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Revista LiteraLivre 4ª edição

4ª Edição da Revista LiteraLivre, uma revista virtual e ecológica, criada para unir autores que escrevem em Língua Portuguesa em todo o mundo. 4nd Edition of LiteraLivre Magazine, a virtual and ecological magazine, created to bring together authors who write in Portuguese throughout the world. Http://cultissimo.wixsite.com/revistaliteralivre/comoparticipar

4ª Edição da Revista LiteraLivre, uma revista virtual e ecológica, criada para unir autores que escrevem em Língua Portuguesa em todo o mundo. 4nd Edition of LiteraLivre Magazine, a virtual and ecological magazine, created to bring together authors who write in Portuguese throughout the world. Http://cultissimo.wixsite.com/revistaliteralivre/comoparticipar

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<strong>LiteraLivre</strong> nº 4<br />

mas inteiro dela. Infantilizá-lo torna mais fácil o aprisionamento e a ilusão do<br />

todo. A mulher no “Cotidiano” é repetitiva, se gruda naquele homem e faz tudo<br />

“sempre igual”, até o sorriso é pontual. Cheia de recomendações, como uma<br />

mãe ao garoto que vai sair. Ele “pensa em poder parar, (...) em dizer não”,<br />

mas como evadir-se da zona de conforto/desconforto? “Ás seis da tarde ela o<br />

espera no portão, de noite pede pra ele não se afastar e o aperta até quase o<br />

sufocar."<br />

Aquelas que se rebelam contra o lugar social e tradicionalmente delimitado<br />

para elas são mulheres que não abrem mão de desfrutar a vida e rompem com<br />

este “papel”. Elas são autossuficientes e nada têm a perder, fazendo o<br />

contraponto com a sofredora romântica. Em “Ela desatinou”, viu acabar o<br />

carnaval, os dias cinzentos da rotina voltaram, mas, “ela ainda está<br />

sambando”, num desafio á normalidade mortífera. E “quem não inveja a infeliz,<br />

feliz debochando da dor, do pecado, do tempo perdido, do jogo acabado”. A<br />

astúcia feminina está presente em “Folhetim”. Ela usa o homem e não é usada<br />

por ele, ela dá as cartas no jogo erótico da vida. Como negociadora pouco<br />

exigente ela se empresta em troca de “um sonho de valsa” ou de “uma pedra<br />

falsa”. A esse enganado ela alimenta a fantasia “te farei vaidoso supor que és o<br />

maior e que me possuis,” mas, na manhã seguinte ele já não vale nada, pois é<br />

descartado como uma página virada de um folhetim. Em “Mil perdões”, ela<br />

perdoa o homem por ama-la demais, perdoa-o porque ele a sufoca “quando<br />

anseio pelo instante de sair e rodar exuberante e me perder de ti”, porque ele<br />

chora enquanto ela chora, mas é de rir, perdoa-o pelo controle que ele quer ter<br />

sobre ela ao ligar para todos os lugares de onde ela veio, e, finalmente perdoao<br />

por traí-lo. Ele é um joguete e ela, ao perdoá-lo, é pura complacência. Não<br />

depende dele, não precisa dele, ela se diverte e se basta. “Madalena” foi pro<br />

mar, o seu homem ficou... “a ver navios” e implora “quem com ela se<br />

encontrar diga lá em alto-mar que é preciso voltar já pra cuidar dos nossos<br />

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