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E-BOOK COLEÇÃO DE ARTIGOS

O Instituto Reformado Santo Evangelho — IRSE é membro da World Reformed Fellowship (Comunidade Reformada Mundial) e conveniado da Vox Dei American University (Universidade Americana).

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Sumário<br />

EXORTAÇÃO AOS JOVENS DA “ZUEIRA” ........................................................... 3<br />

A I<strong>DE</strong>NTIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> JESUS É REVELADA .............................................................. 22<br />

O SANGUE <strong>DE</strong> CRISTO ............................................................................................... 33<br />

CRISTO – O VERDA<strong>DE</strong>IRO EVANGELHO ............................................................ 56<br />

CRISTO O ÚNICO CAMINHO PARA O CÉU ...................................................... 68<br />

A TRANSFIGURAÇÃO <strong>DE</strong> CRISTO ......................................................................... 73<br />

VOCÊ O CONHECE? ..................................................................................................... 87<br />

JESUS <strong>DE</strong>SCEU AO INFERNO? ................................................................................ 95<br />

COMENTÁRIO <strong>DE</strong> 1 PEDRO 3:19, 20.................................................................... 109<br />

A VIDA DO VERDA<strong>DE</strong>IRO DISCÍPULO <strong>DE</strong> CRISTO ........................................122<br />

OS DISCÍPULOS ARGUMENTATIVOS E UM <strong>DE</strong>SCONHECIDO QUE<br />

EXPULSAVA <strong>DE</strong>MÔNIOS .......................................................................................... 132<br />

<strong>DE</strong>US ESTÁ FAMINTO ................................................................................................ 141<br />

O ESPINHO NA CARNE <strong>DE</strong> PAULO ...................................................................... 157<br />

VENCENDO A TENTAÇÃO .......................................................................................172<br />

AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO ......................................... 180<br />

A ARMADURA <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>US .......................................................................................... 189<br />

PRE<strong>DE</strong>STINAÇÃO E ELEIÇÃO ............................................................................... 206<br />

O QUE JESUS CRISTO PO<strong>DE</strong> RESPON<strong>DE</strong>R ACERCA DA<br />

PRE<strong>DE</strong>STINAÇÃO E ELEIÇÃO? .............................................................................. 229<br />

É POSSÍVEL QUE O NOME <strong>DE</strong> UM CRISTÃO SEJA APAGADO DO<br />

LIVRO DA VIDA? ......................................................................................................... 245<br />

JUSTIFICADOS ............................................................................................................. 258<br />

80 RAZÕES PORQUE O CRISTÃO NÃO PO<strong>DE</strong> PER<strong>DE</strong>R A SALVAÇÃO<br />

............................................................................................................................................. 274<br />

SATANÁS SABE QUEM SÃO OS ELEITOS <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>US? ................................... 313<br />

COMO POSSO RECONHECER UM FALSO MESTRE? .................................... 335<br />

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O SOLA SCRIPTURA E A TRADIÇÃO CRISTÃ ................................................ 343<br />

OS CREDOS DA REFORMA ..................................................................................... 355<br />

PRINCIPAIS CATECISMOS E CONFISSÕES: SUBSÍDIOS HISTÓRICOS...366<br />

CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO E DO CALVINISMO. ....................... 370<br />

A RELIGIÃO É A CAUSA DAS GUERRAS? ....................................................... 373<br />

OS REFORMADORES ................................................................................................. 387<br />

IGREJA NA REFORMA E A REFORMA ............................................................... 420<br />

AMILENISMO ................................................................................................................ 440<br />

O MILÊNIO ..................................................................................................................... 456<br />

ABORTO E SALVAÇÃO ............................................................................................ 463<br />

A CEIA DO SENHOR .................................................................................................. 480<br />

A PRIMEIRA CEIA – O EXEMPLO <strong>DE</strong> JESUS. ................................................... 487<br />

DÍZIMO ............................................................................................................................. 502<br />

Ó ADVENTISTAS SEM JUÍZO! ................................................................................ 542<br />

ROMANOS 14 ................................................................................................................ 552<br />

QUER SER UM APOLOGETA? ................................................................................. 571<br />

O QUE É SER BATIZADO COM FOGO? ............................................................ 598<br />

O CULTO VERDA<strong>DE</strong>IRO E O CULTO FALSO ................................................. 602<br />

CONSELHOS PARA UMA IGREJA SEM AMOR ............................................... 614<br />

BENEDICTUS ................................................................................................................. 624<br />

SOBRE O AUTOR ........................................................................................................ 642<br />

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 643<br />

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EXORTAÇÃO AOS JOVENS DA “ZUEIRA”<br />

“Como o louco que lança fogo, flechas e morte, assim é o<br />

homem que engana a seu próximo e diz: Fiz isso por<br />

brincadeira” – Provérbios 26:18, 19.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O real significado da Palavra Zoeira.<br />

Zoeira é referente aquilo que é uma desordem, como uma<br />

gritaria ou um excesso de alvoroço e confusão. A palavra<br />

zoeira ainda pode ser utilizada para denominar algo que se<br />

faz com a intenção de ser engraçado.<br />

A zoeira pode ser um barulho que não consegue ser<br />

distinguido, como se fosse um zumbido, um ruído intenso<br />

ou uma gritaria, onde a mistura de vários sons e vozes faz<br />

com que não se entenda nada. Exemplo: “Os alunos<br />

pararam com a zoeira quando a professora entrou na sala<br />

de aula”.<br />

Outro significado para este substantivo está relacionado<br />

com o ato de fazer algo com o intuito que seja engraçado<br />

ou que provoque risos. A zoeira pode ser uma brincadeira<br />

ou uma piada, com sentido pejorativo ou não. Exemplo:<br />

“Você está de zoeira comigo?” Ou, “Os meninos estavam<br />

zoando com o novo aluno”.<br />

Não dá para acreditar em páginas de “zueira” cristã!<br />

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ARGUMENTAÇÃO<br />

As prisões de Paulo já produziam crentes falsos, que<br />

pregavam o Evangelho não puramente, mas por<br />

“contenção” (eritheia) (Filipenses 1:16, 17), uma palavra<br />

que antes significava trabalho honrado e passou a<br />

significar intriga desonrosa. Depois, a mesma palavra<br />

passou a descrever uma pessoa que só estava<br />

preocupada com o seu bem-estar, uma pessoa suscetível<br />

a ser subornada, uma pessoa ambiciosa e rebelde,<br />

procurando oportunidades de promoção. Deixe-me<br />

problematizar por um momento.<br />

Será mesmo que as atuais posições apologéticas<br />

contribuirão para que o Reino de Deus avance sobre a<br />

atual cristandade e o mundo perdido?<br />

Ah, Jovens da “zueira”, vocês vituperam! Lançam insultos<br />

contra Cristo constantemente! Acredito que se a “plenitude<br />

dos tempos” fosse o presente século, vocês seriam os<br />

primeiros a gritarem: Crucifica-o! Crucifica-o! E isso só por<br />

brincadeira. Vocês zombariam de Cristo, clamando em alta<br />

voz: Este filho de José e Maria é apenas um carpinteiro<br />

sujo e beberrão, que anda com publicanos e prostitutas!<br />

Vocês produziriam facilmente a coroa de espinho e ririam<br />

batendo com a cana, vendo os espinhos penetrando o<br />

escalpo. É nítido ver o mesmo espírito de zombaria que<br />

atuava naqueles soldados romanos atuar em vocês. Vocês<br />

prestam um desfavor ao genuíno Evangelho. Não consigo<br />

ver nada de “zueira” no sacrifício de Cristo e nem em<br />

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pessoas sendo condenadas ao inferno por professarem<br />

uma fé falsa. Não é prazeroso ver pessoas caminharem por<br />

solos quebradiços, sabendo que esses lugares são<br />

apoiados pelas colunas do Inferno, e que a qualquer<br />

momento elas escorregarão, porque o chão será quebrado<br />

com o peso de suas culpas e pecados enquanto<br />

caminham; e para lá descerão e não mais caminharão, mas<br />

perecerão eternamente.<br />

Vocês conseguem entender o quão terrível é o texto de<br />

Ezequiel 33:7 – 11?<br />

“Agora, homem mortal, eu estou pondo você como<br />

vigia de toda a nação de Israel. Você dará a eles os<br />

avisos que eu lhe der. Se eu disser que um homem mal<br />

vai morrer, mas você não o avisar para que mude o seu<br />

modo de agir e assim salve a sua vida, aí ele morrerá,<br />

sendo ainda pecador. Nesse caso, eu considerarei<br />

você como responsável pela morte dele. Porém, se<br />

você avisar o homem mal, e ele não parar de pecar, ele<br />

morrerá como pecador, mas você viverá. […] Diga-lhes<br />

que juro, pela minha vida, que eu, o Senhor Deus, não<br />

me alegro com a morte de um pecador. Eu gostaria que<br />

ele parasse de fazer o mal e vivesse”.<br />

Vocês conseguem transformar essa verdade em “zueira”,<br />

não é? Será que pecadores olham para vocês e<br />

conseguem enxergar: “[…] cheiro de morte para a morte,<br />

mas para aqueles outros, a boa fragrância de vida para<br />

vida?”.<br />

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A resposta a essa pergunta deveria constranger vocês.<br />

Mas quem são os que estão capacitados para essas<br />

verdades?<br />

Charles Spurgeon disse que, em certo tempo, “no lugar de<br />

pastores alimentando ovelhas, haveria palhaços<br />

entretendo bodes”. Eu faço uma leve adaptação para este<br />

momento: “Jovens palhaços (o que vocês são) entretendo<br />

bodes (os que seguem vocês)”. É isso o que vocês são.<br />

Apenas jovens débeis em suas palavras, mórbidos em<br />

suas produções, entorpecidos em seus pensamentos,<br />

combalidos na saúde espiritual.<br />

Pessoas adultas que seguem vocês não têm noção do que<br />

é errado, aceitável, ridículo e sadio. Indivíduos de<br />

compleição muito fraca se deixam levar por minutos de<br />

brincadeiras mórbidas. O ambiente de suas páginas é<br />

morbífico, pois servem apenas para deixar pessoas<br />

acomodadas em seus pecados. Elas pecam e riem ao<br />

mesmo tempo, e vocês serão responsáveis por essa falta<br />

de seriedade com o Evangelho de Jesus Cristo.<br />

Orem até que Deus converta os seus pobres corações,<br />

meninos inconstantes! Imagino como é a vida de vocês em<br />

oculto, quando apenas os olhos de Deus e do diabo<br />

contemplam as suas obras! Os jovens foram os que mais<br />

sofreram em toda a história da Igreja. Se colocarmos o<br />

jovem José, o jovem Davi, o jovem Estevão (o primeiro<br />

mártir), o jovem Timóteo e muitos outros ao lado de vocês,<br />

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simplesmente se envergonhariam e pediriam o mais<br />

profundo do inferno. É uma pena que a “zueira” arrancou<br />

de vocês o Temor e Tremor diante de Deus e de Sua<br />

Palavra.<br />

“Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude,<br />

antes que venham os dias difíceis e se aproximem os<br />

anos em que você dirá: Não tenho satisfação neles”<br />

(Eclesiastes 12:1).<br />

Será que vocês não leem as suas Bíblias? Se leem (o que<br />

duvido muito), são “feiticeiros” (1 Samuel 15:23), porquanto<br />

rejeitaram a Palavra do Senhor e Ele rejeitou vocês e os<br />

entregou a esse sentimento zombador (Rm 1:28 – 31)! Não<br />

vivem de acordo e se apoiam apenas no intelecto. O<br />

“engraçado” é que Satanás sabe mais das Escrituras do<br />

que vocês, e neste momento posso dizer: no caso de<br />

vocês, não apenas a mente é vazia, mas também é cheia<br />

a oficina do diabo, pois suas mentes estão repletas de<br />

instruções, porém sem força alguma para que essas<br />

instruções sejam obedecidas e vividas.<br />

Se não leem (o que acredito), são crentes falsos, porquanto<br />

fazem “graça” da Graça de Deus! E um dia vocês verão<br />

que Deus concedeu-nos a Sua graça, mas nunca “zuou”<br />

com a humanidade, de modo a fazer que pessoas rissem<br />

de suas instruções; com toda certeza, esta é a pior geração<br />

de crentes de todos os tempos, e vocês contribuem muito<br />

para isso.<br />

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Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo<br />

de acordo com a Palavra de Deus. Mostre somente um<br />

texto, de algum personagem (autor) bíblico, fazendo<br />

“zueira” na proclamação do poder (evangelho) de Deus.<br />

Como não encontrarão, posso entender que as suas<br />

“defesas” do evangelho, baseados na “zueira”, não tem<br />

apoio bíblico. Logo, o que vocês são? Vocês poderiam<br />

pensar nas palavras de João por um momento: Jovens, eu<br />

escrevi a vocês, porque são fortes, e em vocês a Palavra<br />

de Deus permanece, e vocês venceram o Maligno. Não<br />

acredito que essa palavra se aplique a vocês. E agora, nas<br />

palavras de Paulo a Timóteo: Ninguém o despreze pelo<br />

fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis<br />

na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.<br />

Continuo afirmando que não aplica a vocês! Ao comparar<br />

a conduta de vocês (pelas páginas onde vocês atuam<br />

como editores e administradores) com a Escritura e com a<br />

história da Igreja, é despudorado!<br />

Vamos ver, à luz da Escritura, o que deve delimitar a<br />

alegria de um cristão.<br />

“Alegre-se, jovem, na sua mocidade! Seja feliz o seu<br />

coração nos dias da sua juventude! Siga por onde seu<br />

coração mandar, até onde a sua vista alcançar; mas<br />

saiba que por todas essas coisas Deus o trará a<br />

julgamento” (Eclesiastes 11:9).<br />

Julgamento! Julgamento! Julgamento! Mas vocês não dão<br />

importância, e o motivo é que “as suas vistas” estão cegas,<br />

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e já não conseguem mais alcançar a verdadeira motivação<br />

da fé: piedade. Mas somos “reformados”, vocês dizem. Eu<br />

digo: Não existe reforma até que a Palavra de Deus<br />

penetre no fundo das suas almas e transforme todos os<br />

aspectos de suas vidas. É cabível a vocês a nomenclatura<br />

de “deformados”, ébrios insensatos, neófitos. Vocês são<br />

comparados com as mesmas pessoas que atacam<br />

doutrinariamente. Elas erram por falta, e vocês por<br />

excesso; falta conhecimento a elas, e a vocês<br />

conhecimento. Talvez essa parte vocês não entendam.<br />

O ateísmo cristão é o mais perigoso, pois, mesmo<br />

acreditando em Deus, vive-se como se Deus não existisse,<br />

e se faz coisas que Deus abomina. Assim são vocês, tão<br />

malditos que duvidam de suas próprias posições. A fé<br />

acompanha a absoluta abstinência de dúvida pelo<br />

antagonismo inerente à natureza dos fenômenos<br />

psicológicos e da lógica conceitual. Ou seja, é impossível<br />

duvidar e ter fé ao mesmo tempo. É impossível sofrer pelo<br />

evangelho e se alegrar pelos erros cometidos por pessoas<br />

aparentemente condenadas. Ainda assim, são criaturas de<br />

Deus, que o próprio Criador diz: Não sinto prazer em suas<br />

mortes. Como vocês podem dizer ter fé?<br />

Vocês fazem de tudo para provar a fé, mas a todo tempo,<br />

a fé acaba provando o inverso, pois a verdadeira fé nasce<br />

do ventre das Escrituras. Como posso afirmar que uma fé<br />

“zueira” nasce das Escrituras? Vocês tratam o pecado de<br />

forma errada. O pecado é muito pior do que vocês pensam.<br />

As pessoas não estão doentes, elas estão mortas<br />

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(inclusive muitos ditos cristãos), e por causa desta morte,<br />

elas estão surdas, cegas e insensíveis, presas em uma<br />

realidade terrível. Vocês tratam o pecado como uma<br />

comida gordurosa, em que você está com um colesterol<br />

alto e o médico proíbe, mas mesmo assim você come por<br />

trás da ordenança de saúde, ou como se fosse aquela<br />

amizade (amigos “doidos”, delinquentes) proibida pelos<br />

pais, e que você insiste em tê-los por perto. Mas o pecado<br />

não é uma comida gordurosa nem uma amizade proibida<br />

pelos pais: o pecado é pior que um amigo delinquente ou<br />

uma comida gordurosa; o pecado é um assassino, um<br />

psicopata em série.<br />

“Ele (o pecado) não faz amigos, mas faz cativos. Ele<br />

não somente entope veias e leva a morte física, mas faz<br />

parecer leve um psicopata em série ou um infarto<br />

cardíaco”.<br />

O pecado levará para sempre o homem para longe de<br />

Deus. O pecado não quer alguma coisa de você; ele quer<br />

tudo de você.<br />

Quando nos deparamos com a morte, sentimos tristeza,<br />

desespero, impotência, angústia. Vocês sentem a<br />

necessidade de desenvolverem “zueira”. O que vocês<br />

estão fazendo? O evangelho é cheiro de vida para a vida,<br />

e cheiro de morte para a morte. Se não podes entender,<br />

creiam para que entendam. A fé precede, o intelecto segue.<br />

Não criam raízes. São árvores que não suportarão<br />

vendavais. São pequenas embarcações que não<br />

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suportarão tormentas. São fracos e superficiais. Se Deus<br />

permitisse um câncer terminal em vocês, o que seriam de<br />

suas confissões de fé? E, se alguns familiares morressem<br />

em um acidente? E se um filho ou uma esposa desse uma<br />

parada cardíaca e viesse ao óbito? Cessaria a “zueira”?<br />

Deixe-me piorar a situação. E, se essas pessoas as quais<br />

vocês amam, fossem ímpias? Vocês sofreriam duplamente<br />

pela morte física e pela condenação ao inferno? O que<br />

vocês têm feito por eles? “Zueira” na internet? Sabemos<br />

que uma árvore que não cria raízes profundas será<br />

possivelmente uma árvore fraca e infrutífera. O diabo sabe<br />

fazer isso bem, criar uma “teologia” para conduzir a<br />

destruição e a morte. Lembro-me da “teologia” de Satanás<br />

no jardim do Éden:<br />

“Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes,<br />

se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus,<br />

sabendo do bem e do mal” (Gênesis 3:5).<br />

Deparo-me com “verdades” que não transformam a vida de<br />

ninguém em suas páginas. “Verdades” sectárias, uma<br />

sabedoria tão maldita, tão terrena, tão diabólica que não<br />

pode vim do céu, e certamente não vem de Deus (Tiago<br />

3:14 – 16). Pois, a sabedoria que vem de Deus, é antes de<br />

tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia<br />

de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera (Tiago<br />

3:17). Penso que, devemos ser perseguidos por uma<br />

verdade que não pode ser achada, nem encontrada por<br />

livros, muito menos pode ser compreendida<br />

intelectualmente. Essa verdade é uma Pessoa: Jesus<br />

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Cristo, o Filho de Deus. Não é o homem que encontra a<br />

verdade, é a verdade que encontra o homem. Enquanto<br />

você não for encontrado, você estará sempre na condição<br />

adâmica – completamente perdido.<br />

Acham que são ricos de entendimento, mas são tão<br />

desgraçados, pobres e nus que não conseguem ver nem a<br />

sua própria nudez, e lutam com lentidão e fraqueza para<br />

tirar o cisco dos olhos alheios, mas estão cegos, sem<br />

nenhuma visão. Seus próprios olhos que os impedem de<br />

ver e filtrar aquilo que é, e o que importa para a vida e glória<br />

de Deus.<br />

Provérbios é um livro que apresenta conselhos<br />

importantíssimos para uma vida sábia. Em Provérbios<br />

26:18, 19, é dito:<br />

“Como o louco que lança fogo, flechas e morte, assim<br />

é o homem que engana a seu próximo e diz: Fiz isso<br />

por brincadeira”.<br />

Este conselho nos ajuda a zelarmos por relacionamentos<br />

sadios. Ele apresenta uma pessoa que promove desordem<br />

social por meio do engano e o compara com um louco. O<br />

personagem ilustrado, em tudo o que faz, o faz de forma<br />

velada, com má intenção, mas a oculta, dizendo que fez tal<br />

ação “por brincadeira”.<br />

Bruce K. Waltke chama a atenção para o fato de que o<br />

texto fala de alguém que se diverte em meio a uma<br />

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“distorção inesperada”, e que o verbo enganar mostra que<br />

o brincalhão tem a intenção de “prejudicar o seu vizinho”.<br />

Vocês, jovens da “zueira”, fazem isso. Para o brincalhão, o<br />

praticar a maldade é divertimento, tornando-se assim um<br />

insensato (Provérbios 10:23).<br />

Este versículo sempre cativou a minha atenção, pois<br />

sempre que eu fazia alguma coisa e dizia “foi brincadeira”,<br />

ele vinha em meu pensamento, e imediatamente eu refletia<br />

sobre tal ação ou palavra que havia dito, pois às vezes,<br />

minhas brincadeiras, sem que eu percebesse, acabavam<br />

por maltratar alguma pessoa. Portanto, tome cuidado com<br />

brincadeiras que enganam o próximo e o prejudica. Pense<br />

como está o seu “fiz por brincadeira”.<br />

Não brinquem com o nome de Deus! Não tomarás o nome<br />

do Senhor teu Deus em vão (Êxodo 20:7). Se vocês<br />

quebram esse mandamento, quebram o maior de todos.<br />

Muitas vezes, vocês, “jovens da zueira”, não atentam para<br />

a preciosidade desse texto. Mesmo sendo um<br />

mandamento atrelado ao Antigo Testamento, o princípio<br />

extraído desta passagem contínua válido. No terceiro<br />

mandamento, não tomar o nome do Senhor em vão, é não<br />

banalizá-lo, não torná-lo vulgar, pois, o que está em<br />

questão não é apenas o Seu nome, mas sim, a sua<br />

natureza e atributos. Por isso, ao usar o nome de Deus,<br />

temos que ter certeza de que o que iremos falar dá o devido<br />

reconhecimento de Deus em todo seu Ser. Sendo assim,<br />

devemos fazer conforme Jesus nos ensina na oração do<br />

Pai–Nosso, e orar santificado seja o teu nome (Mateus<br />

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6:9). Isso quer dizer que “nós santificamos Seu nome<br />

quando honramos algum aspecto de Seu caráter”. Será<br />

que vocês têm honrado a Deus, por meio de seus<br />

comportamentos, de suas palavras, de suas produções<br />

ridículas? Lembrem-se que o nome de Deus não é motivo<br />

para piada e deve ser honrado em atitudes e palavras.<br />

Uma das causas que tem levado muitos a rirem e<br />

brincarem dentre o povo cristão são os erros e heresias na<br />

Igreja de Cristo. Conquanto para muitos pareça algo<br />

engraçado, Jesus não acharia graça. Houve uma ocasião<br />

que Jesus, passando pela cidade, chorou sobre Jerusalém.<br />

A bíblia diz que, quando Jesus se aproximou de Jerusalém<br />

e viu a cidade, começou a chorar. E disse: “Se tu também<br />

compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! (Lucas<br />

19:42). Ele, quando observou a incredulidade do povo de<br />

Jerusalém, não achou nisso motivo para “graça”, mas sim,<br />

para choro. Se ao menos eles compreendessem, lamentou<br />

Jesus. Isto porque aquelas pessoas não davam ouvidos à<br />

sua mensagem. Jerusalém, Jerusalém, quantas vezes eu<br />

quis juntar o teu povo como uma galinha junta os seus<br />

pintinhos debaixo das suas asas e você não quis!, disse<br />

Ele.<br />

Jesus não foi o único a ter dor no coração ao se preocupar<br />

com a incredulidade dos outros. Paulo, em certa ocasião,<br />

disse que possuía grande tristeza e incessante dor no<br />

coração por causa da incredulidade dos judeus (Romanos<br />

9:2). Aos gálatas, ele diz que sentia dores de parto (Gálatas<br />

4:19) pelos irmãos que haviam se desviado do caminho.<br />

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Aos coríntios, ele expressa preocupação, possuído de<br />

angústia no coração (2 Coríntios 2:4). Aos colossenses, ele<br />

menciona a grande luta em sua alma por causa dos irmãos<br />

(Colossenses 2:1) que estavam expostos a falsos ensinos<br />

(Colossenses 2:8). O exemplo que a Bíblia nos ensina<br />

diante do falso ensino e de heresia na Igreja não é fazer<br />

disso motivo de riso e chacota, mas sim, de choro e<br />

preocupação; cabe rogos e súplicas. Afinal de contas, a<br />

Igreja de Cristo vale o Seu sangue e a ordenança à<br />

obediência, pois Jesus ordenou que amássemos até os<br />

nossos inimigos, e a Sua Palavra enfatizou que a nossa<br />

luta não é contra carne e sangue.<br />

Mais uma vez, digo-lhes: Palhaços! Vocês não são nada<br />

além disso! Através de suas “zueiras”, vocês não estão<br />

ajudando a operar a salvação de nenhum crente, apenas<br />

deixa-os em seus pecados de uma forma mais confortável.<br />

Nossa realidade nasce da Bíblia. Nossa vida e obra deve<br />

orientar-se por ela. Nutri-se dela. Reformula-se por ela,<br />

estrutura-se, repensa-se e desenvolve-se, tendo-a como a<br />

sua fonte para todos os seus seguimentos, considerandoa<br />

como revelação absoluta, proposicional, inerrante,<br />

infalível, eterna e universal — a Palavra de Deus.<br />

Ainda, em seus conflitos internos, talvez sintam medo<br />

quando a noite escura da alma se aproximar, mas ao<br />

mesmo tempo estão camuflados em seus risos secos que<br />

mostram a secura de suas almas vazias. Que ninguém<br />

procure somente os seus próprios interesses, mas também<br />

os dos outros (Filipenses 2:4).<br />

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Jovens debatedores! Os corações de vocês não ardem<br />

pelo genuíno leite espiritual, antes, almejam popularidade,<br />

um orgulho espiritual, algo que certamente levará vocês a<br />

apostasia e a frieza espiritual. Este clamor se aplica a<br />

vocês: Arrependei-vos e crede no Evangelho! Ainda há<br />

tempo!<br />

Vocês são cristãos? Se sim, porque acham isso? Por favor,<br />

não se comparem com crentes de sua Igreja, com seus<br />

pais, com “irmãos” de internet, com o seu líder, nem com<br />

ninguém do meio evangélico, apenas com Jesus Cristo e<br />

com a Escritura Sagrada. Nada garante que essas pessoas<br />

sejam verdadeiramente cristãs ou salvas.<br />

O que garante que tais pessoas sejam verdadeiras cristãs?<br />

Por que elas falam que são? Por que elas têm muitos anos<br />

de “conversão”? Por que elas têm títulos acadêmicos? Ou<br />

por que elas são parecidas com a maioria das pessoas de<br />

sua Igreja? Mas, se elas se compararam com crentes que<br />

não eram cristãos, que se compararam com outros crentes<br />

que não eram, e assim por diante? Devemos apenas nos<br />

comparar com o padrão da Escritura e com a Pessoa de<br />

Cristo Jesus. Se Cristo estivesse fisicamente ao seu lado,<br />

você se parece com Ele? Ou você se parece com a maioria<br />

dos “cristãos” a sua volta? Você age como Cristo? Fala<br />

como Cristo? Pensa como Cristo? Você realmente é<br />

nascido de Deus? Você é irrepreensível? (2 Coríntias 5:17;<br />

Efésios 1:4; 2 Timóteo 1:9).<br />

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Por exemplo, se neste exato momento surgisse um convite<br />

para vocês embarcarem em viagens missionárias em<br />

países longínquos, distantes de tudo e de todos – e se<br />

fosse para fazer exposições bíblicas em uma praça<br />

pública, e se o convite tratasse de um programa voluntário<br />

para cuidar de pessoas doentes e refugiadas de um país<br />

em guerra –, sabendo que ali haveria oportunidade de se<br />

pregar o evangelho, e se fosse para ensinar o evangelho a<br />

presidiários e doentes de sua cidade, o que vocês fariam?<br />

Sejam sinceros!<br />

Acredito que muitos de vocês não sairiam de suas casas,<br />

não sairiam de seus computadores nem dos seus<br />

Smartphones; não conseguiriam ao menos levantar de<br />

suas cadeiras estofadas confortáveis. Acredito que muitos<br />

de vocês irão ler este texto e continuar com suas vidas<br />

miseráveis, enganando a si mesmo e sendo enganados<br />

por outros discursos miseráveis.<br />

Acredito que muitos de vocês não falaram sequer do<br />

evangelho para os vizinhos, colegas de escolas e colegas<br />

de trabalho. Acabei de descrever 99% dos jovens da<br />

“zueira”. Falam de jogos de futebol, de times, de livros, de<br />

autores, de política, de filmes, e o restinho que sobra é<br />

dado realmente para o evangelho da glória de Cristo! “Mas<br />

tudo que faço é para glória de Deus!”, vocês dizem. E eu<br />

digo: sim, continuem. A juventude logo passará, e vocês se<br />

arrependerão por não terem feito aquilo que deveria ser<br />

feito.<br />

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“A melhor garantia para conhecer a vontade de Deus<br />

no futuro é estar dentro da sua vontade no presente”<br />

(T. B. Maston).<br />

Quer ser um defensor da Palavra de Deus? Respeite-a.<br />

Reverencie-a. Tema e trema diante do poder de Deus!<br />

(Romanos 1:16).<br />

“A Palavra de Deus não precisa de defesa, ela é como<br />

um leão faminto preso em uma jaula. Abra somente a<br />

porta da jaula, e deixe-a livre. Mas respeite-a, caso<br />

contrário, será despedaçado (a)”.<br />

CONCLUSÃO<br />

Pelo simples fato de somente abrir esta jaula, prepare-se<br />

para viver sozinho, perder amigos e irmãos que, na maioria<br />

das vezes, você ajudou-o. Prepare-se para passar por<br />

momentos de depressão e de tristezas profundas em que<br />

os elogios não serão suficientes. Prepare-se para perder o<br />

sono durante toda a sua vida. Prepare-se para dormir mal<br />

e ter muitos pesadelos. Prepare-se para acordar sem<br />

ânimo. Prepare-se para perder o humor. Prepare-se para<br />

estudar horas e mais horas de sua vida, ao ponto de perder<br />

a noção de dias, meses e anos, vivendo como se já<br />

estivesse na eternidade. Prepare-se para ter os seus<br />

joelhos ensanguentados e calejados. Prepare-se para<br />

retirar o pano de saco e cinzas escondidos debaixo de sua<br />

cama, em que você disse certa vez: Não preciso! Digo: Irá<br />

precisar. Prepare-se para muitas noites de choro sozinho<br />

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na cabeceira de sua cama. Prepare-se para gemer muitas<br />

vezes no chão do banheiro em silêncio, com vergonha das<br />

suas covardias; elas serão suas mestras de Teologia.<br />

Prepare-se para não ser compreendido pelos próprios<br />

irmãos em Cristo. Aconselho-te que grave este versículo<br />

em sua mente: “Fiz-me acaso, vosso inimigo, dizendo a<br />

verdade? (Gálatas 4:16). Vai precisar. Prepare-se por não<br />

ser compreendido por muitas vezes por sua própria família,<br />

ela será sua cruz por muito tempo. Prepare-se para não ser<br />

aceito e muito menos compreendido pela sociedade, pois<br />

você é luz em meio à densas trevas. Prepare-se para amar<br />

os inimigos, pois serão muitos. Prepare-se para dividir<br />

aquilo que na maioria das vezes você não tem. Prepare-se<br />

para consolar as pessoas, mesmo não estando consolado.<br />

Prepare-se para animar as pessoas, mesmo estando<br />

desanimado. Prepare-se para não ser aceito pelo próprio<br />

meio “evangélico”. Prepare-se para as críticas, pois serão<br />

muitas. Prepare-se para ser odiado, maltratado e<br />

humilhado. Prepare-se para viver as maiores guerras<br />

íntimas e pessoais de sua vida. Prepare-se para ter sua<br />

mente sendo atacada diariamente pelos seus piores<br />

desejos e pensamentos, e claro, por nosso adversário,<br />

Satanás. Prepare-se para perder o apetite e,<br />

consequentemente, emagrecer sem nenhuma saúde, e<br />

nessa situação a enfermidade pode ser sua aliada.<br />

Prepare-se para ser abatido pelas aflições deste mundo,<br />

pois são muitas. Prepare-se para enfrentar lutas ferrenhas<br />

contra a carne e o pecado. Prepare-se para as derrotas,<br />

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pois serão muitas Prepare-se para as vitórias, que serão<br />

poucas, mas elas poderão lhe corromper. Prepare-se para<br />

os elogios, pois, eles tentarão sua vaidade e o seu orgulho<br />

espiritual.<br />

Prepare-se para ser perseguido. Prepare-se para uma<br />

guerra diária e constante, onde a sua única e suficiente<br />

arma será a Escritura Sagrada, e será nela e somente nela<br />

que se manifestará a graça de Deus na revelação de seu<br />

Filho Jesus Cristo em consolação pelo Espírito Santo.<br />

Prepare-se para a solidão, mesmo tendo muitos a sua<br />

volta.<br />

Mas, acima de tudo, prepare-se para o porvir. Prepare-se<br />

para ser consolado e recebido pelo Deus–Homem, o Cristo<br />

ressurreto, com uma coroa incorruptível, com uma glória<br />

que mui excede a todas as nossas tribulações. Aleluia!<br />

VIDA ETERNA<br />

Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que<br />

está no meio do paraíso de Deus. (Apocalipse 2:7b).<br />

NÃO SOFRER O DANO DA SEGUNDA MORTE (LAGO<br />

<strong>DE</strong> FOGO)<br />

O que vencer não receberá o dano da segunda morte<br />

(Apocalipse 2:11b).<br />

NOVO NOME<br />

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Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e darlhe-ei<br />

uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito,<br />

o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe<br />

(Apocalipse 2:17b).<br />

JULGAR AS NAÇÕES<br />

E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu<br />

lhe darei poder sobre as nações, E com vara de ferro as<br />

regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como<br />

também recebi de meu Pai (Apocalipse 2:26, 27).<br />

VESTES BRANCAS, NÃO RISCAR O NOME DO LIVRO<br />

DA VIDA E TER O NOME CONFESSADO DIANTE <strong>DE</strong><br />

<strong>DE</strong>US E DOS SEUS ANJOS<br />

O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira<br />

nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e<br />

confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos<br />

seus anjos (Apocalipse 3:5, 6).<br />

UMA COLUNA NO TEMPLO <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>US, COM O NOME<br />

<strong>DE</strong> <strong>DE</strong>US O NOME DA CIDA<strong>DE</strong>: A NOVA JERUSALÉM<br />

E O SEU NOVO NOME<br />

A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus,<br />

e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu<br />

Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém,<br />

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que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo<br />

nome (Apocalipse 3:12).<br />

ASSENTAR COM JESUS NO SEU TRONO<br />

Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no<br />

meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu<br />

Pai no seu trono (Apocalipse 3:21).<br />

Se um cristão não está tendo tribulação do mundo, há algo<br />

errado! Não somos chamados para sermos aceitos, somos<br />

chamados para glorificar a Deus.<br />

A SUA SANTA E VERDA<strong>DE</strong>IRA PALAVRA HÁ <strong>DE</strong> NOS<br />

CONSOLAR ATÉ A SUA VOLTA<br />

Da mesma maneira, encoraje os jovens a serem<br />

prudentes. […] Pois o Senhor disciplina a quem ama, e<br />

castiga todo aquele a quem aceita como filho (Tito 2:6;<br />

Hebreus 12:6).<br />

Foi isso que tentei fazer neste artigo — Deus abençoe-os.<br />

A I<strong>DE</strong>NTIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> JESUS É REVELADA<br />

Certa vez perguntaram-me acerca de quem é Jesus,<br />

respondi:<br />

Jesus Cristo, é a Palavra (o logos), é o caminho, não mais<br />

um caminho, o único caminho, é a verdade que encontra o<br />

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homem, é a liberdade, a vida e a luz. É a verdadeira e<br />

apropriadamente manifestação de Deus, é Deus<br />

encarnado, é Deus no mais alto sentido da palavra, como<br />

parece dos nomes pelos quais Ele é chamado, Onipotente,<br />

como Jeová, Deus nosso, vosso, deles, e meu Deus, Deus<br />

conosco, o Deus poderoso, Rei, Senhor, Salvador,<br />

Redentor, conhecido entre o Seu povo como o Príncipe da<br />

Paz, e por Seus inimigos, o Senhor dos Exércitos e<br />

vingador, Deus sobre tudo, o Grande Deus, o Deus vivente,<br />

o Deus invisível, mas real, o verdadeiro Deus, não somente<br />

a vida eterna, mas a fonte, intercessor, mediador e<br />

demonstrador da graça, é a exteriorização da Trindade e<br />

Divindade, como Independente, Eterna, Imutável,<br />

Onipresente, Onisciente e Onipotente, e de suas obras<br />

toda a criação e providência, e seus milagres, a expressão<br />

do amor de Deus Pai e de seus perfeitos atributos, a obra<br />

de redenção, Ele é a redenção, é o homem perfeito, o único<br />

homem perfeito, é o perdão dos pecados, é o Sacrifício, é<br />

o Cordeiro de Deus Pai, é o amado e obediente Filho de<br />

Deus Pai, é o Cristo, o Messias, o ungido, é o Filho amado<br />

que se fez maldito, para que os malditos fossem amados,<br />

é o servo sofredor, o castigo que nos traz a Paz estava<br />

sobre Ele, é a ressurreição de Si mesmo e de outros da<br />

morte, é o homem vitorioso, é a administração do último<br />

julgamento, é justiça e o juízo, é a santa ira, é Deus sendo<br />

adorado, o Deus Santo. É a Santa Ceia. Orações a Ele, fé<br />

nEle, e a realização do batismo em nome dEle, pois, é<br />

Senhor, e Salvador de todo aquele que crer. “Por que dEle,<br />

e por Ele, e para Ele são todas as coisas, glória, pois, a Ele<br />

eternamente. Amém”.<br />

“Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da<br />

divindade, e, por estarem nEle, que é o Cabeça de todo<br />

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poder e autoridade, vocês receberam a plenitude” –<br />

Colossenses 2:9, 10 (cf. João 1:1).<br />

Nesse artigo veremos a identidade de Jesus à luz do<br />

Evangelho de Lucas e dos outros, mas precisamente o<br />

capítulo nove.<br />

(1) Os discípulos descobrem a identidade e o destino de<br />

Jesus (9:18 – 22).<br />

Jesus pergunta aos Seus discípulos, “Quem as multidões<br />

dizem que eu sou?” (v. 18). Essa pergunta traz à mente<br />

uma série de rumores que estavam circulando sobre a<br />

identidade de Jesus:<br />

Ele é um grande profeta (7:16).<br />

Ele é aquele que haveria de vir (7:19).<br />

Ele é um comilão e beberrão, amigo de publicano e<br />

pecadores (7:34).<br />

Esse homem não pode ser um profeta, pode? (7:39).<br />

Quem é este que até perdoa pecados? (7:49).<br />

Jesus é o Filho do Deus Altíssimo (8:28).<br />

E, quem, pois, é este quem ouço essas coisas? (9:9).<br />

A narrativa preparou os leitores para a resolução da<br />

pergunta da identidade de Jesus.<br />

(18 – 20) Jesus desafia os discípulos a oferecerem suas<br />

próprias opiniões sobre a Sua identidade. Isso faz parte do<br />

desenvolvimento narrativo deles enquanto seguidores. Ou<br />

seja, eles precisavam responder a essa pergunta<br />

“corretamente” a fim de que o significado da identidade de<br />

Jesus se aprofunda na história. Como notamos no início do<br />

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capítulo, um processo de uma era vindoura para os<br />

discípulos está em ação aqui.<br />

A pergunta de Jesus vem em dois estágios. O primeiro é<br />

mais impessoal: “Quem as multidões dizem que eu<br />

sou?” (v. 18).<br />

De acordo com Mateus e Marcos (sinóticos), Jesus estava<br />

na região de Cesaréia de Filipe. Nesse lugar remoto o<br />

Senhor encontrou a solidão silenciosa que havia buscado<br />

em vão até então. Não se dirigiu à cidade, mas, como diz<br />

Mateus, “às adjacências”, mais precisamente, conforme<br />

Marcos, às “aldeias em redor”. Aqui Jesus poderia dialogar<br />

intimamente com os apóstolos. Lucas enfatiza, como em<br />

outras vezes, a oração (cf. Lucas 6:12). Assim como<br />

naquela ocasião Jesus passou a noite em oração diante de<br />

Deus antes de escolher os doze apóstolos, assim também<br />

agora ora nessa importante guinada de sua vida na terra,<br />

a fim de revelar-se aos discípulos como o Messias enviado<br />

por Deus. Os doze tinham de ser preparados para sua<br />

iminente paixão em Jerusalém. A assustadora perspectiva<br />

da morte iminente que Ele, aos trinta e dois anos, precisava<br />

comunicar aos discípulos representou para Ele um primeiro<br />

ensejo de falar com Seu Pai celestial em reclusão. A<br />

expressão “apenas os discípulos estavam com Ele” é<br />

indício de que os discípulos participavam dessa oração de<br />

Jesus. Esse fato anuncia um momento significativo. Isto é<br />

expresso pela circunstância de que Ele não falava com<br />

todos (cf. Lucas 9:23), mas somente com os discípulos.<br />

Inicialmente Jesus leva os discípulos a relatar as diversas<br />

opiniões que corriam entre o povo acerca de sua pessoa,<br />

palavras que haviam captado durante sua trajetória de<br />

pregação. Os apóstolos relatam que o povo o considera<br />

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João Batista, Elias, um dos antigos profetas (cf. Lucas 9:8),<br />

até mesmo Jeremias (cf. Mateus 16:14), ou também<br />

precursor do Messias. As pessoas acreditavam que<br />

podiam depreender de Miquéias 4:5 que “no fim dos dias”<br />

surgiriam novamente diversos profetas que seriam<br />

precursores do Messias, não o próprio Messias. A opinião<br />

pública sobre Jesus não era um reconhecimento do<br />

Senhor, mas uma percepção equivocada. Perguntando a<br />

respeito da opinião que circulava no povo, Jesus pretendia<br />

preparar os doze para sua própria convicção acerca da<br />

pessoa dEle. Em seguida Ele pretende usar essa base<br />

para comunicar-lhes quem Ele é e como Ele cumpriria sua<br />

incumbência de Messias. (cf. NOTA).<br />

NOTA: “Estando Ele orando em particular. Lucas observa<br />

que Jesus orava em todas as grandes crises de sua vida<br />

(3:21; 5:16; 6:12; 11:1; 22:44). E a pergunta trás a ênfase<br />

da vida cristã: Quem dizem as multidões que sou eu? O<br />

Senhor muda o foco da atenção dos discípulos dos seus<br />

feitos e ensinamentos para a sua própria pessoa”.<br />

Este é um dos momentos cruciais em toda a vida de Jesus.<br />

Fez esta pergunta quando já havia manifesto no semblante<br />

o firme propósito de ir a Jerusalém (Lucas 9:51). Sabia bem<br />

o que o esperava ali, e a resposta a esta pergunta era de<br />

suma importância. O que Jesus sabia era que Ele ia morrer<br />

na cruz. O que queria saber antes de ir era: “Havia alguém<br />

que sabia quem era ele?” Toda a diferença dependeria da<br />

resposta. Se não obtivesse resposta, e se encontrasse<br />

com uma opaca falta de compreensão, significaria que todo<br />

seu trabalho não tinha valor nenhum. Se havia uma<br />

resposta positiva, por mais incompleta que fosse,<br />

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significava que tinha acendido nos corações uma tocha<br />

que o tempo jamais poderia apagar.<br />

As multidões têm sido um importante personagem<br />

apoiador na história até esse ponto. Mas o entendimento<br />

delas acerca de Jesus é falho e obscuro. Elas pensam que<br />

Ele pode ser João Batista ou Elias ou um dos profetas do<br />

passado que ressuscitou (v. 19). A segunda pergunta é<br />

mais direta. Jesus desafia os Seus seguidores: “E vocês, o<br />

que dizem?”, perguntou. “Quem vocês dizem que eu sou?”<br />

(v. 20). Pedro, como o principal porta-voz, oferece a<br />

afirmação de que Jesus é “O Cristo de Deus” (v. 20 “O<br />

Messias de Deus”). Agora, pela primeira vez, a afirmação<br />

da identidade messiânica é feita por um de Seus<br />

seguidores.<br />

Depois que Jesus ouviu o eco da opinião do povo, Ele ouve<br />

da boca de Pedro, que fala em nome de todos os<br />

discípulos, o vigoroso testemunho de sua fé pessoal, viva<br />

e autônoma, de que eles o consideram “o Cristo de<br />

Deus”. Essa confissão de Pedro é transmitida de diversas<br />

maneiras pelos evangelhos sinóticos: Mateus escreve “Tu<br />

és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (16:16) – Marcos: “Tu<br />

és o Cristo” (8:29) – segundo Lucas, Jesus é “o Cristo<br />

de Deus” (9:20). Em João a confissão é: “Tu és o Santo<br />

de Deus” (6:69). Essas memoráveis palavras de Pedro<br />

são o centro e foco absolutos da confissão de fé. Essa<br />

confissão de Pedro fundou, nos primórdios, a igreja do<br />

Novo Testamento. O Senhor Jesus percebeu a beatitude<br />

do momento, quando viu que havia criado raízes na<br />

humanidade e conquistado uma comunidade que<br />

continuaria sendo dEle, apesar de todos os poderes do<br />

inferno. Diferentemente de muitas situações serem<br />

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narradas somente entre os sinóticos, essa confissão de fé<br />

é aparece em todos os evangelhos “o Cristo de Deus!”.<br />

A afirmação da fé de Pedro que Jesus era o Messias<br />

prometido no Antigo Testamento não se baseava em<br />

pretensões políticas da parte do Mestre, nem sobre<br />

qualquer reivindicação extravagante. O poder e a<br />

autoridade de Jesus eram autoautenticativas.<br />

A narrativa, agora, claramente passa para uma<br />

conscientização pós-confissão da identidade de Jesus (cf.<br />

1:32, 33). Daqui em diante, a experiência dos leitores<br />

concernente à história será moldada pela proclamação de<br />

Pedro (como também em Marcos 8:29; Mateus 16:16). É<br />

como se o véu fosse retirado brevemente e o mistério<br />

revelado.<br />

Como leitores somos transformados pela revelação e<br />

repentinamente lembrados das afirmações do início do<br />

Evangelho sobre a identidade de Jesus como o Cristo (2:11<br />

– “Salvador” [...] “Cristo, o Senhor”; 2:26 – “o Cristo o<br />

Senhor”; 4:41 – “Filho de Deus”). A partir dessas indicações<br />

primárias, o assunto da identidade de Jesus como Messias<br />

tem sido uma questão de rumores, proclamada por<br />

demônios, mas não implicitamente declarada.<br />

(21 – 22) Jesus advertiu severamente os Doze para que<br />

não dissessem nada sobre a revelação de Sua identidade<br />

como o Cristo. E por quê? Diferentes soluções têm sido<br />

propostas para explicar esse pedido de silêncio, a partir da<br />

perspectiva histórica. Vejamos:<br />

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“Talvez Jesus não deseje criar uma expectativa de um<br />

Messias político. Talvez Ele hesite seguir em frente em<br />

direção à proclamação com temor da falta de compreensão<br />

quanto à natureza de Sua função como o Messias sofredor”<br />

– Bock, 1994, p. 846.<br />

“A grave proibição do Senhor, de não divulgar o<br />

testemunho de fé dado por Pedro de que Jesus é o Cristo<br />

de Deus, vale apenas por um tempo limitado. Somente<br />

depois que o Senhor foi pregado à cruz a proclamação<br />

apostólica foi capaz de associar o título Cristo – o Ungido<br />

– o Messias ao nome de Jesus. Por isso, diz Riggenbach<br />

(na obra Leben Jesu, p. 318), Jesus viu-se forçado a<br />

simultaneamente revelar-se e ocultar-se, acender o fogo e<br />

abafá-lo. Uma coisa, porém, é preciosa e maravilhosa.<br />

Desde aquela hora existia uma pequena congregação em<br />

que a fé em Jesus como o Cristo constituía o centro da<br />

comunhão” – Fritz Rienecker.<br />

“O Senhor não queria ser anunciado como o líder de um<br />

movimento revolucionário. A obra da cruz tinha de<br />

preceder qualquer libertação política da nação” – Moody.<br />

Do ponto de vista da narrativa o leitor é atraído a aceitar o<br />

pronunciamento.<br />

Os leitores esclarecidos compartilham algo que somente o<br />

narrador e os personagens centrais entendem, e isso fecha<br />

um pouco mais o abismo da empatia. Nós sabemos o<br />

segredo que o público não sabe. A história da<br />

transfiguração tem uma convergência de três temas, e faz<br />

paralelo a esse texto, mas a frente esses temas são<br />

expostos na ocasião da transfiguração: (1) A revelação<br />

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progressiva da identidade de Jesus. (2) Jerusalém como o<br />

objetivo da narrativa da viagem. E (3) O sofrimento, a morte<br />

e ressurreição de Jesus. Isso age como força persuasiva<br />

sobre os leitores, compelindo-os a aceitar a declaração da<br />

identidade de Jesus. Além do mais, os leitores que já estão<br />

bem familiarizados com a história de Cristo encontram<br />

reforço no entendimento do “segredo” da identidade e da<br />

ressurreição de Jesus.<br />

A confissão de Pedro abre caminho para Jesus falar sobre<br />

o futuro e a predição de Sua morte: “É necessário que o<br />

Filho do homem sofra muitas coisas e seja rejeitado pelos<br />

líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos<br />

mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia”.<br />

“É necessário que o Filho do homem sofra [...] e no<br />

terceiro dia ressuscite”. É necessário (do grego Dei – Δεῖ)<br />

indica uma necessidade lógica. Cristo estava obrigado a<br />

cumprir o propósito de Deus revelado nas Escrituras. Este<br />

conceito aparece nas pregações da igreja primitiva (Atos<br />

2:23, 24; 13:17 – 34; 17:3; 26:22, 23). A morte de Jesus foi<br />

uma tragédia, mas não foi um acidente; pois Ele estava<br />

cumprindo o propósito de Deus na redenção.<br />

Essa extraordinária revelação é a primeira de quatro<br />

indicações da morte de Jesus no capítulo 9 (v. 22, 31, 44,<br />

45, 51 – cf. 2:34, 35; 5:35 para indicações prefiguravas de<br />

Sua morte). Em cada passagem adicional, os detalhes são<br />

revelados. O cenário composto inclui:<br />

(1) Sofrimento (v. 22a).<br />

(2) Rejeição pelos líderes religiosos (v. 22a).<br />

(3) Ser morto (v. 22b).<br />

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(4) Ressuscitar no terceiro dia (v. 22b).<br />

(5) Ser morto em Jerusalém, esse é agora o destino deles<br />

(v. 31, 51).<br />

(6) Ser “entregue nas mãos dos homens” (v. 44), e isso<br />

acontecerá em breve (v. 51).<br />

Posteriormente em Lucas, a marcha da morte irá incluir<br />

Jesus sendo entregue aos gentios, açoites, zombaria e<br />

insultos (18:31 – 34; 17:25).<br />

Por que é necessário que o Filho do homem sofra<br />

muitas coisas (v. 22)?<br />

Assim como a Sua verdadeira identidade agora foi<br />

revelada, a ideia de um Messias sofredor também entra na<br />

história pela primeira vez. Aliás, o Evangelho de Lucas não<br />

explica por que Jesus precisa sofrer. Lucas não indica,<br />

como Marcos, que isso é “dar a vida em resgate de<br />

muitos” (Marcos 10:45). Seu sofrimento foi predito pelos<br />

profetas (Lucas 18:31; 22:37: 24:27). Satanás foi cúmplice<br />

(22:3). Sua paixão é a vontade de Deus (Lucas 22:22, 42).<br />

Mas, finalmente, o sofrimento e a morte de Jesus é<br />

simplesmente um fato para Lucas: “Não devia o Cristo<br />

sofrer estas coisas, para entrar na glória?” (Lucas 24:26).<br />

Olhando adiante para os segundo volume de Lucas, em<br />

Atos dos apóstolos, a ideia da morte de Jesus está ligada<br />

ao perdão (Atos 2:36 – 38; 5:30, 31; 10:39 – 43). Ao todo,<br />

Atos enfatiza a ressurreição de Cristo como o centro<br />

teológico do evangelho (Atos 4:10; 5:30; 10:39, 40), e não<br />

a Sua crucificação. Os teólogos cristãos, de Paulo em<br />

diante lutaram com a questão do por que o Messias tinha<br />

de sofrer. Mas, essa não é uma pergunta que Lucas faz<br />

diretamente.<br />

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Talvez a chave para essa resposta interpretativa se<br />

encontre no (v. 23) “Se alguém quer vir após mim...<br />

Negue-se [...]. Dia a dia tome a sua cruz [...]. E siga-me”.<br />

Os discípulos seguiram o Mestre quando Ele os chamou<br />

da primeira vez (5:11), mas naquela ocasião eles não<br />

tinham idéia que a sua carreira terminaria com a cruz. Eles<br />

ainda pensavam em termos de conquista e poder (22:24).<br />

Este apelo foi uma advertência solene para a reavaliação<br />

do preço do discipulado. Ele (Jesus) finaliza: “Pois quem<br />

quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a<br />

vida por minha causa, este a salvará” – Lucas 9:24. O<br />

“pois” no (v. 24) refere-se a todo o (v. 23). Quando a pessoa<br />

fizer o que o (v. 23) demanda, não se dirigirá à perdição,<br />

mas alcançará a salvação.<br />

O destino intencional de Jesus para Jerusalém foi revelado<br />

indiretamente aos discípulos no (v. 22). O mesmo torna-se<br />

direto no (v. 31). A jornada agora irá dominar a narrativa<br />

até o encerramento do capítulo 19. O tema da jornada<br />

reaparece em (9:53; 13:22, 33 – 35; 17:11; 18:31 – 34;<br />

19:11, 28 e 41 – 44). Outras referências complementares<br />

sobre Jerusalém são encontradas em (10:30 e 13:4).<br />

Assim como o contexto da narrativa foi mudado pela<br />

confissão da identidade messiânica de Jesus, a mesma<br />

agora foi mudada por Sua predição de Seu sofrimento e<br />

morte, que devem acontecer em Jerusalém. Uma<br />

grandiosa luz agora ilumina a história por causa da<br />

revelação da revelação da identidade de Jesus. Mas uma<br />

sinistra sombra alternativa também é lançada pela<br />

revelação de Seu futuro sofrimento.<br />

CONCLUSÃO<br />

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Jesus começou perguntando o que diziam os homens a<br />

respeito dEle e depois, de repente, lançou-lhes a pergunta:<br />

“E vós, quem dizeis que sou?” Nunca é suficiente saber o<br />

que os outros dizem a respeito de Jesus. O povo poderia<br />

passar num exame a respeito do que foi dito e pensado a<br />

respeito de Jesus, poderia ler todos os livros sobre<br />

Cristologia que escritos em todos os idiomas da Terra, e<br />

não ser cristão. Jesus deve ser sempre nossa descoberta<br />

pessoal. Nossa religião não pode ser contada como um<br />

conto. Jesus pergunta a todos os homens, não: “Pode me<br />

dizer o que outros disseram e escreveram a respeito de<br />

mim?”, e sim: “Quem você pensa que sou eu?” Paulo não<br />

disse: “Eu sei o que tenho crido”, e sim “Sei em quem tenho<br />

crido” (2 Timóteo 1:12). O cristianismo não é recitar um<br />

credo, é conhecer uma pessoa.<br />

A pergunta de Jesus Cristo: E você? Quem você diz<br />

que Eu Sou?<br />

O SANGUE <strong>DE</strong> CRISTO<br />

“Pois a vida da carne está no sangue, porquanto é o<br />

sangue que fará expiação pela alma” – Levítico 17:11.<br />

O caminho para o santuário celestial é mediante a morte<br />

expiatória. Este é o significado funcional de Mediador da<br />

nova aliança. Isto é verdade porque a morte interveio, a<br />

morte de Jesus Cristo sobre a cruz. Uma transação foi<br />

efetuada ali a qual satisfaz inteiramente todas as<br />

exigências redentoras, e isto resulta em perdão e eterna<br />

herança. Esta nova aliança pode ser considerada como um<br />

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testamento selado com a morte daquele que o fez. Nos<br />

tempos do Antigo Testamento o sangue do sacrifício<br />

animal selava uma aliança entre os pactuantes. A morte de<br />

Cristo selou a nova aliança (“da nova aliança” – της καινης<br />

διαθηκης – tês kainês diathêkês). Acrescentou-se aqui um<br />

argumento para fortalecer o fato sob consideração. A<br />

ênfase foi posta sobre testamento (διαθηκη – diathêkê)<br />

selado pelo Sangue e pelo derramamento de Sangue. Este<br />

é o único caminho no qual uma aliança pode entrar em<br />

vigor. E esta é uma aliança melhor. Neste artigo veremos<br />

o ponto alto, que a morte de Cristo foi necessária. A morte<br />

continuamente se faz necessária, para que assim se tenha<br />

verdadeiramente vida, seja na terra (“Eu Sou a<br />

ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, mesmo que<br />

morra, viverá – João 11:25; cf. João 5:1; Romanos 5:17 –<br />

19), seja para o céu (Temos certeza de que aquele que<br />

ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos, da mesma<br />

forma nos ressuscitará com Ele e nos apresentará<br />

convosco – 2 Coríntios 4:14; cf. Romanos 8:11; 1 Coríntios<br />

15:20 – 26, 43 – 57; Filipenses 3:10, 20, 21; 1<br />

Tessalonicenses 4:14; Apocalipse 20:5; Apocalipse 21:4).<br />

Cristo nos ensinou – O grão de trigo, o mistério da vida por<br />

meio da morte. “Na verdade, na verdade vos digo que, se<br />

o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só;<br />

mas, se morrer; dá muito fruto” – João 12:24.<br />

Você sabe o que significa o sangue de Cristo? A frase<br />

“sangue de Cristo” é usada várias vezes no Novo<br />

Testamento e é a expressão da morte sacrificial e<br />

expiatória de Jesus em nosso favor, de forma substitutiva.<br />

As referências ao sangue do Salvador incluem a realidade<br />

de que Ele literalmente sangrou na cruz, mas mais<br />

significativamente que sangrou e morreu pelos pecadores.<br />

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O sangue de Cristo tem o poder de expiar por um número<br />

infinito de pecados cometidos por um número infinito de<br />

pessoas ao longo dos tempos, e todos cuja fé repousa<br />

nesse sangue serão salvos.<br />

A realidade do sangue de Cristo como meio de expiação<br />

do pecado tem a sua origem na Lei Mosaica. Uma vez por<br />

ano, o sacerdote devia fazer uma oferenda de sangue de<br />

animais no altar do templo pelos pecados do povo. “De<br />

fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas<br />

com sangue, e sem derramamento de sangue não há<br />

perdão” – Hebreus 9:22.<br />

(v. 22) Ao valer-se ao termo “quase”, o autor parece indicar<br />

que algumas coisas eram purificadas de outra forma.<br />

Indubitavelmente, frequentemente costumavam lavar-se,<br />

bem como outras coisas, como água, mas nem mesmo a<br />

água derivava dos sacrifícios seu poder de purificar, de<br />

modo que o apóstolo está certo quando diz, afinal, que sem<br />

sangue não havia remissão. Atribuía-se impureza, até que<br />

a mesma fosse expiada por meio do sangue. Como não<br />

existe pureza nem salvação fora de Cristo, assim também<br />

sem sangue nada podia ser nem puro nem salvo, visto que<br />

Cristo nunca pode ser separado do sacrifício de sua morte.<br />

Tudo o que o apóstolo pretendia dizer é que quase sempre<br />

se fazia uso desse símbolo. Mas se alguma vez a<br />

purificação não ocorresse, o problema não estava no<br />

sangue, visto que todos os ritos, de alguma forma,<br />

derivavam sua eficácia da expiação geral. O povo não era<br />

aspergido individualmente (como seria possível que uma<br />

pequena porção de sangue fosse suficiente para tão<br />

grande número?), não obstante a purificação se estendia a<br />

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todos. O termo “quase” tem a função de expressar que<br />

frequentemente se praticava essa cerimônia, que<br />

raramente a omitiam nos casos de purificação. É estranho<br />

ao propósito do apóstolo o conceito de Crisóstomo, de que<br />

se denota aqui, uma inadequação, visto que essas não<br />

passavam de meras figuras.<br />

Sem efusão de sangue não pode haver expiação do<br />

pecado, era de fato um princípio hebraico bem conhecido<br />

e estabelecido definitivamente. Assim, pois, o autor<br />

retrocede na inauguração da primeira aliança sob Moisés<br />

na ocasião em que o povo tinha aceito a Lei como condição<br />

de sua especial relação com Deus. Ali nos diz como se fez<br />

o sacrifício e como Moisés “tomou metade do sangue e o<br />

pôs em bacias; e a outra metade aspergiu sobre o altar”. E<br />

depois que leu o livro da Lei e o povo deu a entender sua<br />

aceitação “tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu<br />

sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o<br />

SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras”<br />

(Êxodo 24:1 – 8).<br />

É muito certo que a memória do autor não foi inteiramente<br />

fiel nesta evocação. Introduz bezerros, bodes, escarlate e<br />

hissopo que provêm do ritual do dia da expiação porque<br />

este dia estava tão gravado em sua mente. Fala da<br />

aspersão de um tabernáculo que naquela época ainda não<br />

tinha sido construído; mas novamente é o tabernáculo<br />

aquele que está tão gravado em sua mente. A idéia básica<br />

sublinha que não pode ocorrer purificação alguma, que não<br />

se pode ratificar uma aliança sem aspersão de sangue. Por<br />

que deve ser assim, não sabe e não lhe é perguntado. A<br />

Escritura diz que é assim e isto lhe basta para sua<br />

argumentação. A razão provável é que na estimativa do<br />

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hebreu o sangue é a vida e esta é a coisa mais preciosa do<br />

mundo. O homem deve oferecer a Deus a coisa mais<br />

preciosa da vida.<br />

A conclusão geral sobre este tema é que, de acordo com a<br />

lei, quase todas as coisas [...] se purificam com sangue. A<br />

palavra “quase” (Schedon – σχεδὸν) qualifica a declaração<br />

inteira e tem o significado de “quase se pode dizer” como<br />

se fosse uma declaração geral que se aplicava na maioria<br />

dos casos. Alguns ritos judaicos de purificação eram feitos<br />

através da água ou através do fogo, mas os mais<br />

significantes eram através de sacrifícios que envolviam o<br />

derramamento do sangue de uma vítima. Vale notar que as<br />

palavras “com sangue” (tō haimati – τῷ αἵματι) podem ser<br />

traduzidas “em sangue”, como a esfera em que a<br />

purificação é feita. Todas as coisas (panta – πάντα),<br />

embora traduza uma palavra neutra, visa incluir as pessoas<br />

bem como os objetos, os sacerdotes e a congregação<br />

igualmente. A declaração final aqui — sem derramamento<br />

de sangue não há remissão – é baseada na declaração de<br />

Levítico 17:11. Resume o propósito dos sacrifícios com<br />

sangue de acordo com a Lei. O derramamento de sangue<br />

indica a morte do animal e o derramamento cerimonial do<br />

seu sangue subentende mais do que a doação da vida. Sua<br />

eficácia reside na aplicação do sangue. Desta maneira, o<br />

escritor está edificando uma explicação da necessidade da<br />

morte de Cristo. Deve ser notado que Levítico 5:1 faz uma<br />

exceção no caso de extrema pobreza, quando, então, uma<br />

décima parte de uma efa de farinha fina é aceita como<br />

oferta pelo pecado. Mas esta é uma concessão e não anula<br />

o princípio que ainda está ali na intenção. Podemos<br />

entender perfeitamente essa exceção como a misericórdia<br />

de Deus, hoje manifestada pelo Sangue de Cristo que<br />

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continuamente purifica-nos de toda a nossa pobreza moral,<br />

e alimenta-nos para vida, pela medida de farinha (o trigo<br />

que foi moído) o pão da vida que foi partido (o Sacrifício de<br />

Cristo) por nós em oferta, pois verdadeiramente Cristo é<br />

comida e bebida.<br />

“Eu sou o pão da vida [...]. Pois a minha carne é verdadeira<br />

comida, e meu sangue é verdadeira bebida” – João 6:48,<br />

55.<br />

Entretanto, esta era uma oferta de sangue limitada em sua<br />

eficácia, por isso tinha que ser oferecida repetidamente.<br />

Este foi o prenúncio do sacrifício a ser oferecido de “uma<br />

vez por todas” por Jesus na cruz Hebreus 7:27. Uma vez<br />

que o sacrifício foi feito, não havia mais a necessidade do<br />

sangue de touros e cabras.<br />

Aqui o autor pensa ainda na suprema eficácia do sacrifício<br />

de Jesus, e começa com um vôo de pensamento que até<br />

para um escritor tão aventureiro como ele é surpreendente.<br />

Lembremos novamente seu pensamento básico. O culto<br />

deste mundo é uma pálida cópia do culto real. Neste<br />

mundo há um culto que pode brindar ao homem uma<br />

sombra da verdadeira comunhão com Deus; no mundo<br />

vindouro há um culto pelo qual o homem conhecerá<br />

realmente a Deus. Agora, o autor diz que neste mundo os<br />

sacrifícios levíticos estavam destinados a purificar os<br />

meios de culto. Por exemplo, os sacrifícios do Dia da<br />

Expiação purificavam o tabernáculo, o altar, o lugar santo;<br />

e agora ele continua dizendo que a obra de Cristo purifica<br />

não só a Terra, mas também o céu. Tem a tremenda idéia<br />

de que a obra de Cristo tem efeito tanto no céu como na<br />

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Terra. Tem-se o quadro de uma espécie de redenção<br />

cósmica que purificou todo o universo visível e invisível.<br />

Continua sublinhando de novo o modo em que a obra e o<br />

sacrifício de Cristo são supremos.<br />

(1) Jesus não entrou num lugar santo humano, feito pelo<br />

homem; entrou na presença de Deus no céu. O que Jesus<br />

nos concede não é a entrada numa igreja, mas sim a<br />

entrada à presença de Deus. Temos que pensar no<br />

cristianismo não em termos de sermos membros da Igreja,<br />

mas em termos de uma íntima comunhão com Deus.<br />

(2) Cristo entrou na presença de Deus não por si mesmo,<br />

mas por nós. Sua entrada na presença de Deus não foi<br />

para sua glória e exaltação, senão para nos abrir o<br />

caminho; para estar na própria presença de Deus e<br />

defender nossa causa. Em Cristo existe o maior paradoxo<br />

do mundo: a da maior glória e a do maior serviço ao mesmo<br />

tempo; a de alguém por quem o mundo existe e que existe<br />

para o mundo; a do Rei eterno e do eterno Servo.<br />

(3) O sacrifício de Cristo se fez e não precisa ser realizado<br />

de novo. O ritual do Dia da Expiação devia repetir-se<br />

anualmente fazendo-se expiação pelo que bloqueava o<br />

caminho a Deus. Mas o sacrifício de Cristo jamais precisa<br />

ser repetido. O caminho a Deus fica aberto para sempre e<br />

jamais pode ser fechado de novo. Os homens são sempre<br />

pecadores e o serão, mas isto não significa que Cristo deva<br />

continuar oferecendo-se a si mesmo indefinidamente. O<br />

caminho está aberto de uma vez para sempre. Podemos<br />

sobre este ponto traçar uma pálida analogia. Há coisas que<br />

só precisam ser feitas uma só vez, e um novo caminho que<br />

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nunca tem que ser fechado, permanece aberto para<br />

sempre.<br />

Tomemos o caso da técnica cirúrgica. Durante muito tempo<br />

muitas operações cirúrgicas foram impossíveis; certo dia<br />

algum cirurgião encontrou o modo de salvar as<br />

dificuldades. Desde esse momento o caminho está aberto<br />

a todos os cirurgiões; a mesma cura está ao alcance de<br />

todos os que padecem da enfermidade. De uma vez para<br />

sempre o caminho está aberto. Podemos também<br />

expressá-lo de outra maneira: Ao que Cristo fez em favor<br />

dos homens pecadores para abrir e manter aberto o<br />

caminho ao amor de Deus ninguém jamais precisará<br />

acrescentar nada.<br />

Finalmente o autor traça um paralelo entre a vida do<br />

homem e a vida de Cristo.<br />

(1) O homem morre e logo vem o juízo. Agora, para o grego<br />

isto constituía em si um sobressalto. Em geral o grego<br />

pensava que o homem morria e assim chegava a seu fim<br />

“Uma vez que a terra bebe o sangue do homem”, dizia<br />

Esquilo, “morre de uma vez para sempre e não há<br />

ressurreição”.<br />

Eurípides diz: “Não pode ser que o morto vá à luz”. “Porque<br />

a única perda é esta: que nunca o mortal volta a provar de<br />

novo; jamais a vida do homem apesar da riqueza pode ser<br />

ganha de novo”.<br />

Como Homero faz Aquiles dizer quando chega ao mundo<br />

das sombras: “Prefiro viver sobre a Terra como um<br />

assalariado, como um homem sem terra, de escassos<br />

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meios de vida, que tendo domínio sobre todos os mortos<br />

que não existem mais”.<br />

Um singelo epitáfio grego diz:<br />

“Adeus, tumba de Melite! Aqui jaz a melhor das mulheres,<br />

que amou a seu amante marido Onésimo; você foi a mais<br />

excelente, por isso ele sente saudades depois de sua<br />

morte; porque foi a melhor das esposas. Adeus também a<br />

você, mui querido esposo, somente ama a meus filhos”.<br />

Como G. Lowes Dickinson percebe, no grego, frente à<br />

morte a primeira e a última palavra deste epitáfio é “Adeus!”<br />

A morte era o fim. Quando Tácito paga tributo com uma<br />

biografia ao grande Agrícola só pode terminar com um “se”.<br />

“Se houver uma morada para os espíritos dos justos; se,<br />

como dizem os sábios, as almas não perecem com o corpo,<br />

que descanse em paz”.<br />

“Se” for à única palavra. Marco Aurélio pode dizer que<br />

quando um homem morre e sua centelha volta a perder-se<br />

em Deus tudo o que fica é “pó, cinzas, ossos e fedor”. O<br />

significativo desta passagem de Hebreus é a convicção<br />

básica de que o homem ressuscitará; esta é parte da<br />

certeza do credo cristão; e a advertência básica é que<br />

ressuscita para o juízo.<br />

(2) Com Cristo é diferente — Cristo morre, ressuscita e<br />

volta; vem não para ser julgado, senão para julgar. A Igreja<br />

primitiva jamais esqueceu a esperança na segunda vinda.<br />

Vibrava através de sua fé. Mas devemos notar algo: para o<br />

não crente tratava-se de um dia de espanto, como o<br />

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expressa Enoque quando fala do dia do Senhor<br />

escrevendo antes da vinda de Cristo: “Para todos vós que<br />

sois pecadores não há salvação, mas sim sobre todos vós<br />

sobrevirá. a destruição e a maldição”. De algum modo terá<br />

que vir a consumação. Se neste dia Cristo vier como<br />

amigo, então só pode tratar-se de um dia de glória; se vier<br />

como um estranho ou como alguém a quem consideramos<br />

inimigo, só poderá tratar-se de um dia de juízo. O homem<br />

pode olhar o fim das coisas com alvoroçada expectativa ou<br />

com um terror assustador. O que faz a diferença é a<br />

relação do coração com Cristo.<br />

O sangue de Cristo é à base da Nova Aliança. Na noite<br />

antes de ir para a cruz, Jesus ofereceu o cálice de vinho<br />

aos discípulos e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu<br />

sangue, derramado em favor de vocês” – Lucas 22:20.<br />

Derramar o vinho na taça simbolizava o sangue de Cristo<br />

que seria derramado por todos os que chegariam a crer<br />

nEle. Quando derramou o Seu sangue na cruz, Jesus<br />

acabou com a exigência da Antiga Aliança para o contínuo<br />

sacrifício de animais. Isso se deu ao fato de que esse<br />

sangue não era suficiente para cobrir os pecados do povo,<br />

exceto em caráter temporário, transitório porque o pecado<br />

contra um Deus Santo e infinito requer um sacrifício Santo<br />

e infinito. “Contudo, esses sacrifícios são uma recordação<br />

anual dos pecados, pois é impossível que o sangue de<br />

touros e bodes tire pecados” Hebreus 10:3, 4. Embora o<br />

sangue de touros e cabras tenha sido um lembrete do<br />

pecado, o precioso sangue de Cristo, um cordeiro sem<br />

mancha ou defeito (1 Pedro 1:19) pagou por completo a<br />

dívida que devíamos a Deus pelos nossos pecados, pela<br />

nossa rebelião e não precisamos de nenhum outro<br />

sacrifício pelo pecado. Jesus disse: “Tudo está<br />

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consumado” quando estava morrendo e foi exatamente<br />

isso o que quis dizer, que todo o trabalho de resgate foi<br />

concluído para sempre, “ele entrou no Santo dos Santos,<br />

uma vez por todas, e obteve eterna redenção” por nós (cf.<br />

Hebreus 9:12). (cf. NOTA).<br />

NOTA: Westcott estabelece quatro modos nos quais o<br />

sacrifício de Jesus difere dos sacrifícios de animais do<br />

antigo pacto.<br />

(1) O sacrifício de Jesus é voluntário. Um animal morre<br />

porque tem que morrer; Jesus escolheu a morte. O animal<br />

lhe é tirado à vida; Jesus deu sua vida. O sacrifício de<br />

Jesus não foi uma exigência forçada, mas sim entregou<br />

voluntariamente a vida por seus amigos.<br />

(2) O sacrifício de Jesus foi espontâneo. O sacrifício de um<br />

animal fazia-se de acordo com as prescrições e<br />

ordenanças da Lei, era inteiramente produto da Lei; o<br />

sacrifício de Jesus é inteiramente produto do amor.<br />

Pagamos a dívida a um comerciante porque devemos fazêlo,<br />

mas damos um presente aos que amamos porque<br />

desejamos fazê-lo. Não é a Lei, mas sim o amor o que está<br />

por trás do sacrifício de Jesus.<br />

(3) O sacrifício de Jesus foi racional. A vítima animal não<br />

sabia o que sucedia ou o que se fazia, não pensava nem<br />

raciocinava. Jesus sabia todo o tempo o que estava<br />

fazendo. Morreu não como vítima ignorante apanhada por<br />

circunstâncias que não controla nem entende, mas com os<br />

olhos abertos sabendo de onde vinha, aonde ia e o que<br />

estava fazendo.<br />

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(4) O sacrifício de Jesus foi moral. O sacrifício de animais<br />

era mecânico: o ritual era levado a cabo de acordo com a<br />

norma estabelecida. As engrenagens das prescrições<br />

moíam sua rotina. O sacrifício de Jesus se fez como o<br />

expressa o autor, mediante o espírito eterno. Não foi um<br />

mecanismo legal o que operou no sacrifício de Jesus, mas<br />

sim o Espírito de Deus. O que aconteceu no Calvário não<br />

foi o cumprimento automático de algum ritual, mas sim<br />

porque a vontade de Jesus obedecia à vontade divina em<br />

favor dos homens, atrás dEle não estava o mecanismo da<br />

Lei, mas sim a decisão do amor.<br />

“O sangue de Cristo não somente redime os crentes do<br />

pecado e do castigo eterno, mas purifica a consciência de<br />

atos que levam à morte, de modo que todos possam servir<br />

de forma temente ao Deus vivo”. (Hebreus 9:14).<br />

Isto significa que não só estamos agora livres de oferecer<br />

sacrifícios que são “inúteis” para obter a salvação, mas<br />

somos livres de confiar em obras inúteis e improdutivas da<br />

carne para agradar a Deus. Porque o sangue de Cristo nos<br />

redimiu, somos agora novas criaturas em Cristo (2<br />

Coríntios 5:17) e pelo Seu sangue somos libertos do<br />

pecado para servir ao Deus vivo, para glorificá-lo e<br />

desfrutá-lo para sempre.<br />

Em João 19:34, 35 Um dos soldados perfurou seu lado com<br />

uma lança, e imediatamente saiu sangue e água. Isto foi<br />

evidenciado por aquele que viu o ocorrido. Apocalipse 5:9<br />

“Com seu sangue compraste homens para Deus”.<br />

Qual é o seu preço? Pensemos por um momento. A<br />

parábola sobre carros.<br />

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Se eu colocar um carro a venda, achar que ele vale sete<br />

mil reais e receber ofertas de dois mil a nove mil reais,<br />

quanto vale meu carro?<br />

O preço da menor oferta de dois mil reais? Não. Num<br />

mercado livre, o carro vale não o valor que à pessoa<br />

oferece, mas o quanto que esta pessoa está disposta a<br />

pagar. Ou seja, o valor que a pessoa oferece ao carro, e o<br />

compra, é o valor do carro.<br />

As pessoas são “comercializadas” em um mercado<br />

espiritual e eterno. Nós não valemos o que achamos que<br />

valemos e também não temos o valor da menor oferta. Nós<br />

valemos o quanto à pessoa que oferece mais alto quer<br />

pagar. Deus é quem ofereceu o “preço” mais alto, e o<br />

“preço” da etiqueta é a Cruz. Deus olhou através das eras<br />

eternas e disse, “Eu quero aquele lá, mesmo que o preço<br />

seja exorbitante!” Nosso valor é estabelecido de uma vez<br />

por todas e nunca mudará nem diminuirá. Deus apresentou<br />

a melhor oferta e pagou o “preço” mais alto. E o que deixa<br />

esse preço exorbitante em relação ao “produto”, é que os<br />

“produtos” (os homens) são todos defeituosos fadados à<br />

destruição, e sem nenhum valor. É como se<br />

comprássemos uma dúzia de banana apodrecida no valor<br />

de um milhão de reais. Mas esse foi o nosso preço. A cruz<br />

não é um símbolo de quanto somos valiosos, mas de<br />

quanto somos depravados, maus e carentes da glória de<br />

Deus, pois custou a vida do único Filho de Deus. Jesus o<br />

Cristo.<br />

Mateus 10:29, 30 “Não se vendem dois pardais por uma<br />

moedinha? Contudo, nenhum deles cai no chão sem o<br />

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consentimento do Pai de vocês. Até os cabelos da cabeça<br />

de vocês estão todos contados. Então, não tenham medo;<br />

vocês valem mais do que muitos pardais!”. 1 Pedro 1:18,<br />

19 “Mas vocês tem que ver que vocês foram resgatados do<br />

jeito fútil do seu viver, passado através de suas tradições,<br />

não com pagamento em dinheiro desse mundo. Não, o<br />

preço na verdade foi o sangue de Cristo, o cordeiro<br />

sacrificial, sem defeito e sem mancha”.<br />

“Vocês foram redimidos por um preço tremendo” – 1<br />

Coríntios 7:23.<br />

Fomos vendidos! “Redenção” é uma palavra tomada do<br />

mercado de escravos, a idéia básica é a de se obter<br />

liberdade através do pagamento de um resgate. Isso é<br />

suficiente a você?<br />

João 19:30 “Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse:<br />

Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o<br />

espírito”.<br />

Nos comentários Bíblicos, “Tetelestai” é a palavra grega<br />

usada para a frase “está consumado”. Recibos de impostos<br />

em papiro foram encontrados com a palavra grega<br />

“Tetelestai” escrita neles, o que significa “liquidado”. [...] e<br />

cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças,<br />

e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz<br />

[...]. Colossenses 2:14.<br />

Nós somos possessão de Deus, Imagine-se vestindo uma<br />

camiseta na qual está escrito bem grande e em vermelho:<br />

“Vendido. Desculpe-nos, não estamos aceitando mais<br />

ofertas!”. Vendido para aquele que pagou mais, assim<br />

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somos nós, não podemos baratear nossa fé nem nossa<br />

vida cristã por esse mercado da fé que se encontra no seio<br />

da igreja, fomos comprados por um preço exorbitante,<br />

extravagante e infinitamente superior a tudo, e todos do<br />

universo de nossa esfera, que nenhuma, de todas as<br />

ofertas desse mundo pode comprar-nos.<br />

“Aquele que nos ama, que nos libertou de nossos pecados<br />

pelo preço de Seu sangue” – Apocalipse 1:5.<br />

Já que Jesus nos comprou com Seu sangue, devemos<br />

perceber que na realidade não temos controle sobre a<br />

nossa vida. Fomos comprados, e estamos agora sob o<br />

Senhorio de nosso novo Mestre. Você não pode servir a<br />

outros mestres somente aquele ao qual lhe comprou,<br />

entende? (1 Coríntios 7:23; Mateus 6:24; cf. Gálatas 1:10;<br />

1 Timóteo 6:17; 1 João 2:15).<br />

1 Coríntios 6:19 – 20 “Vocês não são donos de seus<br />

próprios corpos”. E em outras traduções “Vocês não são<br />

de si mesmos; vocês foram comprados por alto preço”,<br />

“Vós não sois propriedades de si mesmos; fostes<br />

comprados e pagos”.<br />

E porque fomos comprados? 1 Coríntios 6:18 – 20 “Fugi da<br />

fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é<br />

fora do corpo, mas o fornicador peca contra seu próprio<br />

corpo. Vocês não sabem que seu corpo é o templo do<br />

Espírito Santo, e que o Espírito é o dom de Deus para<br />

vocês? Vocês não pertencem a si mesmos; foram<br />

comprados por um preço. Portanto, honrem Deus em seu<br />

corpo”. [...] que se entregou por nós a fim de nos remir de<br />

toda maldade e purificar para si mesmo um povo<br />

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particularmente seu, dedicado à prática de boas obras –<br />

Tito 2:14. (cf. Efésios 1:4 – 6; 2 Timóteo 1:9, 10; Tiago 2:17,<br />

20 – 23).<br />

Apocalipse 5:9 – 10 “E eles cantavam um cântico novo: Tu<br />

és digno de receber o rolo e de abrir os seus selos, pois<br />

foste morto, e com teu sangue compraste para Deus<br />

homens de toda tribo, língua, povo e nação. Tu os<br />

constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus, e eles<br />

reinarão sobre a terra”. Efésios 1:13, 14 [...] Nele, quando<br />

vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o<br />

evangelho que os salvou, vocês foram selados com o<br />

Espírito Santo da promessa. Ele é a garantia da nossa<br />

herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus,<br />

para o louvor da sua glória.<br />

Apocalipse 12:11 declara: “Nossos irmãos ganharam<br />

vitória sobre Satanás por causa do sangue do Cordeiro, e<br />

pela verdade que proclamaram; e eles estavam dispostos<br />

a entregar suas vidas e morrer”. Romanos 14:8 “Porque,<br />

se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o<br />

Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos,<br />

somos do Senhor”. Filipenses 1:29 “Porque a vós vos foi<br />

concedido, em relação a Cristo, não somente crer nEle,<br />

como também padecer por Ele”. Você entende porque foi<br />

comprado? Não é mais para viver seus desejos, mas para<br />

viver a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.<br />

(Romanos 12:1, 2).<br />

Já que Deus nos comprou pelo sangue precioso de Cristo,<br />

Somos escravos de Deus? Uma frase responde essa<br />

pergunta: Eu pertenço a Jesus. Ele tem que ter o direito de<br />

me usar sem me consultar. Se Cristo nos comprou Ele tem<br />

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o direito de nos usar da maneira que quiser, isso é muito<br />

difícil da mente entender e processar, pois, são muitos os<br />

cristãos que reclamam dos desígnios de Deus, mas pense<br />

um pouco! Se comprarmos algo, usaremos da maneira que<br />

queremos, para Deus não pode ser diferente.<br />

Romanos 6:20 – 22 “Porque, quando éreis escravos do<br />

pecado, estáveis isentos em relação à justiça. Naquele<br />

tempo que resultados colhestes? Somente as coisas de<br />

que agora vos envergonhais; porque o fim delas é morte.<br />

Agora, porém, libertados do pecado, transformados em<br />

servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação,<br />

e por fim a vida eterna; porque o salário do pecado é a<br />

morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em<br />

Cristo Jesus nosso Senhor”.<br />

Romanos 6:23 declara: “O pecado paga seus servos: o<br />

salário é a morte. Mas Deus dá àqueles que o servem, seu<br />

dom gratuito é a vida eterna através de Jesus Cristo nosso<br />

Senhor”. Nós somos escravos que receberemos uma<br />

grande recompensa de nosso Senhor, não é incrível o que<br />

Cristo fez por nós, pagou nossa dívida e ainda nos dará a<br />

maior das recompensas, a vida eterna!<br />

Lembre-se sempre do preço, nunca esqueça. [...] sendo<br />

justificados gratuitamente por sua graça, por meio da<br />

redenção que há em Cristo Jesus. Deus o apresentou<br />

como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo Seu<br />

sangue [...]. Romanos 3:24, 25. Por isso não podemos<br />

fazer da fé algo de caráter comercial, ou imoral, como<br />

muitos fazem com, e pelo nome de Cristo. Não seja<br />

participante de movimentos que não proclamem o Cristo<br />

crucificado, sua morte, ressurreição e ascensão. Não<br />

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podemos fazer parte de movimentos que não combatam o<br />

pecado, não bradem a justiça e o juízo de Deus. A Igreja<br />

de Cristo deve ser combatente e vigilante, em muitas das<br />

igrejas que se dizem de Cristo, existe o espírito idólatra de<br />

Judas Iscariotes, que certamente é regido por Satanás (o<br />

espírito imundo do anticristo; cf. 1 João 2:18 – 25; 1 João<br />

4:1 – 6). Judas Iscariotes foi o primeiro dos discípulos a ver<br />

Cristo como uma fonte de lucro. Hoje temos muitos outros<br />

dispostos a fazer o mesmo (Lucas 22:3 – 6), e a justiça de<br />

Deus se manifestará, a Santa ira de Deus será derramada,<br />

e administração do último julgamento será por Ele, Jesus<br />

redentor e juiz dos vivos e mortos (Atos 10:42, 43). Que<br />

Judas seja o nosso maior exemplo para não entrarmos<br />

nesse evangelicalismo contemporâneo, e assim<br />

tremermos diante de Deus, nosso Pai e Senhor em<br />

obediência, e consequentemente em santificação,<br />

separados do mundo e para Deus.<br />

Colossenses 1:14 diz [...] foi Ele que comprou nossa<br />

liberdade com Seu sangue e perdoou nossos pecados. E<br />

não objetos sagrados, dízimos, livros, títulos acadêmicos e<br />

outras coisas, Jesus Cristo é a fonte de todas as<br />

maravilhas e bênçãos que rebemos pelo Pai por meio de<br />

Seus méritos infinitos. Somos salvos pela graça, e<br />

abençoados pela graça (Efésios 2:5, 8, 15 – 22; cf. Marcos<br />

11:22 – 24).<br />

Atos 2:28 diz: “E agora, cuidado! Alimentem e pastoreiem<br />

o rebanho de Deus, a igreja, que foi comprada com Seu<br />

sangue, pois, o Espírito Santo os considera responsáveis<br />

como pastores”. O apóstolo Paulo escrevendo aos Efésios<br />

1:7 diz: “Nele temos a redenção por meio de Seu sangue,<br />

o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça<br />

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de Deus”. O autor aos Hebreus 10:29 também escreve:<br />

