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Direto do balcão

Reunindo textos inéditos em livro publicados nos últimos vinte anos pelo autor em jornais e revistas, em Direto do balcão temos um Aldir Blanc que fala de bares (“O buteco é o último reduto das palavras”), de personagens (que vão de Alfredinho Bip-Bip, passando por Betinho, Paulo César Pinheiro, Wilson das Neves, Nei Lopes, Hermínio Bello de Carvalho e por aí vai), de política, de futebol, de música e da paixão de ser avô. Para Heloisa Seixas,que assina a quarta capa, “qualquer cientista social sério que queira entender a alma do Rio deveria estudar suas crônicas”. Nas crônicas de Direto do balcão, Heloisa continua, encontramos “um planeta de caos e beleza, lucidez e loucura, com seus personagens que resumem o universo – e que farão você se dobrar de rir. Tanto que, no fim, talvez lhe reste, no canto do olho, uma lágrima de ternura”. César Tartaglia, na orelha da obra, parece concordar: “divertido mesmo quando explode em indignação, e lírico mesmo quando faz saltar sua veia, Aldir mostra que é possível fazer bom jornalismo, em seu sentido mais amplo, sem perder a ternura”. Este Direto do balcão integra a coleção Aldir 70 — composta também por Rua dos Artistas e arredores, uma edição ampliada de Vila Isabel, inventário da infância, O gabinete do doutor Blanc: sobre jazz, literatura e outros improvisos e Porta de tinturaria.

Reunindo textos inéditos em livro publicados nos últimos vinte anos pelo autor em jornais e revistas, em Direto do balcão temos um Aldir Blanc que fala de bares (“O buteco é o último reduto das palavras”), de personagens (que vão de Alfredinho Bip-Bip, passando por Betinho, Paulo César Pinheiro, Wilson das Neves, Nei Lopes, Hermínio Bello de Carvalho e por aí vai), de política, de futebol, de música e da paixão de ser avô. Para Heloisa Seixas,que assina a quarta capa, “qualquer cientista social sério que queira entender a alma do Rio deveria estudar suas crônicas”.

Nas crônicas de Direto do balcão, Heloisa continua, encontramos “um planeta de caos e beleza, lucidez e loucura, com seus personagens que resumem o universo – e que farão você se dobrar de rir. Tanto que, no fim, talvez lhe reste, no canto do olho, uma lágrima de ternura”.

César Tartaglia, na orelha da obra, parece concordar: “divertido mesmo quando explode em indignação, e lírico mesmo quando faz saltar sua veia, Aldir mostra que é possível fazer bom jornalismo, em seu sentido mais amplo, sem perder a ternura”.

Este Direto do balcão integra a coleção Aldir 70 — composta também por Rua dos Artistas e arredores, uma edição ampliada de Vila Isabel, inventário da infância, O gabinete do doutor Blanc: sobre jazz, literatura e outros improvisos e Porta de tinturaria.

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Mala sem alça<br />

encontrei baiano no bar da maria. De cabeça baixa, cerveja e conhaque<br />

na proa. Legal. Baiano é desses goza<strong>do</strong>res que produzem<br />

mais e melhor quan<strong>do</strong> estão de mau humor.<br />

— Já sei: barraco em casa. E, é claro, tua mulher está sen<strong>do</strong> injusta.<br />

— Acertou em cheio, Blanc. Só porque eu dei uma fugidinha<br />

numa boate nova onde as moças passam gel fosforescente na...<br />

— Baiano, estamos conversan<strong>do</strong> num jornal familiar.<br />

— Desculpe. Pra resumir, enchi a cara e cheguei, às oito da matina,<br />

to<strong>do</strong> lanha<strong>do</strong>.<br />

— Lanha<strong>do</strong>?!<br />

— É. Tinha um strip da Mulher Gato e eu improvisei com a toalha<br />

da mesa uma roupinha de Batman... Uma pena. O clima andava<br />

ótimo com a patroa e eu, sem querer, estraguei tu<strong>do</strong>.<br />

— Não vou discutir o sem querer. Deixa pra lá. Tá feia a coisa, é?<br />

— Blanc, eu, nos últimos tempos, andava o Rei <strong>do</strong> Lar, sen<strong>do</strong> trata<strong>do</strong><br />

como o F... <strong>do</strong> Bairro Peixoto. Pisei na bola e agora an<strong>do</strong> receben<strong>do</strong><br />

estocadas dignas <strong>do</strong> Cauby Peixoto <strong>do</strong> Bairro F... Pra piorar,<br />

esse buteco anda insuportável. Com a globalização, to<strong>do</strong>s os bares<br />

da cidade foram invadi<strong>do</strong>s por uma figura de encher: o Layout,<br />

aquele Arrumandinho. É um chato de galocha. Chega, te abraça<br />

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