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Jornal Paraná Maio 2017

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OPINIÃO<br />

Os desafios da movimentação de produtos<br />

A matriz atual não tem se mostrado eficiente para o crescimento aos níveis que<br />

se almejam para o futuro. Precisamos seriamente repensar o modelo<br />

Dagoberto Delmar Pinto (*)<br />

OBrasil, País do Futuro<br />

(Zweig, S. - 1941), foi<br />

um livro que na época,<br />

foi recebido com incompreensão<br />

e uma crítica severa,<br />

em grande parte, por ser<br />

ufanista para um período em<br />

que o País se achava sob ditadura.<br />

Passadas quase oito décadas,<br />

e uma rápida análise das<br />

infraestruturas atuais em contraste<br />

às necessárias para um<br />

desenvolvimento sustentado e<br />

competitivo, percebe-se que esse<br />

futuro ainda não chegou,<br />

principalmente na logística de<br />

transporte de mercadorias e na<br />

utilização racional de seus diversos<br />

modais.<br />

Dos 2,38 bilhões de toneladas<br />

transportadas por quilometro<br />

útil em 2015, em sua<br />

imensa maioria por meio rodoviário,<br />

7% eram granéis sólidos<br />

agrícolas (desses, 60% por<br />

modal rodoviário, 30% pelo<br />

modal ferroviário e demais por<br />

cabotagem ou hidroviário, de<br />

forma marginal). O país de extensão<br />

continental, de demografia<br />

concentrada, e fortemente<br />

fundado em produzir<br />

bens agrícolas tem o desafio<br />

hercúleo de aproximar a oferta<br />

de seu consumo (em especial<br />

às exportações), de uma forma<br />

econômica, racional e segura.<br />

E a matriz atual não tem se<br />

mostrado eficiente para o crescimento<br />

aos níveis que se almejam<br />

para o futuro.<br />

Precisamos seriamente<br />

repensar o modelo.<br />

O Brasil possui<br />

13 mil quilômetros de<br />

vias navegáveis e 8,5<br />

mil quilômetros de litoral.<br />

São 37 portos organizados<br />

e 184 terminais<br />

de uso privado,<br />

que possibilitam a<br />

movimentação de até<br />

1 bilhão de toneladas<br />

e que, embora subutilizados,<br />

ainda representam<br />

a melhor equação de custo por<br />

beneficio para o setor.<br />

Com raras exceções, carecem<br />

de gestão, governança ou<br />

de investimento para atrair<br />

maior movimentação de cargas.<br />

Por consequência, a polarização<br />

do modal rodoviário, em médias<br />

e grandes distâncias, reflete um<br />

congestionamento, quer seja<br />

pelas vias disponíveis, quer pelos<br />

parcos recursos de integração<br />

com outros modais.<br />

A produtividade agrícola crescente<br />

aliada ao uso de novas<br />

tecnologias de produção nas últimas<br />

décadas têm sustentado<br />

a rentabilidade, até então modestamente<br />

suficiente para velar<br />

ou postergar a urgência do debate.<br />

Não obstante o apelo de<br />

competitividade, vale lembrar<br />

que o Brasil perdeu, com a violência<br />

no trânsito, R$ 56 bilhões<br />

em 2014, quando 43.780 pessoas<br />

morreram - 2% a mais que<br />

as vítimas fatais do ano anterior<br />

- e 600 mil ficaram com sequelas<br />

permanentes.<br />

Portanto, também pela economia<br />

de vidas com seu devido<br />

correspondente passivo<br />

social, temos a obrigação de<br />

minimizar o acotovelamento<br />

nas rodovias, já que sabemos<br />

ser impossível fazer crescer a<br />

A CPA e a PASA promovem otimização<br />

e eficiência com objetivo de transferir<br />

competitividade e racionalidade<br />

na logística da movimentação<br />

dos produtos do setor no <strong>Paraná</strong>.<br />

oferta dessa infraestrutura<br />

nas proporções da<br />

necessidade de escoamento<br />

da produção<br />

e do transporte de<br />

vidas.<br />

Para o setor, o desafio<br />

começa no<br />

campo, e nunca termina.<br />

Daqueles corajosos<br />

Dodges E-13 a<br />

álcool da década de<br />

1980 até aos modernos<br />

treminhões canavieiros ou bitrens<br />

articulados, foi necessário<br />

muito mais que investimento na<br />

potência do trator ou aumento<br />

dos conjuntos de transporte. E<br />

precisamos ir além.<br />

Repensar a logística otimizando<br />

engenharia de trânsito,<br />

parametrizando as variáveis de<br />

distância, de produtividade, estágio<br />

de corte e maturação de<br />

cana, fluidez, economia, centros<br />

de distribuição, qualidade,<br />

etc., tem sido uma tarefa diuturna<br />

e não menos presente<br />

que prevenir-se das potenciais<br />

consequências de tais ações<br />

ao impor o menor ônus para a<br />

comunidade. Estendem, ainda<br />

nessas preocupações, os destinos<br />

da sua produção e os<br />

mais variados e desafiadores<br />

caminhos da porteira da fábrica<br />

até a mão do consumidor.<br />

A necessidade tem imposto<br />

a criatividade empresarial, e, no<br />

<strong>Paraná</strong>, o setor de agronegócio<br />

tem se orientado pelo Plano<br />

Estadual de Logística e Transporte<br />

do <strong>Paraná</strong>, com a participação<br />

de diversas entidades<br />

comprometidas com a competitividade<br />

e com o crescimento<br />

da agroindústria nos próximos<br />

18 anos.<br />

Para tanto, há diversos estudos<br />

e implementações em curso,<br />

assim como a análise de<br />

otimização de seus diferentes<br />

modais. Vale ressaltar que tais<br />

ações de melhorias rodoviárias,<br />

ferroviárias, hidroviárias,<br />

portuárias e dutoviárias correspondem<br />

ao ordenamento necessário<br />

para o escoamento da<br />

produção prevista até 2035.<br />

No <strong>Paraná</strong>, o setor sucroenergético<br />

tem, pelo menos,<br />

duas referências. A CPA, na região<br />

metropolitana de Maringá,<br />

que concentra a produção de<br />

etanol e açúcar para movimentação<br />

multimodal rodoferroviário,<br />

com destino ao porto de<br />

Paranaguá; e em Paranaguá, a<br />

PASA, que é o terminal portuário<br />

responsável pela exportação<br />

de quase toda a produção<br />

açucareira paranaense. Estes<br />

têm sido acessórios de infraestrutura<br />

que promovem otimização<br />

e eficiência com objetivo<br />

de transferir competitividade e<br />

racionalidade na logística da<br />

movimentação dos produtos<br />

do setor sucroenergético paranaense.<br />

(*) Dagoberto Delmar Pinto,<br />

presidente da CPA Trading<br />

2<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SAFRA <strong>2017</strong>/18<br />