“Então, o que acontecerá com os que desprezam o Filho<br />

de Deus, e consideram como coisa sem valor o sangue do<br />

acordo de Deus, que os purificou? E o que acontecerá com<br />

quem insulta o Espírito do Deus que o ama? Imaginem<br />

como será pior ainda o castigo que essa pessoa vai<br />

merecer!”.<br />

Somos protegidos pelo sangue? Sim!<br />

Êxodo 12:7, 12, 13 declara: “Tomarão do sangue e o porão<br />

em ambos os umbrais, e na verga da porta, nas casas em<br />

que o comerem [...]. Porque naquela noite passarei pela<br />

terra do Egito, e ferirei na terra do Egito todos os<br />

primogênitos, desde os homens até os animais; executarei<br />

juízo sobre todos os deuses do Egito: Eu sou o Senhor. O<br />

sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes:<br />

vendo eu sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós<br />

praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”.<br />

O apóstolo Paulo ratifica em Romanos 5:9 “Logo muito<br />

mais agora, sendo justificados pelo Seu sangue, seremos<br />

por Ele salvos da ira”.<br />

Fomos comprados em termos de que contrato? Um novo<br />

contrato, acordo ou pacto nos “redime” de nosso mestre<br />

anterior, de nosso contrato anterior “a Lei e o pecado”,<br />

somos livres desse contrato que foi ab-rogado por ser fraco<br />

antiquado, velho e inútil. Caducado. (Hebreus 7:18; 8:13;<br />

cf. 1 Coríntios 11:23 – 25).<br />

Êxodo 24:8 “Então tomou Moisés aquele sangue e o<br />

aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da<br />

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aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas<br />

estas palavras”. Jeremias 31:31, 34 “Eis ai vem dias, diz o<br />

Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel [...].<br />

Pois perdoarei as suas iniquidades, e dos seus pecados<br />

jamais me lembrarei”. Isaías 53:5 [...] Ele foi transpassado<br />

pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas<br />

iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele,<br />

e pelas suas pisaduras fomos sarados. O apóstolo Pedro<br />

continua: 1 Pedro 2:24, 25 “Ele mesmo levou em Seu corpo<br />

os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que<br />

morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a<br />

justiça; por Suas feridas vocês foram curados. Pois vocês<br />

eram como ovelhas desgarradas, mas agora se<br />

converteram ao Pastor e Bispo de suas almas”.<br />

Hebreus 8:13 declara: “Chamando nova esta aliança, Ele<br />

tornou antiquada a primeira; e o que se torna antiquado e<br />

envelhecido, está a ponto de desaparecer”.<br />

“O amado Filho se fez maldito, para que os malditos<br />

fossem feitos filhos amados”.<br />

O sangue purificador, Hebreus 9:15 – 22 declara: “Cristo é,<br />

consequentemente, o administrador de um acordo<br />

totalmente novo, tendo o poder, pela virtude da Sua morte,<br />

para redimir as transgressões cometidas sob o primeiro<br />

acordo [...]. Pois, assim como no caso de um testamento,<br />

o acordo é valido somente após a morte. Enquanto o<br />

testador (a pessoa a quem se refere o testamento) viver, o<br />

testamento não tem poder legal. E, na verdade, vemos que<br />

mesmo o primeiro acordo do testamento de Deus foi<br />

sancionado com o derramamento de sangue [...]. Este é o<br />

sangue do acordo que Deus fez com vocês. E vocês verão<br />

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que na Lei quase todas as coisas são purificadas por meio<br />

de sangue, isto está implícito em vários lugares; Sem<br />

derramamento de sangue não há remissão de pecado”.<br />

Temos Vida no sangue de Cristo, Levíticos 17:11 “Pois a<br />

vida da carne está no sangue; porquanto é o sangue que<br />

fará expiação pela alma”.<br />

O que é mais real e permanente: o mundo que vemos ou o<br />

mundo espiritual?<br />

Qual é o mistério do qual participamos? Que verdade está<br />

sendo revelada nos elementos da Comunhão (Ceia)?<br />

Devemos pensar nisso não uma vez no mês como se<br />

acontece atualmente, mas em cada segundo de nossas<br />

vidas. João 6:41 – 60 declara: “Com isso, os judeus<br />

começaram a murmurar contra Ele [...]. Não é este Jesus,<br />

o filho de José, cujos os pais conhecemos? Como Ele pode<br />

dizer, Eu desci do céu? Jesus respondeu e disse, Eu<br />

mesmo Sou o pão da vida. Seus pais comeram maná no<br />

deserto, E eles morreram! [...]. O pão que dou a vocês é o<br />

meu próprio corpo e eu o darei pela vida do mundo<br />

(Homens)”. Isto levou os judeus a discutir acirradamente e<br />

alguns deles disseram: Como pode esse homem nos dar<br />

seu corpo para o comermos? Então Jesus lhes disse: A<br />

não ser que vocês comam o corpo do Filho do Homem e<br />

bebam Seu sangue, eu asseguro que vocês não têm vida.<br />

O homem que comer o meu corpo e beber meu sangue tem<br />

vida eterna e eu o ressuscitarei quando o último dia vier.<br />

“Pois, o meu corpo é verdadeira comida e meu sangue é<br />

verdadeira bebida”. Muitos de seus discípulos ouviram<br />

dizer estas coisas e comentaram, “Este ensinamento é<br />

muito duro; quem pode aceitá-lo?”. “Bebam isso, todos<br />

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vocês, pois é o meu sangue, o sangue do novo acordo<br />

derramado para libertar muitos de seus pecados” (Mateus<br />

26:27, 28). Nos evangelhos de Marcos e Lucas (sinóticos),<br />

respectivamente 14:24; 22:20: “Jesus disse: Este é meu<br />

sangue que é derramado para muitos, meu sangue que<br />

sela a aliança de Deus – Este cálice é a nova aliança<br />

ratificada pelo meu sangue, que está sendo derramado por<br />

vocês”. (cf. 1 Coríntios 11:25; 1 Coríntios 10:16).<br />

O sangue nos leva para perto de Deus, Colossenses 1:19<br />

– 23 “Pois foi do agrado de Deus que nEle habitasse toda<br />

a plenitude, e por meio dEle reconciliasse consigo todas as<br />

coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão no<br />

céu, estabelecendo a paz pelo Seu sangue derramado na<br />

cruz”. Antes vocês estavam separados de Deus e, em suas<br />

mentes, eram inimigos por causa do mau procedimento de<br />

vocês. Mas agora Ele os reconciliou pelo corpo físico de<br />

Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dEle<br />

santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação, desde<br />

que continuem alicerçados e firmes na fé, sem se deixar<br />

afastar da esperança do evangelho. Este é o evangelho<br />

que vocês ouviram e que tem sido proclamado a todos os<br />

que estão debaixo do céu, do qual eu, Paulo, me tornei<br />

ministro.<br />

O Novo Testamento. Hebreus 9:12 declara o fundamento<br />

eterno “Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas<br />

pelo Seu próprio sangue entrou no Santo dos Santos, uma<br />

vez por todas, e obteve eterna redenção”. (v. 14) Quanto<br />

mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno<br />

se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa<br />

consciência de atos que levam à morte, de modo que<br />

possamos servir ao Deus vivo.<br />

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Jó 33:29 diz: “Deus redimiu a minha alma de ir para a cova;<br />

e a minha vida verá a luz”. O apóstolo João em sua primeira<br />

epístola (1:7) declara: “Se, porém, andarmos na luz, como<br />

Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o<br />

Sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado”.<br />

(cf. Hebreus 10:22; Efésios 2:13; Hebreus 12:23, 24).<br />

CONCLUSÃO<br />

Glorificado seja a Deus por toda a eternidade, e que o Seu<br />

nome seja santificado e honrado sobre a terra como é<br />

honrado e santificado no céu, por Ele ter dado, oferecido<br />

aos homens o Seu único Filho, que é digno de toda a<br />

adoração, para assim, louvarmos ao Deus Trino por toda<br />

nossa vida durante a terra e pela eternidade, por um amor<br />

imensurável, inefável e que em conjunto fez-se obra em<br />

nosso favor, e por isso somos vivos e agraciados sem<br />

merecermos tão grande favor, agora verdadeiramente<br />

temos vida, e gozaremos de uma vida abundante ligados a<br />

Deus, e como amigos de Deus, como digo, que cada mexer<br />

de dedos, cada sorriso e cada lágrima, cada ação e reação<br />

de nossas vidas seja para glória de nosso Senhor Jesus<br />

Cristo. Porque dEle, e por Ele, e para Ele são todas as<br />

coisas – glória, glória, glória, pois, a Ele eternamente.<br />

Amém! Obrigado Jesus Cristo, por ter derramado o Seu<br />

sangue real por mim, um mísero pecador e um desprezível<br />

homem, convertido por Seu poder, e lutando por Seu poder<br />

pela conversão de uma carne pagã. Que Deus nos ajude<br />

pelo sangue de Seu Filho amado, a saber, o Cordeiro<br />

imolado e imaculado de Deus que tirou o pecado do mundo<br />

(dos homens). Amém.<br />

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CRISTO – O VERDA<strong>DE</strong>IRO EVANGELHO<br />

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo<br />

do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo<br />

qual devamos ser salvos [...]. Porque há um só Deus e um<br />

só Mediador entre Deus e o ser humano, Cristo Jesus,<br />

homem” – Atos 4:12; 1 Timóteo 2:15.<br />

O verdadeiro evangelho é a boa notícia de que Deus salva<br />

pecadores. O homem é por natureza pecador e separado<br />

de Deus, sem qualquer esperança de reparar essa<br />

situação. Entretanto, Deus providenciou o meio da<br />

redenção do homem na morte, sepultamento e<br />

ressurreição do salvador, Jesus Cristo.<br />

A palavra “evangelho” (euangeliō – εὐαγγελίῳ) significa<br />

literalmente “boas novas”; as boas novas da salvação<br />

através de Cristo; a proclamação da graça de Deus<br />

manifesta e garantida em Cristo. Entretanto, para<br />

realmente compreender quão boas essas novas são,<br />

devemos primeiramente compreender a má notícia. Como<br />

resultado da queda do homem no Jardim do Éden (Gênesis<br />

3:6), toda parte da mente do homem, sua vontade,<br />

emoções e carne, tem sido corrompido pelo pecado, o<br />

homem em sua extensão é totalmente depravado,<br />

nascendo inimigo de Deus, quebrando assim todas as<br />

Suas leis, e por esse motivo o homem nunca buscaria a<br />

Deus (Efésios 2:3; Romanos 3:23). Devido à queda, o<br />

homem é incapaz de, por si mesmo, crer de modo salvador<br />

no Evangelho. O pecador está morto, cego e surdo para as<br />

coisas de Deus. Seu coração é enganoso e<br />

desesperadamente corrupto. Sua vontade não é livre, pois<br />

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está escravizada à sua natureza má, por isso ele não irá –<br />

e não poderá jamais – escolher o bem e não o mal em<br />

assuntos espirituais. Por conseguinte, é preciso mais do<br />

que simples assistência do Espírito para se trazer um<br />

pecador a Cristo. É preciso a regeneração, pela qual o<br />

Espírito vivifica o pecador e lhe dá uma nova natureza. “A<br />

fé não é algo que o homem dá (contribui) para a salvação,<br />

mas é ela própria parte do dom divino da salvação. É o dom<br />

de Deus para o pecador e não o dom do pecador para<br />

Deus”. (cf. Salmos 51:5; Jeremias 13:23; Romanos 3:10 –<br />

12; 7:18; 1 Coríntios 2:14; Efésios 1:3 – 12; Colossenses<br />

2:11 – 13).<br />

Nós não estamos prontos para ouvir o evangelho até<br />

primeiro entender a acusação contra a humanidade, que<br />

vem até nós mesmos, culpando-nos diante de Deus. A<br />

visão da humanidade que vemos em Romanos 3:10 – 20<br />

está em rota de colisão, com tudo a nossa cultura nos diz<br />

sobre a nossa condição natural, não real. As pessoas hoje<br />

discordam profundamente com a avaliação do apóstolo<br />

Paulo acerca de nossa condição, mas não devemos nos<br />

prender ao que nós como pessoas caídas pensamos de<br />

nós mesmos. O que importa é a avaliação de nossa<br />

condição em relação à santidade de Deus, pois os nossos<br />

corações são corruptos e enganosos. “Enganoso é o<br />

coração, mais do que todas as coisas, e<br />

desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” –<br />

Jeremias 17:9.<br />

Romanos 3:19 – 26: Aqui nos deparamos outra vez com<br />

uma passagem não muito fácil de entender, mas muito rica<br />

em conteúdo quando se compreende seu verdadeiro<br />

significado.<br />

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Vejamos se podemos chegar à verdade básica escondida<br />

nele.<br />

O supremo problema da vida é: Como pode entrar o<br />

homem em uma relação correta com Deus? Como pode<br />

sentir-se em paz, tranquilo, à vontade com Deus? Como<br />

pode o homem escapar ao sentimento de alienação e<br />

medo na presença de Deus? A religião mais antiga, a<br />

religião do judaísmo, respondia: “Um homem pode<br />

alcançar a relação justa com Deus seguindo ao pé da letra<br />

o que diz a Lei. Se cumprir todas as obras da Lei, chegará<br />

a estar bem com Deus”. Mas dizer isso é o mesmo que<br />

dizer que o homem não tem possibilidade de alcançar a<br />

relação justa com Deus. Ninguém poderá nunca guardar<br />

cada um dos mandamentos da Lei. Simplesmente porque<br />

o homem é uma criatura imperfeita não pode alcançar uma<br />

obediência perfeita. Ninguém poderá jamais ser capaz de<br />

prestar um serviço perfeito à infinita perfeição de Deus.<br />

Então do que serve a Lei? A Lei serve para que o homem<br />

se dê conta do pecado. Somente quando o homem sabe o<br />

que tem que fazer, pode dar-se conta de que não o está<br />

fazendo. Só quando o homem conhece a Lei e tenta<br />

cumpri-la se dá conta de que não a está cumprindo. A Lei<br />

tem a finalidade de demonstrar ao homem sua<br />

pecaminosidade e sua fraqueza. Está, então, o homem<br />

alienado de Deus? Longe disso. Porque o caminho a Deus<br />

não é o caminho da Lei, mas o caminho da graça. Não é o<br />

caminho das obras, mas o caminho da fé.<br />

Para esclarecer o que quer dizer, Paulo utiliza três<br />

metáforas:<br />

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(1) Usa a metáfora do “tribunal”, que é a metáfora que nós<br />

chamamos justificação. Lembremos novamente que o<br />

problema é como pode o homem entrar em uma relação<br />

justa com Deus? Esta metáfora entende que o homem está<br />

em juízo perante Deus.<br />

A palavra grega que se traduz como justificar é “dikaioun –<br />

δικαιοῦν”. Todos os verbos gregos que terminam em (oun<br />

– οῦν) significam não fazer algo a alguém, mas tentar,<br />

julgar, ter em conta a alguém como algo. Se um homem se<br />

apresentar perante um juiz, e esse homem é inocente,<br />

então tratá-lo como inocente é absolvê-lo. Mas quanto a<br />

Deus e o homem, o fato é que quando o homem se<br />

apresenta perante Deus, é qualquer coisa menos inocente,<br />

é completamente culpado, e, no entanto, Deus com sua<br />

assombrosa misericórdia, trata-o, julga-o e o considera<br />

como se fosse inocente. Isto é o que significa a justificação.<br />

Quando Paulo diz “Deus justifica o ímpio”, quer dizer que<br />

Deus com sua incrível misericórdia trata o ímpio como se<br />

fosse um homem bom. Isto é o que alarmou os judeus no<br />

mais íntimo de seu ser. Para eles tratar a um homem mau<br />

como se fosse bom, apontava o juiz como corrupto. “O que<br />

justifica o ímpio e o que condena o justo abomináveis são<br />

para o SENHOR, tanto um como o outro” – Provérbios<br />

17:15. “Porque não justificarei o ímpio” (Êxodo 23:7). Mas<br />

Paulo diz que isto é precisamente o que Deus faz.<br />

Mas como posso eu saber como é Deus? Eu sei que Deus<br />

é assim porque Jesus o disse. Jesus veio para nos dizer<br />

que Deus nos ama apesar do ímpio que somos. Veio para<br />

nos dizer que pode ser que sejamos pecadores — somos<br />

pecadores — mas Deus apesar disso nos estima. Agora<br />

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tenhamos em conta que quando o descobrimos, e cremos,<br />

isso muda toda nossa relação com Deus. Estamos<br />

conscientes de nosso pecado, mas não persiste o temor,<br />

já não estamos alienados, arrependidos e entristecidos nos<br />

aproximamos a Deus, como um menino arrependido volta<br />

para sua mãe, e sabemos que o Deus a quem nos<br />

aproximamos é amor. Isto é o que significa a justificação<br />

pela fé em Jesus Cristo. Significa que estamos em uma<br />

justa relação com Deus, porque cremos de todo coração<br />

que o que Jesus Cristo disse a respeito de Deus é verdade.<br />

Já não somos mais estrangeiros temerosos de um Deus<br />

zangado. Somos filhos, filhos desencaminhados, que<br />

confiam no amor de seu Pai para alcançar o perdão. E<br />

nunca teríamos sabido isso se Jesus não tivesse vindo<br />

viver e morrer para nos dizer isso. Só sabemos quando<br />

temos absoluta confiança em que o que Jesus disse a<br />

respeito de Deus é verdade.<br />

(2) Paulo utiliza a metáfora do sacrifício. Diz de Jesus<br />

Cristo que Deus o apresentou como alguém que pode obter<br />

o perdão de nossos pecados. A palavra que Paulo usa para<br />

descrever a Jesus Cristo é a palavra grega “hilastērion –<br />

ἱλαστήριον”. A palavra provém do verbo grego que denota<br />

conciliar, literalmente significa uma conciliação ou<br />

expiação, é obter o aplacamento ou poder expiatório; em<br />

suma é a forma de conciliação ou expiação. É um verbo<br />

que tem que ver com o sacrifício.<br />

Sob o velho sistema, quando alguém quebrantava a Lei,<br />

levava a Deus um sacrifício. Sua finalidade era que o<br />

sacrifício fizesse Deus propício e afastasse assim a ira de<br />

Deus, que o sacrifício desviasse o castigo que devia cair<br />

sobre ele. Para expressá-lo de outra maneira: um homem<br />

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pecava, esse pecado o colocava em uma relação incorreta<br />

com Deus e para poder chegar a uma nova relação justa<br />

com Deus oferecia seu sacrifício. Mas toda a experiência<br />

do homem ao sacrificar animais demonstrou sua<br />

inutilidade. “Pois não te comprazes em sacrifícios; do<br />

contrário, eu os daria; e não te agradas de holocaustos”<br />

(Salmos 51:16). “Com que me apresentarei ao SENHOR e<br />

me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante Ele com<br />

holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o<br />

SENHOR de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de<br />

azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão,<br />

o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma?”<br />

(Miquéias 6:6, 7). Instintivamente os homens sentiam que<br />

uma vez que tinham pecado, o aparato do sacrifício<br />

terrestre não podia corrigir o engano. De modo que Paulo<br />

diz: “Jesus Cristo, por Sua vida de obediência e Sua morte<br />

de amor, fez o único sacrifício a Deus válido para apagar o<br />

pecado”. Paulo insiste em que o que aconteceu na cruz<br />

abre a porta de volta à justa relação com Deus, uma porta<br />

que nenhum outro sacrifício é capaz de realizar.<br />

(3) Paulo utiliza a metáfora da escravidão. Fala da<br />

libertação operada através de Jesus Cristo. A palavra é<br />

“apolytrōseōs – ἀπολυτρώσεως”, que significa resgate,<br />

redenção, libertação. Isto quer dizer que o homem estava<br />

no poder, nas garras, sob o domínio do pecado, e do qual<br />

somente Jesus Cristo pode libertá-lo.<br />

Finalmente, Paulo diz que Deus fez tudo isto porque é<br />

justo, e aceita como justos a todos aqueles que crêem em<br />

Jesus. Em toda sua vida, Paulo nunca disse nada mais<br />

surpreendente que isto. Bengel o chamou “o paradoxo<br />

supremo do evangelho”.<br />

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Pensemos no que significa.<br />

Significa que Deus é justo e aceita o pecador como um<br />

homem justo. O natural, o inevitável, seria dizer: “Deus é<br />

justo, e portanto, condena o pecador como criminoso”. Mas<br />

aqui nos encontramos com o grande e precioso paradoxo<br />

— Deus é justo, mas de algum modo, com essa graça<br />

incrível e milagrosa que Jesus veio a nos trazer, Ele aceita<br />

o pecador, não como um criminoso, mas sim como um filho<br />

a quem ainda ama. Mas qual é a essência de tudo isto?<br />

Onde está a diferença entre tudo isto e a forma de proceder<br />

da Lei antiga? Basicamente a diferença consiste nisto: o<br />

caminho da obediência à Lei tem que ver com o que o<br />

homem pode fazer por si mesmo, o caminho da graça tem<br />

que ver com o que Deus fez e pode fazer pelo homem.<br />

Paulo está insistindo em que nada do que nós possamos<br />

fazer pode ganhar o perdão de Deus, somente o que Deus<br />

fez por nós pode obtê-lo, portanto, o caminho à relação<br />

justa com Deus reside não em uma frenética e<br />

desesperada inútil tentativa de obter a absolvição por<br />

nossas obras, reside na aceitação humilde e contrita do<br />

amor e da graça que Deus nos oferece em Jesus Cristo.<br />

E Por causa da natureza pecaminosa do homem, ele não<br />

pode buscar a Deus e não o faz. Ele não tem nenhum<br />

desejo de vir a Deus e, de fato, sua mente é hostil para com<br />

Ele (Romanos 8:7). Deus declarou que o pecado do<br />

homem o condena a uma eternidade no inferno, separado<br />

de Deus. É no inferno que o homem paga a penalidade do<br />

pecado contra um Deus Santo e Justo. Isso realmente seria<br />

uma má notícia se não houvesse solução.<br />

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Nesta passagem (Romanos 8:6, 7), Paulo traça um<br />

contraste entre dois tipos de vida.<br />

“A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do<br />

Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de<br />

Deus porque não se submete à lei de Deus, nem pode<br />

fazê-lo”.<br />

(1) Existe a vida dominada pela natureza humana<br />

pecaminosa. A vida cujo foco e centro é o eu, a vida<br />

absorvida pelas coisas que fascinam a natureza humana<br />

pecaminosa, a vida cuja única lei são os seus próprios<br />

desejos, a vida que toma o que quer onde quer. Em<br />

diferentes pessoas esta vida será descrita de diferentes<br />

maneiras. Pode estar dominada pela paixão, ou pela<br />

luxúria, ou pelo orgulho, ou pela ambição. Sua<br />

característica é sua absorção pelas coisas sobre as quais<br />

a natureza humana sem Deus põe o seu coração.<br />

(2) Existe a vida dominada pelo Espírito de Deus. No<br />

coração do homem está o Espírito. Assim como vive no ar,<br />

vive em Cristo, nunca separado dEle. Como respira o ar, e<br />

o ar o enche, assim o cheia Cristo. Não tem uma mente<br />

própria. Cristo é Sua mente. Não tem desejos próprios, a<br />

vontade de Cristo é Sua única lei. Está dominado pelo<br />

Espírito, dominado por Cristo, focalizado em Deus.<br />

Estas duas vidas partem em direções diametralmente<br />

opostas. A vida dominada pelos desejos e pelas atividades<br />

da natureza humana<br />

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Como podemos explicar a depravação total, e a<br />

culpabilidade do pecado original no ser humano, até que<br />

ponto o pecado adâmico nos alcançou?<br />

PECADO ORIGINAL<br />

(1) O pecado original não se refere ao primeiro pecado; ao<br />

invés disso, se refere às consequências do primeiro<br />

pecado na raça humana.<br />

(2) Como resultado do primeiro pecado, toda a raça<br />

humana caiu, e por causa disso, a natureza humana por<br />

completo é influenciada pelo poder do pecado.<br />

(3) O pecado original tem a ver com a natureza caída do<br />

homem.<br />

(4) Por causa da queda, não somos pecadores porque<br />

pecamos, pecamos porque somos pecadores.<br />

A <strong>DE</strong>FINIÇÃO <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>PRAVAÇÃO TOTAL<br />

(1) Depravação total não significa depravação absoluta;<br />

não significa que todo ser humano é tão mau quanto<br />

poderia ser.<br />

(2) Depravação total significa que a queda é tão séria que<br />

afeta a pessoa por inteiro — corpo, mente e vontade.<br />

(3) A pessoa por inteiro foi infectada e corrompida pelo<br />

poder do pecado.<br />

(4) A controvérsia se centraliza no grau de corrupção.<br />

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CORRUPÇÃO RADICAL<br />

(1) Um termo melhor do que depravação total é corrupção<br />

radical.<br />

(2) A maioria das pessoas acredita que o homem é<br />

basicamente bom e que o pecado é periférico à sua<br />

natureza.<br />

(3) A visão reformada é que a queda penetra no âmago do<br />

homem — seu coração.<br />

(4) Portanto, o que é necessário para o homem ser<br />

conformado à imagem de Cristo não é simplesmente algum<br />

pequeno ajuste ou modificação de comportamento, mas<br />

nada menos que renovação a partir de dentro —<br />

regeneração pelo Espírito Santo.<br />

(5) A única maneira de escapar dessa corrupção radical é<br />

se o Espírito Santo mudar o âmago do homem.<br />

(6) Deve-se lembrar de que até mesmo a regeneração não<br />

vence o pecado instantaneamente.<br />

(7) A erradicação total e final do pecado aguarda nossa<br />

glorificação no céu.<br />

Entretanto, no evangelho, Deus, em Sua misericórdia, tem<br />

proporcionado essa solução, um substituto para nós, Jesus<br />

Cristo o qual veio para pagar a pena pelos nossos pecados<br />

através do Seu Sacrifício na Cruz. Esta é a essência do<br />

evangelho que Paulo pregou aos Coríntios. Em 1 Coríntios<br />

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15:2 – 4, ele explica os três elementos do evangelho a<br />

morte, sepultamento e ressurreição de Cristo em nosso<br />

favor. A nossa velha natureza morreu com Cristo na cruz e<br />

foi enterrada com Ele. Fomos então ressuscitados com Ele<br />

para uma nova vida (Romanos 6:4 – 8). Paulo nos diz para<br />

“nos apegar firmemente” a este verdadeiro evangelho, o<br />

único que salva. Acreditar em outro evangelho é crer em<br />

vão. Em Romanos 1:16, 17, Paulo também declara que o<br />

verdadeiro evangelho é o “poder de Deus para a salvação<br />

de todo aquele que crê”, o que quer dizer que a salvação<br />

não é alcançada pelos esforços do homem, mas pela graça<br />

de Deus através do dom da fé (Efésios 2:8, 9).<br />

Por causa do evangelho, através do poder de Deus,<br />

aqueles que creem em Cristo (Romanos 10:9) não são<br />

apenas salvos do inferno. De fato, recebemos uma<br />

natureza completamente nova (2 Coríntios 5:17) com um<br />

coração mudado e um novo desejo, vontade, atitude que<br />

se manifestam em boas obras. Este é o fruto que o Espírito<br />

Santo produz em nós pelo Seu poder. As obras nunca são<br />

o meio de salvação, mas são a prova, são evidências de<br />

uma fé que procede e nasce do ventre das escrituras<br />

(Efésios 2:10). Aqueles que são salvos pelo poder de Deus<br />

sempre mostrarão a evidência da salvação através de uma<br />

vida transformada, e por sua vez santificada do mundo.<br />

E como acontece essa atuação da graça de Deus, em<br />

nossa salvação?<br />

A INICIATIVA DIVINA<br />

(1) Antes que uma pessoa venha a Cristo, Deus trabalha<br />

unilateralmente, monergisticamente, independentemente e<br />

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soberanamente, mudando a alma do pecador, que está por<br />

natureza morto em pecado e moralmente incapaz de<br />

ressuscitar a si mesmo. (Efésios 2:1).<br />

(2) Deus tem que dar à pessoa nova vida espiritual antes<br />

que tal pessoa tenha o poder de vir a Cristo.<br />

REGENERAÇÃO MONERGÍSTICA<br />

(1) Regeneração é uma obra que pertence apenas a Deus.<br />

(2) Tal obra repousa sobre a graça somente, e não há nada<br />

que um homem possa fazer para conquistá-la ou merecêla.<br />

(3) Jesus diz em João 6:63 – 69: “Ninguém poderá vir a<br />

mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido”.<br />

(4) “Ninguém” é uma proposição negativa universal (oudeis<br />

– οὐδεὶς) — diz algo negativo sobre todos.<br />

(5) “Poderá” significa habilidade ou capacidade — ninguém<br />

tem a habilidade ou a capacidade de realizar a tarefa em<br />

questão.<br />

(6) “Vir a mim” significa abraçar a Cristo na fé — é isso que<br />

ninguém tem a habilidade ou a capacidade de fazer.<br />

(7) “Se [...] não” aponta para uma condição necessária que<br />

deve ser atendida antes que uma situação desejada seja<br />

realizada.<br />

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(8) “Pelo Pai não lhe for concedido” é a condição<br />

necessária — Deus tem que capacitar uma pessoa a vir a<br />

Cristo.<br />

(9) O homem perdeu a habilidade natural de vir a Cristo.<br />

E porque não temos livre-arbítrio, e porque não<br />

conseguimos ir até Cristo?<br />

A ESCRAVIDÃO DO ARBÍTRIO<br />

(1) O homem ainda faz escolhas, mas apenas de acordo<br />

com seus desejos.<br />

(2) A própria essência da liberdade é a habilidade de<br />

escolher de acordo com nossos desejos.<br />

(3) O problema é a escravidão moral.<br />

(4) Somos escravos aos nossos próprios desejos.<br />

(5) Por natureza não temos desejo por Cristo ou pelas<br />

coisas de Deus.<br />

(6) Nós livremente rejeitamos a Deus, a menos que Deus<br />

mude os desejos de nossos corações.<br />

CRISTO O ÚNICO CAMINHO PARA O CÉU<br />

SOU BASICAMENTE UMA BOA PESSOA, ENTÃO VOU<br />

PARA O CÉU?<br />

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“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida;<br />

ninguém vem ao Pai, senão por mim”.<br />

“Sou basicamente uma boa pessoa, então vou para o Céu”<br />

“Ok? Então, eu faço algumas coisas ruins, mas faço mais<br />

coisas boas, então vou para o Céu”, “Deus não vai me<br />

enviar para o inferno só porque não vivo de acordo com a<br />

Bíblia. Os tempos mudaram!”, “Apenas pessoas realmente<br />

más como molestadores de crianças, Salteadores<br />

(Ladrões) e assassinos vão para o inferno”, “Acredito em<br />

Deus, apenas o sigo do meu próprio jeito. Todos os<br />

caminhos levam a Deus”.<br />

“Não meu amigo (a)! Nem todos os caminhos levam a<br />

Roma”.<br />

Todas estas são conclusões comuns entre a maioria das<br />

pessoas, mas a verdade é que são todas mentiras.<br />

Satanás, o qual tem poder sobre o mundo, planta estes<br />

pensamentos nas nossas mentes. Ele, e qualquer um que<br />

siga os seus caminhos, é um inimigo de Deus (1 Pedro<br />

5:8). Satanás sempre se disfarça como bom (2 Coríntios<br />

11:14), mas tem controle sobre todas as mentes que não<br />

pertencem a Deus. “[...] (Satanás), o deus deste século<br />

cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não<br />

resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual<br />

é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4:4).<br />

É uma mentira acreditar que Deus não se importa com<br />

pecados menores e que o inferno é destinado às “pessoas<br />

más”. Todo pecado nos separa de Deus, mesmo uma<br />

“pequena mentirinha”. Todos pecaram e ninguém é bom o<br />

suficiente para ir ao céu por sua própria conta (Romanos<br />

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3:23; Efésios 2:1 – 3). Entrar no céu não se baseia no<br />

nosso bem superar o nosso mal, todos perderíamos se<br />

este fosse o caso. “E, se é pela graça, já não é pelas obras;<br />

do contrário, a graça já não é graça” – Romanos 11:6. Não<br />

há nada bom que possamos fazer para ganhar a nossa<br />

entrada no céu (Tito 3:5; Isaías 64:6, Romanos 3:9 – 31).<br />

“Entrai pela porta estreita: Porque larga é a porta, e<br />

espaçoso o caminho que conduz para a perdição, e são<br />

muitos os que entram por ela” – Mateus 7:13. Mesmo que<br />

todo mundo esteja vivendo uma vida de pecado, e crer em<br />

Deus não seja popular, Deus não vai perdoar isto. “(...) nos<br />

quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo,<br />

segundo o príncipe da potestade do ar, o espírito que agora<br />

atua nos filhos da desobediência” – Efésios 2:2. Não se<br />

engane, pois, aquele que “não crer já está condenado ao<br />

inferno” (cf. Marcos 16:16; João 3:3, 18).<br />

Quando Deus criou o mundo, este era perfeito. Tudo era<br />

bom. Então ele fez Adão e Eva, e deu-lhes o Seu próprio<br />

livre-arbítrio, de forma que teriam a escolha de seguir e<br />

obedecer a Deus ou não. No entanto, Adão e Eva, as<br />

primeiras pessoas que Deus fez, foram tentados por<br />

Satanás a desobedecer a Deus, e eles pecaram. Isto os<br />

impediu (e a todos os que vieram depois deles, incluindo a<br />

nós) de ter uma relação íntima com Deus, como já<br />

mencionado. Ele é perfeito e não pode estar no meio do<br />

pecado. Como pecadores, nós não poderíamos chegar lá<br />

pela nossa própria vontade. Então, Deus criou uma forma<br />

pela qual poderíamos estar unidos com Ele no Céu.<br />

Ratifico a única forma, fonte e meio de salvação.<br />

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“Porque Deus amou ao mundo (homens que estão no<br />

mundo, não todos) de tal maneira que deu seu Filho<br />

unigênito, para que todo que nele crê não pereça, mas<br />

tenha a vida eterna” (João 3:16). “Porque o salário do<br />

pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida<br />

eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:23).<br />

Jesus nasceu para que pudesse nos ensinar o caminho e<br />

morreu por nossos pecados para que não o tivéssemos de<br />

fazer. Três dias após a Sua morte, Ele ressuscitou do<br />

sepulcro, e todos os que creem são justificados diante de<br />

Deus em Sua morte e ressurreição (Romanos 4:25),<br />

provando ser vitorioso sobre a morte. Ele completou o<br />

caminho entre Deus e o homem para que este pudesse ter<br />

uma relação pessoal com Ele, precisando apenas<br />

acreditar.<br />

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus<br />

verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” – João 17:3.<br />

A maioria das pessoas acredita em Deus, até Satanás e os<br />

demônios acreditam (Tiago 2:19). Entretanto, para receber<br />

a salvação, é preciso se voltar para Deus, formar uma<br />

relação pessoal com Ele, voltar-se contra os nossos<br />

pecados e seguir a Ele. Devemos acreditar em Jesus com<br />

tudo o que temos e em tudo o que fazemos. “Justiça de<br />

Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos os que<br />

creem; porque não há distinção” – Romanos 3:22. A Bíblia<br />

nos ensina que não há outro caminho para salvação a não<br />

ser através de Cristo. Jesus diz em João 14:6: “Eu sou o<br />

caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão<br />

por mim”.<br />

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“Deus não reconhece nenhuma fé que não nasça do<br />

ventre das escrituras”.<br />

Jesus é o único caminho para a salvação porque Ele é o<br />

único que pôde pagar o preço pelos nossos pecados<br />

(Romanos 6:23). Nenhuma outra religião ensina a<br />

profundidade ou seriedade do pecado e das suas<br />

consequências. Nenhuma outra religião oferece o<br />

pagamento infinito que somente Jesus poderia dar pelo<br />

pecado. Nenhum outro “fundador religioso” foi Deus vindo<br />

como homem (João 1:1, 14), a única forma pela qual um<br />

débito infinito poderia ser pago. Jesus tinha que ser Deus<br />

para que pudesse pagar nosso débito. Jesus tinha que ser<br />

homem para que pudesse morrer. A salvação está<br />

disponível apenas pela fé em Jesus Cristo! “E não há<br />

salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não<br />

existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo<br />

qual importa que sejamos salvos” – Atos 4:12, a salvação<br />

do início ao fim é uma obra sobrenatural de Deus (Efésios<br />

2:8), e a fé salvífica vem da ortodoxia e ortopraxia (“reta<br />

prática, ou ação correta”) que através da graça de Deus,<br />

manifestada em Cristo, recebemos a salvação e a<br />

justificação gratuitamente (Romanos 3:24, 10:17; Tiago<br />

1:22; 2:14 – 18). Confesse todos os seus pecados a Deus,<br />

arrependa-se de todos eles, ore e peça a Deus o perdão, e<br />

assim todos os seus pecados por mais terríveis serão<br />

perdoados, por meio da redenção (resgate do gênero<br />

humano caído), e expiação (purificação dos crimes ou<br />

faltas cometidas) por Jesus Cristo (1 João 1:9). Ainda há<br />

tempo.<br />

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A TRANSFIGURAÇÃO <strong>DE</strong> CRISTO<br />

“Este é o meu Filho, o Escolhido; ouçam a ele!” – Lucas<br />

9:35.<br />

Uma lição acerca da Glória de Deus, manifestada em Seu<br />

Filho Jesus Cristo na forma encarnada, homem, onde<br />

temos uma lição para toda uma vida na terra, nunca se<br />

esquecer da Glória que será revelada em um século<br />

vindouro, por nossa gloria não é ser deste mundo.<br />

A história da transfiguração tem uma convergência de três<br />

temas:<br />

(1) A revelação progressiva da identidade de Jesus.<br />

(2) Jerusalém como o objeto da narrativa da viagem (v.<br />

9 – 19).<br />

(3) O sofrimento, a morte e a ressurreição de Jesus.<br />

Vistos em conjunto, esses temas fornecem a estrutura do<br />

restante da narrativa de Lucas.<br />

Primeiro, a revelação progressiva de Sua identidade tem<br />

sido vista no capítulo 9. Quanto mais clara a Sua identidade<br />

é retratada no capítulo, porém menor é o número de<br />

pessoas a quem ela é revelada. Esse é um contraponto do<br />

perfil do crescente público do ministério. As multidões<br />

pensam que Jesus possa ser João Batista ou Elias ou um<br />

dos Profetas do passado que voltou dos mortos (v. 18, 19).<br />

Mas eles mal compreendem a sua identidade. Mais<br />

intimamente ainda na presença dos Doze, Ele é revelado<br />

como o Cristo de Deus (v. 20). Mas para os seus três<br />

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discípulos mais chegados – Pedro, Tiago e João, Ele é<br />

revelado na presença de Moisés e Elias como filho a quem<br />

Deus havia escolhido (v. 28 – 36). Para o círculo íntimo,<br />

Sua identidade revelada em glorioso esplendor (v. 31).<br />

Cerca de uma semana depois de Jesus claramente dizer<br />

aos Seus discípulos que iria sofrer, ser morto e ressuscitar<br />

(Lucas 9:22), Ele levou Pedro, Tiago e João a um monte<br />

para orar. Enquanto orava, sua aparência pessoal foi<br />

transformada em uma forma glorificada, e as suas vestes<br />

tornaram-se brancas deslumbrantes, e aqui não consigo<br />

achar o significado para natureza do que é Glória, a palavra<br />

grega que mais se aproxima é “ἐξαστράπτων –<br />

exastraptōn” que denota a ideia de brilhar repentinamente<br />

como um raio, ser radiante. Moisés e Elias apareceram e<br />

falaram com Jesus sobre a Sua morte (partida) que<br />

aconteceria em breve. Boas novas por meio das lentes da<br />

iminente morte de Jesus, uma sensação de perigo e tensão<br />

permanecera em tudo o que ocorre como um artifício<br />

significativo na história.<br />

Esses dois homens deixaram o mundo sob circunstâncias<br />

fora do comum: Moisés foi sepultado pela mão de Deus<br />

(Deuteronômio 34:5, 6), e Elias foi tomado em um<br />

redemoinho (2 Reis 2:11). Eles representavam a Lei e os<br />

profetas, subordinados a Jesus, mas importantes<br />

testemunhas da sua obra. (cf. NOTA).<br />

NOTA: Aqui nos encontramos com outro dos grandes<br />

momentos da vida de Jesus na Terra. Devemos recordar<br />

que estava para partir a Jerusalém fazia a cruz. Já vimos a<br />

importante passagem na qual perguntou a seus discípulos<br />

quem criam que era ele, com o propósito de descobrir se<br />

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alguém tinha consciência disso. Mas havia uma coisa que<br />

Jesus nunca faria: não tomaria nenhuma resolução sem a<br />

aprovação de Deus Nesta cena o vemos procurar e receber<br />

essa aprovação. Nunca saberemos o que aconteceu no<br />

Monte da Transfiguração, mas sabemos que foi algo<br />

grandioso. Jesus tinha ido ali para procurar a aprovação de<br />

Deus para o passo decisivo que ia dar. Moisés e Elias<br />

apresentaram-se a Ele. O primeiro era o grande legislador<br />

do povo do Israel; o segundo o maior de seus profetas. Foi<br />

como se os príncipes da vida, o pensamento e a religião de<br />

Israel motivassem a Jesus a continuar. Agora podia partir<br />

para Jerusalém, seguro de que ao menos um pequeno<br />

grupo de homens sabia quem era, que o que estava<br />

fazendo era à consumação de toda a vida, pensamentos e<br />

trabalho de sua nação, e que Deus estava de acordo com<br />

sua decisão.<br />

Há aqui uma expressão muito vívida. Diz dos três<br />

apóstolos: “[...] mas permanecendo acordados, viram a<br />

glória do Jesus [...]”.<br />

(1) Na vida perdemos muito porque nossas mentes estão<br />

dormidas. Há certas coisas que tendem a manter<br />

dormitadas nossas mentes.<br />

(a) Os preconceitos. Pode ser que estejamos tão<br />

obstinados em nossas idéias que nossas mentes estejam<br />

fechadas. Se uma nova idéia bater à nossa porta, somos<br />

como dorminhocos que não despertamos.<br />

(b) A letargia mental. Há muitos que rechaçam a enérgica<br />

tarefa de pensar. Disse Platão: “Não vale a pena viver uma<br />

vida que não se examinou”. Mas, quantos de nós<br />

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pensamos realmente nas coisas em sua totalidade? Foi<br />

dito de alguém que havia tangenciado os clamorosos<br />

desertos da infidelidade, ao qual alguém replicou mais<br />

sábio que teria sido melhor se ele tivesse aberto passado<br />

por eles lutando. Às vezes estamos tão entorpecidos que<br />

nem sequer enfrentamos nossos problemas e nossas<br />

dúvidas.<br />

(c) O amor à tranquilidade. Há uma espécie de mecanismo<br />

de defesa que nos faz fechar a porta automaticamente em<br />

face de qualquer pensamento que nos incomode. É<br />

possível drogar-se mentalmente até que a mente<br />

adormece.<br />

(2) Mas a vida está cheia de coisas destinadas a despertar.<br />

(a) A tristeza. Uma vez Edgar disse de um jovem cantor,<br />

que era tecnicamente perfeita, mas cantava sem<br />

sentimento nem expressão. “Será grande quando algo<br />

despedace seu coração” Muitas vezes a dor pode<br />

despertar rudemente ao homem, mas nesse momento,<br />

através das lágrimas verá a glória.<br />

(b) O amor. Em alguma parte Browning fala de duas<br />

pessoas que se apaixonaram. Ela o olhou. Ele a olhou<br />

como pode fazê-lo um apaixonado “e de repente despertou<br />

a vida”. O verdadeiro amor desperta horizontes que jamais<br />

sonhamos que existiam.<br />

(c) O sentido de necessidade. Por muito tempo alguém<br />

pode viver a rotina da vida adormecido e, de repente, surge<br />

um problema completamente impossível de resolver,<br />

alguma pergunta sem resposta, alguma tentação<br />

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entristecedora, o requerimento de um esforço que<br />

considera além de sua capacidade. Nesse dia não fica<br />

outra coisa senão chorar, aferrando-se ao céu. E esse<br />

sentido de necessidade o desperta para Deus.<br />

Faríamos bem em orar: “Senhor, mantém-me sempre<br />

acordado diante de ti”.<br />

Segundo, a centralidade de Jerusalém quanta história é<br />

reafirmada na transfiguração. Até Moisés e Elias sabem<br />

que o destino de Jesus está na Cidade Santa: “Falavam<br />

sobre a partida de Jesus, que estava para se cumprir em<br />

Jerusalém” (v. 31). Somente Lucas registra o conteúdo da<br />

conversa deles (cf. Mateus 17:3; Marcos 9:4).<br />

Jerusalém aparece na narrativa de Lucas 31 vezes,<br />

comparadas com 12 em Mateus e 11 em Marcos. Na parte<br />

do ministério da Galiléia, Lucas refere-se à Jerusalém 14<br />

vezes; Mateus oito vezes; Marcos, sete. A narrativa da<br />

paixão em Lucas refere-se a Jerusalém 10 vezes,<br />

comparadas com as duas de Mateus e quatro em Marcos.<br />

Em todos os três Evangelhos a jornada para Jerusalém é<br />

importante para estrutura da narrativa do ministério galileu.<br />

Mas em Lucas ela é uma busca constante e passional.<br />

As referências exclusivas de Lucas a Jerusalém são<br />

encontrados em (5:17; 9:31, 51; 10:30; 13:4, 22, 33; 17:11;<br />

19:11, 41; 21:20, 24; 23:7, 28; 24:13, 18, 33, 47, 52).<br />

Somente em Lucas, Jesus diz “preciso prosseguir hoje,<br />

amanhã e depois de amanhã, pois certamente nenhum<br />

profeta deve morrer fora de Jerusalém!” (13:33). Em Atos,<br />

Lucas continua seu foco em Jerusalém, com a estrutura da<br />

narrativa formada em torno do progresso do Evangelho de<br />

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Jerusalém a Roma: “Mas receberão poder quando o<br />

Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas<br />

testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria,<br />

e até os confins da terra” – Atos 1:8. (cf. 19:21).<br />

Finalmente, o terceiro tema é o sofrimento e a morte de<br />

Jesus. Isso é reafirmado na transfiguração quando Moisés<br />

e Elias falam sobre a Sua partida (v. 31). Isso significa que<br />

a iminente morte de Jesus está preordenada por Deus e é<br />

parte do plano Divino, e não um acidente da história. (cf.<br />

NOTA).<br />

NOTA: A obra da cruz era de importância suprema para os<br />

planos celestiais. Partida é literalmente (ἔξοδον/exodon –<br />

saída da vida, morte). A morte de Jesus foi uma retirada de<br />

uma esfera e o começo de uma nova vida em outra. O<br />

tratamento de Lucas quanto à transfiguração é mais<br />

circunspecto do que o de Mateus e Marcos. Estes<br />

evangelistas indicam que Jesus foi “μετεμορφώθη<br />

ἔμπροσθεν αὐτῶν – metemorphōthē emprosthen autōn” –<br />

“transfigurado diante deles” (Mateus 17:2; Marcos 9:2).<br />

Lucas afasta-se dessa linguagem direta. Em vez disso, ele<br />

afirma que τὸ εἶδος τοῦ προσώπου αὐτοῦ ἕτερον – to eidos<br />

tou prosōpou autou heteron – a aparência de seu rosto se<br />

transformou (v. 29). Essa linguagem está mais sintonizada<br />

com o tema de uma visão. Note que o evento ocorre à<br />

noite.<br />

Somente o Lucas descreve os três discípulos como<br />

“dominados pelo sono” (v. 32). Logo, eles veem os dois<br />

homens com Jesus quando acordam (cf. Jó 33:14, 15;<br />

Isaías 29:7; Daniel 7:12).<br />

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Assim como tantos momentos significativos em Lucas, o<br />

contexto desse evento é oração (3:21; 6:12; 9:18). Eles<br />

haviam se retirado, mais uma vez, para um local solitário<br />

para orar; dessa vez, foram para o monte (v. 28).<br />

A transfiguração tem numerosas alusões e outras histórias<br />

do Antigo Testamento. Enquanto os três seguidores mais<br />

íntimos de Jesus olhavam para Ele, a aparência de seu<br />

rosto se transformou (v. 29). Isso é reminiscente da glória<br />

brilhante no rosto de Moisés quando ele esteve na<br />

presença de Deus (Êxodo 34:30 – 35). As roupas de Jesus<br />

ficaram alvas e resplandecentes como o brilho de um<br />

relâmpago ou muito branca e brilhante (NTLH), assim<br />

como a vestimenta de Deus era “branca como a neve” em<br />

Daniel 7:9; cf. Atos 9:3).<br />

Significantemente o texto de Daniel 7:13, 14 logo depois<br />

fala do Filho do Homem que recebeu “autoridade, glória e<br />

o reino; todos os povos, nações e homens de todas as<br />

línguas o adorarão. Seu domínio é um domínio eterno que<br />

não acabará, e seu reino jamais será destruído” (v. 14).<br />

Esse crucial ensinamento do Antigo Testamento sobre o<br />

Filho do Homem não poderia estar longe da mente do<br />

antigo leitor, Já que Lucas refere ao Filho do Homem<br />

frequentemente (25 vezes) em seu Evangelho, e<br />

recentemente em sua autoidentificação em 9:22.<br />

Quando Moisés e Elias (v. 30) repentinamente aparecem<br />

conversando com Jesus, eles também aparecem em<br />

glorioso esplendor (v. 31). O aparecimento dessas duas<br />

figuras centrais do A.T com Jesus indica que Ele é o profeta<br />

prometido “como” Moisés.<br />

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Deus prometeu a Moisés em Deuteronômio que Ele<br />

levantaria “do meio dos seus irmãos um profeta como você;<br />

porei minhas palavras na sua boca, e ele lhes dirá tudo o<br />

que eu lhe ordenar” (Deuteronômio 18:18; Atos 3:22, 23).<br />

Deus também prometeu a Moisés em Deuteronômio que<br />

pediria “contas” a todos se não obedecessem às palavras<br />

do profeta (Deuteronômio 18:19).<br />

Em Atos 7:37, Lucas especificamente identifica Jesus<br />

como o profeta de quem Moisés se referia. Dada a<br />

controvérsia com os líderes religiosos sobre a identidade<br />

de Jesus em Lucas, a alusão a essa profecia que parece<br />

particularmente relevante. Em Deuteronômio, a<br />

autenticidade de um profeta era comprovada quando suas<br />

profecias cumpriam-se (Deuteronômio 18:21, 22). Já que<br />

Jesus acaba de profetizar a Sua morte e ressurreição<br />

(Lucas 9:22), o leitor sabe que Jesus é o verdadeiro profeta<br />

a quem Moisés se referia. E, contundentemente, Moisés e<br />

Jesus ficam lado a lado no monte da Transfiguração, com<br />

o próprio Moisés dando a Jesus a sua aprovação como<br />

profeta.<br />

“O aparecimento de Moisés e Elias, com Jesus significa<br />

que a Lei e os Profetas apoiam a Jesus em sua missão<br />

messiânica”.<br />

Onisciente narrador está ciente do tópico da conversa<br />

entre Moisés, Elias e Jesus: falava sobre a partida de<br />

Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém (v. 31).<br />

Eles conversavam sobre a “partida” de Jesus. Em grego,<br />

isto é ἔξοδον/exodon, “um termo poderosamente<br />

simbólico” já que foi pelo Êxodo que Moisés tirou o povo da<br />

escravidão do Egito (Craddock, 1990, p. 134). Aqui, isso<br />

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aparece com uma circunlocução ou eufemismo para a Sua<br />

morte. Esse êxodo é descrito como algo que Ele faria “se<br />

cumprir em” (v. 31). Isso indica que a Sua morte não é um<br />

acidente da história nem vitória para os Seus inimigos.<br />

A soberania de Deus leva em conta as experiências iniciais<br />

de Jesus de ser testado no deserto (4:1 – 13). Está também<br />

em jogo a Sua disputa com os poderes demoníacos (4:33<br />

– 36; 6:18; 7:21; 8:26 – 39). Dessa forma, o tema<br />

subjacente da história é que os propósitos redentores de<br />

Deus nunca estão em perigo de serem superados pelo mal.<br />

A referência ao cumprimento também explica,<br />

indiretamente, porque o Filho do Homem deve “sofrer”<br />

(9:22): é a vontade de Deus. (cf. NOTA).<br />

NOTA: É necessário que o Filho do homem sofra... E no<br />

terceiro dia ressuscite. É necessário (Δεῖ – Dei<br />

“Necessário”, o termo tem força em seu significado, denota<br />

uma ideia expressa relativo ao que Cristo teve que<br />

finalmente sofrer, seus sofrimentos, morte, ressurreição, e<br />

ascensão) foi uma necessidade estabelecida pelo<br />

conselho e decreto de Deus, especialmente por aquele<br />

propósito Seu que se relaciona com a salvação dos<br />

homens pela intervenção de Cristo e que é revelado nas<br />

profecias do Antigo Testamento, indicando uma<br />

necessidade lógica. Cristo estava obrigado a cumprir o<br />

propósito de Deus revelado nas Escrituras. Este conceito<br />

aparece nas pregações da igreja primitiva (Atos 2:23, 24;<br />

13:17 – 34; 17:3; 26:22, 23). A morte de Jesus foi uma<br />

tragédia, mas não foi um acidente; pois ele estava<br />

cumprindo o propósito de Deus na redenção.<br />

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Moisés e Elias também falam de Sua jornada para<br />

Jerusalém (v. 31). Essa é a primeira referência a esse<br />

destino final. Significantemente, Lucas é o único a incluir<br />

tal afirmação. Em uma cena marcante, os critérios normais<br />

de tempo e de espaço são colocados de lado. A natureza<br />

surreal do evento é também vista na experiência de Pedro,<br />

Tiago e João. Eles estão “dominados pelo sono (ὕπνῳ –<br />

hypnō –Sono)” (ARC: “carregado de sono”). Isso parece<br />

indicar uma cena noturna. Mas após a transfiguração, eles<br />

ficam completamente acordados (v. 32). Pedro oferece-se<br />

para construir três “σκηνὰς – skēnas”, abrigos (v. 33), para<br />

celebrar o momento sagrado. Parece um gesto fraco para<br />

imortalizar esse evento transcendente, mas isso pode<br />

referir-se à Festa dos Tabernáculos (Êxodo 23:16; 34:22;<br />

Levítico 23:34 – 42 Fitzmyer, 1981, 1:801). (cf. NOTA).<br />

NOTA: Moody define de outra forma, ele não ver a ação de<br />

Pedro como um gesto fraco, mas como um gesto de<br />

confraternização. “Pedro estava pensando em um abrigo<br />

temporário, pois ele desejava desfrutar da companhia dos<br />

visitantes celestiais durante algum tempo”.<br />

Durante esse festival anual do outono, os peregrinos<br />

viajavam alegremente para Jerusalém para celebrar a<br />

colheita. Talvez, o ato de construir três tendas fosse<br />

inspirado pela referência a Jerusalém. Mas o narrador<br />

deixa claro que Pedro “não sabia o que estava dizendo” (v.<br />

33).<br />

A “nuvem” representa a presença de Deus no A.T. (Êxodo<br />

16:10; 19:9, 18; 24:15, 18). Aqui, ela remete as aparições<br />

de Deus a Moisés no Monte Sinai durante os eventos do<br />

Êxodo. O temor é a reação típica (Êxodo 20:18 – 20). A tal<br />

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teofania (Teofania é uma manifestação de Deus na Bíblia<br />

que é tangível aos sentidos humanos. Em seu sentido mais<br />

restritivo, é uma aparência visível de Deus no período do<br />

Antigo Testamento, muitas vezes, mas não sempre, em<br />

forma humana). Pedro, João e Tiago ficaram com medo ao<br />

entrarem na nuvem (v. 34). Quem entra na nuvem? Os<br />

discípulos, Jesus e os dois dignitários do Antigo<br />

Testamento, ou todos eles? Uma voz celestial emana da<br />

nuvem: “Este é o meu Filho, o Escolhido, ouçam-no!” (v.<br />

35). Marcos e Mateus registra o “meu amado Filho” (ὁ Υἱός<br />

μου ὁ ἀγαπητός – ho Huios mou ho agapētos) Marcos 9:7;<br />

Mateus 17: 5.<br />

Essa “no hebraico קל בת“‏ bath qol” (= filha de uma voz) é<br />

semelhante à ocorrência no batismo de Jesus (cf. 3:21, 22).<br />

Em ambas as experiências, a voz declara que Jesus é<br />

“meu Filho”. Essas declarações são o centro teológico do<br />

Evangelho de Lucas (como também em Mateus 3:17 e<br />

17:5; Marcos 1:11 e 9:7). Elas estabelecem a questão da<br />

identidade de Jesus por meio da proclamação divina. A<br />

dependência dos cristãos primitivos nessa passagem teria<br />

sido controversa entre os judeus. A voz do céu na tradição<br />

Judaica constituía uma autoridade divina que o argumento<br />

racional não poderia contestar.<br />

A reivindicação cristã de uma voz declarando Jesus como<br />

o Filho de Deus usurpava a Torá no assunto central da fé<br />

judaica. Tal reivindicação teria sido especialmente<br />

provocativa após a destruição do templo, quando a Torá<br />

ficou sozinha no centro da prática judaica. As precisas<br />

palavras da voz celestial diferem pouco daquelas<br />

pronunciadas no batismo de Jesus.<br />

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Primeiro, agora ela está na terceira pessoa: “Este é o meu<br />

filho” (v. 35), e não na segunda pessoa: “Tu és o meu filho”<br />

(3:22). Isso torna-a um anúncio aos discípulos, e não uma<br />

afirmação pessoal a Jesus. O Pai repetiu sua aprovação<br />

no final do ministério popular do Seu Filho (3:22). Segundo,<br />

dessa vez ela não está acompanhada de um modificador,<br />

“o Escolhido”, e da ordem “ouçam-no”. A palavra “escolhi”<br />

(ἐκλελεγμένος – eklelegmenos; fonte da palavra “eleição”,<br />

em português) ecoa a linguagem da eleição, feita por Deus,<br />

de Israel entre as nações (Salmos 33:12; 65:4; Isaías 41:8;<br />

Atos 13:17), da tribo de Judá (Salmos 78:68 – 70), e de<br />

Moisés (Salmos 105:26).<br />

Semelhantemente, Jesus “escolheu” Seus discípulos<br />

(εκλεγομαι – eklegomai, Lucas 6:13; Atos 1:2). Essa<br />

palavra não é usada nos outros Evangelhos (cf. Marcos<br />

3:13 – 19; Mateus 10:1 – 4) Essa linguagem também ecoa<br />

em Deuteronômio 18:15 – 21. Em Deuteronômio a<br />

aceitação de um profeta como Moisés é acompanhada<br />

pela obrigação de aceitar o que ele diz: “O Senhor, o seu<br />

Deus, levantará do meio de seus próprios irmãos um<br />

profeta como eu; ouçam-no” (Deuteronômio 18:15). Logo,<br />

temos aqui em Lucas; “ouçam-no” (9:35). Jesus é o profeta<br />

como Moisés, que deve ser obedecido.<br />

RESUMO<br />

Uma sensação de expectativa acompanha a descida de<br />

Jesus do monte após a transfiguração.<br />

Jesus lhes advertiu a não contarem a ninguém o que<br />

tinham visto, pelo menos até depois de sua ressurreição.<br />

As três narrativas deste evento são encontradas em<br />

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Mateus 17:1 – 8; Marcos 9:2 – 8 e Lucas 9:28 – 36. Sem<br />

dúvida, o propósito da transfiguração de Cristo em pelo<br />

menos uma parte de Sua glória celeste foi para que o<br />

“círculo íntimo” dos discípulos adquirisse uma maior<br />

compreensão de quem era Jesus. Cristo sofreu uma<br />

mudança drástica na aparência a fim de que os discípulos<br />

pudessem vê-lo em Sua glória. Os discípulos, que só o<br />

conheciam em Seu corpo humano, tinham agora uma<br />

maior percepção da divindade de Cristo, embora não<br />

pudessem entendê-la completamente. Isso lhes deu a<br />

garantia de que precisavam após ouvir a notícia chocante<br />

de Sua morte próxima. Simbolicamente, o aparecimento de<br />

Moisés e Elias representava a Lei e os Profetas.<br />

Entretanto, a voz de Deus do céu – “Ouçam a Ele!” mostrou<br />

claramente que a Lei e os Profetas deviam dar lugar a<br />

Jesus. Aquele que é o novo e vivo caminho está<br />

substituindo o antigo, como é descrito na carta aos<br />

Hebreus 7:12, 18, 19:<br />

“Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se<br />

faz também mudança da lei [...]. Porque o precedente<br />

mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e<br />

inutilidade; (Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta<br />

sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual<br />

chegamos a Deus”.<br />

Ele é o cumprimento da Lei e das inúmeras profecias no<br />

Antigo Testamento. Além disso, em Sua forma glorificada<br />

eles tiveram uma breve visualização da Sua glorificação e<br />

entronização vindoura como Rei dos reis e Senhor dos<br />

senhores. Aleluia!<br />

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Os discípulos nunca esqueceram o que acontecera<br />

naquele dia na montanha, e sem dúvida essa era a<br />

intenção. João escreveu em seu evangelho: “Vimos a sua<br />

glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de<br />

graça e de verdade” – João 1:14.<br />

Pedro também escreveu: “De fato, não seguimos fábulas<br />

engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a<br />

respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo;<br />

pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua<br />

majestade.<br />

Ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando<br />

da suprema glória lhe foi dirigida a voz que disse: ‘Este é o<br />

meu filho amado, em quem me agrado’. Nós mesmos<br />

ouvimos essa voz vinda do céu, quando estávamos com<br />

ele no monte santo” (2 Pedro 1:16 – 18). Aqueles que<br />

testemunharam a transfiguração deram o seu testemunho<br />

aos outros discípulos e incontáveis milhões através dos<br />

séculos.<br />

CONCLUSÃO<br />

Hoje aprendemos diante esse texto sagrado que esta é<br />

uma palavra fiel e digna de toda aceitação, não devemos<br />

nos esquecer desse grande Dia, o dia da volta de nosso<br />

Senhor Jesus Cristo em grande Glória e Poder para buscar<br />

a Sua igreja, a Sua noiva, não uma meretriz! Devemos ser<br />

separados e fiéis diante nosso Noivo, pois, “Cristo amou a<br />

igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a<br />

santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de<br />

água pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja<br />

gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante,<br />

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porém santa e sem defeito”, por isso “Assim, aquele que<br />

julga estar firme, cuide-se para que não caia” 1 Coríntios<br />

10:12. Imagine tal situação! Uma noiva cair na entrada<br />

nupcial, isso seria uma vergonha para si mesma, para os<br />

convidados e para o noivo! Mas se falando da eternidade,<br />

de nosso casamento eternal, será uma vergonha eterna.<br />

Pois, a igreja que não estiver fundamentada em Cristo, na<br />

verdade de Sua palavra, cairá de vergonha por toda a<br />

eternidade, sendo-a lançada no mais profundo abismo,<br />

Jesus disse: Vocês estão vendo tudo isto? Perguntou Ele.<br />

“Eu garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra; serão<br />

todas derrubadas”, tudo que não estiver em Cristo será<br />

destruído, mas os que confiam no Senhor serão como o<br />

monte Sião, que não se abala, mas permanece para<br />

sempre (Salmos 125:1). Cristo voltou da glória da<br />

Transfiguração para continuar o seu ministério e para<br />

morrer. O primeiro passo no caminho da humilhação foi o<br />

constrangimento da impotência dos seus discípulos. Ó<br />

geração incrédula e perversa! (v. 41) O Senhor falava aos<br />

discípulos, não ao pai (do jovem endemoninhado). Apesar<br />

de seus privilégios e experiência anterior no seu ministério,<br />

continuavam sem poder. A exortação às nossas vidas é<br />

que nos acheguemos a Palavra de Deus, pois, é o poder<br />

para todo aquele que crê, assim não seremos<br />

envergonhados, e não envergonharemos o nome Santo do<br />

Senhor em nossas vidas (Romanos 1:16). A glória seja<br />

dada a Jesus, “Pois dEle, por Ele e para Ele são todas as<br />

coisas. A Ele seja a glória para sempre! Amém. (Romanos<br />

11:36). Oremos pela igreja de Cristo! Oremos! Amém.<br />

VOCÊ O CONHECE?<br />

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“Eu Sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vai ao<br />

Pai senão por mim” – João 14:6.<br />

O filósofo Nietzsche disse há um século uma famosa e<br />

ousadíssima frase: “Deus está morto”. Ele expressava o<br />

pensamento dos intelectuais da época, que acreditavam<br />

que a ciência resolveria todas as misérias humanas e, por<br />

fim, destruiria a fé. Provavelmente este intrépido filósofo<br />

achasse que um dia a procura por Deus seria apenas<br />

lembrada como objeto de museus e dos livros de história.<br />

Os filósofos ateus morreram e hoje são esquecidos ou<br />

pouco lembrados, mas aquele afetivo e simples carpinteiro<br />

continua cada vez mais vivo dentro dos homens. Nada<br />

conseguiu apagar a fogueira acendida pelo semeador da<br />

Galiléia. Depois que Gutenberg inventou as técnicas<br />

modernas de imprensa, o livro que o retrata, a Bíblia, se<br />

tornou invariavelmente o maior best-seller de todos os<br />

tempos. Todos os dias, milhões de pessoas lêem algo<br />

sobre Ele. O mestre de Nazaré parecia ter uma<br />

simplicidade frágil, mas a história demonstra que Ele<br />

sempre triunfou sobre aqueles que quiseram sepultá-lo.<br />

Aliás, o maior favor que alguém pode fazer a uma semente<br />

é sepultá-la, uma semente vive, floresce e produz fruto e<br />

vida com abundância; mas não enquanto não tiver sido<br />

lançada no solo e, passar pela “morte”.<br />

“Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo,<br />

caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer; dá<br />

muito fruto” (João 12:24). O grão de trigo, o mistério da vida<br />

por meio da morte.<br />

Jesus foi uma fagulha que nasceu entre os animais,<br />

cresceu numa região desprezada, foi silenciado pela cruz,<br />

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mas incendiou a história humana. “Aquele que vive<br />

egoisticamente, preservando a sua vida para si mesmo,<br />

não pode produzir qualquer benefício, porque é uma<br />

semente que jamais foi plantada”. (Pr. Elias Croce).<br />

Quem é Jesus Cristo? Você o conhece? Diferentemente da<br />

pergunta: “Deus existe?”, bem poucas pessoas perguntam<br />

se Jesus Cristo de fato existiu. Geralmente se aceita que<br />

Jesus foi de fato um homem que andou na terra, em Israel,<br />

há quase dois mil anos. O debate começa quando se<br />

analisa o assunto da completa identidade de Jesus. Quase<br />

todas as “grandes religiões” ensinam que Jesus foi um<br />

profeta, um bom mestre ou um homem piedoso. O<br />

problema é que a Bíblia nos diz que Jesus foi infinitamente<br />

mais do que um profeta, bom mestre ou homem piedoso, é<br />

diametralmente oposta a essa idéia.<br />

“Certamente. Nem todos os caminhos levam a Roma”.<br />

C. S. Lewis, em seu livro Mero Cristianismo, escreve o<br />

seguinte: “Tento aqui impedir que alguém diga a grande<br />

tolice que sempre dizem sobre Ele (Jesus Cristo), Estou<br />

pronto a aceitar Jesus como um grande mestre em moral,<br />

mas não aceito sua afirmação em ser Deus. Isto é<br />

exatamente a única coisa que não devemos dizer. Um<br />

homem que foi simplesmente homem, dizendo o tipo de<br />

coisa que Jesus disse, não seria um grande mestre em<br />

moral. Poderia ser um lunático, no mesmo nível de um que<br />

afirma ser um ovo pochê, ou mais, poderia ser o próprio<br />

Demônio dos Infernos. Você decide. Ou este homem foi, e<br />

é, o Filho de Deus, ou é então um louco, ou coisa pior. Você<br />

pode achar que Ele é tolo, pode cuspir nEle ou matá-lo<br />

como um demônio, ou você pode cair a seus pés e chamá-<br />

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lo Senhor e Deus. Mas não vamos vir com aquela bobagem<br />

de que Ele foi um grande mestre aqui na terra. Ele não nos<br />

deixou esta opção em aberto. Ele não teve esta intenção”.<br />

Então, quem Jesus afirmou ser? Segundo a Bíblia, quem<br />

foi Jesus Cristo? Primeiramente, vamos as palavras de<br />

Jesus em João 10:30: “Eu e o Pai somos um”. Em um<br />

primeiro momento, pode não parecer uma afirmação em<br />

ser Deus. Entretanto, veja a reação dos judeus perante Sua<br />

afirmação: “Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te<br />

apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia;<br />

porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” – João<br />

10:33. Os judeus compreenderam o que Jesus havia dito<br />

como uma afirmação em ser Deus. Nos versículos<br />

seguintes, Jesus jamais corrige os judeus dizendo: “Não<br />

afirmei ser Deus”. Isto indica que Jesus realmente estava<br />

dizendo, e afirmando que era Deus ao declarar: “Eu e o Pai<br />

somos um” – João 10:30. Outro exemplo é João 8:58, onde<br />

Jesus declarou: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em<br />

verdade vos digo que antes que Abraão existisse, Eu Sou”.<br />

Mais uma vez, em resposta, os judeus tomaram pedras<br />

para atirar em Jesus (João 8:59).<br />

Ao anunciar Sua identidade como “Eu sou”, Jesus fez uma<br />

aplicação direta do nome de Deus no Antigo Testamento<br />

(Êxodo 3:14). Por que os judeus, mais uma vez, se<br />

levantariam para apedrejar Jesus se Ele não tivesse dito<br />

algo que creram ser uma blasfêmia, ou seja, uma<br />

autoafirmação em ser Deus?<br />

João 1:1 diz que “o Verbo era Deus” e João 1:14 diz que “o<br />

Verbo se fez carne”. Isto mostra claramente que Jesus é<br />

Deus em carne. Tomé, o discípulo, declarou a Jesus:<br />

“Senhor meu, e Deus meu! (João 20:28). Jesus não o<br />

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corrige. O Apóstolo Paulo o descreve como: “Grande Deus<br />

e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tito 2:13). O Apóstolo Pedro<br />

diz o mesmo: “Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2<br />

Pedro 1:1). Deus o Pai também é testemunha da completa<br />

identidade de Jesus: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu<br />

trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de<br />

equidade é o cetro do teu reino” (Hebreus 1:8). No Antigo<br />

Testamento, as profecias a respeito de Cristo anunciam<br />

Sua divindade: “Porque um menino nos nasceu, um Filho<br />

se nos deu, e o principado está sobre os Seus ombros, e<br />

se chamará o Seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus<br />

Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” – Isaías 9:6.<br />

Então, como argumentou C. S. Lewis, crer que Jesus foi<br />

um bom mestre não é opção. Jesus claramente e<br />

inegavelmente se auto-afirma Deus. Se Ele não é Deus,<br />

então mente, consequentemente não sendo também<br />

profeta, bom mestre ou homem piedoso. Tentando explicar<br />

as palavras de Jesus, “estudiosos” modernos afirmam que<br />

o Jesus verdadeiramente histórico não disse muitas das<br />

coisas a Ele atribuídas pela Bíblia. Quem somos nós para<br />

mergulharmos em discussões com a Palavra de Deus no<br />

tocante ao que Jesus disse ou não disse? Como pode um<br />

“estudioso” que está dois mil anos afastado de Jesus, ter a<br />

percepção do que Jesus disse ou não, melhor do que<br />

aqueles que com o próprio Jesus viveram, serviram e<br />

aprenderam (João 14:26)?<br />

Por que se faz tão importante a questão sobre a identidade<br />

verdadeira de Jesus? Por que importa se Jesus é ou não<br />

Deus? O motivo mais importante para que Jesus seja Deus<br />

é que se Ele não é Deus, Sua morte não teria sido<br />

suficiente para pagar a pena pelos pecados dos homens (1<br />

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João 2:2). Somente Deus poderia pagar tamanho preço<br />

(Romanos 5:8; 2 Coríntios 5:21). Jesus tinha que ser Deus<br />

para que pudesse pagar nossa dívida, e de fato Ele é Deus.<br />

Jesus tinha que ser homem para que pudesse morrer, e de<br />

fato Ele é homem. A salvação está disponível somente<br />

através da fé em Jesus Cristo. E todas as religiões que não<br />

estão sendo guiadas pela Palavra de Deus serão<br />

condenadas ao inferno. A natureza divina de Jesus é o<br />

motivo pelo qual Ele é o único caminho para salvação, não<br />

mais um caminho, o único caminho. A divindade de Jesus<br />

é o porquê de ter proclamado “Eu sou o caminho, e a<br />

verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”<br />

(João 14:6).<br />

Seja a Sua confissão de fé somente Jesus Cristo e a Sua<br />

Palavra como regra dessa fé. Como exemplo, não a Maria,<br />

apesar de que os verdadeiros cristãos tem respeito por tão<br />

admirável mulher, mas Ela não pode realizar milagres e<br />

nem interceder pela salvação dos homens. A escritura<br />

declara: “E em nenhum outro há salvação, porque também<br />

debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os<br />

homens, pelo qual devamos ser salvos, Jesus Cristo” –<br />

Atos 4:12.<br />

Nem São Pedro e nem santo (ídolos) algum. “Mas agora<br />

vos escrevi que não vos associeis com aquele que,<br />

dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou<br />

maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda<br />

comais” – 1 Coríntios 5:11 e “Não erreis: nem os devassos,<br />

nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados,<br />

nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem<br />

os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores<br />

herdarão o reino de Deus” – 1 Coríntios 6:10. (cf. NOTA).<br />

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NOTA: Idolatria “εἰδωλολατρία eidōlolatria” é a adoração de<br />

espíritos, pessoas ou ídolos, e também a confiança numa<br />

pessoa, instituição ou objeto como se tivesse autoridade<br />

igual ou maior que Deus e Sua Palavra (Colossenses 3:5).<br />

Nem a consulta aos mortos (Necromancia/Espiritismo)<br />

Levíticos 20:6 – 27 “Quaisquer mulher ou homem que<br />

evocar espíritos será punido de morte” e Gálatas 5:20, 21<br />

“Idolatrias, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras,<br />

pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios,<br />

bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas,<br />

acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que<br />

os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus”.<br />

A palavra para feitiçaria no grego é “φαρμακεία –<br />

pharmakeia” que significa espiritismo, magia negra,<br />

adoração de demônios e o uso de drogas e outros<br />

materiais, na prática da feitiçaria, artes mágicas,<br />

frequentemente encontrado em conexão com a idolatria e<br />

estimulada por ela (Êxodo 7:11, 22; 8:18; Apocalipse 9:21:<br />

18:23), práticas abomináveis diante de Deus. Nem por<br />

nenhuma crença contrária a Escritura, credos pessoais,<br />

filosofias de vida, nem falsas religiões que separam o<br />

homem da instrução bíblica. A Bíblia é o único livro<br />

inspirado por Deus, e somente existe em sua mensagem a<br />

plenitude, inerrância, suficiência, infalibilidade, pois a<br />

Escritura afirma: “Toda escritura Divinamente inspirada é<br />

proveitosa para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir<br />

as faltas e ensinar a maneira certa de viver” – 2 Timóteo<br />

3:16.<br />

Nada pode conduzir a eternidade com Deus a não ser<br />

Cristo sendo a fonte de salvação e a Cruz sendo o meio da<br />

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fé, e são as escrituras que testificam de Cristo e dessa<br />

mensagem de boas novas.<br />

Fora das escrituras todas as crenças, religiões, filosofias<br />

humanistas e opiniões humanas passarão em um breve<br />

momento, e consequentemente condenará ao homem para<br />

suplício eterno, pois, desviam mentes da verdade acerca<br />

de todas as coisas. Mas a Palavra de Deus essa não<br />

passará, Ela permanecerá para sempre santificada e<br />

cumprida em nossos corações arrependidos e resgatados<br />

por essa tão maravilhosa graça imerecida. Ainda a tempo<br />

de se arrepender e buscar o verdadeiro conhecimento<br />

acerca de Jesus Cristo. Jesus Cristo disse: “Passará o céu<br />

e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão” Mateus<br />

24:35.<br />

Certa vez perguntaram-me acerca de quem é Jesus,<br />

respondi:<br />

Jesus Cristo, é a Palavra (o logos), é o caminho, não mais<br />

um caminho, o único caminho, é a verdade que encontra o<br />

homem, é a liberdade, a vida e a luz. É a verdadeira e<br />

apropriadamente manifestação de Deus, é Deus<br />

encarnado, é Deus no mais alto sentido da palavra, como<br />

parece dos nomes pelos quais Ele é chamado, Onipotente,<br />

como Jeová, Deus nosso, vosso, deles, e meu Deus, Deus<br />

conosco, o Deus poderoso, Rei, Senhor, Salvador,<br />

Redentor, conhecido entre o Seu povo como o Príncipe da<br />

Paz, e por Seus inimigos, o Senhor dos Exércitos e<br />

vingador, Deus sobre tudo, o Grande Deus, o Deus vivente,<br />

o Deus invisível, mas real, o verdadeiro Deus, não somente<br />

a vida eterna, mas a fonte, intercessor, mediador e<br />

demonstrador da graça, é a exteriorização da Trindade e<br />

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Divindade, como Independente, no sentido de ser Deus,<br />

um Deus trino, a divindade Eterna, Imutável, Onipresente,<br />

Onisciente e Onipotente, e de suas obras toda a criação e<br />

providência, e seus milagres, a expressão do amor de<br />

Deus Pai e de seus perfeitos atributos, a obra de redenção,<br />

Ele é a redenção, é o homem perfeito, o único homem<br />

perfeito, é o perdão dos pecados, é o Sacrifício, é o<br />

Cordeiro de Deus Pai, é o amado e obediente Filho de<br />

Deus Pai, é o Cristo, o Messias, o ungido, é o Filho amado<br />

que se fez maldito, para que os malditos fossem amados,<br />

é o servo sofredor, o castigo que nos traz a Paz estava<br />

sobre Ele, é a ressurreição de Si mesmo e de outros da<br />

morte, é o homem vitorioso, é a administração do último<br />

julgamento, é justiça e o juízo, é a santa ira, é Deus sendo<br />

adorado, o Deus Santo. É a Santa Ceia. Orações a Ele, fé<br />

nEle, e a realização do batismo em nome dEle, pois, é<br />

Senhor, e Salvador de todo aquele que crer. “Por que dEle,<br />

e por Ele, e para Ele são todas as coisas, glória, pois, a Ele<br />

eternamente. Amém”.<br />

“Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da<br />

divindade, e, por estarem nEle, que é o Cabeça de todo<br />

poder e autoridade, vocês receberam a plenitude” –<br />

Colossenses 2:9, 10 (cf. João 1:1).<br />

JESUS <strong>DE</strong>SCEU AO INFERNO?<br />

“Por isso é que foi dito: Quando ele subiu em triunfo às<br />

alturas, levou cativo muitos prisioneiros, e deu dons aos<br />

homens. (Que significa ele subiu, senão que também<br />

descera às profundezas da terra? Aquele que desceu é o<br />

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mesmo que subiu acima de todos os céus, a fim de encher<br />

todas as coisas)” – Efésios 4:8 – 10.<br />

Vamos analisar a parte do “Credo apostólico” onde<br />

menciona que Cristo desceu ao inferno, será mesmo que<br />

Jesus desceu ao inferno? A alma de Jesus foi ao Inferno<br />

no período entre Sua morte e ressurreição? Há bastante<br />

confusão em relação a esta pergunta. Este conceito vem<br />

principalmente do Credo dos Apóstolos, que afirma: “Ele<br />

desceu até o Inferno”.<br />

“Creio em Jesus Cristo, Seu único Filho, nosso Senhor, o<br />

qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da<br />

virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi<br />

crucificado, morto e sepultado”.<br />

O credo agora pula do nascimento de Jesus para a Sua<br />

morte. Nada é dito sobre a vida e ministério de Jesus. A<br />

vida de Jesus não foi importante? Claro que sim! Nós<br />

somos justificados por causa da perfeita obediência de<br />

Jesus. A vida de perfeita obediência é imputada em nós<br />

pela fé. Mas por que o credo não fala sobre a vida de<br />

Jesus? É muito provável que o Credo Apostólico quer focar<br />

no propósito da vinda de Jesus.<br />

“A razão pela qual o Filho de Deus se fez homem foi para<br />

derramar Seu sangue como um sacrifício completo,<br />

perfeito e suficiente”. (J.I. Packer, Growing in Christ,<br />

Crossway, p. 52).<br />

A transição do nascimento para a morte indica que Jesus<br />

veio para morrer.<br />

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1 – PA<strong>DE</strong>CEU – sofreu (latim: “passus” – paixão).<br />

Diferente da expectativa messiânica dos judeus no<br />

primeiro século – Jesus, o verdadeiro Messias, veio para<br />

sofrer.<br />

Os sofrimentos de Jesus não foram para purificar a Sua<br />

própria alma, não foram consequências de uma vida de<br />

pecados, não foram apenas exemplares –, mas sim, pelos<br />

nossos pecados.<br />

1 Pedro 3:18 Porque também Cristo padeceu uma vez<br />

pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a<br />

Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado<br />

pelo Espírito; O foco dos sofrimentos de Jesus está no fato<br />

dos sofrimentos dEle terem sido substitutos –, os<br />

sofrimentos de Jesus foram no lugar do Seu povo. É isso o<br />

que Pedro fala: ‘os sofrimentos do justo, no lugar dos<br />

injustos’, servem para nos levar a Deus.<br />

A Teologia dos sofrimentos e da morte de Cristo como<br />

sendo substitutas é encontrada tanto no A.T., quanto no<br />

N.T: Isaías 53:3 – 5. Foi desprezado e rejeitado pelos<br />

homens, um homem de tristeza e familiarizado com o<br />

sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem<br />

o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima.<br />

Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e<br />

sobre Si levou as nossas doenças, contudo nós o<br />

consideramos castigado por Deus, por Ele atingido e<br />

afligido. Mas Ele foi transpassado por causa das nossas<br />

transgressões, foi esmagado por causa de nossas<br />

iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre Ele,<br />

e pelas Suas feridas fomos curados; Romanos 8:32 Aquele<br />

que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por<br />

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todos nós; Hebreus 9:28 assim também Cristo foi oferecido<br />

em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de<br />

muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado,<br />

mas para trazer salvação aos que o aguardam; Lucas<br />

24:25 – 27 Ele lhes disse: “Como vocês custam a entender<br />

e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram!<br />

Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua<br />

glória?” E começando por Moisés e todos os profetas,<br />

explicou-lhes o que constava a respeito dEle em todas as<br />

Escrituras.<br />

OS SOFRIMENTOS <strong>DE</strong> CRISTO<br />

1 – Lembra-nos que Ele sofreu em nosso lugar. Ele não<br />

merecia. Nós merecíamos todo aquele sofrimento. A morte<br />

de Jesus foi em nosso lugar, a obra foi toda feita por Ele<br />

(Sola Fide).<br />

2 – Esse foi o propósito de Jesus vir ao mundo – padecer<br />

no nosso lugar, tomando sobre Si a ira de Deus<br />

(Apocalipse 13:8 todos aqueles que não tiveram seus<br />

nomes escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto<br />

desde a criação do mundo).<br />

3 – Nos fala do nosso chamado, apesar dos nossos<br />

sofrimentos não trazerem redenção, eles fazem parte do<br />

caminhar dos discípulos de Jesus. Pedro usa os<br />

sofrimentos de Jesus para nos exortar: 1 Pedro 2:21<br />

Porque para isto sois chamados, pois, também Cristo<br />

padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais<br />

as suas pisadas.<br />

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2 – SOB O PO<strong>DE</strong>R <strong>DE</strong> PÔNCIO PILATOS – Ao citar<br />

