br />

Figura 8 – <strong>Previsão</strong> da série <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> diesel e 12 da<strong>do</strong>s futuros. Fonte: Autores<br />

Tabela 6 – <strong>Previsão</strong> <strong>de</strong> 12 da<strong>do</strong>s futuros.<br />

Para intervalos <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95%, z(0,025) = 1,96.<br />

Obs. DIESEL <strong>Previsão</strong> Erro padrão Intervalo a 95%<br />

15/11/2015 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 1578,05 (15583,0 a 21768,8)<br />

22/11/2015 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 1685,26 (15372,9 a 21979,0)<br />

29/11/2015 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 1786,06 (15175,3 a 22176,5)<br />

06/12/2015 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 1881,46 (14988,3 a 22363,5)<br />

13/12/2015 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 1972,25 (14810,4 a 22541,5)<br />

20/12/2015 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 2059,04 (14640,3 a 22711,6)<br />

27/12/2015 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 2142,32 (14477,1 a 22874,8)<br />

03/01/2016 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 2222,48 (14320,0 a 23031,9)<br />

10/01/2016 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 2299,85 (14168,3 a 23183,6)<br />

17/01/2016 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 2374,7 (14021,6 a 23330,3)<br />

24/01/2016 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 2447,26 (13879,4 a 23472,5)<br />

31/01/2016 In<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> 18675,9 2517,73 (13741,3 a 23610,6)<br />

Fonte: Autores<br />

16


Porém, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a dificulda<strong>de</strong> da <strong>em</strong>presa fornecer os próximos da<strong>do</strong>s, não foi possível<br />

realizar a comparação com os da<strong>do</strong>s reais.<br />

5. Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

Conseguir prever com antecedência o consumo <strong>de</strong> <strong>combustível</strong> contribui para o<br />

planejamento estratégico da <strong>em</strong>presa. Este estu<strong>do</strong> procurou expor a melhor compreensão das<br />

etapas para a <strong>aplicação</strong> da meto<strong>do</strong>logia Box-Jenkins, <strong>uma</strong> vez compreendi<strong>do</strong> a aplicabilida<strong>de</strong><br />

da ferramenta proposta, a gestão da <strong>em</strong>presa ten<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ntificar benefícios na impl<strong>em</strong>entação<br />

<strong>de</strong>sta ferramenta gerencial. Tais ações oferec<strong>em</strong> <strong>uma</strong> maior segurança aos investi<strong>do</strong>res e<br />

também aos consumi<strong>do</strong>res, <strong>de</strong> forma que se mantenha <strong>uma</strong> quantida<strong>de</strong> mais i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> seus<br />

suprimentos, evitan<strong>do</strong> um estoque não planeja<strong>do</strong> ou a falta <strong>do</strong> produto.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>ARIMA</strong>(0,1,1), encontra<strong>do</strong> através da meto<strong>do</strong>logia Box-Jenkins,<br />

representou o melhor comportamento da série t<strong>em</strong>poral <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> óleo diesel. A análise<br />

<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s da série <strong>de</strong> previsão mostrou que o mo<strong>de</strong>lo é váli<strong>do</strong>, pois os mesmos encontram-se<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s limites aceitáveis, para intervalos <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95%, contribuin<strong>do</strong> para que a<br />

<strong>em</strong>presa tenha um planejamento mais seguro <strong>de</strong> seu estoque.<br />

Entretanto, el<strong>em</strong>entos imprevisíveis como instabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, ações <strong>do</strong>s<br />

concorrentes e promoções, po<strong>de</strong>m fazer com que a previsão, por melhor que seja a técnica<br />

utilizada, venha conter interferências. Por isso, gestores <strong>de</strong>v<strong>em</strong>-se estar atentos ao merca<strong>do</strong> e<br />

prepara<strong>do</strong>s para eventuais distorções <strong>de</strong> valores da série estudada. Assim, é fundamental<br />

realizar um monitoramento <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo escolhi<strong>do</strong> e se necessário renova-lo, caso o mesmo não<br />

esteja mais a<strong>de</strong>quan<strong>do</strong> a nova realida<strong>de</strong> da <strong>em</strong>presa.<br />

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17


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18

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