Alcopar revê expectativa de produção<br />

A nova previsão é de que serão<br />

moídas nesta safra 36,763 milhões<br />

de toneladas, 9% a menos do que<br />

o previsto inicialmente<br />

MARLY AIRES<br />

No final de maio, a Alcopar,<br />

associação<br />

paranaense que<br />

congrega as 25 usinas<br />

sucroenergéticas em funcionamento<br />

no Estado, reviu a<br />

previsão de moagem de canade-açúcar<br />

na safra <strong>2017</strong>/18.<br />

No início do ano, a primeira<br />

estimativa era de que seriam<br />

produzidos 40,268 milhões<br />

de toneladas de cana, apenas<br />

0,4% abaixo do volume esmagado<br />

no período 2016/17,<br />

que foi de 40,435 milhões de<br />

toneladas.<br />

Segundo o presidente da Alcopar,<br />

Miguel Tranin, a nova<br />

previsão é de que serão moídas<br />

nesta safra 36,763 milhões<br />

de toneladas, 9% a<br />

menos do que o previsto inicialmente.<br />

Isso se deve a<br />

queda acentuada na produtividade<br />

média, devido à falta<br />

de renovação dos canaviais<br />

nos últimos anos e problemas<br />

climáticos. Esta passou de<br />

68,62 toneladas de cana por<br />

hectare no período anterior<br />

para uma expectativa média<br />

de 64,54 toneladas por hectare,<br />

cerca de 5,9% a menos.<br />

Também houve uma redução<br />

na área de cana destinada<br />

à moagem. Na safra passada<br />

foram colhidos 587.188 hectares<br />

de cana e destinados à<br />

indústria sucroenergética.<br />

Para esta safra, estima-se que<br />

deve ser esmagada cana proveniente<br />

de 569.655 hectares,<br />

3% a menos. “Isso se deve a<br />

destinação de uma área maior<br />

para reforma do canavial”, explica<br />

Tranin. No ano passado<br />

o percentual médio de renovação<br />

foi de 7%, bem abaixo do<br />

ideal, que é de 20%. Para este<br />

ano, a expectativa é que este<br />

percentual feche em 9%.<br />

Com isso, destaca o presidente<br />

da Alcopar, foram revistas<br />

também as previsões de<br />

produção de açúcar e etanol.<br />

Na safra passada foram industrializados<br />

3.059.860 toneladas<br />

de açúcar e esperava-se,<br />

inicialmente, processar<br />

3.042.499 toneladas, apenas<br />

0,6% a menos. A queda,<br />

entretanto, deve ser bem<br />

maior, 6,9%, fechando com<br />

2.848.181 toneladas. Mais<br />

açucareiro, como tradicionalmente<br />

é no <strong>Paraná</strong>, o mix de<br />

produção será de 59,46%<br />

para o açúcar e 40,54% para<br />

o etanol.<br />

Em relação ao processamento<br />

de etanol, a queda no<br />

volume previsto foi maior,<br />

13,2%, passando de 1,376<br />

bilhão de litros de etanol total<br />

para 1,176 bilhão de litros.<br />

Inicialmente, a estimativa era<br />

de uma alta na produção de<br />

1,6% sobre o total obtido no<br />

ano passado, que foi de 1,354<br />

bilhão de litros.<br />

A redução maior será na industrialização<br />

de etanol hidratado,<br />

17,7%, esperando-se<br />

um volume de 630,540 milhões<br />

de litros contra 766,446<br />

milhões no ano passado.<br />

Quanto ao etanol anidro, espera-se<br />

uma produção de<br />

545,794 milhões de litros,<br />

7,2% a menos que os<br />

588,105 milhões de litros produzidos<br />

na safra 2016/17.<br />

Área de cana<br />

destinada a moagem<br />

será menor<br />

Cana menos doce<br />

Outro ponto que deve influenciar<br />

no resultado final é a<br />

previsão de menor produção<br />

de ATR (Açúcar Total Recuperável)<br />

por tonelada de cana.<br />

No período anterior, devido às<br />

chuvas na colheita, foram obtidos<br />

136,83 quilos de ATR<br />

por tonelada de cana. Para<br />

esta safra, a previsão inicial<br />

era de que fecharia em<br />

137,87 quilos de ATR, 0,8% a<br />

mais. Mas, a nova estimativa<br />

reduziu para 136,40 quilos de<br />

ATR, 0,5% a menos.<br />

Isso apesar de, contrariando<br />

a tradição de sempre<br />

começar mais cedo a colheita,<br />

as usinas paranaenses,<br />

nesta safra, iniciaram com<br />

cerca de 20 dias de atraso, no<br />

final de fevereiro. E a maior<br />

parte das unidades só iniciou<br />

o processamento a partir de<br />

abril. Isso por causa das chuvas,<br />

no período, que dificultaram<br />

a colheita e diminuíram a<br />

concentração de açúcar, estimulando<br />

o desenvolvimento<br />

vegetativo.<br />

Também, não tinha sobrado<br />

cana no campo de um ano<br />

para o outro. Normalmente as<br />

usinas utilizam as canas bisadas<br />

para iniciar a colheita,<br />

dando um tempo maior para<br />

as canas precoces amadurecerem<br />

mais.<br />

Havia, ainda, a necessidade<br />

de as usinas corrigirem o ciclo<br />

do canavial, comenta Miguel<br />

Tranin. Devido às geadas e às<br />

irregularidades climáticas,<br />

cortou-se cana fora da idade<br />

ideal, acentuado a redução na<br />

produtividade, já significativa<br />

devido ao baixo índice de renovação<br />

da lavoura.<br />

Já no ano passado, em<br />

março, grande parte das usinas<br />

estava operando e a colheita<br />

ganhou ritmo rapidamente,<br />

por conta da disponibilidade<br />

de matéria prima<br />

(cana bisada) e clima favorável.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3