Pilatos o credo proclama a historicidade da morte de Jesus.<br />

A morte de Jesus foi um fato histórico e verdadeiro.<br />

Quando o credo declara que foi no tempo de Pilatos, ele<br />

está declarando que a morte de Jesus ocorreu num<br />

momento que pode ser datado. Diferente dos relatos de<br />

outros deuses e de outros eventos mitológicos a morte de<br />

Jesus foi um evento na história que foi relatado por outras<br />

pessoas (Por exemplo, Cornélio Tácito e Flávio Josefo).<br />

AO CITAR O NOME <strong>DE</strong> PILATOS O CREDO TEM POR<br />

OBJETIVO<br />

A – Consolidar a historicidade da morte de Jesus. É um<br />

evento histórico.<br />

B – Pilatos era o Publica Persona, ele representava a<br />

opinião de todos. Ao colocar Jesus na cruz Pilatos<br />

expressou a opinião do povo. Nós, através de Pilatos,<br />

colocamos Jesus na cruz.<br />

C – Pilatos era um gentio. Ser entregue nas mãos dos<br />

gentios representava o julgamento e a ira de Deus<br />

(Deuteronômio 21:10; Juízes 2:14; Isaías 19:4; Salmos<br />

106:41; 1 Crônicas 21:13). Ao declarar que Jesus morreu<br />

sob o poder de Pilatos o credo declara que Jesus recebeu<br />

a ira de Deus. A ira que estava sobre nós caiu em Jesus.<br />

3 – FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO<br />

CRUCIFICADO – Fala do tipo de morte de que Jesus<br />

recebeu. A ira de Deus sobre Jesus foi demonstrada<br />

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claramente no tipo de morte que Ele recebeu. Jesus<br />

morreu como o pior de todos os criminosos e rebeldes da<br />

Sua época.<br />

Esse era o processo mais horroroso e humilhante de matar<br />

alguém. A pessoa era despida e apanhava publicamente,<br />

depois carregava um pedaço de madeira com o qual seria<br />

crucificado, era amarrada e pregada a cruz e ficava sendo<br />

exibida a todos como lição de punição.<br />

PROCESSO DA CRUCIFICAÇÃO<br />

1 – A crucificação era precedida de flagelação (flagellum =<br />

açoite de couro); 2 – O condenado levava a sua própria<br />

cruz ou pelo menos a haste horizontal “patibulum”; 3 –<br />

Pendurada ao seu pescoço havia uma placa que<br />

anunciava o crime; 4 – Depois de amarrado à cruz, era<br />

deixado para morrer de inanição; 5 – Quando era pregado<br />

à cruz, às vezes lhe davam uma bebida entorpecente; 6 –<br />

Um pequeno bloco de madeira “sedile” servia de apoio para<br />

o corpo ou os pés. Três agravantes: (1) Exposição ao sol e<br />

aos insetos; (2) Posição retorcida do corpo; (3) Sede<br />

insuportável.<br />

Cícero: “Que o próprio nome da cruz esteja distante não<br />

somente do corpo de um cidadão romano, mas até mesmo<br />

de seus pensamentos”. Ele também disse: “A crucificação<br />

é a mais terrível e horrorosa de todas as punições”.<br />

Mas a crucificação não fala somente dos horrores que<br />

Jesus passou, ela também fala da Soberania de Deus em<br />

todo o processo da morte do nosso Salvador.<br />

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“Esta forma de execução era uma punição romana<br />

reservada para escravos e para os piores criminosos, e o<br />

fato de que Jesus foi submetido a esse tipo de morte<br />

dependia de uma combinação de eventos que nenhum ser<br />

humano poderia ter previsto. Era necessário que, embora<br />

Ele devesse ser preso, acusado, julgado e condenado<br />

pelos judeus. Sua sentença de morte deveria ser infligida<br />

pelos gentios. Era necessário que a traição e condenação<br />

de Jesus ocorressem durante a Páscoa, quando era ilegal<br />

para os judeus matarem qualquer homem. A desculpa dos<br />

governantes judeus, que não podiam executar a morte, não<br />

significa que esse poder havia sido retirado deles, mas que<br />

era contra a lei deles exercerem condenação naquele dia.<br />

Se o tempo tivesse sido outro, os próprios judeus teriam<br />

executado a sentença de morte, eles apedrejariam Jesus.<br />

Assim, a Escritura foi cumprida nEle, “Maldito todo aquele<br />

que for pendurado no madeiro”.<br />

A cruz que era o sinal de humilhação, vergonha e horror se<br />

torna para o cristão o símbolo de graça, amor e redenção.<br />

A crucificação mostra que o Evangelho é escândalo e<br />

desprezo para muitos, mas para os cristãos é o poder de<br />

Deus para salvação de todo aquele que crê.<br />

MORTO – A consequência da crucificação foi à morte,<br />

Jesus precisava morrer.<br />

A morte de Jesus é celebrada pelos cristãos toda vez que<br />

celebramos a Ceia do Senhor. Diferente das outras<br />

religiões que lamentam a morte de seus líderes o<br />

cristianismo celebra a morte do seu Líder. Alguns falsos<br />

ensinos surgiram alegando que Jesus não havia sido morto<br />

verdadeiramente. O docetismo alegava que Jesus nunca<br />

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teve um corpo material. Aqui o Credo Apostólico vai contra<br />

esses tipos de ensinos. A morte do nosso Senhor é alicerce<br />

da fé cristã – 1 Coríntios 15:3 – 5. Pois, o que<br />

primeiramente lhes transmiti foi o que recebi, que Cristo<br />

morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi<br />

sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as<br />

Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze. Sem a<br />

morte de Jesus não há Evangelho. Jesus não somente<br />

sofreu no nosso lugar, mas Ele morreu por nós. O sangue<br />

precisava ser derramado e a morte necessitava ocorrer. Na<br />

economia de Deus a Sua ira somente podia ser apaziguada<br />

mediante a morte de um sacrifico perfeito.<br />

Levítico 17:11 “Pois a vida da carne está no sangue, e eu<br />

o dei a vocês para fazerem propiciação por si mesmos no<br />

altar; é o sangue que faz propiciação pela vida”.<br />

A morte do nosso salvador deve ser proclamada, pois é<br />

através da morte de Jesus que nós temos vida.<br />

E SEPULTADO – Os corpos dos criminosos crucificados<br />

não eram enterrados, eles permaneciam na cruz para<br />

apodrecerem ou serem comidos pelos animais. Mas o de<br />

Jesus foi sepultado como sinal de que Deus aceitou a Sua<br />

morte (Isaías 53:9).<br />

A SOBERANIA <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>US NO SEPULTAMENTO <strong>DE</strong><br />

JESUS<br />

1 – Deus havia falado através do profeta Isaias que Jesus<br />

seria sepultado – 53:8, 9. Da opressão e do juízo foi tirado;<br />

e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado<br />

da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo Ele<br />

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foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e<br />

com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu<br />

injustiça, nem houve engano na sua boca. A ação de<br />

sepultar Jesus já é a primeira demonstração da vindicação<br />

do Servo Sofredor.<br />

2 – Por Jesus ter sido crucificado na Páscoa os judeus não<br />

queriam os corpos naquela região enquanto milhares de<br />

pessoas passavam por lá – João 19:31. Esse era o Dia da<br />

Preparação, e o dia seguinte seria um sábado<br />

especialmente sagrado. Por não quererem que os corpos<br />

permanecessem na cruz durante o sábado, os judeus<br />

pediram a Pilatos que ordenasse que lhes quebrassem as<br />

pernas e os corpos fossem retirados. Deus usa o tempo em<br />

que Jesus foi crucificado para cumprir a promessa do<br />

sepultamento de Cristo.<br />

O sepultamento de Jesus reforça a ideia de que Ele<br />

realmente morreu. O corpo de Jesus foi sepultado –<br />

Mateus 27:65, 66 “Levem um destacamento”, respondeu<br />

Pilatos. “Podem ir, e mantenham o sepulcro em segurança<br />

como acharem melhor. Eles foram e armaram um esquema<br />

de segurança no sepulcro; e além de deixarem um<br />

destacamento montando guarda, lacraram a pedra”.<br />

Jesus recebeu a ira de Deus em Seu corpo –, sendo<br />

crucificado, morto e sepultado.<br />

“Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o<br />

qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da<br />

virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi<br />

crucificado, morto e sepultado; desceu ao hades; ressurgiu<br />

dos mortos ao terceiro dia [...]”.<br />

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1 – <strong>DE</strong>SCEU AO HA<strong>DE</strong>S “descendit ad inferna”.<br />

Nas Escrituras Hebraicas, a palavra usada para descrever<br />

a esfera dos mortos é “sheol”. Esta palavra simplesmente<br />

significa “Sepultura”; a “habitação dos mortos”; o “mundo<br />

inferior”; “lugar dos mortos” ou o “lugar das almas/espíritos<br />

que partiram”. A palavra grega do Novo Testamento que é<br />

usada para inferno é “Hades”, que também se refere ao<br />

“lugar dos mortos”. Outras Escrituras no Novo Testamento<br />

indicam que “Sheol /Hades” é um lugar temporário, onde<br />

as almas ficam enquanto aguardam a ressurreição e<br />

julgamento final. Apocalipse 20:11 – 15 dá a distinção clara<br />

entre os dois. Inferno (o lago de fogo) é o lugar final e<br />

definitivo de julgamento para os perdidos. Hades é um<br />

lugar temporário. Então, não, Jesus não foi ao “Inferno”<br />

porque “Inferno” é uma esfera futura que somente entrará<br />

em vigor após o Julgamento do Grande Trono Branco<br />

(Apocalipse 20:11 – 15).<br />

Sheol /Hades é uma esfera com duas divisões (Mateus<br />

11:23; 16:18; Lucas 10:15; 16:23; Atos 2:27:31), o território<br />

dos salvos e o dos perdidos. O território dos salvos é<br />

chamado “Paraíso” e “Seio de Abraão”. Os territórios dos<br />

salvos e dos perdidos são separados por um “grande<br />

abismo” (Lucas 16:26). Quando Jesus subiu aos Céus, Ele<br />

levou consigo os ocupantes do Paraíso “os crentes”<br />

(Efésios 4:8 – 10). O que Efésios está dizendo é que<br />

quando Jesus ascendeu aos céus Ele levou para o céu<br />

com Ele um grupo de pessoas ressuscitadas com Ele. Ele<br />

levou as pessoas que estavam no cativeiro da morte,<br />

cativas (isto é, redimidas) com Ele (longe do poder de<br />

Satanás) para o reino de Seu Pai. Foi uma pequena<br />

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amostra da eficácia de seu sacrifício. Lembremo-nos do<br />

criminoso arrependido da cruz “Em verdade te digo que<br />

hoje estarás comigo no Paraíso” (cf. Lucas 23:43). O lado<br />

perdido do “Sheol/Hades” permaneceu intacto, ou seja,<br />

melhor dizendo o “Geena”. Todos os mortos incrédulos<br />

para lá vão e esperam seu futuro julgamento final. Jesus<br />

foi ao “Sheol/Hades”? Sim, de acordo com Efésios 4:8 – 10<br />

e 1 Pedro 3:18 – 20.<br />

Essa é a frase do credo mais debatida entre os cristãos.<br />

Nenhuma outra afirmação trouxe e traz tanto debate como<br />

essa que diz que Jesus desceu ao “inferno”.<br />

De acordo com Wayne Grudem, a frase “desceu ao inferno”<br />

não foi encontrada em qualquer uma das versões iniciais<br />

do credo e ela não foi incluída em qualquer outra versão do<br />

Credo do Apostólico até 650.<br />

INTERPRETAÇÕES<br />

Muitos falam que Jesus desceu ao inferno – lugar de<br />

punição para os injustos – para: (1) Pegar as chaves do<br />

inferno; (2) Buscar os santos que lá estavam “limbus<br />

patrum”; (3) Experimentar a plenitude dos sofrimentos; (4)<br />

Proclamar Sua vitória sobre os inimigos; (5) Pregar as boas<br />

novas. Baseando em passagens como 1 Pedro 3:19, 20 e<br />

Efésios 4:8, 9.<br />

Muitos pastores do movimento pentecostal de curas e<br />

milagres – Word of Faith Movement – usam essa ideia de<br />

que Jesus desceu ao inferno e sofreu ao lado de Satanás<br />

para alegar que Jesus sofreu até no inferno para trazer<br />

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uma restauração total para os cristãos. Uma grande<br />

invenção da parte dos homens.<br />

A Palavra INFERNO:<br />

No latim a palavra usada é “inferna” ou “inferus” – que<br />

significa baixo. O texto grego do Credo Apostólico usa a<br />

palavra “κατώτατα” (katotata) = baixo, partes baixas ou<br />

inferiores (Efésios 4:9).<br />

A palavra infernos é geralmente usada para traduzir a<br />

palavra grega “hades”. “Hades” é geralmente usada no<br />

lugar da palavra hebraica “sheol”.<br />

O grande problema é que na nossa mente toda vez que<br />

ouvimos a palavra “inferno” nós já pensamos no lugar de<br />

punição do ímpio. Mas as palavras “infernos” (latim),<br />

“hades” (grego) e “sheol” (hebraico) tem na maioria das<br />

vezes outro sentido.<br />

“Sheol” – {“Sheh-ol” – אֹול ‏{שְׁ‏ – “shĕ’owl” (STRONG: 7585)<br />

tem um sentido geral de lugar dos mortos – de todos os<br />

mortos. Ela é geralmente traduzida como sepultura,<br />

sepulcro, cova – (algumas versões traduzem como ‘inferno’<br />

– mas eu não concordo).<br />

“Uma terceira interpretação é que “sheol” não descreve o<br />

lugar onde as almas dos mortos vão, mas o lugar onde os<br />

corpos vão –, a sepultura. Essa interpretação da palavra<br />

‘sheol’ figura uma típica sepultura da Palestina, escura e<br />

com vermes. Todas as almas dos homens não vão para<br />

um mesmo lugar, mas todas as pessoas vão para a cova”.<br />

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(Theological Wordbook of the Old Testament – R. Lay<br />

Harris, Gleasson Archer, Bruce Waltke – Moddy).<br />

“Hadēs – Ἅδης - essa palavra aparece dez vezes no N.T.<br />

e muitos acreditam ser semelhante à palavra hebraica<br />

“sheol” –, sendo ‘hadēs’ também um lugar geral para os<br />

mortos”. A palavra ‘hadēs’ pode significar, “a morada<br />

invisível ou mansão dos mortos, o lugar do inferno –<br />

punição, o lugar ou condição mais baixa que alguém pode<br />

estar”. (William D. Mounce, The Analytical Lexicon to the<br />

Greek New Testament, “Grand Rapids Zondervan, 1993”,<br />

52 – 53). “Hadēs” não necessariamente implica no lugar de<br />

punição, na maioria das vezes ela tem o sentido de morte<br />

e sepultura no N.T.<br />

Hadēs é a habitação dos mortos. É a palavra grega<br />

equivalente à hebraica “sheol” (Salmos 6:5). A versão<br />

Revista e Atualizada traduz ‘Hadēs’ como inferno, mas isso<br />

é enganoso. Jesus não estava se referindo ao tormento do<br />

inferno eterno; estava afirmando que o sepulcro não<br />

poderia reter os eleitos. As portas, “obstáculos”, da morte<br />

não foram capazes de deter Jesus e não podem manter<br />

cativo o cristão – (1 Coríntios 15:55). Sendo “as portas do<br />

Hadēs não prevalecerão, uma promessa de ressurreição”.<br />

(Com Vergonha do Evangelho, John MacArthur – Fiel, p.<br />

208).<br />

A palavra mais usada para representar o lugar de<br />

julgamento dos ímpios é a palavra “geenna” (γέεννα).<br />

A palavra inferno no Credo Apostólico tem o sentido de<br />

sepultura – o lugar mais baixo. Isso enfatiza a verdade<br />

declarada anteriormente que Jesus havia sido sepultado.<br />

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Por ter sido sepultado Ele realmente desceu ao inferno<br />

“katotata” –, ao túmulo, a cova –, ao lugar mais baixo.<br />

“Descer ao Hades é o substituto de crucificado, morto e<br />

sepultado”.<br />

POR QUE JESUS NÃO <strong>DE</strong>SCEU AO INFERNO – lugar de<br />

punição do ímpio?<br />

1 – Na cruz Jesus declarou, “Está consumado”. (João<br />

19:30). Jesus não foi ao inferno para sofrer mais.<br />

2 – Na cruz Jesus disse que naquele mesmo dia Ele estaria<br />

no Paraíso (Lucas 23:43).<br />

3 – Jesus não precisou descer ao inferno para pegar as<br />

chaves da morte, pois de acordo com Daniel 7 toda a<br />

autoridade foi dada a Jesus pelo Ancião dos Dias na<br />

ascensão dEle.<br />

Ao declarar que Jesus desceu ao “Hades” o credo enfatiza<br />

que o processo da morte foi totalmente concluído. Jesus<br />

não apenas apareceu estar morto, não ficou em estado de<br />

coma, mas experimentou a morte por completo. Jesus<br />

desceu á cova mais baixa, experimentou a morte por<br />

completo como consequência do Seu sepultamento.<br />

“O que o credo diz, é que Jesus entrou, não no geenna,<br />

mas no hades –, isto é, Ele realmente morreu, e isso foi<br />

uma morte genuína e não simulada”. (J.I. Packer, Growing<br />

in Christ, Crossway, p. 56).<br />

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COMENTÁRIO <strong>DE</strong> 1 PEDRO 3:19, 20<br />

(19, 20). No qual (isto é, o Espírito) também foi, e pregou.<br />

Segue-se uma digressão cuja interpretação é obscura.<br />

Alguns mestres, dos quais Lange é um representante,<br />

defende que a única inferência franca e natural aqui é<br />

admitir que Cristo, depois de Sua crucificação, desceu ao<br />

Hades e “proclamou a estes espíritos em prisão no Hades<br />

o começo de uma nova época de graça” (J. P. Lange,<br />

Commentary on the Holy Scripture IX, p. 64). Ele assevera<br />

que sem dúvida muitos foram salvos por causa desta<br />

segunda oportunidade. Esta opinião dá lugar à questão<br />

difícil de por que, dentre todos os incrédulos, os<br />

antediluvianos foram os recebedores deste adiamento de<br />

sentença e dá lugar a possibilidade (que contraria o<br />

ensinamento explícito do N.T.), de que outros pecadores<br />

não arrependidos teriam uma oportunidade posterior de<br />

crer em Cristo. Alguns acham que a pregação de Cristo no<br />

Hades foi condenatória, mas esta não é a implicação<br />

costumeira da palavra grega, que significa, proclamar,<br />

anunciar, e costuma ser usada em relação ao Evangelho.<br />

John Owen, o tradutor e editor de Calvino (João Calvino,<br />

Commentaries on the Catholic Epistles, p. 116,<br />

observação), cita a explicação adotada por Beza,<br />

Doddridge, Macknight, e Scott, de que o tempo de ação era<br />

no ministério de Noé, quando Cristo pelo Espírito (“no<br />

qual”) pregou através de Noé aos ímpios que, no tempo em<br />

que Pedro escreveu a carta, eram espíritos no Hades. E<br />

tudo isso aconteceu enquanto a longanimidade de Deus<br />

retardou o dilúvio. A referência feita ao tempo gasto na<br />

construção da arca parece corroborar esta interpretação.<br />

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Referência feita ao pequeno número daqueles que se<br />

salvaram encorajaria o “pequeno rebanho” na Ásia.<br />

Gordon Lyons declara – 1 Pedro 3:19, 20.<br />

(19) no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão<br />

(20a) que há muito tempo desobedeceram, quando Deus<br />

esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca<br />

era construída [...] – (NVI).<br />

Através do mesmo Espírito Santo que o ressuscitou dos<br />

mortos, Jesus pregou a mensagem de sua vitória triunfante<br />

aos espíritos (ou almas) em prisão, agora aprisionados<br />

pelo julgamento e sentença de Deus. Esses eram os<br />

espíritos dos homens e mulheres que viveram nos dias de<br />

Noé (cf. 1 Pedro 4:6; 2 Pedro 2:4, 5).<br />

As vidas desses homens e mulheres tinham sido cheias de<br />

perversidade, violência e corrupção. Durante o tempo da<br />

construção da arca, Noé vinha proclamando a esses<br />

ímpios uma mensagem de salvação do juízo vindouro de<br />

Deus. Contudo, embora Deus tenha esperado<br />

pacientemente, todos — exceto Noé e seus familiares<br />

imediatos — recusaram crer que o Senhor estava a ponto<br />

de destruir o mundo da humanidade pecadora.<br />

Consequentemente, todos aqueles que falharam em<br />

buscar refúgio na arca, subsequentemente pereceram nas<br />

águas do dilúvio (Gênesis 6:3 – 18; 7:21 – 23).<br />

Aos espíritos ou almas desses ímpios — aprisionadas e<br />

atormentadas eternamente — Cristo proclamou sua vitória<br />

triunfante. [1] Essa foi uma mensagem de vitória sobre<br />

Satanás, o pecado, a morte, o inferno e a sepultura. Essa<br />

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própria vitória, contudo, selou eternamente a condenação<br />

final dessas almas rebeldes e incrédulas. Ela tornou certa<br />

a condenação eterna delas no inferno (cf. 2 Pedro 2:9).<br />

Na última parte do versículo 20, o apóstolo escreve:<br />

(20b) Nela apenas algumas pessoas [ARC, almas], a<br />

saber, oito, foram salvas por meio da água [...] – (NVI).<br />

Na arca construída por Noé e outros, somente oito pessoas<br />

experimentaram o livramento do julgamento de Deus sobre<br />

o mundo daquela época. Aparte daqueles na arca, toda a<br />

humanidade e todas as outras criaturas [terrestres que<br />

dependiam do ar para a sobrevivência] foram destruídas.<br />

Aqueles que creram em Deus, contudo, encontraram<br />

salvação prestando atenção à sua Palavra e buscando<br />

livramento através do meio apontado — a arca. Da mesma<br />

forma, aqueles que crêem em Deus hoje, encontram<br />

salvação prestando atenção à sua Palavra e buscando<br />

livramento através do meio apontado — seu Filho<br />

unigênito, o Senhor Jesus Cristo. Assim como a arca livrou<br />

com segurança os crentes da ira e do julgamento temporal<br />

de Deus, assim a fé em Cristo livra com segurança o crente<br />

da ira e do julgamento final de Deus.<br />

NOTAS:<br />

[1] — Alguns intérpretes não crêem que essa passagem<br />

ensine uma declaração pessoal de vitória pelo Senhor<br />

Jesus a esses espíritos aprisionados. Antes, na opinião<br />

deles, Cristo foi pregado a eles em e através da pregação<br />

de Noé (cf. 2 Pedro 2:5: veja também Efésios 2:17, onde<br />

pode ser visto que ‘a vinda de Cristo para pregar' não<br />

necessariamente significa sua vinda em pessoa. Nessa<br />

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passagem, ela se refere à pregação de Cristo por seus<br />

servos. Cristo é pregado onde quer que seus servos<br />

proclamem a mensagem do Evangelho).<br />

As três interpretações principais dessa passagem podem<br />

ser resumidas da seguinte forma:<br />

(1) O Cristo pré-encarnado pregado àqueles indivíduos<br />

através de Noé (2 Pedro 2:5). Contudo, porque eles<br />

recusaram prestar atenção à advertência de Cristo, através<br />

de Noé, da vinda do julgamento de Deus, eles pereceram<br />

no dilúvio e subsequentemente foram aprisionados por<br />

Deus; ou, (2) Após a sua ressurreição, o Senhor Jesus<br />

Cristo proclamou sua vitória a esses espíritos aprisionados,<br />

durante sua “descida ao inferno” (cf. Efésios 4:9); ou, (3) O<br />

Cristo ressurreto proclamou sua vitória aos anjos caídos<br />

aprisionados (identificados como os “filhos de Deus” em<br />

Gênesis 6:2, 4).<br />

William Barclay declara – 1 Pedro 3:18b – 20 — 4:6.<br />

Já dissemos que aqui estamos frente a uma das mais<br />

difíceis passagens não só das Cartas de Pedro, mas<br />

também de todo o Novo Testamento. Portanto, se<br />

queremos entender o sentido desses versículos teremos<br />

que seguir a mensagem do próprio Pedro e “cingir os<br />

lombos de nosso entendimento” para estudá-los. Esta<br />

passagem achou cabida no Credo com a frase “desceu aos<br />

infernos”. Primeiro deveremos notar que a frase é muito<br />

confusa. A idéia do Novo Testamento não é que Cristo<br />

desceu ao inferno, mas sim descendeu ao Hades. A<br />

diferença é a seguinte: o inferno é inquestionavelmente o<br />

lugar de tortura e de castigo dos ímpios; mas o Hades,<br />

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segundo o pensamento judeu, era o lugar aonde iam os<br />

mortos.<br />

Os judeus tinham um conceito muito vago quanto à vida<br />

além-túmulo. Não pensavam em Céu e inferno, mas em um<br />

mundo sombrio onde os espíritos humanos se moviam<br />

como espectros cinzentos numa permanente penumbra,<br />

onde não havia nem luz nem força nem alegria. Esse era o<br />

Hades — a terra das sombras, para a qual iam as almas<br />

de todos depois da morte.<br />

Isaías escreve: “Pois o Sheol não te pode louvar, A morte<br />

não te pode celebrar: Os que descem à cova, não podem<br />

esperar a tua verdade”. (Isaías 38:18). Expressa o<br />

salmista: “Pois na morte não há recordação de ti, no Sheol<br />

quem te dará louvor?” (Salmos 6:5). “Que proveito obterás<br />

no meu sangue, quando baixo à cova? Louvar-te-á,<br />

porventura, o pó? Declarará ele a tua verdade?” (Salmos<br />

30:9). “Acaso mostrarás maravilhas aos mortos?<br />

Porventura levantar-se-ão as sombras dos mortos e te<br />

louvarão? Será referida a tua benignidade na sepultura?<br />

Ou a tua fidelidade em Abadom? Acaso serão conhecidas<br />

nas trevas as tuas maravilhas? E a tua justiça na terra do<br />

esquecimento?” (Salmos 88:10 – 12). “Os mortos não<br />

louvam ao SENHOR, nem os que descem ao silêncio”<br />

(Salmos 115:17). “Tudo quanto te vier à mão para fazer,<br />

faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para<br />

onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem<br />

sabedoria alguma” (Eclesiastes 9:10; cf. Versões TB e NVI.<br />

– N. do tradutor).<br />

Tal era a concepção judia do mundo situado para além da<br />

morte. Era um mundo de sombras, de impotência e de<br />

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esquecimento no qual os seres humanos eram separados<br />

da vida, da luz e de Deus. À medida que passou o tempo<br />

foi surgindo a idéia de etapas e divisões neste sombrio<br />

território. Para alguns isso ia durar para sempre; para<br />

outros, pelo contrário, era uma espécie de cárcere no qual<br />

se mantinha os condenados até o dia do juízo e o castigo<br />

finais, quando a ira de Deus os esmagaria (Isaías 24:21,<br />

22; 2 Pedro 2:4; Apocalipse 20:1 – 7). De maneira que, em<br />

primeiro lugar, teremos que lembrar o que todo este<br />

assunto deve ser considerado, não em termos de inferno<br />

como nós entendemos a palavra, mas em termos da visita<br />

de Cristo aos mortos que estão em seu mundo cinzento e<br />

sombrio.<br />

A <strong>DE</strong>SCIDA AO HA<strong>DE</strong>S<br />

1 Pedro 3:18b – 20 — 4:6 (continuação).<br />

A doutrina que aparece no Credo referente à descida ao<br />

Hades — como devemos chamá-la agora — se baseia em<br />

duas frases da passagem que estamos considerando aqui.<br />

Vemos que diz que Cristo foi e pregou aos espíritos que<br />

estavam encarcerados (3:19), e também fala do evangelho<br />

que foi pregado aos mortos (4:6). Com relação a esta<br />

doutrina sempre houve diferentes posições entre os<br />

pensadores.<br />

(1) Há aqueles que desejam eliminá-la por completo. Esta<br />

atitude de eliminação procura ser atingida através de dois<br />

procedimentos:<br />

(a) Pedro diz que Cristo pregou aos espíritos que estavam<br />

na prisão, os espíritos que alguma vez foram<br />

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desobedientes no tempo em que a paciência de Deus<br />

aguardava nos dias de Noé, quando se estava construindo<br />

a arca. Argúi-se que isto significa que foi nos dias do<br />

próprio Noé quando Cristo fez essa pregação, que longo<br />

tempo antes Ele estava pregando no Espírito e apelando<br />

aos homens ímpios da época de Noé; que não foi depois<br />

que eles morreram, e estando no Hades quando Cristo foi<br />

pregar-lhes, no tempo entre sua própria morte e<br />

ressurreição, mas sim realmente nos dias de Noé o Cristo<br />

preexistente foi no Espírito e pregou e apelou àqueles<br />

pecadores. Nesta forma fica eliminada por completo a idéia<br />

de uma descida ao Hades e a pregação de Cristo é<br />

transferida ao mundo dos antigos dias de Noé. Muitos<br />

destacados estudiosos aceitaram e aceitam este ponto de<br />

vista. De nosso ponto de vista, entretanto, não cremos que<br />

seja este o sentido que surge naturalmente das palavras<br />

de Pedro.<br />

(b) Se observarmos a tradução de Moffat ao inglês,<br />

encontraremos algo muito diferente. Essa tradução reza<br />

assim: “Na carne Ele (Cristo) foi morto, mas voltou à vida<br />

no Espírito. Também no Espírito Enoque foi e pregou aos<br />

espíritos prisioneiros que tinham desobedecido no tempo<br />

quando a paciência de Deus aguardava enquanto era<br />

construída a arca nos dias de Noé”. Como vemos, Moffat<br />

introduz no quadro a Enoque, que não aparece de modo<br />

nenhum em nossas versões. Como é que Moffat chega a<br />

esta tradução?<br />

O nome de Enoque não aparece em nenhum manuscrito<br />

grego. Mas ao considerar o texto de qualquer autor grego<br />

os eruditos frequentemente utilizam um processo que se<br />

chama de emenda. Este procedimento consiste no<br />

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seguinte: às vezes os estudiosos crêem ter encontrado<br />

algo incorreto no texto tal qual se acha, que algum escriba<br />

parece ter copiado erroneamente e que faz com que o texto<br />

não tenha sentido tal como está. Portanto, sugerem que<br />

determinada palavra deveria ser mudada ou que devem<br />

adicionar alguma outra ainda que tais mudanças e<br />

agregados não apareçam em nenhum manuscrito grego.<br />

No que se refere a esta passagem Rendel Harris sugeriu<br />

que ao copiar o manuscrito de Pedro se omitiu a palavra<br />

Enoque e que deveria ser reincorporada.<br />

Embora isso implica o uso do grego, poderia ser que alguns<br />

leitores tenham interesse em ver como Rendel Harris<br />

chegou a esta famosa emenda. Por isso nos permitimos<br />

indicar aqui seu raciocínio. Na linha superior, com letra<br />

itálica, pusemos o grego [utilizando nosso alfabeto] e<br />

abaixo de cada palavra grega se encontrará a<br />

correspondente tradução ao português:<br />

“thanatotheis men sarki”.<br />

“tendo sido morto na carne”.<br />

“zoopoietheis de pneumati”.<br />

“tendo ressuscitado no Espírito”.<br />

“en ho kai tois en fulake pneumasi”.<br />

“no qual também aos na prisão espíritos”.<br />

“poreutheis ekeruxen”.<br />

“tendo ido pregou”.<br />

Esta é, então, a passagem em questão apresentado em<br />

grego e em português palavra por palavra. (“men” e “de”,<br />

em grego, são o que chamamos partículas, não se<br />

traduzem, simplesmente assinalam o contraste entre sarki<br />

e pneumati: carne e espírito). Rendel Harris sugeriu que<br />

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entre kai e tois se omitiu a palavra Enoque. A explicação<br />

que oferece é que pelo fato de que a cópia de manuscritos<br />

se fazia por ditado, os escribas estavam expostos a omitir<br />

ou saltar palavras que aparecendo em sucessão teria um<br />

som muito similar. Nesta passagem, as palavras en ho kai<br />

e Enoc soam de modo muito semelhante e Rendel Harris<br />

opinou que era muito provável que a palavra Enoque teria<br />

sido omitida por erro).<br />

Que razão há para introduzir a Enoque nesta<br />

passagem?<br />

Enoque foi sempre um personagem fascinante e<br />

misterioso. “Andou Enoque com Deus e já não era, porque<br />

Deus o tomou para si” (Gênesis 5:24). No período que vai<br />

entre o Antigo e o Novo Testamento surgiram numerosas<br />

lendas referentes a Enoque e muitos livros importantes<br />

foram escritos com o seu nome. Uma dessas lendas<br />

relatava que Enoque, embora sendo homem, agiu como<br />

enviado de Deus aos anjos que pecaram os quais vieram<br />

à Terra e seduziram de modo lascivo as mulheres mortais<br />

(Gênesis 6:2). No livro de Enoque diz-se que este foi<br />

enviado do céu para anunciar a esses anjos sua<br />

condenação final (Enoque 12:1), e que lhes fez saber que<br />

por causa de seu pecado não haveria jamais perdão nem<br />

paz para eles (Enoque 12 e 13). De modo que, segundo a<br />

lenda judia, Enoque foi de fato ao Hades e pregou ali a<br />

condenação aos anjos caídos e pecadores. Assim, pois,<br />

Rendel Harris creu que esta passagem não se referia a<br />

Jesus, mas sim a Enoque. E Moffat a tal ponto esteve de<br />

acordo com Harris que introduziu Enoque em sua tradução<br />

inglesa. Esta é uma sugestão extremamente interessante<br />

e engenhosa. Entretanto, devemos rejeitá-la porquanto<br />

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carece absolutamente de evidência. Não é prudente<br />

introduzir Enoque neste quadro visto que a descrição total<br />

refere-se à obra de Cristo.<br />

A <strong>DE</strong>SCIDA AO HA<strong>DE</strong>S<br />

1 Pedro 3:18b – 20 — 4:6 (continuação).<br />

Acabamos de ver como falha o intento de utilizar a técnica<br />

de eliminação nestes versículos.<br />

(2) A segunda atitude possível é a de limitação. Segundo<br />

este procedimento — que é aquele que adotaram alguns<br />

dos mais notáveis intérpretes do Novo Testamento — se<br />

dá por sentado que Pedro certamente estava ensinando<br />

que Jesus foi ao Hades e pregou ali, mas que de maneira<br />

nenhuma pregou a todos os que ali habitavam. Esses<br />

intérpretes limitam tal pregação de diferentes maneiras.<br />

(a) Sustenta-se que Jesus pregou no Hades somente aos<br />

espíritos daqueles que foram pecadores e desobedeceram<br />

a Deus nos dias de Noé. Aqueles que sustentam este ponto<br />

de vista geralmente sustentam que, pelo fato de que os<br />

pecadores daquela época eram incorrigivelmente ímpios e<br />

desobedientes — tanto que Deus teve que enviar o dilúvio<br />

para destruí-los (Gênesis 6:12-13) — podemos, portanto,<br />

crer que ninguém está excluído da misericórdia de Deus.<br />

Aqueles homens eram os piores de todos os pecadores;<br />

mas mesmo assim foi-lhes concedida outra oportunidade<br />

para que se arrependessem. Por conseguinte, até as<br />

piores pessoas têm ainda uma oportunidade em Cristo.<br />

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(b) Sustenta-se que Jesus pregou aos anjos caídos, mas<br />

que lhes anunciou não a salvação, mas sim a condenação<br />

final e irrevogável. Já fizemos menção destes anjos. O<br />

relato correspondente se acha em Gênesis 6:1 – 8. Foram<br />

tentados pela beleza das mulheres mortais, vieram à Terra<br />

e as seduziram e geraram filhos; e devido a isto se infere<br />

que a maldade do homem era muito grande e que seus<br />

pensamentos estavam continuamente ocupados em coisas<br />

perversas. Em 2 Pedro 2:4 fala-se daqueles anjos<br />

pecadores que estão no inferno encadeados e aguardando<br />

o juízo. A estes foi que Enoque teria pregado; e há aqueles<br />

que opinam que esta passagem significa não que Cristo<br />

pregou misericórdia e lhes deu outra oportunidade, mas<br />

sim, pelo contrário, como símbolo de seu completo triunfo,<br />

pregou a espantosa condenação daqueles anjos que<br />

tinham caído em pecado.<br />

(c) Sustenta-se que Cristo pregou somente àqueles que no<br />

passado tinham sido justos, e que os tirou do Hades e os<br />

conduziu ao Paraíso de Deus. Isto se explica assim: Já<br />

vimos que os judeus criam que todos os mortos iam ao<br />

Hades, esse cinzento e sombrio lugar do esquecimento.<br />

Aduz-se que antes de Cristo certamente era assim, mas<br />

que Ele abriu as portas do Céu à humanidade e quando fez<br />

isto foi ao Hades e ali deu a grata notícia a todos os justos<br />

de todas as gerações passadas e os conduziu a Deus. Esta<br />

é certamente uma magnífica figura. Os que sustentam tal<br />

posição geralmente adicionam que, por causa de Cristo,<br />

agora não há para o cristão tempo de espera nas sombras<br />

do Hades, mas sim o caminho rumo ao Paraíso de Deus<br />

se abre logo que este mundo se fecha para nós.<br />

A <strong>DE</strong>SCIDA AO HA<strong>DE</strong>S<br />

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1 Pedro 3:18b – 20 — 4:6 (continuação).<br />

(3) Além disso, outra posição sustenta que o que Pedro diz<br />

é que Jesus Cristo, entre sua morte e sua ressurreição, foi<br />

ao mundo dos mortos e ali pregou o evangelho. O apóstolo<br />

diz que Jesus Cristo foi morto na carne, mas que<br />

ressuscitou no Espírito e que foi precisamente no Espírito<br />

como pregou. Isto significa que Jesus viveu num corpo<br />

humano e que esteve sujeito a todas as limitações de<br />

tempo e espaço nos dias de sua existência carnal; que<br />

morreu corporalmente sobre a cruz, moído, quebrantado e<br />

sangrado, mas que, ao ressuscitar, Ele o fez com um corpo<br />

espiritual no qual estava livre da inevitável fraqueza<br />

humana, livre das iniludíveis limitações de espaço e tempo<br />

e que, desta maneira, todo o universo converteu-se em<br />

esfera de sua ação. Nestas condições espirituais de<br />

perfeita liberdade teve lugar a pregação aos mortos. Quais<br />

são as grandes e transcendentes verdades que há nesta<br />

doutrina? Tal como se apresenta, está expressa em<br />

categorias perimidas e superadas. Fala de uma descida ao<br />

Hades. A mesma palavra descida nos faz pensar em<br />

termos de um universo de três pisos no qual o Céu estaria<br />

localizado acima, e o Hades debaixo da Terra. Entretanto,<br />

desprezando todas as categorias físicas e geográficas<br />

desta doutrina, ainda podemos encontrar nela verdades<br />

que são eternamente válidas e preciosas.<br />

(a) Se Jesus desceu ao Hades, então isto implica que<br />

morreu real e verdadeiramente. Sua morte não foi um<br />

simulacro nem uma comédia. Sua morte não pode ser<br />

explicada como um desvanecimento na cruz ou algo pelo<br />

estilo. Jesus experimentou a morte de maneira certa e<br />

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verdadeira, e depois ressuscitou. Isto faz possível que<br />

creiamos num Cristo que passou pela experiência humana<br />

do nascimento, da vida e da morte. Em sua forma mais<br />

simples a doutrina da descida ao Hades estabelece a<br />

completa identidade de Cristo com nossa condição<br />

humana, até com a experiência da morte.<br />

(b) Se Cristo desceu ao Hades, isto significa que seu triunfo<br />

é literalmente universal. Esta é uma verdade da qual, de<br />

fato, está impregnado o Novo Testamento. O desejo de<br />

Paulo é que diante do nome de Jesus Cristo se dobre tudo<br />

joelho dos que estão nos Céus, e na Terra e debaixo da<br />

Terra (Filipenses 2:10). No Apocalipse o canto de louvor<br />

surge de toda criatura que está nos Céus, na Terra e<br />

debaixo da Terra (Apocalipse 5:13). Aquele que subiu ao<br />

Céu é também o primeiro que desceu às partes mais<br />

baixas da Terra (Efésios 4:9, 10). A submissão total do<br />

universo a Cristo está entretecida no pensamento do Novo<br />

Testamento.<br />

(c) Se Cristo desceu ao Hades e ali pregou, não há então<br />

lugar do universo ao qual não tenha chegado a mensagem<br />

de graça. Nesta passagem encontra-se a resposta a um<br />

dos mais árduos interrogantes com que se depara a fé<br />

cristã: O que sucederá com aqueles que viveram antes de<br />

Cristo, aqueles aos quais o evangelho alguma vez chegou?<br />

Se não pode haver salvação sem arrependimento, como<br />

podem arrepender-se aqueles que nunca se depararam<br />

com o amor e a santidade de Deus? Se não há outro nome<br />

mediante o qual os homens podem ser salvos, o que vai<br />

suceder com aqueles que nunca ouviram esse nome? Este<br />

é o ponto que Justino Mártir acentuou faz já tanto tempo:<br />

“O Senhor, o Santo de Israel lembrou a seus mortos e<br />

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desceu até eles para dar-lhes as boas novas da salvação”.<br />

A doutrina da descida ao Hades conserva a preciosa<br />

verdade de que não há pessoa — não importa a época em<br />

que tenha vivido — que fique fora da olhar de Cristo e sem<br />

a correspondente oferta da salvação de Deus.<br />

Há muitos que ao repetir o Credo encontram que a frase<br />

“desceu aos infernos” carece de sentido e é muito confusa.<br />

Por isso que, tacitamente, decidiram desprezá-la e<br />

esqueceria. Talvez se deveria pensar nisto como numa<br />

figura descritiva em termos poéticos e não tanto como<br />

numa doutrina expressa em termos teológicos. Pode ser<br />

que se trate, antes, de alimento espiritual e nem tanto de<br />

algo que possa ser incluído na fórmula de um credo. Mas<br />

há nisso três grandes verdades: que Jesus Cristo não só<br />

provou a morte, mas também apurou até o fim a taça da<br />

morte; que o triunfo de Cristo é universal; que não há lugar<br />

do universo ao qual não tenha alcançado a graça de Deus.<br />

A VIDA DO VERDA<strong>DE</strong>IRO DISCÍPULO <strong>DE</strong><br />

CRISTO<br />

“Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo,<br />

tome diariamente a sua cruz e siga-me” – Lucas 9:23.<br />

Os discípulos de Cristo demonstraram, em certos<br />

momentos da vida, exclusivismo, partidarismo, egoísmo,<br />

imaturidade, bairrismo e outros comportamentos ruins.<br />

Eles erraram quando na verdade deveriam acertar (Lucas<br />

9:40, 41). Jesus Cristo censurou tais comportamentos e<br />

corrigiu o grupo seleto, mas não os abandonou.<br />

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Na narrativa bíblica veremos como, em diferentes<br />

circunstâncias, os discípulos agiram de forma oposta<br />

àquilo que o Senhor lhes havia ensinado e como Jesus os<br />

conduziu à maneira certa de agir. Esses fatos demonstram<br />

que os seguidores de Cristo eram seres humanos que<br />

viviam suas limitações latentes, e como tal, dependiam de<br />

Deus para superá-las. Esses exemplos servem para nos<br />

orientar em nossa jornada de fé a fim de que possamos<br />

cultivar as verdadeiras virtudes da fé como a oração, a<br />

Palavra de Deus, tendo como regra o repúdio do<br />

exclusivismo, os valores invertidos, a ansiedade, a falta de<br />

perdão e a vida dupla, características de um falso cristão.<br />

A luz do Evangelho segundo escreveu Lucas, cinco<br />

¹axiomas (verdades inquestionáveis) são encontrados nos<br />

(v. 23 – 27), um para cada versículo (Paralelo aos<br />

Evangelhos sinóticos Marcos 8:34 – 9:1; Mateus 16:24 –<br />

28). O tema da morte, a partir de Lucas 9:22, é o fio da<br />

narrativa que une todos os cinco ditos:<br />

(1) A Cruz (v. 23).<br />

(2) Perder a vida (v. 24).<br />

(3) Destruir a vida (v. 25).<br />

(4) Envergonhado no julgamento (v. 26).<br />

(5) Provar a morte (v. 27).<br />

(v. 23) Os discípulos seguiram o Mestre quando Ele os<br />

chamou da primeira vez (5:11), mas naquela ocasião eles<br />

não tinham idéia que a sua carreira terminaria com a cruz.<br />

Eles ainda pensavam em termos de conquista e poder<br />

(22:24). Este apelo foi uma advertência solene para a<br />

reavaliação do preço do discipulado. Negue significa<br />

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exatamente o que Pedro fez no julgamento de Jesus: “ele<br />

recusou-se a reconhecê-lo”.<br />

Os versículos 23 – 27 introduzem a noção de que, ao<br />

compartilhar o poder de Jesus, os discípulos irão também<br />

compartilhar o Seu sofrimento. Há uma progressão nos<br />

cinco axiomas, desde a Cruz com sua viva agonia, à perda<br />

da vida em si, à finalidade do julgamento, até provar a<br />

morte em si. O versículo 23 diz, “Se alguém quiser<br />

acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente<br />

a sua cruz e siga-me” (cf. 14:27).<br />

A cruz era a forma mais comum de execução no primeiro<br />

século na Palestina. Mas, a ênfase aqui não é nos martírios<br />

literais dos discípulos, mas a vida de obrigação imposta<br />

pelas notícias do iminente sofrimento de Jesus (v. 22). Os<br />

discípulos aprendem que o poder e a autoridade (9:1)<br />

entregues a eles por Jesus vêm como um preço – eles<br />

também irão sofrer.<br />

Metaforicamente, levar uma cruz envolve “abnegação” e o<br />

“seguir”. O ministério itinerante, é claro, ocasiona uma<br />

imensa quantidade de verdadeira abnegação para os<br />

seguidores de Jesus. Mas essas ideias são sutilmente<br />

apropriadas para descrever a vida diária do discipulado. A<br />

“cruz” torna-se uma metáfora para as responsabilidades do<br />

discipulado que, por sua vez, são uma forma de “morte” em<br />

relação à velha vida.<br />

A expressão tome [...] a sua cruz é anterior ao tempo de<br />

Jesus, pelo que sabemos. Alguns têm afirmado que essa<br />

linguagem foi colocada posteriormente nos lábios de Jesus<br />

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pela Igreja (Fitzmyer 1981, 1:785; Funk e Hoover 1993, p.<br />

79).<br />

Mas “tomar a sua cruz”, o que pode significar isto nos lábios<br />

de Jesus?<br />

Jesus sabia muito bem o que significava a crucificação.<br />

Quando era menino de uns onze anos, Judas, o Galileu,<br />

também chamado Judas de Gamala tinha encabeçado<br />

uma rebelião contra Roma. Tinha atacado ao exército real<br />

em Séforis, que estava a uns seis quilômetros de Nazaré.<br />

A vingança dos romanos foi rápida e repentina. Queimaram<br />

a cidade integralmente, seus habitantes foram vendidos<br />

como escravos, e dois mil rebeldes foram crucificados com<br />

o passar do caminho para que fossem uma terrível<br />

advertência para outros que queriam fazer o mesmo.<br />

Tomar nossa cruz significa estar preparados para enfrentar<br />

coisas como esta por nossa fidelidade a Deus, significa<br />

estar dispostos a suportar o pior que um homem nos possa<br />

fazer pela graça de sermos fiéis para com Deus. De<br />

qualquer forma, Lucas acrescenta a condição de que o<br />

discípulo tome sua cruz diariamente (Marcos 8:34; Mateus<br />

16:24). Isto torna o carregar a cruz uma questão de estilo<br />

de vida rotineira para o discípulo da pós-ressurreição. (cf.<br />

NOTA).<br />

NOTA: Segundo Flávio Josefo, a reação armada começou<br />

entre os judeus da Galileia, liderada por Judas, natural da<br />

cidade de Gamala, que dirigiu um assalto à guarnição<br />

romana em Séforis (capital da Galiléia).<br />

A revolta foi duramente reprimida pelos romanos e, embora<br />

Josefo não informe o destino de Judas, é provável que ele<br />

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tenha morrido em combate ou aprisionado e executado.<br />

Judas também é citado pelo rabino Gamaliel, membro do<br />

Sinédrio, como exemplo de falso messias, segundo os Atos<br />

dos Apóstolos 5:35, 36. Em suas “Antiguidades Judaicas”,<br />

Josefo atribui a Judas de Gamala e ao fariseu Zadoq, a<br />

fundação do movimento Zelota, que pregava a luta armada<br />

contra os opressores romanos.<br />

Moody define Dia a dia tome a sua cruz da seguinte forma.<br />

“Uma aceitação voluntária das responsabilidades e<br />

sofrimentos incidentes ao discípulo de Cristo. Siga-me (O<br />

termo grego para siga-me é akoloutheitō – ἀκολουθείτω<br />

que denota juntar-se a alguém como um discípulo). Um<br />

imperativo envolvendo ação persistente: Que prossiga me<br />

seguindo”.<br />

A partir dessa perspectiva, carregar a cruz é uma poderosa<br />

metáfora para a devoção sacrificial exigida dos discípulos.<br />

(cf. NOTA).<br />

NOTA: A Teologia da cruz em Lucas.<br />

Lucas refere-se à cruz simplesmente como um instrumento<br />

de morte (23:26; Atos 2:23; 4:10). Na presente passagem,<br />

ela refere-se metaforicamente às cargas e<br />

responsabilidades do discipulado (9:23; 14:27). A cruz não<br />

é um símbolo da morte expiatória de Cristo em nenhum<br />

lugar em Lucas, como por exemplo, em Colossenses 1:20;<br />

2:14. Tampouco é uma palavra código para a fé cristã – a<br />

“cruz de Cristo” (como 1 Coríntios 1:17; Gálatas 6:12, por<br />

exemplo). Lucas usa a cruz para referir-se à vida de<br />

discipulado. Ela refere-se “à atitude de abnegação que<br />

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concerne sua vida neste mundo como já consumada”<br />

(Marshall, 1978, p. 373). “Para Lucas, então, a teologia da<br />

cruz está enraizada, não tanto na teoria da expiação, mas<br />

no retrato da narrativa da vida do fiel discipulado como o<br />

caminho da cruz” (Green, 1997, p. 372).<br />

Paulo ocasionalmente se refere à “crucificação” na vida<br />

dos crentes em termos similares aos de Lucas (cf. Gálatas<br />

2:20). Tipicamente, porém, Paulo refere-se à cruz tanto<br />

como o instrumento da morte de Jesus Cristo e do divino<br />

meio da salvação.<br />

Embora nenhuma teologia da expiação esteja explícita no<br />

Evangelho de Lucas, Atos designa um significado salvífico<br />

à morte de Jesus: “onde o mataram, suspendendo-o num<br />

madeiro” (Atos 10:39). A isso, Lucas acrescenta: “de que<br />

todo o que nEle crê recebe o perdão dos pecados mediante<br />

o Seu nome” (Atos 10:43). Isso é o mais próximo que Lucas<br />

chega da teologia da expiação. A declaração mais<br />

conhecida e explícita de ideia da expiação na tradição<br />

sinótica aparece em Marcos 10:45: Jesus deu “a sua vida<br />

em resgate por muitos”.<br />

(24 – 26) Os próximos três axiomas (verdades<br />

inquestionáveis) prosseguem o tema da morte, isto é, o<br />

ganhar e o perder a vida. As palavras de Jesus parecem<br />

irônicas: “Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá,<br />

mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará”<br />

(v. 24). Em termos literais, isso poderia dizer que os<br />

discípulos deveriam receber o martírio a fim de ganharem<br />

a salvação eterna. Mas Lucas, com certeza, propõe esse<br />

ponto metaforicamente. Nesse sentido, levar a cruz<br />

significa que os discípulos perdem a sua vida ao gastá-la<br />

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altruisticamente. Reservar a vida para propósitos egoístas<br />

significa perder o valor espiritual da vida. Dar a sua vida<br />

para Deus e os outros levará às riquezas espirituais. Por<br />

isso toda a Lei se resume em dois mandamentos:<br />

“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de<br />

toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o<br />

grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a<br />

este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus<br />

22:37 – 39).<br />

Essa é uma ideia comum em outras religiões orientais onde<br />

a “ligação” a realidades físicas é geralmente considerada a<br />

causa de todo sofrimento. Ao “desprender-se” dos desejos<br />

mundanos, a vida espiritual torna-se possível. Por isso o<br />

apóstolo João exorta aos crentes em relação às coisas<br />

mundanas “Não ameis o mundo nem o que nele existe. Se<br />

alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 João<br />

2:15). “Todo aquele que é nascido de Deus vence o mundo;<br />

e este é o triunfo que vence o mundo: a nossa fé!” (1 João<br />

5:4).<br />

O apóstolo Paulo também exorta os crentes em sua<br />

epístola aos Romanos:<br />

“E não vos amoldeis ao sistema deste mundo, mas sede<br />

transformados pela renovação das vossas mentes, para<br />

que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita<br />

vontade de Deus” (Romanos 12:2).<br />

Essas exortações endossam, ratificam o ensinamento do<br />

Mestre Jesus.<br />

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“Portanto, de que adianta uma pessoa ganhar o mundo<br />

inteiro e perder a sua alma?” (Mateus 16:26; Marcos 8:36;<br />

Lucas 9:25).<br />

A ideia do axioma de Jesus não é tão diferente. Sua<br />

chamada ao altruísmo não desvaloriza a vida, como faz o<br />

martírio. Ao contrário, ela exorta os discípulos a valorizar o<br />

aspecto espiritual da vida acima do físico. “Não acumulem<br />

para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem<br />

destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas<br />

acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a<br />

ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam<br />

nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também<br />

estará o seu coração” (Mateus 6:19 – 21). Lembre-se que<br />

seu coração segue seus “tesouros”, coloque seus<br />

“tesouros” onde você quer que sua vida seja. Evite colocar<br />

suas afeições e lealdades em lugar errado por motivo de<br />

possessões pessoais. Mesmo sendo o homem mais rico da<br />

história da humanidade, Salomão termina sua trajetória<br />

afirmando: “Agora que já se ouviu tudo, aqui está à<br />

conclusão: Tema a Deus e guarde os seus mandamentos,<br />

pois isso é o essencial para o homem” (Eclesiastes 12:13).<br />

O versículo 25 expande essa ideia. Aqui, o problema<br />

específico é o apego às posses. Aquele que ganhar o<br />

mundo irá, no entanto, perder a vida. Aqueles que<br />

valorizam os bens materiais acima dos espirituais colocamse<br />

em risco. Aliás, cada um irá negar a si mesmo e perderá<br />

sua verdadeira identidade. “O materialismo cobra um preço<br />

moral da alma”. É por isso que até os “pobres” em Lucas<br />

podem ter alegria (6:20).<br />

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No versículo 26, Jesus adverte: aqueles que se<br />

envergonham de mim e das minhas palavras, demonstram<br />

colocar a opinião dos companheiros humanos acima da<br />

opinião do Divino. Isso é, novamente, uma valorização do<br />

físico acima do espiritual.<br />

(v. 27) O dito final desse grupo de cinco é tão enigmático<br />

que já deu lugar a várias interpretações: “algumas que aqui<br />

se acham de modo nenhum experimentarão a morte antes<br />

de verem o Reino de Deus” Alguns desejam sustentar que<br />

ao Jesus dizer isto estava pensando em seu retorno com<br />

glória, que declarou que isso aconteceria durante a vida de<br />

alguns dos que se encontravam ali, e que, portanto se<br />

equivocou totalmente. Não é assim. O que Jesus está<br />

dizendo é o seguinte: “Antes que passe esta geração,<br />

verão sinais de que o Reino de Deus está a caminho”. Sem<br />

dúvida isto era certo. Algo tinha chegado ao mundo que,<br />

como a levedura na massa, tinha começado a mudá-lo.<br />

Seria bom que, às vezes, deixássemos nosso pessimismo<br />

e pensássemos na luz que se esteve abrindo caminho<br />

lentamente no mundo. Estejamos contentes – o Reino está<br />

a caminho –, e faremos bem em agradecer a Deus pelos<br />

sinais de sua aparição, vivemos, e reinamos com Cristo<br />

com toda certeza o “já”, mas “ainda não”.<br />

CONCLUSÃO<br />

A fidelidade de um cristão a Deus e integridade moral é<br />

demonstrada em meio a uma cultura pagã. Fruto da<br />

formação moral e espiritual recebida de Deus mediante a<br />

Escritura por iluminação do Espírito Santo, onde tudo<br />

converge em Cristo Jesus. A Sua Palavra é, e sempre será<br />

autoritativa, suficiente, infalível e inerrante, apta a guiar o<br />

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Seu povo nessa árdua peregrinação. As atitudes dos<br />

cristãos se fazem necessárias, a desafiar o príncipe desse<br />

século, Satanás, a maior “autoridade” do mundo outrora<br />

(Mateus 4:8, 9).<br />

Certa vez Leonard Ravenhill disse:<br />

“Minha maior ambição na vida é estar na lista dos mais<br />

procurados do diabo”.<br />

Nosso presente adversário, porém, vencido por Cristo, e<br />

aprisionado em um profundo abismo para que não mais<br />

engane as nações, todos os eleitos serão alcançados pelo<br />

Evangelho. Aleluia! E certamente as portas do inferno não<br />

mais prevalecerão contra a Igreja de Cristo, e assim é<br />

impossível que os eleitos fiquem enganados, mas isso não<br />

significa que Satanás não possa atingir os cristãos como<br />

um cão faminto, furioso e encoleirado, se nos<br />

aproximarmos dele certamente seremos atacados, e<br />

mordidos. E por algum tempo ficaremos impedidos para<br />

pregoarmos o Evangelho de Jesus, por estarmos com<br />

feridas provocadas pelo ataque raivoso de nosso<br />

adversário em grande cólera, o Diabo. O Diabo é<br />

enfraquecido em suas ações pelo testemunho verdadeiro<br />

do cristão.<br />

“E aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos<br />

saiu ao encontro uma jovem escrava que estava tomada<br />

por um espírito que a usava para prognosticar eventos<br />

futuros. [...] Seguindo a Paulo e a nós, vinha essa moça<br />

gritando diante de todos: Estes homens são servos do<br />

Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação!”<br />

(Atos 16:16, 17).<br />

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“Um dia, o espírito maligno lhes respondeu: Jesus, eu<br />

conheço, Paulo, eu sei quem é; mas vocês, quem são?”<br />

(Atos 19:15).<br />

Estamos no século XXI, um tempo marcado pelo<br />

paganismo, sincretismo religioso, misticismo e<br />

ensinamentos híbridos acerca da sã doutrina. Somos<br />

desafiados a luz da Escritura a termos firmeza de caráter.<br />

Adotando uma postura moral que jamais negue a fé e a<br />

ética cristã no mundo. A integridade moral dos<br />

ensinamentos de Jesus Cristo tem muito a nos ensinar.<br />

Prossigamos com a nossa cruz, levando-a diariamente,<br />

negando-se a si mesmo e servindo a Cristo com a nossa<br />

vida em sacrifício vivo, santo e agradável a Ele. Louvado<br />

seja Deus Pai, Deus Filho Jesus Cristo e Deus Espírito<br />

Santo por toda eternidade. Amém.<br />

¹Axiomas: são verdades inquestionáveis universalmente<br />

válidas, muitas vezes utilizadas como princípios na<br />

construção de uma teoria ou como base para uma<br />

argumentação. A palavra axioma deriva da grega “axios”,<br />

cujo significado é digno ou válido. Em muitos contextos,<br />

axioma é sinónimo de postulado, lei ou princípio.<br />

OS DISCÍPULOS ARGUMENTATIVOS E UM<br />

<strong>DE</strong>SCONHECIDO QUE EXPULSAVA <strong>DE</strong>MÔNIOS<br />

“Começou uma discussão entre os discípulos, acerca de<br />

qual deles seria o maior. Jesus, conhecendo os seus<br />

pensamentos, tomou uma criança e a colocou em pé, a seu<br />

lado. Então lhes disse: ‘Quem recebe esta criança em meu<br />

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nome, está me recebendo; e quem me recebe, está<br />

recebendo aquele que me enviou. Pois, aquele que entre<br />

vocês for o menor, este será o maior’. Disse João: ‘Mestre,<br />

vimos um homem expulsando demônios em teu nome e<br />

procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos’.<br />

‘Não o impeçam’, disse Jesus, pois quem não é contra<br />

vocês, é a favor de vocês” – Lucas 9:46 – 50.<br />

Os discípulos mostram-se homens normais ao debaterem<br />

seus relativos méritos e argumentam sobre “qual deles<br />

seria o maior” (v. 46). A palavra usada para “maior” é<br />

(“μείζων – meizōn/megas”) que significa pessoas,<br />

eminentes pela habilidade, virtude, autoridade, poder,<br />

coisas altamente estimadas por sua importância: de<br />

grande momento, de grande peso, algo para ser altamente<br />

estimado por sua excelência, ou seja, a palavra “megas”<br />

imprime a ideia de grandes coisas, das bênçãos<br />

preeminentes de Deus (cf. Marcos 10:37; Mateus 20:21; “O<br />

pedido dos filhos de Zebedeu”), de coisas que excedem os<br />

limites de um ser criado, coisas arrogantes (presunçosas)<br />

e cheio de arrogância, e por fim depreciador da majestade<br />

de Deus, tais posições causam facções e invejas, que<br />

acabam por fim, desonrando a Deus. (cf. Marcos 10:41; 1<br />

João 4:20; 1 João 3:15; Mateus 5:22).<br />

“A soberba gera divisão. A caridade, a comunhão” ― Santo<br />

Agostinho.<br />

“Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me<br />

domine; então serei irrepreensível e ficarei livre de grande<br />

transgressão” – Salmos 19:13 (cf. Provérbios 8:13; 11:2;<br />

16:18; Marcos 7:22,23; Sofonias 2:10; Isaías 9:9,10;<br />

Jeremias 48: 29; Ezequiel: 7:20; Oséias 5:5; Obadias 3;<br />

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Daniel 5:20). Receba o exame e a correção da Palavra de<br />

Deus. Entenda que fazer isso afastará você do pecado (cf.<br />

Tiago 1:21 – 25).<br />

“A humildade dos hipócritas é o maior e o mais altaneiro<br />

dos orgulhos” – Martinho Lutero.<br />

Existe um bom humor nessa cena com Jesus, seus<br />

discípulos e uma criança. Enquanto os discípulos discutiam<br />

sobra a sua própria grandeza, Jesus gentilmente “tomou<br />

uma criança e a colocou em pé, a seu lado (v. 47)”.<br />

Ironicamente, aqueles que receberam o dom da sabedoria<br />

divina “mistérios” (8:10) agiram agora como as próprias<br />

crianças.<br />

Por ora entendamos que o termo referido “criança” é no<br />

sentido da falta de malícia. Ainda não é possuidora da<br />

sabedoria humana, sendo este produto da ilusão “terrena,<br />

animal e diabólica” (Tiago 3:15). Por esta razão é que<br />

dizendo a uma criança que há monstros no escuro, esta se<br />

apavora, ou que há desenhos nas nuvens, esta reconhece.<br />

Isto porque a criança não possui os conhecimentos<br />

baseados na experiência de vida terrestre. Assim sendo,<br />

são em última análise livres. Ou seja, sem conceitos,<br />

julgamentos, preconceitos, medos, nem nada que lhes<br />

tolhem a vida.<br />

“Irmãos, não sejais meninos (crianças) no entendimento,<br />

mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento”<br />

– 1 Coríntios 14:20.<br />

Faz-se necessário examinarmos o versículo 10 do capítulo<br />

anterior (8), que diz: “A vocês foi dado o conhecimento dos<br />

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mistérios¹ do Reino de Deus, mas aos outros falo por<br />

parábolas, para que ‘vendo, não vejam; e ouvindo, não<br />

entendam’. (Lucas 8:10). (cf. NOTA).<br />

(1) NOTA. A palavra usada para “mistério” é (“μυστήρια –<br />

mystēria”) onde o sentido é, de “iniciar nos mistérios”,<br />

portanto, um segredo conhecido apenas para os iniciados,<br />

algo escondido que requer revelação especial. No N.T., a<br />

palavra denota algo que as pessoas jamais poderiam saber<br />

por seu próprio conhecimento e que exige uma revelação<br />

de Deus. Os pensamentos, dispensações e planos<br />

secretos de Deus continuam escondidos da humanidade<br />

não regenerada, mas são revelados a todos os crentes. No<br />

grego bíblico, é a verdade revelada (cf. Colossenses 1:26;<br />

Mateus 16:16, 17 “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”).<br />

Em resposta à insensatez dos discípulos, Jesus empregou<br />

um duplo sentido aqui, “pois aquele que entre vocês for o<br />

menor (criança), este será o maior (v. 48)”.<br />

A palavra grega usada para “maior” é, (“μείζων –<br />

meizōn/megas”), logo, pode-se afirmar que os discípulos<br />

estavam passando dos limites de seres criados, com<br />

presunção, e cheios de arrogância, e por fim,<br />

depreciadores da majestade de Deus. E, como podemos<br />

entender esse comportamento presunçoso e arrogante (de<br />

superioridade)? Pelo simples fato, de outrora terem<br />

recebido o dom da sabedoria divina, “mistérios” (8:10).<br />

Portanto, “um segredo conhecido apenas para os iniciados<br />

presunçosos”, e por isso envaideceram, e<br />

consequentemente ensoberbeceram-se (cf. 1 Timóteo 3:6<br />

“Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na<br />

condenação do diabo, “orgulho” – Isaías 14:12).<br />

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Em contraste, a palavra grega para “menor” (“μικρότερος –<br />

mikroteros”), que também significa mínimo. Da mesma<br />

forma, a palavra maior é “megas”, que também pode<br />

significar amplo. Com uma criança em pé ao Seu lado, Ele<br />

divertiu-se a custa dos discípulos, e o verbo aqui “divertir”<br />

não está ligado a “recrear”, mas a fazer mudar de<br />

pensamento, dissuadir, e de aplicação doutrinal. Era como<br />

se Ele estivesse dizendo: “Vocês pensam que está criança<br />

é insignificante “mikroteros” (cf. Marcos 10:14; Lucas 18:15<br />

“Os discípulos as repreendiam, por certo achando-se<br />

superiores”), porque ela é de pequena estatura,<br />

“insignificante” (mikroteros). Mas Jesus diz: No entanto,<br />

vocês, que são fisicamente grandes (megas), discutem<br />

entre si, de modo tolo, acerca de quem é o maior (megas)”.<br />

(cf. Lucas 18:15; Mateus 19:14; Marcos 10:14).<br />

Jesus determina o que deve ser feito a respeito de conduta<br />

“pois aquele que entre vocês for o menor, este será o maior<br />

(v. 48)”. A palavra grega para vendo, conhecendo do (v. 47)<br />

“conhecendo os seus pensamentos” é (“εἰδὼς/eidos) que<br />

descreve experimentar algum estado ou condição,<br />

examinar, tratar algo, discernir, é um conhecimento<br />

fundado na experiência pessoal, conhecimento obtido pela<br />

proximidade, significa ver como os olhos da mente, uma<br />

percepção clara e puramente mental. Jesus sabia de suas<br />

reais intenções.<br />

A luz de Lucas 9:48 entendemos a indignação¹ de Jesus<br />

em Marcos 10:14.<br />

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“Quando Jesus viu isso, ficou indignado, e lhes disse:<br />

Deixem vir a mim as crianças, não às impeçam; pois o<br />

Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas”.<br />

É como se Jesus dissesse a eles: Vocês ainda não<br />

entenderam nada acerca do Reino de Deus! (Lucas 18:34).<br />

Na primeira Epístola de Pedro (2:2, 3), o ensinamento de<br />

Jesus é confirmado “Como crianças recém-nascidas,<br />

desejem de coração o leite espiritual puro, para que por<br />

meio dele cresçam para a salvação, agora que provaram<br />

que o Senhor é bom”, e passado para Paulo possivelmente<br />

por Pedro, em (1 Coríntios 14:20) também é confirmado no<br />

ensino paulino.<br />

(1) “Indignação” (ἠγανάκτησεν – ēganaktēsen/aganakteo)<br />

de “agan” (muito) e “achthos” (mágoa, pesar, similar à base<br />

estar muito ofendido, descontente, desagradado,<br />

insatisfeito, assim Jesus se sentia).<br />

Julgar pelos padrões humanos, como tamanho e idade,<br />

pode levar a erros sobre o valor humano (lembre-se de<br />

Davi, pequena estatura, mas grande coração para Deus,<br />

em 1 Samuel 16:7).<br />

A realização pessoal e a posição social, intelectual na<br />

comunidade, assunto do debate deles, não eram a<br />

verdadeira medida da grandeza, e essa realidade<br />

infelizmente está inserida em nossa comunidade, pelos<br />

debates teológicos atuais. Quem será o maior? Quem<br />

venceu? E quando será o próximo debate, e quais<br />

assuntos debaterão? Uma péssima situação no tempo de<br />

Jesus, e agora não é diferente, devemos repudiar tal ação.<br />

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O relato de Lucas é o único do incidente que enfatiza o<br />

“divertimento” do comentário de Jesus. Mateus interpreta o<br />

tamanho da criança como uma metáfora para humildade<br />

(Mateus 18:4 – “Tornar humilde” – “ταπεινώσει/tapeinōsei”,<br />

a palavra significa rebaixar, humilhar, degradar a si<br />

mesmo. Descreve uma pessoa que é desprovida de<br />

qualquer arrogância a auto-exaltação – uma pessoa que se<br />

entrega de bom grado a Deus e sua vontade).<br />

Marcos toma-o como uma metáfora para último, a aparente<br />

insignificância de ser um servo (Marcos 9:35 – “Será o<br />

derradeiro de todos os servos” – “ἔσχατος/ eschatos”, a<br />

ideia de último no tempo ou no lugar, último numa série de<br />

lugares, último numa sucessão temporal, assim como o<br />

apóstolo Paulo se colocava:<br />

“[...] depois destes apareceu também a mim, como a um<br />

que nasceu fora de tempo (derradeiro; último). Pois sou o<br />

menor dos apóstolos e nem sequer mereço ser chamado<br />

apóstolo [...]” – 1 Coríntios 15:8, 9.<br />

As deficiências espirituais dos discípulos tornam-se óbvias<br />

em um comentário creditado ao apóstolo João. Essas são<br />

as únicas palavras explicitamente creditadas a João nos<br />

evangelhos, e Jesus não as aprova. Os discípulos tinham<br />

acabado de ser instruídos sobre o erro de julgar pelos<br />

valores humanos. As crianças, embora pequenas, têm um<br />

coração que crê. Os adultos, mesmo aqueles a quem os<br />

segredos do Reino foram confiados (8:10) e que acabaram<br />

de descer do monte da Transfiguração, argumentativos<br />

(9:28), mostram-se incapazes de colocar a fé em ação<br />

contra um inimigo obstinado (9:41). Apesar de multidões<br />

enormes tornaram-se parte do ministério peregrino de<br />

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Jesus, João ainda busca a política da exclusão ao desejar<br />

o exercício do poder de Jesus a um estranho.<br />

“Disse João: Mestre, vimos um homem expulsando<br />

demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele<br />

não era um dos nossos” (v. 49).<br />

O Jesus de Lucas tem desconstruído barreiras sociais, e<br />

intelectuais ao longo da narrativa. Aqui, Ele oferece<br />

novamente uma nova visão de uma comunidade na qual a<br />

exclusão não é o princípio governamental. Por meio de<br />

contraste, João parece um tanto farisaico, querendo<br />

reservar o poder de expulsar demônios somente aos Doze.<br />

Os discípulos exercem sentimentos contrários aos<br />

ensinamentos de Jesus, em diversas ocasiões, e Jesus os<br />

repreende por palavras e, ações. (cf. Lucas 9:55, 56; Lucas<br />

10:38; Lucas 9:39; João 4:27). O que chama atenção é que<br />

Lucas, por ser detalhista não menciona o nome do homem,<br />

“vimos um homem”, indicando que João não teve a<br />

capacidade de perguntar o nome, demonstrando assim um<br />

sentimento sectário, e partidarista.<br />

Esse espírito sectário em João é confirmado por sua ação<br />

má no (v. 54), onde “os Boanerges – Filhos do trovão” João<br />

e Tiago perguntam a Jesus, “Senhor, queres que façamos<br />

cair fogo do céu para destruí-los, assim como Elias fez?”.<br />

O que chama atenção é que eles citam Elias, mas o fato é<br />

que Elias não orou para que o fogo matasse os profetas de<br />

“baal”, mas para que fosse evidenciado o verdadeiro Deus<br />

de Israel, e para que os corações fossem voltados para<br />

Deus em temor e tremor, através de uma manifestação<br />

extraordinária de grande poder, e não para que os falsos<br />

profetas fossem destruídos. É fato que o profeta Elias<br />

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destrói a todos os profetas de baal, mas tudo “conforme a<br />

Palavra de Deus, é uma situação diametralmente oposta”.<br />

(cf. 1 Reis 18:36).<br />

A oração de Elias.<br />

“Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, que hoje<br />

fique conhecido que tu és Deus em Israel e que sou o teu<br />

servo e que fiz todas estas coisas por ordem tua.<br />

Responde-me, ó Senhor, responde-me, para que este<br />

povo saiba que tu, ó Senhor, és Deus, e que fazes o<br />

coração deles voltar para ti. Então o fogo do Senhor caiu e<br />

queimou completamente o holocausto, a lenha, as pedras<br />

e o chão, e também secou totalmente a água na valeta” –<br />

1 Reis 18:36 – 38.<br />

O princípio de comunidade de Jesus é amplamente<br />

inclusivo, estendendo os braços abertos a todos os que<br />

não são “contra vocês”, contra Jesus e a Sua Palavra (v.<br />

50), Aliás, aquele renegado e desconhecido homem é o<br />

primeiro no Evangelho a expulsar demônios “em nome de<br />

Jesus”. Ele é um pioneiro entre os setenta que logo serão<br />

enviados por toda a região aos pares, para curarem e<br />

pregarem, e é exemplo da piedade renegada que Jesus<br />

endossou na narrativa. Os setenta retornarão relatando<br />

que “até os demônios se submetem a nós, em teu nome”<br />

(19:17). O movimento de Jesus continua a expandir seu<br />

alcance na comunidade. O fato curioso é que “aquele<br />

homem” expulsava demônios, e os discípulos não! (Lucas<br />

9:40). “Roguei aos teus discípulos que o expulsassem, mas<br />

eles não conseguiram”.<br />

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“Deus cria a partir do nada. Portanto, enquanto um homem<br />

não for nada, Deus nada poderá fazer com ele” Está na<br />

natureza de Deus criar algo a partir do nada. Esta é a razão<br />

porque Ele não pode usar alguém que ainda não chegou a<br />

ser nada – Martinho Lutero.<br />

“Deus não despede ninguém vazio, exceto aqueles que<br />

estão cheios de si mesmos” – Dwight L. Moody.<br />

<strong>DE</strong>US ESTÁ FAMINTO<br />

“Tenho um alimento para comer que vós não conheceis” –<br />

João 4:32.<br />

(1) Quando Deus está faminto? (2) De qual “alimento”<br />

Jesus disse aos discípulos, como algo totalmente<br />

desconhecido? (3) Você sabe de que alimento Jesus<br />

mencionou neste capítulo 4? Vejamos uma aplicação para<br />

nossa vida cristã:<br />

Samaria, um território que os judeus evitavam se possível,<br />

tornou-se o cenário de um triunfo espiritual: um poço, uma<br />

mulher, um testemunho, a colheita dos samaritanos que<br />

creram. Tanto o samaritanismo quanto o judaísmo<br />

precisavam do corretivo de Cristo, precisavam ser<br />

substituídos pela vida do novo nascimento.<br />

A crescente popularidade de Jesus, que excedia a de João,<br />

começou a alcançar os ouvidos dos fariseus. Para evitar<br />

problemas com eles nessa ocasião, Jesus determinou<br />

deixar a área e ir para a Galiléia. Ali fez a maior parte de<br />

seu trabalho, de acordo com o registro dos Sinóticos.<br />

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Deus está “faminto”, mas a sua comida é outra, Ele tem<br />

fome do homem que criou para Sua própria glória, do<br />

homem que Ele elegeu para manifestar Sua misericórdia e<br />

amor, e está buscando esse homem em todo tempo, essa<br />

é a urgência do coração do Pai. E é para o encargo de<br />

satisfazer ao anseio de Deus que venho convidá-lo a viver<br />

e dedicar os seus poucos e únicos dias na terra. “Irá<br />

descobrir neste artigo que sempre que houver um pecador<br />

sedento (um pecador carente da graça de Deus – eleito),<br />

haverá um Deus faminto (para manifestar Sua infinita graça<br />

em Cristo Jesus)”.<br />

“Enquanto isso, os discípulos insistiam com Ele: Mestre<br />

come alguma coisa. Mas Ele lhes disse: Tenho algo para<br />

comer que vocês não conhecem. Então os seus discípulos<br />

disseram uns aos outros: Será que alguém lhe trouxe<br />

comida? Disse Jesus: A minha comida é fazer a vontade<br />

daquele que me enviou e concluir a sua obra. Vocês não<br />

dizem: Daqui a quatro meses haverá a colheita? Eu lhes<br />

digo: Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão<br />

maduros para a colheita” – João 4:31 – 35.<br />

Neste texto narra um diálogo entre Jesus e uma mulher<br />

samaritana, no qual podemos perceber que eles foram<br />

solidários entre si. Por quê? Porque os dois estavam numa<br />

situação muito parecida, estavam exaustos, Jesus estava<br />

cansado da viagem e com fome, e a mulher samaritana<br />

tinha ido buscar água porque estava com sede, mas a sua<br />

exaustão não era meramente física. Os dois estavam ali na<br />

mesma condição, um com fome e outro com sede. O mais<br />

interessante é que depois da conversa nem ela bebe água,<br />

nem Ele quer comer. Você já tinha percebido isso? A<br />

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mulher foi lá buscar água porque estava com sede. Jesus<br />

parou ali e tinha dito aos discípulos para comprarem<br />

comida porque estava com fome. Contudo, depois que Ele<br />

e a mulher samaritana conversaram, a Bíblia relata que a<br />

mulher larga o cântaro (v. 28) e vai até a cidade chamar o<br />

povo para ouvir Jesus. Enquanto isso os discípulos<br />

chegam com a comida, mas Jesus fala: “Tenho algo para<br />

comer que vocês não conhecem”, em outras palavras<br />

podemos entender pela reação dos discípulos: “Ele já<br />

comeu e não está com fome” (v. 31 – 33), Será que o<br />

Senhor Jesus não está com fome? Certamente, esses<br />

pensamentos acometeram as mentes dos discípulos.<br />

Ninguém fez o que queria no final no sentido circunstancial<br />

(provisão para o físico), e isso me faz chegar a uma<br />

conclusão. Sempre onde houver um pecador sedento por<br />

Deus, existirá também um Deus faminto por esse pecador,<br />

e não me refiro a um pecador lisonjeiro, mas de fato aquele<br />

que se senti como tal.<br />

Aquela mulher matou a fome do Senhor Jesus, mas Ele<br />

matou a sede dela. É um princípio precioso, sempre que<br />

houver alguém com sede, Deus virá! Se hoje você estiver<br />

com sede, Ele Virá! O Senhor, por sua vez, ficou satisfeito<br />

por que o que mata a fome de Deus é um coração sedento.<br />

Deus está faminto, mas a sua comida são homens que têm<br />

muita sede, e grande desejo ou avidez. E o que mata a<br />

nossa sede é a presença de Deus, a verdadeira comunhão<br />

e a confissão sincera. “Quem tiver sede, venha; e quem<br />

quiser, beba de graça da água da vida” (Apocalipse 22:17).<br />

A preciosa bondade de Deus manifesta na oferta da graça.<br />

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O texto nos dá uma chave para uma verdadeira<br />

espiritualidade, se você quer atrair Deus, tenha desejo<br />

inflamado de Deus. Cultive isso no seu coração, pois Deus<br />

é galardoador daqueles que o buscam, procure a Deus<br />

diligentemente. Acredite que Ele o recompensará por isso,<br />

pois Ele é real.<br />

“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário<br />

que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe,<br />

e que é galardoador dos que o buscam” – Hebreus 11:6.<br />

O lema de João Calvino “orare et labutare” (oração e<br />

trabalho):<br />

Portanto, todo aquele que medita na Palavra de Deus, a<br />

fim de ser devidamente alimentado, e evitar interpretações<br />

equivocadas, precisam fazer isto sob oração.<br />

Um detalhe impressionante no quarto capítulo de João é<br />

que no começo da história a Bíblia nos revela algo muito<br />

precioso no versículo quatro.<br />

(v. 4) a expressão “E era-lhe necessário” denota a ideia de<br />

que não havia outro jeito, o Senhor Jesus tinha que passar<br />

ali. Era necessário atravessar a província de Samaria. A<br />

expressão “e foi necessário” é uma palavra-chave para<br />

entendermos algo na escolha de Jesus em passar por<br />

Samaria, ou seja, Jesus por alguma razão que não era<br />

natural tinha que passar por lá. No entanto, não era o<br />

caminho mais perto, além disso, um judeu não passava por<br />

Samaria jamais. E porque era necessário?<br />

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A palavra grega para descrever essa ação de Cristo é<br />

“Ἔδει – Edei” que significa “necessidade estabelecida pelo<br />

conselho e decreto de Deus, especialmente por aquele<br />

propósito Seu que se relaciona com a salvação dos<br />

homens pela intervenção de Cristo e que é revelado nas<br />

profecias do Antigo Testamento” (Isaías 61:1 – 3). Cristo<br />

passou por Samaria para resgatar uma de suas ovelhas<br />

perdidas, de outro aprisco, àquela que o Pai lhe concedeu<br />

que fosse Sua, pelo Seu conselho e decreto, já antes<br />

estabelecido, e assim podemos afirmar, desde antes a<br />

fundação do mundo para a glória de Seu Filho Jesus Cristo.<br />

(cf. João 17:9; Efésios 1:4, 5). O verbete grego descreve a<br />

necessidade que resulta do momento e das circunstâncias,<br />

algo inevitável. De acordo com o texto podemos destacar<br />

tal ação sobre a necessidade física: a fome e a sede. (cf.<br />

NOTA).<br />

NOTA: “δει – dei”, a terceira pessoa de “δεω – deo”, é<br />

comumente usada de forma impessoal no grego clássico.<br />

Este uso é menos comum, mas frequente no Novo<br />

Testamento, δει indica uma necessidade na natureza das<br />

coisas antes que uma obrigação pessoal. Descreve que<br />

aquilo deve ser feito, “οφειλει – opheilo” indica antes a<br />

obrigação pessoal, é aquilo que é próprio, algo que deve<br />

ser feito.<br />

Segundo a história, os judeus não passavam lá porque<br />

Samaria fora a região mais importante do Norte de Israel e<br />

foi tomada pelos assírios (700 a.C.), que levaram para lá<br />

muitas religiões pagãs da Babilônia. (cf. NOTA).<br />

NOTA: Samaria é o nome histórico e bíblico de uma região<br />

montanhosa do Oriente Médio, constituída pelo antigo<br />

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eino de Israel (Norte), situado em torno de sua antiga<br />

capital Samaria, e rival do vizinho reino do sul, o reino de<br />

Judá (capital Jerusalém). Atualmente situa-se entre os<br />

territórios da Cisjordânia e de Israel.<br />

Eles acabaram se casando com judeus e se misturando,<br />

criando uma nova raça, então os samaritanos se tornaram<br />

“judeus imundos”, e os “puros” então, não se misturavam<br />

com eles, e até hoje é assim. Judeus não conversavam<br />

com samaritanos e nem pisavam em Samaria. O<br />

interessante é que Jesus não sucumbiu a essa situação<br />

conflituosa, Jesus veio no tempo devido, oportuno, Ele foi,<br />

é e sempre será a paz de nossos piores conflitos, Ele fez<br />

de ambos os “povos” samaritanos e judeus um, e<br />

derribando a parede de separação que estava no meio os<br />

uniu por Seu sangue, por um alto preço. Na sua carne,<br />

desfez a inimizade, e pela cruz iria reconciliar ambos com<br />

Deus em um corpo, matando com Ele as inimizades.<br />

Sabemos qual o motivo que levou o Senhor Jesus até<br />

Samaria, uma pecadora desejosa por Deus, uma<br />

adoradora das grandezas de Deus, uma filha à espera do<br />

Deus Pai, uma serva à espera de Seu Senhor e uma<br />

condenada à espera de um redentor, isso tudo como<br />

causalidade: a relação entre um evento A (a causa) e um<br />

segundo evento B (o efeito), provido que o segundo evento<br />

seja uma consequência do primeiro, da graça irresistível de<br />

Deus, e de uma eleição poderosamente atuante de forma<br />

incondicional no resgate desta pobre e pecadora mulher<br />

samaritana. Ele tinha um encargo (οφειλω – opheilo – a<br />

boa vontade devida) em passar por Samaria, não era por<br />

necessidade geográfica, mas por que certamente isso<br />

estava no coração de Deus, Ele veio para salvar<br />

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pecadores, veio buscar e salvar o que estava perdido<br />

