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sa seguir os passos de ninguém.<br />
rá traçado ao caminhar”.<br />
Carreiras criativas<br />
*Por Jorge Mauricio<br />
Gestão de carreira virou tema da<br />
moda. De repente começaram<br />
a surgir os “gurus” da área, os<br />
coaches de carreira (sou um deles!)<br />
e pessoas das mais diferentes<br />
idades, dos 14 aos 70 anos, começaram a discutir<br />
o assunto. E isso é ótimo!<br />
Todo este envolvimento com o tema devese<br />
a vários fatores. Um deles é a percepção de<br />
que ter hoje uma trajetória profissional dinâmica<br />
é praticamente inevitável. Há algumas décadas<br />
isto seria inédito.<br />
Havia uma pré-determinação sobre<br />
o caminho a seguir que, uma vez escolhido,<br />
dificilmente era abandonado. Filho de sapateiro<br />
teria uma série de estímulos para também ser<br />
sapateiro e provavelmente não se desviaria desse<br />
caminho por toda a vida.<br />
Os empregos eram mais previsíveis e o<br />
que se esperava do empregado também. Muitos<br />
dos que nos antecederam passaram a vida inteira<br />
fazendo a mesma coisa na mesma sala ou oficina<br />
da empresa que os contratou.<br />
A lógica reinante era: arranje um emprego<br />
para toda a vida que tudo estará resolvido.<br />
Trabalho era visto apenas como fonte de sustento,<br />
e pensar em vocação não era tão importante.<br />
O mundo mudava de forma menos abrupta<br />
e não era necessário tanto jogo de cintura para<br />
se adaptar cada vez mais rápido aos diferentes<br />
cenários. A visão de carreira profissional era,<br />
portanto, bem diferente da que se tem hoje.<br />
‘A própria ideia de separação entre vida<br />
pessoal e vida profissional foi sendo substituída<br />
por “vida holística”, onde tudo influencia tudo.<br />
A carreira se incorporou à vida e ganhamos<br />
a percepção da dificuldade de dissociá-las: vida<br />
pessoal interfere no trabalho e vice versa. Quer<br />
ver? Imaginemos que você trabalha de 2ª a 6ª<br />
feira em horário comercial. Sábado e domingo é<br />
só lazer.<br />
Na segunda feira pela manhã, ao chegar<br />
ao trabalho e encontrar os colegas, qual será a<br />
pergunta mais ouvida por você? Claro! “Como<br />
foi o seu fim de semana?” E aí você trabalha o dia<br />
inteiro e, à noite, jantando em casa com a família,<br />
ouve: “Como foi seu dia de trabalho?”.<br />
Cuidar da carreira de forma criativa<br />
é lembrar sempre que ela não pode ser vista<br />
de forma unitária. É parte de um todo maior e<br />
influencia e é influenciada por esse todo.<br />
Uma boa maneira de testar individualmente<br />
essas influências é fazer um exercício chamado<br />
“Roda da Vida”. Utilizo-o bastante em atividades<br />
de coaching de carreira porque ele possibilita uma<br />
autoavaliação mais abrangente sobre seus valores<br />
e como você está cuidando deles no dia a dia.<br />
Faça uma pesquisa na internet e você encontrará<br />
os detalhes e variáveis desse exercício.<br />
Lembro-me de que o apliquei, há alguns<br />
anos, com um bem sucedido executivo de<br />
uma multinacional. Utilizei a expressão “bem<br />
sucedido” de forma proposital, pois, mesmo<br />
com tanta mudança, a Sociedade ainda vincula<br />
de forma bastante forte o sucesso pessoal com os<br />
ganhos materiais.<br />
“Bem sucedido” é quem dirige o melhor carro,<br />
mora no melhor apartamento, usa as roupas mais<br />
caras. Tem uma carreira brilhante, ganha muito<br />
dinheiro e causa inveja à maioria das pessoas.<br />
Será mesmo esse o perfil do bem sucedido do<br />
século XXI? Não necessariamente!<br />
Foi o que descobriu esse executivo que citei.<br />
Depois de algumas reflexões ele percebeu<br />
que, apesar do sucesso profissional, todos<br />
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Carreiras