SAFRA <strong>2017</strong>/18<br />

Colheita avança lentamente<br />

Até o dia 15 de maio tinham sido processadas 4,333 milhões de toneladas<br />

contra 7,811 milhões no mesmo período do ano passado, 44,5% a menos<br />

Com somente 11,8% da<br />

cana-de-açúcar esmagados<br />

até o dia 15 de maio, já considerando<br />

os números revistos -<br />

36,763 milhões de toneladas<br />

esperados na safra <strong>2017</strong>/18 -,<br />

a colheita no <strong>Paraná</strong> ainda está<br />

em ritmo lento, devendo acelerar<br />

a partir de meados de julho,<br />

segundo o presidente da Alcopar,<br />

Miguel Tranin.<br />

No ano passado, no mesmo<br />

período, já tinham sido esmagados<br />

18,2% do total esperado,<br />

que era de 43 milhões de<br />

toneladas. A safra, entretanto,<br />

fechou com 40,268 milhões<br />

de toneladas, volume semelhante<br />

ao que era esperado inicialmente<br />

este ano.<br />

Até o dia 15 de maio último<br />

tinham sido processadas<br />

4,333 milhões de toneladas<br />

contra 7,811 milhões no<br />

mesmo período do ano passado,<br />

44,5% a menos. Essa diferença<br />

chegou a 58,4% a<br />

menos na primeira quinzena de<br />

maio. Como normalmente<br />

acontece no <strong>Paraná</strong>, a safra<br />

tem sido mais açucareira, destinando<br />

52,96% da matéria<br />

prima para a produção da<br />

commodity.<br />

Foram produzidas até o dia<br />

15 de maio 267,16 mil toneladas<br />

de açúcar, 48,7% a menos<br />

que no mesmo período da<br />

safra passada, quando tinham<br />

sido produzidos 520,75 mil toneladas.<br />

A expectativa é fechar<br />

a safra com 2,848 milhões de<br />

toneladas de açúcar, utilizando<br />

59,46% da cana disponível<br />

para a sua fabricação.<br />

Já a produção de etanol total<br />

soma 144,16 milhões de litros<br />

no período, 46,5% a menos<br />

que no dia 15 de maio do ano<br />

anterior (269,29 milhões de litros).<br />

Deste total, 57,25 milhões<br />

de litros são de etanol<br />

anidro e 86,90 milhões são de<br />

hidratado. A previsão é de fechar<br />

a safra com 1,176 bilhão<br />

de litros, sendo 630,540 milhões<br />

de hidratado e 545,794<br />

milhões de anidro.<br />

Ritmo deve<br />

acelerar a partir<br />

de meados<br />

de julho<br />

Usinas voltam a investir no canavial no Centro-Sul<br />

Depois de reduzir o replantio<br />

e manutenção dos canaviais<br />

nas últimas safras,<br />

investindo em torno de R$ 5<br />

bilhões por ciclo - metade do<br />

valor considerado ideal -, as<br />

usinas da região Centro-Sul<br />

do Brasil ensaiam neste ano<br />

retomar com maior força os<br />

investimentos na lavoura. Na<br />

expectativa do diretor técnico<br />

da União da Indústria de<br />

Cana-de-Açúcar (Unica), Antônio<br />

de Pádua Rodrigues, a<br />

área de canaviais sob reforma<br />

deverá experimentar<br />

um incremento em torno de<br />

30% na safra <strong>2017</strong>/2018,<br />

superando a marca de 1 milhão<br />

de hectares.<br />

Em grandes números, o<br />

replantio e manutenção da<br />

lavoura demandará das usinas<br />

um investimento pouco<br />

acima de R$ 7,0 bilhões,<br />

aproximando-se dos níveis<br />

considerados ideais para<br />

sustentar a estabilidade dos<br />

canaviais e preservar a sua<br />

produtividade.<br />

"O setor teria que investir<br />

em torno de R$ 10 bilhões<br />

para fazer a reforma de aproximadamente<br />

1,5 milhão de<br />

hectares por ciclo e ter canaviais<br />

bem equilibrados, que<br />

permitam cinco colheitas<br />

sem que a produtividade média<br />

sofra impactos mais severos"<br />

acrescenta Pádua.<br />

A melhora nos preços do<br />

açúcar e do etanol contribuiu<br />

para construir um novo equilíbrio<br />

econômico-financeiro<br />

para as indústrias do setor, o<br />

que explica a recuperação<br />

relativa agora em curso. O<br />

preço médio do etanol voltou<br />

a ser remunerador, as cotações<br />

do açúcar voltaram a<br />

subir diante do déficit na<br />

oferta global e a queda do<br />

dólar contribuiu para estancar<br />

o endividamento das indústrias,<br />

na avaliação de Pádua,<br />

estimulando as usinas a<br />

recuperar as áreas de lavoura,<br />

o que implica, além<br />

do investimento no campo<br />

em si, a compra de tratores,<br />

implementos e outras máquinas.<br />

Mantida a tendência e um<br />

ambiente menos hostil aos<br />

negócios do setor, Pádua estima<br />

que em três ou quatro<br />

safras será possível colher<br />

pelo menos 60 milhões de<br />

toneladas de cana a mais na<br />

mesma área plantada atualmente,<br />

próxima a 10,0 milhões<br />

de hectares na região<br />

Centro-Sul.<br />

Para comparação, isso<br />

significaria ampliar a colheita<br />

para qualquer coisa próxima<br />

a 660 milhões de toneladas<br />

naquela região, em um avanço<br />

de 10% frente à safra<br />

2016/<strong>2017</strong>.<br />

4<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


DOCE EQUILIBRIO<br />

Alimentação não é a única causa da obesidade<br />

Problema pode ser provocado por fatores<br />

ambientais e genéticos, levando a pessoa<br />

a engordar mesmo quando o consumo de<br />

calorias não é exagerado<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Ao falar em obesidade,<br />