(Lucas 19:10).<br />

Podemos pensar em um fato curioso. Em sã consciência<br />

quem buscaria água em um poço ao meio-dia (12h), em<br />

um sol escaldante de uma região desértica com Sicar<br />

(arredores de Siquém)? Pela lógica a manhã seria o horário<br />

mais apropriado, pouco sol e água fresca, mas podemos<br />

identificar a necessidade da mulher samaritana, isso pode<br />

apontar para a sequidão de necessidades de uma vida sem<br />

Deus, também pode apontar para outros pontos de uma<br />

vida sem Deus, ela poderia está se escondendo em um<br />

horário impróprio por causa de sua má reputação (atos<br />

pecaminosos), provavelmente o poço de Jacó atendia a<br />

todos daquela região, “que nos deu o poço” (v. 12). (cf.<br />

João 4:6 – A hora sexta equivalia às 12h – meio-dia).<br />

Jesus percebeu que o Pai queria encontrar alguém<br />

naquele caminho, e o Senhor certamente ouviu a voz do<br />

Espírito dizendo: “É necessário que passe por lá, porque<br />

tem alguém com sede naquele caminho e, não posso<br />

deixar de ir (um acontecimento previamente decretado)”.<br />

Era isso que certamente estava no coração de Deus, Sua<br />

vontade em salvar àquela pecadora sedenta por meio de<br />

Jesus Cristo, pois só a salvação por Ele.<br />

Os versículos cinco e seis mostram o momento em que<br />

Jesus chega ao poço.<br />

“Assim, chegou a uma cidade de Samaria, chamada Sicar,<br />

perto das terras que Jacó dera a seu filho José. Havia ali o<br />

poço de Jacó. Jesus, cansado da viagem, sentou-se à<br />

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eira do poço. Isto se deu por volta do meio-dia” – João<br />

4:5, 6.<br />

O primeiro á chegar ao poço foi o Senhor Jesus, lendo o<br />

texto fica claro que o Senhor chegou primeiro, a palavra<br />

grega usada para descrever a chegada da mulher<br />

samaritana ao poço no (v. 7) “veio uma mulher [...]” é:<br />

“ἔρχεται – erchetai” que denota a ideia de vir de um lugar.<br />

Usado para pessoas que chegam a um determinado lugar,<br />

ou seja, ela veio de algum lugar e chegou depois de Jesus<br />

ao poço de Jacó em Sicar.<br />

Deus sempre chegará primeiro para encontrarmo-nos com<br />

Ele, Ele sempre estará à frente na ação salvadora, afinal o<br />

homem perdido não sabe o caminho, ele está perdido. A<br />

salvação pertence e vem dEle (do Senhor) – Jonas 2:9.<br />

Sempre a iniciativa se dá por parte de Deus<br />

monergisticamente, nunca do homem, em toda a obra da<br />

salvação Deus age só. Ele nos ama primeiro, Ele nos<br />

espera, Ele é paciente, Ele nos chama na adversidade, e é<br />

Ele que nos encontra, seja no poço, ou em qualquer outro<br />

lugar. Vejamos um outro exemplo, o lugar do encontro<br />

entre Pedro e André com o Senhor Jesus.<br />

“Andando junto ao mar da Galiléia, Jesus viu dois irmãos:<br />

Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Eles estavam<br />

lançando redes ao mar, pois eram pescadores. E disse<br />

Jesus: Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens. No<br />

mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram”<br />

– Mateus 4:18 – 20.<br />

Feliz é lembrarmo-nos do dia em que nos encontramos<br />

com o Senhor Jesus. E por isso:<br />

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“Nós amamos (a Ele) porque Ele nos amou primeiro” – 1<br />

João 4:19.<br />

Santo Agostinho descreve o seu encontro com o Senhor.<br />

Solilóquio – uma das mais lindas orações de gratidão a<br />

Deus.<br />

“Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava<br />

algo que não achava. Mas Tu Te compadeceste de mim e<br />

tudo mudou, porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei<br />

no meu íntimo sob a Tua guia e consegui, porque Tu Te<br />

fizeste meu auxílio. Chamaste, clamaste por mim e<br />

rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste, e a<br />

Tua luz afugentou minha cegueira. Exalaste o Teu perfume<br />

e, respirando-o, suspirei por Ti, te desejei. Eu te provei, te<br />

saboreei e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e<br />

agora ardo em desejos por Tua paz!”.<br />

Ele está dentro de você, mas também está esperando por<br />

você. Ele deseja ter comunhão e se revelar a você, mas<br />

também quer que você tenha sede para que Ele mate a<br />

sua sede. É uma chave poderosa que nós percebemos<br />

aqui, a ação Soberana de Deus andando juntamente com<br />

a “livre” escolha do homem, a responsabilidade humana<br />

em sua ação de escolha não interfere na soberania divina,<br />

mas por sua vez, de uma forma que nos é misteriosa, faz<br />

o que antes foi decretado por Deus, de forma que todas as<br />

coisas sejam, e são feitas de forma harmoniosa para que<br />

se manifeste tão somente a gloriosa graça de Deus em<br />

governar sobre tudo, e todas as coisas em Cristo Jesus. A<br />

soberania de Deus não anula de modo algum a decisão do<br />

homem em escolher a Cristo, ou negá-lo, sendo que o<br />

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aceitar Cristo é obra da bondade e misericórdia de Deus, e<br />

o negá-lo é obra de corações mortos e sem vida,<br />

totalmente depravados. Podemos pensar que estamos<br />

com “sede” de Deus, mas na verdade é um sinal de que<br />

Deus está com “fome”. Podemos afirmar que não<br />

encontramos a verdade, é a verdade que encontra o<br />

homem, por que a verdade é Pessoa. É Jesus Cristo o<br />

Filho de Deus.<br />

O salmista Davi louva a Deus por Seus perfeitos decretos<br />

e Suas ações poderosas:<br />

“Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu<br />

livro todas estas coisas foram escritas; as quais em<br />

continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas<br />

havia” – Salmos 139:16.<br />

É como se o Senhor dissesse o seguinte: embora eu tenha<br />

milhões de poderosos anjos no céu, nenhum deles pode<br />

satisfazer meu coração. A relação de Deus com um homem<br />

é algo misterioso, pois olhando para os homens o que ele<br />

pode dar a Deus que o próprio Deus não tenha? De que<br />

Deus precisa? O amor de Deus pelo homem é algo<br />

inexplicável, Ele tem todos os anjos que não caíram, no<br />

entanto, o Senhor coloca o homem no centro de tudo que<br />

se relaciona a Ele. O Senhor é atraído por homens que são<br />

apaixonados por Ele e também por homens que estão<br />

longe dEle, pois em outro tempo éramos pecadores.<br />

Mesmo o homem desobedecendo a Deus, Deus amou<br />

aquilo que havia feito, tinha Ele, portanto, amor para com o<br />

homem ainda quando exercendo inimizade para com Ele,<br />

o homem praticava a iniquidade. E assim, de modo<br />

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maravilhoso e divino, ainda quando odiava, Ele amava o<br />

homem. Pois Ele odiava enquanto o homem era como Ele<br />

fizera. E porque iniquidade não havia consumido de todo<br />

Sua obra no homem, sabia a um só tempo em cada um,<br />

que não somente odiava o que faziam, mas também amava<br />

o que Ele havia feito, pois sairia dessa situação a glória de<br />

nossa Salvação, a manifestação de Seu incomensurável<br />

amor, Jesus! O Cristo! O unigênito Filho amado, o qual a<br />

Igreja o teve, como uma mulher gritando com dores de<br />

parto. (cf. Gênesis 3:15; Apocalipse 12:1, 2).<br />

Talvez você não acredite nisso e viva sofrendo com<br />

acusações sem fim, mas o que você não sabe é que você<br />

é nada mais nada menos do que o anseio de Deus. Você<br />

fica chorando porque alguém o rejeitou, mas o que você<br />

não sabe é que Deus anseia por você, Ele deseja que você<br />

seja salvo, se assim acontecer que o seu coração arda,<br />

queime de desejo, e de culpa ao ouvir a mensagem do<br />

Evangelho de Jesus Cristo, certamente Ele morreu por<br />

você.<br />

O coração do homem talvez seja a única coisa que Deus<br />

não tenha, porque Ele não toma o nosso coração por<br />

assalto como o diabo, o coração do homem precisa de<br />

transformação – regeneração, o homem precisa passar por<br />

um transplante para que viva. O texto de Ezequiel relata<br />

esse transplante, o transplante é de um órgão vital, o<br />

coração. “E lhes darei um só coração, e um espírito novo<br />

porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de<br />

pedra, e lhes darei um coração de carne, Para que andem<br />

nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os<br />

cumpram, e eles me serão por povo, e eu lhes serei por<br />

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Deus” – Ezequiel 11:19, 20. (cf. Salmos 139:23, 24;<br />

Jeremias 31:33; 32:39; Efésios 2:1 – 10).<br />

É a coisa que Ele mais deseja do homem, um coração<br />

santo, um coração liberto e conformado na Pessoa de Seu<br />

Filho. Por isso posso afirmar, e dizer: Deus anseia por<br />

você. Pense em uma situação. Como você se sentiria se<br />

alguém o procurasse e dissesse: “Olha, o presidente do<br />

Brasil viu um vídeo que você gravou e colocou no<br />

Facebook, no qual você fala algo que o agradou, então<br />

chegou a nós o convite e o presidente do Brasil quer<br />

encontrar com você”. Como você se sentiria? Não é um<br />

convite do presidente do Brasil para você, mas eu lhe digo<br />

o Senhor já achou você e Ele manda um convite hoje. Ele<br />

quer encontrá-lo, e o mais gracioso é que você não fez<br />

nada, absolutamente nada para agradá-lo, muito pelo<br />

contrário, você fez em toda vida, nada além de pecar, não<br />

é a questão de que você pecou! A questão é: Você nasceu<br />

quebrando todas as Suas leis, cresceu o odiando, e se<br />

constitui inimigo de Deus. Mas mesmo assim Deus convida<br />

você! É inexplicável a graça. É algo imerecido. O selo que<br />

dá autenticidade a este convite é a graça de Deus, o<br />

Espírito Santo levará até você este convite (carta). Mas no<br />

convite está escrito algo que se deve observar, é restrito.<br />

O convite é endereçado a você pecador, não é a pecadores<br />

lisonjeiros como já mencionei, é a pecadores confessos e<br />

arrependidos: “Arrependei-vos e crede no Evangelho (de<br />

Jesus Cristo)” – Marcos 1:15. Abra o convite, a Escritura e<br />

aceite ao convite. Jesus Cristo pagou toda a sua dívida.<br />

O cristão é um novo homem. Essa é sua identidade<br />

essencial. E porque ser um novo homem, ele é chamado a<br />

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viver como novo homem. Visto que o velho homem foi<br />

despido, e o novo homem revestido, ele é exortado a crer<br />

nesse fato: “ser renovado no espírito do vosso<br />

entendimento”, e a viver de acordo: “despojando-se do<br />

velho homem” (rejeitando suas obras passadas), e a<br />

revestir-se do novo homem (na prática da retidão e justiça).<br />

Esse é o método do Novo Testamento para o crescimento<br />

na graça. “Saiba quem você é e, então, seja quem você é”.<br />

Depois do encontro com Jesus Cristo a mulher samaritana<br />

viu quem ela era, e foi quem ela era, uma pecadora<br />

sedenta por Deus, uma criatura desejosa por salvação.<br />

O (v. 28) podemos extrair uma aplicação para nossas<br />

vidas. “Então, deixando o seu cântaro, a mulher voltou à<br />

cidade e disse ao povo”.<br />

O verbo grego usado para “deixando [...]” é “ἀφῆκεν –<br />

aphēken” que pode significar deixar alguém, abandoná-lo<br />

aos seus próprios anseios de modo que todas as<br />

reivindicações são abandonadas, desistir de algo, não<br />

guardar mais, ou simplesmente abandonar algo. Nesse<br />

sentido, a palavra é usada em conexão especialmente com<br />

pecados (Mateus 9:2; 1 João 1:9). O que podemos afirmar<br />

acerca desse cântaro? O significado do verbo está ligado<br />

ao cântaro? Não! Mas podemos entender o significado<br />

desse verbo com a lição do cântaro. Afinal, existe no texto<br />

sagrado esse registro do abandono. E por quê?<br />

No (v. 11) a mulher samaritana questiona Jesus acerca de<br />

como Ele retiraria água do poço, com qual instrumento ou<br />

objeto. E Jesus lhe responde que qualquer um que<br />

tomasse daquela água voltaria a ter sede, mas aquele que<br />

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ebesse da água que Ele lhe desse jamais voltaria a ter<br />

sede.<br />

O ponto é que Jesus deu essa água viva à mulher e ela no<br />

final não retirou água do poço com o seu cântaro. E assim<br />

abandonou-o (v. 28). Aquele cântaro pode muito bem<br />

simbolizar seus meios de satisfação, seus anseios, seus<br />

pecados, seus medos, tudo aquilo que era motivo de sua<br />

adoração superficial e confusa a Deus, mas também pode<br />

simbolizar o seu esvaziamento de acordo com a sua<br />

pessoalidade. Jesus lhe tinha dado água viva, e ela sabia<br />

que Jesus sentia sede (v. 7). Porque não pensar que ela<br />

deixou o cântaro para que o Senhor Jesus retirasse-lhe<br />

água do poço? Afinal, Jesus a amou primeiro dando-lhe<br />

água viva, e assim podemos entender que ela amou a<br />

Jesus posteriormente ao sentir o seu amor, deixando o<br />

cântaro para que Ele bebesse da água física, e assim<br />

saciasse a sua sede.<br />

Notamos a sede de Deus, o abandono de seus anseios<br />

(pecados) e a confissão da mulher samaritana em três<br />

pontos.<br />

(1) A sede: Ela pede água viva ao Senhor Jesus (v. 15);<br />

(2) A confissão: Confessa que não tem marido (v. 17); e,<br />

(3) O abandono de seus pecados: Deixa o cântaro “símbolo<br />

de pessoalidade, medos e anseios”, e por que não de<br />

transformação, sendo que ela amou o próximo como a ela<br />

mesma, deixando possivelmente o cântaro para que Jesus<br />

bebesse da água física, (gomos) do fruto Espírito Santo<br />

“caridade – amor e bondade (v. 28). Assim foi com Zaqueu,<br />

apenas um encontro e transformações aparentes (cf.<br />

Gálatas 5:22; Lucas 19:1 – 10).<br />

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Deixar o cântaro pode significar uma vida de pecado, de<br />

mentira e de engano (v. 17). Deixar o cântaro pode<br />

representar o abandono do orgulho e dos preconceitos (v.<br />

9). Pode simbolizar seu passado (junto com o passado as<br />

feridas, mágoas, dor, a depressão e o medo) (v. 17 – 19).<br />

Deixar o cântaro também pode expressar consequências<br />

virtuosas, como pensar na felicidade também dos outros (v.<br />

7), (v. 28 – 29). Deixar o cântaro pode significar vencer os<br />

obstáculos à evangelização, pois provavelmente a mulher<br />

samaritana não teria uma boa reputação (v. 18). (cf. NOTA¹<br />

– NOTA²).<br />

NOTA¹: Se a mulher, quando voltou rápido para Sicar,<br />

deixou seu cântaro em razão da pressa ou por simples<br />

cortesia, de forma que finalmente Jesus pudesse beber,<br />

não fica claro. Muitos sugerem que João, qualquer que<br />

tenha sido o motivo, detecta um profundo simbolismo: na<br />

ansiedade dela de desfrutar da nova e viva água, ela<br />

abandona o velho cântaro, e ele assim fala sobre a<br />

renúncia das velhas formas cerimoniais de religião em<br />

favor da adoração em espírito e em verdade. Não fica nada<br />

claro, entretanto, se João queria dizer tanto, porque,<br />

diferente dos jarros de água de (2:6), nenhum ritual de<br />

purificação está ligado a esse cântaro. Mais surpreendente<br />

é sua ansiedade para dar testemunho ao povo da cidade a<br />

quem ela anteriormente tinha motivo para evitar. Ela<br />

concluíra a partir do conhecimento que Jesus tinha de sua<br />

vida pessoal, que Ele devia ser, no mínimo, um profeta (v.<br />

19; cf. 1:48), da discussão que se seguiu, ela começara a<br />

perceber que Ele era o profeta. Agora, relatando os passos<br />

em seu pensamento ao seu povo, ela os exorta: “Venham<br />

ver um homem que me disse tudo o que tenho feito”, que<br />

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pode ser uma hipérbole, mas atesta muito bem quão<br />

central sua vida pessoal desordenada e pecaminosa era<br />

para seu próprio pensamento. Mas se um forasteiro sabe<br />

tanto, Ele não poderia saber mais? Ela pergunta, com<br />

evidente agitação, mas ainda alguma hesitação (μήτι –<br />

mēti): “Será que Ele não é o Cristo?”. Talvez o povo da<br />

cidade estivesse tão impressionado por sua agitação e<br />

sinceridade quanto por seu argumento. De qualquer forma,<br />

decidiram ver por si mesmos e começaram a caminhada<br />

para o poço de Jacó, enquanto Jesus estava ainda<br />

conversando com Seus discípulos.<br />

NOTA²: Desimpedida do seu cântaro, a mulher retirou-se a<br />

toda pressa para a cidade, como prova do seu propósito de<br />

retornar, pois estava determinada a obter a água viva<br />

daquele momento em diante. Ela fez mais do que Jesus<br />

pediu, e não foi ter com um só homem, mas aos homens<br />

da cidade com a notícia de sua maravilhosa experiência.<br />

Ela não tinha a presunção de ensiná-los, mas colocou um<br />

pensamento em suas mentes, por meio de uma pergunta<br />

tentadora: Será que esse não é o Cristo? Os homens<br />

ficaram suficientemente impressionados para irem com ela<br />

ao poço.<br />

Assim deve ser a ação de todos os homens, abandonar<br />

“seus cântaros” e seguir somente a Escritura. Abandonar<br />

pecados, depositar toda confiança no Senhor Jesus e<br />

anunciar as boas novas do Reino de Deus com uma<br />

Teologia saudável, e uma piedade que acompanha a essa<br />

Teologia.<br />

APLICAÇÃO<br />

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Os discípulos por sua vez estavam insistindo com Jesus<br />

para que comesse do que eles tinham acabado de trazer<br />

da cidade. Mas Jesus, embora, sem dúvida, ainda com<br />

sede (v. 7) e, provavelmente, com fome, está,<br />

aparentemente, pensando na conversa que Ele acabara de<br />

ter com a mulher samaritana. Ele decide usar a<br />

circunstância para ensinar a Seus seguidores algo sobre<br />

Suas próprias prioridades: “Tenho algo para comer que<br />

vocês não conhecem”. Ou seja, o esvaziamento é a comida<br />

que nós ainda não conhecemos (kenosis doutrina do<br />

esvaziamento do “logos” divino – cf. Filipenses 2:4 – 8.<br />

Trata do esvaziamento da vontade própria de uma pessoa<br />

e a aceitação do desejo divino de Deus.<br />

Então, quando Deus está faminto? A verdade é que Deus<br />

está com fome de homens vazios. “Deus não despede<br />

ninguém vazio, exceto aqueles que estão cheios de si<br />

mesmos” – Dwight L. Moody.<br />

O ESPINHO NA CARNE <strong>DE</strong> PAULO<br />

“Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza<br />

dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um<br />

mensageiro de Satanás, para me atormentar” – 2 Coríntios<br />

12:7.<br />

Devido a algumas ambiguidades, parece muito imprudente<br />

tirar conclusões dogmáticas sobre certas particularidades<br />

desta seção. O que está claro, entretanto, é que o espinho<br />

na carne (uma dificuldade ou aflição muito intensa ou<br />

enfraquecedora) tinha vindo através de um mensageiro de<br />

Satanás (provavelmente um ataque instigado de maneira<br />

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demoníaca). A providência divina claramente permitiu isso<br />

(gramaticalmente, um, “passivo divino”, indicando Deus<br />

como o agente invisível supervisionando todo o processo),<br />

para que Paulo pudesse evitar que se exaltasse pelas<br />

excelências das revelações.<br />

Embora seja fútil tentar identificar o “espinho”, ele causou<br />

grande consternação em Paulo e, em última instância,<br />

serviu para um bom propósito, tornando-se a ocasião para<br />

uma revelação a ele da graça triunfante de Deus, que basta<br />

em meio às fraquezas de Paulo.<br />

Também devemos notar que, embora Deus não responda<br />

às alegações repetidas de Paulo, “para que desviasse de<br />

mim”, removendo-o, não há nenhum indício de que Deus<br />

esteja aborrecido com Paulo por alegar dessa maneira. Na<br />

verdade, a resposta de Jesus (v. 9) indica a preocupação<br />

de Deus em responder, mesmo que diferentemente do que<br />

Paulo havia orado.<br />

É importante notar que a resposta de Jesus não foi vista<br />

como punitiva por Paulo, nem fez com que ele se<br />

resignasse esbofeteando-o com uma atitude de derrota.<br />

Pelo contrário, afirmou em Paulo que, sempre que Satanás<br />

o esbofeteia (quer diretamente como adversário destrutivo<br />

ou indiretamente como agente controlado por Deus para<br />

realizar o desenvolvimento do caráter), ele pode se gloriar<br />

de suas fraquezas, pois a graça e poder te bastam para<br />

permitir que ele continue em seu ministério apostólico.<br />

Nem o espinho, qualquer mensageiro de Satanás, nem<br />

qualquer teste de Deus para aprimorar o caráter farão com<br />

que ele pare de servir a Deus. Ele pode, portanto, sentir<br />

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prazer [...] porque, quando está pessoalmente fraco, ele<br />

pode ser forte em Jesus.<br />

Vejamos dois pontos cruciais:<br />

(1) O propósito do espinho na carne era fazer com que<br />

Paulo permanecesse humilde. Qualquer pessoa que<br />

tivesse encontrado Jesus, falado diretamente e sido<br />

enviado pessoalmente por Ele (Atos 9:2 – 8) ficaria, em seu<br />

estado natural, orgulhoso da sua experiência incrível.<br />

Acrescente a isso o fato de que Paulo tinha sido guiado<br />

pelo Espírito Santo a escrever muito do Novo testamento,<br />

e é fácil ver como ele poderia ter se tornado orgulhoso e<br />

arrogante.<br />

(2) Sabemos que a aflição veio de Satanás ou de um dos<br />

seus mensageiros. Assim como Deus permitiu que<br />

Satanás atormentasse a Jó (Jó 1:1 – 12), Deus permitiu<br />

que Satanás atormentasse Paulo para que Seu propósito<br />

e Sua vontade fossem executados.<br />

Dr. Simon Kistemaker comentando 2 Coríntios 12:7b diz:<br />

(1) “Portanto, para que eu não ficasse empolgado demais,<br />

foi-me dado um espinho na carne”. Essa afirmação<br />

conclusiva é introduzida pelo advérbio, portanto. Mas<br />

dificilmente essa palavra pode se ligar ao versículo 6b com<br />

seu conteúdo específico. Em lugar disso, a declaração<br />

resume a ênfase que Paulo dá, de se gloriar de suas<br />

fraquezas. A soberba se intromete sorrateiramente na alma<br />

humana e passa a reinar de tal forma que a pessoa não<br />

perceba sua presença.<br />

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Ao longo do discurso de Paulo sobre o gloriar-se, ele deu<br />

ao Senhor a glória e honra. Seu desejo é permanecer<br />

humilde e abster-se de gloriar-se de si mesmo e de suas<br />

realizações. Ele sabe que o privilégio de vivenciar visões e<br />

revelações celestiais poderia resultar em orgulho. A<br />

tentação de se elevar acima de seus companheiros era<br />

real.<br />

O Senhor interveio dando a Paulo um espinho na carne. O<br />

grego emprega o termo “ skolops – σκόλοψ”, que significa<br />

pedaço pontiagudo de madeira, estaca, paliçada, estaca<br />

afiada ou farpa. Não é correto pensar em empalação ou<br />

crucificação, porque Paulo sempre usa “stauros – σταυρος”<br />

quando escreve sobre a cruz (cf. 1 Coríntios 1:17, 18;<br />

Gálatas 5:11; 6:12; Efésios 2:16; Filipenses 2:8; 3:18;<br />

Colossenses 1:20; 2:14; Hebreus 12:2). Aqui a palavra tem<br />

o sentido de um espinho ou outro objeto que fere a pele de<br />

Paulo e o machuca. Paulo também usa a palavra carne,<br />

que aponta à fragilidade de seu corpo físico. A maioria dos<br />

estudiosos concorda que esse termo deve ser interpretado<br />

literalmente, isto é, Paulo suportava dor física.<br />

(2) “Um mensageiro de Satanás, para esbofetear-me, para<br />

que eu não fique eufórico demais”. A segunda parte do<br />

versículo 7 visa explicar a primeira parte. No entanto, as<br />

dificuldades em se entender o que Paulo quer dizer<br />

aumentam a cada cláusula. Gostaríamos de acreditar que<br />

os leitores originais dessa epístola tivessem entendido o<br />

sentido dessas palavras, mas o fato de que Paulo está<br />

revelando sua visita celestial pela primeira vez é indicação<br />

de que sua referência ao espinho em sua carne também é<br />

notícia nova.<br />

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Paulo escreve que sua aflição física é um mensageiro de<br />

Satanás, isto é, um dos anjos maus de Satanás. Ao dar a<br />

Paulo um espinho para lhe causar desconforto físico, Deus<br />

permite que Satanás mande um dos seus anjos para<br />

atormentar o apóstolo. Somos lembrados de Jó, que<br />

também foi afligido por Satanás; na verdade, Deus impôs<br />

limites para Satanás, que só podia fazer o que Deus lhe<br />

permitia fazer (cf. Jó 1:12; 2:6).<br />

A frase seguinte, “para esbofetear-me”, é ainda mais<br />

descritiva, isto é, o mensageiro de Satanás feria Paulo no<br />

rosto. Isso aconteceu quando membros do Sinédrio deram<br />

murros em Jesus (Mateus 26:67; Marcos 14:65). Tanto<br />

Paulo como Pedro usa a palavra quando falam em apanhar<br />

injustamente (1 Coríntios 4:11; 1 Pedro 2:20).<br />

Como relacionamos o “espinho na carne” com “mensageiro<br />

de Satanás”, e essas duas expressões, por sua vez, com<br />

esmurrar o rosto de Paulo?<br />

Explicações do mal de Paulo são numerosas; há pelo<br />

menos doze diferentes sugestões, várias delas bem<br />

aproveitáveis. Entre as sugestões estão à epilepsia, a<br />

histeria, a nevralgia, a depressão, problemas de visão (cf.<br />

Gálatas 4:14, 15), malária, lepra, reumatismo, um<br />

impedimento na fala (cf. 10:10; 11:6), tentação, inimigos<br />

pessoais (comparar com 11:13 – 15) e maus-tratos de um<br />

demônio. Essas teorias são habilmente defendidas por<br />

estudiosos que conhecem tanto a literatura judaica quanto<br />

a vida de Paulo descrita em Atos e nas epístolas.<br />

Certamente, algumas conjecturas são dignas de<br />

consideração. Mas cada uma esbarra contra objeções de<br />

peso. Quer aconteça ter sido a aflição de Paulo um<br />

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problema externo ou interno, o resultado permanece o<br />

mesmo: nossas teorias são meras suposições, pois não<br />

sabemos o que afligia o apóstolo.<br />

Notamos um contraste descrito nesse versículo. Paulo, que<br />

se ergue ao terceiro céu para ver a luz celestial, é depois<br />

continuamente atormentado por um mensageiro do<br />

príncipe das trevas. Paulo diz aos leitores que esse<br />

contraste aconteceu para que ele se conservasse humilde,<br />

“para que eu não fique eufórico demais”. Duas vezes nesse<br />

versículo (v. 7b) ele escreve a mesma cláusula,<br />

obviamente para maior ênfase.<br />

A narrativa – Aflição Compensatória 12:1 – 10.<br />

Havia uma certa “obrigação moral” (“dei – δεῖ”, como em<br />

Efésios 6:20; Colossenses 4:4) na glória de Paulo, ainda<br />

que não fosse conveniente (cf. 8:10; cons. o mesmo verbo<br />

em João 11:50; 16:7; 18:14; 1 Coríntios 6:12; 10:23). Este<br />

versículo expressa a compulsão de Paulo (é necessário<br />

que me glorie), a repulsão (ainda que não convém), e o<br />

impulso (passarei as visões e revelações do Senhor).<br />

(2 – 4). O apóstolo objetivou-se com o propósito de<br />

defender suas visões e revelações à vista dos falsos<br />

êxtases dos falsos mestres. Sua visão era:<br />

(1) Pessoal – Conheço um homem [...]. (v. 2);<br />

(2) Cristã – [...] em Cristo (portanto, não pertencente ao<br />

judaísmo ou paganismo). (v. 2);<br />

(3) Histórica – [...] há catorze anos (portanto com data<br />

histórica – não uma ficção). (v. 2);<br />

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(4) Misteriosa – (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não<br />

sei). (v. 2);<br />

(5) Estática (inerte) – [...] foi arrebatado até ao terceiro céu<br />

(Enoque, Elias, Ezequiel). (v. 4);<br />

(6) Revelatória – [...] ouviu palavras inefáveis [...]. (v. 4);<br />

(7) Indelével (inextinguível) – [...] foi-me posto um espinho<br />

na carne [...]. (v. 7).<br />

As idéias aqui são duas principalmente: (1) Se Paulo<br />

deseja gloriar-se mais, não seria néscio; pois ele falava a<br />

verdade (“alētheian – ἀλήθειαν”; cf. o uso em 4:2; 6:7; 7:14;<br />

11:10; 13:8). (2) Ele os poupou (“pheidomai – φείδομαι”; cf.<br />

o uso em 1:23; 13:2) de uma exibição mais detalhada de<br />

seus privilégios especiais temendo que alguém pudesse<br />

estimá-lo acima do que visse ou ouvisse dele (v. 6). Paulo<br />

não tinha desejo de se tornar um “super-homem” nem de<br />

encorajar uma adoração de homens, ainda que “heróis”.<br />

Se tivermos sensibilidade deveríamos ler esta passagem<br />

com certa reverência devido ao fato de que nela Paulo<br />

desnuda (despoja) seu coração e ao mesmo tempo nos<br />

mostra sua glória e dor. Contra sua vontade ainda está<br />

dando a conhecer suas credenciais, e nos relata uma<br />

experiência diante da qual só podemos nos maravilhar e<br />

nem sequer tentar sondar. Da maneira mais estranha<br />

parece estar fora de si mesmo, observando-se. “Conheço<br />

um homem”, diz. O homem é ele mesmo, e, entretanto,<br />

pode olhar ao que teve essa surpreendente experiência<br />

com uma espécie de objetividade enigmática, assombrado<br />

de que tivesse ocorrido a ele. Para o místico o grande fim<br />

de toda experiência religiosa é a visão de Deus, e até para<br />

além dela, a união com Deus. Sempre buscou o momento<br />

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maravilhoso no qual “aquele que vê e aquele que é visto<br />

sejam um”.<br />

Em suas tradições os judeus diziam que quatro rabinos<br />

tinham tido visões de Deus. Ben Azai tinha visto a glória e<br />

morreu. Ben Soma ao vê-la ficou louco. Acer depois de vêla<br />

“castrou-se”, quer dizer que apesar da visão se<br />

converteu num herege e arruinou o jardim da verdade. Só<br />

Akiba subiu em paz e retornou em paz.<br />

Não podemos nem pensar o que aconteceu à Paulo. Não<br />

precisamos criar teorias sobre o número de céus<br />

existentes, pelo fato de que Paulo menciona o terceiro céu.<br />

Simplesmente quer dizer que seu espírito se elevou a um<br />

êxtase e a uma cercania com Deus impossível de<br />

ultrapassar. Ajudar-nos-á a notar algo belo. A palavra<br />

paraíso (“Paradeison – Παράδεισον”) provém de um termo<br />

persa que significa jardim amuralhado (cf. NOTA). Quando<br />

um rei persa desejava conferir uma honra muito especial a<br />

alguém que apreciava, o fazia acompanhante em seu<br />

jardim, e lhe outorgava o direito de caminhar pelos jardins<br />

com ele numa relação próxima e íntima. Nesta experiência,<br />

como nunca antes e nunca depois, Paulo tinha<br />

acompanhado a Deus.<br />

NOTA: Paradeison – Παράδεισον significa entre os persas,<br />

um grande cercado ou reserva, parque, sombreado e bem<br />

irrigado, era fechado por muros. Outro significado: as<br />

regiões superiores dos céus. De acordo com os pais da<br />

igreja primitiva, o paraíso no qual nossos primeiros pais<br />

habitaram antes da queda ainda existe, não sobre a terra<br />

ou nos céus, mas acima e além do mundo.<br />

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Moody declara uma perspectiva também plausível,<br />

admissível.<br />

“E depois da glória chega à dor. A palavra (skolops –<br />

σκόλοψ) pode significar aguilhão ou espinho, mas o mais<br />

provável é que queira dizer estaca. Empalava-se a alguns<br />

criminosos numa estaca pontiaguda. Paulo sentia que em<br />

seu corpo se retorcia algo semelhante”.<br />

Mas então, o que era esse aguilhão na carne?<br />

Deram-se muitas respostas a esta pergunta. Primeiro<br />

podemos considerar aquelas que foram sustentadas por<br />

homens eruditos, mas que em face das evidências,<br />

devemos descartar.<br />

(1) Tem-se dito que significava tentações espirituais, a<br />

tentação da dúvida, evitar os deveres da vida apostólica, o<br />

remorso de consciência quando sucumbia a essas<br />

tentações. Este era o ponto de vista de Calvino.<br />

(2) Outro significado é o da oposição e perseguição que<br />

Paulo teve que sofrer a batalha constante com aqueles que<br />

não estavam de acordo com ele e tentavam destruir seu<br />

trabalho. Esse era o ponto de vista de Martinho Lutero.<br />

(3) Também tem-se dito que significam as tentações<br />

carnais. Quando os monges e os ermitões se encerravam<br />

em seus monastérios e celas encontravam que o sexo era<br />

o último instinto que podiam reprimir. Com seus ideais<br />

ascéticos desejavam eliminá-lo e não podiam, porque os<br />

obcecava. Sustentou-se que Paulo era assim. Este é o<br />

ponto de vista católico-romano que existe ainda hoje em<br />

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dia. (Não aceito pela igreja protestante). Pois, Paulo<br />

defendia sua posição celibatária, como dom de Deus (cf. 1<br />

Coríntios 7:7, 35). (cf. NOTA).<br />

NOTA: Paulo declara claramente que está falando sobre<br />

preferência pessoal quando desafia os solteiros a<br />

continuarem no celibato. (v. 35). O casamento e o celibato<br />

é um assunto individual e relativo, dependendo, em parte,<br />

da capacidade de cada um de controlar a paixão sexual. O<br />

impulso sexual não é pecaminoso, e permanecer solteiro,<br />

ao invés de se casar, não personifica virtude moral<br />

superior.<br />

William Barclay diz que nenhuma destas soluções pode ser<br />

correta por estas três razões.<br />

(a) A mesma palavra estaca indica uma dor quase<br />

selvagem.<br />

(b) A imagem que temos diante de nós é um quadro de<br />

sofrimento físico.<br />

(c) Qualquer que fosse o aguilhão era intermitente, porque<br />

apesar de que às vezes prostrava a Paulo, não o separava<br />

totalmente de sua tarefa. Portanto consideremos as outras<br />

respostas sugeridas.<br />

(4) Tem-se dito que o aguilhão era o aspecto pessoal de<br />

Paulo. “A presença pessoal dele é fraca” (2 Coríntios<br />

10:10). Sugere-se que sofria de alguma desfiguração que<br />

lhe dava feio aspecto e que estorvava sua tarefa. Mas isso<br />

não explica a dor que deve ter existido.<br />

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(5) Uma das soluções mais comuns é a epilepsia. É<br />

dolorosa, recorrente, aquele que a padece pode continuar<br />

com sua tarefa entre ataques. Pode ser repulsiva. No<br />

mundo antigo era atribuída à ação dos demônios. Traz<br />

junto visões e transes tais como os que tinham Paulo.<br />

Antigamente quando alguém via um epilético cuspia para<br />

afastar o demônio maligno. Em Gálatas 4:14 Paulo diz que<br />

quando os Gálatas viram sua enfermidade não o<br />

rechaçaram. A palavra em grego (exeptysate –<br />

ἐξεπτύσατε) significa literalmente não me cuspiram. Depois<br />

de tudo Júlio César, Oliver Cromwell e Napoleão foram<br />

epiléticos. Mas esta teoria tem consequências difíceis de<br />

aceitar. Significaria que as visões de Paulo correspondiam<br />

às que percebe uma mente temporariamente alienada, que<br />

eram transes epiléticos, e nos é difícil crer que as visões<br />

que mudaram o mundo se devessem a ataques epiléticos.<br />

(6) Uma das teorias mais antigas diz que Paulo sofria<br />

enxaquecas severas que o prostravam. Tanto Tértulo<br />

(advogado e orador empregado pelos judeus para apoiar<br />

Ananias no julgamento de Paulo de Tarso perante o<br />

governador romano da Judeia Félix – Atos 24:1 – 9). Como<br />

Jerônimo criam nisso.<br />

Agora, isto bem pode nos levar à verdade. Ainda existe<br />

outra teoria no que se sustenta que Paulo sofria de uma<br />

doença dos olhos. Isto explicaria os dores de cabeça.<br />

Depois do momento de glória no caminho a Damasco,<br />

Paulo ficou cego (Atos 9:9). Pode ser que seus olhos nunca<br />

mais se tenham recuperado. Paulo diz que os Gálatas<br />

arrancariam os olhos para os darem a ele (Gálatas 4:15).<br />

No final de Gálatas escreve: “Vede com que letras grandes<br />

vos escrevi de meu próprio punho” (Gálatas 6:11), como se<br />

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estivesse descrevendo os caracteres grandes e torpes que<br />

poderia fazer um homem que apenas pudesse ver. (cf, Atos<br />

23:1 – 5).<br />

Mas o mais provável é que Paulo sofresse de ataques<br />

crônicos recorrentes de certa febre malária virulentos que<br />

frequentava as costas do Mediterrâneo oriental. Os nativos<br />

da zona, quando desejavam machucar a um inimigo<br />

pediam a seus deuses que sua alma “ardesse” com essa<br />

febre. Uma pessoa que a padeceu descreve a dor de<br />

cabeça que a acompanha comparando-o com: “um ferro<br />

candente que atravessasse a fronte”. Outro o descreve<br />

como “a dor rangente e monótono numa têmpora, como a<br />

máquina de um dentista —, a cunha fantasmal entre as<br />

mandíbulas”, e diz que quando a dor se agravava<br />

“alcançava a soleira da resistência humana”. Na realidade<br />

isto merece a descrição de um aguilhão na carne, ou até<br />

uma estaca na carne. O homem ousado que suportava<br />

continuamente a lista de sofrimentos de um apóstolo tinha<br />

que lutar com essa agonia.<br />

Paulo recebeu a promessa e a realidade da graça que tudo<br />

pode.<br />

Consideremos algumas das coisas para as quais essa<br />

graça era suficiente a Paulo através de alguns aspectos de<br />

sua vida.<br />

(1) Era suficiente para o cansaço físico.<br />

Permitia-lhe prosseguir. João Wesley pregou quarenta e<br />

dois mil sermões, viajava uma média de sete mil<br />

quilômetros por ano. Cavalgava cerca de noventa ou cem<br />

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quilômetros diários e pregava uma média de três sermões<br />

por dia. Quando tinha oitenta e três anos escreveu em seu<br />

jornal: “Maravilho-me de mim mesmo. Nunca me canso,<br />

nem pregando, nem viajando, nem escrevendo”. Era essa<br />

obra da graça que tudo pode. (Neste momento faço das<br />

palavras de Wesley as minhas, espero ter a quantidade de<br />

sermões e de obras deste notável homem de Deus no final<br />

de minha vida, não me canso de escrever, aprender e<br />

ensinar com sofrimentos para glória de Deus).<br />

(2) Era suficiente para a dor física.<br />

Ela o fazia capaz de tolerar a cruel estaca. Uma vez um<br />

homem foi visitar uma jovem que estava de cama morrendo<br />

de uma enfermidade incurável e muito dolorosa. Levou<br />

consigo um livrinho destinado a alentar os que passavam<br />

momentos difíceis, um livro alegre, cheio de sol, que fazia<br />

rir. “Muito obrigado”, disse ela, “mas conheço esse livro”.<br />

“Você o tem lido?”, perguntou o visitante. E a jovem<br />

respondeu: “Eu o escrevi”. Era obra da graça que tudo<br />

pode.<br />

(3) Era suficiente para a oposição.<br />

Paulo teve que enfrentá-la durante toda sua vida e nunca<br />

cedeu. Por grande que fosse não dava seu braço a torcer,<br />

nem se retirava. Essa era obra da graça que tudo pode.<br />

(4) Ela o fazia capaz, como o demonstram todas as suas<br />

cartas, de enfrentar a calúnia.<br />

Não há nada mais difícil de enfrentar que a calúnia, a<br />

interpretação errônea e o juízo equivocado e cruel. Uma<br />

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vez um homem jogou um balde de água sobre Arquelau da<br />

Macedônia. Este não disse nada. E quando um amigo lhe<br />

perguntou como tinha podido aguentá-lo tão serenamente,<br />

disse: “Não atirou a água sobre mim, mas sim sobre o<br />

homem que ele pensou que eu era”. A graça que tudo pode<br />

fazia que Paulo não se preocupasse com o que os homens<br />

pensassem, mas pelo que Deus sabia que era. A glória da<br />

vida é que encontramos em nossa fraqueza a graça<br />

maravilhosa, porque sempre a extremidade do homem é a<br />

oportunidade de Deus.<br />

Comentários Adicionais sobre 12:7b.<br />

Muitas dessas propostas têm tido seus adeptos através<br />

dos séculos, mas por falta de evidência bíblica continuam<br />

sendo meras suposições.<br />

(1) Depressão. Pelo capítulo 1 já tomamos conhecimento<br />

de que Paulo estava desanimado pelas suas experiências<br />

na Ásia Menor (1:8). Ele havia encontrado reveses severos<br />

causados por pessoas, tais como o ourives Demétrio (Atos<br />

19:25 – 41). Mas isso dificilmente explica o espinho na<br />

carne de Paulo. Muito embora Paulo tenha experimentado<br />

oposição, nenhuma indicação nos é dada de que tenha<br />

sofrido de depressão séria. Ao contrário, ele escreve: “Em<br />

tudo somos atribulados, porém não angustiados;<br />

perplexos, porém não completamente perplexos” (4:8).<br />

Somos “entristecidos, mas sempre alegres” (6:10).<br />

(2) Visitação de demônios. Essa teoria ensina que quando<br />

Paulo estava no céu, foi dominado pelo orgulho. Mas de<br />

repente foi atacado por um demônio que o punia para<br />

conservá-lo humilde. Paulo orou três vezes ao Senhor para<br />

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fazer com que o ataque parasse, mas foi-lhe dito que tinha<br />

de aprender sua lição e confiar na suficiência da graça de<br />

Deus. Há objeções exegéticas a essa interpretação: o<br />

desconforto físico do espinho na carne não é uma provação<br />

temporária no céu, mas uma dor persistente na terra. E<br />

mais, não há indicação no texto de que Paulo tenha<br />

vivenciado um castigo no céu, porque lá é um lugar muito<br />

improvável para um demônio vencer o apóstolo. E, por fim,<br />

um espinho na carne foi dado a Paulo não por um<br />

mensageiro de Satanás, e sim pelo Senhor, que permitiu<br />

que o mensageiro de Satanás o esbofeteasse.<br />

CONCLUSÃO<br />

Uma passagem clássica. A magnitude das revelações de<br />

Paulo (sobre grandeza, cf. 2 Coríntios 12:7; 4:7; Gálatas<br />

4:13) levou o Senhor a lhe dar um estorvo divino (um<br />

espinho) para reduzir qualquer tendência de exaltação<br />

orgulhosa. Paulo precisava de um lembrete que lhe fizesse<br />

ver que, apesar do seu arrebatamento, ainda era um<br />

homem entre os homens. Nossas informações são muito<br />

imprecisas (1:8) para justificar nossa dogmatização quanto<br />

à natureza exata desse espinho na carne.<br />

Paulo orou especificamente (por causa disto),<br />

encarecidamente (pedi ao Senhor), e com propósito (que o<br />

afastasse de mim). O tempo perfeito em me disse registra<br />

a completa aquiescência de Paulo na resposta definitiva de<br />

Cristo. Só aqui no N.T., encontrarmos a minha graça (cf. o<br />

uso em Filipenses 1:7). O verbo (Arkei – Ἀρκεῖ), no<br />

predicado “te basta”, indica que a graça de Cristo está<br />

“cheia de força infalível” – suficiente. Este verbo foi<br />

algumas vezes traduzido para estar satisfeito (Lucas 3:14;<br />

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1 Timóteo 6:8; Hebreus 13:5). O presente passivo de<br />

“teleitai – τελεῖται” (o tempo perfeito em João 19:28, 30; 2<br />

Timóteo 4:17) significa está sendo (continuamente)<br />

aperfeiçoado (Hebreus 5:9). O verbo repouse (episkēnōsē<br />

– ἐπισκηνώσῃ) aparece apenas aqui no grego bíblico. O<br />

verbo simples “eskēnōsen – ἐσκήνωσεν” se encontra em<br />

João 1:14; Apocalipse 7:15; 21:3. A tradução de Plummer,<br />

“estenda uma tenda sobre mim”, é uma reminiscência da<br />

fraseologia do Antigo Testamento (Êxodo 33:22; Salmos<br />

90:17; 91:4; Isaías 49:2; 51:16).<br />

Ninguém pode sentir prazer (eudokoumen – εὐδοκοῦμεν;<br />

cf. 5:8) nas adversidades mencionadas aqui, a não ser por<br />

amor de Cristo (cf. 5:20; Filipenses 1:29; Colossenses<br />

1:24; 3 João 7). Sobre quando (hotan – ὅταν), cf. 2<br />

Coríntios 10:6.<br />

“Ele nos livrou e continuará nos livrando de tal perigo de<br />

morte. Nele temos colocado a nossa esperança de que<br />

continuará a livrar-nos [...]” – 2 Coríntios 1:10.<br />

Paulo orava para que lhe fosse tirado esse aguilhão, mas<br />

Deus respondeu esta oração como o faz tantas vezes —<br />

não lhe tirou o mal, mas sim lhe deu a força para suportálo.<br />

Deus não nos priva das coisas; capacita-nos para<br />

vencê-las e sair delas.<br />

“Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês<br />

tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo,<br />

tenham ânimo! Eu venci o mundo” – João 16:33.<br />

VENCENDO A TENTAÇÃO<br />

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“Santificai-vos na verdade; a tua palavra e a verdade” –<br />

João 17:17.<br />

Cristãos têm sofrido e muitas vezes vencidos pelas<br />

tentações da vida, e muitos cristãos sofrem consequências<br />

terríveis por esses obstáculos invisíveis que atuam em<br />

nossas vidas de forma muito visível, sentimos muitas vezes<br />

no próprio corpo, e às vezes até audíveis e sensíveis a<br />

outros, os gemidos e o choro sufocado ultrapassam<br />

paredes, muitos entram em depressão e desejam a morte,<br />

não com o intuito de dar cabo à vida, mas de pôr um fim<br />

em seu sofrimento. Por exemplo, a depressão. A<br />

existência, e a sua incidência nas diversas faixas etárias,<br />

classes sociais e religiões. O que a causa e o que ela pode<br />

gerar serão os fatos impulsionadores em nossas vidas,<br />

muitas vezes decorrentes de tentações humanas.<br />

Já foram testados vários estímulos, tratamentos,<br />

medicamentos, mas em quase todos os casos verificou-se<br />

a necessidade de acompanhamento psicológico e/ou<br />

espiritual.<br />

As causas desse mal também são as mais variadas<br />

possíveis (Biológicas, vida urbana, desemprego, doença<br />

física, alteração afetiva, histórico familiar da doença,<br />

adolescência, eventos estressantes ou perdas, transtornos<br />

de personalidade, medicamentos, drogas, álcool, entre<br />

outros) e tanto pode ser desencadeada por uma tragédia<br />

como por pequenos problemas do dia-a-dia. Outra causa<br />

seria o resultado de um desequilíbrio de substâncias<br />

químicas específicas no encéfalo denominadas<br />

neurotransmissores. Quase sempre a ansiedade é a sua<br />

predecessora, e muitos outros males internos, todos esses<br />

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males (tentações) acabam refletindo em todas as áreas da<br />

vida, existe dois lados da tentação, o positivo e o negativo,<br />

a ênfase desse artigo será no negativo, que por fim<br />

resultará positivamente na vida de um cristão.<br />

As Escrituras nos dizem que todos nós enfrentamos<br />

tentações. Em 1 Coríntios 10:13 diz: “Não vos sobreveio<br />

tentação que não fosse humana”. Talvez isso proporcione<br />

um pouco de encorajamento porque muitas vezes nos<br />

sentimos como se sofrêssemos sozinhos, e que os outros<br />

são imunes às tentações. A Bíblia nos diz que Cristo<br />

também foi tentado: “Porque não temos sumo sacerdote<br />

que não possa compadecer-se das nossas fraquezas;<br />

antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa<br />

semelhança, mas sem pecado”. (Hebreus 4:15).<br />

De onde, então, essas tentações vêm? Primeiro de tudo,<br />

elas não vêm de Deus, embora Ele as permita. Tiago 1:13<br />

diz: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus;<br />

porque Deus não pode ser tentado pelo mal e Ele mesmo<br />

a ninguém tenta”. No primeiro capítulo de Jó, vemos que<br />

Deus permitiu que Satanás tentasse Jó, mas com<br />

restrições. Satanás está vagueando pela terra como um<br />

leão, buscando pessoas para devorar (1 Pedro 5:8). O<br />

versículo 9 nos diz para resisti-lo, sabendo que outros<br />

cristãos também estão sendo atingindo por seus ataques.<br />

Por essas passagens podemos saber que tentações são<br />

oriundas de Satanás. Vemos em Tiago 1:14 que a tentação<br />

pode se originar em nós também. O versículo 14 diz que<br />

cada um é “tentado pela sua própria cobiça, quando esta o<br />

atrai e seduz”. Deixamo-nos pensar certos pensamentos, ir<br />

a lugares que não devemos e tomar decisões baseadas em<br />

nossos desejos que nos levam à tentação.<br />

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Como, então, podemos resistir às tentações? Primeiro de<br />

tudo, temos de voltar ao exemplo de Jesus sendo tentado<br />

no deserto por Satanás em Mateus 4:1 – 11. Cada uma das<br />

tentações de Satanás foi recebida com a mesma resposta:<br />

“Está escrito”, seguida pela Escritura. Se o Deus Filho usou<br />

a Escritura para, com eficácia, por um fim às tentações do<br />

tentador, o que sabemos que funciona porque depois de<br />

três tentativas fracassadas, “o Diabo o deixou” (v. 11),<br />

quanto mais nós criaturas caídas e fracas. Precisamos usála<br />

para resistir às nossas próprias tentações, sejam elas<br />

internas ou externas.<br />

Todos os nossos esforços para resistir serão fracos e<br />

ineficazes, a menos que sejam movidos pelo Espírito Santo<br />

através da leitura constante, do estudo e da meditação na<br />

Palavra de Deus. Desta forma, seremos “transformados<br />

pela renovação da mente” (Romanos 12:2). Não há<br />

nenhuma outra arma contra a tentação exceto a “espada<br />

do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Efésios 6:17).<br />

Colossenses 3:2 diz: “Pensai nas coisas lá do alto, não nas<br />

que são aqui da terra” e em Filipenses 4:8 diz: “Quanto ao<br />

mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é<br />

honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que<br />

é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude,<br />

e se há algum louvor, nisso pensai”. Se as nossas mentes<br />

estiverem cheias com os mais recentes programas de TV,<br />

música e todo o resto que a cultura tem para oferecer<br />

seremos bombardeados com mensagens e imagens que<br />

inevitavelmente levam a paixões pecaminosas, em<br />

diversas esferas. Deixando bem claro que 99,9% de tudo<br />

que passa na TV Deus odeia, para não ser injusto e dizer<br />

que tudo, pois grande parte dos programas televisivos fere<br />

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fundamentos bíblicos, inclusive o estudo diligente da<br />

Palavra de Deus, como a investigação piedosa e<br />

devocional que todos os cristãos devem ter (invocamos<br />

aqui o espírito dos bereanos – Atos 17:11).<br />

Por isso escolhi não assistir mais TV, não porque sou mais<br />

santo e nem hipócrita, mas preferir encher a minha mente<br />

das Escrituras Sagradas, saturar a minha mente com “tudo<br />

o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é<br />

justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é<br />

de boa fama, tudo que há virtude, tudo que há louvor”.<br />

Cada um é livre (livre agência – vontade responsiva) para<br />

escolher o que “quiser fazer” de suas vidas cristãs. No<br />

entanto, se nossas mentes estiverem cheias com a<br />

Majestade e Santidade de Deus, o Amor, o Consolo do<br />

Espírito Santo, a Compaixão de Cristo, o brilho de seus<br />

atributos refletidos em Sua perfeita Palavra, e inserirmos<br />

em nossos corações por meio da santificação toda<br />

instrução de Deus, veremos que o nosso interesse pelas<br />

concupiscências do mundo diminuem e aos poucos<br />

desaparecem. Mas, sem a influência da Palavra de Deus<br />

atuante continuamente em nossos corações corruptos e<br />

perversos, estamos abertos a quaisquer coisas<br />

provenientes de Satanás, como verdadeiros “dardos<br />

inflamados do que é maligno” todos os tipos de<br />

maledicência nos derrubam da graça, mesmo sendo<br />

temporariamente. “Assim, aquele que julga estar firme,<br />

cuide-se para que não caia” – 1 Coríntios 10:12. Todavia,<br />

se cairmos “... o Senhor ama o juízo e não desampara os<br />

seus santos” – Salmos 37:28, “pois ainda que um justo caia<br />

sete vezes, sete vezes tornará a se erguer” – Provérbios<br />

24:16.<br />

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Aqui, então, é o único meio para guardar nossos corações<br />

e mentes, a fim de manter as fontes de tentação longe de<br />

nós. Lembre-se das palavras de Cristo a Seus discípulos<br />

no jardim, na noite em que foi traído: “Vigiai e orai, para que<br />

não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está<br />

pronto, mas a carne é fraca”. (Mateus 26:41). A maioria dos<br />

cristãos não iria querer abertamente, voluntariamente<br />

“pular” em pecados, sabendo que o salário do pecado é a<br />

morte, mas não podemos resistir cair nele porque a nossa<br />

carne não é forte o suficiente para resistir. Nós nos<br />

colocamos em situações ou preenchemos nossas mentes<br />

com paixões sensuais, e isso nos leva a pecar, somos<br />

seres caídos e fracos como já antes mencionei. A única<br />

forma de sermos fortes em meio às tentações é estarmos<br />

verdadeiramente em Cristo, a Cruz como meio e Cristo<br />

como a fonte de nossa esperança por meio da graça dada<br />

por Deus Pai (Efésios 1:4). Fomos chamados para sermos<br />

santos e irrepreensíveis diante de Deus. E ser santo, é ser<br />

separado para Deus e do mundo.<br />

“Recuse-se a sucumbir a quaisquer exigências da carne,<br />

pois a inclinação para a carne é morte”.<br />

Precisamos renovar o nosso pensamento como nos é dito<br />

em Romanos 12:1, 2. Não devemos mais pensar como o<br />

mundo pensa, ou andar da mesma forma em que o mundo<br />

caminha. Provérbios 4:14, 15 nos diz: “Não entres na<br />

vereda dos perversos, nem sigas pelo caminho dos maus.<br />

Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de<br />

largo”. Precisamos evitar o caminho do mundo que nos<br />

conduz em tentação porque a nossa carne é fraca. Somos<br />

facilmente levados por nossas próprias concupiscências.<br />

“Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios,<br />

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não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na<br />

roda dos zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na<br />

lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite. É como árvore<br />

plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo<br />

certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz<br />

prospera!” – Salmos 1:1 – 3.<br />

Acerca do mundo (dos ímpios) Jonathan Edwards diz:<br />

“Os ímpios estão sujeitos a cair por si mesmos, sem serem<br />

derrubados pelas mãos de outrem, pois aquele que se<br />

detém ou anda por terrenos escorregadios não precisa<br />

mais do que seu próprio peso para cair por terra”.<br />

Mateus 5:29 tem alguns excelentes conselhos. “Se o teu<br />

olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois<br />

te convém que se perca um dos teus membros, e não seja<br />

todo o teu corpo lançado no inferno”. Isso soa grave! O<br />

pecado é grave! A tentação é grave! Jesus não está<br />

dizendo que devemos literalmente remover partes do<br />

corpo. Cortar o olho é uma medida drástica, e Jesus está<br />

nos ensinando que, se necessário, uma medida drástica<br />

deve ser tomada para evitar o pecado. Pense nisso e<br />

lembre-se que existem pecados que devem ser arrancados<br />

de nossas vidas, caso contrário trarão consequências<br />

terríveis nessa vida que ecoarão por toda eternidade. Pois,<br />

o salário do pecado é a morte, “Arrependam-se e creiam<br />

nas boas novas!” – Marcos 1:15 essa é a mensagem do<br />

evangelho de Cristo.<br />

CONCLUSÃO<br />

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No fim, ou até mesmo em meio à tentação encontramos a<br />

Deus. Ele sempre estará como uma rocha inamovível, o<br />

socorro presente em nossas maiores angústias (Salmos<br />

46), Cristo disse que teríamos muitas aflições (João 16:33),<br />

mas mesmo em meio às tentações (aflições) há uma paz<br />

alegre na certeza da vitória de Cristo “Eu venci o mundo!”<br />

(v. 33). E “Contudo, alegrai-vos por serdes participantes<br />

dos sofrimentos de Cristo, para que também vos alegreis e<br />

exulteis na revelação da sua glória” – 1 Pedro 4:13. Paulo<br />

disse “Pois as nossas aflições leves e passageiras estão<br />

produzindo para nós uma glória incomparável, de valor<br />

eterno” – 2 Coríntios 4:17. “E se a graça foi suficiente para<br />

o apóstolo Paulo, ela também nos é suficiente, pois o poder<br />

de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas”, e se a nossa<br />

carne é fraca por não suportar as tentações, o poder de<br />

Deus é suficiente em guardarmos.<br />

Ocorre é que o homem deprimido por suas tentações na<br />

maioria das vezes não tem forças para procurar ajuda, não<br />

consegue vislumbrar uma solução para o seu problema, e<br />

a família muitas vezes não consegue ajudá-lo, e no fim<br />

quase sempre procura recursos falíveis.<br />

O expositor da Escritura adverte: “O Senhor sabe quem<br />

você é e conhece a sua maior tentação, a sua maior<br />

fraqueza”. Mas Ele tem poder para preservar os seus<br />

santos de quaisquer tentações, pois lhe assegura o escape<br />

“Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é<br />

Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis,<br />

antes com a tentação dará também o escape, para que a<br />

possais suportar” – 1 Coríntios 10:13, pois para Ele nada é<br />

impossível. Se está desanimado, abatido e angustiado<br />

devido as tentações, ou pensa que não tem mais jeito e<br />

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chegou ao fim de sua vida cristã, sente-se dominado (a)<br />

pela tentação. Repouse, alimente-se, e deposite sua fé no<br />

Senhor e procure ajuda, confesse aos santos suas<br />

necessidades. “Comunicai com os santos nas suas<br />

necessidades [...]” – Romanos 12:13. Amém.<br />

“Existe muito barulho religioso nesta geração, mas ainda<br />

assim não há qualquer evidência da mortificação do<br />

pecado” – John Owen.<br />

AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO<br />

“Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade<br />

sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio,<br />

discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e<br />

inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os<br />

advirto, como antes já os adverti, que os que praticam<br />

essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto<br />

do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade,<br />

bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” –<br />

Gálatas 5:19 – 22.<br />

Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais nítido<br />

contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito<br />

Santo e aquele controlado pela natureza humana<br />

pecaminosa do que 5:16 – 26. Paulo não somente examina<br />

a diferença geral do modo de vida desses dois tipos de<br />

crentes, ao enfatizar que o Espírito e a carne estão em<br />

conflito entre si, mas também inclui uma lista específica<br />

tanto das obras da carne, como do fruto do Espírito.<br />

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Obras da carne – Ora, as obras da carne são manifestas<br />

[...]” (19).<br />

“Da Carne” (σαρκὸς “sarkos/sarx”) é a natureza<br />

pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua<br />

no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo moral<br />

(Romanos 8:6, 5; Gálatas 5:17, 21). Aqueles que praticam<br />

as obras da carne não poderão herdar o Reino de Deus<br />

(5:21). Por isso, essa natureza pecaminosa precisa ser<br />

resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que<br />

o crente trava através do poder do Espírito Santo<br />

(Romanos 8:4 – 14; cf. NOTA Gálatas 5:17).<br />

“O Espírito e a carne são diretamente opostos um ao outro,<br />

conforme evidenciados por suas “obras” e “frutos” (v.19 –<br />

22). O resultado é um conflito implacável e arrebatador<br />

dentro dos cristãos, em que eles não podem ser vitoriosos<br />

por sua própria força (cf. Romanos 7:15 – 23)”. (NOTA <strong>DE</strong><br />

GÁLATAS 5:17).<br />

As obras da carne incluem (5:19 – 21):<br />

“[...] imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria<br />

e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo,<br />

dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas<br />

semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que<br />

os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de<br />

Deus (19 – 21).<br />

(1) “Imoralidade Sexual e Prostituição” (“πορνεία –<br />

porneia”) de todas as formas, isto inclui, também quadros,<br />

filmes ou publicações pornográficos (cf. Mateus 5:32; 19:9;<br />

Atos 15:20, 29; 21:25; 1 Coríntios 5:1). Os termos “μοιχεία<br />

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(moicheia) e (πορνεία) porneia” são traduzidos por um só<br />

em português: “prostituição” (Relação sexual ilícita:<br />

adultério, fornicação, homossexualidade, lesbianismo,<br />

relação sexual com animais, relação sexual com parentes<br />

próximos (Levíticos 18) relação sexual com um homem ou<br />

mulher divorciada (Marcos 10:11, 12). Sentido metafórico:<br />

Adoração de ídolos, da impureza que se origina na<br />

idolatria, na qual se incorria ao comer sacrifícios oferecidos<br />

aos ídolos.<br />

(2) “Impureza” (“ἀκαθαρσία – akatharsia”) pecados<br />

sexuais, atos pecaminosos e vícios, inclusive maus<br />

pensamentos e desejos o coração (Efésios 5:3;<br />

Colossenses 3:5).<br />

Impureza física no sentido moral: impureza proveniente de<br />

desejos sexuais, luxúria, vida devassa de motivos impuros.<br />

(3) “Lascívia e Libertinagem” (“ἀσέλγεια – aselgeia”)<br />

sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias paixões e<br />

maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência.<br />

(2 Coríntios 12:21).<br />

Luxúria desenfreada, excesso, licenciosidade, lascívia,<br />

libertinagem, caráter ultrajante impudência, desaforo,<br />

insolência são alguns significados ligado a “aselgeia” (cf.<br />

NOTA).<br />

“A idéia fundamental de “ασωτια (asotia)” é “desperdício ou<br />

sobra desordenada –, a de “ασελγεια”, ousadia contra a lei<br />

e capricho corrupto” (Trench), “ασωτια (asotia) –<br />

prodigalidade: O status de o filho pródigo, a energia do filho<br />

pródigo, o perdulário, a diversão” significa gasto rápido e<br />

extravagante, principalmente pela satisfação dos desejos<br />

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sensuais. Denota um curso de vida libertino, dissoluto. Em<br />

“ασελγεις” também está incluída a idéia de libertinagem,<br />

frequentemente de lascividade, mas o pensamento<br />

fundamental é o de não contenção, o insolente fazendo<br />

qualquer coisa que seu capricho sugerir” (NOTA).<br />

(4) “Idolatria” (“εἰδωλολατρία – eidōlolatria”) a adoração de<br />

espíritos, pessoas ou ídolos, e também a confiança numa<br />

pessoa, instituição ou objeto como se tivesse autoridade<br />

igual ou maior que Deus e Sua Palavra (Colossenses 3:5).<br />

(5) “Feitiçaria” (“φαρμακεία – pharmakeia”) espiritismo,<br />

magia negra, adoração de demônios e o uso de drogas e<br />

outros materiais, na prática da feitiçaria, artes mágicas,<br />

frequentemente encontrado em conexão com a idolatria e<br />

estimulada por ela. (Êxodo 7:11, 22; 8:18; Apocalipse 9:21;<br />

18:23).<br />

(6) “Inimizades, ódio e discórdia” (“ἔχθραι – echthrai”)<br />

intenções e ações fortemente hostis, antipatia e inimizade<br />

extremas (cf. Lucas 23:12; Efésios 2:14).<br />

(7) “Porfias” (“ἔρις – eris”) brigas, oposição, luta por<br />

superioridade (Romanos 1:29; 1 Coríntios 1:11; 3:3) de<br />

afinidade incerta, contenda, disputa e discussão.<br />

(8) “Emulações, Ciúmes e Inveja” (“ζῆλος – zēlos”)<br />

ressentimento, inveja amarga do sucesso dos outros<br />

(Romanos 13:13; 1 Coríntios 3:3; Tiago 3:16; Hebreus<br />

10:27; Atos 5:17; 13:45). (cf. Nota Números 5:11 – 30<br />

“Água da Inveja”). (cf. NOTA).<br />

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“De acordo com a lei de Moisés, em Números 5:11 – 30,<br />

homens obcecados com inveja deveriam apresentar seu<br />

caso diante de sacerdotes e juízes com provas. No caso<br />

de não existirem provas, ele teria de se satisfazer<br />

simplesmente com o ritual em que a mulher tomava a “água<br />

da inveja” e permitir que Deus revelasse se havia<br />

infidelidade ou não. De acordo com Levítico 20:10 e<br />

Deuteronômio 22:22, o homem envolvido em um caso de<br />

adultério é sempre o primeiro responsável. Todos os casos<br />

de pena de morte exigem um julgamento justo com pelo<br />

menos duas a três testemunhas”. (NOTA).<br />

A palavra “zelos” (um termo omamopoeic que imita o som<br />

da água borbulhando do calor e talvez derivado de<br />

STRONG: 2204 / zeo, “a ferver”) - adequadamente,<br />

emoção queima (sentimento interior fervendo, “ebulição do<br />

calor” J. Thayer); (figurativamente) algo muito fervoroso<br />

como com zelo alimentado pelo Espírito para servir ao<br />

Senhor. Esta raiz (zē-) é utilizada tanto negativa<br />

(“inveja/Ciúme”) e positiva (“zelo”) dependendo do<br />

contexto. No contexto de Gálatas 5 é utilizado<br />

negativamente para inveja. A raiz (zē – “zelo”) significa<br />

literalmente “quente o suficiente para ferver”. Ele é<br />

metaforicamente utilizado de “raiva, amor, zelo ardente”<br />

(AS) - ou seja, para queimar (em espírito). Pode se referir<br />

a “ira de ebulição, amor, zelo, para o que é bom ou mau”<br />

(J. Thayer).<br />

(9) “Iras” (θυμοί “thumos/thymoi”) ira ou fúria explosiva que<br />

irrompe através de palavras e ações violentas<br />

(Colossenses 3:8; 2 Coríntios 12:20; Lucas 4:28). (cf.<br />

NOTA).<br />

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O termo “thumos” significa raiva inflamatória, uma raiva<br />

explosiva, uma agitação turbulenta, uma agitação<br />

fervorosa, ímpetos impulsivos de raiva. (NOTA).<br />

(10) “Pelejas” (“ἐριθεῖαι – eritheia/eritheia”) ambição<br />

egoísta do poder (2 Coríntios 12:20; Filipenses 1:16, 17 –<br />

eritheia). Uma palavra que antes significava trabalho<br />

honrado e passou a significar intriga desonrosa. A mesma<br />

palavra, depois passou a descrever uma pessoa que só<br />

estava preocupada com o seu bem-estar, uma pessoa<br />

suscetível a ser subornada, uma pessoa ambiciosa e<br />

rebelde procurando oportunidades de promoção. Deixe-me<br />

problematizar por um momento”. (cf. NOTA).<br />

“Propaganda eleitoral ou intriga por um ofício;<br />

aparentemente, no N.T., uma distinção requerida, um<br />

desejo de colocar-se acima, um espírito partidário e<br />

faccioso que não desdenha a astúcia; partidarismo,<br />

sectarismo. Antes do N.T., esta palavra é encontrada<br />

somente em Aristóteles, onde denota uma perseguição<br />

egoísta do ofício político através de meios injustos. Paulo<br />

exorta ser um em Cristo, não se colocando acima ou sendo<br />

egoísta (Filipenses 2:3). Tiago 3:14 fala contra ter amorpróprio<br />

ou se vangloriar. (Wayne Steury)”. (NOTA).<br />

(11) “Dissensões” (“διχοστασίαι – dichostasiai/dichostasia”)<br />

introduzir ensinos cismáticos na congregação sem<br />

respaldo na Palavra de Deus (Romanos 16:17; Atos 15:1;<br />

1 Coríntios 5:11; 2 Timóteo 3:5; Tito 3:10; 2<br />

Tessalonicenses 3:6; 2 João 10).<br />

(12) “Heresias” (“αἱρέσεις – hairesis/haireseis”) grupos<br />

divididos dentro da congregação formando conluios<br />

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egoístas que destroem a unidade da Igreja (1 Coríntios<br />

11:19). (cf. NOTA).<br />

“σχισμα (schisma – rasgão, divisão, dissensão) é divisão<br />

real, separação, “αἱρέσεις – hairesis/ haireseis” é antes a<br />

tendência de separar, assim é realmente mais fundamental<br />

que σχισμα (schisma – rasgão, divisão, dissensão)”.<br />

(NOTA).<br />

(13) “Invejas” (“φθόνοι – phthonos/phthonoi”) antipatia<br />

ressentida contra outra pessoa que possui algo que não<br />

temos e queremos.<br />

(14) “Homicídios” (“Φόνοι – phónoi” / “φόνος – phonos”)<br />

matar o próximo por perversidade. A tradução do termo<br />

“phonos” na Bíblia de Almeida está embutida na tradução<br />

de methe, a seguir, por tratar-se de práticas conexas.<br />

(15) “Bebedices/Embriaguez” (“μεθη – methai”)<br />

descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de<br />

bebida embriagante. Outros significados intoxicação,<br />

embriaguez. (cf. NOTA).<br />

[1] (methai) “μεθη” é a palavra comum para embriaguez.<br />

[2] (potos) “ποτος” é antes concreto, bebedeira, festejo.<br />

[3] (oinophlugia) “οινοφλυγια” é uma condição prolongada<br />

de embriaguez, orgia.<br />

[4] (komos) “κωμος” inclui baderna e farra, geralmente<br />

como resultado da embriaguez, orgia, farra, uma ideia de<br />

procissão noturna e luxuriosa de pessoas bêbadas e<br />

galhofeiras que após um jantar desfilavam pelas ruas com<br />

tochas e músicas em honra a Baco ou algum outro deus, e<br />

cantavam e tocavam diante das casas de amigos e amigas;<br />

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por isso usado geralmente para festas e reuniões para<br />

beber que se prolonga até tarde e que favorece a folia.<br />

[5] (kraipale) “κραιπαλη” denota a náusea e desconforto<br />

que resulta da embriaguez, tontura e a dor de cabeça<br />

causada pelo excesso de vinho”. (NOTA).<br />

(16) “Glutonarias” (“κωμος – komos”) diversões, festas com<br />

comida e bebida de modo extravagante e desenfreado,<br />

envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes. (cf.<br />

NOTA).<br />

“Inclui baderna e farra, geralmente como resultado da<br />

embriaguez, orgia, farra, uma ideia de procissão noturna e<br />

luxuriosa de pessoas bêbadas e galhofeiras que após um<br />

jantar desfilavam pelas ruas com tochas e músicas em<br />

honra a Baco ou algum outro deus, e cantavam e tocavam<br />

diante das casas de amigos e amigas; por isso usado<br />

geralmente para festas e reuniões para beber que se<br />

prolonga até tarde e que favorece a folia”. (NOTA).<br />

As obras da carne podem ser categorizadas como pecados<br />

da carne (v. 19), pecados ligados à religião pagã (os dois<br />

primeiros termos do v. 20), pecados de temperamento (os<br />

noves seguintes) e pecados de embriaguez (os últimos<br />

dois). As palavras finais de Paulo sobre as obras da carne<br />

são severas e enérgicas: quem se diz crente em Jesus e<br />

participa dessas atividades iníquas exclui-se do reino de<br />

Deus, não terá salvação (5:21; cf. 1 Coríntios 6:9).<br />

CONCLUSÃO<br />

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“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência,<br />

amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio<br />

próprio. Contra essas coisas não há lei” (v. 22, 23).<br />

Essas virtudes são características como fruto em contraste<br />

a “obras”. Somente pelo Espírito Santo pode produzi-las, e<br />

não nossos próprios esforços. Um outro contraste é que,<br />

enquanto as obras da carne são mais de uma, o fruto do<br />

Espírito Santo é um e indivisível. Quando o Espírito Santo<br />

controla completamente a vida de um crente, ele produz<br />

todas essas graças. As três primeiras dizem respeito a<br />

nossa atitude em relação a Deus, a segunda tríade lida<br />

com os relacionamentos sociais, e o terceiro grupo<br />

descreve os princípios que guiam a conduta de um cristão.<br />

“Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne,<br />

com as suas paixões e os seus desejos”. (v. 24).<br />

Paulo descreve metaforicamente o arrependimento como<br />

uma crucificação da vida antiga, afastando-se completa e<br />

finalmente dela. O tempo verbal indica um ato decisivo, que<br />

realizamos na nossa conversão.<br />

“Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”<br />

(v. 25).<br />

Aqui, a palavra grega para “andemos” (στοιχεω “stoicheo”)<br />

é literalmente “andar em linha com” (caminhar em ordem,<br />

a ideia de andar numa fila como a marcha de um soldado).<br />

Não é o mesmo “andar” do (v. 16), cuja forma grega<br />

costuma ser usada para o andar físico. Andemos [...]. No<br />

Espírito é seguir ao longo do caminho que Ele estabelece.<br />

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Conselho prático: “Não sejamos presunçosos, provocando<br />

uns aos outros e tendo inveja uns dos outros” (v. 26). Se<br />

assim vivemos, será evidenciado em nosso testemunho o<br />

exercício de amor ao próximo, e consequentemente<br />

provado de que o amor de Deus habita abundantemente<br />

em nós (Igreja).<br />

Ninguém jamais viu a Deus; se nos amarmos uns aos<br />

outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está<br />

aperfeiçoado em nós. Sabemos que permanecemos nele,<br />

e ele em nós, porque Ele nos deu do seu Espírito [...].<br />

Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre nós, para que<br />

no dia do juízo tenhamos confiança, porque neste mundo<br />

somos como Ele. Ele nos deu este mandamento: Quem<br />

ama a Deus, ame também seu irmão – (1 João 4:12, 13,<br />

17, 21).<br />

A ARMADURA <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>US<br />

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que<br />

possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” –<br />

Efésios 6:11.<br />

Exegese de Efésios 6:10 – 20.<br />

O que é se revestir de toda a armadura de Deus? A frase<br />

“toda a armadura de Deus” vem da passagem do Novo<br />

Testamento: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus,<br />

para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes<br />

vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes,<br />

cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da<br />

justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da<br />

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paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual<br />

podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.<br />

Tomai também o capacete da salvação e a espada do<br />

Espírito, que é a palavra de Deus” (Efésios 6:13 – 17).<br />

Na carta aos Efésios (v. 12) indica claramente que o<br />

conflito com Satanás é espiritual e, portanto, nenhuma<br />

arma física pode ser usada efetivamente contra ele, e os<br />

demônios. Não temos uma lista de táticas específicas que<br />

são usadas nessas batalhas, à esfera aonde ocorrem<br />

essas pelejas são infinitamente superior, e diametralmente<br />

oposta à esfera que estamos inseridos, e não temos<br />

nenhum conhecimento acerca dessa dimensão, devemonos<br />

concentrar em Satanás, pois, ele é uma criatura dotada<br />

de sagacidade, de astúcia e sabedoria, e que todas as suas<br />

ações são feitas “sem lei” – (“ανομια – anomia”) não no<br />

sentido de insubordinação a Deus como criatura, pois de<br />

fato ele está sob o poder de Deus, sob o domínio de Deus,<br />

não obstante como “o diabo de Deus”, usado por Deus em<br />

inúmeros decretos, e isso sabemos, mas é no sentido de<br />

negação da lei moral de Deus, diretamente, como<br />

ilegalidade, e falta de conformidade com a lei, violação da<br />

lei, e desacato à lei, iniquidade, e impiedade são os<br />

fundamentos de suas ações, e por razão,<br />

consequentemente, não existem nele princípios morais, ele<br />

é uma criatura imoral e perversa. Pensemo-nos por um<br />

instante em um criminoso da mais alta periculosidade que<br />

age sem lei, existe ali uma lei posta, mas o criminoso não<br />

a obedece e nem teme as suas sanções, e por ter recebido<br />

já penas graves, não importa com as suas demandas, ele<br />

é um foragido da lei (“fora da lei”), com um longo histórico<br />

de crimes, todavia, mesmo ele estando sob a lei, ele não a<br />

obedece. Satanás já sofreu essa pena grave (sanções<br />

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eternas), e por isso ele arde em cólera, ele é um criminoso<br />

com um longo histórico de crimes hediondos, datados da<br />

eternidade a história. É como um criminoso que foi<br />

sentenciado à morte, e quando deparado com uma<br />

situação de perigo, ele nada mais teme, sabendo que em<br />

tudo, lhe resta pouco tempo. A expressão “O Diabo de<br />

Deus” do reformador Martinho Lutero, nos lembra da<br />

verdade bíblica de que Satanás não é um ser autônomo,<br />

com liberdade plena para agir e fazer o que lhe interessa.<br />

Ao lermos as Escrituras, especialmente o livro de Jó, fica<br />

muito evidente o fato de que o Satanás continua servo de<br />

Deus depois de sua rebelião, tanto quanto era nos dias de<br />

sua doce obediência. Na Bíblia vemos que Satanás é<br />

usado por Deus para causar cegueira nas mentes<br />

daqueles que não aceitam o evangelho (2 Coríntios 4:4);<br />

remover pensamentos de dentro das mentes (Marcos<br />

4:15); disciplinar desobedientes (1 Coríntios 5:5; 1 Timóteo<br />

1:20) e para muitas outras obras que o Senhor desejar usálo<br />

como quiser, quando quiser e da maneira que quiser.<br />

Como disse C. S. Lewis: “Não há uma guerra, mas sim uma<br />

rebelião interna, e o rebelde encontra-se sob controle”.<br />

Devemos também enfatizar que os seus princípios são de<br />

ódio, são maus, perversos, Satanás é um ser imoral, vil,<br />

dotado de engano (Gênesis 3:5; João 8:44; 2 Coríntios 4:4;<br />

11:14, 15), não possui amor, desconhece o significado de<br />

afeição, e a base de seu reinado, desde antes a fundação<br />

mundo é a mentira, “Ele nunca se apoiou na verdade” –<br />

João 8:44, a sua confirmada natureza é regida pela<br />

rebelião contra Deus (Isaías 14:12 – 15; Ezequiel 28:12 –<br />

19), Seus Decretos e Sua igreja (Lucas 22:3; Mateus 6:23;<br />

1 Tessalonicenses 2:18; 3:5). Outro ponto, são os<br />

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demônios que o seguiram, são seres assim como Satanás,<br />

são seres pessoais, que possuem inteligência, emoções e<br />

vontade. Isso é uma realidade tanto para os anjos bons<br />

como para os anjos maus. Eles possuem: Inteligência<br />

(Mateus 8:29; 2 Coríntios 11:3; 1 Pedro 1:12), emoções<br />

(Lucas 2:13; Tiago 2:19; Apocalipse 12:17), e vontade<br />

própria (Lucas 8:28 – 31; 2 Timóteo 2:26; Judas 6).<br />

A Caminhada Cristã como uma Guerra. (6:10 – 20). Em<br />

toda esta divisão da epístola muito se disse sobre a vida<br />

cristã prática. Neste parágrafo o andar do cristão foi<br />

descrito como uma batalha, um conflito mortal no qual ele<br />

está alistado contra o poder de Satanás e suas hostes. E<br />

São Paulo nos revela tal coisa no trecho que citamos dias<br />

passados em nossas vidas (Efésios 6:12), que guerreamos<br />

contra as potências espirituais, não contra a carne e o<br />

sangue.<br />

No entanto, a passagem é bem clara ao dizer que quando<br />

seguimos todas as instruções fielmente, recebemos<br />

“poder” (Capacidade) “δύνασθαι – dynasthai” que significa<br />

ser capaz de resistir ao poder do mal, através de<br />

“esquemas e ciladas” (μεθοδείας/methodeias que significa<br />

métodos, artifícios ou truque), (v. 11), e assim garantirmos<br />

vitória sobre o Dia mal, qualquer que seja a tentação.<br />

Consigo virá o escape. “Não veio sobre vós tentação,<br />

senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar<br />

acima do que podeis, antes com a tentação dará também<br />

o escape, para que a possais suportar” – 1 Coríntios 10:13.<br />

A metáfora aqui se baseia na armadura e roupa de batalha<br />

do soldado romano do século I. Evidentemente, a metáfora<br />

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militar pretende mostrar o leitor que agora estamos<br />

engajados em uma batalha ativa.<br />

Embora alguns sugiram que o ponto de vista de uma<br />

contenda agressiva contínua minimize a vitória alcançada<br />

da cruz, ele, na verdade, afirma a vitória e todo o resto.<br />

Toda batalha espiritual combatida hoje em dia é vitoriosa<br />

somente ao se apropriar da provisão da Cruz e do Sangue<br />

de Jesus Cristo “e, despojando as autoridades e poderes<br />

malignos, fez deles um espetáculo público, triunfando<br />

sobre todos eles na cruz” – Colossenses 2:15.<br />

(v. 11) Revesti-vos de toda a armadura de Deus. Ainda que<br />

Deus a tenha providenciado, o indivíduo cristão tem a<br />

responsabilidade de vesti-la; isto é, ele deve<br />

conscientemente se apropriar do poder que o Senhor<br />

Jesus Cristo põe à sua disposição. Toda a armadura de<br />

Deus. A armadura está descrita em detalhes, como<br />

também os inimigos que o crente tem de enfrentar. Para<br />

poderdes ficar firmes. Sem esta armadura de Deus, o<br />

cristão não tem capacidade de permanecer firme. Aquele<br />

que está assentado com Cristo nos lugares celestiais e<br />

andando neste mundo tem também de tomar agora uma<br />

posição contra as ciladas – os métodos ou estratagemas –<br />

do diabo. Vejamos dois pontos cruciais:<br />

(1) A fé pessoal que se posiciona contra o mal e (2) A<br />

oração agressiva que assalta as fortalezas demoníacas<br />

são duas facetas distintas e complementares da vida<br />

espiritual.<br />

Essa passagem inteira fornece mais apoio a esta<br />

perspectiva: (v. 11) “estar firme contra” (δύνασθαι –<br />

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dynasthai que significa ser capaz, manter agressivamente<br />

na retaguarda ou manter-se à frente e opor-se). (v. 12)<br />

“lutar” (πάλη – palē significa engajar-se ativamente em um<br />

combate um-a-um, a ideia é da luta romana competição<br />

entre dois no qual cada um se esforça para derrubar o<br />

outro, e que é decidido quando o vencedor é capaz de<br />

manter seu oponente no chão com seu braço sobre o seu<br />

pescoço).<br />

“Porque a nossa luta não é”. O motivo porque precisamos<br />

de toda a armadura de Deus. Contra o sangue e a carne.<br />

Os israelitas sob o comando de Josué tiveram de lutar<br />

contra a carne e o sangue a fim de conquistar a terra de<br />

Canaã. A nossa guerra é espiritual e não física. E, sim,<br />

contra os principados. Não uma comparação, mas uma<br />

negação absoluta. Nas hostes de Satanás encontramos<br />

diferentes categorias. Não é possível fazer separações<br />

distintas entre os diversos tipos de inimigos aqui<br />

mencionados. Contra os dominadores deste mundo<br />

tenebroso. Literalmente, os príncipes do mundo destas<br />

trevas. Contra as forças espirituais do mal, nas regiões<br />

celestes. Esta é a última das cinco vezes em que “en tois<br />

epouraniois – ἐν τοῖς ἐπουρανίοις”, “nas regiões celestiais”,<br />

ocorre na epístola.<br />

(v. 13) “ficar firme” (στῆναι – stēnai que significa manter a<br />

firmeza depois de uma batalha ativa, a ideia é de um<br />

soldado romano em uma longa luta, onde o mesmo pode<br />

continuar seguro e são, permanecendo ileso, pronto ou<br />

preparado para outra, sendo de uma mente firme, alguém<br />

que não hesita, e que não desiste), e (v. 14) “estar firmes”<br />

(στῆτε – stēte significa tomar posição para a próxima<br />

batalha (luta), uma forma prolongada de uma palavra<br />

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primária “σταω – stao stah’-o”, e é a ideia de permanecer<br />