a maioria das pessoas<br />

relaciona a doença<br />

ao excesso na<br />

alimentação e ao sedentarismo.<br />

Mas, o fator comportamental<br />

não é o único a resultar<br />

na obesidade. As causas também<br />

podem ser originadas de<br />

fatores genéticos e ambientais.<br />

Segundo Marcio Mancini,<br />

endocrinologista e responsável<br />

pelo Grupo de Obesidade e<br />

Síndrome Metabólica do Hospital<br />

das Clínicas da USP (Universidade<br />

de São Paulo), entre<br />

40% e 60% das pessoas obesas<br />

têm a doença por origem<br />

genética, engordando mesmo<br />

quando o consumo de calorias<br />

não é exagerado.<br />

Há publicações científicas<br />

que apresentam diversos aspectos<br />

ambientais que podem<br />

favorecer o desenvolvimento<br />

da doença. A exposição à poluição<br />

e a outros produtos químicos<br />

podem alterar o metabolismo<br />

e a produção hormonal,<br />

influenciando no ganho de<br />

peso. O uso de tecnologias<br />

também facilitou as atividades<br />

cotidianas, substituindo a força<br />

muscular e fazendo com que<br />

as pessoas se movimentem<br />

menos.<br />

Outro fator que influencia é o<br />

sono. Nas últimas décadas,<br />

tem se dormindo cada vez<br />

menos, reduzindo a produção<br />

de melatonina, hormônio que<br />

regula o metabolismo. Ainda,<br />

antigamente, se gastava muita<br />

energia para equilibrar a temperatura<br />

do corpo. Com o uso<br />

de ar condicionado e aquecedores,<br />

o corpo não precisa<br />

mais se adaptar, proporcionando<br />

menor gasto de energia.<br />

Mas, especialistas apontam<br />

que a má alimentação e a falta<br />

de exercícios físicos ainda são<br />

as principais causas da obesidade.<br />

“Apenas 35% da população<br />

brasileira pratica esportes,<br />

o que é pouco”, explica Mancini.<br />

Os exercícios devem estar<br />

aliados à alimentação equilibrada.<br />

Nenhum alimento deve<br />

Uma noite mal dormida reduz a produção de<br />

melatonina, hormônio que regula o metabolismo<br />

ser excluído ou “vilanizado”,<br />

inclusive o açúcar.<br />

“O consumo isolado do ingrediente<br />

não pode ser apontado<br />

como causa da obesidade,<br />

diabetes ou outras doenças.<br />

Os açúcares têm uma longa<br />

história de utilização segura na<br />

alimentação. Desde 1997, cinco<br />

grandes organizações científicas<br />

e de saúde concluíram<br />

que o açúcar isoladamente<br />

não está associado às causas<br />

de doenças crônicas”, diz o<br />

endocrinologista, ressaltando<br />

que para uma vida saudável é<br />

preciso que todos os aspectos<br />

estejam em equilíbrio, da mente<br />

ao corpo.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5


ESPORTE<br />

Santa Terezinha participa da<br />

43ª Prova Rústica Tiradentes<br />

Com o Projeto Atletismo, a empresa promove a saúde<br />

e a integração entre colaboradores e familiares<br />

DA ASSESSORIA<br />

DE COMUNICAÇÃO<br />

Já em sua 43ª edição, a<br />

Prova Rústica Tiradentes<br />

é a mais tradicional<br />

corrida de rua de Maringá<br />

(PR) e, desde 1974,<br />

reúne milhares de corredores<br />

de diversas partes do Brasil e<br />

do mundo nas ruas da cidade.<br />

Há mais de 10 anos, a Usina<br />

Santa Terezinha participa dessa<br />

história, por meio do Projeto<br />

Atletismo, incentivando e dando<br />

apoio logístico para que colaboradores<br />

e familiares completem<br />

o percurso da prova,<br />

que é de 10 km.<br />

Neste ano, no último dia 30<br />

de abril, a prova reuniu mais de<br />

4 mil corredores e o projeto<br />

ofereceu inscrição solidária<br />

(com a doação de 2 litros de<br />

leite) e barraca de apoio com<br />

distribuição de kits de corrida,<br />

lanches e água para 28 colaboradores<br />

e convidados da Equipe<br />

de Atletismo Usina Santa<br />

Terezinha.<br />

Projeto Atletismo<br />

Anualmente, o Projeto Atletismo incentiva a participação<br />

de colaboradores e familiares nas corridas de ruas,<br />

no <strong>Paraná</strong>. No distrito de Iguatemi, em Maringá, a Usina<br />

Santa Terezinha promove há nove anos a Corrida Rústica<br />

de Iguatemi - Elenilson Silva - Pare de Fumar Correndo,<br />

proporcionando a participação de colaboradores da Unidade<br />

Iguatemi, demais unidades produtivas, e ainda a comunidade<br />

do distrito e municípios da região.<br />

O projeto tem o objetivo de promover o progresso na<br />

qualidade de vida dos colaboradores da empresa, seus<br />

dependentes e da comunidade em geral. O projeto trabalha<br />

com a promoção e incentivo à participação de corridas<br />

de rua, além de campanhas de prevenção de<br />

doenças relacionadas ao sedentarismo.<br />

Assim como nos últimos<br />

anos, os colaboradores Eguinaldo<br />

Domingos da Silva (Unidade<br />

Rondon), Renalto Pereira<br />

da Silva (Paranacity), Sebastião<br />

de Carlos Lima e Alessandro<br />

Flauzino (Tapejara) - integrantes<br />

de equipe de elite da usina<br />

- se destacaram com os melhores<br />

tempos da Equipe Santa<br />

Terezinha e completaram o percurso<br />

com um tempo inferior a<br />

40 minutos, figurando entre os<br />

100 primeiros colocados na<br />

classificação geral da prova.<br />

Além de incentivar a prática<br />

de esportes e hábitos de vida<br />

mais saudáveis, o Projeto Atletismo<br />

ainda promove a integração.<br />

Exemplo disso é o colaborador<br />

Alessandro da Silva<br />

Flauzino, da Unidade Tapejara,<br />

que já é participante assíduo<br />

das corridas de rua e figura<br />

sempre entre os melhores tempos<br />

da Equipe Santa Terezinha.<br />

Pela primeira vez, ele correu<br />

acompanhado da esposa Eva<br />

Cristina dos Santos. “Tem três<br />

meses que a gente está treinando<br />

pra ela participar da<br />

A Prova Rústica Tiradentes é<br />

disputada desde 1975, em comemoração<br />

ao Dia de Tiradentes<br />

- apelido do mártir da Inconfidência<br />

Mineira, Joaquim José<br />

da Silva Xavier, que se tornou o<br />

patrono dos policiais militares<br />

do Brasil. Homens e mulheres<br />

prova. Eu chego em casa do<br />

trabalho e faço meu treino, depois<br />

volto pra casa e saio de<br />

novo pra treinar com ela”,<br />

conta ele.<br />

Corrida é tradicional<br />

participam distribuídos em 12<br />

categorias nas diversas faixas<br />

etárias de 16 a 70 anos.<br />

Flauzino e Eva: treinamento está<br />

refletindo nos hábitos da família<br />

Segundo Eva, a preocupação<br />

com a saúde foi a principal<br />

motivação para começar a correr,<br />

mas a decisão já está refletindo<br />

nos hábitos da família<br />

toda. “Além de melhorar a<br />

minha saúde, também incentiva<br />

nossos filhos a gostarem<br />

de esporte também. Quando<br />

eles veem o pai e a mãe correndo,<br />

ficam mais animados<br />

para praticar também. Acho<br />

isso muito importante!”, finaliza<br />

ela.<br />

O evento já teve 32 vencedores<br />

diferentes na categoria<br />

masculina, sendo 24 brasileiros<br />

e oito estrangeiros. Na categoria<br />

feminina foram 25<br />

ganhadoras, sendo 19 brasileiras<br />

e seis estrangeiras. As<br />

últimas edições têm sido dominadas<br />

por atletas africanos<br />

de países como Quênia e Tanzânia,<br />

de grande tradição na<br />

modalidade.<br />

6<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


LEGISLAÇÃO<br />

Terceirização no campo<br />

Advogado mestre em Direito Agrário, Rogério Anderson, fala como fica<br />

o trabalho rural com a Lei 13.429, publicada dia 31 de março último<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Adiscussão em torno<br />

do que é atividademeio<br />

e o que é atividade-fim,<br />

que<br />

impossibilitava que centenas<br />

ou milhares de segmentos<br />

econômicos, ávidos por ganho<br />

de produtividade, pudessem<br />

terceirizar seus serviços, entre<br />

eles o agronegócio, teve fim<br />

com a publicação da Lei<br />

13.429/<strong>2017</strong>, no Diário Oficial<br />

da União, no último dia 31 de<br />

março.<br />

A lei veio regulamentar este<br />

tipo de trabalho, adequando<br />

às novas realidades do mundo<br />

do trabalho e garantindo<br />

mais segurança jurídica para<br />

os empregadores e empregados,<br />

além de proporcionar ao<br />

agronegócio um marco regulatório<br />

mais confiável, em incentivo<br />

ao investimento e à<br />

produção.<br />

Em publicação recente, o<br />

advogado mestre em Direito<br />

Agrário, Rogério Oliveira Anderson,<br />

que é professor da<br />

Graduação e Pós-Graduação<br />

do IESB e procurador do Distrito<br />

Federal, disse que a lei se<br />

constitui em um inegável<br />

avanço nas relações laborais.<br />

“Infelizmente, muitos em nosso<br />

país insistem em defender<br />

posições ultrapassadas”, lamentou.<br />

O advogado comentou que<br />

no Brasil, produzir riquezas,<br />

gerar empregos e tributos, é<br />

confundido com algo muito diferente<br />

do que é empreender e<br />

buscar o desenvolvimento<br />

econômico. “Com o pretexto<br />

de ‘proteger o trabalhador’,<br />

nosso país chafurda no subdesenvolvimento<br />

econômico e<br />

social”, afirmou, citando a<br />

“pífia” posição global do país<br />

no ranking de produtividade e<br />

de competitividade.<br />

“Felizmente, este quadro começa<br />

a ser alterado. No âmbito<br />

das relações laborais no<br />

campo, a lei da terceirização<br />

O que diz a lei<br />

avança ao permitir a formalização<br />

de atividade por demais<br />

corriqueira nas cidades, mas,<br />

que por conta da marginalização<br />

provocada pela ausência<br />

de marco legal, tornava a intermediação<br />

de mão de obra rural<br />

precária, instável e arriscada<br />

para o prestador, para o tomador<br />

dos serviços e para o próprio<br />

trabalhador”, disse<br />

Rogério lembrando que o crescimento<br />

econômico somente<br />

floresce num ambiente de negócios<br />

que tenha um marco<br />

jurídico adequado e condições<br />

ideais de competitividade.<br />

O objetivo da terceirização,<br />

explicou o Mestre em Direito<br />

Agrário, é buscar maior produtividade,<br />

que permita a especialização<br />

das atividades do<br />

trabalhador e a melhor alocação<br />

dos recursos humanos e<br />

materiais e da tecnologia pelo<br />

empresário. “É um instrumento<br />

que melhora o gerenciamento<br />

de custos e de<br />

desempenho e que permitirão<br />

ganhos de produtividade, sem<br />

prejuízos aos direitos dos trabalhadores,<br />

ampliando o giro<br />

dos negócios, dinamizando a<br />

economia, reduzindo custos,<br />

tudo em benefício da criação<br />

de empregos e da arrecadação<br />

tributária”.<br />

O crescimento<br />

econômico só<br />

acontece num<br />

ambiente de<br />

negócios que tenha<br />

um marco jurídico<br />

adequado e<br />

condições ideais<br />

de competitividade<br />

A lei 13.429/<strong>2017</strong> permite<br />

a terceirização (e a quarteirização)<br />

de todas as atividades<br />

econômicas, inclusive as<br />

exercidas no meio rural, desde<br />

que determinadas e específicas,<br />

ou seja, que constem<br />

expressamente no contrato de<br />

prestação de serviços firmados<br />

entre a prestadora e a tomadora,<br />

orientou o advogado<br />

mestre em Direito Agrário,<br />

Rogério Anderson.<br />

Mas, como esforço de formalização,<br />

ressaltou, a lei exige<br />

da prestadora de serviços<br />

a inscrição no registro público<br />

de empresas mercantis (Junta<br />

Comercial) e no CNPJ (RFB),<br />

possuir capitais sociais mínimos,<br />

dependendo da quantidade<br />

de empregados, comprovando<br />

capacidade econômico-financeira<br />

para atuar no<br />

ramo de atividade em questão,<br />

além de todos os demais<br />

requisitos postos na lei<br />

6.019/74.<br />

Citou ainda que a lei estabelece<br />

que “contratante é a pessoa<br />

física ou jurídica que celebra<br />

contrato com empresa<br />

de prestação de serviços determinados<br />

e específicos”.<br />

Deste modo, disse, não há<br />

necessidade do tomador dos<br />

serviços se inscrever<br />

no registro empresa-<br />

8<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


ial para poder contratar<br />

a prestação de serviços,<br />

podendo ser pessoa física<br />

como ocorre, por exemplo,<br />

com grande número de<br />

produtores rurais no Brasil.<br />

O contrato de prestação de<br />

serviços entre prestadora e tomadora<br />

dos serviços deverá<br />

conter qualificação das partes,<br />

especificação do serviço a ser<br />

prestado, prazo para realização<br />

do serviço e o valor. “É vedada<br />

à tomadora dos serviços utilizar<br />

os trabalhadores em atividades<br />

distintas daquelas que<br />

constam no contrato com a<br />

empresa prestadora de serviços”.<br />

Por isso, ressaltou Rogério,<br />

é fundamental a correta elaboração<br />

do contrato de prestação<br />

de serviços que deverá prever<br />

todo o escopo do trabalho.<br />

Eventuais serviços não previstos<br />

deverão, obrigatoriamente,<br />

estar contemplados em aditamento<br />

prévio, sob pena de a<br />

Justiça do Trabalho desconsiderar<br />

o acordo e reconhecer<br />

vínculo do trabalhador com a<br />

tomadora.<br />

Um ponto importante para a<br />

terceirização do trabalho rural,<br />

destacou o mestre em Direito<br />

Agrário, é que os serviços contratados<br />

poderão ser executados<br />

nas instalações físicas da<br />

empresa contratante ou em<br />

outro local, de comum acordo<br />

entre as partes. Mas, a lei estabelece<br />

que é de responsabilidade<br />

da contratante garantir<br />

as condições de segurança, higiene<br />

e salubridade dos trabalhadores.<br />

“É recomendável à tomadora<br />

cercar-se das devidas cautelas,<br />

de modo a garantir o cumprimento<br />

das obrigações contratuais<br />

da prestadora, sob pena<br />

de responsabilidade pessoal<br />

e direta por eventuais infrações<br />

à legislação da saúde, segurança<br />

e higiene no trabalho”,<br />

afirmou. Rogério citou ainda<br />

que a tomadora poderá estender<br />

ao trabalhador da empresa<br />

de prestação de serviços o<br />

mesmo atendimento médico,<br />

ambulatorial e de refeição destinado<br />

aos seus empregados,<br />

sem o risco de criar vínculo<br />

empregatício.<br />

O advogado comentou ainda<br />

que a lei estabelece que a empresa<br />

contratante é subsidiariamente<br />

responsável pelas obrigações<br />

trabalhistas referentes<br />

ao período em que ocorrer a<br />

prestação de serviços, devendo<br />

atentar para o recolhimento<br />

das contribuições previdenciárias.<br />

“Tudo isso mostra que não<br />

houve, e não há, ‘precarização’<br />

nas condições de trabalho na<br />

cidade ou no campo. O novo<br />

marco legislativo não comprometeu<br />

nenhuma garantia constitucional<br />

do trabalhador, não<br />

derrogou direitos, e não transformou<br />

o trabalho em ‘mercadoria’”,<br />

finalizou.<br />

Objetivo é buscar maior produtividade com<br />

especialização das atividades e melhor alocação<br />

dos recursos humanos e materiais e da tecnologia<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 9


EVENTOS<br />

Visitantes já podem<br />

se credenciar<br />

<strong>Maio</strong>r evento mundial do setor, a feira acontece no Centro<br />

de Eventos Zanini, em Sertãozinho, de 22 a 25 de agosto<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Quem quiser visitar a<br />

Fenasucro & Agrocana<br />

já pode fazer o<br />

seu credenciamento<br />

online. O evento acontece de<br />

22 a 25 de agosto, das 13h às<br />

20h, no Centro de Eventos Zanini,<br />

em Sertãozinho (SP).<br />

Esta será a 25ª edição da Feira<br />

Internacional de Tecnologia<br />

Sucroenergética, consolidada<br />

como a maior e mais importante<br />

do mundo exclusivamente<br />

voltada ao setor sucroenergético.<br />

Os organizadores mantêm a<br />

previsão de R$ 2,8 bilhões em<br />

negócios na edição deste ano.<br />

No ano passado, a projeção<br />

era de igual montante, mas o<br />

evento acabou por superar as<br />

expectativas, gerando R$ 2,9<br />

bilhões.<br />

O evento reunirá toda a cadeia<br />

produtiva da cana-deaçúcar,<br />

apresentando as principais<br />

soluções e inovações<br />

tecnológicas do mercado para<br />

milhares de participantes entre<br />

expositores e visitantes. São<br />

esperados 35 mil visitantes ou<br />

compradores vindos do Brasil<br />

e de mais 46 países. São profissionais<br />

qualificados e tomadores<br />

de decisão que atuam<br />

nas áreas agrícolas, fornecedores<br />

industriais, processos<br />

industriais, transporte, logística<br />

e energia.<br />

A expectativa é de que sejam<br />

expostas mais de mil marcas<br />

nacionais e internacionais<br />

apresentando mais de três mil<br />

produtos. A cada edição, a<br />

feira também se consolida como<br />

plataforma de alternativas,<br />

soluções e inovações tecnológicas<br />

para o setor.<br />

Além de importantes marcas,<br />

está confirmada uma intensa<br />

programação com palestras,<br />

workshops, debates,<br />

encontros e seminários. O objetivo<br />

é fomentar o aperfeiçoamento<br />

técnico e profissional<br />

do setor sucroenergético.<br />

Para comemorar o Jubileu<br />

de Prata da Fenasucro, estão<br />

programadas ainda homenagens<br />

a personalidades do<br />

setor. “Teremos uma importante<br />

agenda de homenagens<br />

àqueles que estão ligados ao<br />

desenvolvimento do setor sucroenergético,<br />

além de eventos<br />

especiais”, disse, em nota,<br />

o gerente geral da feira, Paulo<br />

Montabone.<br />

Para efetuar o pré-credenciamento,<br />

o visitante deve<br />

acessar a aba credenciamento<br />

no site do evento. O cadastramento<br />

antecipado garante<br />

isenção da taxa de entrada –<br />

que este ano terá o valor de<br />

R$ 100,00 - além de mais praticidade,<br />

agilidade de acesso<br />

ao evento e informações completas<br />

sobre a feira antes dos<br />

demais visitantes.<br />

A Fenasucro &Agrocana é<br />

uma realização do CEISE Br<br />

(Centro Nacional das Indústrias<br />

do Setor Sucroenergético<br />

e Biocombustíveis) e organizada<br />

pela Reed Exhibitions Alcantara<br />

Machado.<br />

Mais informações<br />

acesse:<br />

www.fenasucro.com.br<br />

10<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


PALESTRA<br />

Nutrição equilibrada potencializa maturação<br />

Outros fatores que afetam são<br />

umidade, luminosidade e<br />

temperatura, além de recursos<br />

extras como o uso de maturadores<br />

MARLY AIRES<br />

Cada variedade de<br />

cana-de-açúcar tem<br />

o seu tempo de maturação<br />

e não há<br />

nada melhor para aumentar a<br />

produção de ATR (Açúcar<br />

Total Recuperável) do que colher<br />

na época certa, principalmente<br />

nos meses de julho,<br />

agosto e setembro. Entretanto,<br />

é possível não só interferir<br />

na maturação da canade-açúcar<br />

com o uso de maturadores,<br />

mas também potencializar<br />

os resultados, fazendo<br />

um manejo nutricional<br />

específico.<br />

O assunto foi tema de palestra<br />

feita pelo professor doutor<br />

Carlos Alexandre Crusciol, do<br />

Departamento de Produção e<br />

Melhoramento Vegetal da<br />

Unesp de Botucatu (SP), durante<br />

o IV Simpósio Cana Crua<br />

<strong>Paraná</strong> Arysta LifeScience,<br />

realizado recentemente em<br />

Maringá.<br />

Normalmente, disse o professor,<br />

as pessoas relacionam<br />

a maturação da cana com a<br />

umidade, pensando que ao se<br />

iniciar um período de estresse<br />

hídrico, a cana vai maturar,<br />

mas, esquecem outros fatores<br />

que afetam o processo, como<br />

a luminosidade e temperatura,<br />

ou recursos que podem favorecer,<br />

como o uso de maturadores<br />

e, principalmente, de<br />

nutrientes, destacou.<br />

Para que a maturação ocorra,<br />

explicou, é preciso diminuir<br />

a umidade, mas a temperatura<br />

também. Se houver uma<br />

estiagem, mas o clima continuar<br />

quente, por conta do processo<br />

de evapotranspiração, a<br />

planta investe em mecanismos<br />

para reduzir a temperatura,<br />

gastando energia. E um<br />

dos primeiros recursos é<br />

secar a folha de baixeiro. “Até<br />

há pouco tempo achava-se<br />

que perder a saia não tinha<br />

problema, mas hoje se sabe<br />

que se esta secar, a planta<br />

Carlos Alexandre Crusciol, da Unesp, no IV Simpósio Cana Crua <strong>Paraná</strong> Arysta<br />