imóvel, permanecendo firme em seu lugar).<br />

Vejamos a assertiva e afirmativa no ensino de Paulo: (v.<br />

11) “estar firme contra”, (v. 12) “lutar”, (v. 13) “ficar firme”,<br />

(v.14) “Estai, pois, firmes”. Neste e nos versículos citados<br />

a armadura está descrita em detalhes. Todas essas coisas<br />

falam num certo sentido do próprio Senhor Jesus Cristo,<br />

que é a nossa defesa. E nEle temos firmeza, uma rocha<br />

inamovível. E assim, cingindo-nos com a verdade. Aquele<br />

que tem os lombos cingidos está preparado para a<br />

atividade (cf. 1 Pedro 1:13). Da couraça da justiça. (cf.<br />

Isaías 59:17, 15). Calçai os pés. Grande parte da<br />

linguagem desta seção foi tirada de diversas passagens do<br />

Antigo Testamento (cf. Isaías 52:7).<br />

Nesse momento do artigo preciso abrir um parêntese:<br />

Porque muitos não conseguem ser capazes diante<br />

batalhas espirituais, contra as potências espirituais?<br />

Simples! Uma vida sem santidade.<br />

Não quero aqui colocar, algo de meritório nas obras<br />

humanas, mas destacar um ponto na responsabilidade<br />

humana. Jesus Cristo nos ensinou: Devemos arrancar de<br />

nossas vidas o pecado que nos afasta de Deus, os<br />

decretos de Deus certamente não anulam a<br />

responsabilidade de um cristão, por sua vez deve-se<br />

posicionar como um soldado valente, em meio às ciladas<br />

postas pelo inimigo, dando legalidade para que o mesmo<br />

abata-lhe, e assim traga consequências terríveis. “[...] anda<br />

ao redor como leão, rugindo e procurando a quem devorar”<br />

(1 Pedro 5:18), momentos de escuridão, tendo somente o<br />

inferno como um tenebroso e vindouro castigo eterno, “pois<br />

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o salário do pecado é a morte”, deve ser um meio pelo qual<br />

o cristão pense na sua batalha pessoal e intrasferível<br />

(Romanos 6:23). Pecados devem ser arrancados, e não<br />

cultivados em nossas vidas, Jesus Cristo nos ensinou que<br />

não devemos orar por determinados pecados, mas<br />

arrancá-los.<br />

“Existe muito barulho religioso nesta geração, mas ainda<br />

assim não há qualquer evidência do fruto da mortificação<br />

do pecado” – John Owen.<br />

“Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, cortao,<br />

e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida coxo,<br />

ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres<br />

lançado no fogo eterno. E, se o teu olho te escandalizar,<br />

arranca-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na<br />

vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres<br />

lançado no fogo do inferno” – Mateus 18:8, 9.<br />

São pecados que temos condições reais de arrancá-los de<br />

nossas vidas “Não veio sobre vós tentação, senão<br />

humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima<br />

do que podeis, antes com a tentação dará também o<br />

escape, para que a possais suportar” – 1 Coríntios 10:13,<br />

Deus é o nosso escape, e muitos são os crentes que não<br />

o arrancam por sentirem prazeres em tais pecados, e não<br />

mais pesar, estão saturados. A maior evidência de um<br />

salvo em Cristo, é o ódio por tudo que Deus odeia, e se<br />

amamos o que Deus odeia, odiamos a Deus.<br />

Vejamos por essa transcrição adaptada do sermão<br />

“Pregação Chocante” por Paul D. Washer, uma<br />

perspectiva.<br />

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Porque é precisa entender que a Bíblia diz que “todos<br />

pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos<br />

3:23), e muitos não sabem, e nem tem ideia do que isso<br />

significa, é que todos (os incrédulos) são totalmente<br />

depravados, e nascem odiando a Deus, e nunca buscariam<br />

a Deus, nunca iriam a Deus, todos são rebeldes contra<br />

Deus, e quebram toda a Sua Lei.<br />

Não é só uma questão de que pecamos outrora, a questão<br />

é: “Nunca fizemos nada além de pecar”. (Efésios 2:1 – 3).<br />

A Bíblia diz que até nossas maiores obras são como “trapo<br />

de imundícia” (Isaías 64:6), perante Deus e por causa disso<br />

sabe o que merecemos? A ira de Deus! O ódio Santo de<br />

Deus, e os crentes dizem esperem um pouco, Deus não<br />

pode odiar ninguém, Deus é amor! Não meu amigo (a)!<br />

Muitos precisam entender uma coisa: Jesus Cristo<br />

ensinou, os profetas ensinaram, e os apóstolos ensinaram.<br />

Que a não ser a graça de Deus revelada em Jesus Cristo<br />

nosso Senhor, a única coisa que resta para muitos é a ira<br />

de Deus! A violenta ira de Deus! Por causa da rebelião de<br />

nossos pecados, quando se trata desse assunto dizem:<br />

Deus não pode odiar, porque Deus é amor! “Mas digo:<br />

Deus tem odiado porque Deus é amor, vejamos: Eu amo<br />

criança, portanto odeio aborto, se amo negro, devo odiar o<br />

racismo, se amo judeus, devo odiar o holocausto”, se eu<br />

amo o que é Santo, devo odiar o que não é Santo, Deus é<br />

um Deus Santo, e isso é algo que essa Igreja do Brasil<br />

esqueceu, e atualmente muitas “igrejas” não ensinam isso,<br />

muitas das coisas que você adora fazer, Deus odeia. Você<br />

sabia disso?<br />

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Por que foi citada essa parte do sermão “pregação<br />

chocante” de Paul Washer? A resposta é: Devemos<br />

entender a gravidade de se viver em iniquidade, “sem lei”<br />

(“ανομια – anomia”) como citado no início desse artigo, é<br />

Satanás que reina sobre essa maneira, antes de<br />

entendermos sobre a “Armadura de Deus”, pois o que a<br />

sustenta é a Santidade de Deus, uma vez que o crente vive<br />

em iniquidade, é impossível que o poder de Deus se<br />

manifeste, Lembremo-nos, mesmo Paulo tendo um<br />

espinho na carne, o poder se aperfeiçoou em Paulo, por<br />

ele ter uma vida de santidade e obediência, e o espinho,<br />

acabou se tornando parte de Sua armadura. (cf. 2 Coríntios<br />

12:7 – 10; Mateus 7:24 – 27; Lucas 6:47, 78; Romanos 2:6<br />

– 9; Tiago 1:21 – 25).<br />

A primeira parte de nossa armadura é a verdade (v.14).<br />

Isso é fácil de entender, já que Satanás é o “pai da<br />

mentira”, e Cristo é a verdade, Ele é a Palavra (o logos) da<br />

verdade (João 8:44; João 14:6). Decepção é uma das<br />

primeiras coisas que Deus considera ser uma abominação.<br />

Uma “língua mentirosa” é uma das coisas que “o Senhor<br />

aborrece” (Provérbios 6:16, 17). Ele diz claramente que<br />

nenhum mentiroso vai entrar no céu (Apocalipse 22:14,<br />

15), a única coisa que as Escrituras atribuem a<br />

“paternidade” ao Diabo, é a mentira. Somos então<br />

exortados a usar a verdade para a nossa própria<br />

santificação, libertação e para o bem daqueles a quem<br />

somos testemunhas.<br />

Havia o cinto da verdade. Era o cinto que rodeava a túnica<br />

do soldado e do qual pendia a espada; o cinto lhe dava<br />

liberdade de movimento. Os outros podem conjeturar e<br />

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andar tateando; o cristão se move livre e rapidamente<br />

porque em qualquer situação conhece a verdade.<br />

No (v. 14) somos encorajados a nos vestir com a couraça<br />

da justiça. Uma couraça iria proteger um guerreiro contra<br />

um golpe fatal ao coração, ou outros órgãos importantes.<br />

Essa justiça não é obras de justiça feitas pelos homens,<br />

apesar de que elas seriam barreiras de proteção quando<br />

usadas contra acusações e censuras do inimigo. Ao invés<br />

disso, essa é a justiça de Cristo por Seus méritos infinitos,<br />

imputada por Deus e recebida pela fé (Romanos 5:15 – 17;<br />

1 Coríntios 15:22), a qual guarda os nossos corações<br />

contra as acusações de Satanás, e protege o nosso ser<br />

interior contra seus ataques (Gálatas 5:22, 23).<br />

Havia a couraça de justiça. Quando um homem está<br />

revestido da justiça é inexpugnável. Não são as palavras<br />

as que defendem contra a acusação, mas sim a vida boa.<br />

Uma vez alguém acusou a Platão de certos crimes e<br />

pecados. “Pois bem”, disse Platão, “devemos viver de tal<br />

maneira que demonstremos a mentira destas acusações”.<br />

A única maneira de enfrentar as acusações contra o<br />

cristianismo é demonstrar quão bom pode ser um cristão,<br />

santo e irrepreensível (santa vocação).<br />

No (v. 15) fala da preparação dos pés para o conflito<br />

espiritual. O soldado moderno, assim como o guerreiro da<br />

antiguidade, precisa prestar bastante atenção aos seus<br />

pés. Às vezes o inimigo da antiguidade colocava<br />

obstáculos perigosos no caminho dos soldados que<br />

estavam avançando. Isso é bem parecido com os campos<br />

minados de hoje. Doenças também podem danificar os pés<br />

de um soldado que não tem seus pés protegidos. A idéia<br />

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de ter o evangelho da paz como calçado sugere o que<br />

precisamos para poder avançar no território de Satanás,<br />

precisamos da mensagem da graça, a qual é tão essencial<br />

para ganhar almas para Cristo.<br />

Havia as sandálias, que eram o sinal de que alguém estava<br />

equipado e preparado para a marcha. O sinal do cristão é<br />

seu afã de estar no caminho para pregar o evangelho e<br />

participá-lo a outros. Ele está sempre disposto a comunicar<br />

a boa notícia de Cristo aos que não a conhecem.<br />

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o<br />

meu caminho” – Salmos 119:105. O evangelho deve<br />

unicamente guiar o cristão. (cf. Mateus 4:1 – 11).<br />

Satanás tem colocado muitos obstáculos no caminho da<br />

propagação do evangelho, fazendo milhares de cristãos<br />

abandonarem as Escrituras Sagradas, ela é o manual de<br />

regra e fé para a vida cristã, a única fonte de autoridade, a<br />

autoridade da Bíblia é intrínseca e decorre da sua origem<br />

divina, visto ser a revelação direta, viva e pessoal de Deus<br />

aos seres humanos. (2 Timóteo 3:16, 17).<br />

O escudo da fé, ao qual o (v. 16) se refere, torna ineficaz o<br />

ataque de Satanás de plantar dúvidas em relação à<br />

fidelidade de Deus, e Sua Palavra. Nossa fé da qual Cristo<br />

é o autor e consumador (Hebreus 12:2) É como um escudo<br />

de ouro, precioso, sólido e importante. Esse escudo é como<br />

um escudo de guerreiros fortes, pelas quais coisas<br />

importantes são alcançadas, e pelo qual um crente não só<br />

repele, (podendo “apagar todos os dardos inflamados do<br />

maligno” v. 16), mas também conquista o inimigo.<br />

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Havia o escudo. A palavra que Paulo usa para escudo não<br />

se aplica ao relativamente pequeno escudo redondo, mas<br />

sim ao grande e oblongo que levava o guerreiro<br />

pesadamente armado. Uma das armas mais perigosas nas<br />

guerras da antiguidade era o dardo aceso. Era um dardo<br />

que levava na ponta uma estopa empapada em breu. Esta<br />

estopa era acesa ao arrojar o dardo. Mas o grande escudo<br />

oblongo era a arma própria para extingui-lo. O escudo era<br />

feito de duas placas de madeira grudadas. Quando um<br />

desses dardos se chocava com o escudo cravavase na<br />

madeira e a chama se extinguia sozinha. A fé pode<br />

enfrentar os dardos da tentação. Para Paulo a fé é sempre<br />

plena e perfeita confiança em Cristo. Isto significa que a fé<br />

é sempre uma estreita relação pessoal com Cristo; quando<br />

partimos estreitamente unidos a Cristo nos vemos livres da<br />

tentação.<br />

O capacete da salvação do (v. 17) protege a cabeça e<br />

serve para proteger uma parte do corpo que é tão<br />

importante. Podemos dizer que o jeito que pensamos<br />

precisa de preservação (Filipenses 4:8). A cabeça de um<br />

soldado era uma das partes principais a serem defendidas,<br />

pois ela podia sofrer um dos ataques mais mortais, e é a<br />

cabeça que comanda todo o corpo. A cabeça é o centro da<br />

nossa mente, e quando ela possui a “esperança” certa do<br />

Evangelho de vida eterna, não vai receber doutrina falsa,<br />

ou deixar-se influenciar pelas tentações de Satanás de<br />

desespero (cf. Romanos 10:11; Filipenses 1:20; Salmos<br />

25:3). Uma pessoa não salva não tem nenhuma esperança<br />

de se proteger dos ataques de falsa doutrina porque sua<br />

mente é incapaz de discernir entre verdade e mentira, a<br />

mente é e sempre foi o campo de batalha de Satanás, a<br />

mente saudável, o corpo se torna forte e saudável, uma<br />

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mente doente, o corpo sempre tende a padecer e sofrer<br />

consequências terríveis.<br />

Martinho Lutero sabiamente disse: “Mente vazia é oficina<br />

do diabo”. Ou em algumas vezes podemos entender que<br />

cheia também. Pois, quase sempre, crentes enchem a<br />

mente daquilo que não provém de Deus (Filipenses 4:8).<br />

A salvação é simbolizada pelo capacete. Lembremos<br />

sempre que a salvação não apenas olha para trás – não<br />

significa apenas o perdão dos pecados passados, mas<br />

também a fortaleza frente a todo futuro ataque do pecado.<br />

A salvação que está em Cristo nos dá o perdão dos<br />

pecados passados e a fortaleza para vencer o pecado<br />

futuro.<br />

Há uma espada, que é a palavra de Deus. A palavra de<br />

Deus é uma arma que se usa ao mesmo tempo para a<br />

defesa e para o ataque. A palavra de Deus é a arma para<br />

nos defender contra o pecado e para atacar e vencer o<br />

pecado do mundo. Os cavaleiros de Cromwell lutavam com<br />

a espada numa mão e a Bíblia na outra. Jamais poderemos<br />

derrotar os inimigos de Deus ou ganhar as batalhas divinas<br />

sem o Livro divino.<br />

A Bíblia é uma arma poderosa, cerca os inimigos e os<br />

mata, ou um antídoto poderoso, uma vez bebida há cura.<br />

A ignorância é uma enfermidade que leva a morte, o<br />

conhecimento divino é a cura que leva a vida.<br />

O (v. 17) interpreta a si mesmo em relação ao que quer<br />

dizer com a espada do Espírito. Enquanto o resto da<br />

armadura é em sua natureza armas de defesa, aqui se<br />

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encontra a única arma de ataque na armadura de Deus.<br />

Ela se refere à Santidade e Poder da Palavra de Deus<br />

(Romanos 1:16; 2 Timóteo 1:8; 3:16, 17; Salmos 40:9, 10;<br />

João 17:17). Uma arma espiritual maior não existe. Nas<br />

tentações de Jesus no deserto, a Palavra de Deus sempre<br />

predominou em Suas Respostas a Satanás: “Está escrito”,<br />

essa é a nossa maior proteção, “está escrito”. (cf. Mateus<br />

4). Que benção saber que a mesma Palavra também está<br />

disponível a nós em tempos de crise, em relação à Fé e o<br />

Amor.<br />

Oração – “A oração é o antídoto para todas as nossas<br />

aflições” – Joao Calvino.<br />

Orar no Espírito (quer dizer, com a mente de Cristo, com<br />

Seu coração e Suas prioridades) como vemos no (v. 18) é<br />

o ponto auge do que está envolvido em nos preparar e<br />

utilizar todas as armas de Deus anteriormente<br />

mencionadas. É significante que essa passagem das<br />

Escrituras é tão fiel às prioridades de ministério destacadas<br />

por todas as epístolas de Paulo, ele acredita que oração é<br />

o elemento mais importante para a vitória e maturidade<br />

espirituais. Ele deseja ardentemente esse tipo de oração<br />

em sua vida também (v. 19 – 20).<br />

Finalmente Paulo chega à arma mais poderosa — a<br />

oração. São três as coisas que devemos notar aqui com<br />

respeito à oração.<br />

(1) Deve ser constante. Deve-se orar em todos os<br />

momentos da vida. Talvez a maior falha da vida cristã seja<br />

que frequentemente tendemos a orar só nas grandes<br />

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crises da vida. Só pela oração diária o cristão torna-se forte<br />

cada dia.<br />

(2) Tem que ser intensa. Não tem que ser sonolenta, mas<br />

sim perseverante. Exige concentração. Uma oração frouxa<br />

não leva a parte alguma, exige a concentração em Deus<br />

de todas as faculdades.<br />

(3) Não deve ser egoísta, deve abranger a todo o povo<br />

consagrado de Deus. Os judeus diziam: “Que o homem se<br />

una em suas orações com a comunidade”. Penso que<br />

frequentemente oramos por nós mesmos e muito pouco<br />

por outros. Devemos aprender a orar tanto e tão<br />

intensamente pelos outros como por nós.<br />

Paulo se encomenda à oração de seus amigos. E não pede<br />

o bem-estar e a paz, mas sim a graça de poder transmitir o<br />

mistério do evangelho, que o amor de Deus é para todos<br />

os homens, para todo mundo. É preciso sempre lembrar<br />

que nenhum líder cristão ou pregador cristão podem levar<br />

a cabo sua obra se seu povo não sustentar suas mãos com<br />

a oração.<br />

“Orai sem cessar” – 1 Tessalonicenses 5:17. (cf. Neemias<br />

1 – 9; Esdras 9; Daniel 9; João 17) Recomendo a leitura<br />

dessas orações nesses livros, certamente Sua oração será<br />

mudada em alguns aspectos, senão em sua totalidade.<br />

A grande verdade de todos os males do mundo e da Igreja<br />

de Cristo, é que muitos não sabem orar.<br />

“O que vai lhe manter continuamente em vitória, será a sua<br />

vida de oração diária ao Filho de Deus. A Igreja que será<br />

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vitoriosa será a igreja que dobrará os seus joelhos com<br />

corações humilhados e pesados, nessa última hora”.<br />

Conselhos de Leonard Ravenhill.<br />

“Se somos fracos na oração, nós somos fracos em toda a<br />

parte”. “Um homem pecador pára de orar, um homem de<br />

oração pára de pecar”. “A minha maior ambição na vida é<br />

estar na lista dos mais procurados do Diabo”. “Nenhum<br />

homem é maior do que sua vida de oração. O pastor que<br />

não está orando está brincando, as pessoas que não estão<br />

orando estão desviando. O púlpito pode ser uma vitrine<br />

para mostrar os talentos de uma pessoa; já o quarto de<br />

oração não permite nenhum exibicionismo”.<br />

Os homens que foram mais heróicos por Deus foram os<br />

homens com maiores vidas devocionais. A única coisa que<br />

vai me manter em vitória continuamente pelo Sangue de<br />

Cristo é minha Devoção pessoal a Ele, o Filho de Deus.<br />

Minha adoração, que eu dou a Ele, meu tributo diário, é<br />

mais do que meu serviço. É mais do que dar meu dinheiro,<br />

que eu o ame e o adore e o magnifique e o tome nos meus<br />

braços.<br />

Você sabe por que o mundo está pobre e doente<br />

exteriormente? Porque não sabemos realmente como orar,<br />

é por isso! Eu disse várias vezes e digo de novo: nenhum<br />

homem é maior do que sua vida de oração. Deixe-me viver<br />

com um homem por um tempo e compartilhar de sua vida<br />

de oração e eu lhe direi o quão grande eu penso que ele é,<br />

ou quão majestoso eu penso que ele é em Deus.<br />

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PRE<strong>DE</strong>STINAÇÃO E ELEIÇÃO<br />

“Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a<br />

palavra do Senhor, e creram todos os que estavam<br />

destinados para a vida eterna” – Atos 13:48.<br />

O que é predestinação e eleição? É a predestinação e a<br />

eleição bíblica? Como posso entender sobre a<br />

predestinação e a eleição? Vejamos:<br />

O sofisma da Presciência – Refutação.<br />

Os homens têm se esforçado em inventar sofismas para<br />

obscurecer a graça de Deus. Porque eles dizem que,<br />

apesar de Deus escolher os homens antes do início do<br />

mundo, ainda assim foi de acordo com sua presciência que<br />

um seria diferente do outro. As Escrituras demonstram<br />

claramente que Deus não esperou ver se os homens eram<br />

dignos ou não, quando Ele os escolheu, mas os sofistas,<br />

pensam que podem obscurecer a graça de Deus, dizendo<br />

que embora Ele não tenha considerado os méritos<br />

passados, Ele tinha um olho naqueles que estavam por vir.<br />

Pois dizem eles que embora Jacó e seu irmão Esaú não<br />

tivessem feito nem o bem nem o mal, e Deus tenha<br />

escolhido um e recusado a outro, ainda assim Ele previu,<br />

(como todas as coisas são presentes para Ele) que Esaú<br />

seria um homem vicioso, e que Jacó seria como se mostrou<br />

posteriormente. Mas essas são especulações tolas, porque<br />

elas simplesmente fazem de São Paulo um mentiroso; os<br />

quais dizem que Deus não recompensa nossas obras<br />

quando Ele nos escolhe, porque Ele fez isso antes do inicio<br />

do mundo. Porém, embora a autoridade de São Paulo<br />

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fosse abolida, ainda assim a questão é muito clara e<br />

evidente, não só nas Sagradas Escrituras, mas, também<br />

na razão, de modo que aqueles que fazem um escape<br />

desse tipo se mostram homens vazios de toda a habilidade.<br />

Porque se buscarmos em nós mesmos a fundo, o que<br />

podemos encontrar de bom? Não foi toda a humanidade<br />

amaldiçoada? O que trazemos do ventre de nossa mãe, a<br />

não ser pecado? Portanto, não diferimos nem um pouco<br />

uns dos outros, mas apraz a Deus tomar para Si aqueles<br />

que Ele quer. E por esse motivo, São Paulo usa estas<br />

palavras em outro lugar, quando diz que os homens não<br />

têm do que se regozijar, pois nenhum homem se encontra<br />

melhor do que seus companheiros, a não ser porque Deus<br />

o distingue. Então, se confessarmos que Deus nos<br />

escolheu antes do início do mundo, segue-se<br />

necessariamente que Deus nos preparou para receber a<br />

Sua graça. Porque Ele concedeu sobre nós a bondade, que<br />

não estava em nós anteriormente. Porque Ele não somente<br />

nos escolheu para sermos herdeiros do reino dos céus,<br />

mas também nos justifica e nos governa pelo Seu Espírito<br />

Santo. O cristão deve ser muito bem resolvido nesta<br />

doutrina, estando além de qualquer dúvida.<br />

A doutrina da predestinação e eleição está particularmente<br />

associada ao Calvinismo. A predestinação e a eleição são<br />

elementos que descende da teologia de João Calvino, e<br />

porque não dizer de Paulo e dos apóstolos. Dentro do<br />

espectro de crenças quanto à predestinação e eleição, é<br />

no Calvinismo que possui sua forma mais enfática entre<br />

cristãos, muito conhecida pelo acróstico TULIP.<br />

Ensina que a predestinação e eleição de Deus é fruto de<br />

Sua onisciência, como presciência, a qual Ele rege de<br />

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acordo com a Sua vontade e absoluta Soberania, em<br />

relação às pessoas e acontecimentos. Em uma forma<br />

insondável, por muitas vezes não compreensível ao nosso<br />

entendimento, por estar em uma esfera diametralmente, e<br />

infinitamente oposta da nossa esfera temporal e finita,<br />

Deus age continuamente com liberdade total, de forma a<br />

realizar a Sua vontade de forma completa em acordo com<br />

Seu conselho. Como podemos entender sobre<br />

predestinação e eleição? A luz de textos bíblicos mais<br />

claros, e de antigos da fé.<br />

“Somos como anões aos ombros de gigantes, pois<br />

podemos ver mais coisas do que eles e mais distantes, não<br />

devido à acuidade da nossa vista ou à altura do nosso<br />

corpo, mas porque somos mantidos e elevados pela<br />

estatura de gigantes” – Bernardo de Chartres, referido por<br />

João de Salisbúria, Metalogicon III – Webb Oxford 1929.<br />

Por outras palavras, o Calvinismo baseia a sua doutrina da<br />

predestinação e eleição na perspectiva de que Deus<br />

predestina previa e absolutamente a humanidade,<br />

escolhendo dentre os homens aqueles que irão ser salvos<br />

– e aqueles que vão ser condenados. Esta doutrina tira do<br />

homem qualquer possibilidade de rejeitar ou aceitar<br />

livremente a graça divina.<br />

Santo Agostinho sobre a eleição declarou:<br />

“Procuremos entender a vocação própria dos eleitos, os<br />

quais não são eleitos porque creram, mas são eleitos para<br />

que cheguem a crer. O próprio Senhor revela a existência<br />

desta classe de vocação ao dizer: Não fostes vós que me<br />

escolhestes, mas fui eu que vos escolhi (João 15:16). Pois,<br />

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se fossem eleitos porque creram, tê-lo-iam escolhido antes<br />

ao crer nele e assim merecerem ser eleitos. Evita, porém,<br />

esta interpretação aquele que diz: Não fostes vós que me<br />

escolhestes. Não há dúvida que eles também o<br />

escolheram, quando nele acreditaram. Daí o ter ele dito:<br />

Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos<br />

escolhi, não porque não o escolheram para ser escolhidos,<br />

mas para que o escolhessem, ele os escolheu. Isso porque<br />

a misericórdia se lhes antecipou (Salmos 53:11) segundo<br />

a graça, não segundo uma dívida. Portanto, retirou-os do<br />

mundo quando ele vivia no mundo, mas já eram eleitos em<br />

si mesmos antes da criação do mundo – Portanto, Deus<br />

escolheu os crentes, mas para que o sejam e não porque<br />

já o eram. Diz o apóstolo Tiago: Não escolheu Deus os<br />

pobres em bens deste mundo para serem ricos na fé e<br />

herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? (Tiago<br />

2:5). Portanto, ao escolher, fá-los ricos na fé, assim como<br />

herdeiros do Reino. Pois, com razão, se diz que Deus<br />

escolheu nos que crêem aquilo pelo qual os escolheu para<br />

neles realizá-lo”.<br />

Tanto para o Calvinismo quanto para a doutrina<br />

agostiniana, não há livre-arbítrio. Para ambos, a soberania<br />

de Deus prevalece. O cristão escolhido não pode rejeitar<br />

sua eleição, pois Deus há de curvá-lo até que ele aceite a<br />

Sua graça.<br />

Romanos 8:29, 30 nos diz: “Porque os que dantes<br />

conheceu também os predestinou para serem conformes à<br />

imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito<br />

entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes<br />

também chamou; e aos que chamou a estes também<br />

justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”.<br />

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Efésios 1:5 e 11 diz: “E nos predestinou para filhos de<br />

adoção por Jesus Cristo, para Si mesmo, segundo o<br />

beneplácito de sua vontade [...] Nele, digo, em quem<br />

também fomos feitos herança, havendo sido<br />

predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas<br />

as coisas, segundo o conselho da sua vontade”. Muitas<br />

pessoas têm forte hostilidade à doutrina da predestinação<br />

e eleição. Entretanto, a predestinação e a eleição é uma<br />

doutrina Bíblica. O segredo é compreender, biblicamente,<br />

o que significa os termos e a sua aplicabilidade.<br />

As palavras traduzidas como “predestinou”,<br />

“predestinados” nas Escrituras citadas acima vêm da<br />

palavra grega “proōrisen – προώρισεν”, que carrega o<br />

significado de “anteriormente determinado”, “predestinar”,<br />

“decidir de antemão” (cf. Romanos 8:29, 30; Atos 4:28; 1<br />

Coríntios 2:7; Efésios 1:5, 11).<br />

As palavras traduzidas como “como também nos elegeu”<br />

são “kathōs exelexato – καθὼς ἐξελέξατο” que carrega<br />

fortemente o significado de Deus Pai escolhendo os<br />

cristãos como aqueles que Ele separa da multidão sem<br />

religião como seus amados, aos quais transformou,<br />

através da fé em Cristo, em cidadãos do reino messiânico:<br />

(cf. Tiago 2:5) de tal forma que o critério de escolha arraigase<br />

unicamente em Cristo e Seus méritos. Outros<br />

significados: “Escolher entre muitos, como Jesus escolheu<br />

Seus discípulos –, de Deus que escolhe quem Ele julga<br />

“dignos” de receber Seus favores e separa do resto da<br />

humanidade para serem peculiarmente Seu e para ser<br />

assistido continuamente pela Sua graciosa supervisão” (cf.<br />

Filipenses 1:6).<br />

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Então, predestinação e eleição é Deus determinando<br />

antes, o acontecimento de certas coisas. E o que Deus<br />

determinou antes que acontecesse? De acordo com<br />

Romanos 8:29, 30 Deus pré-determinou que certas<br />

pessoas estivessem em conformidade com a imagem de<br />

Seu filho, sendo chamadas, justificadas e glorificadas.<br />

“O futuro dos redimidos é tão certo que, algumas vezes o<br />

Novo Testamento fala de acontecimentos futuros usando<br />

os verbos no tempo passado, como se já estivessem<br />

acontecido”.<br />

“E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que<br />

chamou a estes também justificou; e aos que justificou a<br />

estes também glorificou”. (Romanos 8:30). Note que os<br />

eleitos já são chamados (chamou), justificados (justificou),<br />

e glorificados (glorificou), dando certeza de que algo que já<br />

antes foi decretado por Deus, e certamente acontecerá<br />

sem que nada possa impedir. “Isaías 14:27 – Pois esse é<br />

o propósito do Senhor dos Exércitos; quem pode impedilo?<br />

Sua mão está estendida; quem pode fazê-la recuar?” –<br />

“Jó 42:2 – Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum<br />

dos teus planos pode ser frustrado” – “Romanos 8:31 – 35<br />

– Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por<br />

nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou a Seu<br />

próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos<br />

dará juntamente com Ele, e de graça, todas as coisas?<br />

Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de<br />

Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Foi<br />

Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à<br />

direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos<br />

separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia,<br />

ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?<br />

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[...] Pois estou convencido de que nem morte nem vida,<br />

nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro,<br />

nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade,<br />

nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos<br />

separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso<br />

Senhor”. Amém.<br />

Essencialmente, Deus predetermina que certas pessoas<br />

sejam salvas. Vários textos escriturísticos referem-se aos<br />

crentes em Cristo como sendo escolhidos (Mateus 24:22,<br />

31; Marcos 13:20, 27; Romanos 8:33; 9:11; 11:5 – 7, 28;<br />

Efésios 1:11; Colossenses 3:12; 1 Tessalonicenses 1:4; 1<br />

Timóteo 5:21; 2 Timóteo 2:10; Tito 1:1; 1 Pedro 1:1, 2; 2:9;<br />

2 Pedro 1:10). Confira o tópico: 80 Razões porque um<br />

cristão não pode perder a salvação.<br />

A objeção mais comum à doutrina da predestinação e<br />

eleição é que ela não é justa. Por que Deus escolheria<br />

algumas pessoas e não outras? O que é importante<br />

lembrar é que ninguém merece ser salvo. Todos nós<br />

somos pecadores, pois todos nós pecamos, e não somos<br />

pecadores por que pecamos, pecamos porque somos<br />

pecadores (Romanos 3:23; Efésios 2:1 – 3) e todos<br />

merecemos punição eterna (Romanos 6:23). Em Deus<br />

procurar um justo sobre a terra, a Sua palavra declara:<br />

“Como está escrito: Não há nenhum justo, nem um sequer;<br />

não há ninguém que entenda, ninguém que busque a<br />

Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente<br />

inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um<br />

sequer. Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas<br />

línguas enganam. Veneno de serpentes está em seus<br />

lábios. Suas bocas estão cheias de maldição e amargura.<br />

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Seus pés são ágeis para derramar sangue; ruína e<br />

desgraça marcam os seus caminhos, e não conhecem o<br />

caminho da paz. Aos seus olhos é inútil temer a Deus.<br />

Sabemos que tudo o que a lei diz, o diz àqueles que estão<br />

debaixo dela, para que toda boca se cale e todo o mundo<br />

esteja sob o juízo de Deus” – Romanos 3:10 – 19.<br />

Como resultado, Deus seria perfeitamente justo em<br />

permitir que todos nós passássemos a eternidade no<br />

inferno.<br />

Entretanto, Deus escolhe salvar alguns para manifestar o<br />

Seu amor, e por essa eleição outros não são eleitos por<br />

consequência sofrerão Sua ira. Ele não está sendo injusto<br />

com aqueles que não foram escolhidos, porque eles estão<br />

recebendo aquilo que merecem. Ao escolher ter<br />

compaixão por alguns, Deus não está sendo injusto com<br />

os outros. Ninguém merece nada de Deus, por isto,<br />

ninguém pode protestar se não receber nada de Deus.<br />

Certa vez John MacArthur disse:<br />

“Nunca suavize o evangelho. Se a verdade ofende, então<br />

deixe que ofenda. As pessoas passam toda a sua vida<br />

ofendendo a Deus; deixe que se ofendam por um<br />

momento”.<br />

E essa verdade infelizmente ofende a muitos. Uma<br />

ilustração seria se eu desse dinheiro a cinco pessoas em<br />

um grupo de 20. As 15 pessoas que não recebessem<br />

dinheiro ficariam aborrecidas? Provavelmente sim. Mas<br />

elas têm o direito de se aborrecerem? Não, não têm. Por<br />

quê? Porque não devia dinheiro a nenhuma delas. Eu<br />

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simplesmente decidi ser generoso com algumas, não<br />

porque mereciam, mas porque eu quis ser generoso e<br />

bondoso. Assim foi Deus.<br />

A Bíblia diz que tudo o que devemos fazer é crer no Senhor<br />

Jesus Cristo e seremos salvos (João 3:16; Romanos 10: 9,<br />

10). E é isso que é importante, não é preciso que você creia<br />

nessa doutrina para ser salvo, apenas confiar em Cristo<br />

como a fonte de Sua salvação e a Cruz do Calvário como<br />

o meio dela, “Arrependei-vos, e crede no evangelho”<br />

(Marcos 1:15). É bem verdade que existem riquezas na<br />

doutrina da predestinação e eleição, riquezas profundas,<br />

gozo, segurança, paz e uma esperança viva e eficazmente<br />

forte atuando na vida daqueles que a bem<br />

compreenderam, mas também existe algo nocivo.<br />

Certa vez João Calvino declarou:<br />

“Não devemos falar precipitadamente da eleição de Deus,<br />

e dizer que somos predestinados, a não ser se<br />

completamente seguros da nossa salvação. Não devemos<br />

falar levianamente disso: se Deus nos tomou para sermos<br />

Seus filhos ou não. Como então? Olhando para o que está<br />

estabelecido no evangelho. Ali Deus nos mostra que Ele é<br />

nosso Pai, e que Ele nos trará à herança da vida, tendo nos<br />

marcado com o selo do Espírito Santo em nossos<br />

corações, que é um testemunho indubitável da nossa<br />

salvação, se o recebemos por fé”.<br />

A Bíblia nunca descreve a Deus rejeitando quem nEle crê<br />

ou mandando de volta alguém que o busque<br />

(Deuteronômio 4:29). De algum jeito, no mistério de Deus,<br />

a predestinação e eleição trabalham de mãos dadas com a<br />

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pessoa sendo atraída por Deus (João 6:44) e crendo na<br />

salvação (Romanos 1:16). Pense nessa ilustração: Uma<br />

pessoa passando por uma porta com uma placa convite<br />

que diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e<br />

oprimidos, e eu vos aliviarei”. (Mateus 11:28), passa uma<br />

pessoa não aceita, passa outra ler o convite, mas também<br />

não aceita, mas uma terceira pessoa ler o convite e pensa<br />

consigo: Esse convite é para mim, eu senti que é para mim<br />

eu vou aceita-lo. Mas, quando essa pessoa entra pela<br />

porta, ela ver pela parte interior outra placa que diz:<br />

“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o<br />

trouxer”. (Mateus 6:44).<br />

Note que até o momento a pessoa talvez pense que a<br />

escolha foi dela própria, mas de alguma forma foi Deus<br />

quem a levou até o Cristo de acordo com Filipenses 2:13<br />

“[...] porque Deus é o que opera em vós tanto o querer<br />

como o efetuar, segundo a Sua boa vontade” e em outro<br />

texto diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e<br />

isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras,<br />

para que ninguém se glorie”. (Efésios 2:8, 9).<br />

A salvação do início ao fim é uma obra sobrenatural de<br />

Deus. É de eternidade a eternidade. E por quê? Porque<br />

todos os homens nascem mortos em seus delitos e<br />

pecados de acordo com Efésios 2:1 “Vocês estavam<br />

mortos em suas transgressões e pecados”. E como um<br />

morto por ver, ouvir ou sentir alguma coisa? É necessário<br />

que receba vida, e é exatamente isso que Deus faz, Ele<br />

nos dá vida de acordo com o texto de Efésios 2:4, 5<br />

“Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande<br />

amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com<br />

Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões<br />

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— pela graça vocês são salvos”. De acordo com os textos<br />

de São Paulo, que se quisermos conhecer a livre<br />

misericórdia de nosso Deus em nos salvar, temos de ir até<br />

o Seu conselho eterno, pelo qual Ele nos escolheu antes<br />

da fundação do mundo. Disso vemos que Ele não<br />

considerou nossas pessoas, nem a nossa dignidade, nem<br />

qualquer mérito que poderíamos possivelmente possuir.<br />

Antes de nascermos, fomos arrolados em Seu registro. Ele<br />

já havia nos adotado por Seus filhos. Portanto vamos<br />

conceder tudo a Sua misericórdia, sabendo que não<br />

podemos nos orgulhar de nós mesmos, a não ser que<br />

venhamos furtar dEle a honra que lhe pertence.<br />

Após a sua conversão, Santo Agostinho declarou consigo<br />

(Solilóquio):<br />

“Estavas comigo, mas eu não estava contigo. Retinhamme<br />

longe de ti as tuas criaturas, que não existiriam se em<br />

ti não existissem. Tu me chamaste, e teu grito rompeu a<br />

minha surdez. Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou<br />

minha cegueira. Espargiste tua fragrância e, respirando-a,<br />

suspirei por ti. Eu te saboreei, e agora tenho fome e sede<br />

de ti. Tu me tocaste, e agora ardo no desejo de tua paz”.<br />

Deus predestina quem será salvo, e devemos entender<br />

que quem recebe o dom da fé em Cristo para ser salvo são<br />

os eleitos. Os dois fatos são igualmente verdadeiros. Outra<br />

ilustração é um arqueiro atirando uma flecha, no momento<br />

em que a flecha está no ar ela se senti livre para acertar<br />

qualquer parte do alvo, mas sabemos que quem<br />

determinou a parte do alvo a ser acertada foi o arqueiro.<br />

Deus determinou o nosso alvo antes da fundação do<br />

mundo, Cristo.<br />

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A origem de tudo é Deus, enquanto Ele faz a proposta de<br />

salvação ao ser humano, dando-lhe a liberdade de<br />

resposta. Trata-se, pois, da unidade de um desígnio de<br />

salvação que da parte de Deus como dom oferecido e da<br />

parte do ser humano como resposta ou aceitação, sendo a<br />

recusa deste dom de Deus por parte do ser humano a<br />

perda da unidade ou a cisão irremediável de seu ser. A<br />

manifestação de quem é o ser humano dá-se<br />

progressivamente na história da salvação.<br />

Outra coisa que devemos entender é que Deus não é<br />

somente amor, Ele também é justiça, Deus escolheu vasos<br />

(pessoas) para manifestar Sua ira de acordo com o texto<br />

de Romanos 9:13 – 22 “Como está escrito: Eu amei a Jacó,<br />

porém aborreci a Esaú. Que diremos, pois? Há,<br />

porventura, em Deus injustiça? De modo nenhum. Pois a<br />

Moisés disse: Terei misericórdia de quem me aprouver ter<br />

misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter<br />

compaixão. Assim, pois, não é daquele que quer, nem<br />

daquele que corre, mas de Deus que usa de misericórdia.<br />

Pois disse a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei,<br />

para mostrar em ti o meu poder, e para que seja anunciado<br />

o meu nome por toda a terra. Logo ele tem misericórdia de<br />

quem quer, e a quem quer endurece. Dir-me-ás, então: Por<br />

que se queixa ele ainda? Pois quem resiste à sua vontade?<br />

Mas antes, ó homem, quem és tu que replicas a Deus?<br />

Porventura a coisa formada dirá a quem a formou: Por que<br />

me fizeste assim? Porventura não tem o oleiro poder sobre<br />

o barro para fazer da mesma massa um vaso para honra,<br />

e outro para desonra? Que diremos, se Deus, querendo<br />

mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou<br />

com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para<br />

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a perdição, a fim de que também desse a conhecer as<br />

riquezas da sua glória sobre os vasos de misericórdia, que<br />

de antemão preparou para a glória [...]”.<br />

Deus escolheu vasos de misericórdia para manifestar Sua<br />

glória “bondade e amor” e outros vasos de ira para<br />

manifestar Sua Justiça. Alguém pode perguntar e como um<br />

Deus pode predestinar pessoas ao inferno? A resposta é:<br />

“Mas antes, ó homem, quem és tu que replicas a Deus?<br />

Porventura a coisa formada dirá a quem a formou: Por que<br />

me fizeste assim?”. A Palavra de Deus nos coloca, onde<br />

devemos sempre está –, como criaturas. (cf. NOTA).<br />

NOTA: Nas passagens anteriores Paulo esteve mostrando<br />

que através de toda a história de Israel houve um contínuo<br />

processo de seleção e eleição por parte de Deus. Surge<br />

uma objeção muito natural: Se no fundo de todo processo<br />

está à eleição e o rechaço de Deus, como pode Deus<br />

condenar os homens que a rejeitaram? A falta não é deles<br />

absolutamente; é realmente de Deus. A responsabilidade<br />

não recai sobre eles; recai sobre Deus. A resposta de<br />

Paulo é simples, quase próxima da crueldade. Sua<br />

resposta é que ninguém tem direito de discutir com Deus.<br />

Quando um oleiro faz um vaso, este não pode replicar ao<br />

oleiro; o oleiro tem absoluto poder sobre ele; do mesmo<br />

montão de barro pode fazer um vaso para um propósito<br />

honroso e outro para um propósito desonroso, e o barro<br />

não tem nada que ver com isso e nem sequer tem direito a<br />

protestar. Quanto a isto Paulo toma a figura de Jeremias<br />

(Jeremias 18:1 – 6).<br />

William Barclay – Terá que dizer duas coisas sobre isto:<br />

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(1) É uma má analogia. Um grande comentarista do Novo<br />

Testamento disse que esta é uma daquelas poucas<br />

passagens que desejaríamos que Paulo não tivesse<br />

escrito. Há uma diferença entre um montão de barro e um<br />

ser humano. O ser humano é uma pessoa e o montão de<br />

barro uma coisa. Pode ser que alguém possa fazer o que<br />

quiser com uma coisa, mas não pode fazer o que quiser<br />

com uma pessoa. O barro não deseja replicar; o barro não<br />

deseja questionar. O barro não pode sentir nem pensar; o<br />

barro não pode ser angustiado, nem afligido e torturado. Se<br />

alguém padeceu inexplicavelmente alguma tristeza<br />

tremenda, que lhe rompe o coração e lhe entristece a alma,<br />

não seria de muita ajuda dizer-lhe que não tem direito a<br />

lamentar-se, porque Deus pode fazer o que quiser. Este é<br />

o sinal de um tirano, não de um Pai amante. É um fato<br />

básico do Evangelho que Deus não trata os homens como<br />

o oleiro trata o montão de barro; trata-os como um pai<br />

amante trata a seu filho.<br />

(2) Mas uma vez dito isto, devemos recordar uma coisa:<br />

esta passagem surgiu de um coração angustiado. Paulo<br />

estava diante do fato entristecedor de que o próprio povo<br />

de Deus, seus próprios parentes, tinham rechaçado e<br />

crucificado o próprio filho de Deus. Não era que Paulo<br />

queria dizer isto; viu-se forçado a dizê-lo. A única<br />

explicação possível que pôde encontrar foi que, para seu<br />

próprio propósito, Deus tinha tido que cegar de algum<br />

modo a seu próprio povo. De qualquer maneira, Paulo não<br />

deixa o argumento aqui. Continua dizendo que este<br />

rechaço dos judeus aconteceu para que pudesse ser<br />

aberta a porta aos gentios. Agora, mais uma vez, o<br />

argumento de Paulo não é satisfatório. Uma coisa quer<br />

dizer que Deus usou uma situação pecaminosa para curar<br />

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dela algo bom; mas é uma coisa completamente diferente<br />

dizer que Deus elaborou uma situação pecaminosa para<br />

tirar algo bom dela. De fato, quer dizer que Deus fez o mal<br />

para que pudesse surgir o bem. O que Paulo está dizendo<br />

é que Deus obscureceu deliberadamente as mentes, e<br />

cegou os olhos, e endureceu os corações, da massa do<br />

povo judeu para que se pudesse abrir o caminho de<br />

entrada aos gentios. Novamente, devemos recordar que<br />

este não é o argumento de um teólogo tranquilamente<br />

sentado pensando em seu estudo; é o argumento de um<br />

homem cujo coração estava desesperado por encontrar<br />

alguma razão para uma situação completamente<br />

incompreensível. Enfim a única resposta que Paulo pode<br />

encontrar é que Deus o fez.<br />

Agora, Paulo estava arguindo com judeus, e sabia que a<br />

única maneira em que podia sustentar seu argumento era<br />

reforçá-lo com citações de suas próprias Escrituras. Assim,<br />

pois, continua citando textos para provar que este rechaço<br />

dos judeus e esta aceitação dos gentios tinha sido<br />

realmente antecipada pelos profetas. Oséias havia dito que<br />

Deus faria seu povo de um povo que não era seu povo<br />

(Oséias 2:23). Disse que um povo que não era o povo de<br />

Deus seria chamado filhos de Deus (Oséias 1:10). Mostra<br />

como Isaías tinha previsto uma situação na qual Israel teria<br />

sido consumido se não tivesse ficado um remanescente<br />

(Isaías 10:22, 23; 13:10). O argumento de Paulo é que<br />

Israel teria previsto sua destruição se só a tivesse<br />

compreendido. É fácil criticar a Paulo nesta passagem;<br />

mas a única coisa que terá que lembrar é que Paulo, em<br />

sua desesperada angústia por seu próprio povo, aferravase<br />

ao fato que de algum modo tudo é obra de Deus. Para<br />

ele isto era a única coisa que ficava por dizer.<br />

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Existem textos claros onde Deus pré-ordenou pessoas<br />

para perdição como o texto de 2 Tessalonicenses 2:3, 4<br />

que nos diz sobre a pessoa do anticristo: “Ninguém, de<br />

nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá<br />

sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o<br />

Homem da iniquidade, o filho da perdição, qual se opõe e<br />

se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de<br />

culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus,<br />

ostentando-se como se fosse o próprio Deus”. Ou seja,<br />

Deus predestinou a esse homem para a perdição eterna<br />

justamente para manifestar a Sua terrível ira.<br />

Em Apocalipse 13:5 – 8 declara como será esse homem:<br />

“E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e<br />

blasfêmias; e deu-se lhe poder para agir por quarenta e<br />

dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus,<br />

para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos<br />

que habitam no céu. E foi-lhe permitido fazer guerra aos<br />

santos, e vencê-los; e deu-se lhe poder sobre toda a tribo,<br />

e língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam<br />

sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro<br />

da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do<br />

mundo”.<br />

Em 2 Tessalonicenses 2:8 – 12 diz para qual motivo este<br />

homem será levantado sobre a terra, e qual será o seu fim<br />

no advento da volta de Cristo:<br />

“E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará<br />

pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da<br />

sua vinda; A esse cuja vinda é segundo a eficácia de<br />

Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira,<br />

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E com todo o engano da injustiça para os que perecem,<br />

porque não receberam o amor da verdade para se<br />

salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro,<br />

para que creiam a mentira; Para que sejam julgados todos<br />

os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na<br />

iniquidade”.<br />

O texto declara que é Deus que enviará a “operação do<br />

erro” para que as pessoas creiam na mentira para que<br />

todos sejam julgados por não crerem na verdade. E por<br />

isso Deus se torna um Ser injusto? É claro que não, é<br />

misterioso a todos os homens. Mas a Escritura declara que<br />

Deus é Justo em todos os Seus decretos – “Tu, cujos olhos<br />

são puros e imaculados, que não suportam ver o mal; que<br />

não podes tolerar a malignidade. Então, por que tens<br />

paciência com os perversos? Por que ficas em silêncio<br />

enquanto os ímpios devoram os que são mais justos que<br />

eles?” – Habacuque 1:13; “Porque tu, ó Deus, não tens<br />

prazer na injustiça, e contigo não pode habitar o mal. Os<br />

loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que<br />

praticam a maldade” – Salmos 5:4, 5. Deus é<br />

verdadeiramente bom “Verdadeiramente bom é Deus para<br />

com Israel, para com os limpos de coração” – Salmos 73:1.<br />

E por que essas pessoas receberão esse juízo? A resposta<br />

está no texto: “Porque não receberam o amor da verdade<br />

para se salvarem” (não foram eleitas para a manifestação<br />

do amor de Deus, mas pessoas escolhidas para<br />

manifestação de Sua ira –, santa justiça). E alguém pode<br />

perguntar: O anticristo, o homem iníquo poderá se<br />

arrepender?<br />

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A resposta é não, pois, Deus o predestinou para esse fim,<br />

a manifestação da Sua terrível ira será sobre esse homem,<br />

Deus mandará ao inferno de acordo com o texto de<br />

Apocalipse 19:20 “E a besta foi presa, e com ela o falso<br />

profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou<br />

os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua<br />

imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo<br />

que arde com enxofre” e Apocalipse 20:10 “E o diabo, que<br />

os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde<br />

estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão<br />

atormentados para todo o sempre”. O texto é profético, e<br />

não existe como essa profecia ser alterada.<br />

Um resumo sobre o anticristo: Jesus o chamou de “o<br />

abominável da desolação” (Mateus 24:15). Paulo o<br />

chamou de “o homem da iniquidade, o filho da perdição” (2<br />

Tessalonicenses 2:3) e também de “o iníquo” (2<br />

Tessalonicenses 2:8). João o chamou de “o anticristo” (1<br />

João 2:18) e também “a besta que emerge do mar”<br />

(Apocalipse 13:1; 19:20). O anticristo receberá o poder, o<br />

trono e grande autoridade de Satanás (Apocalipse 13:2).<br />

Será adorado (Apocalipse 13: 4). Parecerá invencível<br />

(Apocalipse 13:4). Vai perseguir e matar os santos<br />

(Apocalipse 13:7). Será adorado por todos os homens,<br />

exceto aqueles cujo nome está no livro da vida (Apocalipse<br />

13:8). O anticristo, porém, será derrotado fragorosamente<br />

por Jesus em Sua segunda vinda (2 Tessalonicenses 2:8).<br />

Será lançado no lago de fogo para sofrer eternamente<br />

(Apocalipse 19:20; 20:10). A igreja de Cristo, porém,<br />

desfrutará das venturas eternas no novo céu e na nova<br />

terra (Apocalipse 21:1 – 7).<br />

A responsabilidade do homem.<br />

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Que o Senhor predestina e, todavia, o homem é<br />

responsável são dois fatos que poucos podem ver<br />

claramente. São tidos por inconsistentes e contraditórios;<br />

no entanto, essas são duas verdades que se convergem e<br />

se encontrarão em alguma parte na eternidade, junto ao<br />

trono de Deus de onde procede toda a verdade.<br />

Frequentemente é dito que as doutrinas que cremos têm<br />

uma tendência a levar-nos ao pecado.<br />

Não sei quem tem a audácia e o atrevimento de fazer tal<br />

afirmação tendo em vista o fato de que os mais santos<br />

homens que já existiram criam nelas. Quem se atreve a<br />

dizer que o Calvinismo é uma religião licenciosa o que ele<br />

pensa do caráter de Agostinho, Whitefield, Calvino os quais<br />

foram os grandes expositores destas verdades, o que dirá<br />

dos puritanos? Se um homem houvesse sido um arminiano<br />

nesta época Ele teria sido reputado como o pior dos<br />

hereges, mas agora nós somos vistos como hereges e eles<br />

como ortodoxos.<br />

Nós temos regressado à antiga escola, podemos trazer<br />

nossa descendência até os apóstolos [...], podemos correr<br />

uma linha de ouro até Jesus Cristo passando por uma lista<br />

de poderosos pais, os quais todos sustentavam estas<br />

gloriosas verdades. Pergunto: “Onde acharemos homens<br />

melhores e mais santos?” [...]. Nada faz um homem mais<br />

virtuoso do que uma fé na verdade.<br />

Uma doutrina mentirosa levará a uma prática mentirosa.<br />

Ninguém pode ter uma fé errônea sem daqui a pouco ter<br />

uma vida errônea também; eu creio que uma coisa<br />

naturalmente leva à outra. De todos os homens, aqueles<br />

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que têm uma piedade desinteressada, uma reverência<br />

mais sublime, uma devoção mui ardente, são os que crêem<br />

que são salvos pela graça, sem as obras, mediante a fé, e<br />

que isso não vem deles mesmos, mas é dom de Deus.<br />

O amor do Pai não se destina a apenas uns poucos, e sim<br />

também a um incontável número de pessoas.<br />

Uma grande multidão, a qual nenhum homem pode contar,<br />

estará no céu. Um homem pode contar até números bem<br />

altos; coloquem para trabalhar os seus Newtons, suas mais<br />

poderosas calculadoras e certamente eles poderão contar<br />

grandes números, mas Deus, e Ele somente, pode contar<br />

a multidão dos seus redimidos. Eu creio que haverá mais<br />

pessoas no céu do que no inferno. Se alguém me perguntar<br />

por que eu penso assim eu responderia: porque Cristo<br />

deve “ter a preeminência” em todas as coisas e eu não<br />

consigo conceber como Ele poderia ter a preeminência se<br />

houvesse mais pessoas nos domínios de satanás do que<br />

no paraíso. Além disso, eu jamais li alguma coisa<br />

afirmando que no inferno haveria uma grande multidão que<br />

nenhum homem poderia contar.<br />

C. H. Spurgeon declarou:<br />

O falecido Sr. Denham colocou ao pé do seu retrato uma<br />

frase admirável: “A salvação é do Senhor”. Isso representa<br />

a substância e a conclusão do calvinismo. Se alguém me<br />

perguntasse o que eu quero dizer com ser um calvinista,<br />

eu lhe responderia: É alguém que diz que a salvação é do<br />

Senhor.<br />

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Agora, amados, quando ouvis a alguém rindo ou<br />

zombando de uma expiação limitada, podeis dizer-lhe isto.<br />

Uma expiação universal (para todos) é como uma ponte de<br />

grande largura com somente metade de um arco, ela não<br />

cruza o rio: chega somente à metade do caminho, ela não<br />

pode assegurar a salvação de ninguém.<br />

Ora, eu prefiro colocar meus pés sobre uma ponte tão<br />

estreita como a de Hungerford, que chega até o fim, do que<br />

sobre uma ponte que é tão larga quanto o mundo, se ela<br />

não chegar até o fim, do outro lado do rio.<br />

“Se Deus me amou uma vez, então Ele me amará para<br />

sempre” – C. H. Spurgeon.<br />

CONCLUSÃO<br />

João Calvino declarou:<br />

Devemos enfatizar essa fala de João Calvino: “Não<br />

devemos falar precipitadamente da eleição de Deus, e<br />

dizer que somos predestinados, a não ser se<br />

completamente seguros da nossa salvação. Não devemos<br />

falar levianamente disso: se Deus nos tomou para sermos<br />

Seus filhos ou não. Como então? Olhando para o que está<br />

estabelecido no evangelho. Ali Deus nos mostra que Ele é<br />

nosso Pai, e que Ele nos trará à herança da vida, tendo nos<br />

marcado com o selo do Espírito Santo em nossos<br />

corações, que é um testemunho indubitável da nossa<br />

salvação, se o recebemos por fé”.<br />

E depois desse longo artigo, você deve consigo pensar:<br />

Sou um eleito (a)? Jesus morreu por mim? Serei salvo (a)?<br />

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Deixando a controvérsia, contudo, responderei uma<br />

questão. Diga-me, então, pastor, por quem Cristo morreu?<br />

Responda-me uma ou duas questões, e te direi se Ele<br />

morreu ou não por você. Você quer um Salvador? Sente<br />

necessidade de um Salvador? Tem consciência do seu<br />

pecado hoje? O Espírito Santo lhe ensinou que é um<br />

pecador? Então, Cristo morreu por você e será salvo.<br />

Senti hoje que não tem esperança neste mundo, senão<br />

Cristo? Compreende que não pode oferecer por você<br />

mesmo nenhuma expiação que satisfaça a justiça de<br />

Deus? Abandonaste toda confiança em você mesmo? E<br />

pode dizer sob os seus joelhos dobrados: Senhor, salvame,<br />

ou pereço? Cristo morreu por você. Porém, Se dizes:<br />

Sou tão bom como deve ser, posso ir ao céu por minhas<br />

próprias boas obras, Então, lembre-se, a escritura diz de<br />

Jesus: Eu não vim chamar os justos, senão, os pecadores<br />

ao arrependimento. Enquanto permaneceres neste estado,<br />

não há expiação para pregar para você. Mas se você se<br />

sente culpado, miserável, ciente da sua culpa, e está<br />

pronto a tomar para ser teu único Salvador, não somente<br />

te direi que pode ser salvo, mas, o que é melhor, que será<br />

salvo. Quando está despido de tudo, não tendo nada,<br />

exceto esperança em Cristo, quando está preparado para<br />

vir com as mãos vazias para tomar a Cristo para ser seu<br />

tudo, e você nada, então poderá olhar para Cristo e dizer:<br />

“Tu amado, Tu imolado Cordeiro de Deus! Tuas aflições<br />

foram suportadas por mim, por Tuas feridas fui curado, e<br />

por Teus sofrimentos fui perdoado”.<br />

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E então, veja se paz de mente terás, porque se Cristo<br />

morreu por você, não podes se perder. Deus não pune<br />

duas vezes a mesma coisa. Se Cristo foi punido pelo seu<br />

pecado, Ele jamais te punirá. Pagamento a justiça de Deus<br />

não pode demandar, primeiro, da mão sangrenta do fiador,<br />

e então novamente da minha. Nós podemos hoje, se<br />

crermos em Cristo, chegar ao próprio trono de Deus,<br />

permanecer ali, e se nos disser: Você é culpado?<br />

Poderemos dizer: Sim. Culpado. Mas se a questão é<br />

colocada assim: O que você tem para dizer? Porque motivo<br />

não deveria ser castigado por sua culpa? Podemos<br />

responder:<br />

“Grande Deus, tanto a Tua Justiça como o Teu amor são<br />

garantias de que o Senhor não nos punirá por nossos<br />

pecados. Porque, não punistes o Senhor a Cristo pelo<br />

pecado, por nós? Como poderia o Senhor, então, ser justo,<br />

como poderia o Senhor ser Deus, se o Senhor pune a<br />

Cristo o substituto, e então o próprio homem mais tarde?”.<br />

A única pergunta com a qual devemos nos preocupar é:<br />

Cristo morreu por mim? E a única resposta que podemos<br />

dar é: Esta é uma Palavra fiel, e digna de toda aceitação,<br />

que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores.<br />

Você pode escrever o seu nome nessa frase, entre os<br />

pecadores, não entre os pecadores lisonjeiros “os que se<br />

envaidecem em suas obras” achando que são aceitos por<br />

Deus por seus méritos, não esses, mas entre os pecadores<br />

que se sentem como tais, entre os que choram sua culpa,<br />

entre os que a lamentam, entre os que buscam<br />

misericórdia por causa dela em cada segundo de sua vida,<br />

em cada suspiro. É um pecador? Se assim se sente, se<br />

assim reconhece, se assim professa, está convidado agora<br />

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a crer que Jesus Cristo morreu por você, por que é um<br />

pecador, e está convidado a cair sobre esta grande e<br />

inamovível rocha, e achar segurança eterna no Senhor<br />

Jesus Cristo – “[...] Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais<br />

perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão.<br />

Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos;<br />

ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai” – João<br />

10:28, 29. Amém.<br />

No entanto, sustentemos firmemente o que aqui nos é<br />

ensinado: Deus tendo-nos escolhido antes do mundo ter<br />

seu início, devemos atribuir a causa da nossa salvação à<br />

Sua livre bondade. Devemos confessar que Ele não nos<br />

toma para sermos Seus filhos, por qualquer mérito de nós<br />

mesmos, pois não tínhamos nada para nos recomendar à<br />

seu favor. Portanto, devemos colocar a causa e a fonte da<br />

nossa salvação somente nEle e fundamentar a nós<br />

mesmos sobre isso, caso contrário, tudo que construirmos,<br />

virá a ser nada.<br />

Existe justiça em Deus em resgatar aqueles que não eram<br />

resgatáveis (a Igreja), e a justiça em Deus em condenar a<br />

pecadores.<br />

Romanos 11:33 proclama: Ó profundidade das riquezas,<br />

tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão<br />

insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis<br />

os seus caminhos!<br />

O QUE JESUS CRISTO PO<strong>DE</strong> RESPON<strong>DE</strong>R<br />

ACERCA DA PRE<strong>DE</strong>STINAÇÃO E ELEIÇÃO?<br />

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“Eu sou o Pão da Vida; aquele que vem a mim jamais terá<br />

fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede. Todavia,<br />

como Eu vos disse, embora me tenhais visto, ainda não<br />

credes. Todo aquele que o Pai me der, esse virá a mim; e<br />

o que vem a mim, de maneira alguma o excluirei. Pois, Eu<br />

desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas<br />

a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade do<br />

Pai, o qual me enviou: que Eu não perca nenhum de todos<br />

os que Ele me deu, mas que Eu os ressuscite no último dia.<br />

De fato, esta é a vontade daquele que me enviou: que todo<br />

aquele que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e Eu<br />

o ressuscitarei no último dia. Jesus não é compreendido” –<br />

João 6:35 – 40.<br />

(1) E quem virá até o Cristo?<br />

“Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de<br />

maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu,<br />

não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele<br />

que me enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta:<br />

Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas<br />

que o ressuscite no último dia” – João 6:35 – 39.<br />

As palavras de Cristo está de acordo com o ensino paulino<br />

em Efésios 1:4, 5 “assim como nos escolheu, nEle, antes<br />

da fundação do mundo (“todos aqueles que (o Pai) me deu<br />

(na eternidade) não se perca”), para sermos santos e<br />

irrepreensíveis perante Ele; e em amor nos predestinou<br />

para Ele, para a adoção de filhos, por meio (do Sacrifício)<br />

de Jesus Cristo (na Cruz), segundo o beneplácito de sua<br />

vontade (Conselho Eterno)”.<br />

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Jesus complementa: “De fato, esta é a vontade daquele<br />

que me enviou: que todo aquele que vir o Filho e nEle crer<br />

tenha a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia”.<br />

Jesus não é compreendido. Assim como todos os<br />

calvinistas que defendem a predestinação e eleição. Mas<br />

mesmo assim a Teologia Reformada cresce. E por quê? O<br />

evangelho de Cristo é o poder de Deus para salvação de<br />

todo aquele que crê. (Romanos 1:16).<br />

(2) todos virão ao Cristo por livre–arbítrio?<br />

“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não<br />

trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” – João 6:44.<br />

De acordo com o ensinamento paulino em Efésios 2:1, 5<br />

que declara: “Ele vos vivificou, estando vós mortos nos<br />

vossos delitos e pecados – [...] deu-nos vida com Cristo,<br />

estando nós ainda mortos em nossos pecados, portanto:<br />

pela graça sois salvos!”. Mortos e separados de Deus,<br />

carentes de Deus, sendo filhos da ira e desobedientes a<br />

todas as Leis de Deus. (Isaías 59:1 – 21; Romanos 3:23;<br />

Efésios 2:3).<br />

(3) E uma pessoa por sua própria escolha não pode ver<br />

a Deus mesmo confessando Fé em Cristo?<br />

“Isso não quer dizer que alguém já tenha visto o Pai, a não<br />

ser aquele que vem de Deus; ele já viu o Pai” – João 6:46.<br />

E porque os homens não conseguem ver a Deus Paulo?<br />

“Eles estão com o entendimento mergulhado nas trevas e<br />

separados da vida de Deus por causa da ignorância em<br />

que vivem, devido ao embrutecimento do seu coração” –<br />

Efésios 4:18.<br />

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Jesus envia Paulo para abrir a visão dos homens por meio<br />

do Seu evangelho, Lucas escreve sobre isso, e declara<br />

sobre o direto chamado de Paulo por Jesus quando ia a<br />

Damasco: “para lhes abrir os olhos e os converteres das<br />

trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim<br />

de que recebam o perdão dos pecados e herança entre os<br />

que são santificados pela fé em mim” – Atos 26:18. (cf.<br />

Mateus 7:31 – 23 – Confissões falsas e desconhecidas por<br />

Cristo).<br />

(4) E porque existem pessoas que não acreditarão no<br />

Cristo, e por consequência, já estão condenadas?<br />

“Mas há alguns de vós que não crêem. Porque bem sabia<br />

Jesus, desde o princípio (desde a eternidade), quem eram<br />

os que não criam (não eleitos – réprobos – vasos da ira<br />

preparados para perdição – Romanos 9:22), e quem era o<br />

que o havia de entregar (Judas Iscariotes – predestinado<br />

para ser o traidor entre os discípulos). E dizia: Por isso eu<br />

vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não<br />

lhe for concedido” – João 6:64, 65. (Eleição Incondicional).<br />

Judas Iscariotes realizou as mesmas obras, e andou com<br />

Cristo assim como os onze, mas ele é chamado de filho da<br />

perdição por Jesus. “Enquanto, Eu estava com eles,<br />

protegi-os e os defendi em teu Nome. E nenhum deles se<br />

perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse<br />

a Escritura [...]” – João 17:12. (cf. NOTA).<br />

NOTA: Judas, natural de Kerioth na Judéia, teve as suas<br />

ações reveladas por Deus ao profeta Zacarias e ao<br />

salmista Davi. Confira você mesmo a autenticidade do<br />

cumprimento dessas predições. São espantosas! Vejamos:<br />

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O profeta Zacarias profetisa a negociação de Judas com<br />

os sacerdotes e fariseus: “E eu disse-lhes: Se vos parece<br />

bem aos vossos olhos, dai-me o que me é devido; e, se<br />

não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de<br />

prata. O Senhor, pois, me disse: arroja isso ao oleiro, esse<br />

belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta<br />

moedas de prata, e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor.<br />

(Zacarias 11:12, 13).<br />

Agora, vejamos o literal cumprimento das palavras do<br />

profeta neste texto de Mateus 27:3: “Então Judas, que o<br />

traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as<br />

trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos<br />

anciãos”. Fantástico! A palavra de Deus é autoritativa e<br />

decretiva.<br />

Davi relata no Salmo 109, as consequências da traição de<br />

Judas:<br />

“Quando for julgado, saia condenado: e em pecado se lhe<br />

torne a sua oração; sejam poucos os seus dias e outro<br />

tome o seu ofício. Sejam órfãos os seus filhos e viúva a sua<br />

mulher” (Salmos 109:7 – 9).<br />

Bem, existiria ainda alguma dúvida de estar o salmista se<br />

referindo ao traidor Judas Iscariotes?<br />

Leiamos o relato de Lucas em Atos dos Apóstolos,<br />

referindo-se às palavras de Davi, no Salmo 109: Pedro<br />

declara: “Porque no livro de Salmos está escrito: Fique<br />

deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite, e<br />

tome outro o seu bispado (seu ofício)” – Atos 1:20. E no (v.<br />

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26) Matias é escolhido em lugar de Judas Iscariotes “Então<br />

tiraram sortes, e a sorte caiu sobre Matias; assim, ele foi<br />

acrescentado aos onze apóstolos”.<br />

Davi e Zacarias. Dois profetas escolhidos por Deus para<br />

anunciar os fatos que envolveriam Judas Iscariotes na<br />

mais famosa traição de toda a história humana! Só mesmo<br />

o poder onisciente do Altíssimo poderia fazê-lo! Este Deus<br />

fantástico que criou e assiste os judeus desde Abraão, é o<br />

mesmo que espera a Sua conversão ao Seu Filho Jesus.<br />

Releia este texto, quebrante o seu coração. Ele é o<br />

Messias profetizado. Ele não é o Salvador político,<br />

temporal, mas o Salvador da sua alma do suplício eterno.<br />

Regozije-se por ser um eleito –, se já existe convicção em<br />

você e de forma nenhuma estufe o peito de forma<br />

precipitada em afirmar ser um eleito. Descanse em saber<br />

que o lamento por reprovação, não existirá nesta terra, é<br />

que, o reprovado não tem senso crítico de sua reprovação,<br />

ele é de fato, inimigo de Deus, ele o odeia, quebra todas as<br />

suas leis, e quando confrontado, ele ergue os punhos<br />

cerrados ao céu e lança palavras de blasfêmias, segue os<br />

passos de sua ignorância até o inferno, e, somente lá, ele<br />

se dará conta que foi em toda a sua vida, por natureza filho,<br />

e alvo da ira de Deus, e em meio a chamas devoradoras,<br />

por toda eternidade sentirá o furor da santa ira de Deus.<br />

Seus frutos evidenciarão o que Deus decretou na<br />

eternidade com o desprezo de seu nome ou com o registro<br />

do mesmo.<br />

Outras profecias: Cerca de mil anos antes do nascimento<br />

de Jesus Cristo, o salmista Davi escreveu: “Até o meu<br />

amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia do meu<br />

pão, levantou contra mim o calcanhar” (Salmos 41:9).<br />

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Trata-se de uma profecia que teria o seu comprimento na<br />

traição de Judas a Jesus Cristo.<br />

Salmos 55:12 – 14, o salmista Davi torna a falar sobre essa<br />

traição:<br />

“Com efeito, não é inimigo que me afronta: se o fosse, eu<br />

o suportaria; nem é o que me odeia que se exalta contra<br />

mim: pois dele eu me esconderia; mas és tu, homem meu<br />

igual, meu companheiro, e meu íntimo amigo. Juntos<br />

andávamos, juntos nos entretínhamos, e íamos com a<br />

multidão à casa de Deus”. Esse amigo foi Judas, traidor de<br />

Jesus. Porque Jesus chamou Judas de amigo no<br />

Getsêmani no momento da traição, no momento em que<br />

Judas o entregou? Não seria para afirmar a essa profecia?<br />

Já havia pensado nisso? – Jesus perguntou: Amigo, que é<br />

que o traz? Então os homens se aproximaram, agarraram<br />

Jesus e o prenderam” – Mateus 26:50. Continuemos.<br />

E porque esses homens não acreditarão em Cristo Paulo?<br />

Romanos 11:5 – 10: “Assim, pois, também agora, no tempo<br />

de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da<br />

graça. E, se é pela graça, já não é pelas obras; do<br />

contrário, a graça já não é graça. Que diremos, pois? O que<br />

Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o<br />

alcançou; e os mais foram endurecidos, como está escrito:<br />

Deus lhes deu espírito de entorpecimento, olhos para não<br />

ver e ouvidos para não ouvir; até ao dia de hoje. E diz Davi:<br />

Torne-se-lhes a mesa em laço e armadilha, em tropeço e<br />

punição; escureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam,<br />

e fiquem para sempre encurvadas as suas costas”.<br />

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E mais, em outra parte as Escrituras Sagradas diz: Esta é<br />

a pedra em que as pessoas vão tropeçar, a rocha que vai<br />

fazê-las cair. Os que não crêem tropeçam, porque<br />

desobedecem à mensagem; para o que também foram<br />

destinados – 1 Pedro 2:8. A causa de essas pessoas<br />

caírem não é a desobediência à mensagem (o Evangelho),<br />

mas a vontade de Deus em fazer delas pessoas rebeldes<br />

“para o que também foram destinados (por Deus)” O termo<br />

“Também foram destinados” no grego “kai etethēsan καὶ<br />

ἐτέθησαν” – significa algo estabelecido, ordenado. Para o<br />

que também foram postos (condicionados). O mesmo<br />

divino propósito que, com base na presciência de Deus<br />

(conselho), escolheu os leitores de Pedro por Seus<br />

próprios filhos, tristemente ordenou os desobedientes para<br />

sua única alternativa (a perdição). É isso o que as<br />

escrituras ensinam. Então, Deus predestinou pessoas a<br />

tropeçarem em Sua palavra com o intuito de manifestar a<br />

Sua Santa ira? Sim! É exatamente o que está escrito nesse<br />

texto. E como posso entender de forma mais clara a essa<br />

passagem?<br />

Deve-se fazer um paralelo com Romanos 9:18 – 22 que<br />

declara: “Portanto, Deus tem misericórdia de quem Ele<br />

quer e endurece o coração de quem Ele quer. Algum de<br />

vocês vai me dizer: Se é assim, como é que Deus pode<br />

encontrar culpa nas pessoas? Quem pode ir contra a<br />

vontade de Deus? Mas quem é você, meu amigo, para<br />

discutir com Deus? Será que um pote de barro pode<br />

perguntar a quem o fez: Por que você me fez assim? Pois<br />

o homem que faz o pote tem o direito de usar o barro como<br />

quer. Do mesmo barro ele pode fazer dois potes: um pote<br />

para uso especial e outro para uso comum. E que direis se<br />

Deus, querendo mostrar a Sua ira, e dar a conhecer o Seu<br />

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poder, suportou com muita paciência os vasos da ira,<br />

preparados para a perdição. Quando entendemos quem<br />

Deus é (Santo), e o que a Sua criação, em especial o<br />

homem se tornou (um pecador que afronta a todos os<br />

segundos de Sua vida, a esse Deus Santo e Justo, por<br />

Suas ações, palavras e pensamentos), compreendemos<br />

com mais clareza esses textos. São textos espirituais, que<br />

pessoas carnais jamais entenderão, pois apoiam Seu<br />

intelecto as suas obras, se entendessem o significado do<br />

Sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, entenderiam<br />

possivelmente, talvez um dos motivos por que Deus quis<br />

escolher alguns e outros não. Pois, Deus tem amor no<br />

centro da Sua justiça, e a Sua justiça no centro de Seu<br />

amor. Para Ele ser Deus, se faz necessário manifestar o<br />

amor e a Sua justiça, se faz necessário manifestar o Ser<br />

Soberano e Criador que Ele é. Do contrário, não seria<br />

Deus.<br />

(5) Todos os homens serão salvos?<br />

“Eu sou o bom pastor. Assim como o Pai me conhece, e eu<br />

conheço o Pai, assim também conheço as minhas ovelhas,<br />

e elas me conhecem. E estou pronto para morrer por elas<br />

(por Suas ovelhas)” – João 10:14. A resposta de Cristo é<br />

enfática em declarar que morreria somente por Suas<br />

ovelhas. Podemos enfatizar algo na fala de Cristo, se<br />

pensarmos por um momento quantos animais existem no<br />

mundo e dissermos: gostamos de cavalos. Significa que<br />

gostamos de cavalos, e algumas pessoas podem dizer,<br />

mas eles também gostam de vacas e cachorros. Mas não<br />

foi isso que dissemos. O que dizemos foi: Gostamos de<br />

cavalos! Cristo disse que morreria por Suas ovelhas. Não<br />

por cabritos, por exemplo!<br />

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[...] e porá as ovelhas à Sua direita, mas os cabritos, à<br />

esquerda; então, dirá o Rei aos que estiverem à Sua<br />

direita: Vinde, benditos (escolhidos) de meu Pai! Entrai na<br />

posse do reino que vos está preparado desde a fundação<br />

do mundo (eleição incondicional). E o que Cristo dirá para<br />

os cabritos? Já percebeu que muitos não conseguem<br />

diferenciar uma ovelha de um cabrito? Mas existem<br />

características na biologia que os diferenciam. Os cabritos<br />

tem carne magra com coloração escura e os cordeiros<br />

apresenta carne clara, macia e rica em gordura. E é por<br />

causa da alimentação? Não! Tanto ovelhas como cabritos<br />

comem da mesma espécie de comida (graça comum – Joio<br />

e Trigo, o sol e a chuva para todos – Justos e injustos). Mas<br />

o que isso tem haver com predestinação e eleição? Como<br />

posso entender essa analogia? Simples! Vejamos essa<br />

ilustração.<br />

“O carneiro, a ovelha e o cordeiro são da mesma espécie<br />

dos ovinos, já as cabras, cabritos e bodes são da espécie<br />

dos caprinos e há, visivelmente, muita diferença entre<br />

ambas as espécies a começar pelo sabor da carne e<br />

também da fase de vida infanto e adulta. O carneiro é um<br />

ovino já de fase adulta com mais de um ano de idade,<br />

quando já está apto para realizar a cruza com a fêmea. O<br />

cordeiro, por outro lado, permanece cordeiro, até um ano<br />

de idade, pois nessa fase não tem interesse nenhum pela<br />

cruza. O mesmo acontece com os caprinos. O cabrito é o<br />

correspondente ao cordeiro em sua fase imatura para o<br />

sexo, enquanto o bode é o correspondente do carneiro em<br />

sua fase adulta, prontos para a procriação. Agora uma<br />

colocação: Jesus Cristo é tido como o Cordeiro de Deus<br />

que tira o pecado do mundo. Sabe onde vamos chegar não<br />

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é? Isso mesmo. Jesus era virgem. Permaneceu Cordeiro e<br />

morreu Cordeiro. Na Lei mosaica acontecia o mesmo. Os<br />

animais preferidos para fazerem expiação dos pecados<br />

dos israelitas eram o cordeiro de até um ano de idade, pois<br />

nesta fase eram puros e sem máculas. Não eram<br />

contaminados com as fêmeas. Não me perguntem por que<br />

é assim. Está escrito assim e aparece assim nas Sagradas<br />

Escrituras, a Bíblia Sagrada. Observe também, os textos<br />

de (Apocalipse 14:4; cf. Mateus 7:21 – 23)”. “As ovelhas<br />

(os eleitos) de Deus são purificadas pelo Sangue do puro<br />

e Santo Cordeiro de Deus (Jesus o Cristo) em Seu<br />

sacrifício na Cruz, e todos fazem parte na mesma raça –<br />

“Mas vocês são a raça escolhida [...]” – 1 Pedro 2:9 (NTLH)<br />

– Raça de ovinos!<br />

E os cabritos (caprinos) o que ouvirão?<br />

“Então, o Rei dirá também aos que estiverem à Sua<br />

esquerda (Os cabritos impuros – não eleitos – “não<br />

virgens”): Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno,<br />

preparado para o diabo e seus anjos”. (cf. Apocalipse 14:4).<br />

Seriam essas ovelhas os eleitos? Sim!<br />

De acordo com o evangelho de João (13:18): “Não falo a<br />

respeito de todos vós, “pois eu conheço aqueles que<br />

escolhi”; é, antes, para que se cumpra a Escritura: Aquele<br />

que come do meu pão levantou contra mim seu calcanhar”.<br />

Ou seja, Cristo nessa ocasião está ensinado a Seus<br />

discípulos acerca do verdadeiro significado da serventia<br />

que seguiria como sinal de humildade a todos que o<br />

serviriam como servos (eleitos – os salvos), mas nem<br />

todos, pois, Judas Iscariotes de acordo com algumas<br />

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profecias, como citado acima, havia sido predestinado para<br />

ser o filho perdição. Lembremo-nos que Pedro nega a<br />

Cristo três vezes, mas é salvo. Não por obras, mas pela<br />

eleição de Deus.<br />

(6) O homem pode exercer seu livre–arbítrio, e lutar<br />

com todas as suas forças para obter a salvação por<br />

seus próprios méritos?<br />

“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não<br />

trouxer [...]” – João 6: 44. De acordo com a instrução em 2<br />

Timóteo 1:9 onde Paulo declara: [...] que nos salvou e nos<br />

chamou com uma santa vocação, não em virtude das<br />

nossas obras, mas por causa da Sua própria determinação<br />

e graça. Esta graça nos foi dada em Cristo Jesus desde os<br />

tempos eternos [...]. Em 2 Tessalonicenses 2:13, 14 diz<br />

que: “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por<br />

vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos<br />

escolheu desde o princípio para a salvação, pela<br />

santificação do Espírito e fé na verdade, para o que<br />

também vos chamou mediante o nosso evangelho, para<br />

alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo”.<br />

(7) O Senhor Jesus Cristo deu a vida por todos os<br />

homens da terra?<br />

“Jesus respondeu: — Eu já disse, mas vocês não<br />

acreditaram. As obras que eu faço pelo poder do nome do<br />

meu Pai falam a favor de mim, mas vocês “não creem<br />

porque não são minhas ovelhas (não – eleitos)”. As<br />

“minhas ovelhas (eleitos)” escutam a minha voz; eu as<br />

conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e<br />

por isso “elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-<br />

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las da minha mão (perseverança dos santos)”. (Tendo por<br />

certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa<br />

obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo [...] –<br />

Filipenses 1:6. O poder que o Pai me deu é maior do que<br />

tudo, e ninguém pode arrancá-las da mão dEle.<br />

(8) Qual a consequência de um cristão ensinar a doutrina<br />

da Predestinação e Eleição?<br />

Então eles tornaram a pegar pedras para matar Jesus. E<br />

Ele disse: — Eu fiz diante de vocês muitas coisas boas que<br />

o Pai me mandou fazer. Por causa de qual delas vocês<br />

querem me matar? Eles responderam: — Não é por causa<br />

de nenhuma coisa boa que queremos matá-lo, mas<br />

porque, ao dizer isso, você está blasfemando contra Deus.<br />

“Pois você, que é apenas um ser humano, está se fazendo<br />

de Deus” – João 10:25 – 33.<br />

E como as pessoas tratam os calvinistas quando os<br />

mesmos ensinam sobre predestinação e eleição? São com<br />

flores ou com pedras? E qual o calvinista que não foi<br />

acusado de querer ser Deus, por ensinar que não serão<br />

todos salvos? E qual o calvinista que não recebeu o nome<br />

de blasfemo por expor o que a Bíblia ensina? Se Cristo<br />

ensinou sobre predestinação e eleição, por que não<br />

ensinar nos dias atuais? Se Cristo ensinou devo ensinar,<br />

se Ele foi mal compreendido, as Suas ovelhas entenderão<br />

e aceitarão a Sua palavra, pois elas escutam a Sua voz.<br />

Devemos imitá-lo ou não? Sim! Em tudo e em todas as<br />

coisas, até nos sofrimentos. O escravo não é maior que o<br />

Seu senhor. O cristão não é maior que o Seu Senhor, se<br />

perseguiram o Mestre Jesus por Sua palavra, os cristãos<br />

também serão perseguidos por Sua palavra. Mas não<br />

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serão envergonhados diante do Pai (de Deus nem dos<br />

anjos) por negarem a Sua palavra. Amém.<br />

“Digo-vos mais: todo aquele que me confessar diante das<br />

pessoas, também o Filho do homem (Jesus – a Palavra –<br />

o logos) o confessará diante dos anjos de Deus. No<br />

entanto, o que me negar (Jesus – a Palavra) diante dos<br />

homens será negado diante dos anjos de Deus” – Lucas<br />

12:8, 9.<br />

(9) E porque as pessoas não crê e não crerão no Senhor?<br />

“Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas,<br />

como já vos afirmei” – João 10:26. De acordo com Atos<br />

13:48 que diz: “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e<br />

glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos os que<br />

haviam sido “destinados” para a vida eterna”.<br />

Os que creram e crerão, tem e terão a fé salvífica porque<br />

foram predestinados para a salvação. Os que professam a<br />

fé em Cristo professam porque são eleitos, e o dom da fé<br />

é dado somente aos eleitos.<br />

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não<br />

vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que<br />

ninguém se glorie; Porque somos feitura Sua, criados em<br />

Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou<br />

para que andássemos nelas” – Efésios 2:8 – 10.<br />

Portanto, se você acredita em Cristo como único e<br />

suficiente Salvador, não foi por você ter o escolhido e o<br />

aceitado por Seu evangelho (as boas novas de salvação),<br />

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mas porque Ele o escolheu desde antes a fundação deste<br />

mundo de acordo com a Sua palavra.<br />

“[...] assim como nos escolheu, nEle, antes da fundação do<br />

mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele;<br />

e em amor; nos predestinou para Ele, para a adoção de<br />

filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de<br />

sua vontade”. (cf. Romanos 8:28 – 30).<br />

“É o amado Filho que se fez maldito, para que os malditos<br />

fossem amados, é o Filho que se fez maldito, para que os<br />

malditos fossem feitos filhos” (cf. Gálatas 3:13).<br />

E a maior prova da Sua eleição é que o Seu nome não foi<br />

escrito no Livro da vida no momento da Sua conversão, ou<br />

em algum momento de sua vida, mas desde a eternidade,<br />

de acordo com Apocalipse 13:8; 17:8 (NTLH).<br />

“Todos os que vivem na terra o adorarão, menos aqueles<br />

que, desde antes da criação do mundo, têm o nome escrito<br />

no Livro da Vida, o qual pertence ao Cordeiro, que foi<br />

morto” – “O monstro que você viu estava vivo, mas agora<br />

não vive mais. Ele está para subir do abismo, e dali sairá,<br />

e será destruído.<br />

Os moradores da terra que desde a criação do mundo não<br />

têm os seus nomes escritos no Livro da Vida ficarão<br />

espantados quando olharem para o monstro. Ele estava<br />

vivo; agora não vive mais, porém tornará a aparecer”.<br />

Você acreditando ou não na predestinação e eleição, não<br />

tirará a bondade e a justiça de Deus em ter te escolhido (a)<br />

em Cristo desde antes a fundação do mundo. Você pode<br />

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até não aceitar a essa instrução bíblica, mas jamais poderá<br />

riscar os nomes predestinação e eleição da Escritura.<br />

O conselho é que ore e estude a Escritura de forma sincera<br />

e verdadeira, dependente de Deus, para que através do<br />

Espírito Santo ilumine a Sua mente para a compreensão, e<br />

assim você encontre nessa instrução Suas riquezas e<br />

tenha gozo, esperança e felicidade em saber que gozará<br />

em segurança na terra das bênçãos de Deus, esperando<br />

gozar em alegria, unidos para sempre com Deus (Deus Pai,<br />

Deus Filho e Deus Espírito Santo) no céu, por meio de<br />

Cristo.<br />

“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós,<br />

e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto<br />

permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome<br />

pedirdes ao Pai, Ele vo-lo conceda. [...] Se vós fôsseis do<br />

mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não<br />

sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é<br />

que o mundo vos odeia”. (João 15:16, 19).<br />

(v. 20) “Lembrem-se das palavras que eu lhes disse:<br />

nenhum escravo é maior do que o seu senhor. Se me<br />

perseguiram, também perseguirão vocês. Se obedeceram<br />

à minha palavra, também obedecerão à de vocês”.<br />

CONCLUSÃO<br />

Existe justiça em Deus em condenar pecadores à<br />

condenação eterna, e existe justiça em Deus em resgatar<br />

aqueles que não eram resgatáveis para o gozo eterno, o<br />

primeiro decreto, a Sua justiça será por Sua ira, e o<br />

segundo decreto a Sua justiça será por Seu imutável amor.<br />

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Mas não esqueçamos que a Sua justiça e amor não si<br />

apoiam nas obras meritórias do homem, mas na morte, e<br />

nos méritos infinitos de Seu único, amado e eterno Filho<br />

Jesus Cristo. Amém.<br />

“Este é o meu Filho amado em quem me agrado. Ouçamno!”<br />

– Mateus 17:5; cf. Mateus 3:17.<br />

Obrigado Senhor por Sua Palavra!<br />

É POSSÍVEL QUE O NOME <strong>DE</strong> UM CRISTÃO<br />

SEJA APAGADO DO LIVRO DA VIDA?<br />

“Todos os que vivem na terra o adorarão, menos aqueles<br />

que, desde antes da criação do mundo, têm o nome escrito<br />

no Livro da Vida, o qual pertence ao Cordeiro, que foi<br />

morto” – Apocalipse 13:8.<br />

A luz de Apocalipse 3:5 – 13:8 – 22:18, 19.<br />

Moody define (22:18, 19):<br />

O livro, com exceção da saudação, termina com mais uma<br />

solene advertência contra o acrescentar ou tirar alguma<br />

coisa às palavras da profecia deste livro. Não conheço<br />

ninguém que tenha comentado isto de maneira mais<br />

aceitável do que Lang: “A revelação da verdade está<br />

completa, pois nada pode estar além do estado eterno.<br />

Enquanto na letra estrita, a ameaça desta terrível<br />

advertência se aplica ao Apocalipse, visto, no entanto, que<br />

esta porção do Livro de Deus está enraizada em,<br />

interligada com e é o final de toda a Palavra de Deus, torna-<br />

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se impossível falsificar este livro final, sem maltratar o que<br />

Deus concedeu antes”.<br />

Apocalipse 22:19 diz: “Se alguém tirar alguma palavra<br />

deste livro de profecia, Deus tirará dele a sua parte na<br />

árvore da vida e na cidade santa, que são descritas neste<br />

livro”. Este versículo é normalmente envolvido no debate<br />

sobre a segurança eterna. Será que Apocalipse 22:19<br />

significa que o nome de uma pessoa, depois de ter sido<br />

escrito no Livro da Vida do Cordeiro, pode em algum<br />

momento no futuro ser apagado? Em outras palavras, pode<br />

um cristão perder a salvação?<br />

Em primeiro lugar, as Escrituras deixam claro que um<br />

verdadeiro crente é protegido pelo poder de Deus, selado<br />

para o dia da redenção (Efésios 4:30), e que o Filho não<br />

perderá nenhum dos que o Pai lhe deu (João 6:39). O<br />

Senhor Jesus Cristo proclamou: “Eu lhes dou a vida eterna,<br />

e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da<br />

minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que<br />

todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai”<br />

(João 10:28, 29b; cf. Romanos 8:31 – 39). A salvação é<br />

uma obra de Deus, não nossa (Tito 3:5), e é o Seu poder<br />

que nos protege.<br />

Se não aos cristãos, então a quem esse “alguém” de<br />

Apocalipse 22:19 se refere?<br />

Em outras palavras, quem talvez queira adicionar ou tirar<br />

palavras da Bíblia? Talvez aqui seja a chave para a<br />

interpretação. Muito provavelmente, esta adulteração da<br />

Palavra de Deus não seria feita pelos verdadeiros cristãos,<br />

mas por aqueles que apenas professam ser cristãos e que<br />

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supõem que seus nomes estejam no Livro da Vida. De um<br />

modo geral, os dois principais grupos que têm<br />

tradicionalmente adulterado a revelação são seitas<br />

pseudo-cristãs e aqueles que sustentam crenças<br />

teológicas muito liberais. Muitas seitas e teólogos liberais<br />

reivindicam o nome de Cristo para si, mas não são<br />

nascidos de novo, o termo bíblico definitivo para um cristão.<br />

A Bíblia cita vários exemplos de pessoas que achavam que<br />

eram crentes, mas cuja profissão de fé foi provada como<br />

sendo falsa. Em João 15, Jesus se refere a elas como<br />

ramos que não permaneceram nEle, a Videira verdadeira<br />

e que, portanto, não produziram nenhum fruto. Sabemos<br />

que são falsos porque “Vocês os reconhecerão por seus<br />

frutos” (Mateus 7:16, 20). Por outro lado, os verdadeiros<br />

discípulos demonstrarão o fruto do Espírito Santo que<br />

reside dentro deles (Gálatas 5:22). Em 2 Pedro 2:22,<br />

mestres falsos são cães que retornam ao seu próprio<br />

vômito e a porca lavada que “voltou a revolver-se na lama”.<br />

O ramo estéril, o cão e o porco são todos símbolos<br />

daqueles que professam ter salvação, mas que não podem<br />

confiar em nada mais que em sua própria justiça, pois não<br />

possuem a justiça de Cristo que verdadeiramente salva.<br />

É duvidoso que aqueles que se arrependeram de seus<br />

pecados e nasceram de novo voluntariamente adulterariam<br />

a Palavra de Deus de qualquer forma, seja acrescentando<br />

ou tirando dela. É claro que reconhecemos que pessoas<br />

boas têm tido sinceras diferenças na área de crítica textual,<br />

e interpretação bíblica. No entanto, pode-se demonstrar<br />

como os cultistas e liberais têm repetidamente tanto<br />

“acrescentado” quanto “tirado”. Assim, podemos entender<br />

a advertência de Deus em Apocalipse 22:19 desta<br />

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maneira, qualquer um que mexer com essa mensagem<br />

crucial vai descobrir que Deus não colocou o seu nome no<br />

Livro da Vida, será negado o acesso à Cidade Santa e<br />

perderá qualquer expectativa de todas as coisas boas que<br />

Ele promete aos seus santos neste livro.<br />

De um ponto de vista puramente lógico, por que o<br />

Soberano e Onisciente Deus, Aquele que conhece o fim<br />

desde o começo (Isaías 46:10) escreveria um nome no<br />

Livro da Vida já sabendo que teria de removê-lo quando<br />

essa pessoa eventualmente negasse a fé? Além disso, ler<br />

essa advertência dentro de seu contexto no parágrafo em<br />

que aparece (Apocalipse 22:6 – 19) mostra claramente que<br />

Deus permanece consistente, apenas aqueles que têm<br />

dado atenção às Suas advertências, arrependeram-se e<br />

nasceram de novo, poderão antecipar algo de bom na<br />

eternidade. Todos os outros, infelizmente, têm um futuro<br />

terrível e aterrorizante à sua espera.<br />

Apocalipse 3:5 é outro versículo muito importante para<br />

essa questão. “O vencedor [...] Jamais apagarei o seu<br />

nome do livro da vida”. O “vencedor” mencionado nessa<br />

carta a Sardes é o cristão. Compare isso com 1 João 5:4:<br />

“O que é nascido de Deus vence o mundo” e o versículo 5:<br />

“Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que<br />

Jesus é o Filho de Deus” (cf. 1 João 2:13). Todos os<br />

crentes são “vencedores” por terem a vitória sobre o<br />

pecado e a incredulidade do mundo por meio de Cristo.<br />

“Contudo, em todas as coisas somos mais que<br />

vencedores, por meio daquele que nos amou (Jesus<br />

Cristo)” – Romanos 8:37. (cf. 1 João 4:10, 19; João 3:16;<br />

Lucas 7:47).<br />

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Algumas pessoas veem em Apocalipse 3:5 a imagem de<br />

Deus com sua caneta em posição pronta para eliminar o<br />

nome de qualquer cristão que peque. Eles interpretam algo<br />

mais ou menos assim: “Se você fracassar e não conquistar<br />

a vitória, então perderá a sua salvação! Na verdade,<br />

apagarei o seu nome do Livro da Vida!” Entretanto, não é<br />

isso o que o versículo diz. Jesus está dando uma promessa<br />

aqui, não uma advertência.<br />

As Escrituras nunca dizem que Deus apaga o nome de um<br />

crente do Livro da Vida, nunca há sequer um aviso de que<br />

esteja contemplando fazê-lo. A maravilhosa promessa de<br />

Apocalipse 3:5 é que Jesus não apagará o nome de<br />

ninguém. Falando aos “vencedores”, todos os redimidos<br />

pelo sangue do Cordeiro. Jesus dá a Sua palavra de que<br />

não apagará os seus nomes. Ele afirma que quando um<br />

nome se encontra no livro, então está lá para sempre. Isso<br />

é baseado na fidelidade de Deus, e não na do homem,<br />

pois, o mesmo é infiel, mas mesmo sendo infiel, Deus<br />

permanece fiel (2 Timóteo 2:13; cf. 1 Coríntios 3:15).<br />

“[...] se somos infiéis, Ele permanece fiel; porque não pode<br />

negar-se a Si mesmo”.<br />

A promessa de Apocalipse 3:5 é direcionada aos crentes,<br />

os quais estão seguros na sua salvação. Em contraste, o<br />

aviso de Apocalipse 22:19 é direcionado aos incrédulos, os<br />

quais, ao invés de direcionarem seus corações para Deus,<br />

tentam mudar a Palavra de Deus para servir os seus<br />

propósitos perversos.<br />

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De acordo com Apocalipse 13:8 que diz “[...] menos<br />

aqueles que, desde antes da criação do mundo, têm o<br />

nome escrito no Livro da Vida, o qual pertence ao Cordeiro,<br />

que foi morto” (NTLH). Todos que estão com seus nomes<br />

escritos no Livro da vida já estiveram seus nomes escritos<br />

desde a fundação do mundo, e não no momento da<br />

conversão. Simples assim! (Efésios 1:4 – 6).<br />

Uma breve reflexão exegética.<br />

Deus nos elegeu segundo o beneplácito de Sua vontade:<br />

Todos os salvos são eleitos desde a fundação do mundo,<br />

todos são predestinados por Deus para a salvação como<br />

alguns textos bíblicos relatam:<br />

(1) “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam<br />

a palavra do Senhor; e creram todos os que haviam sido<br />

destinados para a vida eterna”. (Atos 13:48).<br />

O termo grego usado para “destinados” é “tetagmenoi –<br />

τεταγμένοι” que imprime a ideia de designar por<br />

responsabilidade ou autoridade própria (ordenar). Existe<br />

uma ideia implícita nesse termo grego: designar um posto<br />

a, com uma sugestão de responsabilidades associadas a<br />

ela, frequentemente de nomeação militar. Paulo quase<br />

sempre descreve essa ideia em suas epístolas, ele sempre<br />

se coloca como um militar de Cristo, ou usa de exemplos<br />

para ilustrar um ensinamento. “Combati o bom combate,<br />

acabei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7). “Milita a<br />

boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual<br />

também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante<br />

de muitas testemunhas” (1 Timóteo 6:12). Paulo usa em<br />

uma das suas mais belas exposições a figura de um<br />

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soldado (a armadura de Deus) – Efésios 6 para ilustrar a<br />

batalha espiritual dos eleitos de Deus.<br />

E porque esse termo é usado por Lucas? Simples!<br />

“Os judeus tentavam guardar para si todos seus privilégios.<br />

De um começo os cristãos viram que os privilégios só se<br />

outorgam para ser compartilhados. Os judeus tentavam<br />

fechar as portas. De começo os cristãos viram que as<br />

portas deviam abrir-se. Como se disse: Os judeus<br />

consideravam os gentios como palha que devia queimarse;<br />

Jesus os considerou frutos que deviam colher-se para<br />

Deus. E sua Igreja deve ter a mesma visão de um mundo<br />

para Cristo”.<br />

(2) “Assim como nos escolheu, nEle, antes da fundação do<br />

mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele;<br />

e em amor, nos predestinou para Ele, para a adoção de<br />

filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de<br />

Sua vontade”. (Efésios 1:4, 5).<br />

Paulo usa um termo com um significado muito forte para<br />

descrever a escolha de Deus segundo a Sua boa vontade.<br />

O termo grego é “exelexato – ἐξελέξατο” que existem<br />

muitas definições as quais se destacam selecionar,<br />

escolher para si mesmo, escolher entre muitos, como<br />

Jesus que escolheu seus discípulos, de Deus que escolhe<br />

quem ele julga digno de receber seus favores e separa do<br />

resto da humanidade para ser peculiarmente seu e para<br />

ser assistido continuamente pela sua graciosa supervisão.<br />

De Deus Pai que escolhe os cristãos como aqueles que ele<br />

separa da multidão sem religião como seus amados, aos<br />

quais transformou, através da fé em Cristo, em cidadãos<br />

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do reino messiânico: (Tiago 2:5) de tal forma que o critério<br />

de escolha arraiga-se unicamente em Cristo e seus<br />

méritos.<br />

Devemos lembrar-nos de que nos (v. 4 – 6) o apóstolo<br />

Paulo está interessado em mostrar a parte que o Pai<br />

desempenha nesta grande redenção que usufruímos. Ele<br />

irá adiante para mostrar a parte desempenhada pelo Filho<br />

e, subsequentemente a parte desempenhada pelo Espírito<br />

Santo, mas começa pelo Pai, “o Deus e Pai de nosso<br />

Senhor Jesus Cristo”, e já vimos que inclui a nossa adoção<br />

como filhos de Deus e todos os privilégios que nos vêm<br />

como resultado disso. No entanto, não podemos<br />

abandonar este grande assunto neste ponto (eleição),<br />

porque no momento em que o examinamos atentamente<br />

vemos que certos princípios estão incluídos nesta<br />

declaração, princípios que são de vital importância para a<br />

posição cristã e que, se negligenciarmos ou os<br />

entendermos mal, poderemos provavelmente estar<br />

militando contra o nosso bem-estar.<br />

(3) “Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não<br />

segundo as nossas obras, mas conforme sua própria<br />

determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus,<br />

antes dos tempos eternos”. (2 Timóteo 1:9).<br />

“[...] nos chamou” no grego “kalesantos – καλέσαντος”<br />

literalmente significa chamar alguém pelo nome, se<br />

pensarmos, Deus nos chama pelo nome que Ele mesmo<br />

colocou no Livro da Vida antes da fundação do mundo. Em<br />

suma o termo denota “receber o nome de”, para Deus em<br />

Seu decreto, filhos adotivos por meio de Sua graça<br />

evidenciada pela encarnação de Cristo, morte e<br />

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essurreição. Para a esfera espiritual, invisível, eleitos<br />

segundo Sua própria determinação – propósito (“prothesin<br />

– πρόθεσιν”).<br />

(4) “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por<br />

vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos<br />

escolheu desde o princípio para a salvação, pela<br />

santificação do Espírito e fé na verdade, para o que<br />

também vos chamou mediante o nosso evangelho, para<br />

alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo”. (2<br />

Tessalonicenses 2:13, 14).<br />

O termo grego para “escolheu” é “heilato – εἵλατο” que<br />

significa tomar para si, preferir, escolher.<br />

(5) “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum<br />

eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o<br />

ressuscitarei no último dia”. (João 6:39).<br />

O termo usado para “me deu” é “ho dedōken – ὃ δέδωκέν”<br />

denotando a ideia de dar algo a alguém de livre e<br />

espontânea vontade, para sua vantagem, e essa<br />

“vantagem” aqui é descrita em algumas passagens, como<br />

por exemplo, Efésios 1:6 “[...] para louvor e glória da Sua<br />

graça [...]”. Deus nos elegeu para louvor e glória da Sua<br />

graça. Uma graça imerecida, e dada incondicionalmente.<br />

(6) “E Ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos<br />

quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade<br />

do céu”. (Marcos 13:27).<br />

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O termo grego usado para “escolhidos” em Marcos 16:27 é<br />

o mesmo termo usado em Efésios 1:4 “exelexato –<br />

ἐξελέξατο”.<br />

(7) “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje,<br />

sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça.<br />

E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a<br />

graça já não é graça. Que diremos, pois? O que Israel<br />

busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os<br />

mais foram endurecidos, como está escrito: Deus lhes deu<br />

espírito de entorpecimento, olhos para não ver e ouvidos<br />

para não ouvir; até ao dia de hoje. E diz Davi: Torne-se lhes<br />

a mesa em laço e armadilha, em tropeço e punição;<br />

escureçam-se lhes os olhos, para que não vejam, e fiquem<br />

para sempre encurvadas as suas costas”. (Romanos 11:5<br />

– 10).<br />

(v. 5) A oração “a eleição da graça” é muito bem definida<br />

pelo termo grego “eklogēn – ἐκλογὴν” que significa o ato de<br />

selecionar, escolha do ato de livre arbítrio de Deus pela<br />

qual, antes da fundação do mundo (Efésios 1:4), decretou<br />

suas bênçãos sobre certas pessoas. O termo expressa o<br />

decreto feito através da escolha pelo qual decidiu abençoar<br />

certas pessoas em Cristo apenas pela graça, pessoa<br />

escolhida. Eleito de Deus.<br />

(8) “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e<br />

amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de<br />

humildade, de mansidão, de longanimidade”. (Colossenses<br />

3:12).<br />

O termo grego para “eleitos” é “eklektoi – ἐκλεκτοὶ” que<br />

significa ser selecionado, escolhido por Deus para obter<br />

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salvação em Cristo. Por isso, os cristãos são chamados “οἱ<br />

ἐκλεκτοί τοῦ Θεοῦ” –, os escolhidos ou eleitos de Deus. (cf.<br />

Isaías 65:9, 15, 23; Lucas 18:7; Romanos 8:33; Tito 1:1;<br />

Mateus 24:22, 24 ; Marcos 13:20, 22; 1 Pedro 1:2).<br />

Paulo começa dirigindo-se aos colossenses como os<br />

escolhidos de Deus, santos e amados. O significativo é que<br />

cada uma destas três palavras correspondia<br />

originariamente aos judeus. Eles eram o povo escolhido, a<br />

nação santa e consagrada (hagios), eles eram os amados<br />

de Deus. Paulo toma estas três importantes palavras que<br />

num tempo tinham sido possessão de Israel, para aplicálas<br />

aos gentios. Desta maneira mostra que o amor e a<br />

graça de Deus chegaram aos limites da terra: Na economia<br />

de Deus já não existe a cláusula de “nação mais<br />

favorecida”.<br />

(9) “Eleitos, segundo a presciência de Deus pai, em<br />

santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do<br />

sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam<br />

multiplicadas”. (1 Pedro 1:2).<br />

É o mesmo termo grego “eklektoi – ἐκλεκτοὶ” que significa<br />

ser selecionado, escolhido por Deus para obter salvação<br />

em Cristo usado em Colossenses 3:12.<br />

(10) “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os<br />

vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis;<br />

vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se<br />

acham com ele”. (Apocalipse 17:14).<br />

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“οὗτοι μετὰ τοῦ Ἀρνίου πολεμήσουσιν καὶ τὸ Ἀρνίον νικήσει<br />

αὐτούς, ὅτι Κύριος κυρίων ἐστὶν καὶ Βασιλεὺς βασιλέων, καὶ<br />

οἱ μετ’ αὐτοῦ κλητοὶ καὶ ἐκλεκτοὶ καὶ πιστοί”.<br />

O termo grego “eklektoi – ἐκλεκτοὶ” também aparece aqui<br />

em Apocalipse.<br />

(11) “Porque muitos são chamados, mas poucos,<br />

escolhidos (eklektoi – ἐκλεκτοὶ)”. (Mateus 22:14).<br />

“Porque surgirão falsos Cristos e falsos profetas operando<br />

grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os<br />

próprios eleitos (tous eklektous – τοὺς ἐκλεκτούς)”. (Mateus<br />

24:24).<br />

(12) “E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de<br />

trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos (tous<br />

eklektous – τοὺς ἐκλεκτούς), dos quatro ventos, de uma a<br />

outra extremidade dos céus”. (Mateus 24:31).<br />

(13) “Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita:<br />

Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que<br />

vos está preparado desde a fundação do mundo”. (Mateus<br />

25:34).<br />

CONCLUSÃO<br />

Não, um cristão não pode perder a salvação. Nada pode<br />

separar um cristão do amor de Deus (Romanos 8:38, 39).<br />

Nada pode remover um cristão da mão de Deus (João<br />

10:28, 29). Deus está disposto e é capaz de garantir e<br />

manter a salvação que nos prometeu. Judas 24, 25: “Ora,<br />

àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e<br />

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para vos apresentar com exultação, imaculados diante da<br />

sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus<br />

Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e<br />

soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os<br />

séculos. Amém!”.<br />

Está claro na Escritura que aqueles que Deus elegeu para<br />

a salvação não terão seus nomes apagados do livro da<br />

vida, isso não significa que devemos “relaxar” em nossas<br />

vidas cristãs, mas pelo contrário, devemos honrar a Deus<br />

por tamanha graça, de ter-nos predestinado à salvação, e<br />

fazer de todas as formas possíveis que o Seu Santo nome<br />

seja glorificado em nossas vidas por tamanha bênção!<br />

Somos eleitos para sermos irrepreensíveis, e fomos<br />

chamados em santa vocação, essas são as marcas de um<br />

eleito.<br />

Devemos ter esse ensinamento atuante em nossas vidas<br />

como um consolo e um meio de energia para servirmos a<br />

Deus com toda a nossa alma, e desejo e entendimento.<br />

Pois, em Filipenses 1:6 diz: “Tendo por certo isto mesmo:<br />

que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará<br />

até ao Dia de Jesus Cristo”. Deus, através da morte de Seu<br />

Filho amado Jesus Cristo, nos justificou de todo pecado, e<br />

pelo Espírito Santo santificado em nossos corações nos<br />

guiará nos admoestando e nos ensinado a trilhar um<br />

caminho santo e irrepreensível até a volta de nosso Senhor<br />

e Salvador Jesus Cristo, e assim viveremos com Ele por<br />

toda a eternidade.<br />

Portanto, se você vê alguém orando para que Deus<br />

escreva o nome de tal pessoa no livro da vida, não acredite,<br />

isso não é verdade! É um erro. Os nomes dos cristãos (dos<br />

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eleitos) não são escrito no livro da vida no momento da<br />

conversão, mas na eternidade. E automaticamente ficam<br />

de fora os réprobos, aqueles que Deus pré-ordenou para<br />

serem vasos da ira, preparados para perdição (Romanos<br />

9:22; cf. Apocalipse 13:8).<br />

JUSTIFICADOS<br />

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por<br />

meio de nosso Senhor Jesus Cristo” – Romanos 5:1.<br />

Exegese de Romanos 5:1 – 11 – Justificados pela fé e paz<br />

com Deus.<br />

Depois de descrever o pecado temível e a perdição de toda<br />

a humanidade, Paulo revelou como Cristo, por meio de Sua<br />

morte na cruz, forneceu o caminho da salvação para todos<br />

os que se achegam a Deus em fé.<br />

Em seguida, Paulo se propôs a responder perguntas<br />

importantes que estavam, sem dúvida, na mente de seus<br />

leitores.<br />

As primeiras eram: qual é a extensão ou o quanto é certa<br />

essa salvação dada por Cristo? Podemos realmente estar<br />

certos? O que acontecerá se pecarmos depois de termos<br />

nos voltado para Cristo em fé? Paulo trata dessas questões<br />

no capítulo quinto (5:1 – 11).<br />

É uma das grandes passagens líricas (que se destaca pelo<br />

excesso de sentimentalismo) de Paulo, na qual canta a<br />

alegria profunda de confiança em Deus. A confiança da fé,<br />

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a aceitação de Deus por Sua Palavra, fez o que o esforço<br />

por realizar as obras da Lei nunca pôde fazer, deu ao<br />

homem paz com Deus. Antes que viesse Jesus, e antes<br />

que o homem aceitasse como verdadeiro o que Jesus<br />

disse a respeito de Deus, ninguém pôde jamais intimar<br />

(estabelecer a presença) com Deus. Há os que viram a<br />

Deus não como o supremo bem, mas sim como o supremo<br />

mal. Há os que o viram como completamente estranho,<br />

totalmente inalcançável.<br />

Os dois relatos.<br />

Em um dos livros do H.G. Wells (Herbert George Wells –<br />

1866 — 1946) encontra-se a história de um homem de<br />

negócios cuja mente estava tão tensa e, forçada que<br />

estava em sério perigo de uma crise nervosa e mental total.<br />

Seu médico lhe disse que a única coisa que poderia salválo<br />

era achar a paz que a relação com Deus podia dar-lhe.<br />

“O que”, respondeu, “pensar que aquilo, lá encima, possa<br />

ter comunhão comigo? Seria mais fácil pensar em refrescar<br />

minha garganta com a via Láctea ou estreitar as estrelas<br />

com as mãos!”. Deus, para ele, era completamente<br />

inalcançável.<br />

Rosita Forbes (16 de janeiro de 1890 – 30 de junho 1967),<br />

a viajante, relata que uma noite buscou refúgio em um<br />

templo de uma aldeia chinesa, porque não havia onde<br />

dormir. Despertou durante a noite e a luz da Lua incidia<br />

(atenuava) obliquamente através das janelas sobre os<br />

rostos das imagens dos deuses, e em cada rosto se<br />

desenhava um grunhido e um gesto de desprezo, como se<br />

os homens se odiassem.<br />

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ARA – Revista e Atualizada.<br />

(v. 1) “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com<br />

Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo [...]”.<br />

(v. 1) “Justificados” — a construção grega desse verbo<br />

indica uma declaração legal feita uma vez com resultados<br />

permanentes. “Δικαιωθέντες – dikaioma/Dikaiōthentes”<br />

significa aquilo que foi julgado justo de tal forma a ter força<br />

de lei, por sentença de Deus, ou seja, sentença favorável<br />

pela qual Ele, Deus, absolve o homem e o declara<br />

aceitável, (v. 1) “temos” do grego (ἔχομεν – echomen) —<br />

possuímos no presente, “paz com Deus” (v. 1) — uma<br />

realidade externa e objetiva, não um sentimento interior e<br />

subjetivo de serenidade e calma.<br />

O termo “dikaioma¹” em Mateus 12:37 “Porque por tuas<br />

palavras serás justificado¹ (dikaioma), e por tuas palavras<br />

serás condenado”, refere-se ao dia do julgamento como o<br />

dia determinante de sua condenação ou justificação,<br />

baseado na resposta de nosso coração ao Espírito. (cf.<br />

João 6:29; Isaías 32:17; João 16:33; Efésios 2:14;<br />

Colossenses 1:20).<br />

(v. 2) “[...] por intermédio de quem obtivemos igualmente<br />

acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e<br />

gloriamo-nos na esperança da glória de Deus”.<br />

(v. 2) “Acesso”— introdução, só quando nos damos conta<br />

de que Deus é o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo<br />

chega à nossa vida essa intimidade com Deus, essa nova<br />

relação que Paulo chama de justificação. Por meio de<br />

Jesus Cristo — diz Paulo — temos entrada, acesso à graça<br />

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na qual permanecemos firmes. O termo que Paulo utiliza<br />

para acesso é “προσαγωγὴν – prosagōgēn”, um termo que<br />

implica duas grandes figuras.<br />

(1) É o termo comum para referir-se à introdução ou<br />

apresentação de alguém perante a presença da realeza, e<br />

é o termo comum para referir-se à aproximação do<br />

adorador a Deus. É como se Paulo dissesse:<br />

“Jesus nos introduz à própria presença de Deus. Jesus nos<br />

abre as portas à presença do Rei dos reis; e quando essas<br />

portas se abrem o que achamos é graça, não condenação,<br />

nem juízo, nem vingança, mas a pura, imerecida, não<br />

motivada, incrível bondade de Deus”.<br />

(2) Mas o termo “prosagōgēn” contém outra figura. No<br />

grego posterior é o termo usado para referir-se ao lugar<br />

onde atracam os barcos. É o termo para enseada ou porto.<br />

Se tomarmos neste sentido, significa que por mais que<br />

tentemos depender de nossos próprios esforços somos<br />

varridos pela tempestade, como marinheiros que<br />

enfrentam um mar que ameaça destruí-los totalmente, mas<br />

agora ouvimos a palavra de Cristo, alcançamos enfim o<br />

porto da graça, e conhecemos a calma de depender não<br />

do que podemos fazer por nós mesmos, mas sim do que<br />

Deus tem feito por nós. Porque por meio de Jesus<br />

entramos na presença do Rei dos reis, entramos no porto<br />

da graça de Deus. (cf. Salmos 107:28, 29; João 10:9;<br />

Efésios 2:18; Hebreus 10:9; 1 Coríntios 15:1).<br />

O acesso é a esta graça na qual estamos firmes. Esta<br />

graça é o favor não merecido de Deus, que declara<br />

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justificados aqueles que colocaram a sua confiança em<br />

Jesus – Moody, p. 43.<br />

“E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as<br />

ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia. E<br />

Ele estava na popa, dormindo sobre uma almofada, e<br />

despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não se te dá que<br />

pereçamos? E Ele, despertando, repreendeu o vento, e<br />

disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e<br />

houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão<br />

tímidos? Ainda não tendes fé? E sentiram um grande<br />

temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até<br />

o vento e o mar lhe obedecem?” – Marcos 4:37 – 41.<br />

(Somente temos paz com Deus, em Jesus Cristo, o Mestre<br />

da sensibilidade, somente Ele resgata por amor, àqueles<br />

que não eram resgatáveis, Cristo é a nossa rocha<br />

inamovível, Ele é o nosso porto Seguro).<br />

(v. 2) “Estamos firmes” — ideia de permanência, de estar<br />

fixo e imóvel. O termo grego usado para “estamos firmes”<br />

é “ἑστήκαμεν – hestēkamen”, que significa continuar<br />

seguro e são, permanecer ileso, permanecer pronto,<br />

preparado, é a ideia de tornar firme uma pessoa sustentada<br />

por uma autoridade. (cf. Filipenses 1:6).<br />

(v. 2) “Esperança” — uma certeza ainda não realizada, não<br />

um sonho desejoso e incerto. O termo grego é “ἐλπίδι –<br />

elpidi” que denota não uma esperança no sentido de uma<br />

expectativa ou pensamento desejoso sem qualquer<br />

fundamento, mas no sentido de expectativa confiante<br />

baseada em sólida certeza. A esperança bíblica repousa<br />

nas promessas de Deus especialmente naquelas<br />

relacionadas à volta de Cristo. O futuro dos redimidos é tão<br />

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certo que, algumas vezes o N.T., fala de acontecimentos<br />

futuros usando o passado, como se já estivessem<br />

acontecidos (cf. Romanos 8:30; Hebreus 11:1; 1<br />

Tessalonicenses 1:3). A esperança nunca é inferior à fé,<br />

mas sim uma extensão da fé. A fé é a possessão presente<br />

da graça, a esperança é a confiança na consumação da<br />

graça futura. (cf. NOTA).<br />

“A tradução gloriemo-nos na esperança deixa de<br />

esclarecer ao leitor que o mesmo verbo foi usado aqui, e<br />

em 5:3 – “nos gloriamos nas tribulações”. Portanto 5:2<br />

realmente significa: E nos gloriemo-nos na esperança da<br />

glória que Deus há ele manifestar ou exibir. A esperança<br />

exerce parte vital na vida dos crentes, pois ela se relaciona<br />

com tudo o que Deus tem prometido fazer por eles em<br />

Cristo” – Moody, p. 43 – NOTA.<br />

(v. 3) “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas<br />

próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz<br />

perseverança [...]”.<br />

(v. 3) “Tribulações” — pressão extrema, como a exercida<br />

para extrair óleo de uma azeitona. O termo para tribulações<br />

é “θλίψεσιν – thlipsesin” que significa pressão, opressão,<br />

estresse, angústia, tribulação, adversidade, aflição,<br />

espremer, esmagar, apertar, sofrimento. A ideia é: (1) uma<br />

pilha de coisas sendo comprimidas manualmente. (2)<br />

colocar uma pressão no que está livre e liberto, e (3)<br />

esmagamento de uvas ou azeitonas em uma prensa. (cf.<br />

Mateus 5:11; Atos 5:41; 2 Coríntios 12:10; Filipenses 2:17;<br />

2 Timóteo 4:6; Tiago 1: 2, 3, 12; João 16:33).<br />

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(v. 4) “[...] e a perseverança, experiência; e a experiência,<br />

esperança”.<br />

(v. 4) “Perseverança”— ato de permanecer sobre tremenda<br />

pressão sem sucumbir, persistência. O termo grego usado<br />

para perseverança é “ὑπομονὴν – hypomonēn”.<br />

“Hypomonēn” significa mais que fortaleza; significa o<br />

espírito que pode vencer o mundo, não significa o espírito<br />

que resiste passivamente, mas sim vence e conquista<br />

ativamente as provas e tribulações da vida.<br />

Quando Beethoven estava ameaçado pela surdez, a prova<br />

mais terrível para um músico, ele disse: “Agarrarei a vida<br />

pelo pescoço”. Isto é “hypomonēn”.<br />

Quando Scott se viu envolto na ruína por causa da quebra<br />

de seus editores, disse: “Ninguém dirá Pobre homem!<br />

Minha própria mão direita pagará a dívida” Isto é<br />

“hypomonēn”.<br />

Alguém disse uma vez a uma alma nobre que estava<br />

passando por uma grande tristeza: “A tristeza dá cor à vida,<br />

não é certo?”. Voltou à réplica: “Certo! E eu me proponho<br />

escolher a cor!”. Isto é “hypomonēn”. “Hypomonēn” não é<br />

o espírito que se deita e permite que o cubram as águas; é<br />

o espírito que enfrenta as coisas e as supera.<br />

(v. 4) “Experiência”— literalmente, “prova” (δοκιμὴ –<br />

dokimē), um termo usado na testagem de metais preciosos<br />

para determinar sua pureza. Denota uma pessoa<br />

aprovada, de caráter provado (cf. Tiago 1:12).<br />

Síntese.<br />

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“Mas esta esperança se torna mais clara na pressão que o<br />

dia a dia exerce na vida. O crente se gloria nas tribulações,<br />

porque sabe que elas produzirão uma visão mais clara do<br />

que está à frente – esperança contendo convicção. A<br />

ordem destes versículos é significativa – tribulação,<br />

perseverança, experiência, e então esperança. As<br />

provações despertam a paciência. A experiência produz o<br />

caráter. E o resultado disso tudo é a esperança”.<br />

Paulo disse isto, sua atenção é despertada: Tudo isto é<br />

verdadeiro, tudo isto é glorioso, mas o certo é que nesta<br />

vida os cristãos se acham em situação difícil. Era difícil ser<br />

cristão em Roma. Recordando isto, Paulo alcança um alto<br />

clímax. “A tribulação”, diz, “produz paciência”. A palavra<br />

utilizada para tribulação é “θλῖψις – thlipsis”, que significa<br />

literalmente pressão. Todo tipo de coisas pode fazer<br />

pressão sobre os cristãos — a pressão da privação e a<br />

necessidade, e a estreiteza das circunstâncias, a pressão<br />

do pesar, a pressão da perseguição, a pressão da<br />

impopularidade e a solidão. Toda esta pressão, diz Paulo,<br />

produz paciência. “Pois as nossas aflições leves e<br />

passageiras estão produzindo para nós uma glória<br />

incomparável, de valor eterno” – 2 Coríntios 4:17.<br />

“A paciência” continua Paulo, “produz prova”. A palavra<br />

que utiliza para prova é “δοκιμὴ – dokimē”. “Dokimē” é<br />

usada com referência ao ato de cunhar moedas da maneira<br />

como usamos o termo acrisolar. Descreve algo do qual se<br />

eliminou toda liga de impurezas, descreve o adquirir<br />

qualidades superiores ou excelentes, a ideia é de<br />

aperfeiçoar-se, apurar-se. Quando se enfrenta a aflição<br />

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com paciência, o homem emerge da batalha mais forte,<br />

mais puro, melhor e mais perto de Deus.<br />

“A prova” continua Paulo, “produz esperança”. Dois<br />

homens podem enfrentar uma situação igual. Esta pode<br />

levar um ao desespero, e pode acicatar (incitar) o outro<br />

para realizar ações triunfantes. Para um, pode ser o fim da<br />

esperança, para o outro pode ser um desafio de grandeza.<br />

“Eu não gosto das crises”, disse Lord Reith¹, “mas eu gosto<br />

das oportunidades que elas proporcionam”. Agora, a<br />

diferença corresponde à diferença que existe no interior do<br />

homem. Se um homem se deixou converter em um ser<br />

fraco, impotente e frouxo, se tiver deixado que as<br />

circunstâncias o abatam, se se deixou afligir e rebaixar pela<br />

aflição, preparou-se a si mesmo de tal maneira que quando<br />

sobrevém o desafio da crise não pode fazer outra coisa<br />

senão desesperar-se. Se, por outro lado, um homem<br />

insistiu em enfrentar a vida com a fronte erguida, se sempre<br />

a enfrentou e, enfrentando-a, conquistou coisas, então<br />

quando sobrevier o desafio ele o enfrentará com olhos<br />

inflamados de esperança. O caráter que aguentou a prova<br />

sempre emerge com esperança. E logo Paulo faz uma<br />

longa declaração: “A esperança cristã nunca desilude<br />

porque está fundada no amor de Deus”.<br />

(1) John Charles Walsham Reith (20 de julho de 1889 - 16<br />

de junho de 1971) era um executivo de radiodifusão<br />

britânico que estabeleceu a tradição de independente<br />

serviço público de radiodifusão no Reino Unido.<br />

Omar Khayyam¹ (1048 — 1131) escreveu agudamente a<br />

respeito das esperanças humanas: “As esperanças<br />

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humanas em que os homens põem seus corações se<br />

fazem cinzas — ou prosperam, mas dali a pouco, como a<br />

neve sobre a face poeirenta do deserto, brilha uma horinha<br />

ou duas — e vai embora”.<br />

(1) Omar Khayyam poeta, matemático e astrônomo persa<br />

dos séculos XI e XII.<br />

Quando a esperança do homem está posta em Deus não<br />

se pode tornar pó e cinza. Quando a esperança do homem<br />

está posta em Deus não pode ser frustrada. Quando a<br />

esperança do homem está posta no amor de Deus nunca<br />

pode ser uma ilusão, porque Deus nos ama com um amor<br />

eterno, o qual está respaldado por um poder eterno.<br />

(v. 5) “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de<br />

Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo,<br />

que nos foi outorgado”.<br />

(v. 5) “Derramado”, termo grego “ἐκκέχυται – ekkechytai”<br />

que significa despejar, derramar, e no sentido metafórico:<br />

dar ou distribuir amplamente — o amor de Deus é dado<br />

generosamente aos seus filhos. O termo grego para amor<br />

é “ἀγάπη – agapē”: Denota o amor autoconcedido que dá<br />

livremente sem pedir nada em troca e sem considerar o<br />

valor do objeto, “banquetes de amor”. (cf. Jeremias 31:3;<br />

Malaquias 1:2; Romanos 11:28, 29; Oséias 11:4; 2<br />

Coríntios 1:22; Gálatas 4:6; Efésios 1:13, 14). (cf. NOTA).<br />

“Ora, a esperança não confunde. Mesmo se a esperança<br />

se centraliza na futura ação de Deus (8:24, 25), ela tem<br />

uma importante possessão presente – o amor de Deus é<br />

derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que<br />

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nos foi outorgado. A abundância deste amor no coração<br />

dos homens justificados, e o seu alcance, Cristo diz ser a<br />

qualidade distintiva dos cristãos (João 13:34, 35). Este<br />

amor, derramado em nossos corações, com a esperança<br />

que não desaponta, tem o seu exemplo supremo no amor<br />

de Deus por nós (Romanos 5:6 – 8)” – Moody – NOTA.<br />

(v. 6) “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos,<br />

morreu a seu tempo pelos ímpios”.<br />

(v. 6) “Fracos”— literalmente “impotentes” em virtude da<br />

morte espiritual. O adjetivo grego usado para “fracos” é,<br />

“ἀσθενῶν – asthenōn”, expressa algo fraco, frágil e<br />

delicado. E “ímpios” (ἀσεβῶν – asebōn), o termo grego<br />

denota um ser destituído de temor reverente a Deus, um<br />

ímpio que condena a Deus (v. 6) — uma prova de que o<br />

amor de Cristo nunca foi baseado em mérito humano. (cf.<br />

Gálatas 4:4; Romanos 4:25; Efésios 2:8, 9). (cf. NOTA).<br />

“Realmente, quando nós ainda éramos fracos (fraqueza<br />

mortal), (Cristo) morreu a seu tempo pelos ímpios. Raros<br />

são os exemplos de uma pessoa morrendo por um homem<br />

justo. Que alguém possa se aventurar a morrer por um<br />

homem bom, por causa do impacto de sua vida, é muito<br />

plausível. Mas, que Deus demonstra o Seu amor por nós<br />

em Cristo, morrendo por nós enquanto éramos ainda<br />

pecadores, não é apenas espantoso, é simplesmente<br />

incrível. Quatro vezes nesta seção ocorre a preposição<br />

“ὑπὲρ – hyper” (6 – 8). Ela tem um sentido tão amplo que<br />

nenhuma palavra pode transmiti-la. Ela realmente envolve<br />

em uma só unidade as idéias de “em benefício de”, “em<br />

favor de” e “em lugar de”. Se estas idéias forem colocadas<br />

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dentro da palavra “por”, então todo o significado da morte<br />

de Cristo “por” nós começa a despontar” – Moody – NOTA.<br />

O que significa “a seu tempo” de Romanos 5:6? É o mesmo<br />

de “plenitude dos tempos” de Gálatas 4:4? Sim. São termos<br />

sinônimos.<br />

O termo grego “καιρὸν – kairon” usado para “a seu tempo”<br />

significa tempo oportuno, tempo designado, tempo<br />

marcado, tempo devido, tempo definido, tempo propício,<br />

tempo adequado para agir.<br />

O termo grego “χρόνου – chronou/chronos” usado para<br />

“plenitude dos tempos” significa tempo em geral.<br />

“A expressão “plenitude dos tempos”, indica a chegada do<br />

tempo escatológico ou messiânico encerrando um longo<br />

período de séculos de espera da humanidade”. (cf. Gálatas<br />

4:4).<br />

(7 – 8) “Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois<br />

poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas<br />

Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de<br />

ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.<br />

(NOTA¹ – NOTA²).<br />

NOTA¹: “O fato de que Jesus morreu por nós é a prova final<br />

do amor de Deus. Seria muito difícil conseguir que um<br />

homem morresse por um justo. Seria possível persuadir<br />

alguém a morrer por um bom e grande princípio. Alguém<br />

poderia ter tão grande amor que fosse movido a dar sua<br />

vida por um amigo. Mas o maravilhoso de Jesus Cristo é<br />

que morreu por nós quando éramos pecadores, homens<br />

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maus e numa situação de inimizade e de hostilidade com<br />

Deus. O amor não pode ir mais além do que isto”.<br />

NOTA²: “Não foi para salvar homens bons que Cristo<br />

morreu, eram pecadores. Não foi para resgatar amigos de<br />

Deus que morreu Cristo, eram homens que estavam em<br />

inimizade com Deus. E logo Paulo avança mais um passo.<br />

Por meio de Jesus nossa situação com Deus foi mudada.<br />

Pecadores como éramos, fomos postos em uma correta<br />

relação com Deus. Mas isto não é suficiente. Não só<br />

precisa mudar nossa situação, mas também nosso estado.<br />

O pecador salvo não pode continuar sendo pecador, deve<br />

chegar a ser um homem bom. Agora, a morte de Cristo<br />

mudou nossa situação, e a ressurreição de Cristo muda<br />

nosso estado. Ele não está morto, Ele vive, está conosco<br />

sempre, para nos ajudar e nos guiar e nos dirigir, para nos<br />

encher com Seu poder de modo que sejamos capazes de<br />

vencer a tentação, para revestir nossas vidas com algo de<br />

Seu resplendor, se vivermos para sempre em Sua<br />

presença ressuscitada Aleluia! Aquele que mudou nossa<br />

situação com relação a Deus pode também mudar nosso<br />

estado. Começa pondo os pecadores em correta relação<br />

com Deus quando são ainda pecadores, continua, por Sua<br />

graça, fazendo a esses pecadores capazes de renunciar<br />

ao pecado e chegar a ser homens bons”.<br />

A palavra grega usada para “pecador” é: “ἁμαρτωλῶν –<br />

hamartōlōn”, um termo usado pelos arqueiros quando se<br />

erra o alvo, ou quando um viajante sai da estrada e segue<br />

trilhas tortuosas que fazem com que se perca. E não era<br />

essa a nossa realidade? “hamartōlōn” denota alguém<br />

devotado ao pecado por escolha, um transgressor cujos<br />

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pensamentos, palavras e atos são contrários às eternas<br />

leis de Deus (cf. Efésios 2:1 – 3).<br />

(v. 9) “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo Seu<br />

sangue, seremos por ele salvos da ira”.<br />

Mas Paulo rapidamente muda o cenário do nosso anterior<br />

estado de pecadores para o agora. Se Deus nos amava<br />

quando éramos pecadores, se Cristo morreu por nós<br />

então, muito mais agora, tendo sido declarados justificados<br />

por Seu sangue, seremos salvos através dEle (Cristo) da<br />

futura ira de Deus, do “ódio” Santo de Deus. Observe que<br />

a base para a justificação é o sangue de Cristo. Esta futura<br />

salvação é do castigo da ira de Deus, do qual se fala em 2<br />

Tessalonicenses 1:9, “eterna destruição, banidos da face<br />

do Senhor e da glória do Seu poder”. E qual a nossa<br />

certeza? O Amor de Deus!<br />

“Se Deus nos amou uma vez, Ele nos amará para sempre,<br />

Se Jesus uma vez nos fez Seu, Então para sempre Jesus<br />

é nosso” – C. H. Spurgeon.<br />

O termo grego “αἵματι – haimati” (sangue) é usado<br />

especialmente no N.T., para o sangue expiatório de Cristo.<br />

Seu sangue é o agente para purificação, o perdão e a<br />

redenção (cf. 1 João 5:8; Deuteronômio 19:15; João 8:17,<br />

18).<br />

O termo grego para “salvos” é “σωθησόμεθα –<br />

sōthēsometha” que significa salvar, curar, preservar,<br />

manter seguro e ileso, resgatar do perigo ou destruição,<br />

libertar. O seu equivalente é “σωζω/sozo” que significa<br />

salvar da morte física através da cura espiritual perdoando<br />

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o pecado e suas consequências”. “σωζω – sozo” nas<br />

culturas primitivas é traduzido simplesmente por “dar uma<br />

nova vida” e “fazer ter um novo coração”. (cf. Isaías 53:5,<br />

6, 10; Ezequiel 36:26).<br />

(v. 10) “Porque, se nós, quando inimigos, fomos<br />

reconciliados com Deus mediante a morte do Seu Filho,<br />

muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela<br />

Sua vida [...]”.<br />

Os que agora estão justificados, dizem, que foram<br />

reconciliados com Deus, quando inimigos. A base dessa<br />

reconciliação ficou explicitamente declarada – mediante a<br />

morte de Seu Filho. Fomos reconciliados por Sua morte<br />

enquanto ainda éramos inimigos. Sendo isto verdade,<br />

conclui o apóstolo, muito mais verdade é que seremos<br />

salvos pela Sua vida. Em outro lugar, Paulo destaca que<br />

aquele que é ligado ao Senhor é um espírito com Ele (1<br />

Coríntios 6:17), isto é, participa da vida ressurreta e do<br />

poder espiritual de Cristo.<br />

Ele também diz: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se<br />

manifestar, então vós também sereis manifestados com<br />

Ele, em glória” (Colossenses 3:4). Seremos salvos pela<br />

vida de Cristo porque participamos desta vida.<br />

Pertencemos a Cristo. O escritor aos Hebreus destaca que<br />

Cristo vive para interceder por nós (Hebreus 7:25). A vida<br />

intercessora de Cristo na glória tem um desempenho vital<br />

na salvação dos crentes. Mas o contexto aqui parece<br />

destacar a participação dos crentes na morte e vida<br />

ressurreta de Cristo. Os crentes serão salvos,<br />

(futuramente) pela sua presente e futura participação na<br />

vida de Cristo. (cf. NOTA).<br />

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O termo grego usado para “reconciliação” é, “κατηλλάγημεν<br />

– katēllagēmen” que significa mudar, trocar, restabelecer,<br />

restaurar relacionamentos, tornar as coisas certas,<br />

remover uma inimizade. “Katēllagēmen” descreve o<br />

restabelecimento de um relacionamento adequado,<br />

carinhoso, e interpessoal, que foi quebrado ou rompido. (cf.<br />

Efésios 2:3; 2 Coríntios 5:18; Romanos 5:10; Romanos<br />

10:21; Efésios 4:18; Efésios 2:1 – 3).<br />

(v. 11) “[...] e não apenas isto, mas também nos gloriamos<br />

em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de<br />

quem recebemos, agora, a reconciliação”.<br />

Jactar-se ou gloriar-se em Deus, ato esse por meio do qual<br />

o crente afirma sua devoção a Deus, é feito através do<br />

Senhor Jesus Cristo. Através dEle acabamos agora de<br />

receber a reconciliação. Deus é Aquele que age na<br />

reconciliação (2 Coríntios 5:18, 19), e os homens dizem<br />

que são reconciliados (Romanos 5:10; 2 Coríntios 5:20),<br />

isto é, Deus age sobre eles. Assim, os crentes, dizem,<br />

recebem reconciliação. São os recipientes de um<br />

relacionamento de paz e harmonia realizado por Deus.<br />

CONCLUSÃO<br />

Há nomes técnicos para estas coisas. A mudança de nossa<br />

situação é a justificação, isto é, quando começa todo o<br />

processo da salvação. A mudança de nosso estado é a<br />

santificação, isto é, quando o processo de salvação<br />

continua, para não terminar até que o vejamos face a face<br />

e sejamos semelhantes a Ele.<br />

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Aqui há uma coisa que devemos notar. É algo, de<br />

extraordinária importância. Paulo é inteiramente claro em<br />

que o processo total de salvação, a vinda de Cristo, e a<br />

morte de Cristo, é a prova do amor de Deus. Tudo<br />

aconteceu para nos mostrar que Deus nos ama. Tudo<br />

aconteceu porque Deus nos ama. Agora, muitas vezes a<br />

coisa se apresenta como se por um lado houvesse um<br />

Cristo benévolo e amante, e pelo outro um Deus colérico e<br />

vingativo. A coisa é muitas vezes apresentada como se<br />

Cristo fizesse algo que mudou a atitude de Deus para com<br />

os homens, que transformou a Deus de um ser colérico em<br />

um ser benévolo. Nada poderia estar mais longe da<br />

verdade. Todo o processo brota do amor de Deus. Jesus<br />

não veio para mudar a atitude de Deus, veio para mostrar<br />

qual é e sempre foi à atitude de Deus para com os homens.<br />

Ele veio para provar aos homens incontestavelmente que<br />

Deus é amor.<br />

“Justificados pela fé, temos paz com Deus, pois, o justo<br />

viverá pela fé no Filho de Deus, Jesus Cristo”. Amém.<br />

Glorificado Seja Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito<br />

Santo.<br />

80 RAZÕES PORQUE O CRISTÃO NÃO PO<strong>DE</strong><br />

PER<strong>DE</strong>R A SALVAÇÃO<br />

“Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do<br />

mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua<br />

presença” – Efésios 1:4.<br />

Certa vez, Spurgeon disse:<br />

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Uma expiação universal é como uma ponte de grande<br />

largura com somente metade de um arco, ela não cruza o<br />

rio: Chega somente à metade do caminho, ela não pode<br />

assegurar a salvação de ninguém.<br />

Acredito que 80 razões são suficientes para que o crente<br />

tenha segurança convicta na salvação. Apenas uma<br />

promessa de Deus, somente uma, seria suficiente para que<br />

o crente, na Pessoa de Cristo, descansasse e regozija-se<br />

em uma esperança viva, mas com fé, temor e tremor, com<br />

o máximo de fidelidade à sã doutrina. Vejamos, pois:<br />

01) Gênesis 7:16 – Sendo a arca um tipo de Cristo (1 Pedro<br />

3:20, 21; Romanos 6:4), o crente está seguro nEle<br />

(Colossenses 3:3; Apocalipse 3:7).<br />

Fazendo um paralelo de Gênesis 7:16 com João 10:9 onde<br />

Cristo diz ser a porta das ovelhas, podemos de forma<br />

metafórica, assim dizer que a porta da arca também<br />

simbolizava Cristo.<br />

A palavra grega usada para “porta” em João 10:9 é “θύρα<br />

– thyra” que metaforicamente significa porta através da<br />

qual as ovelhas entram e saem, nome daquele que traz<br />

salvação para aqueles que seguem a sua orientação, a<br />

porta do reino do céu (semelhante a um palácio) denota as<br />

condições que devem ser cumpridas a fim de ser recebido<br />

no reino de Deus. Assim podemos afirmar que Jesus está<br />

tipificado na porta da arca, não somente como a “arca” que<br />

nos conduz seguro a salvação, mas a entrada que nos leva<br />

a salvação. Por sua vez, Noé cumpriu as orientações de<br />

Deus para sua própria salvação, e a de seus entes<br />

queridos, assim todos os crentes em Cristo recebeu de<br />

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Deus o dom da salvação em Cristo Jesus, assim tendo<br />

segurança e salvação por meio de Seu sacrifício. (cf.<br />

Efésios 2:8, 9; Atos 16:31); (cf. NOTA).<br />

NOTA: Jesus se referia aos vice-pastores do rebanho ou a<br />

todos os crentes? Favorável ao primeiro ponto de vista está<br />

o fato de que entrar já foi usado em relação ao pastor (v. 1,<br />

2). Além disso, entrar e sair é uma familiar expressão do<br />

A.T., relacionada com a atividade do líder (1 Samuel 18:16;<br />

2 Samuel 3:25). Apesar disso, a largura da linguagem –<br />

alguém – e as palavras será salvo favorecem uma<br />

referência inclusiva. No sentido redentor a palavra salvar<br />

ocorre poucas vezes em João (3:17; 5:34; 12:47). A<br />

liberdade do crente, em contraste com a sua situação no<br />

Judaísmo, parece estar indiretamente sugerida ao entrar e<br />

sair e sua nova satisfação (achará pastagem) era uma bem<br />

recebida mudança da aridez dos ensinamentos aos quais<br />

estivera sujeito.<br />

D. A. Carson define o (v. 9 – 10) da seguinte forma:<br />

Barrett (p. 371 – 373) provê uma lista impressionante de<br />

expressões “porta” nas fontes judaicas, cristãs e<br />

helenísticas. Mas a riqueza da lista derrota seu propósito.<br />

Tudo o que se demonstra é que “porta” é uma metáfora<br />

comum em várias religiões. Que significado ela tem em<br />

qualquer passagem particular deve ser determinado pelos<br />

parâmetros contextuais e conceituais do texto à mão. Aqui,<br />

a idéia não é que o pastor Jesus tira seu próprio rebanho<br />

de um curral bastante misturado (v. 1 – 5), mas que Jesus,<br />

a porta, é o único meio pelo qual as ovelhas podem entrar<br />

na segurança do curral (v.9a) ou na rica forragem do pasto<br />

(v. 9b). O pensamento é semelhante a João 14:6: “Eu sou<br />

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o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não<br />

ser por mim”. Enquanto o ladrão vem apenas para roubar,<br />

matar e destruir, Jesus vem para que tenham vida, e a<br />

tenham plenamente. Essa é uma forma proverbial de<br />

insistir que há somente um meio de receber vida eterna (os<br />

sinóticos podem ter preferido falar sobre entrar no reino,<br />

embora entrar na vida também seja atestado neles);<br />

somente uma fonte de conhecimento de Deus; somente<br />

uma fonte de nutrição espiritual; somente uma base para a<br />

segurança espiritual –, somente Jesus. O mundo ainda<br />

procura seus salvadores humanísticos e políticos – seus<br />

Hideres, Stalins, Maos e Pol Pots — e, só muito tarde, ficase<br />

sabendo que eles confiscaram descaradamente<br />

propriedades privadas (eles vieram “apenas para roubar”),<br />

cruelmente espezinharam a vida humana (eles vieram<br />

“apenas para [...] matar”), e desdenhosamente atacaram<br />

tudo que é valioso (eles vieram “apenas para [...] destruir”).<br />

Jesus tem razão. Não é a doutrina cristã do céu que é o<br />

mito, e sim o sonho humanista de utopia. Dentro do mundo<br />

metafórico, vida [...] plenamente sugere ovelhas gordas,<br />

saciadas e vigorosas, não aterrorizadas por bandidos; fora<br />

do mundo narrativo, ela significa que a vida que os<br />

verdadeiros discípulos de Jesus desfrutam não deve ser<br />

entendida como mais tempo para preencher (meramente<br />

vida “eterna”), mas vida de qualidade dificilmente<br />

imaginada, vida para ser vivida. E tentador ver aqui uma<br />

alusão ao Salmos 118:20: “Esta é a porta do Senhor, pela<br />

qual entram os justos”. Certamente os versículos seguintes<br />

(118:22 – 24) são apropriadamente aplicados a Cristo em<br />

outro lugar no Novo Testamento (Mateus 21:42; 2 Pedro<br />

2:7).<br />

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Concluo afirmando que os justos pela fé (Romanos 1:17)<br />

viveram, entraram pela “porta” Jesus, e se refugiaram na<br />

“arca” Jesus, imputados em sua santa justiça consumada<br />

no Calvário.<br />

02) Efésios 4:30 – O crente está selado no Espirito Santo<br />

(Efésios 1:13; 2 Timóteo 2:19), e este selo é inviolável e<br />

irrevogável (Ester 8:8; Daniel 6:12).<br />

O termo grego para “fostes selados” é “ἐσφραγίσθητε –<br />

esphragisthēte” que exprimi a ideia de colocar um selo,<br />

marcar com um selo, selar por segurança: de Satanás. A<br />

fim de provar, confirmar, ou atestar algo, autenticar, provar<br />

o testemunho de alguém: provar que ele é quem diz ser,<br />

ou seja, confirmar o testemunho de um crente na pessoa<br />

de Cristo, autenticar a salvação por meio de Jesus Cristo,<br />

assegurando com uma marca (um selo) que todos os<br />

crentes em Cristo estão livres das acusações de Satanás<br />

para o Dia da redenção.<br />

A palavra usada para redenção no grego é<br />

“ἀπολυτρώσεως – apolytrōseōs” que significa uma<br />

libertação efetuada pelo pagamento de resgate, liberação<br />

obtida pelo pagamento de um resgate.<br />

Os crentes serão libertados definitivamente do poder do<br />

pecado e da morte, e terão suas entradas liberadas no<br />

Reino dos céus pelo sacrifício de Jesus na Cruz no<br />

Calvário. (cf. NOTA).<br />

NOTA: E não entristeçais o Espírito de Deus. Aquilo que<br />

entristece o Espírito Santo é pecado. O remédio é a<br />

confissão (cf. 1 João 1:9). Embora o Espírito Santo possa<br />

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ser entristecido, Ele jamais abandona o crente. Ele é o<br />

nosso selo. Fomos selados por Ele para o dia da redenção<br />

(cons. Efésios 1:13). Ele é a garantia de que a nossa<br />

redenção será completada.<br />

03) 2 Coríntios 1:22 – O crente tem o penhor do Espirito<br />

Santo como garantia segura e inabalável (2 Coríntios 5:5).<br />

A palavra grega usada para “penhor” é “ἀρραβῶνα –<br />

arrabōna” que descreve o Espírito Santo como o penhor de<br />

nossas alegrias futuras e contentamento no céu. O Espírito<br />

Santo nos dá um antegozo ou garantia das coisas que<br />

acontecerão.<br />

04) Gálatas 3:15 – Deus fez com o crente, na pessoa de<br />

Abraão (Gálatas 3:29), uma aliança irrevogável.<br />

A palavra grega usada para testamento é “διαθήκην –<br />

diathēkēn” onde aparece também em Hebreus 9:16 para<br />

identificar um testamento, ou vontade que não tem<br />

autoridade legal até a morte da pessoa que o fez, conforme<br />

ilustrado pela ratificação do primeiro testamento do Sinai<br />

(cf. Êxodo 24:5 – 8). Da mesma maneira, a morte de Cristo<br />

foi necessária para o estabelecimento do Novo<br />

Testamento. (cf. NOTA).<br />

NOTA: (v. 15) Falo como homem. Esta é uma expressão<br />

técnica, uma espécie de pedido de desculpas. A<br />

imutabilidade dos arranjos divinos estaria além de qualquer<br />

debate, mas Paulo acha que é necessário discutir o<br />

assunto para tomar inteiramente compreensível aos seus<br />

leitores. Mesmo nos arranjos humanos, uma vez<br />

confirmados, uma parte do convênio não pode, por si<br />

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mesmo, deixá-lo de lado como se não mais vigorasse, nem<br />

pode lhe acrescentar algo como nos testamentos. (v. 26 –<br />

29) Todos, tanto os gentios como os judeus são bem<br />

recebidos na família de Deus mediante a fé. E assim eles<br />

alcançam sua posição em Cristo Jesus. Batizados em<br />

Cristo. O batismo nas águas leva uma pessoa a desfrutar<br />

da comunhão da Igreja, mas por trás desse feito jaz um<br />

aspecto mais significativo do batismo – ser separado pelo<br />

Espírito para viver em união com Cristo e o Seu corpo (1<br />

Coríntios 12:13). De Cristo vos revestistes. O Senhor Jesus<br />

se torna o segredo e a esfera da nova vida que é<br />

participada com outros crentes. Sois um em Cristo Jesus.<br />

Filiação com Deus envolve fraternidade em Cristo. Surge<br />

um novo homem nele (Efésios 2:15). As costumeiras<br />

distinções e divisões da vida desaparecem neste<br />

relacionamento. Estar em Cristo Jesus, pertencendo-Lhe,<br />

faz-nos parte dos descendentes de Abraão, uma vez que<br />

Cristo é essa descendência, conforme já ficou declarado<br />

em Gálatas 3:16, 19. Filiação faz do crente também um<br />

herdeiro (Romanos 8:17).<br />

A palavra pacto, concerto, aliança muitas vezes usado nas<br />

Escrituras pela palavra בְׁ‏ רִ‏ יתִ‏ ִ֣ י“‏ – b ê riyth” (Testamentum).<br />

Porque a palavra aliança é utilizada para designar a<br />

relação estreita que Deus entrou pela primeira vez com<br />

Noé (Gênesis 6:18; 9:9). Depois com Abraão, Isaque e<br />

Jacó, e sua posteridade (Levítico 26:42). Mas, sobretudo<br />

com Abraão (Gênesis 15 e Gênesis 17), e depois por meio<br />

de Moisés com o povo de Israel (Êxodo 24; Deuteronômio<br />

5:2; 29:1). Com esta última aliança os israelitas são<br />

obrigados a obedecer à vontade de Deus expressa e<br />

solenemente promulgada na Lei mosaica, e Ele (Deus) o<br />

Todo-poderoso, lhes promete a sua proteção e bênçãos de<br />

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todos os tipos neste mundo, mas ameaça transgressores<br />

com as punições mais severas.<br />

Assim, no Novo Testamento encontramos menção de “αἱ<br />

‏,לּוחות הַ‏ בְׁ‏ רִ‏ ית)‏ pacto” πλάκες τῆς διαθήκης – As placas do<br />

Deuteronômio 9:9, 15), as tábuas da lei, em que os deveres<br />

do pacto foram inscritos (Êxodo 20); “κιβωτός τῆς διαθήκης<br />

– Arca da Aliança” רון הַ‏ בְׁ‏ רִ‏ ית)‏ ‏,אֲ‏ Deuteronômio ;10:8<br />

Deuteronômio 31:9; Josué 3:6), a arca da aliança ou lei, em<br />

que essas tabelas foram depositados, Hebreus 9:4;<br />

Apocalipse 11:19; “διαθήκη περιτομῆς – aliança da<br />

circuncisão”, a aliança da circuncisão, fez com Abraão,<br />

cujo sinal e selo era a circuncisão (Gênesis 17:10; Atos<br />

7:8); de “τό αἷμα τῆς διαθήκης – o sangue da aliança”, o<br />

sangue das vítimas, pelo derramamento e aspersão do<br />

qual o pacto Mosaico foi ratificado (Hebreus 9:20; Êxodo<br />

24:8), de “αἱ διαθῆκαι – os pactos, os acordos, os<br />

testamentos, os convênios” um feito com Abraão, o outro<br />

por meio de Moisés com os israelitas (Romanos 9:4).<br />

“αἱ διαθῆκαι τῆς ἐπαγγελίας – as promessas” as obrigações<br />

às quais a promessa de salvação através do Messias foi<br />

anexada (Efésios 2:12). “συνθηκαι ἀγαθῶν ὑποσχέσεων”<br />

para a salvação cristã é o cumprimento das promessas<br />

divinas, anexo a esses convênios, especialmente a que fez<br />

com Abraão (Lucas 1:72; Atos 3:25; Romanos 11:27;<br />

Gálatas 3:17) onde “διαθήκη” é de Deus arranjo, ou seja, a<br />

promessa feita a Abraão. Como o novo e muito mais<br />

excelente vínculo de amizade que Deus no tempo do<br />

Messias entraria em com o povo de Israel é chamado<br />

Testamento” “καινή διαθήκη – Novo – ‏”בְׁ‏ רִ‏ ית חֲ‏ דָ‏ שָ‏ ה“‏<br />

(Jeremias 31:31) – Que promessa divina Cristo fez<br />

(Hebreus 8:8 – 10; Hebreus 10:16) – que encontramos nos<br />

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N.T dois pactos distintas faladas “δύο διαθῆκαι – Dois<br />

concertos” (Gálatas 4:24; Hebreus 9:15, 18, cf. 8:9) o último<br />

é contrastada, como “καινή διαθήκη – Novo Testamento”<br />

(Mateus 26:28; Marcos 14:24; 1 Coríntios 11:25; 2<br />

Coríntios 3:6; Hebreus 8:8). “κρείττων διαθήκη – Concerto<br />

mais útil, mais vantajoso, mais aproveitável”, Hebreus 7:22;<br />

“αἰώνιος διαθήκη”, Hebreus 13:20; e Cristo é chamado<br />

“κρείττονος – mais útil, mais vantajoso, mais aproveitável”<br />

ou “νέας διαθήκης μεσίτης – Um novo mediador” (Hebreus<br />

8:6; 9:15). Esta nova aliança liga os homens a exercer fé<br />

em Cristo, e Deus lhes promete graça e salvação eterna.<br />

Este pacto Cristo estabeleceu e ratificou (validou ou<br />

reafirmou algo que foi dito ou prometido) por sofrer morte,<br />

e morte de Cruz, portanto, as frases “τό αἷμα τῆς καινῆς<br />

διαθήκης – O sangue do Novo Testamento” – “τό αἷμα τῆς<br />

διαθήκης – O sangue da aliança” (Hebreus 10:29) – e “τό<br />

αἷμα μου τῆς διαθήκης – O meu sangue da aliança, ou meu<br />

sangue pelo derramamento de que a aliança é<br />

estabelecida é a segurança do crente na pessoa e<br />

sacrifício de Jesus Cristo. O crente está no “melhor<br />

concerto”, pois é um Testamento Novo, definitivo e eterno<br />

onde o testador, morreu e ressuscitou para cumprir a Lei e<br />

a promessa já antes estabelecida (Mateus 26:28; Marcos<br />

14:24).<br />

05) 1 Coríntios 11:25 – Deus fez com o crente, na pessoa<br />

de Abraão, uma aliança incondicional, selada com sangue<br />

(Jeremias 34:18, 19; Gênesis 15:12 – 21), e não com<br />

sapato (Rute 4:7, 8) ou com sal (Números 18:19; Levítico<br />

2:13).<br />

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06) Gênesis 17:7 – 10 – Deus fez com o crente, na pessoa<br />

de Abraão, uma aliança unilateral (o rompimento da aliança<br />

só seria possível se Deus morresse).<br />

07) Jeremias 31:31 – 33 – Mediante a nova aliança (com<br />

sangue), o temor do Senhor é insuflado no coração do<br />

crente (Jeremias 32:39, 40) para que não se aparte de<br />

Deus (Hebreus 3:12; 8:8 – 13; Ezequiel 36:26, 27).<br />

08) Salmos 12:7 – O crente é guardado por Deus, do mal<br />

que há no mundo.<br />

09) Salmos 17:8 – O crente é guardado por Deus como a<br />

menina dos Seus olhos.<br />

10) Salmos 25:20 – A alma do crente é guardada por Deus<br />

(Salmos 97:10).<br />

11) Salmos 37:28 – O crente é preservado para sempre.<br />

12) Salmos 121:5 – 8 – O Senhor guarda o crente, guarda<br />

a sua alma de todo o mal; guarda a sua saída, guarda a<br />

sua entrada, e o guarda para sempre.<br />

13) Salmos 145:20 – O Senhor guarda os crentes que O<br />

amam.<br />

14) Jeremias 31:3 – O amor de Deus para com o crente é<br />

eterno.<br />

15) Jó 5:19 – O crente é guardado do mal (Salmos 91: João<br />

17:9 – 26).<br />

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16) 1 João 5:18 – O crente é guardado do maligno (2<br />

Tessalonicenses 3:3; Jeremias 31:11).<br />

“Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não está<br />

no pecado; aquele que nasceu de Deus o protege, e o<br />

Maligno não o atinge”.<br />

O termo grego para “[o] protege” é “τηρεω – tereo” que<br />

expressa cuidado atento e sugere posse presente, indica<br />

custódia segura e frequentemente implica em ataque de<br />

fora [do Diabo], pode marcar o resultado do qual “φυλασσω<br />

– phulasso” que significa guardar de ser perdido ou de<br />

perecer, cuidar para não escapar, guardar uma pessoa<br />

para que permaneça segura, é o meio. A palavra grega que<br />

descreve “[não o] atinge” é “ἅπτεται – haptetai” que denota<br />

a ideia de tocar, assaltar ou atacar alguém, e dessa<br />

investida do Diabo o crente está seguro por Deus, em<br />

Jesus Cristo. (cf. NOTA).<br />

NOTA: (v. 18) “Sabemos”. Com conhecimento certo e<br />

positivo. Não vive em pecado. Tempo presente, pecado<br />

habitual. “O poder da intercessão para vencer as<br />

consequências do pecado poderiam parecer um<br />

encorajamento para uma certa indiferença ao pecado”<br />

(Westcott; p. 193). “A condição da filiação divina é<br />

incompatível, não simplesmente com o pecado para morte,<br />

mas com o pecado de qualquer aspecto” (Plummer; p.<br />

125). “Toca, atinge, ou detenha”. Aparece em João só em<br />

João 20:17, e não significa um simples toque superficial,<br />

mas um agarramento. Satanás não pode agarrar e manter<br />

preso aquele que é nascido de Deus.<br />

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Em 2 Tessalonicenses 3:3 em uma afirmativa diz que o<br />

“Senhor é fiel, que confortará e guardará (o crente) do<br />

maligno”. (cf. O tópico – Satanás sabe quem são os<br />

eleitos de Deus?).<br />

A palavra grega para “guardará” é “φυλάξει – phylaxei” que<br />

significa guardar ou vigiar, manter o olhar sobre: para que<br />

não escape, guardar de ser raptado, preservar seguro e<br />

sem distúrbio, guardar de ser perdido ou de perecer. Por<br />

isso a afirmação de Mateus em dizer “Pois se levantarão<br />

falsos cristos e falsos profetas e apresentarão grandes<br />

milagres e prodígios para, se possível, iludir até mesmo os<br />

eleitos”. Se possível, por que não há possibilidade de um<br />

eleito ser iludido, engando pelos mensageiros de Satanás.<br />

(cf. 2 Tessalonicenses 2:9 – 11; Apocalipse 13:13, 14; 2<br />

Timóteo 2:19).<br />

As palavras gregas “φυλάξει – phylaxei” e “τηρεω – tereo”<br />

expressam o mesmo significado, são termos sinônimos.<br />

17) Judas 24 – O crente é guardado para não tropeçar (1<br />

Samuel 2:9; Isaías 63:13).<br />

“Àquele que é poderoso (Deus) para impedi-los de cair e<br />

para apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com<br />

grande alegria” – Judas 1:24.<br />

O termo “para impedi-los – ou seja, manter seguro de<br />

tropeçar” no grego é descrito pela mesma palavra usada<br />

em 2 Tessalonicenses 3:3 e 1 João 5:18 “φυλάξει –<br />

phylaxei”. A ação de preservar o crente é direta, sendo a<br />

proteção o criador, salvador e consolador (Trindade). (cf.<br />

NOTA).<br />

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NOTA: Uma das maiores e mais sublimes bênçãos do N.T.,<br />

é esta que se encontra no final desta curta epístola. Duas<br />

outras bênçãos paulinas comparáveis são a de Romanos<br />

16:25 e 1 Timóteo 6:14 – 16. Vital a todas as exortações<br />

feitas aos crentes é o lembrete dos recursos infinitos do<br />

próprio Deus, único que tem competência para nos guardar<br />

de tropeçarmos nesta vida e atraí-los a Ele próprio no<br />

último dia. Ele aperfeiçoará a obra da santificação para que<br />

os crentes sejam irrepreensíveis, ou imaculados.<br />

18) João 11:9 – A fé do crente não lhe permite tropeçar<br />

(Romanos 9:31 – 33).<br />

19) Provérbios 10:25 – O crente tem perpétuo fundamento<br />

(2 Timóteo 2:19; 1 Coríntios 3:11).<br />

“Passada a tempestade, o ímpio já não existe, mas o justo<br />

permanece firme para sempre” – Provérbios 10:25.<br />

20) 1 Pedro 1:5 – O crente é guardado pela fé no poder de<br />

Deus.<br />

21) Hebreus 12:2 – Jesus é o Autor da fé, e por isso, o<br />

crente não pode perdê-la (Filipenses 1:29; 1 Coríntios 3:5;<br />

Atos 18:27; Gálatas 5:22; 2 Tessalonicenses 3:2).<br />

22) Romanos 16:25 – O crente é guardado pelo poder de<br />

Deus (2 Timóteo 1:12; Judas 24). (cf. NOTA).<br />

NOTA: Desta maneira a carta aos romanos chega a um<br />

final com doxologia, que é também um resumo do<br />

evangelho. Aqui ressoam as notas do evangelho que Paulo<br />

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pregou e amou. (1) É um evangelho que faz os homens<br />

capazes de manter-se firmes. Deus disse a Ezequiel: “Filho<br />

do homem, põe-te em pé, e falarei contigo” (Ezequiel 2:1).<br />

O Evangelho é aquele poder que faz os homens capazes<br />

de erguer-se solidamente contra os embates do mundo e<br />

os assaltos da tentação.<br />

A doxologia centraliza-se na capacidade ou poder de Deus<br />

de fortalecer os eleitos. O fortalecimento divino é segundo<br />

o evangelho de Paulo e a pregação de Jesus Cristo.<br />

Essa pregação tem sido levada avante conforme a<br />

revelação do mistério ou segredo. Três coisas são<br />

declaradas sobre o mistério ou segredo: (1) guardado em<br />

silêncio nos tempos eternos, ou há muito tempo atrás (v.<br />

25). (2) agora se tornou manifesto, e foi dado a conhecer<br />

por meio das Escrituras proféticas (isto é, o A.T.), segundo<br />

o mandamento do Deus eterno (v. 26). (3) para a<br />

obediência por fé, entre todas as nações (v. 26).<br />

23) Hebreus 6:17 – A salvação do crente se fundamenta<br />

em duas coisas imutáveis: a) a promessa (Josué 21:45;<br />

Atos 13:32; 2 Coríntios 1:20; Efésios 3:6; Hebreus 9:14, 15;<br />

10:23; 1 João 2:25); b) o juramento (Hebreus 6:16). Só a<br />

promessa, sem o juramento já era em si mesma suficiente,<br />

mas Deus querendo mostrar a imutabilidade daquilo que<br />

Ele decretou, foi além da promessa, fazendo juramento. E<br />

Deus foi ainda mais além quando jurou pelo Seu próprio<br />

nome, porque não havia outro nome superior ao Seu<br />

(Hebreus 6:13, 16; Jeremias 44:26; Números 23:19).<br />

24) Salmos 37:32, 33 – O crente jamais será condenado<br />

(Salmos 89:30 – 35; 1 Coríntios 11:32).<br />

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“O ímpio fica à espreita do justo, querendo matá-lo; mas o<br />

Senhor não o deixará cair em suas mãos, nem permitirá<br />

que o condenem quando julgado” – Salmos 37:32, 33.<br />

25) Salmos 37:23, 24 – Se o crente cair, não ficará<br />

prostrado (Salmos 145:14; Provérbios 24:16; Jó 4:4;<br />

Romanos 14:4; Miquéias 7:8).<br />

26) Salmos 121:3 – O crente pode se desviar<br />

temporariamente da “graça” [pecar] (Gálatas 5:4), mas<br />

jamais cairá definitivamente da graça [apostatando]<br />

(Salmos 17:5; 66:9).<br />

“Meus passos seguem firmes nas tuas veredas, os meus<br />

pés não escorregaram” – Salmos 17:5.<br />

27) Isaías 46:3, 4 – O crente é conduzido por Deus até o<br />

fim (Salmos 121:8).<br />

28) 1 Coríntios 10:13 – A tentação não pode condenar o<br />

crente (Romanos 6:14, 18; 2 Pedro 2:9). (cf. NOTA).<br />

NOTA: (v. 13) Não vos sobreveio tentação que não fosse<br />

humana. Quem quiser pode contentar-se com suas<br />

interpretações pessoais. Quanto a mim, penso que isto foi<br />

escrito para encorajar os coríntios, para que, após ouvirem<br />

acerca desses terríveis exemplos da ira divina,<br />

mencionados por Paulo, não ficassem perturbados, nem<br />

assombrados, nem sucumbidos. Consequentemente, a fim<br />

de que sua exortação tivesse algum efeito, ele acrescenta<br />

que há oportunidade para arrependimento. Ele poderia ter<br />

posto nestes termos: “Não há necessidade de desespero,<br />

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e eu mesmo não tive a intenção de deixar-vos<br />

desanimados. Naturalmente, o que vos sobreveio não vai<br />

além do que usualmente sucede aos homens”. Outros são<br />

mais inclinados a crer que aqui ele está recriminando a<br />

pusilanimidade dos coríntios em ceder quando uma<br />

tentação leve os atingia; e não há dúvida de que o termo<br />

“humanus”, traduzido por humana, às vezes significa<br />

moderado. Portanto, o significado, segundo eles. É o<br />

seguinte: “É correto que vos deixeis sucumbir diante de<br />

uma leve tentação?”. Visto, porém, ser mais adequado ao<br />

contexto olharmos este versículo em termos de<br />

consolação, então sinto-me mais inclinado a adotar este<br />

ponto de vista.<br />

Deus, porém, é fiel. Assim como lhes disse que tivessem<br />

bom ânimo com relação ao passado, com o fim de movêlos<br />

ao arrependimento, também os encoraja com uma<br />

esperança definida para o futuro, pois Deus não permitirá<br />

que fossem tentados além de suas forças. Contudo os<br />

adverte a que atentassem bem para o Senhor, porque, se<br />

pusermos nosso coração em nossos próprios recursos, a<br />

tentação, não importa quão suave seja, levará a melhor<br />

sobre nós e nos subjugará. Ele denomina o Senhor de fiel.<br />

Sua intenção vai além da idéia de Deus ser verdadeiro em<br />

suas promessas. Ele poderia ter posto nestes termos: “O<br />

Senhor é o Protetor comprovado de seu povo, e em sua<br />

proteção estais seguros, porque jamais deixa os seus<br />

entregues a sua própria sorte. Por isso, tendo-vos uma vez<br />

tomado sob sua fidedignidade pessoal [in suam fidem], não<br />

tendes necessidade alguma de temer, desde que<br />

dependais inteiramente dele. Pois indubitavelmente estaria<br />

procedendo falsamente em relação a vós caso viesse a<br />

revogar seu apoio no momento em que necessitássemos<br />

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dele; ou, ao nos ver lutando em meio às fraquezas,<br />

arqueados sob pesado fardo, permitisse se prolongassem<br />

nossas lutas (tentações) por tempo indefinido.<br />

29) João 4:14 – O crente jamais terá sede (Lucas 16:24).<br />

(cf. NOTA).<br />

NOTA: A água do poço tinha de ser consumida<br />

ininterruptamente, mas a água que Cristo fornece satisfaz<br />

de modo que a pessoa nunca mais terá sede. É assim que<br />

a vida eterna refrigera. Pode-se estabelecer um paralelo<br />

com os repetidos sacrifícios da antiga aliança e o sacrifício<br />

do Cordeiro de Deus oferecido uma vez para sempre.<br />

Ainda não compreendendo, mas já receptiva, a mulher<br />

pediu essa água, para que a sua vida ficasse mais fácil<br />

(4:15).<br />

30) João 5:24 – O crente já passou da morte para a vida.<br />

Esse versículo, introduzido pela fórmula solene: Eu lhes<br />

asseguro, desenvolve um tema introduzido nos versículos<br />

precedentes. O Filho. João nos disse, “dá vida a quem Ele<br />

quer” (v. 21). Agora, apresenta-se quem são essas<br />

pessoas em outros termos: Quem ouve a minha palavra e<br />

crê naquele que me enviou (a construção grega apresenta<br />

uma descrição singular e coordenada) tem a vida eterna e<br />

não será condenado. O Filho curou o inválido junto ao<br />

tanque de Betesda com Sua palavra, e Sua palavra é<br />

também que traz vida eterna (cf. 6:63, 68) e purificação<br />

(15:3), ou julgamento (12:47). Aquele que pertence a Deus<br />

ouve o que Deus diz (8:47). Ouvir a palavra de Jesus é<br />

idêntico a ouvir a palavra de Deus, já que o Filho fala<br />

somente o que o Pai lhe concede dizer. Ouvir, nesse<br />

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contexto, como acontece com frequência em outras<br />

passagens, inclui crença e obediência. A crença é<br />

declarada, e seu objeto é aquele que enviou Jesus – não<br />

porque seria inapropriado especificar Jesus como o objeto<br />

de fé (3:16; 14:1), mas porque o contexto imediato está<br />

preocupado em mostrar como o Filho, em tudo que Ele diz<br />

e faz, media o Pai para nós. Como as palavras e os feitos<br />

do Filho são as palavras e os feitos do Pai, então a fé<br />

colocada no Filho é colocada no Pai que o enviou. Aquele<br />

que ouve e crê dessa forma tem a vida eterna e não será<br />

condenado (“κέκριται – kekritai” –, aqui significando<br />

“julgado desfavoravelmente”, como em 3:18 “κρινω –<br />

krino”). A idéia é praticamente indistinguível do<br />

componente negativo da doutrina da justificação de Paulo:<br />

o crente não vai ao julgamento final, mas deixa a corte já<br />

absolvido. Nem é necessário para o crente esperar até o<br />

último dia para experimentar um pouco da vida da<br />

ressurreição: o crente tem a vida eterna e passou da morte<br />

para a vida (cf. Colossenses 1:13). Essa é talvez a mais<br />

forte afirmação no quarto evangelho da escatologia<br />

inaugurada. Todavia, isso não significa que o evangelista<br />

adotou o erro de Himeneu e Fileto (2 Timóteo 2:17, 18),<br />

que afirmavam que a ressurreição já havia acontecido. Os<br />

versículos seguintes (especialmente v. 28, 29)<br />

demonstram que João ainda antecipa uma ressurreição<br />

final. Mas a ênfase sobre a escatologia realizada é<br />

tipicamente joanina.<br />

31) Romanos 6:8, 9 – O crente já morreu com Cristo (2<br />

Timóteo 2:11).<br />

32) 1 Pedro 1:3, 4 – O crente foi regenerado para uma viva<br />

esperança.<br />

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33) 1 Pedro 1:23 – O crente foi regenerado pela Palavra de<br />