perde produtividade. Essas<br />

folhas pegam radiação difusa<br />

e fazem fotossíntese”, afirmou<br />

Crusciol.<br />

A planta também não se<br />

desenvolve se não tiver luz,<br />

mesmo se houver chuva e<br />

calor. Da mesma forma, aplicar<br />

maturador com o tempo<br />

nublado também não funciona.<br />

“Sem luz a planta fica parada.<br />

Precisa de luz incidente<br />

para crescer ou maturar”, explicou<br />

o professor doutor, lembrando<br />

que o uso de maturadores<br />

tem se consagrado<br />

como estratégia para acelerar<br />

o processo na cana.<br />

Crusciol destacou, entretanto,<br />

o manejo nutricional<br />

como uma forma de interferir<br />

na maturação da cana, potencializando<br />

os resultados com<br />

o uso de maturadores. “Alguns<br />

nutrientes participam diretamente<br />

da formação de sacarose.<br />

Quando eles estão desequilibrados,<br />

a planta, como<br />

estratégia para perpetuar a espécie,<br />

reverte o açúcar em<br />

amido, em energia, para voltar<br />

a crescer. Já adubada corretamente,<br />

produz muito<br />

sacarose”, afirmou.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11


PALESTRA<br />

Há nutrientes chaves para cada etapa<br />

Todo processo de fabricação,<br />

transporte, acúmulo e<br />

armazenamento de açúcar na<br />

planta necessita de um manejo<br />

nutricional específico<br />

O professor doutor Carlos<br />

Alexandre Crusciol, da Unesp<br />

orientou que, da mesma forma<br />

que se faz um manejo nutricional<br />

visando produtividade<br />

de cana-de-açúcar – para dar<br />

quantidade –, depois é necessário<br />

outro manejo nutricional<br />

para dar qualidade a matéria<br />

prima. “Todo processo de fabricação,<br />

transporte, acúmulo<br />

e armazenamento de açúcar<br />

na planta necessita de nutrientes<br />

chaves”, disse.<br />

O professor explicou de<br />

uma forma simplificada que<br />

aplicar nutrientes em pré-maturação<br />

é arrumar a “fábrica”<br />

da planta para fazer açúcar. E<br />

que isso aumenta o potencial<br />

de resposta do maturador, que<br />

é o “gerente da logística”. “O<br />

maturador não aumenta o<br />

acúmulo de sacarose na<br />

planta, mas gerencia, muda a<br />

rota para onde a planta está<br />

mandando o açúcar. A resposta<br />

deste depende se a fábrica<br />

é boa e aí entra o nutriente”,<br />

disse.<br />

Segundo o pesquisador, o<br />

que faz açúcar são os nutrientes<br />

e a época de aplicação<br />

destes em pré-maturação é<br />

determinante para o sucesso<br />

da prática. Mas, mesmo se<br />

não houvesse aumento da<br />

produção de açúcar com o<br />

uso de nutrientes em pré-maturação,<br />

o produtor já ganharia<br />

com o aumento da produção<br />

de toneladas de cana<br />

por hectare.<br />

“É um novo custo, mas dá<br />

um baita retorno. A associação<br />

de nutrientes pré-maturantes<br />

com maturadores é<br />

melhor do que a aplicação de<br />

apenas um ou de outro isoladamente,<br />

com resultados positivos<br />

em TCH e ATR e na<br />

rebrota da soqueira. Um teste<br />

feito em uma área pelas usinas<br />

pode comprovar isso”,<br />

afirmou o professor.<br />

Área de vinhaça produz<br />

mais cana e menos açúcar<br />

As áreas de cana-de-açúcar onde é feita a<br />

aplicação de vinhaça são as que mais produzem<br />

cana, mas são as que menos produzem<br />

açúcar. O problema é que a vinhaça é rica em<br />

potássio e a saturação do nutriente no solo<br />

reduz a absorção de outro, o magnésio, fundamental<br />

para que a glicose e a frutose se<br />

unam gerando a sacarose.<br />

“Esse desequilíbrio não significa que há<br />

uma deficiência do nutriente no solo, mas o<br />

seu efeito é a redução da produção de açúcar”,<br />

afirmou o professor doutor explicando<br />

que quando há excesso de potássio, as ligações<br />

são deficitárias mesmo quando há magnésio<br />

presente, porque a planta dá preferência<br />

para a absorção do potássio, deixando o magnésio<br />

em desequilíbrio, mesmo tendo este em<br />

bom volume no solo.<br />

Quando o magnésio está em desequilíbrio,<br />

a planta tende a fazer mais amido e menos sacarose.<br />

Além disso, o excesso de potássio faz<br />

com que a cana produza ácidos que intoxicam<br />

a levedura no processo de fermentação e arrebentam<br />

com a indústria. A aplicação foliar do<br />

nutriente, em pré-maturação, na fase final,<br />

ajuda a amenizar o problema.<br />

Mesmo se não produzisse mais açúcar, só o aumento da produção<br />

de cana compensaria a aplicação em pré-maturação<br />

Crusciol ressaltou ainda<br />

que é preciso reforçar a adubação<br />

da cana soca quando<br />

houver o surgimento de<br />

“broto chupão”, para evitar<br />

que a rebrota venha fraca.<br />

Quando o colmo está em fase<br />

de maturação, manda açúcar<br />

para o rizoma, como reserva.<br />

Quando surgem os brotos,<br />

estes absorvem a reserva da<br />

raiz, prejudicando o desenvolvimento<br />

da cana soca, e fazem<br />

com que uma lavoura de<br />

120 toneladas no primeiro<br />

corte, produza 70 no segundo.<br />

“É preciso fazer uma<br />

aplicação de potássio, fósforo,<br />

boro e zinco, além do nitrogênio,<br />

para sintetizar os<br />

Fósforo (P) – é um dos principais<br />

nutrientes na maturação<br />

e produção de açúcar.<br />

Atua no transporte de energia<br />

e na atividade enzimática, aumentando<br />

a produtividade em<br />

TCH e em sacarose. Em aplicação<br />

foliar, rende quase<br />

uma tonelada de açúcar a<br />

mais por hectare.<br />

Potássio (K) – fundamental<br />

no transporte de carboidratos,<br />

na atividade estomática e<br />

na taxa fotossintética. Quando<br />

em deficiência, causa menor<br />

teor de açúcar nos colmos<br />

e acúmulo nas folhas,<br />

mas se em excesso, provoca<br />

deficiência de magnésio induzida<br />

por inibição competitiva.<br />

Mantém o equilíbrio hídrico<br />

e o processo de fotossíntese<br />

em cultivos sob estresse<br />

hídrico.<br />

Nitrogênio (N) e Molibdênio<br />

(Mo) - atuam na fotossíntese,<br />

favorecendo o crescimento<br />

hormônios de crescimento,<br />

fazendo a aplicação na boca,<br />

a lado da soqueira”, recomendou.<br />

Como atuam<br />

das plantas e a produtividade.<br />

É o que faz o nitrogênio ser<br />

incorporado e não ficar livre<br />

na planta é o molibdênio.<br />

Magnésio (Mg) - favorece a<br />

clorofila, fotossíntese e atividade<br />

enzimática.<br />

Zinco (Zn) - é constituinte<br />

de enzimas, atua no metabolismo<br />

de carboidratos e proteínas<br />

e ajuda na fotossíntese.<br />

Boro (B) – atua em todo o ciclo<br />

da planta: na estrutura da<br />

parede celular, na formação e<br />

balanço de fitohormônios,<br />

produção de raízes absorventes,<br />

participa da síntese e<br />

transporte da sacarose e na<br />

construção de “estradas”,<br />

sendo por isso um dos principais<br />

nutrientes que ajudam<br />

na produção de açúcar.<br />

Fe, Ca, Mo – essenciais em<br />

processos enzimáticos.<br />

12<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


PALESTRA<br />

Maturador dá resultado no final da safra<br />

A planta desse período é a que mais perde sacarose podendo causar prejuízos consideráveis<br />