Deus.<br />

34) 1 João 3:9 – O crente foi regenerado pelo Espirito<br />

Santo (João 3:5; Tito 3:5).<br />

35) João 6:37 – 40 – O crente jamais será lançado fora.<br />

36) João 6:47 – O crente já possui a vida eterna (1 João<br />

5:11 – 13; 1 Timóteo 6:12).<br />

37) João 10:28 – O crente não pode ser arrancado da mão<br />

do Filho.<br />

Cristo oferecia a vida eterna como um presente (10:28). Ao<br />

dizer que jamais perecerão se pertencessem ao seu<br />

rebanho, Jesus usou a mais forte expressão conhecida na<br />

língua. Essa certeza era possível porque a vida oferecida<br />

fundamentava-se no Seu dom (Romanos 11:29) e não em<br />

consecuções (execuções, conquistas, realizações,<br />

obtenção ou conseguimentos) humanas. Suas ovelhas<br />

também estavam a salvo de influências estranhas –<br />

ninguém as arrebatará da minha mão. As ovelhas<br />

pertenciam a Cristo porque eram presentes do Pai para Ele<br />

(10:29). Naturalmente o Pai tinha interesse na sua<br />

preservação. Considerando que Ele é supremo – maior do<br />

que tudo – não se pode imaginar que algum poder seja<br />

capaz de arrancá-las de Sua protetora mão (Romanos<br />

8:38, 39). A conclusão do assunto é que nenhuma<br />

separação pode ser feita entre o Pai e o Filho. Eles são<br />

mais do que colaboradores, são um na essência (a palavra<br />

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um não está no masculino – um indivíduo – mas no neutro,<br />

um ser).<br />

38) João 10:29 – O crente não pode ser arrancado da mão<br />

do Pai.<br />

39) Lucas 15:3 – 10 – Há alegria no céu por um pecador<br />

(ovelha perdida resgatada pelo poder de Jesus, transmitido<br />

pelo Evangelho) que se arrepende.<br />

40) João 10:27 – O crente é conhecido do Senhor (João<br />

10:14; 2 Timóteo 2:19; 1 Coríntios 8:3; Gálatas 4:9; Mateus<br />

7:21 – 23).<br />

O que então poderia explicar a obtusidade (a<br />

insensibilidade e a estupidez) de tantos ouvintes? E que<br />

eles não pertencem às ovelhas de Jesus. Não é só que<br />

suas próprias ovelhas ouçam a sua voz, que Ele as<br />

conheça e que elas o sigam (afirmações dos v. 1 – 18 e<br />

repetidas aqui), mas que aqueles que não são suas<br />

ovelhas não ouvem sua voz, que Ele não as conhece, e<br />

que, portanto, eles não o seguem. Nem Jesus nem João<br />

querem reduzir a responsabilidade moral dos oponentes de<br />

forma alguma. O fato de não serem ovelhas de Jesus não<br />

os desculpa, isso os condena. A afirmação de<br />

predestinacionismo (Eleição e Predestinação –<br />

Calvinismo) garante que mesmo sua incredulidade<br />

massiva não é uma surpresa, ela deve ser esperada, e cai<br />

sob a cobertura da soberania de Deus (6:44; 12:37). Deus<br />

salvará os que diante mão predestinou para salvação, os<br />

eleitos. (cf. Efésios 1:4 – 23).<br />

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41) Mateus 28:20 – Jesus está com o crente todos os dias<br />

até o fim dos séculos.<br />

42) Romanos 8:1 – Nenhuma condenação há para o crente<br />

(Romanos 8:33, 34).<br />

“Agora, pois”, retrocede ao último versículo de (7:25). Uma<br />

vez que a libertação vem por meio de Jesus Cristo não<br />

existe nenhuma condenação (que envolva castigo ou<br />

destino eterno) há para os que estão em Cristo Jesus.<br />

Aqueles que estão em Cristo não são condenados, porque<br />

Cristo foi condenado em lugar deles. Não haverá nenhum<br />

castigo para eles, porque Cristo levou esse castigo.<br />

Através de todo este capítulo duas palavras se repetem e<br />

ocorrem várias vezes. Estas duas palavras são carne<br />

(sarx) e espírito (pneuma). Não entenderemos a passagem<br />

a menos que compreendamos o modo em que Paulo usa<br />

estas palavras.<br />

(1) Em primeiro lugar, tomemos a palavra sarx.<br />

Literalmente significa carne, e a mais superficial leitura das<br />

cartas de Paulo mostrará quão frequentemente usa o<br />

termo, e como o usa em um sentido que lhe é totalmente<br />

próprio. Em termos gerais, usa-a de três maneiras<br />

diferentes:<br />

(a) Usa-a em sentido totalmente literal. Fala de circuncisão<br />

na carne (Romanos 2:28). Isto significa simplesmente a<br />

circuncisão corporal.<br />

(b) Várias vezes usa a frase kata sarka, que significa<br />

literalmente segundo a carne. Mais frequentemente esta<br />

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frase significa olhar as coisas de um ponto de vista<br />

humano. Por exemplo, Paulo diz que Abraão é nosso<br />

antecessor kata sarka, segundo a carne, que é do ponto de<br />

vista humano. Diz que Jesus é filho de Davi kata sarka,<br />

segundo a carne (Romanos 1:3). Quer dizer, pelo lado<br />

humano de sua ascendência Jesus é filho de Davi. Fala<br />

dos judeus como seus parentes kata sarka (Romanos 9:3).<br />

Isto quer dizer, falando de relações humanas e em termos<br />

humanos, os judeus são parentes de Paulo. Quando Paulo<br />

usa a frase kata sarka, indica sempre que está<br />

considerando as coisas do ponto de vista humano.<br />

(c) Mas Paulo tem um uso do termo sarx que lhe é<br />

totalmente próprio. Quando está falando dos cristãos, fala<br />

dos dias em que estava na carne (em sarki) (Romanos 7:5).<br />

Fala daqueles que andam segundo a carne em oposição<br />

àqueles que vivem a vida cristã (Romanos 8:4, 5). Diz que<br />

aqueles que vivem segundo a carne não podem agradar a<br />

Deus (Romanos 8:8). Diz que o ocupar-se da carne é<br />

morte, e que esta é hostil a Deus (Romanos 8:6 – 8). Fala<br />

a respeito de viver segundo a carne (Romanos 8:12). Diz a<br />

seus amigos cristãos: “Vós não viveis segundo a carne”<br />

(Romanos 8:9, Reina–Valera 1995). Agora, é evidente,<br />

especialmente no último exemplo, que Paulo não está<br />

usando o termo carne simplesmente no sentido do corpo,<br />

como nós dizemos carne e sangue. Como o usa então?<br />

Quando Paulo usa o termo carne desta maneira se refere<br />

realmente à natureza humana em toda sua fraqueza, sua<br />

impotência e seu desamparo. Refere-se à natureza<br />

humana em sua vulnerabilidade ao pecado e à tentação.<br />

Refere-se àquela parte do homem que dá ao pecado sua<br />

oportunidade e sua cabeça de ponte. Ele se refere à<br />

natureza humana pecaminosa sem Cristo e sem Deus.<br />

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Significa todas as coisas que atam o homem ao mundo em<br />

lugar de a Deus. Viver segundo a carne é viver uma vida<br />

mundana, viver uma vida dominada pelos ditados e<br />

desejos da pecaminosa natureza humana em lugar de uma<br />

vida dominada pelos ditados de Deus e seu amor. A carne<br />

é o lado mais baixo da natureza do homem. Deve-se notar<br />

cuidadosamente que quando Paulo pensa a respeito do<br />

tipo de vida que vive um homem dominado pela carne,<br />

sarx, não está de maneira nenhuma pensando<br />

exclusivamente em pecados sexuais e corporais. Não está<br />

pensando absolutamente no que chamamos pecados<br />

carnais. Quando dá uma lista das obras da carne, em<br />

Gálatas 5:19 – 21, inclui os pecados sexuais e corporais;<br />

mas também inclui idolatria, ciúmes, iras, lutas, heresias,<br />

invejas, homicídios. A carne para Paulo não era algo físico;<br />

era algo espiritual. A carne era a natureza humana com<br />

todo seu pecado e fraqueza, e impotência e frustração; a<br />

carne é tudo o que o homem é sem Deus e sem Cristo.<br />

(2) Vem à palavra Espírito. Só neste capítulo a palavra<br />

Espírito aparece não menos de trinta vezes. Agora, a<br />

palavra Espírito tem um pano de fundo bem definido no<br />

Antigo Testamento. Em hebraico o termo é ruach, e contém<br />

duas idéias básicas. (a) Ruach não somente quer dizer<br />

Espírito; também quer dizer vento. Leva sempre implícita a<br />

idéia de poder, poder como o de um poderoso vento<br />

impetuoso.<br />

(a) Ruach, no Antigo Testamento, sempre expressa a idéia<br />

de algo que é mais que humano, algo que não é do homem<br />

e não está ao alcance do homem. Para Paulo, Espírito<br />

representava um poder divino. Assim Paulo diz nesta<br />

passagem que houve um tempo em que o cristão, antes de<br />

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ser cristão, estava à mercê de sua própria natureza<br />

humana pecaminosa. Nesse estado a Lei tinha chegado a<br />

ser simplesmente algo que o movia a pecar, e nesse<br />

estado ia de mal a pior, derrotado e frustrado. Mas, quando<br />

chegou a ser cristão, entrou em sua vida o impetuoso poder<br />

do Espírito de Deus, e, porque agora havia em sua vida um<br />

poder que não era dele, entrou em uma vida vitoriosa em<br />

lugar de uma existência derrotada.<br />

Na segunda parte da passagem Paulo fala do efeito da<br />

obra de Jesus sobre nós. É uma passagem muita<br />

complicada e difícil, mas o ponto a que Paulo quer chegar<br />

é ao seguinte. Recordemos que começou tudo isto dizendo<br />

que todos os homens pecaram em Adão. Vimos como a<br />

concepção judia da solidariedade fez possível a Paulo<br />

arguir que, literalmente, todos os homens pecaram em<br />

Adão e que todos estavam envoltos naquele pecado e sua<br />

consequência — a morte.<br />

Mas este quadro tem outro lado. A este mundo veio Jesus.<br />

Veio como um homem; veio com uma natureza total e<br />

verdadeiramente humana. Vivendo como homem foi sem<br />

pecado; derrotou o pecado; condenou o pecado; nele o<br />

pecado foi vencido e conquistado; e levou uma vida de<br />

perfeita obediência a Deus, de perfeito cumprimento da Lei<br />

de Deus. Agora, porque Jesus foi completamente homem,<br />

exatamente como nós fomos um com Adão, agora somos<br />

um com Ele; e, exatamente como estávamos envoltos no<br />

pecado de Adão, estamos envoltos na perfeição de Jesus.<br />

NEle a humanidade cumpriu a Lei de Deus, exatamente<br />

como em Adão a humanidade a quebrantou. NEle a<br />

humanidade rendeu a Deus perfeita obediência,<br />

exatamente como em Adão a humanidade mostrou a Deus<br />

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uma fatal desobediência. Os homens são salvos porque<br />

uma vez estiveram envoltos no pecado de Adão, mas<br />

agora estão envoltos na bondade de Jesus. Este é o<br />

argumento de Paulo, e para ele e para aqueles que o<br />

escutavam era totalmente convincente, por mais difícil que<br />

seja para nós compreendê-lo. Porque o que Jesus fez abre<br />

aos cristãos uma vida que já não está dominada pela<br />

carne, pela pecaminosa e impotente natureza humana,<br />

mas uma vida que está dominada por esse Espírito de<br />

poder, esse Espírito de Deus, que enche o homem de um<br />

poder que não é dele. Elimina-se o castigo do passado,<br />

assegura-se a fortaleza para o futuro.<br />

43) Romanos 8:30 – Sendo justificado, o crente também<br />

será glorificado.<br />

Os verbos: chamou, justificou e glorificou relacionam-se<br />

com o plano (eterno conselho de Deus) e a execução do<br />

Seu propósito. Tendo Deus um plano, ou propósito –<br />

resumir todas as coisas, reuni-las em Cristo, as coisas do<br />

céu e da terra (Efésios 1:10, 11), Ele é capaz de operar<br />

conjuntamente para o bem daqueles que O amam. A<br />

ênfase que Paulo dá aqui está no que Deus faz pelos<br />

muitos irmãos. A única resposta humana mencionada é o<br />

amor a Deus.<br />

44) Romanos 8:28 – Todas as coisas cooperam para o bem<br />

do crente (Gênesis 50:20).<br />

Paulo começa com um axioma básico: Sabemos. Depois<br />

ele declara esta verdade: Todas as coisas cooperam para<br />

o bem daqueles que amam a Deus. Paulo coloca a frase<br />

“aqueles que amam a Deus” primeiro, para que não haja<br />

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dúvidas sobre os que estão envolvidos nas “cousas que<br />

cooperam para o bem”. Essas coisas são para aqueles que<br />

continuamente expressam amor a Deus tanto por meio de<br />

atitude quanto por atos. Mais adiante eles são definidos<br />

como aqueles que são chamados segundo o propósito<br />

(plano ou decreto). A chamada e a eleição são colocados<br />

lado a lado em 2 Tessalonicenses 2:13, 14; 2 Pedro 1:10.<br />

A chamada pode ser focalizada sobre o destino eterno (2<br />

Tessalonicenses 2:14) ou sobre a vida terrena de liberdade<br />

e santidade (Gálatas 5:13; 1 Tessalonicenses 4:7).<br />

45) Romanos 8:35 – 39 – Nada poderá separar o crente do<br />

amor de Deus (João 13:1).<br />

Obstáculos formidáveis não podem nos separar do amor<br />

que Cristo nos dispensa. Essas dificuldades são:<br />

tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo ou<br />

espada (isto é, a morte violenta). O apóstolo cita Salmos<br />

44:22 para mostrar quais as dificuldades que o povo de<br />

Deus tem de enfrentar. Sua conclusão é que em todas<br />

essas dificuldades, somos mais do que vencedores, por<br />

meio daquele que nos amou. O significado aqui é o<br />

seguinte: “Estamos no processo de alcançar a vitória”. Nas<br />

pressões externas da vida podemos obter a vitória por meio<br />

daquele que nos amou. Estamos vencendo, não através de<br />

nossa própria força ou talento, mas por meio de Cristo.<br />

46) 1 Coríntios 3:15 – O crente infiel será salvo como pelo<br />

fogo (1 Coríntios 5:1 – 5; 11:29 – 32).<br />

Assim João Calvino define 1 Coríntios 3:15:<br />

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Não há dúvida de que Paulo está falando dos que, embora<br />

retenham sempre o fundamento, misturam feno com ouro,<br />

restolho com prata, madeira com pedras preciosas. Em<br />

outros termos, aqueles que edificaram sobre Cristo, porém,<br />

em razão da enfermidade da came, deram espaço a algum<br />

conceito humano, ou motivado pela ignorância, se<br />

desviaram, até certo ponto, da estrita pureza da Palavra de<br />

Deus. Muitos dos santos fizeram isso - Cipriano, Ambrósio,<br />

Agostinho e outros. O leitor pode adicionar também, caso<br />

o queira, os que se acham mais próximos de nossos<br />

próprios dias Gregório e Bernardo, bem como outros como<br />

eles, cujo propósito era edificar sobre Cristo, mas que,<br />

infelizmente, às vezes retrocediam do correto sistema de<br />

construir.<br />

Paulo afirma que pessoas como essas podem ser salvas,<br />

porém sobre esta condição: se o Senhor apagar sua<br />

ignorância e purificá-la de toda impureza; e isso é o que<br />

significa a frase “como por meio do fogo”. Portanto, sua<br />

intenção é sugerir que ele mesmo não os priva da<br />

esperança da salvação, contanto que espontaneamente<br />

aceitem a perda da obra que empreenderam e sejam<br />

purificados pela mercê divina, tal como o ouro é refinado<br />

na fornalha. Além do mais, ainda que Deus às vezes<br />

purifique seu povo por meio de sofrimentos, tomo o termo<br />

fogo aqui no sentido de o teste feito pelo Espírito. É assim<br />

que Deus corrige e destrói a ignorância de seu povo, pela<br />

qual pode ser controlado por algum tempo. Sei muito bem<br />

que muitos aplicam isso à cruz, porém estou certo de que<br />

minha interpretação satisfará a todos quantos desfrutam de<br />

são juízo.<br />

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Podemos concluir forjando uma réplica, breve, a ser<br />

direcionada para os papistas que usam esta passagem em<br />

apoio do purgatório. Seu ponto de vista é que os<br />

pecadores, a quem Deus perdoa, passam pelo fogo a fim<br />

de que sejam salvos. Então, por esse caminho eles sofrem<br />

o castigo de Deus a fim de que sua justiça seja<br />

aperfeiçoada. Prefiro omitir aqui seus inumeráveis<br />

comentários sobre o montante de castigo e sobre o<br />

livramento dele. Pergunto, porém: quem de fato são<br />

aqueles que passam pelo fogo? Paulo está<br />

peremptoriamente falando somente de ministros. “Mas”,<br />

dizem eles, “a mesma consideração se aplica a todos”.<br />

Como a dizer: Deus é certamente o melhor juiz, não nós!<br />

Mas, mesmo que lhes fizesse tal concessão, quão<br />

infantilmente se aferram à palavra fogo. No entanto, qual é<br />

o propósito do fogo senão o de consumir o feno e a palha<br />

e, em contrapartida, o de provar o ouro e a prata? Querem<br />

dizer, porventura, que as doutrinas são discernidas pelo<br />

fogo de seu purgatório? Quem ainda não descobriu o<br />

quanto a verdade se distingue da falsidade? Além disso,<br />

quando esse dia chegará, em cuja luz a obra de cada um<br />

será exibida? Começou com o princípio do mundo e<br />

prosseguirá até seu término? Se restolho, feno, ouro e<br />

prata são empregados metaforicamente, que limites a<br />

conceder, que sorte de correspondência haverá entre as<br />

diferentes sentenças, se fogo não é usado<br />

metaforicamente? Nem mais um passo com tais<br />

futilidades, porque seus absurdos prontamente saltam aos<br />

olhos! Quanto a mim, acredito que a real intenção do<br />

apóstolo já ficou sobejamente estabelecida.<br />

47) 1 Coríntios 1:8 – O crente será confirmado até o fim<br />

(Romanos 1:16; Romanos 16:25; 2 Tessalonicenses 3:3).<br />

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48) Filipenses 1:6 – Deus mesmo terminará a obra no<br />

crente (Filipenses 2:13).<br />

No versículo seis Paulo diz que confia em que Deus, que<br />

começou a boa obra nos filipenses, continue-a e a<br />

complete de tal maneira que estejam preparados para o dia<br />

de Cristo. Há aqui na linguagem grega uma figura que não<br />

é possível reproduzir na tradução. O problema está nas<br />

palavras que Paulo usa para começar (ἐναρξάμενος –<br />

enarxamenos) e para completar (ἐπιτελέσει – epitelesei) –<br />

ambos são termos técnicos para indicar o começo e o final<br />

de um sacrifício. No sacrifício grego havia um rito inicial.<br />

Acendia-se uma tocha sobre o altar que era submersa<br />

chamejante numa fonte de água. Desta maneira a chama<br />

sagrada purificava a água e a água purificada era<br />

aspergida sobre o povo e sobre a vítima para fazê-los<br />

santos e puros. Então se continuava com o que se<br />

conhecia como eufemia: o silêncio sagrado em que o<br />

adorador orava a seu deus. Finalmente se trazia uma cesta<br />

de cevada; alguns grãos eram esparramados sobre a<br />

vítima e sobre o piso a seu redor. Isto era levado a cabo no<br />

começo do sacrifício. O termo técnico para esta realização<br />

era o verbo “enarxamenos” que Paulo usa aqui. O verbo<br />

usual para completar o ritual do sacrifício e realizar um<br />

serviço com toda perfeição e em seus detalhes mais<br />

mínimos era “epitelesei”. Também Paulo o usa aqui para<br />

completar. Toda a frase que Paulo redige se move na<br />

atmosfera do sacrifício; as palavras e as imagens são<br />

sacrificiais. Assim, pois, Paulo considera a vida de cada<br />

cristão como um sacrifício preparado para oferecer-se a<br />

Jesus Cristo. É a mesma imagem que encontramos em<br />

Romanos onde diz-se que os fiéis ofereçam seus corpos<br />

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como um sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus<br />

(Romanos 12:1). A vinda de Cristo será semelhante à de<br />

um rei. Em tal ocasião os súditos de um rei se sentem<br />

obrigados a apresentar-lhe oferendas como objeto de<br />

lealdade e amor. O único dom que Jesus Cristo deseja de<br />

nós está em nós mesmos e em nossas vidas. Deste modo<br />

a tarefa suprema da vida não é outra coisa senão dispor de<br />

nossa vida para oferecê-la a Jesus Cristo. Somente a graça<br />

de Deus nos dá esta capacidade. Desde o momento em<br />

que empreendemos o caminho cristão a graça de Deus<br />

começa também a nos dispor como um sacrifício perfeito<br />

que se oferece a Jesus Cristo. E se continuamos<br />

permitindo que sua graça trabalhe em nós, esta graça<br />

completará sua obra para que cheguemos a ser o sacrifício<br />

perfeito.<br />

49) Colossenses 3:3 – A vida do crente está escondida com<br />

Cristo em Deus.<br />

A vida do cristão está escondida com Cristo em Deus. O<br />

que está escondido fica encoberto ou oculto e não se vê.<br />

O mundo não pode reconhecer o cristão; a verdadeira<br />

grandeza do cristão está escondida para o mundo. Paulo<br />

continua: “Vem o dia em que Cristo voltará em glória e<br />

naquele dia o cristão, a quem ninguém reconheceu,<br />

participará dessa glória, e será evidente aos olhos de<br />

todos”. Em certo sentido Paulo diz — e o diz de verdade —<br />

que virá um dia em que os veredictos da eternidade<br />

inverterão os veredictos do tempo, e os juízos de Deus os<br />

juízos dos homens.<br />

O cristão não só morreu, mas também ressuscitou com<br />

Cristo. Em sua experiência real ele reside “nos lugares<br />

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celestiais” (Efésios 2:6). A velha dispensação ainda se<br />

manifesta no cristão individual –, ele peca, fica doente,<br />

morre; a nova dispensação permanece oculta, apenas<br />

realizada no corpo do Salvador.<br />

50) Efésios 5:27 – A igreja será sempre irrepreensível (2<br />

Coríntios 11:2; 1 Coríntios 12:26, 27).<br />

51) 1 Tessalonicenses 5:1 – 10 – O crente não será<br />

surpreendido na vinda do Senhor.<br />

52) 2 Timóteo 2:13 – O crente infiel será salvo pela<br />

fidelidade de Deus (Romanos 3:3).<br />

“Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negarse<br />

a si mesmo” – 2 Timóteo 2:13.<br />

53) Hebreus 13:5 – O crente jamais será abandonado por<br />

Deus.<br />

“[...] Nunca o deixarei, nunca o abandonarei” – Hebreus<br />

13:5.<br />

54) 1 João 5:1 – O crente é nascido de Deus, e não pode<br />

“desnascer”<br />

(1) Como nascidos de Deus, amamos os irmãos – 5:1 – 3.<br />

(a) – Os gnósticos negavam que Jesus de Nazaré fosse o<br />

Cristo. João toma a fé nesta verdade em teste essencial do<br />

nascido de Deus. Que o gerou é Deus. Que dele é nascido<br />

é o crente.<br />

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(b) – Aqui se declara o inverso de 4:20, 21. Também se<br />

pode dizer que aquele que ama a Deus ama os Seus filhos,<br />

e que aquele que ama os filhos de Deus ama a Deus.<br />

Quando. Literalmente, sempre quando.<br />

(c) – Penosos, um fardo opressivo e exaustivo. Amor<br />

transforma os mandamentos de Deus em luz.<br />

55) 1 Pedro 1:4 – O crente possui a natureza divina.<br />

O resultado de um novo nascimento é uma nova herança,<br />

que foi descrita como incorruptível (indestrutível), sem<br />

mácula (sem mancha), imarcescível (fresca) e reservada<br />

(vigiada) nos céus para vós outros. Para os leitores de<br />

Pedro, que já tinham renunciado à sua parte na herança<br />

terrena de Israel, a prometida terra dos antepassados, e<br />

que também trilham de passar pela proscrição e privação<br />

dos bens terrenos (cf. Hebreus 10:34), este pensamento da<br />

verdadeira herança daria conforto e equilíbrio. Como isto<br />

nos faz lembrar as advertências de nosso Senhor aos seus<br />

discípulos para que convertessem suas propriedades<br />

terrenas em verdadeiras riquezas! (Por exemplo Lucas<br />

12:33, 34).<br />

56) Romanos 8:9 – 11 – O crente é propriedade de Cristo<br />

(1 Coríntios 6:19, 20).<br />

57) 1 Tessalonicenses 5:23, 24 – O crente é conservado<br />

irrepreensível.<br />

58) 1 João 5:16 – O crente não pode pecar para a morte<br />

eterna (1 João 3:9; 5:18).<br />

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59) 1 Coríntios 12:3 – O crente não pode blasfemar contra<br />

o Espírito Santo (Mateus 12:32; Marcos 9:39, 40; Lucas<br />

11:23; 1 João 5:10; João 3:33).<br />

60) 1 João 2:19 – O crente é perseverante na fé (Mateus<br />

10:22; 24:13; 2 João 9; Apocalipse 13:10; 14:12).<br />

Saíram de nosso meio. Nunca organicamente unidos ao<br />

corpo. Teriam permanecido conosco. A sua separação do<br />

grupo cristão é a prova de sua falsa profissão, e o seu<br />

afastamento denunciou-os como anticristos. A apostasia é<br />

possível para aqueles que nunca realmente aceitaram<br />

Cristo como seu Salvador. Mas o crente na pessoa de<br />

Cristo é perseverante na fé de acordo com os textos:<br />

(Isaías 54:10; João 6.51; Romanos 5:8 – 10; 8:28 – 32, 34<br />

– 39; 11:29; Filipenses 1:6; 2 Tessalonicenses 3:3;<br />

Hebreus 7:25).<br />

61) João 10:26 – O crente é “ovelha” e não “porca” lavada<br />

(2 Pedro 2:20 – 22).<br />

Jesus, então, dá vida eterna para suas próprias ovelhas.<br />

Em termos da metáfora das ovelhas, Jesus já disse que Ele<br />

dá para elas. Vida [...] plenamente, vida plena (v. 10); agora<br />

Ele afirma claramente que essa vida é sua própria vida<br />

eterna, frequentemente oculta no evangelho sob as figuras<br />

de água, pão, luz, bom pastor. A consequência de ele<br />

conhecer suas ovelhas e de lhes dar vida eterna é que elas<br />

jamais perecerão.<br />

62) João 13:10 – O crente já está limpo do seu pecado<br />

(João 15:3).<br />

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Pedro precisava saber que a virtude do lavar não era<br />

quantitativa, pois O ato era simbólico da purificação<br />

interior. Banhou (λελουμένος – leloumenos) indica um<br />

banho completo. “Lavar [...] pés”. Aqui a palavra é<br />

“νίψασθαι – nipsasthai”, apropriada para a lavagem de<br />

porções individuais do corpo, tal como na narrativa<br />

anterior. A lavagem da regeneração torna uma pessoa<br />

limpa à vista de Deus. Isto está simbolizado no batismo<br />

cristão, que só se administra uma única vez. Purificação<br />

posterior das manchas de impureza não substitui a<br />

purificação inicial, mas só tem significado à luz dela (1 João<br />

1:9). Estais limpos, mas não todos. A referência é a Judas.<br />

Jesus sabia o que havia no seu coração e quais eram seus<br />

planos (6:70, 71). Com referência à limpos (cf. 15:3). Judas<br />

não era um homem regenerado.<br />

63) 1 Coríntios 1:30 – Cristo é a justiça do crente.<br />

“É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo<br />

Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto<br />

é, justiça, santidade e redenção” – 1 Coríntios 1:30.<br />

A palavra grega usada para “justiça” é “δικαιοσύνη –<br />

dikaiosynē” que significa num sentido amplo: estado<br />

daquele que é como deve ser, justiça, condição aceitável<br />

para Deus.<br />

64) 1 Coríntios 1:30 – Cristo é a santificação do crente.<br />

A palavra grega usada para “santificação” é “ἁγιασμὸς –<br />

hagiasmos” que significa num sentido moral, puro, sem<br />

pecado, justo e santo, algo muito santo; um santo Jesus<br />

Cristo.<br />

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É a palavra mais comum para santo no grego clássico, e<br />

expressa sua concepção usual de santidade, mas é rara<br />

no N.T., porque não é adequada para expressar a plenitude<br />

da concepção do N.T.<br />

65) 1 Coríntios 1:30 – Cristo é a redenção do crente.<br />

A palavra grega usada para “redenção” é “ἀπολύτρωσις –<br />

apolytrōsis” que significa uma libertação efetuada pelo<br />

pagamento de resgate, realizado no Calvário por Jesus<br />

Cristo definitivamente.<br />

66) Salmos 25:20 – Deus é o refúgio do crente (Hebreus<br />

6:18).<br />

67) 1 João 2:22, 23 – O crente não pode negar o filho<br />

(Mateus 10:33; 2 Timóteo 2:12).<br />

68) Romanos 8:37 – O crente sempre será vencedor (João<br />

16:33; Apocalipse 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21).<br />

69) 1 João 5:4 – O crente vence o mundo.<br />

“O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória<br />

que vence o mundo: a nossa fé” – 1 João 5:4.<br />

A palavra grega para descrever essa vitória sobre o mundo<br />

é “νικᾷ – nika” que significa de cristãos, que permanecem<br />

firmes na sua fé até a morte diante do poder de seus<br />

inimigos, tentações e perseguições.<br />

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70) 1 João 2:14 – O crente vence o diabo (1 João 4:4;<br />

Apocalipse 12:11).<br />

71) Romanos 6:14 – O crente vence o pecado (a carne).<br />

A abundância da graça é de natureza tal que o pecado não<br />

terá domínio sobre os crentes. Não estamos debaixo da lei,<br />

mas da graça. Aqueles que estão em Cristo não estão sob<br />

o regime da lei mosaica para obtenção da salvação.<br />

Estamos sob a graça de Deus e de Cristo. Todo o A.T., —<br />

a Lei, os Profetas e os Escritos (os Salmos, por exemplo)<br />

– certamente revelam o pecado (Romanos 3:20; 5:20)<br />

quando compreendidos à luz dos ensinamentos de Cristo,<br />

e dos apóstolos depois da morte e ressurreição dEle. O<br />

Antigo Testamento também ensina as grandes verdades<br />

cristãs sobre Deus. Paulo encarava Cristo e seus<br />

ensinamentos como sendo a própria lei. “Levai as cargas<br />

uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gálatas<br />

6:2). “Aos sem lei, (eu me fiz) como se eu mesmo o fosse<br />

sem lei (para os gentios como gentio), não estando sem lei<br />

para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar<br />

os que vivem fora do regime da lei. (Os gentios)” – 1<br />

Coríntios 9:21.<br />

(1) O Sofisma de que se deve pecar, porque os crentes<br />

estão debaixo da graça e não da lei – 6:15 – 7:6.<br />

Quando estamos sob a graça, temos um novo proprietário.<br />

Este fato muda toda a conduta do crente. Nosso “status”<br />

sob a graça é como o de uma mulher casada com outro<br />

homem depois da morte do marido. Envolve toda uma nova<br />

maneira de vida. Assim, por analogia, Paulo mostra que<br />

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estar sob a graça, não permite nunca que o crente seja<br />

indiferente ao pecado.<br />

a) Fidelidade, Fruto, Destino (6:15 – 23). Aqui Paulo apela<br />

para o que seus leitores já conhecem. Ele os faz lembrar<br />

de suas vidas passadas e do fruto que produziam. Ele lhes<br />

fala do resultado de sua nova dedicação. Ele apresenta o<br />

contraste dos resultados eternos das duas diferentes<br />

formas de fidelidade.<br />

72) Romanos 11:29 – O dom de Deus é irrevogável.<br />

Paulo ensina a fidelidade de Deus quando diz: os dons e a<br />

vocação de Deus são irrevogáveis. Dons. Os privilégios<br />

desfrutados por Israel (9:4, 5). Vocação. A declaração<br />

divina a Israel ou Jacó que eles eram o Seu povo (Isaías<br />

48:12). Os gentios, que foram desobedientes a Deus,<br />

obtiveram a misericórdia por causa da, ou por meio da<br />

desobediência de Israel.<br />

73) João 19:30 – Todo o pecado do crente está<br />

consumado.<br />

A fortíssima palavra grega para “consumado” é “Τετέλεσται<br />

– Tetelestai” que descreve a obra de Cristo da seguinte<br />

forma. “Está consumado” (João 19:30) Cristo satisfez a<br />

justiça de Deus pela morte por todos para pagar pelos<br />

pecados do eleito. Estes pecados nunca poderão ser<br />

punidos outra vez já que isto violaria a justiça de Deus. Os<br />

pecados podem ser punidos apenas uma vez, seja por um<br />

substituto ou por você mesmo.<br />

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74) Gálatas 3:13 – O crente foi resgatado para sempre da<br />

maldição da Lei.<br />

“Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou<br />

maldição em nosso lugar, pois está escrito: Maldito todo<br />

aquele que for pendurado num madeiro” – Gálatas 3:13.<br />

O Filho se fez maldito, para que os malditos fossem feitos<br />

filhos.<br />

75) Apocalipse 5:9 – O crente foi comprado com sangue (1<br />

Coríntios 6:20; 7:23; 1 Pedro 1:18, 19).<br />

76) Salmos 90:17 – É Deus quem efetua a obra no crente<br />

(João 3:21; Efésios 3:20; Isaías 26:12; 64:4; Filipenses<br />

2:13).<br />

“Esteja sobre nós a bondade do nosso Deus Soberano.<br />

Consolida, para nós, a obra de nossas mãos; consolida a<br />

obra de nossas mãos!” – Salmos 90:17.<br />

77) João 17:20 – Cristo intercedeu pelos crentes, e<br />

continua intercedendo (Hebreus 7:25; 1 João 2:1;<br />

Romanos 8:34).<br />

“Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por<br />

aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles”<br />

– João 17:20.<br />

78) Romanos 8:26, 27 – O Espírito Santo intercede pelo<br />

crente.<br />

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Semelhantemente, o Espírito ajuda nossa fraqueza. A<br />

fraqueza mencionada é a nossa incapacidade de analisar<br />

situações e orar inteligentemente sobre elas. Sabemos que<br />

esta é a fraqueza mencionada por causa da frase seguinte.<br />

Dá-se que o Espírito intercede por nós sobremaneira com<br />

gemidos inexprimíveis. Às vezes não conseguimos orar<br />

porque as palavras não podem expressar a necessidade<br />

que sentimos. A ação do Espírito com gemidos<br />

inexprimíveis mostra como Deus penetra em nossa<br />

experiência através do Seu Espírito. Deus Pai que<br />

investiga os corações (dos homens) sabe qual é a mente<br />

do Espírito. Deus conhece toda a reação do Espírito a<br />

qualquer situação ou questão. A intercessão que Ele faz<br />

em favor dos santos é segundo a vontade de Deus. Estas<br />

palavras certamente declaram que a comunicação do<br />

pensamento e conhecimento de cada um é partilhada por<br />

dois membros da Divindade - Pai e Espírito (isto é, o<br />

Espírito Santo).<br />

79) 2 Coríntios 1:20 – Jesus é o “Amém” das promessas<br />

de Deus (João 6:47).<br />

“Pois quantas forem às promessas feitas por Deus, tantas<br />

têm em Cristo o “sim”. Por isso, por meio dele, o “Amém” é<br />

pronunciado por nós para a glória de Deus” – 2 Coríntios<br />

1:20.<br />

A palavra grega para “sim” é “Ναί – Nai” que literalmente<br />

significa sim, de verdade, seguramente, verdadeiramente,<br />

certamente. Assim o crente tem verdadeiramente<br />

segurança na salvação confiada na Pessoa de Jesus, e<br />

Seu sacrifício vicário ou sacrifício expiatório, o qual Cristo<br />

foi o substituto pelo pecado do homem na cruz do Calvário.<br />

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A expiação do pecado por meio de uma vida dada em<br />

substituição. Aleluia!<br />

80) 1 Pedro 4:1 – O crente já cessou do pecado (Romanos<br />

6:14; 1 João 3:9).<br />

Louvado seja o Senhor Jesus Cristo pela Salvação eterna!<br />

Engrandecido seja o Seu nome, porque a salvação das<br />

nossas almas não depende dos nossos esforços, mas<br />

exclusivamente dEle. Somos irremediavelmente salvos,<br />

vamos viver com Cristo pelos séculos dos séculos. Amém!<br />

SATANÁS SABE QUEM SÃO OS ELEITOS <strong>DE</strong><br />

<strong>DE</strong>US?<br />

“Disse então o Senhor a Satanás: Reparou em meu servo<br />

Jó? Não há ninguém na terra como ele, irrepreensível,<br />

íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal” – Jó 1:8.<br />

Isso não é uma parábola, mas sim, o relato de um homem<br />

real que foi reconhecido como sincero e reto por pessoas<br />

e por Deus. Tais características que Deus arroga e atribui<br />

a Jó, sabemos que se faz presente na vida dos eleitos, pois<br />

quem atesta tais virtudes é o próprio doador – Deus. De<br />

acordo com os textos de Efésios 1:4 e 2 Timóteo 1:9, fica<br />

evidenciado que os eleitos de Deus são possuidores<br />

destas virtudes, pois o eleito é servo, é íntegro, é<br />

irrepreensível e evita o mal, uma vez que foi chamado em<br />

“santa vocação”, em santificação, sendo uma criatura<br />

santificada no mundo e para Deus. O temor do Senhor, que<br />

é o começo da sabedoria, foi o sinete da qualidade de Jó.<br />

A fonte de sua vida e caráter foi a religião da aliança da fé<br />

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no Cristo da promessa, “o qual para nós foi feito por Deus<br />

sabedoria” (1 Coríntios 1:30; cf. Isaías 11:2).<br />

Podemos destacar nas conversações de Satanás com<br />

Deus seis coisas:<br />

(1) Satanás deve prestar contas a Deus (1:6 – 2:7), pois<br />

veio se apresentar diante de Deus com os santos anjos<br />

(1:6).<br />

(2) A mente de Satanás é um livro aberto diante de Deus –<br />

as perguntas de Deus forçam Satanás à confissão.<br />

(3) Satanás está por trás dos males que afligem a terra<br />

(2:7).<br />

(4) Satanás não é onipresente nem onisciente.<br />

(5) Ele não pode fazer nada sem a permissão divina (1:10).<br />

(6) Quando Deus concede “permissão”, Satanás atua<br />

dentro dos limites definidos pelo poder de Deus (em<br />

relação aos eleitos, porquanto os réprobos lhe pertencem<br />

e a sua hora não tarda).<br />

Jonathan Edwards, no sermão Pecadores nas mãos de um<br />

Deus irado, pregado no dia 08 de Julho de 1741 em Enfield,<br />

Connecticut, nos Estados Unidos, declara:<br />

Portanto, tais homens já estão destinados ao inferno. […]<br />

O que não crê já está julgado (João 3:18). Assim, todo<br />

impenitente pertence, verdadeiramente ao inferno. Ali é o<br />

seu lugar, ele é de lá, como temos em João 8:23: “vós sois<br />

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cá debaixo” e para lá são destinados. Este é o lugar em<br />

que a justiça, a Palavra de Deus e a sentença de sua Lei<br />

imutável reservam para eles. O diabo está pronto a cair<br />

sobre os ímpios, para apoderar-se deles como coisa sua,<br />

no momento em que Deus o permitir. Eles lhe pertencem,<br />

suas almas encontram-se em seu poder e sob seu domínio.<br />

As Escrituras os apresentam como propriedade de<br />

Satanás (Lucas 11:21). Os demônios os espreitam, estão<br />

sempre ao seu lado, à sua direita, esperando por eles como<br />

leões esfaimados e enfurecidos que veem a presa,<br />

aguardando a hora de agarrá-la, mas são restringidos por<br />

enquanto. Se Deus retirasse Sua mão, a qual os refreia,<br />

eles cairiam sobre suas pobres almas num instante. A<br />

velha serpente está pronta a dar o bote. O inferno<br />

escancara sua boca para recebê-los. E se Deus permitisse,<br />

seriam rapidamente engolidos e consumidos.<br />

Diferentemente dos eleitos, que Deus preserva a alma,<br />

como foi com Jó, e partindo do pressuposto que Satanás é<br />

um ser dotado de inteligência (Mateus 8:29; 2 Coríntios<br />

11:3; 1 Pedro 1:12; 2 Samuel 14:20; Mateus 24:36; Efésios<br />

3:10; 2 Pedro 2:11), todos aqueles que Deus preserva a<br />

alma, ele sabe que são seus escolhidos. Ele sabe quem<br />

são os eleitos de Deus, por que os tais não vivem sobre<br />

seu domínio, nem são seus filhos (cf. 1 João 3:10, 12).<br />

Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e<br />

matou seu irmão. E por que o matou? Porque suas obras<br />

eram más e as de seu irmão eram justas (v. 12).<br />

Contudo, há aqui uma grande verdade que temos que<br />

notar, pois, quando Deus permitiu que Satanás afligisse Jó,<br />

disse ao mesmo: “Vê que podes destruir todos os seus<br />

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haveres, mas não toques em sua pessoa”. E, mesmo<br />

depois que esse arruinou todos os bens, disse: “Tu podes<br />

tocar na pessoa dele, mas não te aproximes de sua alma”.<br />

Nisso vemos que Deus sempre guarda a alma de Jó, de<br />

modo tal que Satanás só pode atormentá-lo em seus bens,<br />

em sua vida mortal e em sua honra, visto que não possui<br />

poder para entrar até na alma, para fazer Jó cair em erro e<br />

extravasar em impaciência.<br />

“O Senhor disse a Satanás: Pois bem, ele está nas suas<br />

mãos; apenas poupe a vida dele” (Jó 2:6).<br />

Vejamos as marcas da eleição em Jó.<br />

(1) Íntegro e reto.<br />

Não se refere à perfeição sem pecado, (cf. “Jó<br />

reconhecendo seus pecados” em 7:20; 13:26; 14:16), mas<br />

à integridade sincera, especificamente a lealdade para com<br />

a aliança (cf. Gênesis 17:1, 2). Havia uma harmonia<br />

honesta entre a sua profissão de fé e a sua vida,<br />

exatamente o oposto da hipocrisia da qual ele foi acusado<br />

por Satanás e mais tarde por seus amigos. Não existe<br />

nenhuma dúvida de que Jó seja um pecador alcançado<br />

pela eleição de Deus.<br />

(2) Temente a Deus.<br />

No Antigo Testamento, “o temor do Senhor” é o nome da<br />

religião verdadeira. A piedade de Jó era fruto de submissão<br />

genuína ao Senhor diante de quem ele andava em<br />

reverência, rejeitando resolutamente o que Ele tivesse<br />

proibido. Aquele que é sábio para a salvação está cônscio<br />

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da dimensão demoníaca da história, a fúria secular de<br />

Satanás contra “a semente” da mulher (cf. Gênesis 3:15),<br />

isto é, Cristo e o Seu povo (corpo). O Adversário protestou,<br />

dizendo que a piedosa sabedoria de Jó não era genuína,<br />

que a sua piedade era apenas temporária e resultante de<br />

sua prosperidade. Mas provado, Jó esmagou Satanás sob<br />

os pés, demonstrando que estava pronto a servir a Deus<br />

“debalde”. Uma vez que a verdadeira sabedoria e o temor<br />

a Deus são dons divinamente concedidos, a acusação de<br />

Satanás contra Jó foi realmente uma desafiadora negação<br />

da sabedoria de Deus, um desafio à eficácia soberana do<br />

decreto redentor de Deus de “pôr inimizade” entre os<br />

eleitos e a serpente (Gênesis 3:15). O propósito primário<br />

do sofrimento de Jó, desconhecido para ele, foi que<br />

permanecesse diante dos homens e anjos como um<br />

“troféu” do poder salvador de Deus, uma exibição dessa<br />

sabedoria divina que é o protótipo, o fundamento da<br />

verdadeira sabedoria humana. (cf. 1 Coríntios 2:6, 7; Tiago<br />

3:17).<br />

Sem interesse algum de expor uma teologia especulativa,<br />

pretendo expor quão grande é a nossa segurança, que<br />

costumeiramente limitamos a esta esfera terrena e finita,<br />

em desacordo com a realidade bíblica que nos apresenta<br />

como filhos de Deus e que, de fato, estão envolvidos em<br />

uma esfera infinitamente superior, e diametralmente<br />

oposta à dimensão que estamos inseridos. Paulo exortanos<br />

em relação a nossa verdadeira batalha, que por sua<br />

vez é espiritual, uma guerra invisível, que tratamos com a<br />

sabedoria de Deus revelada, confiante e triunfante em<br />

Cristo.<br />

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Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar<br />

firmes contra as ciladas do diabo, pois a nossa luta não é<br />

contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades,<br />

contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as<br />

forças espirituais do mal nas regiões celestiais (Efésios<br />

6:11, 12).<br />

A guerra deve ser travada tenazmente, pois o inimigo é<br />

nada menos que o diabo (Mateus 4:1, 5, 8, 11; João 8:44;<br />

1 Pedro 5:8; Judas 9; Apocalipse 2:10; 12:9; 20:2). É<br />

evidente que o apóstolo cria na existência de um príncipe<br />

do mal pessoal. Paulo estava escrevendo a pessoas das<br />

quais muitas, antes de sua bem recente conversão à fé<br />

cristã, nutriam grande temor pelos espíritos maus, como<br />

também é verdade hoje entre os pagãos. É quase<br />

impossível apreciar quão difundido, obsessivo e dominante<br />

é este medo de demônios que se deparam no seio do<br />

paganismo. De que maneira Paulo neutraliza esse medo?<br />

Disse o que muitos dizem hoje: “O mundo dos espíritos<br />

malignos é uma grande irrealidade, pura invenção da<br />

imaginação”? Certamente que não. Em vez disso, sem<br />

aceitar a demonologia ou o animismo pagão, ele enfatiza a<br />

grande e sinistra influência de Satanás. De igual modo,<br />

procedem os demais escritores inspirados. O que todos<br />

eles dizem ao descrever o poder do demônio pode ser<br />

resumido mais ou menos assim:<br />

Tendo sido expulso do céu, ele se encheu de fúria e de<br />

inveja. Sua malevolência é dirigida contra Deus e Seu<br />

povo. Seu propósito é destronar seu grande inimigo e<br />

lançar todo o povo de Deus – aliás, toda pessoa no inferno.<br />

Anda em derredor como um leão, que ruge buscando a<br />

quem possa devorar. Possui um exército poderoso e bem<br />

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organizado (como se demonstrará em momento oportuno),<br />

e estabeleceu um posto avançado dentro dos corações<br />

daqueles a quem ele almeja destruir. Ademais, seus<br />

métodos, diz Paulo, são astutos (cf. Efésios 4:14).<br />

As artimanhas do enganador.<br />

Os crentes não ignoram esta verdade (2 Coríntios 2:11).<br />

Ora, a expressão “métodos astutos” não passaria de som<br />

oco a menos que lhe demos um conteúdo bíblico. Alguns<br />

desses ardis manhosos ou estratagemas malignos são:<br />

confundir a mentira com a verdade de forma a parecer<br />

plausível (Gênesis 3:4, 5, 22); citar (melhor, citar<br />

erroneamente!) as Escrituras (Mateus 4:6); disfarçar-se em<br />

anjo de luz (2 Coríntios 11:14) e induzir seus “ministros” a<br />

fazerem o mesmo, “aparentando ser apóstolos de Cristo”<br />

(2 Coríntios 11:13); arremedar a Deus (2 Tessalonicenses<br />

2:1 – 4, 9); reforçar a crença humana de que ele não existe<br />

(Atos 20:22); entrar em lugares onde não se espera que<br />

entre (Mateus 24:15; 2 Tessalonicenses 2:4); e, acima de<br />

tudo, prometer ao homem que, por meio das más ações,<br />

se pode obter o bem (Lucas 4:6, 7).<br />

À luz de tudo isso, é possível ver claramente porque, no<br />

nome de seu Senhor que o enviara, o apóstolo ordena a<br />

mobilização: “Vistam-se da armadura completa de Deus.<br />

Não se esqueçam de nenhuma de suas peças. Vão<br />

precisar de cada uma delas. Não tentem avançar contra o<br />

diabo e seu exército com equipamento de seu próprio<br />

arsenal”. Antes, digam como Davi: “Não posso andar com<br />

isto, pois nunca o usei” (1 Samuel 17:39).<br />

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Nesta batalha, se possível, ele usaria de sua maior arma:<br />

“o engano” para roubar as almas. Mas isso não é possível<br />

por duas razões:<br />

(1) Porque as almas pertencem a Deus (Ezequiel 18:4)<br />

(2) Porque Deus protege os eleitos (Salmos 91:1 – 16)<br />

Assim, ele fica limitado em sua empreitada demoníaca pelo<br />

poder de Deus.<br />

“Contudo, o firme fundamento de Deus permanece<br />

inabalável e autenticado com esse selo: “O Senhor<br />

conhece os Seus” e “Aparta-se da injustiça todo aquele que<br />

professa o nome do Senhor” (2 Timóteo 2:19. (cf. 1 Pedro<br />

1:5; 1 João 5:18; Mateus 24:24).<br />

“E se Deus comunicou a Satanás sobre o Seu servo Jó<br />

quão grande proteção, não comunicaria Deus a de todos<br />

os Seus eleitos?”. A resposta é sim. Vejamos a ação de<br />

Satanás, em seus intentos diretos contra os eleitos de<br />

Deus no Novo Testamento.<br />

(1) Pedro e Satanás (Lucas 22:31, 32).<br />

Jesus inicia suas graves palavras a Simão Pedro com a<br />

repetição do nome: “Simão, Simão […]” (v. 31). Isto realça<br />

a preocupação de Jesus com Pedro. A causa desta<br />

preocupação é o ataque que Satanás estava para iniciar<br />

contra Pedro e Seus companheiros. Ao chama-lo de Simão<br />

ao invés de Pedro, Jesus pode estar sugerindo que o<br />

discípulo logo agirá de acordo com sua antiga natureza,<br />

que é uma das fraquezas humanas, e é por ela que<br />

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Satanás atua de forma sorrateira, que age secretamente,<br />

às escondidas, dissimuladamente, e de fato são nas<br />

tentações e graves investidas que ele ataca os eleitos de<br />

Deus.<br />

A sabedoria de Deus, o conhecimento acerca de Deus e<br />

das obras de Suas mãos é a nossa arma contra essas<br />

investidas (cf. João 5:39; 17:17; Efésios 6:13 – 18; 1<br />

Coríntios 1:24, 30). Não é Deus quem tenta os Seus eleitos<br />

(Tiago 1:13); antes, é Satanás (Mateus 4) e muitas vezes<br />

nossas próprias concupiscências (Tiago 1:14). E, sabendo<br />

que Satanás não pode roubar de Deus as almas, pois a<br />

Deus pertence todo o poder, por quais objetivos ele tenta<br />

os eleitos? A resposta pode ser superficial aos nossos<br />

olhos, por se tratar de sofrimentos passageiros, mas muitos<br />

são os cristãos que sofrem por estes motivos reais e<br />

temporários, e muitos não conseguem compreender tais<br />

sofrimentos. A própria doutrina do mal é mal debatida – não<br />

conseguem exaltar a salvação em Cristo nas exposições<br />

acerca desta doutrina, e talvez seja esta a esperança a ser<br />

exposta neste artigo. A “permissividade” de Deus nos<br />

revela algo grandioso, magnífico: a salvação de nossas<br />

almas e o fim destes sofrimentos (Apocalipse 21:4).<br />

É como se Deus nos mostrasse todos os dias a<br />

necessidade de nossa salvação, a necessidade do cristão<br />

desenvolver a salvação (Filipenses 2:12), a necessidade<br />

do homem se render a Cristo, a necessidade do redentor,<br />

são por esses motivos doloridos e passageiros que Deus<br />

manifesta a verdadeira vida, a vida eterna abundante que<br />

nos foi preparada desde a fundação do mundo com amor<br />

zeloso. A grande verdade é que, nestes sofrimentos, nos<br />

desligamos do que verdadeiramente importa, e é bem<br />

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verdade que no final deste afastamento estamos mais<br />

unidos ao que verdadeiramente importa –, a esperança na<br />

vida, unidos com o Deus trino em amor para todo sempre.<br />

Nesses acontecimentos, se manifesta o amor e a justiça de<br />

Deus para o louvor da Sua glória para todo sempre, e por<br />

isso louvamos a Ele, porquanto é digno de todo o louvor.<br />

Na vergonha, na culpa, nos problemas, nas tristezas, nas<br />

consequências graves em decorrência de pecados<br />

cometidos; na queda temporária da graça, no afastamento<br />

de Deus, nas doenças psicossomáticas, na espiritualidade<br />

superficial, nos escândalos, nas dúvidas, e muitas outras<br />

coisas, é que nos apegamos no intransponível e verdadeiro<br />

lar; é a partir do sofrimento terreno que contemplamos o<br />

alívio celestial, vivemos para encontrar a Deus, e é nisto<br />

que começa a vida eterna, quando começamos viver para<br />

o encontrar.<br />

Devo enfatizar que Satanás tenta a todo custo, de forma<br />

acusativa, mostrar a Deus que não somos merecedores de<br />

tal graça, pois vivemos em hipocrisia, e de fato isso é<br />

verdade. Por isso a necessidade da justificação e<br />

santificação, mas também devo afirmar que são nesses<br />

acontecimentos sombrios – as “noites escuras da alma” –,<br />

que Deus sempre mostra o Seu amor protetivo para com o<br />

Seu povo, assim como foi com Jó, Pedro (como veremos<br />

mais adiante) e os outros. Sabendo que não pode penetrar<br />

na alma dos eleitos porque são selados com o Espírito<br />

Santo (Efésios 1:13, 14; 1 Coríntios 12:12 – 14) – e “porque<br />

maior é o que está em nós do que o que está no mundo” (1<br />

João 4:4) – Satanás, em sua natureza má e perversa, sente<br />

gozo em ver os eleitos sofrerem, mesmo que<br />

temporariamente. Jesus Cristo, Paulo e todos os apóstolos<br />

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nos consolam a caminhar para o alvo, sabendo que, nesta<br />

vida, o que nos mantém vivos em esperança são as<br />

aflições (cf. João 16:33; 1 Coríntios 2:9; 2 Coríntios 4:7 –<br />

11, 17, 18; 1 Pedro 1:3 – 9).<br />

“Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo” (v. 31).<br />

Pediu a quem? Pediu a Deus, claro. E Deus permitiu.<br />

Ainda que o maligno possa “cirandar” com os servos do<br />

Senhor, observe que ele não o faz sem a “permissão de<br />

Deus”. Louvado seja o Deus Eterno que tem o Diabo sob<br />

controle! O poder de Satanás é limitado, tanto em relação<br />

ao tempo como em seu alcance. Tanto é que a derrota de<br />

Satanás já está decretada e seu final descrito em<br />

Apocalipse 20:10. Na experiência de Jó, Satanás pleiteou<br />

autorização para, inicialmente, tocar nos bens de Jó e<br />

depois na saúde. O maligno agiu dentro do limite<br />

estabelecido por Deus.<br />

O verbo usado por Jesus, siniasai – σινιάσαι, cirandar,<br />

peneirar”, denota uma agitação interna, equivalente a<br />

tentar a fé de alguém até o limite. Descreve o processo de<br />

provas pelo qual o genuíno é separado do falso, o bom do<br />

mau. Jesus alertou a Pedro de que problemas viriam e que<br />

Satanás estaria atacando os apóstolos. O que podemos<br />

observar nesta passagem é que Cristo orou, rogou para<br />

que a fé de Pedro fosse guardada. Observe que, antes de<br />

qualquer reação de Pedro, Jesus acrescentou: “mas eu<br />

roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” (v. 32).<br />

Vemos aqui o cumprimento do que João escreveu em 1<br />

João 2:1: “Jesus é nosso advogado”. Jesus orou por Pedro<br />

para que este se recobrasse após as turbulências que<br />

viriam. O Senhor sabia das três negativas que Simão<br />

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cometeria, e que isto seria superado (a culpa, as<br />

consequências e outros males). Pedro recebe uma<br />

orientação de Jesus: “quando te converteres” (Lucas<br />

22:32), no grego epistrepsas – ἐπιστρέψας, que significa<br />

“voltar-se para si mesmo”, dando a ideia de que Pedro seria<br />

temporariamente usado, alienado por Satanás, mas não<br />

seria definitivamente usado como Judas Iscariotes, como<br />

um “filho da perdição”, fortaleça os teus irmãos (cf. João<br />

21:14 – 19). Pedro foi o primeiro dos doze a se encontrar<br />

com Jesus ressurreto e a entender o fato da ressurreição<br />

(Lucas 24:34). É nítido entender que Satanás sabia que<br />

Pedro era um dos eleitos, pois Pedro teve sua “tentação”<br />

autorizada por Deus. Assim como Jó, em Pedro foi<br />

preservado a fé, o temor e a alma. Pedro foi guardado por<br />

Deus, diferentemente de Judas Iscariotes, o qual é<br />

apresentado como “filho da perdição”, sem qualquer<br />

proteção e preservação divina.<br />

Devemos elencar três pontos:<br />

(1) Em alguns versículos anteriores, Satanás entrou em<br />

Judas sem pedir permissão a Deus (cf. Lucas 22:3).<br />

(2) Na oração feita por Jesus, Ele ora ao Pai para que<br />

guarde os Seus (escolhidos): “Não peço que os tires do<br />

mundo, mas que os livres do mal” (João 17:15).<br />

(3) Diferentemente de Judas Iscariotes: “[…] Tenho<br />

guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se<br />

perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se<br />

cumprisse” (v. 12), Satanás se apoderou de Judas<br />

Iscariotes, pois o mesmo não fazia parte dos eleitos<br />

(escolhidos) de Deus.<br />

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Pedro foi guardado porque era um escolhido, não por<br />

melhores obras ou por caráter meritório. Judas andou com<br />

Cristo e fez as mesmas obras como discípulo. A ênfase,<br />

porém, está na eleição. Por esta razão, Satanás não se<br />

apoderou de Pedro, pois sabia que ele era um eleito. Existe<br />

um selo colocado nos escolhidos de Deus desde a<br />

eternidade – o Espírito Santo.<br />

(2) Paulo e Satanás (Atos 19:15, 16).<br />

Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço Jesus e<br />

sei quem é Paulo; mas quem é você? E o possesso do<br />

espírito maligno saltou sobre eles. Ele os subjugou e de tal<br />

modo prevaleceu contra eles, que, desnudos e feridos,<br />

fugiram daquela casa.<br />

A descrição de Lucas sobre o espírito maligno que fala pela<br />

boca do homem endemoninhado encontra paralelos nos<br />

relatos dos Evangelhos sinóticos (cf. Mateus 8:29; Marcos<br />

1:24; Lucas 4:41). Nesses relatos, os demônios<br />

reconheceram Jesus como o Filho de Deus. Em Éfeso, ao<br />

ouvir as palavras pronunciadas pelo exorcista, o demônio<br />

respondeu com total conhecimento: “Conheço Jesus e sei<br />

quem é Paulo; mas quem é você?”. No texto grego, Lucas<br />

usa duas palavras diferentes para o verbo conhecer.<br />

Talvez para distinguir a natureza divina de Jesus da<br />

natureza terrena de Paulo. No entanto, esses dois verbos<br />

são virtualmente sinônimos, pois ambos se relacionam<br />

com o conhecimento adquirido e não inato.<br />

A palavra grega usada para “conhecer” é epistamai –<br />

ἐπίσταμαι. Esta mesma palavra é usada em Marcos 14:68,<br />

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quando Pedro diz: “Não o conheço (epistamai) […]”. O<br />

termo denota a ideia de “estar familiarizado com”; no caso<br />

supracitado, “familiarizado com Paulo e Jesus”. A outra<br />

palavra grega é ginōskō – γινώσκω, que significa chegar a<br />

saber, vir a conhecer, obter conhecimento de [...].<br />

O demônio havia aprendido sobre Jesus, e sabia que o<br />

poder divino que dele fluía para Paulo podia dominá-lo. Ele<br />

também detecta o engano da prática dos exorcistas judeus<br />

e sabe que eles não têm poder. A pergunta: “quem é<br />

você?”, revela o desdém do demônio acerca dos nãoeleitos,<br />

e não dos eleitos, pois Paulo, como apóstolo de<br />

Jesus Cristo, recebeu autoridade para expulsar demônios<br />

(cf. Atos 16:18).<br />

O demônio, então, exala sua fúria sobre os sete filhos de<br />

Ceva. O homem possesso, com força sobre-humana, pula<br />

sobre os sete homens, subjuga-os e domina-os. Nesse<br />

ponto, alguns tradutores divergem uns dos outros por<br />

causa de uma variante do texto grego. Os melhores<br />

manuscritos trazem ambos, que aparece em uma tradução<br />

como “subjugou-os a ambos” e, em outra, como “e dominou<br />

um primeiro e depois o outro”. Essa versão é incompatível<br />

com o número sete (v. 14) se a palavra ambos for<br />

entendida como sendo aplicada a duas pessoas apenas.<br />

Porém, quando mais que duas pessoas se acham<br />

envolvidas, o termo pode significar “todos” (cf. 23:8), termo<br />

adotado pela maioria das versões. O homem possesso de<br />

demônio dá uma grande surra nos sete exorcistas que eles<br />

escapam por pouco da casa onde estavam. Aliviados por<br />

estarem vivos, eles fogem nus e feridos. O grego indica que<br />

os ferimentos demoraram muito tempo para sarar. Por um<br />

lado, esses exorcistas aprenderam a não invocar o nome<br />

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de Jesus. Do outro, o incidente promoveu a causa do<br />

evangelho.<br />

Anteriormente a este acontecimento do exorcismo no<br />

capítulo 19, no capítulo 16, Paulo expulsa um demônio de<br />

uma jovem.<br />

Enquanto estávamos a caminho do lugar de oração, uma<br />

jovem escrava que tinha um espírito de adivinhação nos<br />

encontrou. Ela trazia aos seus donos muito lucro pela<br />

adivinhação. Ela seguia a Paulo e a nós, clamando: Estes<br />

homens são servos do Deus Altíssimo, que estão<br />

proclamando a vocês o caminho da salvação.<br />

Duas observações:<br />

(1) Oposição. Lucas escreve que os missionários estão a<br />

caminho do “lugar de oração”. No grego, ele diz “a oração”,<br />

o que não se refere ao ato de orar, porém ao local da<br />

reunião (cf. v. 13).<br />

Sempre que a igreja se desenvolve, Satanás procura<br />

bloquear o trabalho dos servos de Deus, e às vezes tem<br />

êxito, por exemplo, em 1 Tessalonicenses 2:18; 3:5. Em<br />

Samaria, Simão, o mágico, ofereceu dinheiro a Pedro e<br />

João a fim de obter o dom do Espírito Santo (Atos 8:18,<br />

19). Na ilha de Chipre, Elimas se opôs a Paulo e Barnabé,<br />

tentando persuadir o procônsul Sérgio Paulo a não crer em<br />

Jesus Cristo (Atos 13:7, 8). De modo semelhante, em<br />

Filipos, Satanás usa uma jovem endemoninhada para<br />

frustrar o trabalho dos missionários.<br />

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No caminho do lugar de oração, uma jovem escrava, que<br />

possuía o espírito de adivinhação, encontra os<br />

missionários. No grego, Lucas escreve que ela tem um<br />

espírito chamado Píton, que os tradutores vertem como<br />

“adivinhação”. A palavra Píton se referia à serpente<br />

lendária que guardava o Oráculo Délfico, um santuário no<br />

centro da Grécia, mas que fora morta por Apolo, o deus da<br />

profecia. Em anos posteriores, o termo indicava o espírito<br />

de adivinhação que habitava nos médiuns. Assim como a<br />

sacerdotisa de Apolo em Delfos era capaz de prever o<br />

futuro, assim também aquela jovem escrava servia aos<br />

seus senhores em Filipos como adivinhadora. Ela era um<br />

instrumento de demônios que a usavam como sua portavoz,<br />

e era uma fonte lucrativa de renda para os seus.<br />

Vemos nessa jovem escrava possessa em Filipos um<br />

paralelo com os endemoninhados que Jesus encontrou<br />

durante seu ministério (por exemplo, Marcos 1:24).<br />

Entendemos que, assim como os demônios reconheciam o<br />

Santo de Deus – Jesus Cristo – em Atos 16 e 19 os<br />

demônios reconheceram os “santos de Deus”, isto é,<br />

Paulo, Silas, Pedro e os outros. Fica evidenciado, pelas<br />

Escrituras, que Satanás e os demônios sabem quem são<br />

os eleitos. Na ocasião de Atos 19, os demônios “pulam<br />

sobre os sete homens, subjuga-os e domina-os”. Em uma<br />

situação diametralmente oposta à de Atos 16, onde Paulo,<br />

com toda autoridade dada por Cristo, expulsa o demônio<br />

que escravizava a jovem “adivinhadora”.<br />

O apóstolo confronta o demônio no nome de Jesus Cristo,<br />

ou seja, na autoridade que Jesus lhe dera. Ele diz ao<br />

demônio para se retirar da moça. Paulo clama o nome de<br />

Jesus da mesma forma que Pedro o fez para a cura do<br />

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paralítico, na área do templo de Jerusalém (3:6). Assim<br />

como Jesus curou as pessoas possuídas por demônios em<br />

Israel, assim também, por intermédio de seu servo Paulo,<br />

ele expulsa o demônio da jovem escrava em Filipos. Assim<br />

como Jesus deu aos apóstolos poder sobre os espíritos<br />

imundos (Marcos 6:7), assim também ele dota Paulo com<br />

essa mesma autoridade. O resultado é que o demônio<br />

deixa a moça imediatamente. Seus donos perdem uma<br />

valiosa fonte de renda. Com efeito, presumimos que ela<br />

recebeu o dom da salvação e se tornou membro da igreja<br />

filipense.<br />

(2) Reconhecimento. A jovem escrava segue os<br />

missionários. Clamando em alta voz, ela informa ao público<br />

a identidade de Paulo e seus companheiros: “Estes<br />

homens são servos do Deus Altíssimo, que estão<br />

proclamando a vocês o caminho da salvação”. Em si<br />

mesma, essa confissão é nobre e verdadeira, desde que<br />

parta do coração de um crente e na forma de uma<br />

declaração de fé. No entanto, o reconhecimento vem<br />

indiretamente de Satanás que, usando essa moça, tenta<br />

diminuir a eficácia do ministério de Paulo, assim como fez<br />

com Jó. “O temor do Senhor” é o nome da religião<br />

verdadeira, como citei no início deste artigo para identificar<br />

a lealdade de Jó a Deus. A piedade de Jó era fruto de<br />

submissão genuína ao Senhor, diante de quem ele andava<br />

em reverência, rejeitando resolutamente o que Ele tivesse<br />

proibido. Contudo, Satanás tenta de todas as formas<br />

diminuir a eficácia do ministério dos eleitos. Porém, em<br />

relação aos eleitos de Deus, nada Ele pode fazer, pois<br />

somos sustentados pelos méritos de Cristo.<br />

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O apóstolo não pede que a moça lhe prediga o futuro; em<br />

vez disso, ele vê o poder de Satanás em ação sobre uma<br />

escrava indefesa. Não há dúvida de que se Paulo tivesse<br />

aceitado o testemunho de Satanás sem discernimento, ele<br />

teria dado crédito ao diabo e teria aprovado os seus<br />

motivos.<br />

O Diabo de Deus.<br />

A expressão “O Diabo de Deus” do grande reformador<br />

Martinho Lutero, nos lembra da verdade bíblica de que<br />

Satanás não é um ser autônomo, com liberdade plena para<br />

agir e fazer o que lhe interessa. Ao lermos as Escrituras,<br />

especialmente o livro de Jó, fica muito evidente o fato de<br />

que o Satanás continua servo de Deus depois de sua<br />

rebelião, tanto quanto era nos dias de sua doce obediência.<br />

Ali ele é identificado como um dos filhos de Deus, ou como<br />

uma de suas criaturas. E como tal, ele não tem poder<br />

próprio e não age independentemente do Criador; pelo<br />

contrário, ele precisa pedir permissão ao Senhor para fazer<br />

qualquer coisa que deseje. Lembre-se que ele pediu a<br />

Jesus para destruir a vida do apóstolo Pedro (Lucas 22:31,<br />

32). Não sabemos exatamente o que o Diabo pode e não<br />

pode fazer. O que temos certeza é que ele possui<br />

exatamente o poder que Deus permite que ele tenha, e<br />

nada mais. Em todo o livro de Jó percebe-se claramente<br />

que Deus mantém Satanás neste mundo apenas para<br />

desempenhar seu papel no drama da terra e fará isto de<br />

acordo com as regras divinas e não satânicas. Aqueles que<br />

olham para Bíblia e conseguem ver a soberania de Deus<br />

sobre todas as coisas, concordam que Satanás é espécie<br />

de luva divina. Deus o usa, faz o trabalho que tem de fazer,<br />

e no final quem se suja é unicamente o Diabo. No livro de<br />

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Jó, as ações de Satanás, Deus assume com sendo suas<br />

próprias ações (Jó 2:3 – 5). Embora a maldade tenha sido<br />

proposta e executada por Satanás, ele próprio reconhece<br />

que é a mão de Deus, a responsável pelas aflições de Jó.<br />

A provação de Jó teve sua causa imediata em Satanás,<br />

mas a causa final foi Deus (Jó 42:11). Na Bíblia vemos que<br />

Satanás é usado por Deus para causar cegueira nas<br />

mentes daqueles que não aceitam o evangelho (2 Coríntios<br />

4:4); remover pensamentos de dentro das mentes (Marcos<br />

4:15); disciplinar desobedientes (1 Coríntios 5:5; 1 Timóteo<br />

1:20) e para muitas outras obras que o Senhor desejar usálo<br />

como quiser, quando quiser e da maneira que quiser.<br />

Deus não está nem um pouco preocupado em provar se<br />

Ele é maior ou mais forte que o Diabo, e muito menos que<br />

existe esta “guerra travada nas regiões celestiais” para ver<br />

quem vai ficar com o futuro dos seres humanos.<br />

Como disse C.S. Lewis: “Não há uma guerra, mas sim uma<br />

rebelião interna, e o rebelde encontra-se sob controle”.<br />

Quando passamos a enxergar o mundo a partir desta visão<br />

bíblica tudo se modifica. Percebo que nada do que me<br />

acontece foge do controle de Deus. Não preciso mais ficar<br />

com medo de ameaças que são feitas por pregadores<br />

relacionando minha família, emprego, saúde [...] com o<br />

Diabo. Posso descansar em Deus sabendo que Ele possui<br />

o controle de todas as coisas, e por isto, antes de Satanás<br />

intentar qualquer coisa contra mim, como fez com Pedro,<br />

ele precisará pedir permissão ao meu Pai, do contrário ele<br />

nada poderá fazer contra a minha vida.<br />

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Poucos na história da humanidade foram tão tentados pelo<br />

Diabo como Lutero. Ainda assim, Lutero entendia que o<br />

Acusador de nossas almas não pode fazer absolutamente<br />

nada sem a permissão de Deus.<br />

O Diabo, disse Lutero, “é instrumento divino, como uma<br />

enxada, usada para cultivar o jardim de Deus. Embora este<br />

instrumento tenha prazer em destruir as ervas, ele não<br />

pode sair das mãos do Criador, nem capinar onde o Todo-<br />

Poderoso não deseja, nem frustrar Seu propósito de criar<br />

um bonito jardim. Assim, o diabo sempre faz a obra de<br />

Deus”.<br />

Spurgeon disse algo parecido. “De todos os poderes que<br />

realizam os propósitos de Deus no mundo, nenhum o<br />

efetua mais do que o próprio Diabo. Ele é apenas um<br />

serviçal na cozinha do Eterno; sem querer, realiza grande<br />

parte do trabalho que Deus não daria a seus próprios filhos,<br />

tarefas essas tão necessárias quanto às executadas pelos<br />

serafins. Não pensem que o mal é uma potência rival de<br />

idêntico poder ao nosso bom Deus. Não, o pecado e a<br />

morte, à semelhança dos gibeonitas, são cortadores de<br />

lenhas e tiradores de água para os propósitos divinos; e<br />

quando os inimigos do Senhor mais deliram e se zangam,<br />

cumprem seus propósitos eternos para louvor e glória da<br />

Sua sabedoria e graça – mesmo que não o saibam”.<br />

Foi porque entendeu estas verdades bíblicas que Lutero ao<br />

compor o hino Castelo Forte afirmou: “Se nos quisessem<br />

devorar demônios não contados, não nos podiam assustar,<br />

nem somos derrotados. O grande acusador dos servos do<br />

Senhor já condenado está; vencido cairá por uma só<br />

palavra”.<br />

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Mais tarde ele pôde sabiamente dizer: “O Diabo é o Diabo<br />

de Deus”.<br />

CONCLUSÃO<br />

Apesar disso, pode-se ainda achar estranho a maneira<br />

com que Deus se utiliza de Satanás. Porém, já foi dito que,<br />

se não ficarmos bem resolvidos sobre este ponto – que os<br />

demônios estão sob a direção de Deus, de tal modo que<br />

nada podem fazer sem sua licença – derramaremos como<br />

água. Há mais, a saber, que os demônios são como<br />

verdugos para executar os juízos de Deus e as punições<br />

que Ele quer realizar sobre os perversos. Eles são também<br />

como açoites pelos quais Deus castiga Seus filhos<br />

(Hebreus 12:6).<br />

Em resumo, o diabo tem que ser o instrumento da cólera<br />

de Deus, executando a sua vontade. Não que o faça de<br />

bom grado, como é descrito em toda Escritura, mas é por<br />

Deus deter o poder soberano sobre todas as criaturas, as<br />

quais devem se sujeitar a Ele e se voltarem para onde bem<br />

lhe parecer, isso será melhor entendido pela analogia<br />

contrária. Quando Deus consente que Satanás execute<br />

sua ira sobre os incrédulos, não somente “permite” que ele<br />

aflija-os em seus bens, aflija-os com doenças ou de outra<br />

maneira qualquer, mas vai mais além, dando-lhe o poder<br />

do erro e de poder enganar, como podemos ver em 2<br />

Coríntios 4:4, mas também podemos ver em Mateus 24:24<br />

que, em relação aos eleitos, a eficácia do engano é limitada<br />

pelo poder preservador de Deus sobre eles (cf. 2 Pedro 2:1<br />

– 3; 2 Pedro 3:17).<br />

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Pois se levantarão falsos cristos e falsos profetas e<br />

apresentarão grandes milagres e prodígios para, se<br />

possível, iludir até mesmo os eleitos.<br />

Veja Deus dizendo: “Quem seduzirá Acabe por mim?”. E<br />

Satanás diz: “Eu serei um espírito de mentira na boca dos<br />

Profetas dele”. Vemos aqui uma licença que é muito maior<br />

do que esta aqui citada. Não é apenas a questão de que<br />

Acabe seja ludibriado por algum meio exterior, mas os<br />

profetas que o iludem sob aparência de verdade. E é isto o<br />

que Paulo declara em (2 Tessalonicenses 2:10). Quando<br />

os homens não querem obedecer a Deus e à sua verdade,<br />

nem se resignar a isso, sobretudo quando Deus lhes dá a<br />

graça de se manifestar a eles e lhes mostrar o caminho de<br />

salvação, se forem tão desgraçados a ponto de rejeitar e<br />

repelir semelhante graça divina, eis, então, que Deus lhes<br />

envia os falsos profetas e os enganadores, os quais não só<br />

perverterão toda boa doutrina, mas também serão cridos,<br />

porque lhes dará a eficácia do erro. E é Satanás que atua<br />

de forma a levarem todos para condenação, porém os<br />

eleitos serão preservados do bote da antiga serpente.<br />

Louvado seja Deus pela perseverança dos santos, e que<br />

em esferas desconhecidas, em meio às “permissões”,<br />

limita com o Seu imenso poder as investidas de Satanás, e<br />

assim nos guarda para o Dia de Jesus Cristo.<br />

Em um cântico, o salmista declara a fé perfeita em Deus:<br />

Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre<br />

presente na adversidade. Por isso não temeremos, embora<br />

a terra trema e os montes afundem no coração do mar,<br />

embora estrondem as suas águas turbulentas e os montes<br />

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sejam sacudidos pela sua fúria. Há um rio cujos canais<br />

alegram a cidade de Deus, o Santo Lugar onde habita o<br />

Altíssimo. Deus nela está! Não será abalada! Deus vem em<br />

seu auxílio desde o romper da manhã. Nações se agitam,<br />

reinos se abalam; ele ergue a voz, e a terra se derrete. O<br />

Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é a<br />

nossa torre segura. Venham! Vejam as obras do Senhor,<br />

seus feitos estarrecedores na terra. Ele dá fim às guerras<br />

até os confins da terra; quebra o arco e despedaça a lança,<br />

destrói os escudos com fogo. Parem de lutar! Saibam que<br />

eu sou Deus! Serei exaltado entre as nações, serei<br />

exaltado na terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o<br />

Deus de Jacó é a nossa torre segura (Salmos 46:1 – 11).<br />

Estou convencido de que aquele que começou a boa obra<br />

em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus<br />

(Filipenses 1:6).<br />

COMO POSSO RECONHECER UM FALSO<br />

MESTRE?<br />

“A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim<br />

produzir bons frutos” – Mateus 7:18.<br />

Certa vez Martinho Lutero disse:<br />

“Qualquer ensinamento que não se enquadre nas<br />

Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover<br />

milagres todos os dias”.<br />

Aqueles que entram pelo caminho apertado precisam se<br />

precaver contra os falsos profetas, que dizem guiar os<br />

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crentes, mas que na realidade praticam a mentira.<br />

Disfarçados como ovelhas não deve ser entendido como a<br />

vestimenta do profeta, mas é um contraste evidente aos<br />

lobos perversos. O povo de Deus de todas as épocas<br />

precisou estar alerta contra os líderes mentirosos<br />

(Deuteronômio 13:1; Atos 20:29; 1 João 4:1; Apocalipse<br />

13:11 – 14). Pelos seus frutos. As doutrinas proferidas por<br />

esses falsos profetas, mais do que as obras que praticam,<br />

uma vez que a aparência exterior pode não despertar<br />

suspeitas. O teste do profeta é a sua conformidade com as<br />

Escrituras (1 Coríntios 14:37; Deuteronômio 13:1 – 5).<br />

Árvore má.<br />

Uma árvore arruinada, sem valor, inútil. A falta de utilidade<br />

de uma árvore como essa exige a sua imediata retirada do<br />

pomar para que não prejudique as outras.<br />

Nada impede tanto aos homens de passar pela porta<br />

estreita e chegar a serem verdadeiros seguidores de Cristo<br />

como as doutrinas carnais, apaziguadoras e aduladoras<br />

dos que se opõem à verdade. Estes podem ser conhecidos<br />

pelo arrasto e os efeitos de suas doutrinas. Uma parte de<br />

seus temperamentos e condutas resulta contrária à mente<br />

de Cristo. As opiniões que levam a pecar não vêm de Deus.<br />

Jesus nos advertiu que “falsos Cristos e falsos profetas”<br />

virão e tentarão enganar até mesmo os eleitos de Deus,<br />

apesar de não ser possível (Mateus 24:23 – 27; cf. 2 Pedro<br />

3:3 e Judas 17, 18).<br />

A palavra usada para descrever “falsos profetas” é<br />

“pseudoprophētai – ψευδοπροφῆται” que denota a ideia de<br />

quem, agindo como um profeta divinamente inspirado<br />

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declara falsidades como se fossem profecias divinas. O<br />

termo grego usado para apontar “os falsos Cristos” é um<br />

sinônimo “ψευδοχριστος” que significa literalmente falso<br />

Cristo, pretenso Messias, que exalta a si mesmo ao invés<br />

de Cristo, proclamando que é o Cristo. Alguns têm dado o<br />

mesmo sentido à “αντιχριστος”. Mas é muito mais provável<br />

que signifique alguém totalmente oposto a Cristo, alguém<br />

que exalta a si mesmo contra Cristo, proclamando que não<br />

há Cristo. Devemos nos atentar para o ateísmo prático<br />

cristão. Crentes que em meio as suas confissões<br />

meramente religiosas vivem como se Deus não existisse<br />

(cf. Mateus 7:23). O termo usado para descrever a<br />

característica de uma confissão falsa não conhecida de<br />

Cristo é “anomian – ἀνομίαν” denotando o desprezo e<br />

violação da lei, porque não conhece a lei, e por essa razão<br />

a transgride.<br />

Para melhor se prevenir contra a falsidade e contra falsos<br />

mestres, conheça a verdade, ela é libertária e precisa em<br />

suas declarações. Para detectar uma imitação, estude a<br />

“coisa” verdadeira, estude a verdade como ela é exposta,<br />

e aplicada em sua condição real. Qualquer crente que<br />

“maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15) e que<br />

faz um estudo cuidadoso da Bíblia pode identificar “falsa<br />

doutrina, falsos mestres e falsos Cristos”. Por exemplo, um<br />

crente que leu as atividades do Deus Pai, Deus Filho<br />

(Jesus Cristo) e Deus Espírito Santo em Mateus 3:16, 17<br />

irá imediatamente questionar qualquer doutrina que negue<br />

a Trindade. Portanto, o “primeiro passo” é estudar a Bíblia<br />

e julgar todo ensino de acordo com o que diz a Escritura.<br />

Jesus disse “pelo fruto se conhece a árvore” (Mateus<br />

12:33). Ao buscar por “frutos”, aqui estão três testes<br />

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específicos para aplicar em qualquer mestre para<br />

determinar a precisão do seu ensino, e a veracidade do<br />

mesmo:<br />

(1) O que esse mestre diz sobre Jesus?<br />

Em Mateus 16:15 Jesus pergunta: “Quem dizeis que eu<br />

sou?”. Pedro responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus<br />

vivo”, um dos princípios de confessionalidade cristã, e por<br />

essa resposta Pedro é chamado “bem-aventurado”. Em 2<br />

João 9, lemos: “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de<br />

Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que<br />

permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho”.<br />

Em outras palavras, Jesus Cristo e a Sua obra de redenção<br />

são de maior importância, tome cuidado com qualquer um<br />

que nega que Jesus é igual a Deus, desvaloriza a morte de<br />

Jesus no nosso lugar ou rejeita a humanidade de Jesus. 1<br />

João 2:22 diz: “Quem é o mentiroso, senão aquele que<br />

nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega<br />

o Pai e o Filho”, devemos ter cuidado com um evangelho<br />

que não fala sobre as doutrinas da graça, que não combate<br />

o pecado e que não fala da justiça de Deus. Se não falar<br />

desses pontos, não podemos aceitar como o genuíno<br />

evangelho da salvação. Devemos considerar maldito, e<br />

assim, combater se possível com a nossa vida e reputação,<br />

julgando sempre pela reta justiça — a Escritura.<br />

“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a<br />

reta justiça” – João 7:24.<br />

O termo “julgai” no (v. 24) descrito pelo termo grego “krisin<br />

– κρίσιν” imprime uma ideia de analisar o certo ou errado<br />

por uma fonte verdadeira (a Escritura Sagrada), é um<br />

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julgamento; ou seja, opinião ou decisão proferida acerca<br />

de qualquer coisa, especialmente em matéria de justiça e<br />

injustiça, certo e errado, partindo desses pressupostos<br />

devemos automaticamente ligar a Deus todo esse<br />

processo de julgamento. Pois somente Deus é reto Juiz, e<br />

somente dEle procede reta justiça. E como chegamos?<br />

Somente pela Escritura. A ideia de um julgamento é de<br />

uma análise criteriosa em todas as esferas de acordo com<br />

uma Lei, fazendo-se justiça. Ser chamado a esse<br />

julgamento para que o caso possa ser examinado e<br />

julgado. Assim devemos fazer com todos os expoentes da<br />

Palavra de Deus.<br />

Universalmente o termo grego “krisin – κρίσιν” é usado em:<br />

1 Timóteo 5:24 (em que ver epakolouthousin –<br />

ἐπακολουθέω descrevendo o ato de provar o erro,<br />

declarando culpado os presbíteros em suas ações<br />

pecaminosas) justamente fazendo um paralelo direto dos<br />

textos em que se fala de um julgamento por se viver em<br />

desacordo com a Lei de Cristo (cf. Judas 1:9; 2 Pedro 2:1;<br />

João 7:24; João 8:16).<br />

“Os pecados de alguns homens são manifestos,<br />

precedendo o juízo; e em alguns se manifestam depois” –<br />

1 Timóteo 5:24.<br />

O caráter de uma pessoa, acompanhado de pecados, ou<br />

de boas obras e seus resultados, será revelado mais cedo<br />

ou mais tarde (cf. Mateus 7:22, 23).<br />

(2) Esse mestre prega o evangelho?<br />

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O evangelho é definido como as boas novas concernentes<br />