Boa parte das usinas ainda<br />

vê como desnecessário o uso<br />

de maturador no final de safra.<br />

Entretanto, o professor<br />

doutor Carlos Alexandre<br />

Crusciol, da Unesp de Botucatu<br />

(SP), alertou que há uma<br />

perda gigantesca de açúcar<br />

no processo. Com temperatura<br />

e umidade em alta no período,<br />

a planta tem todas as<br />

condições favoráveis para o<br />

crescimento vegetativo, com<br />

gasto de energia e sacarose<br />

para voltar a crescer.<br />

“Cana de final de ciclo é<br />

onde mais se perde açúcar”,<br />

afirmou Crusciol. Ele ressaltou<br />

que mesmo que não chova,<br />

a partir do momento que<br />

se inicia a primavera, começa<br />

a cair a produção de açúcar,<br />

porque o dia se torna mais<br />

longo e as temperaturas,<br />

mais altas. “Nos primeiros 15<br />

dias há uma perda de dois a<br />

três kg de ATR por dia, sem<br />

considerar impurezas. Em vez<br />

de produzir, a planta consome”,<br />

ressaltou.<br />

Aplicado no final da safra,<br />

o maturador inibe a retomada<br />

do desenvolvimento<br />

vegetativo, mantém o teor de<br />

sacarose que a planta apresenta<br />

no período de baixa<br />

disponibilidade hídrica e<br />

temperaturas amenas (outono,<br />

inverno e início de primavera<br />

na região centro-sul<br />

brasileira). Mais usado no<br />

início da safra, o maturador<br />

diminui a taxa de crescimento<br />

da planta, possibilita<br />

incremento do teor de sacarose,<br />

induz precocidade na<br />

maturação, aumento da produtividade<br />

e inibe o florescimento.<br />

No meio de safra,<br />

aumenta o teor de sacarose<br />

das variedades da época nas<br />

regiões mais chuvosas.<br />

Crusciol orientou que é preciso<br />

ter cuidado na escolha<br />

do maturador, havendo os<br />

inibidores de crescimento, de<br />

resposta rápida, e os retardantes<br />

de crescimento. “Tem<br />

que saber como cada um<br />

funciona na planta antes de<br />

escolher qual o melhor de<br />

acordo com a logística da<br />

empresa e a necessidade do<br />

momento. Tem o tempo certo<br />

de usar cada formulação e é<br />

preciso saber manejar”, disse,<br />

citando que se a planta<br />

ainda está em crescimento,<br />

tem TCH (tonelada de cana<br />

por hectare) para produzir,<br />

“espere para aplicar mais<br />

tarde, usando um produto de<br />

resposta rápida”.<br />

Ainda sobre maturadores,<br />

Crusciol afirmou que é preciso<br />

haver um trabalho conjunto<br />

com empresas para<br />

ajustar doses dos produtos<br />

de acordo com as variedades.<br />

E que a dose do produto<br />

deve variar de acordo com a<br />

produtividade da cana e não<br />

considerando a quantidade<br />

de hectares.<br />

Também alertou que o uso<br />

de glifosato como maturador<br />

reduz a produtividade na cana<br />

soca e pode deixar resíduo.<br />

Dependendo da variedade, de<br />

5% a 20% do produto desce<br />

para a raiz, sendo difícil desintoxicar<br />

a planta, que tem<br />

dificuldade de brotar.<br />

Cana bisada é estratégica<br />

É preciso ter<br />

cuidado com<br />

a escolha<br />

do produto<br />

Colher cana bisada em fevereiro<br />

pode ser uma estratégia<br />

interessante para muitas<br />

usinas, segundo o professor<br />

doutor Carlos Alexandre<br />

Crusciol, da Unesp. “É uma<br />

forma de a indústria começar<br />

a colher mais cedo.<br />

Dependendo da variedade<br />

de cana, dá para bisar a lavoura,<br />

deixando-a no campo,<br />

sem colher, de um ano para o<br />

outro. Em muitos casos, é<br />

melhor colher cana bisada do<br />

que antecipar a colheita da variedade<br />

precoce”, disse.<br />

Ele explica que as variedades<br />

precoces, que têm como período<br />

ideal para colheita a partir<br />

de abril, produzem em fevereiro<br />

cerca de 70 kg de ATR por<br />

tonelada de cana. Já no caso<br />

da cana bisada, há uma perda<br />

média no período de 10 a 30 kg<br />

de ATR, o que significa reduzir<br />

a produtividade de 150 kg de<br />

ATR para 120 kg por tonelada<br />

de cana, o que ainda é bem<br />

melhor. Crusciol alerta, entretanto,<br />

que há os casos em que<br />

não é bom arriscar. Se tiver<br />

chuva e temperaturas altas<br />

após o período de maturação,<br />

a cana retoma seu crescimento<br />

e perde sacarose. O colmo<br />

da cana dura em média de 18<br />

a 26 meses. Depois, começa a<br />

morrer e vira vara seca. “E o<br />

que a indústria quer são sacarose<br />

e etanol”.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 13


DOIS<br />

Carro do futuro<br />

Veículos elétricos parecem<br />

ser tendência no mercado automotivo<br />

mundial. Entretanto,<br />

ao contrário do que ocorre<br />

com a maioria dos modelos<br />

comercializados, que necessitam<br />

de um motor a combustão<br />

auxiliar ou de uma tomada para<br />

“encher o tanque”, as versões<br />

do futuro deverão gerar<br />

sua própria energia de maneira<br />

bem mais eficiente e sustentável.<br />

Isso graças à célula de<br />

combustível, capaz de converter<br />

hidrogênio em eletricidade<br />

Usinas e tradings de açúcar<br />

estão preocupadas com<br />

os possíveis gargalos no escoamento<br />

da safra atual para<br />

o exterior nos próximos meses.<br />

Esse receio não é fruto<br />

do tamanho da produção esperada<br />

pelas usinas, que não<br />

deve ser muito diferente da<br />

registrada na última safra,<br />

mas da concorrência com a<br />

enxurrada de grãos atualmente<br />

represada pelos agricultores.<br />

Além de boa parte<br />

Gargalos<br />

Siamig<br />

por meio de um processo eletroquímico.<br />

Uma pesquisa global<br />

da consultoria KPMG, feita<br />

com mil executivos de alto escalão<br />

do setor automobilístico<br />

de 42 países, revelou que 78%<br />

dos entrevistados acreditam<br />

que esta tecnologia representa<br />

a melhor alternativa para solucionar<br />

a eletrificação em massa<br />

do transporte viário. A opção<br />

mais alinhada com o conceito<br />

de emissão zero de gases de<br />

efeito estufa é a célula de combustível<br />

alimentada por etanol.<br />

dos produtores de soja estar<br />

segurando a comercialização<br />

por causa do mercado adverso,<br />

em cerca de um mês<br />

começa a ser colhida uma<br />

volumosa safrinha de milho,<br />

com boa parte destinada à<br />

exportação. No ano passado,<br />

apesar da produção recorde<br />

de 35,6 milhões de toneladas<br />

de açúcar no Centro-Sul, não<br />

houve gargalos, em parte<br />

graças à quebra da safrinha<br />

de milho.<br />

O presidente da Associação<br />

da Indústria Sucroenergética<br />

de Minas Gerais<br />

(Siamig) e dos Sindicatos da<br />

Indústria do Açúcar e do Álcool<br />

no Estado, Mário Campos,<br />

foi reeleito por um período<br />

de mais três anos à frente<br />

das entidades. Campos contabilizou<br />

grandes conquistas<br />

para o setor mineiro em sua<br />

primeira gestão, como a redução<br />

do ICMS do etanol hidratado<br />

de 19% para 14%,<br />

além de outras ações que<br />

trouxeram benefícios. Os projetos<br />

futuros para os próximos<br />

três anos são trabalhar<br />

para implantação do Renova-<br />

Bio, equalizar os problemas<br />

na área de transporte de cana<br />

no estado, além de lutar para<br />

solução de várias negociações<br />

pendentes junto ao governo<br />

de Minas.<br />

PONTOS<br />

Em junho, a Comissão<br />

Técnica Nacional de Biossegurança<br />

(CTNBio) avalia o<br />

primeiro pedido de liberação<br />

comercial de cana-de-açúcar<br />

geneticamente modificada<br />

no país, protocolado<br />

em dezembro de 2015. O<br />

Resultado<br />

A Nissan, que é a pioneira<br />

na tecnologia que reúne etanol,<br />

hidrogênio e eletricidade<br />

para mover veículos automotores,<br />

concluiu os testes do<br />

veículo movido por uma célula<br />

de combustível que funciona<br />

através de energia elétrica<br />

de bioetanol. O Brasil foi<br />

escolhido pela empresa para<br />

fazer os primeiros testes, demonstrando<br />

que a tecnologia<br />

Transgênico<br />

Centro de Tecnologia Canavieira<br />

(CTC) desenvolveu<br />

uma variedade resistente à<br />

broca do colmo, praga comum<br />

no Centro-Sul do País<br />

e que causa perdas equivalentes<br />

a R$ 5 bilhões por<br />

ano.<br />

Recuperação<br />

"As usinas estão se desalavancando. Estamos com<br />

preços historicamente bons e tivemos uma produção<br />

razoável, mas ainda falta muito para melhorar após<br />

dez anos de crise. Estamos no início de um processo<br />

de recuperação que levará ainda alguns anos", afirmou<br />

superintendente executivo de Agronegócios do<br />

Santander, Carlos Aguiar. Em fevereiro, a dívida do<br />

setor, penalizado nos últimos anos pela queda dos<br />

preços do açúcar e pela perda de competitividade do<br />

etanol ante a gasolina, atingia R$ 86 bilhões, conforme<br />

estimativa da Archer Consulting. No auge da<br />

crise, o endividamento beirou R$ 100 bilhões.<br />

se adapta perfeitamente ao<br />

uso cotidiano e ao combustível<br />

brasileiro. Com 30 litros<br />

de etanol, novidade pode<br />

rodar por mais de 600 quilômetros,<br />

mais que automóveis<br />

convencionais. No futuro,<br />

Brasil, EUA e países da<br />

Ásia podem ganhar versão<br />

comercial do modelo.<br />

Moagem<br />

A Canaplan estimou que<br />

as usinas e destilarias do<br />

Centro-Sul do Brasil vão<br />

moer, em média, 575 milhões<br />

de toneladas de cana<br />

na safra <strong>2017</strong>/18. Caso se<br />

confirme, o volume representaria<br />

queda de 5,3% ante<br />

o registrado no ciclo anterior,<br />

quando foram processadas<br />

607 milhões de<br />

toneladas. A produção de<br />

açúcar deve atingir um média<br />

de 34 milhões de toneladas<br />

(-4,5%), e a de etanol<br />

está estimada em 23,8 bilhões<br />

de litros (-7%).<br />

Conab<br />

Para a Companhia Nacional<br />

de Abastecimento, o<br />

Centro-Sul do Brasil deverá<br />

colher 598,04 milhões de<br />

toneladas de cana na safra<br />

<strong>2017</strong>/18. Este será o segundo<br />

ano consecutivo de<br />

queda na produção na região,<br />

que chegou a produzir<br />

616,8 milhões de toneladas<br />

em 2015/16. A produção de<br />

açúcar não deverá cair na<br />

mesma proporção, somando<br />

35,47 milhões de toneladas<br />

em <strong>2017</strong>/18, ante<br />

35,58 milhões de toneladas<br />

em 2016/17. Já a produção<br />

total de etanol deve cair<br />

5,5% ante a temporada anterior,<br />

24,76 bilhões de litros.<br />

14 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Protecionismo<br />

O Brasil se queixa na OMC<br />

contra a possibilidade de<br />

que seu maior destino de exportação<br />

do açúcar - a China<br />

- imponha novas barreiras<br />

ao comércio bilateral.<br />

O caso foi alvo de uma intervenção<br />

do Brasil no Comitê<br />

de Salvaguardas da entidade<br />

em Genebra. Segundo a diplomacia<br />

brasileira, a China<br />

deveria considerar que a imposição<br />

de salvaguardas é<br />

Embarques<br />

Os embarques de açúcar do Centro-Sul do Brasil, principal<br />

região exportadora do adoçante do mundo, deverão<br />

cair 400 mil toneladas em <strong>2017</strong>/18 na comparação com<br />

a temporada passada, para 27,9 milhões de toneladas,<br />

segundo a Unica. A queda equivale à redução projetada<br />

de 1,2% na produção, 35,2 milhões de toneladas, diante<br />

da expectativa de uma safra menor de cana. Analistas<br />

projetam que o mundo terá um superávit de açúcar na<br />

temporada <strong>2017</strong>/18, após dois anos consecutivos de déficit,<br />

principalmente por maiores produções na Índia e na<br />

União Europeia.<br />

Etanol<br />

um instrumento que deve<br />

ser aplicado apenas em "situações<br />

especiais". Por enquanto,<br />

não se trata ainda de<br />

uma disputa legal. Mas negociadores<br />

brasileiros não<br />

descartam subir o tom e<br />

transformar a preocupação<br />

em um novo contencioso,<br />

caso os exportadores nacionais<br />

considerem que estejam<br />

sendo prejudicados de<br />

forma ilegal.<br />

A Unica informou que a<br />

importação de etanol pelo<br />

Centro-Sul do Brasil totalizou<br />

476,88 milhões de litros<br />

na safra 2016/17, encerrada<br />

oficialmente em março.<br />

Descontando-se esse<br />

montante da exportação total,<br />

de 1,35 bilhão de litros,<br />

a região obteve na temporada<br />

um saldo positivo de<br />

embarques de 880,53 milhões<br />

de litros. Este ano, entretanto,<br />

tem preocupado a<br />

"inundação" do produto estrangeiro<br />

no mercado doméstico<br />

e a consequente<br />

queda de preços. Só no primeiro<br />

trimestre deste ano<br />

foram internalizados cerca<br />

de 735 milhões de litros<br />

(+413%) por todo o País,<br />

um recorde, segundo os dados<br />

mais recentes do Ministério<br />

da Indústria, Comércio<br />

Exterior e Serviços.<br />

Pesquisa<br />

A Embrapa apresentou<br />

estudo que mostra que a<br />

produção da cana no<br />

Brasil é mais limpa do<br />

que se imaginava e impacta<br />

menos o meio ambiente<br />

do que se sabia e<br />

do que apontavam os estudos<br />

internacionais.<br />

A metodologia utilizada<br />

foi a de Avaliação de Ciclo<br />

de Vida de Produtos, ferramenta<br />

que permite avaliar<br />

o desempenho ambiental<br />

de produtos ao longo de<br />

todo o seu ciclo de vida,<br />

metodologia com forte<br />

base científica e reconhecida<br />

internacionalmente,<br />

padronizada pela série de<br />

normas ISO 14040.<br />

Exportação<br />

A exportação de etanol<br />

pelo Centro-Sul também vai<br />

cair, atingindo os menores<br />

níveis segundo a Unica - 1,1<br />

bilhão de litros no ciclo<br />

<strong>2017</strong>/18, abaixo do volume<br />

registrado em 2016/17, de<br />

1,36 bilhão de litros. Se confirmada<br />

a previsão, será o<br />

menor volume de etanol embarcado<br />

pelo Centro-Sul<br />

desde pelo menos 2012/13.<br />

A produção do biocombustível<br />

sofrerá queda de 3,7%<br />

no Centro-Sul em <strong>2017</strong>/18,<br />

para 24,7 bilhões de litros.<br />

Informe anual publicado<br />

pela Organização das Nações<br />

Unidas (ONU) confirma que<br />

2016 bateu todos os recordes<br />

de temperatura, <strong>2017</strong> mantém<br />

a mesma tendência e o<br />

clima mundial entrou em “território<br />

desconhecido”. Segundo<br />

os cientistas, os modelos<br />

criados nas últimas décadas<br />

para examinar o comportamento<br />

da atmosfera já<br />

não atendem aos eventos extremos<br />

pelo planeta, e as mudanças<br />

profundas ao redor do<br />

mundo desafiam os limites do<br />

entendimento sobre o sistema<br />

As agências espaciais do<br />

Brasil e da Alemanha deram<br />

um passo importante no desenvolvimento<br />

de um foguete<br />

alimentado por etanol, que<br />

as duas entidades chamam<br />

de "propulsão verde". Foram<br />

finalizados com êxito na Alemanha<br />

os testes de queima<br />

do estágio superior do foguete,<br />

que é destinado ao<br />

lançamento de pequenos satélites.<br />

A Agência Espacial<br />

Brasileira espera abrir mercado<br />

para o foguete de pequeno<br />

porte com o forte<br />

Calor<br />

Foguete<br />

climático. Os dados iniciais<br />

deste ano já preocupam. Em<br />

menos de três meses, o Ártico<br />

registrou três ondas de<br />

calor, com poderosas tempestades<br />

vindas do Atlântico<br />

e trazendo umidade. Segundo<br />

a ONU, as pesquisas indicam<br />

que as mudanças no Polo<br />

Norte e o degelo do Ártico<br />

estão levando a uma mudança<br />

nos padrões de circulação<br />

nos oceanos e na atmosfera.<br />

E que o aquecimento dos oceanos<br />

pode ter sido maior do que<br />

se previa. Isso afeta o clima em<br />

outras partes do mundo.<br />

apelo do "combustível verde",<br />

além de conseguir atuar<br />

no emergente mercado dos<br />

nanossatélites. Além disso, o<br />

"novo" combustível poderá<br />

reduzir significativamente o<br />

custo dos lançamentos espaciais,<br />

uma vez que o custo<br />

de fabricação, transporte e<br />

armazenagem do etanol é<br />

significativamente inferior ao<br />

da hidrazina, o composto<br />

químico mais utilizado nos<br />

foguetes de combustível líquido<br />

de pequeno e médio<br />

portes.<br />

Ônibus híbrido<br />

Com 8 mil quilômetros rodados, o projeto de ônibus híbrido<br />

elétrico-hidrogênio, que transportou mais de 30 mil pessoas,<br />

está apto para uso comercial. O projeto – iniciado em 2012<br />

– é fruto do programa de Pesquisa & Desenvolvimento da<br />

Agência Nacional de Energia Elétrica e foi desenvolvido pela<br />

Coppe/UFRJ em parceria com Furnas e a Tracel. O investimento<br />

no ônibus demandou cerca de R$ 10 milhões. Nos<br />

jogos olímpicos, ele transportou atletas para a Vila Olímpica.<br />

O projeto abrange ainda o desenvolvimento de um ônibus híbrido<br />

movido a etanol e elétrico e um totalmente elétrico.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15

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