à morte, ao sepultamento e à ressurreição de Jesus de<br />

acordo com as Escrituras (1 Coríntios 15:1 – 4). Por mais<br />

bonitas que soem as afirmações positivas “Deus lhe ama”<br />

– “Deus quer que alimentemos os famintos [...]” – “Deus<br />

quer que você tenha prosperidade” – “O melhor dessa terra<br />

é para você!”. Não é a mensagem completa do evangelho,<br />

as boas novas da salvação revelam a Justiça de Deus e o<br />

Seu amor. Como Paulo adverte em Gálatas 1:7: “Há alguns<br />

que vos perturbam e querem perverter o evangelho de<br />

Cristo”. Ninguém, nem mesmo um grande pregador, tem o<br />

direito de mudar a mensagem que Deus nos deu. “Se<br />

alguém vos prega evangelho que vá além daquele que<br />

recebestes, seja anátema — Amaldiçoado” (Gálatas 1:9;<br />

cf. 1 Coríntios 16:22), Devemos ter em mente que Jesus<br />

Cristo não morreu para que o homem tenha prosperidade<br />

financeira, e nem cura física, mas para satisfazer a justiça<br />

de Deus, para que assim, existisse a Palavra da<br />

reconciliação entre o homem e Deus, concretizando o seu<br />

propósito determinado desde a fundação do mundo em<br />

salvar um povo para Si, os eleitos. O apóstolo Paulo foi um<br />

santo homem, apto na Palavra de Deus, e mesmo assim<br />

por diversas vezes não teve suas orações respondidas de<br />

acordo com os seus desejos (2 Coríntios 12:8, 9), teve um<br />

“espinho na carne” (profundo sofrimento agonizante), foi<br />

preso, sentiu frio, medo, foi impedido por Satanás não<br />

tendo autoridade sobre ele (1 Tessalonicenses 2:18), teve<br />

fome e sede, foi perseguido e açoitado por diversas vezes,<br />

apedrejado, sofreu perigo de morte, de salteadores, dos<br />

gentios, perigos dos falsos irmãos, sentiu fadiga, em<br />

vigílias, muitas vezes em jejum, muitas vezes em nudez, e<br />

além dessas coisas externas, o oprimia o cuidado de todas<br />

as igrejas, e no final de sua vida depois de passar por<br />

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muitas coisas ruins, foi morto de uma forma cruel,<br />

decapitado em Roma/Itália segundo a tradição. (cf. 2<br />

Coríntios 11:24 – 28; Filipenses 4. Lembremo-nos das<br />

palavras de Jesus, “no mundo tereis aflições” (João 16:33).<br />

“Jesus dizia a todos: Se alguém quiser acompanhar-me,<br />

negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e sigame”<br />

(Lucas 9:23). O evangelho é a renúncia de nossas<br />

vidas por amor a Ele, “Porque aquele que quiser salvar a<br />

sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de<br />

mim, achá-la-á” (Mateus 16:25). “Porque a vós vos foi<br />

concedido, em relação a Cristo, não somente crer nEle,<br />

como também a padecer por Ele” (Filipenses 1:29).<br />

Sabemos que Deus tem prazer em abençoar o Seu povo,<br />

mas nem sempre Ele o fará.<br />

(3) Esse mestre exibe qualidades de caráter que glorificam<br />

ao Senhor?<br />

Falando de falsos mestres, Judas 11 diz: “Prosseguiram<br />

pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se<br />

precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de<br />

Corá”. Em outras palavras, um falso mestre pode ser<br />

reconhecido pelo seu orgulho (a rejeição dos planos de<br />

Deus por parte de Caim), sua ganância (a profecia de<br />

Balaão por dinheiro) e rebelião (a autopromoção de Corá<br />

contra Moisés), “A árvore boa não pode dar frutos ruins,<br />

nem a árvore ruim produzir bons frutos” (Mateus 7:18).<br />

Para estudar mais, revise os livros da Bíblia escritos<br />

especificamente para combater falsos ensinamentos<br />

dentro da igreja: Gálatas; 2 Pedro; 2 João; e Judas.<br />

Frequentemente é difícil identificar um falso mestre – falso<br />

profeta. É disso que se trata um “lobo em pele de cordeiro”.<br />

“Existem atualmente muitos mercenários” (João 10:10).<br />

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Satanás e seus demônios se mascaram como ministros de<br />

justiça (2 Coríntios 11:15). Apenas sendo inteiramente<br />

familiar com a verdade você será capaz de reconhecer uma<br />

imitação, e facilmente descobrirá um falso mestre (falso<br />

profeta).<br />

CONCLUSÃO<br />

Invocamos a essa conclusão um dos principais pilares da<br />

Teologia Reformada, o Sola Scriptura. Um dos princípios<br />

sustentado pela Reforma Protestante do Século XVI foi à<br />

afirmação da suficiência das Escrituras — Sola Scriptura<br />

significa Somente as Escrituras, em latim. Com isso, os<br />

Reformadores enfatizaram que somente a Bíblia é a única<br />

autoridade infalível dentro da Igreja: Somente as Escrituras<br />

são incondicionalmente autoritativas.<br />

Um dos problemas fundamentais entre os cristãos dos<br />

séculos XX – XXI está na não aceitação teórica<br />

(confessional) e prática (vivencial) da Bíblia como Palavra<br />

autoritativa, inerrante e infalível de Deus.<br />

Uma visão relapsa deste ponto determina o fracasso<br />

teológico e espiritual da Igreja. Este desvio teológico,<br />

acerca destas doutrinas, tem contribuído de forma<br />

acentuada, para que os homens não mais discirnam a<br />

palavra de Deus e, por isso, não possam gozar da sua<br />

operação eficaz levada a efeito pelo Espírito Santo (cf. 1<br />

Tessalonicenses 2:13; João 17:17), caindo assim, na<br />

“rampa escorregadia dos falsos mestres”, sendo<br />

incorrentes na negação de toda Doutrina, recebendo com<br />

eles igual castigo.<br />

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“Maldita seja toda pessoa que não puser em prática as<br />

palavras desta Lei! E todo o povo pactuará, respondendo:<br />

Amém, é verdade, assim seja!” – Deuteronômio 27:26.<br />

O SOLA SCRIPTURA E A TRADIÇÃO CRISTÃ<br />

Certa vez Martinho Lutero disse: A paz, se possível, mas a<br />

verdade, a qualquer preço.<br />

Qual a nossa base de fé? Qual o nosso manual de vida<br />

cristã? O que deve ser nosso oráculo diário? E onde estará<br />

nosso conselheiro em horas de aflições?<br />

O credo “Sola Scriptura” é um princípio doutrinal<br />

fundamental da Reforma Protestante e é um dos cinco<br />

ensinamentos sobre os quais o protestantismo foi<br />

edificado. Este princípio sustenta que as Sagradas<br />

Escrituras não necessitam de elementos interpretativos<br />

alheios, o que necessariamente contraria os ensinamentos<br />

da Igreja Ortodoxa, das Igrejas Orientais, da Igreja Copta,<br />

da Igreja Católica e do Anglo-Catolicismo, as quais pregam<br />

que as Divinas Letras só podem ser fielmente interpretadas<br />

por meio da Tradição Apostólica.<br />

Sobre isso, Martinho Lutero, fundador do protestantismo,<br />

era enfático:<br />

“Um simples leigo armado com as Escrituras é maior<br />

que o mais poderoso papa sem elas”.<br />

Martinho Lutero e a disputa teológica de Leipzig com João<br />

Maier – Em 14 de julho de 1519.<br />

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A intenção dos reformadores era a de corrigir aquilo que<br />

julgava equivocado no catolicismo por meio da unicidade<br />

da autoridade da Bíblia, de modo a tentar abolir todos os<br />

dogmas proclamados pela Santa Sé “Sancta Sedes<br />

Apostolica” (especificamente para fazer referência à Sé de<br />

Roma e utilizado para destacar o papel do papa como<br />

sucessor de São Pedro), depois dos primeiros cinco<br />

concílios ecumênicos da Igreja. Para isso, os pensadores<br />

do Protestantismo se baseavam na afirmação paulina de<br />

que:<br />

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa<br />

para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em<br />

justiça”.<br />

“πᾶσα γραφὴ θεόπνευστος καὶ ὠφέλιμος πρὸς<br />

διδασκαλίαν, πρὸς ἐλεγμόν πρὸς ἐπανόρθωσιν, πρὸς<br />

παιδείαν τὴν ἐν δικαιοσύνῃ” — Segunda Epístola a Timóteo<br />

3:16.<br />

Nos movimentos de inspiração “protestante” considerados<br />

historicamente como fundamentalistas, como os<br />

anabatistas e puritanos, e outros surgidos durante o século<br />

XIX, esse princípio foi severamente condensado como<br />

“Nuda Scriptura¹”, de modo que a Bíblia deveria ser<br />

entendida ao pé da letra, adotando-se a ideia de que a “A<br />

Escritura interpreta a própria Escritura”, e, como tal, seria<br />

“suficiente como única fonte de doutrina e práticas cristãs”<br />

em todos os aspectos. O dogma Sola Scriptura não<br />

descarta por completo aspectos relevantes da Tradição<br />

apostólica, no entanto, quando há divergências entre esta<br />

e a Escritura, a última deve ter a primazia. A base dessa<br />

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doutrina é de que as escrituras são perfeitas, e que<br />

ninguém pode pôr outro fundamento além do que está<br />

proposto, o qual é Jesus Cristo, A Palavra (o logos) de<br />

Deus, e que qualquer que pregar outro evangelho, mesmo<br />

se for um anjo, ou o maior dos expoentes seja anátema<br />

(maldito). (cf. NOTA).<br />

(1) No decorrer do artigo de Matthew, aconteceu em um<br />

termo que eu não tinha visto usado antes, Matthew usa<br />

para descrever a posição de muitos protestantes em se<br />

colocarem em uma posição de abandono total das<br />

tradições, mas não é isso o que as escrituras ensinam:<br />

“Scriptura nuda – Escritura nua” — que como eu estou<br />

começando a pensar mais e mais, descreve mais<br />

apropriadamente sobre todo o conceito de Sola Scriptura:<br />

“a roupa nova do imperador que ninguém ousa admitir, não<br />

são roupas em tudo, mas a fina cobertura de sua própria<br />

autoconfiança”. Eu ainda tenho que ouvir quaisquer<br />

respostas oferecidas para o meu desafio: Se é suposto<br />

para manter toda a doutrina à palavra da Escritura, e<br />

rejeitar quaisquer coisas não encontradas lá, porque não é<br />

o ensino encontrado nas próprias Escrituras? Por que não<br />

encontramos os primeiros cristãos a seguir esse preceito?<br />

Se os Pais da Igreja eram tão fiéis seguidores do Sola<br />

Scriptura, por que cada um deles aceitava ensinar e passar<br />

sem contestação os muitos ensinamentos “não bíblicos” da<br />

tradição? Devemos pensar atualmente em alguns pontos.<br />

NOTA: Calvino acreditava que a Sagrada Escritura é a<br />

Palavra de Deus e serve como a única regra infalível de fé<br />

e prática, e deve servir como a autoridade final para julgar<br />

a doutrina e prática cristã, mas não era o seu único recurso<br />

para a Teologia. Por isso, ele regularmente consultou e<br />

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apelou aos documentos cristãos e a autoridades da Igreja<br />

nomeadamente agostiniana para obter uma visão teológica<br />

e clara sobre as questões doutrinais em litígio. Ele<br />

reconheceu a importância estratégica de demonstrar a<br />

continuidade do ensino protestante com as convicções<br />

fundamentais da Igreja primitiva. Assim, o seu refrão<br />

comum era: “A antiga igreja está do nosso lado!”.<br />

Sendo a Sola Scriptura uma doutrina que já se torna<br />

autorefutável por não haver na Bíblia nenhum versículo<br />

que a prove, seus adeptos hoje tentam usar-se de<br />

malabarismos exegéticos para poder explicá-la, negando<br />

assim a tradição oral, que é ensinada pela própria bíblia,<br />

colocando o valor desta como inútil para o Cristão, não<br />

devemos pensar assim, pois uma boa tradição, em<br />

conformidade com a Escritura faz bem à toda comunidade.<br />

Também tentam fazer uma exegese barata das palavras<br />

de Paulo, (2 Tessalonicenses 2:15; 3:6) dizendo que tal<br />

tradição oral que Paulo fala nada mais é que o próprio<br />

conteúdo da Bíblia, ora Paulo fala claramente “tradições<br />

que aprendestes, ou por nossas palavras, ou por nossa<br />

carta”, será que é difícil entender? Vejamos:<br />

O significado da palavra grega “paradoseis — παραδόσεις”<br />

usado para tradições denota literalmente uma dádiva que<br />

é entrege pela palavra falada ou escrita, tradição pela<br />

instrução ou preceito, diferentemente do significado da<br />

palavra grega “dikaiosynē — δικαιοσύνῃ” usada em 2<br />

Timóteo 3:16 para “escritura” que significa doutrina que<br />

trata do modo pelo qual o homem pode alcançar um estado<br />

aprovado por Deus, significa integridade, virtude, pureza<br />

de vida, justiça, pensamento, sentimento e ação correta, e<br />

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num sentido restrito significa: justiça ou virtude que dá a<br />

cada um o que lhe é devido. Denota a ideia do Sola<br />

Scriptura. (v. 17). “As tradições que vos foram ensinadas”<br />

descreve crenças estabelecidas emergentes e práticas<br />

que, por fim, formam o esboço de uma ortodoxia<br />

apostólica. Paulo se refere à mesma idéia quando, seis<br />

anos depois, ele comunica a tradição para igreja de Corinto<br />

(1 Coríntios 11:2, 17; 15:3) e cita a prática das igrejas como<br />

fonte de seu conselho pastoral (1 Coríntios 4:17; 7:17; 11:6;<br />

14:33). Uma tradição da igreja como essa, já no início da<br />

missão paulina, foi violada pelos irmãos desordenados<br />

mencionados em (3:6), e as palavras de Paulo em (3:4)<br />

ilustram o nascimento da má tradição, essa devemos<br />

rejeitar. A celebração da Festa do Amor ou Ágape pertence<br />

a mais autêntica tradição cristã, exemplo de uma boa<br />

tradição. (cf. NOTA).<br />

NOTA: Ao que tudo indica os cristãos do período apostólico<br />

que participavam de uma mesma igreja local, tinham o<br />

costume de reunir-se pelo menos uma vez por semana<br />

para comerem juntos e durante a refeição celebrarem a<br />

Ceia do Senhor. Esse costume teve sua origem no fato que<br />

o Senhor Jesus instituiu o sacramento durante uma<br />

refeição com seus discípulos, (cf. Mateus 26:17 – 30;<br />

Marcos 14:22 – 24; Lucas 22:19, 20; João 13:1 – 4).<br />

Aparentemente o alvo dos “ágapes” era a comunhão cristã,<br />

o compartilhar de alimentos entre os mais pobres e<br />

especialmente, lembrar-se do Senhor Jesus e participar<br />

espiritualmente da sua morte e ressurreição pelo pão e<br />

pelo vinho (elementos da Ceia).<br />

A igreja apostólica em Jerusalém seguiu o exemplo, de<br />

forma que o “partir do pão” se dava num ambiente em que<br />

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as refeições eram tomadas em comum (Atos 2:42 – 47;<br />

20:7). Eventualmente, essas refeições comunais que<br />

vieram a ser conhecidas como “ágape”, da palavra grega<br />

para “amor”, se tornou uma prática regular nas igrejas<br />

cristãs espalhadas pelo mundo.<br />

Judas se refere a elas em sua carta como “festas do amor<br />

(fraternidade)”, mas também identifica falsos crentes,<br />

libertinos participantes nestas festas como, introdutores de<br />

comportamentos contrários à sã doutrina (Judas 12; 2<br />

Pedro 2:13). Sempre devemos identificá-los a luz da<br />

Escritura tais crentes.<br />

Por causa de abusos, alguns dos quais mencionados no<br />

Novo Testamento (1 Coríntios 11:17 – 34; 2 Pedro 2:13), a<br />

festa do “ágape” foi separada da celebração da Ceia do<br />

Senhor a partir do século II. É provável que o que Paulo<br />

escreveu sobre esses abusos tenha sido o começo dessa<br />

separação. Pelo que sabemos, o “ágape” continuou ainda<br />

por alguns séculos, até desaparecer ao final do século VII<br />

da Igreja Cristã, ao ser proibido pelo Concílio de Cartago.<br />

Uma tradição nascida da Palavra de Cristo (como uma boa<br />

tradição expressada pelo amor solidário) e destruída pela<br />

deturpação, e depravação do coração humano.<br />

As boas tradições escritas e orais são bem-vindas a<br />

comunidade dos santos, devemos nos atentar para suas<br />

riquezas. Por exemplo, estes livros podem ter sido usados<br />

como ajuda no processo de registro da Escritura. São<br />

exemplos bem claros disto os seguintes livros: O Livro das<br />

Guerras do SENHOR (Números 21:14). O Livro dos Justos<br />

(Josué 10:13; 2 Samuel 1:18). O Livro das Crônicas de<br />

Samuel, o vidente; Natã, o vidente; e Gade, o vidente (1<br />

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Crônicas 29:29). O Livro da História de Salomão (1 Reis<br />

11:41). O Livro da História de Semaías, o profeta e de Ido,<br />

o vidente (2 Crônicas 12:15). Você já havia pensado a<br />

respeito desses livros citados? Não é interessante que os<br />

escritores bíblicos os tenham mencionado? Porém, eles<br />

não eram inspirados. Todos esses livros se perderam, e<br />

nenhum mais existe, porém, foram úteis no registro da<br />

revelação de Deus. Excelente exemplo do uso de tradições<br />

escritas e orais para o entendimento do registro da<br />

revelação de Deus foram esses livros antigos. Se foram<br />

úteis para ajudar acerca da revelação de Deus, de Sua<br />

santa Palavra, quanto mais a nós, limitados e pobres<br />

acerca da revelação de Deus, devemos ser gratos com<br />

tradições piedosas, zelosas e devocionais. O Sola<br />

Scriptura não imprime uma posição legalista, mas piedosa.<br />

A doutrina da Sola Scriptura é um dos cinco pilares<br />

fundamentais do pensamento da Reforma Protestante,<br />

conhecidos como “Quinque Solae” (Cinco Solas). As<br />

palavras “Sola Scriptura” são do latim: “Sola” que tem a<br />

idéia de “somente”, “chão”, “base”, e a palavra “Scriptura”<br />

que significa “escritos”, em referência às Escrituras. Sola<br />

Scriptura significa que somente as Escrituras são<br />

autoridade de fé e prática do cristão.<br />

A Bíblia é completa, dotada de autoridade e verdade<br />

absoluta. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para<br />

o ensino, para a repreensão, para a correção, para a<br />

educação na justiça” 2 Timóteo 3:16. O Sola Scriptura foi o<br />

“grito de guerra” da Reforma Protestante. Durante séculos<br />

a Igreja Católica Romana colocou suas tradições (más) em<br />

posição de autoridade superior a Bíblia, tal posição<br />

resultou em muitas práticas que foram, de fato,<br />

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contraditórias à Bíblia. Alguns exemplos são: orações aos<br />

santos (ídolos – idolatria) e a Maria, a Imaculada<br />

Conceição (que afirma que Maria, mãe de Jesus, foi imune<br />

de toda a mancha do pecado original), a transubstanciação<br />

(mudança da substância do pão e do vinho na substância<br />

do Corpo e sangue de Jesus Cristo no ato da consagração.<br />

Isto significa que esta doutrina defende e acredita na<br />

presença real de Cristo nos elementos), indulgências<br />

(compra do perdão), simonia (favores) e autoridade papal<br />

através de suas bulas papais. Martinho Lutero, o fundador<br />

da Igreja Luterana e pai da Reforma Protestante foi há<br />

público reprovar a Igreja Católica por seus ensinos não<br />

bíblicos, totalmente heréticos. A Igreja Católica ameaçou<br />

Martinho Lutero com a excomunhão (e morte) se ele não<br />

se retratasse formalmente. A resposta de Martinho Lutero<br />

foi:<br />

“Portanto, a menos que eu seja convencido pelo<br />

testemunho das Escrituras ou pelo mais claro<br />

raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio<br />

das passagens que citei; a menos que assim<br />

submetam minha consciência pela Palavra de Deus,<br />

não posso retratar-me e não me retratarei, pois é<br />

perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui<br />

permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira<br />

ajudar-me. Amém”.<br />

O principal argumento católico contra a Sola Scriptura é<br />

que a Bíblia não ensina a Sola Scriptura explicitamente. Os<br />

católicos argumentam: “A Bíblia, em lugar algum, afirma<br />

que ela própria é o único guia dotado de autoridade para fé<br />

e prática”. Mesmo sendo isto verdadeiro, isto falha em<br />

reconhecer uma questão crucialmente importante.<br />

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Sabemos que a Bíblia é a Palavra de Deus. A Bíblia se<br />

autoproclama inspirada por Deus, inerrante e dotada de<br />

autoridade.<br />

Também sabemos que Deus não muda de idéia ou Se<br />

contradiz. Portanto, apesar do fato de que a Bíblia não se<br />

autointitula “Sola Scriptura”, ela, com certeza, não deixa<br />

espaço para tradições que possam contradizer sua<br />

mensagem. Sola Scriptura não é tanto um argumento<br />

contra a tradição, mas mais ainda um argumento contra<br />

doutrinas não bíblicas ou antibíblicas (tradições más). A<br />

única maneira de saber com certeza o que Deus espera de<br />

nós é permanecermos fiéis ao que sabemos que Ele<br />

revelou, a Bíblia.<br />

“A igreja, longe de ter prioridade sobre a Escritura, é na<br />

realidade uma criação da Escritura, nascida do ventre da<br />

Escritura”. O lema de Calvino “Orare et Labutare” expressa<br />

a ideia: Portanto, todo aquele que medita na Palavra de<br />

Deus, a fim de ser devidamente alimentado, e evitar<br />

interpretações equivocadas, precisa fazer isto sob oração.<br />

O lema de Calvino empurra-nos para fora das falsas<br />

doutrinas e más tradições.<br />

Podemos saber, além de qualquer sombra de dúvida, que<br />

as Escrituras são verdadeiras, dotadas de autoridade e<br />

confiáveis. O mesmo não se pode dizer da tradição. Os<br />

homens cometeram muitos erros em meio às tradições,<br />

como a exemplo, os ágapes.<br />

A Palavra de Deus é a única autoridade para a fé cristã. As<br />

tradições são válidas apenas quando são baseadas nas<br />

Escrituras e estão em total concordância com as<br />

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Escrituras. As tradições que estão em contradição com a<br />

Bíblia não vêm de Deus e não constituem em um aspecto<br />

válido da fé cristã. Sola Scriptura é a única forma de evitar<br />

que a subjetividade e a opinião pessoal tirem a prioridade<br />

dos ensinamentos da Bíblia. A essência da Sola Scriptura<br />

é basear sua vida espiritual somente na Bíblia, e rejeitar<br />

qualquer tradição ou ensino que não esteja em completa<br />

concordância com a Bíblia. 2 Timóteo 2:15 declara:<br />

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que<br />

não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra<br />

da verdade”.<br />

Sola Scriptura não torna nulo o conceito das tradições da<br />

igreja. Mas ao contrário, Sola Scriptura nos dá um sólido<br />

alicerce no qual podemos basear as tradições da igreja. Há<br />

muitas práticas, tanto na Igreja Católica quanto na<br />

Protestante, que são resultado de tradições, e não de<br />

ensinamentos explícitos das Escrituras. É bom, e mesmo<br />

necessário, que a igreja tenha tradições.<br />

As tradições têm um papel importante em tornar clara a<br />

doutrina cristã, e organizar a prática cristã. Ao mesmo<br />

tempo, para que estas tradições sejam válidas, não<br />

poderão estar em desacordo com a Palavra de Deus.<br />

Devem ser baseadas no sólido alicerce dos ensinamentos<br />

das Escrituras. O problema com a Igreja Católica Romana<br />

(e muitas das igrejas cristãs) é que ela baseia as tradições<br />

em tradições, que também se baseiam em tradições,<br />

também baseadas em tradições, e frequentemente a<br />

tradição inicial não estava em completa harmonia com as<br />

Escrituras. É por isso que os cristãos devem sempre<br />

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consultar a Sola Scriptura, a excelente e confiável Palavra<br />

de Deus, como a única base sólida para fé e prática.<br />

Para os reformadores, a Bíblia não era um livro de<br />

doutrinas e proposições a serem aceitas intelectualmente<br />

ou mediante a autoridade da igreja, mas uma revelação<br />

direta, viva e pessoal de Deus, acessível a qualquer<br />

pessoa.<br />

Na prática, uma objeção frequente ao conceito de Sola<br />

Scriptura é o fato de que o cânone da Bíblia não foi<br />

oficialmente acordado por pelo menos 250 anos após a<br />

fundação da igreja. Além disso, as Escrituras não estavam<br />

disponíveis em quantidades significativas por mais de 1500<br />

anos após a fundação da igreja. Como, então, poderiam os<br />

cristãos primitivos usar a Sola Scriptura, quando nem ao<br />

menos possuíam as Escrituras por completo? Como,<br />

então, os cristãos que viveram antes da invenção da<br />

imprensa (Em 1455 pelo alemão Johannes Gutemberg)<br />

poderiam basear sua fé e prática nas Escrituras somente,<br />

se não havia um jeito de possuírem uma cópia completa<br />

das Escrituras? Esta questão se faz ainda mais complicada<br />

devido aos altos índices de analfabetismo através da<br />

história. Como o conceito de Sola Scriptura lida com estas<br />

questões? Simples!<br />

O problema com esta discussão é que ela está<br />

essencialmente dizendo que a autoridade das Escrituras<br />

está baseada na disponibilidade. Este não é o caso. A<br />

autoridade das Escrituras é universal, pois é a Palavra de<br />

Deus, é Sua autoridade.<br />

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O fato de que as Escrituras não estavam prontamente<br />

disponíveis, ou até mesmo o fato de que as pessoas não<br />

pudessem lê-las não muda o fato de que as Escrituras são<br />

a Palavra de Deus. Além disso, ao invés de isto ser um<br />

argumento contra a Sola Scriptura, é na verdade uma<br />

questão a respeito do que a igreja deveria ter feito, ao invés<br />

do que o que ela fez.<br />

A Igreja primitiva deveria ter dado alta prioridade à<br />

produção de cópias das Escrituras. Apesar de ser fora da<br />

realidade que cada cristão possuísse uma cópia completa<br />

da Bíblia, era possível que cada igreja pudesse ter um<br />

pouco, a maioria ou todas as Escrituras prontamente<br />

disponíveis. Os líderes da igreja primitiva deveriam ter feito<br />

do estudo das Escrituras sua mais alta prioridade, para que<br />

pudessem ensiná-las com precisão. Mesmo que as<br />

escrituras não pudessem ser disponibilizadas para as<br />

massas, pelo menos os líderes da igreja poderiam ter sido<br />

bem treinados na Palavra de Deus. Ao invés de construir<br />

tradições em cima de tradições, e passá-las de geração em<br />

geração, a Igreja deveria ter copiado as Escrituras e as<br />

ensinadas (2 Timóteo 2:4).<br />

Mais uma vez repito as tradições não são problemas.<br />

Tradições não-bíblicas são o problema. A disponibilidade<br />

das Escrituras através dos séculos não é o fator<br />

determinante. As próprias Escrituras são o fator<br />

determinante. Nós agora temos as Escrituras prontamente<br />

disponíveis a nós. Estudando a Palavra de Deus, fica claro<br />

que muitas tradições da igreja que se desenvolveram<br />

através dos séculos são de fato contraditórias à Palavra de<br />

Deus. Isto é onde a Sola Scriptura se aplica.<br />

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As tradições que são baseadas e estão em concordância<br />

com a Palavra de Deus podem ser mantidas. As tradições<br />

que não estão baseadas ou estão em desacordo com a<br />

Palavra de Deus devem ser rejeitadas. Sola Scriptura<br />

resgata o que Deus nos revelou em Sua Palavra. Sola<br />

Scriptura, definitivamente, nos mostra Deus que sempre<br />

fala a verdade, nunca Se contradiz e sempre demonstra<br />

ser de confiança.<br />

Voltemos às escrituras, voltemos ao grito de guerra da<br />

reforma protestante “Sola Scriptura” somente as escrituras,<br />

e voltemos a “guerra” pelas verdades bíblicas de forma<br />

piedosa!<br />

OS CREDOS DA REFORMA<br />

Importância e objetivo dos Credos.<br />

Os credos da Reforma são as confissões de fé e os<br />

catecismos produzidos nesse período ou sob sua<br />

inspiração teológica.<br />

Os séculos IV e V foram para a elaboração dos credos<br />

(Credo de Nicéia, Credo de Calcedônia) o que os séculos<br />

XVI e XVII foram para a feitura das confissões e dos<br />

catecismos.<br />

(1) Credo de Nicéia.<br />

O Credo Niceno é uma profissão de fé adotada do Primeiro<br />

Concílio Ecumênico reunido na cidade de Niceia da Bitínia<br />

(atual İznik, é uma cidade situada na região de Mármara,<br />

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província de Bursa, Turquia em 325. Chama-se também o<br />

Símbolo Niceno em latim: “Symbolum Nicaenum”), e a<br />

Profissão de fé dos 318 Padres, referência aos 318 bispos<br />

que participaram do Primeiro Concílio de Niceia.<br />

O propósito de um credo é agir como um critério de crença<br />

correta, ou ortodoxia. Os credos do cristianismo foram<br />

elaborados em momentos de conflito sobre a doutrina: a<br />

aceitação ou rejeição de um credo serviu para distinguir os<br />

crentes e negadores de uma doutrina específica ou um<br />

conjunto de doutrinas. Por essa razão, um credo foi<br />

chamado em grego σύμβολον (symbolon), que significava<br />

a metade de um objeto quebrado para que, colocada junto<br />

com a outra metade, verificasse a identidade do portador.<br />

A palavra grega passou para symbolum em latim (“símbolo”<br />

em português). O Credo de Niceia foi adotada em face do<br />

arianismo. Ário, um presbítero da Igreja de Alexandria,<br />

natural da Líbia, havia declarado que, embora o Filho fosse<br />

divino, ele era um ser criado no tempo e, portanto, não coessencial<br />

com o Pai. Isto fez com que Jesus fosse<br />

considerado inferior ao Pai, que posou desafios<br />

soteriológicos para a doutrina nascente da Trindade. O<br />

Credo Niceno explicitamente afirma a divindade coessencial<br />

do Filho, aplicando-lhe o termo “consubstancial”.<br />

Termina com as palavras “(Cremos) no Espírito Santo” e<br />

com um anátema contra os arianos.<br />

“Cremos em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador de<br />

todas as coisas visíveis e invisíveis. Ε em um só Senhor<br />

Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado unigênito do Pai, isto<br />

é, da substância do Pai; Deus de Deus, luz de luz, Deus<br />

verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito,<br />

consubstancial ao Pai; por quem foram feitas todas as<br />

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coisas que estão no céu ou na terra. O qual por nós<br />

homens e para nossa salvação, desceu, se encarnou e se<br />

fez homem. Padeceu e ressuscitou ao terceiro dia e subiu<br />

aos céus. Ele virá para julgar os vivos e os mortos. E no<br />

Espírito Santo. E quem quer que diga que houve um tempo<br />

em que o Filho de Deus não existia, ou que antes que fosse<br />

gerado ele não existia, ou que ele foi criado daquilo que<br />

não existia, ou que ele é de uma substância ou essência<br />

diferente (do Pai), ou que ele é uma criatura, ou sujeito à<br />

mudança ou transformação, todos os que falem assim, são<br />

anatematizados pela Igreja Católica”.<br />

(2) Credo de Calcedônia.<br />

O Credo da Calcedônia foi escrito no Concílio de<br />

Calcedônia (situada junto a Bizâncio – atual Istambul –<br />

Cidade na Turquia), na Ásia menor, em 451. Ele foi<br />

resultado do Concílio de Calcedônia no que trata da<br />

controvérsia entre as igrejas ocidentais e orientais a<br />

respeito da encarnação e a natureza de Jesus Cristo (união<br />

hipostática). Algumas igrejas não aceitam esse credo. Por<br />

exemplo as igrejas ortodoxas orientais.<br />

“Fiéis aos santos Pais, todos nós, perfeitamente unânimes,<br />

ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho,<br />

nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e<br />

perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e<br />

verdadeiramente homem, constando de alma racional e de<br />

corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e<br />

consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo<br />

semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo<br />

a divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes<br />

últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa<br />

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salvação, nascido da Virgem Maria, mãe de Deus; um e só<br />

mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve<br />

confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis,<br />

indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de<br />

modo algum é anulada pela união, antes é preservada a<br />

propriedade de cada natureza, concorrendo para formar<br />

uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem<br />

dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o<br />

Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo,<br />

conforme os profetas desde o princípio acerca dele<br />

testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e<br />

o Credo dos santos Pais nos transmitiu”.<br />

(3) Credo dos Apóstolos.<br />

Primeiro artigo (da criação).<br />

Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da<br />

terra.<br />

Segundo artigo (da salvação).<br />

E em Jesus Cristo, seu Filho unigênito, nosso Senhor, o<br />

qual foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem<br />

Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi<br />

crucificado, morto e sepultado, desceu ao mundo dos<br />

mortos, ressuscitou no terceiro dia, subiu ao céu, e está<br />

sentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso, de onde virá<br />

para julgar os vivos e os mortos.<br />

Terceiro artigo (da santificação).<br />

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Creio no Espírito Santo, na santa Igreja cristã, a comunhão<br />

dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição do<br />

corpo e na vida eterna. Amém.<br />

(4) Credo de Atanásio.<br />

O Credo de Atanásio, subscrito pelas maiores confissões<br />

do cristianismo (Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja<br />

Ortodoxa e a maior parte dos protestantes), é geralmente<br />

atribuído a Santo Atanásio, Bispo de Alexandria (século<br />

IV), mas estudiosos do assunto conferem a ele data<br />

posterior (século V). Sua forma final teria sido alcançada<br />

apenas no século VIII. O texto grego mais antigo deste<br />

credo provém de um sermão de Cesário de Arles, no início<br />

do século VI. O credo de Atanásio, com quarenta artigos, é<br />

um tanto longo para um credo, mas é considerado por<br />

Archibald A. Hogde “um majestoso e único monumento da<br />

fé imutável de toda a igreja quanto aos grandes mistérios<br />

da divindade, da Trindade de pessoas em um só Deus e<br />

da dualidade de naturezas de um único Cristo”. Apesar de<br />

a data ser incerta, este credo foi elaborado para combater<br />

o arianismo e reafirmar a doutrina cristã tradicional da<br />

Trindade. (Confira o Credo de Atanásio).<br />

(5) Credo Niceno-constantinopolitano.<br />

O Credo Niceno-constantinopolitano, ou Símbolo Nicenoconstantinopolitano,<br />

é uma declaração de fé cristã aceite<br />

pela Igreja Católica, Igreja Ortodoxa, Igrejas ortodoxas<br />

orientais, Igreja Anglicana e pela maioria das<br />

denominações protestantes. O nome “Nicenoconstantinopolitano”<br />

indica uma suposta relação com o<br />

Primeiro Concílio de Niceia 325 d.C., no qual foi adaptado<br />

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um credo semelhante (o Credo Niceno), e com o Primeiro<br />

Concílio de Constantinopla (381 d.C.), o qual teria revisto o<br />

texto de 325. Na Igreja Católica Romana, o Credo de Niceia<br />

faz parte da profissão de fé exigida daqueles que realizam<br />

funções importantes na Igreja. Alguns cristãos protestantes<br />

consideram o Credo Niceno-constantinopolitano útil e em<br />

certa medida autoritário, mas dão a prioridade à obrigação<br />

de interpretar individualmente as Escrituras no seio da<br />

comunidade cristã. Outros grupos, por exemplo, a Igreja de<br />

Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e as<br />

Testemunhas de Jeová (Seitas), rejeitam explicitamente<br />

algumas das afirmações contidas no credo.<br />

A razão parece evidente: na Reforma, as igrejas logo<br />

sentiram a necessidade de formalizar a fé, apresentando<br />

sua interpretação sobre diversos assuntos que as<br />

distinguiam da Igreja Romana. Com o tempo, surgem<br />

outras denominações, que discordavam entre si sobre<br />

alguns pontos, o que gerou a necessidade de estabelecer<br />

princípios doutrinários próprios. Calvino afirmou que a fé<br />

deve ser “explícita”, mas ressaltou que muito do que<br />

cremos permanecerá nesta vida de forma implícita por<br />

duas razões: (a) nem tudo foi revelado por Deus e (b)<br />

nossa ignorância e pequenez espiritual. Por isso, o ensino<br />

e estudo constantes da Palavra do Senhor são<br />

necessários, a fim de que cada homem, responsável diante<br />

de Deus, tenha condições de se posicionar diante do<br />

Criador de forma consciente. A fé explícita é patenteada<br />

pela Igreja mediante o ensino da Palavra. Essa<br />

necessidade determina o uso da razão, a fim de apresentar<br />

a doutrina de forma mais razoável possível e simples ao<br />

mesmo tempo. Amplitude e simplicidade são dois marcos<br />

do ensino ortodoxo. O ser humano é responsável diante de<br />

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Deus, a quem dará contas de si mesmo, portanto, tendo<br />

oportunidade, ele precisa conhecer devidamente a Palavra<br />

do Senhor em toda a plenitude revelada. Essas<br />

declarações de fé precisavam ser até certo ponto,<br />

completas e simples, para que o cristão não iniciado nas<br />

questões teológicas pudesse entender o que estava sendo<br />

dito, confrontar esse ensinamento com as Escrituras e<br />

assim compreender biblicamente sua fé. Esta não deveria<br />

ser apenas “implícita”, mas “explícita”.<br />

Os Catecismos.<br />

Nesse contexto e com objetivos eminentemente didáticos<br />

surgem os catecismos (Grego katekhéo = “ensinar”,<br />

“instruir”, “informar” – “katēchoumenos – κατηχούμενος”:<br />

catecúmeno significa uma pessoa sendo instruída). (cf.<br />

Lucas 1:4; Atos 18:25; 21:21, 24; Romanos 2:18; 1<br />

Coríntios 14:19; Gálatas 6:6), constituídos, em boa parte,<br />

de perguntas e respostas. Até o século XVI, a palavra<br />

catecismo não fora usada nesse sentido. Os catecismos<br />

visavam à instrução de crianças e adultos, e isso contribuiu<br />

decisivamente para sua proliferação, sendo que a maioria<br />

jamais passou da forma manuscrita, visto que muitos<br />

pastores os elaboravam apenas para a congregação local,<br />

objetivando atender necessidades doutrinárias.<br />

A primeira obra a receber o título catecismo foi o de<br />

Andreas Althamer um humanista alemão e reformador<br />

Luterano (1500 – 1539) em 1528. Os mais influentes no<br />

século XVI foram, porém, os de Lutero (1483 – 1546): O<br />

Catecismo maior (1529) e o Catecismo menor (1529), em<br />

cujo prefácio Lutero declara por que o redigiu e apresenta<br />

sugestões de como ensiná-lo à congregação. Ele quase<br />

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sempre inicia os capítulos com este teor: “Como o chefe de<br />

família deve ensiná-lo com toda a simplicidade à sua casa”,<br />

e outras expressões afins. A respeito de suas motivações,<br />

ele declarou: A lamentável e mísera necessidade<br />

experimentada recentemente, quando também eu fui<br />

visitador, é que me obrigou e impulsionou a preparar este<br />

catecismo ou doutrina cristã nesta forma breve, simples e<br />

singela. Meu Deus, quanta miséria não vi! O homem<br />

comum simplesmente não sabe nada da doutrina cristã,<br />

especialmente nas aldeias. E, infelizmente, muitos<br />

pastores são de todo incompetentes e incapazes para a<br />

obra do ensino. [...] Não sabem nem o Pai-Nosso, nem o<br />

Credo, nem os Dez Mandamentos.<br />

Mais tarde, Calvino elaborou um catecismo intitulado<br />

Instrução e confissão de fé, segundo o uso da Igreja de<br />

Genebra (1536 – 1537). Desde 1561, todo ministro da<br />

igreja deveria jurar fidelidade aos ensinamentos nele<br />

expressos e comprometer-se a ensiná-los.<br />

No início da sua estada em Genebra, João Calvino<br />

produziu dois importantes documentos para a cidade, uma<br />

confissão de fé a ser subscrita pelos residentes e um<br />

catecismo para a instrução religiosa das crianças. Esses<br />

dois textos tinham grande afinidade entre si e com a obra<br />

que o reformador havia publicado alguns meses antes, a<br />

Instituição da Religião Cristã ou Institutas. Os catecismos<br />

protestantes representaram um novo gênero de literatura<br />

cristã. A palavra “catecismo” vem do grego que significa<br />

“instruir” (1 Coríntios 14:19). O método da catequese foi<br />

amplamente utilizado na igreja antiga como preparação<br />

para o batismo (catecumenato), conforme descrito na obra<br />

Tradição Apostólica (c. 215), de Hipólito. O primeiro texto<br />

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desse gênero no contexto da Reforma foi o Pequeno<br />

Catecismo de Lutero (1529). Entre os reformados, os<br />

primeiros a escreverem catecismos foram Leo Jud<br />

(Zurique) bem como Wolfgang Capito e Martin Bucer<br />

(Estrasburgo). Todos esses documentos foram eclipsados<br />

pelo catecismo de Calvino, também conhecido como<br />

“catecismo anterior” ou Catecismo de Genebra.<br />

No dia 16 de janeiro de 1537, Calvino e seu colega<br />

Guilherme Farel apresentaram ao conselho municipal os<br />

“Artigos concernentes à organização da igreja e do culto<br />

em Genebra”. Esses artigos propunham a celebração<br />

frequente da Ceia do Senhor, a disciplina da excomunhão<br />

e também normas sobre o cântico de salmos e sobre a<br />

educação cristã.<br />

O resultado foi o catecismo conhecido como Instrução na<br />

Fé, cujo título mais completo era Instrução e Confissão de<br />

Fé que são utilizados na Igreja de Genebra, descrito como<br />

“um sumário breve e simples da fé cristã, a ser ensinado a<br />

todas as crianças”. Esse texto é um testemunho da<br />

importância que o reformador francês atribuía ao ensino ou<br />

educação na fé cristã, mediante o qual as crianças e<br />

adolescentes pudessem alcançar maturidade em sua vida<br />

moral e espiritual.<br />

O documento também é valioso por representar uma<br />

síntese da teologia inicial de Calvino conforme refletida na<br />

primeira edição das Institutas. Embora tecnicamente<br />

distintos das confissões de fé, os catecismos também<br />

foram documentos através dos quais os reformados<br />

declararam e confessaram a sua fé.<br />

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As Confissões.<br />

Basicamente, as confissões não foram feitas para a<br />

instrução na fé cristã (essa era a função dos catecismos).<br />

Elas poderiam ser produzidas individualmente para uso<br />

privado (A segunda confissão helvética), por um concílio de<br />

uma igreja em particular (Cânones de Dort), por um<br />

indivíduo que age como representante de sua igreja<br />

(Confissão de Augsburgo), por um grupo de teólogos<br />

convocados pelo Estado (Confissão de Westminster), ou<br />

escrita como defesa de sua fé durante terrível perseguição<br />

(A confissão dos valdenses) etc.<br />

Não havia regra para a elaboração de uma confissão, os<br />

contextos eram variados. Apesar de haver motivações<br />

comuns a todas elas, existiam circunstâncias especiais que<br />

conduziam a determinadas ênfases, especialmente no que<br />

se refere às questões relativas ao governo e à Igreja<br />

Romana. Isso levanta o problema da unificação das<br />

confissões. Em 1530, Carlos V, imperador da Alemanha,<br />

convoca a Dieta de Augsburgo, cujo objetivo era a<br />

unificação político-religiosa dos seus domínios. Nasceu<br />

então a Confissão de Augsburgo, redigida por<br />

Melanchthon, com o consentimento de Lutero.<br />

O imperador não a aceitou e proibiu sua divulgação,<br />

mesmo assim, em pouco tempo, ela foi propagada em toda<br />

a Alemanha. Calvino entende que a divergência em<br />

questões secundárias não deve servir de pretexto para a<br />

divisão da igreja, afinal, todos, sem exceção, estão<br />

envoltos de “alguma nuvenzinha de ignorância”. Após<br />

argumentar contra aqueles que chamavam os reformados<br />

de hereges, ele ressalta que a unidade cristã deve ser na<br />

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Palavra, baseando-se em Efésios 4:5, Filipenses 2:1, 5 e<br />

Romanos 15:5.<br />

Para os irmãos refugiados em Wezel (Alemanha), que<br />

sofriam diversas pressões dos luteranos e sobreviviam<br />

numa pequena igreja reformada, Calvino, em 1554, os<br />

consola mostrando que, apesar dos grandes problemas<br />

pelos quais passavam o mundo, Deus lhes havia<br />

concedido um lugar onde poderiam adorar a Deus em<br />

liberdade. Também os desafia a não abandonarem a igreja<br />

por pequenas divergências nas práticas cerimoniais, sendo<br />

tolerantes a fim de preservar a unidade.<br />

Contudo, os exorta a jamais fazerem acordos em pontos<br />

doutrinários. Mesmo desejando a paz e a concórdia,<br />

Calvino entendia que essa paz nunca poderia ser em<br />

detrimento da verdade, pois, se assim fosse, essa “paz”<br />

seria maldita. Respondendo a uma carta de Thomas<br />

Cranmer (1489 – 1556) convidando-o para uma reunião<br />

com o objetivo de preparar um credo que fosse consensual<br />

para as igrejas reformadas, Calvino, mesmo não podendo<br />

ir, o encoraja a manter esse objetivo. A certa altura diz:<br />

“[...] Estando os membros da Igreja divididos, o corpo<br />

sangra. Isso me preocupa tanto que, se pudesse fazer<br />

algo, eu não me recusaria a cruzar até dez mares, se<br />

necessário fosse por essa causa”.<br />

Já no século XVII, algum progresso nesse sentido é<br />

evidente, através de formulações doutrinárias mais<br />

completas e também após passar o primeiro ardor<br />

apaixonado e exclusivista, ainda que surgissem novos<br />

debates teológicos nos séculos XVII e XVIII, no período<br />

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denominado “ortodoxia protestante”. Mesmo assim, as<br />

diferenças permaneceram, mas não ferem pontos cruciais<br />

da Reforma, como:<br />

A Bíblia como autoridade final, a justificação pela graça<br />

mediante a fé, o sacerdócio universal dos santos, a<br />

suficiência do sacrifício de Cristo para nos salvar, etc.<br />

Assim, os Credos da Reforma tinham três objetivos<br />

específicos.<br />

(1) Evidenciar os fundamentos bíblicos de seus ensinos.<br />

(2) Demonstrar que suas doutrinas estavam em acordo<br />

com os principais credos da Igreja (Apostólico, Niceno,<br />

Constantinopolitano).<br />

(3) Demarcar sua posição teológica em relação à Teologia<br />

Romana e às demais correntes provenientes da Reforma.<br />

As confissões provenientes da Reforma (séculos XVI e<br />

XVII) são divididas em dois grupos: luteranas e calvinistas<br />

(reformadas).<br />

PRINCIPAIS CATECISMOS E CONFISSÕES:<br />

SUBSÍDIOS HISTÓRICOS<br />

Confissão Gaulesa (1559).<br />

Foi escrita por Calvino e seu discípulo Antoine de la Roche<br />

Chandieu (De Chandieu) (1534 – 1591), provavelmente<br />

com a ajuda de Theodore Beza (1519 – 1605) e Pierre Viret<br />

(1511 – 1571). No Sínodo Geral de Paris (26 – 28/05/1559),<br />

reunido secretamente, ela foi revista e ampliada. Calcula-<br />

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se que a França possuía 400 mil protestantes, existindo em<br />

fins de 1561 mais de 670 Igrejas calvinistas. Em 1571,<br />

realizou-se o Sétimo Sínodo Nacional de La Rochelle, no<br />

qual essa confissão foi revisada, reafirmada e solenemente<br />

sancionada por Henrique IV, passando a ser chamada<br />

também de Confissão de Rochelle. A Confissão gaulesa<br />

influenciou profundamente a Confissão Belga (1561) e a<br />

Confissão dos Valdenses (1655).<br />

Confissão Escocesa (1560).<br />

Foi escrita sob a liderança de John Knox (1505 – 1572) e<br />

adotada pelo Parlamento escocês em 17/08/1560, sendo<br />

ratificada em 1567. Em 1572, todos os ministros tiveram de<br />

subscrevê-la. Ela permaneceu como confissão oficial da<br />

Igreja Reformada Escocesa até 1647, quando então a<br />

Igreja adotou a Confissão de Westminster.<br />

Confissão Belga (1561).<br />

Inspirada na Confissão gaulesa foi escrita em francês em<br />

1561 por Guido (ou Guy, Wido) de Brès (1523 – 1567) e<br />

outros, sendo revisada e publicada em holandês em 1562,<br />

chegando a ocupar lugar de suma importância na Igreja<br />

Reformada Holandesa. Foi aprovada no Sínodo de<br />

Antuérpia (1566), no de Ambères (1566 – após revisão) e<br />

em Wessel (1568), e adotada pelo Sínodo Reformado de<br />

Emden (1571), pelo Sínodo Nacional de Dort (1574),<br />

Middelburg (1581) e pelo grande Sínodo de Dort<br />

(29/04/1619), que a sujeitou a minuciosa revisão,<br />

comparando a tradução holandesa com o texto francês e<br />

latino. Foi traduzida para o holandês (1562) e para o inglês<br />

(1768). A Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg<br />

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(Confira mais adiante) são os símbolos de fé das Igrejas<br />

Reformadas na Holanda e Bélgica, sendo também o<br />

padrão doutrinário da Igreja Reformada na América e na<br />

Igreja Evangélica Reformada Holandesa no Brasil.<br />

Trinta e Nove Artigos da Igreja da Inglaterra (1563).<br />

Em 1552, o arcebispo de Cantebury, Thomas Cranmer,<br />

elaborou com outros clérigos Quarenta e Dois Artigos da<br />

Religião, após minuciosa revisão, foram publicados em<br />

1553 sob a autoridade do rei da Inglaterra, Eduardo VI.<br />

Mais tarde, esses Artigos foram revistos e reduzidos a 39<br />

pelo arcebispo de Cantebury, Matthew Parker (1504 –<br />

1575), e outros bispos. Esse trabalho de revisão e redução<br />

foi ratificado pelas duas Casas de Convocação, sendo os<br />

Trinta e nove artigos publicados por autoridade do rei em<br />

1563. Em 1571, tornou-se obrigatória a subscrição desses<br />

Artigos por todos os ministros ingleses. Os Trinta e nove<br />

artigos e o Livro de oração comum (1549) são os símbolos<br />

de fé da Igreja da Inglaterra e, com algumas alterações,<br />

das demais igrejas da Comunhão Anglicana.<br />

Catecismo de Heidelberg (1563).<br />

Foi escrita por dois jovens teólogos: Caspar Olevianus<br />

(1536 – 1587), professor de Teologia na Universidade de<br />

Heidelberg, que recebeu influência de Melanchton e de<br />

Peter Martyr Vermigli (1560 – 1562), e Zacharias Ursinus<br />

(1534 – 1583), ex-aluno de Melanchton, em Wittenberg<br />

(1550 – 1557), e amigo de Calvino.<br />

No prefácio da primeira edição, Frederico III, o “Piedoso”<br />

(1515 – 1576), estabeleceu três propósitos para esse<br />

catecismo:<br />

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(1) Instrução catequética.<br />

(2) Guia para pregação.<br />

(3) Forma confessional de unidade.<br />

Ele foi o primeiro príncipe alemão a adotar um credo<br />

reformado distinto do luterano. Adotado por um Sínodo de<br />

Heidelberg (19/01/1563), esse catecismo foi aceito<br />

também na Escócia, servindo de modo especial para o<br />

ensino das crianças. O Sínodo de Dort também o aprovou.<br />

Heidelberg é o símbolo das Igrejas reformadas da<br />

Alemanha, da Holanda, dos Estados Unidos e do Brasil. Os<br />

dois pontos fortes desse catecismo são o aspecto não<br />

polêmico (com exceção da pergunta 80) e o tom pastoral,<br />

suas respostas são uma declaração pessoal de fé, tendo<br />

as verdades teológicas aplicação bem direta às<br />

necessidades cotidianas do povo de Deus. Por ter sido<br />

traduzido para todas as línguas europeias e muitas<br />

asiáticas, P. Schaff (1819 – 1893) diz que Heidelberg “tem<br />

o dom pentecostal de línguas em raro grau”.<br />

Segunda Confissão Helvética (1562 – 1566).<br />

Foi primariamente elaborado em latim, em 1562, pelo<br />

amigo, discípulo e sucessor de Zwínglio (1484 – 1531),<br />

Henry Bullinger (1504 – 1575). Em 1564, quando a peste<br />

voltou a atacar em Zurique, Bullinger perdeu a esposa e as<br />

três filhas. Ele mesmo ficou doente, mas foi curado. Nesse<br />

ínterim, fez a revisão da confissão de 1562.<br />

Como espécie de testamento espiritual, anexou-a ao seu<br />

testamento, para ser entregue ao magistrado da cidade,<br />

caso falecesse. Essa confissão foi traduzida para vários<br />

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idiomas (incluindo o árabe) e teve ampla aceitação em<br />

diversos países, sendo também adotada na Escócia<br />

(1566), Hungria (1567), França (1571) e Polônia (1578).<br />

Tornou-se “o elo [...] para as igrejas calvinistas espalhadas<br />

por toda a Europa”.<br />

Cânones de Dort (1618 – 1619).<br />

O Sínodo de Dort reuniu-se por autoridade dos Estados<br />

Gerais dos Países Baixos, em Dordrecht, Holanda, de<br />

13/11/1618 a 9/05/1619.<br />

O Sínodo foi constituído de 35 pastores, um grupo de<br />

presbíteros das igrejas holandesas, 5 catedráticos de<br />

Teologia dos Países Baixos, 18 deputados dos Estados<br />

Gerais e 27 estrangeiros, de diversos países da Europa,<br />

tais como Inglaterra, Alemanha, França e Suíça. Dort<br />

rejeitou os chamados “Cinco pontos do arminianismo”.<br />

Os Cânones de Dort foram aceitos por todas as Igrejas<br />

reformadas como expressão correta do sistema calvinista.<br />

CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO E DO<br />

CALVINISMO.<br />

Arminianismo.<br />

(1) O homem nunca é de tal modo corrompido pelo pecado<br />

que não possa crer salvaticiamente no evangelho, uma vez<br />

que este lhe seja apresentado.<br />

Calvinismo.<br />

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(1) O homem decaído, em seu estado natural, não tem<br />

capacidade alguma para crer no evangelho, tal como lhe<br />

falta toda a capacidade para dar crédito à lei, a despeito de<br />

toda indução externa que sobre ele possa ser exercida.<br />

Arminianismo.<br />

(2) O homem nunca é de tal modo controlado por Deus que<br />

não possa rejeitá-lo.<br />

Calvinismo.<br />

(2) A eleição de Deus é uma escolha gratuita, soberana e<br />

incondicional de pecadores, como pecadores, para que<br />

venham a ser redimidos por Cristo, para que venham a<br />

receber fé e para que sejam conduzidos à glória.<br />

Arminianismo.<br />

(3) A eleição divina dos que serão salvos alicerça-se sobre<br />

o fato da provisão divina de que eles haverão de crer, por<br />

sua própria deliberação.<br />

Calvinismo.<br />

(3) A obra remidora de Cristo teve como sua finalidade e<br />

alvo a salvação dos eleitos.<br />

Arminianismo.<br />

(4) A morte de Cristo não garantiu a salvação para<br />

ninguém, pois não garantiu o dom da fé para ninguém (e<br />

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nem mesmo existe tal dom), o que ela fez foi criar a<br />

possibilidade de salvação para todo aquele que crê.<br />

Calvinismo.<br />

(4) A obra do Espírito Santo, ao conduzir os homens à fé,<br />

nunca deixa de atingir o seu objetivo.<br />

Arminianismo.<br />

(5) Depende inteiramente dos crentes manterem-se em um<br />

estado de graça, conservando a sua fé, os que falham<br />

nesse ponto desviam-se e se perdem.<br />

Calvinismo.<br />

(5) Os crentes são guardados na fé na graça pelo poder<br />

inconquistável de Deus, até que eles cheguem à glória.<br />

Confissão de Westminster e Catecismos (1647 – 1648).<br />

A Confissão de Westminster, o Catecismo maior (1648) e<br />

o Catecismo menor (1647) foram redigidos na Inglaterra,<br />

na Abadia de Westminster, por convocação do Parlamento.<br />

A assembleia funcionou de 01/07/1643 a 22/02/1649. O<br />

objetivo primário era a revisão dos Trinta e nove artigos.<br />

Trabalharam no texto da confissão 121 teólogos e 30 leigos<br />

nomeados pelo Parlamento (20 da Casa dos Comuns e 10<br />

da Casa dos Lordes), 8 representantes escoceses, 4<br />

pastores e 4 presbíteros, “os melhores e mais preclaros<br />

homens que possuía”. Os principais debates não foram de<br />

ordem teológica (quase todos eram calvinistas), mas sobre<br />

o governo da Igreja. “Embora houvesse diversidade quanto<br />

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à Eclesiologia, havia unidade quanto à Soteriologia”. Nesse<br />

ponto, havia quatro partidos: episcopais, presbiterianos,<br />

independentes (congregacionais) e erastianos (Os<br />

erastianos consideram a igreja como uma sociedade que<br />

deve sua existência e sua forma às regulamentações<br />

promulgadas pelo estado. Os oficiais da igreja são meros<br />

instrutores ou pregadores da Palavra, sem nenhum direito<br />

ou poder de governar, exceto o que eles derivam dos<br />

magistrados civis). Os erastianos entendiam que o trabalho<br />

do pastor era o de ensino, o pastor é o mestre. Prevaleceu,<br />

no entanto, o sistema presbiteriano de governo. O Breve<br />

catecismo foi elaborado para instruir as crianças. O<br />

Catecismo maior, especialmente para a exposição no<br />

púlpito, mas não exclusivamente. Eles substituíram em<br />

grande parte os catecismos e as confissões mais antigos<br />

adotados pelas igrejas reformadas de fala inglesa. Apesar<br />

de a Teologia dos catecismos e da Confissão de<br />

Westminster ser a mesma, sendo por isso sempre adotado<br />

os três, parece que os mais usados são o Catecismo menor<br />

e a Confissão.<br />

Esses credos foram logo aprovados pela Assembleia Geral<br />

da Igreja da Escócia. Eles tiveram e têm grande influência<br />

no mundo de fala inglesa, máxime entre os presbiterianos<br />

embora também tenham sido adotados por diversas igrejas<br />

batistas e congregacionais. No Brasil, esses credos são<br />

adotados pela Igreja Presbiteriana do Brasil, Presbiteriana<br />

Independente e Presbiteriana Conservadora.<br />

A RELIGIÃO É A CAUSA DAS GUERRAS?<br />

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“Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas<br />

converterão as suas espadas em relhas de arados e suas<br />

lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada<br />

contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” –<br />

Isaías 2:4.<br />

Com certeza muitos conflitos ao longo da história têm sido<br />

ostensivamente por motivos religiosos, com muitas<br />

religiões diferentes envolvidas. Por exemplo, no<br />

Cristianismo, tem havido (para citar algumas):<br />

AS CRUZADAS – Uma série de campanhas entre os<br />

séculos XI e XIV, com o objetivo declarado de reconquistar<br />

a Terra Santa dos invasores muçulmanos e vir em auxílio<br />

do Império Bizantino.<br />

Introdução.<br />

As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina<br />

para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à<br />

Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século<br />

XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos<br />

seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os<br />

cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram<br />

impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através<br />

da captura e do assassinato de muitos peregrinos que<br />

visitavam o local unicamente pela fé.<br />

Organização.<br />

Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento,<br />

convocou um grande número de fiéis para lutarem pela<br />

causa. Muitos camponeses foram a combate pela<br />

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promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e<br />

recompensas da Igreja, contudo, esta primeira batalha<br />

fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.<br />

Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros<br />

Templários que tiveram importante participação militar nos<br />

combates das seguintes Cruzadas.<br />

Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental,<br />

comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar<br />

pela mesma causa. Seus soldados usavam, como<br />

emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes<br />

de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes<br />

guerreiros massacraram os turcos durante o combate e<br />

tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para<br />

acesso aos peregrinos.<br />

Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a<br />

sexta edição (1228 – 1229) ocorreu de forma pacífica. As<br />

demais serviram somente para prejudicar o relacionamento<br />

religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois<br />

continentes ficava cada vez mais desgastada devido à<br />

violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta<br />

dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia<br />

fazer para controlar a situação.<br />

Embora não tenham sido bem-sucedidas, a ponto de até<br />

crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta,<br />

estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I,<br />

também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX.<br />

Relação de todas as Cruzadas Medievais.<br />

Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096).<br />

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Primeira Cruzada (1096 a 1099).<br />

Cruzada de 1101.<br />

Segunda Cruzada (1147 a 1149).<br />

Terceira Cruzada (1189 a 1192).<br />

Quarta Cruzada (1202 a 1204).<br />

Cruzada Albigense (1209 a 1244).<br />

Cruzada das Crianças (1212).<br />

Quinta Cruzada (1217 a 1221).<br />

Sexta Cruzada (1228 a 1229).<br />

Sétima Cruzada (1248 a 1250).<br />

Cruzada dos Pastores (1251 a 1320).<br />

Oitava Cruzada (1270).<br />

Nona Cruzada (1271 a 1272).<br />

Cruzadas do Norte (1193 a 1316).<br />

Consequências.<br />

Elas proporcionaram também o renascimento do comércio<br />

na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente,<br />

saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas<br />

rotas comerciais. Houve, portanto, um importante<br />

reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros<br />

inseriram também novos conhecimentos, originários do<br />

Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos<br />

sarracenos. Não podemos deixar de lembrar que as<br />

Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre<br />

cristãos e muçulmanos na Idade Média. Mesmo após o fim<br />

das Cruzadas, este clima tenso entre os integrantes destas<br />

duas religiões continuou.<br />

Já no aspecto cultural, as Cruzadas favoreceram o<br />

desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as<br />

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guerras e grandes feitos heróicos. Muitos contos de<br />

cavalaria tiveram como tema principal estes conflitos.<br />

Curiosidade.<br />

A expressão “Cruzada” não era conhecida nem mesmo foi<br />

usada durante o período dos conflitos. Na Europa, eram<br />

usados termos como, por exemplo, “Guerra Santa” e<br />

Peregrinação para fazerem referência ao movimento de<br />

tentativa de tomar a “terra santa” dos muçulmanos.<br />

AS GUERRAS RELIGIOSAS FRANCESAS – Uma<br />

sucessão de guerras na França durante o século 16 entre<br />

os católicos e os protestantes huguenotes. As Guerras<br />

religiosas na França constituem uma série de oito conflitos<br />

que devastaram o reino da França na segunda metade do<br />

século XVI, opondo católicos e protestantes, marcando um<br />

período de declínio do país.<br />

Antecedentes.<br />

O desenvolvimento do humanismo no renascimento<br />

permitiu o florescimento de um pensamento crítico e<br />

individualista e é um fator importante para o surgimento de<br />

uma corrente da Reforma na França, embora outros<br />

fatores devam ser considerados, a ignorância do clero, a<br />

vida pouco exemplar dos clérigos e o acúmulo de<br />

privilégios eclesiásticos, como causas da contestação dos<br />

princípios tradicionais da religião cristã, ensinados pela<br />

Igreja de Roma.<br />

Vale ressaltar que o Catolicismo também sofrera um<br />

importante processo de reforma, cujas causas apesar de<br />

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não estarem totalmente ligadas à Reforma protestante (há<br />

“reformas” na Igreja desde o século XI, por exemplo, a<br />

Reforma Gregoriana), foram apressadas por essa. Ao<br />

catolicismo tradicional, opôs-se assim o protestantismo,<br />

oposição que, na França, desemboca em terrível guerra<br />

civil. Evidentemente, tais perturbações de motivação<br />

religiosa supõem também enfrentamentos políticos, lutas<br />

sociais e divergências culturais, em um contexto europeu<br />

extremamente tenso.<br />

Períodos de conflitos.<br />

As guerras religiosas ocorreram entre 1562 e a<br />

promulgação do Édito de Nantes (1599), entrecortadas por<br />

curtos períodos de paz, conforme segue:<br />

Primeira: 1562 – 1563.<br />

Segunda: 1567 – 1568.<br />

Terceira: 1568 – 1570.<br />

Quarta: 1572 – 1573.<br />

Quinta: 1574 – 1576.<br />

Sexta: 1576 – 1577.<br />

Sétima: 1579 – 1580.<br />

Oitava: 1585 – 1598.<br />

Todavia, ainda haveria prolongamentos desses conflitos,<br />

ao longo dos séculos XVII (O Cerco de La Rochelle), ou,<br />

nas suas formas portuguesas de Rochela ou de Arrochela,<br />

ordenado por Luís XIII de França e comandado pelo<br />

Cardeal de Richelieu, começa em 10 de Setembro de 1627<br />

e acaba com a capitulação da cidade, em 28 de Outubro<br />

de 1628, e novas perseguições aos protestantes, após a<br />

revogação do Édito de Nantes, em 1685 “O Édito de<br />

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Nantes ou Edito de Nantes foi um documento histórico<br />

assinado em Nantes a 13 de abril de 1598 pelo rei da<br />

França Henrique IV”. O édito concedia aos huguenotes a<br />

garantia de tolerância religiosa após 36 anos de<br />

perseguição e massacres por todo o país, com destaque<br />

para o Massacre da noite de São Bartolomeu de 1572.<br />

Com este édito ficava estipulado que a confissão católica<br />

permanecia a religião oficial do Estado, mas era agora<br />

oferecida aos calvinistas franceses a liberdade de<br />

praticarem o seu próprio culto. (Nos séculos XVI e XVII o<br />

édito ficou conhecido como “édito de pacificação”).<br />

E XVIII (Guerra dos Camisards: Camisards eram<br />

protestantes calvinistas franceses “huguenote” da região<br />

de Cevenas, no centro-sul da França, que levantaram uma<br />

insurreição contra as perseguições que se seguiram após<br />

o Édito de Fontainebleau: “O Édito de Fontainebleau foi um<br />

decreto histórico assinado em outubro de 1685 pelo rei Luis<br />

XIV da França pelo qual revogava o Édito de Nantes de<br />

1598 e ordenava a destruição de Igrejas huguenotes e o<br />

fechamento de escolas protestantes”. Como resultado, um<br />

grande número de protestantes – estimativas varia entre<br />

200 – 500 mil deixaram a França nas duas décadas<br />

seguintes, procurando refúgio na Inglaterra, as Províncias<br />

Unidas (nos atuais Países Baixos), África do Sul,<br />

Dinamarca, e em territórios que hoje pertencem à<br />

Alemanha e Estados Unidos. Em 1685. A revolta dos<br />

Camisards eclodiu em 1702, com o pior dos combates em<br />

1704, houve batalhas dispersas até 1710 e um tratado de<br />

paz em 1715), até o Édito de tolerância (1787), sob Luís<br />

XVI, considerado como um marco do fim dos confrontos:<br />

“O Édito de Tolerância de 29 de novembro de 1787,<br />

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também chamado Édito de Versalhes foi um ato de Luís<br />

XVI que concedia aos protestantes o direito ao registro civil.<br />

Marca o fim das perseguições aos huguenotes”.<br />

A GUERRA DOS TRINTA ANOS – Outra guerra entre<br />

católicos e protestantes durante o século 17 no território<br />

que é hoje a Alemanha. A Guerra dos Trinta Anos (1618 –<br />

1648) é a denominação genérica de uma série de guerras<br />

que diversas nações europeias travaram entre si a partir de<br />

1618, especialmente na Alemanha, por motivos variados,<br />

rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais.<br />

As rivalidades entre católicos e protestantes e assuntos<br />

constitucionais germânicos foram gradualmente<br />

transformados numa luta europeia. Apesar de os conflitos<br />

religiosos serem a causa direta da guerra, ela envolveu um<br />

grande esforço político do Império Sueco e da França para<br />

procurar diminuir a força da dinastia dos Habsburgos, que<br />

governavam a Monarquia de Habsburgo (futuro Império<br />

Austríaco).<br />

As hostilidades causaram sérios problemas econômicos e<br />

demográficos na Europa Central e tiveram fim com a<br />

assinatura, em 1648, de alguns tratados (Münster e<br />

Osnabrück) que em bloco, são chamados de Paz de<br />

Westfália.<br />

Os conflitos religiosos ocorridos na Alemanha e<br />

solucionados em 25 de setembro de 1555 com a assinatura<br />

da Paz de Augsburgo inauguraram um período no qual<br />

cada príncipe podia impor sua crença aos habitantes de<br />

seus domínios. O equilíbrio manteve-se enquanto os<br />

credos predominantes restringiam-se à religião católica e<br />

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luterana, mas o advento do calvinismo complicaria o<br />

cenário.<br />

Considerada uma força renovadora, a nova linha religiosa<br />

conquistou diversos soberanos. Os jesuítas e a<br />

Contrarreforma, por outro lado, contribuíram para que o<br />

catolicismo recuperasse forças. Assim nasceu o projeto<br />

expansionista dos Habsburgos, idealizado por Fernando,<br />

duque de Estíria, que fora educado pelos jesuítas. O perigo<br />

ameaçava tanto as potências protestantes no norte como<br />

a vizinha França.<br />

O Imperador Rodolfo II.<br />

À medida que o conflito se desenhava, a luta estava sendo<br />

influenciada por muitos outros temas colaterais, tais como<br />

as rivalidades e ambições dos príncipes alemães e a<br />

teimosia de alguns dirigentes europeus, sobretudo dos<br />

franceses e suecos, em abater o poderio do catolicíssimo<br />

Sacro Império Romano-Germânico, o instrumento político<br />

da família dos Habsburgos.<br />

Esta conjuntura fora desencadeada na segunda metade do<br />

século XVI pelas fraquezas do Tratado de Augsburgo, um<br />

acordo concluído em 1555 entre o Sacro Império católico e<br />

a Alemanha luterana.<br />

As tensões religiosas agravaram-se na Alemanha no<br />

decurso do reinado do imperador Rodolfo II (1576 – 1612),<br />

período durante o qual foram destruídas muitas igrejas<br />

protestantes. As liberdades religiosas dos crentes<br />

protestantes foram limitadas, nomeadamente as relativas à<br />

liberdade de culto, os oficiais do governo lançaram as<br />

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ases do Tratado de Augsburgo: “A Paz de Augsburgo foi<br />

um tratado assinado entre Carlos V e as forças da Liga de<br />

Esmalcalda em 25 de setembro de 1555 na cidade de<br />

Augsburgo, na atual Alemanha”.<br />

O resultado da Paz de Augsburgo foi o estabelecimento da<br />

tolerância oficial dos luteranos no Sacro Império Romano-<br />

Germânico. De acordo com a política de “Cujus regio, eius<br />

religio” é uma frase latina que significa literalmente “De<br />

quem (é) a região, dele (se siga) a religião”, ou seja, os<br />

súditos seguem a religião do governante, a religião<br />

(católica ou luterana) do príncipe (príncipe-eleitor) da<br />

região seria aquela à qual os súditos desse príncipe se<br />

deveriam converter.<br />

Foi concedido um período de transição no qual os súditos<br />

puderam escolher se não preferiam mudar-se com família<br />

e houver para uma região governada por um príncipe da<br />

religião de sua escolha (Artigo 24: “No caso de os nossos<br />

súditos, quer pertencentes à velha religião ou à confissão<br />

de Augsburgo, pretendam deixar suas casas com suas<br />

mulheres e crianças por forma a assentar noutra, eles não<br />

serão impedidos quer na venda do seu imobiliário desde<br />

que pagas às devidas taxas, nem magoados na sua<br />

honra”).<br />

Apesar de a Paz de Augsburgo ter sido moderadamente<br />

bem-sucedida em aliviar a tensão no império e ter<br />

aumentado a tolerância, ela deixou coisas importantes por<br />

fazer. Nem os anabatistas nem os calvinistas ficaram<br />

protegidos sob esta paz, muitos grupos protestantes<br />

vivendo sob o domínio de um príncipe luterano ainda se<br />

encontravam em perigo de acusação de heresia.<br />

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(Artigo 7: “No entanto, todas as religiões que não aquelas<br />

duas mencionadas acima não serão incluídas na presente<br />

paz, e estão totalmente excluídas dela”).<br />

A tolerância não foi oficialmente estendida a calvinistas<br />

antes do Tratado de Westfália (A chamada Paz de<br />

Westfália ou de Vestefália), também conhecida como os<br />

Tratados de Münster e Osnabrück (ambas as cidades<br />

atualmente na Alemanha), designa uma série de tratados<br />

que encerraram a Guerra dos Trinta Anos e também<br />

reconheceram oficialmente as Províncias Unidas e a<br />

Confederação Suíça em 1648, que criou condições para o<br />

refortalecimento do poder católico.<br />

Com a fundação da União Evangélica em 1608, uma<br />

aliança defensiva protestante dos príncipes e das cidades<br />

alemãs, e a criação, no ano seguinte, da Liga Católica, uma<br />

organização semelhante, mas dos católicos romanos,<br />

tornava-se inevitável o recurso à guerra para tentar<br />

resolver o conflito latente, o qual foi desencadeado pela<br />

secção da Boêmia da União Evangélica.<br />

Esta lista não é de forma alguma exaustiva. Além disso,<br />

pode-se adicionar a Rebelião Taiping: A Rebelião Taiping<br />

(1851 – 1864) foi um dos conflitos mais sangrentos da<br />

história, um confronto entre as forças da China imperial e<br />

um grupo inspirado por um místico autoproclamado,<br />

chamado Hong Xiuquan (ou Hung Hsiu-ch’uan) (1813 –<br />

1864), que se dizia cristão e também se intitulava irmão de<br />

Jesus Cristo. Seu objetivo era criar uma nova cultura,<br />

substituindo a tradição confucionista e budista por algo<br />

“novo”, moldado conforme as suas ideias. E o Conflito da<br />

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Irlanda do Norte. O Cristianismo tem certamente sido um<br />

fator em muitos conflitos ao longo de sua história de 2.000<br />

anos.<br />

No Islã, vemos o conceito de jihad, ou “guerra santa”. A<br />

palavra jihad significa, literalmente, “luta”, mas o conceito<br />

tem sido usado para descrever a guerra na expansão e<br />

defesa do território islâmico. A guerra quase contínua no<br />

Oriente Médio ao longo do último meio século certamente<br />

tem contribuído para a ideia de que a religião é a causa de<br />

muitas guerras. Os ataques de 11 de setembro nos<br />

Estados Unidos têm sido vistos como uma luta “jihad”<br />

contra o “Grande Satã” América, que, aos olhos<br />

muçulmanos, é quase sinônimo do Cristianismo. No<br />

Judaísmo, as guerras de conquista narradas no Antigo<br />

Testamento (em especial o livro de Josué), sob o comando<br />

de Deus, conquistaram a Terra Prometida.<br />

O ponto é bem óbvio de que a religião tem certamente<br />

exercido um papel significativo em grande parte do<br />

combate na história humana. No entanto, isso prova a<br />

afirmação feita pelos críticos da religião de que a própria<br />

religião é a causa da guerra? A resposta é “sim” e “não”.<br />

“Sim” no sentido de que, como uma causa secundária, a<br />

religião, pelo menos na superfície, tem sido o ímpeto por<br />

trás de muitos conflitos. No entanto, a resposta é “não” no<br />

sentido de que a religião não é a causa principal da guerra.<br />

Para demonstrar isso, vamos examinar o século 20. De<br />

acordo com todos os registros, o século 20 foi um dos<br />

séculos mais sangrentos da história da humanidade. Duas<br />

grandes guerras mundiais, que nada tinham a ver com a<br />

religião, o Holocausto judeu e as revoluções comunistas na<br />

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Rússia, China, Sudeste da Ásia e Cuba, foram<br />

responsáveis por cerca de 50 – 70 milhões de mortes<br />

(alguns estimam bem perto de 100 milhões). A única coisa<br />

que esses conflitos e genocídios têm em comum é o fato<br />

de que eram de natureza ideológica e não religiosa.<br />

Poderíamos facilmente argumentar que mais pessoas<br />

morreram ao longo da história humana devido à ideologia<br />

do que à religião. A ideologia comunista exige governar<br />

sobre os outros. A ideologia nazista exige a eliminação de<br />

raças “inferiores”. Essas duas ideologias, quando<br />

combinadas, são responsáveis pela morte de milhões de<br />

pessoas e a religião não tem nada a ver. Na verdade, o<br />

comunismo é, por definição, uma ideologia ateísta.<br />

A religião e ideologia são as duas causas secundárias para<br />

a guerra. No entanto, a principal causa para toda guerra é<br />

o pecado.<br />

Considere as seguintes passagens.<br />

“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós?<br />

De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?<br />

Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis<br />

obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque<br />

não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para<br />

esbanjardes em vossos prazeres” – Tiago 4:1 – 3.<br />

“Porque do coração procedem maus desígnios,<br />

homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos<br />

testemunhos, blasfêmias” – Mateus 15:19.<br />

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“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e<br />

desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” –<br />

Jeremias 17:9.<br />

“Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia<br />

multiplicado na terra e que era continuamente mau todo<br />

desígnio do seu coração” – Gênesis 6:5.<br />

Qual é o testemunho da Escritura quanto à principal causa<br />

da guerra?<br />

São os nossos corações maus. A religião e ideologia são<br />

simplesmente os meios através dos quais exercitamos a<br />

maldade em nossos corações. Pensar como muitos ateus<br />

sinceros fazem, que se pudermos de alguma forma retirar<br />

a nossa “nada prática necessidade para a religião”,<br />

poderemos de alguma forma criar uma sociedade mais<br />

pacífica, é ter uma visão equivocada da natureza humana.<br />

O testemunho da história humana é que se removermos a<br />

religião, outra coisa tomará o seu lugar, e esse algo nunca<br />

é positivo. A realidade é que a verdadeira religião mantém<br />

a humanidade caída em certa ordem, sem ela, a maldade<br />

e o pecado reinariam de modo supremo.<br />

Mesmo com a influência da verdadeira religião, o<br />

Cristianismo, nunca teremos paz na era atual. Nunca há<br />

um dia sem algum conflito em algum lugar do mundo. A<br />

única cura para a guerra é o Príncipe da Paz, Jesus Cristo!<br />

Quando Cristo retornar assim como prometeu, Ele vai dar<br />

um fim a essa era atual e estabelecer a paz eterna:<br />

“Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas<br />

converterão as suas espadas em relhas de arados e suas<br />

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lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada<br />

contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” –<br />

Isaías 2:4.<br />

CONCLUSÃO<br />

Agora que fomos aceitos por Deus pela fé nEle, temos paz<br />

com Ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo. Foi Cristo<br />

quem nos deu, por meio da fé, esta vida na graça de Deus.<br />

E agora continuamos firmes nessa graça e nos alegramos<br />

na esperança de participar da glória de Deus. E também<br />

nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os<br />

sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a<br />

aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança.<br />

Essa esperança não nos deixa decepcionados, pois Deus<br />

derramou o Seu amor no nosso coração, por meio do<br />

Espírito Santo, que Ele nos deu – Romanos 5:1 – 5.<br />

Justificados temos paz com Deus! Amém.<br />

OS REFORMADORES<br />

Introdução – John Huss.<br />

John Huss (Husinec, 1369 — Constança, 6 de julho de<br />

1415) foi um pensador e reformador religioso. Ele iniciou<br />

um movimento religioso baseado nas ideias de John<br />

Wycliffe. O seus seguidores ficam conhecidos como os<br />

Hussitas. A Igreja Católica não perdoou tais rebeliões e ele<br />

foi excomungado em 1410. Condenado pelo Concílio de<br />

Constança, foi queimado vivo e morreu cantando um<br />

cântico (Cântico de Davi: “Jesus filho de Davi tem<br />

misericórdia de mim”) Um precursor do movimento<br />

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protestante, a sua extensa obra escrita concedeu-lhe um<br />

importante papel na história literária checa. Também é<br />

responsável pela introdução do uso de acentos na língua<br />

checa por modo a fazer corresponder cada som a um<br />

símbolo único. Hoje em dia a sua estátua pode ser<br />

encontrada na praça central de Praga, a Praça da Cidade<br />

Velha, em checo Staroměstské náměstí.<br />

John Huss – Semente da Reforma.<br />

Dizem que política, futebol e religião são temas que “não<br />

se discutem”, depende da opinião de cada um, afinal, “cada<br />

cabeça, uma sentença”. As pessoas preferem acreditar em<br />

muitas “verdades” do que numa verdade absoluta. Dessa<br />

forma, o conceito de “certo” e “errado” vai desaparecendo<br />

da sociedade.<br />

Contrapondo-se a este ensino temos as palavras de Jesus<br />

“[...] a tua palavra é a verdade” (João 17:17). E foi a essa<br />

Verdade a que John Huss se submeteu. Em sua época,<br />

havia uma “verdade” oficial e inquestionável –, a verdade<br />

da Igreja Católica Apostólica Romana. No entanto, John<br />

Huss, conhecendo a legítima Verdade não se calou e fez<br />

com que muitos homens e mulheres tivessem acesso à<br />

verdadeira libertação dada por Jesus.<br />

Um homem comum, mas sonhador –, infância pobre.<br />

John Huss (1369 – 1415) foi um homem de origem simples.<br />

Nasceu no vilarejo de Hussinecz, sul da Boêmia. Seus pais<br />

eram camponeses. Sua mãe, muito religiosa, quis que o<br />

filho fosse sacerdote. Mais tarde, Huss admitiu ter iniciado<br />

a carreira religiosa pelo dinheiro e prestígio que ela dava,<br />

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mas seu interesse por Deus veio quando ele começou a<br />

estudar mais profundamente.<br />

Aluno médio.<br />

Huss não foi um aluno brilhante, mas parecia determinado<br />

a estudar e crescer. Assim, formou-se na universidade,<br />

tornou-se Mestre e dirigente da Capela de Belém, em<br />

Praga, cidade importante em seu país. Nesta Igreja, Huss<br />

pregava na língua do povo. Nas outras, o serviço religioso<br />

era feito em latim.<br />

Pastor preocupado.<br />

Huss foi um pastor dedicado. Sua preocupação era<br />

agradar a Deus com uma vida santa e prover sólida<br />

alimentação espiritual ao povo. Criticava duramente os<br />

líderes da Igreja por usarem seus ofícios em benefício<br />

próprio, vivendo no conforto e na imoralidade. Para Huss,<br />

a autoridade de um líder religioso vinha do seu caráter e<br />

não da sua posição. Huss insistia que o povo deveria viver<br />

em total dependência de Deus, numa vida simples e<br />

consagrada ao trabalho.<br />

Deus sempre levanta homens simples que sonham em ver<br />

a verdade de Deus como luz e guia dos homens. Muitos<br />

jovens, homens e mulheres de hoje buscam realizar seu<br />

sonho pessoal ou projeto de vida, mas poucos estão<br />

dispostos a abraçar a vontade de Deus e lutar contra o erro<br />

e o engano. É sobre isso que tratamos no próximo ponto.<br />

Você está disposto a abraçar a vontade de Deus? Você<br />

está disposto a lutar pelo erro e pelo engano nessa geração<br />

pós-moderna?<br />

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Um homem que enfrentou a oposição em nome da verdade<br />

– Deus agindo na história.<br />

Deus é Soberano. Ele é Senhor da história. Age na história<br />

e a dirige segundo a Sua vontade. Aquele filho de<br />

camponeses foi ferramenta importante. Pela providência<br />

de Deus, Huss fora colocado como o dirigente da Capela<br />

de Belém, na importante cidade de praga. A rainha Zofie<br />

costumava frequentar aquela igreja. Ela era esposa do rei<br />

Václav da Boêmia. Zofie influenciou o rei para que<br />

facilitasse as reformas pretendidas por Huss. Com isso, a<br />

reforma cresceu, tendo Huss como líder e o rei como<br />

escudo contra as investidas do papa.<br />

Coragem para estabelecer a verdade.<br />

Apesar da cobertura do rei, surge no cenário o Arcebispo<br />

de praga, chamado Zbynek, um ex-militar e agora superior<br />

de Huss. Um estrategista, que usou de seus recursos<br />

financeiros e políticos para obter este poderoso cargo no<br />

arcebispo de Praga. Zbynek não teve qualquer preparo<br />

teológico ou formação eclesiástica. A missão dele era a de<br />

erradicar a heresias de Wycliff naquela região e com isso<br />

ganhar favores do papa. Zbynek tornou-se grande inimigo<br />

da causa reformista de Huss.<br />

Radicalismo ou Fidelidade a Deus?<br />

Huss, influenciado pelos escritos de John Wycliff, tornavase<br />

cada vez mais um apaixonado pela reforma da Igreja de<br />

Jesus Cristo. Começa então a andar em terreno perigoso.<br />

Em 1405 declara que a suposta aparição do sangue de<br />

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Cristo (transubstanciação) nos elementos da comunhão<br />

não passava de embuste. Em seus sermões, condenava o<br />

pecado dos padres, bispos e arcebispos. Declarava que os<br />

crentes tinham o mesmo direito que os sacerdotes de<br />

participarem do cálice na ceia, e não somente do pão.<br />

Ridicularizava o pretenso poder dos sacerdotes de<br />

concederem o Espírito Santo a uma pessoa ou mandaremna<br />

para o inferno. Foram muitas e duras às críticas<br />

expostas por Huss do púlpito de sua igreja e da tinta de sua<br />

pena. Huss via a Igreja de Cristo em uma situação de<br />

calamidade e não pôde se conter diante de tantas<br />

irregularidades. Consequentemente a liderança da Igreja<br />

começou a reagir. Zbynek ficou enfurecido ao saber que<br />

muitos pregadores, seguidores de Huss, acusavam Zbynek<br />

de simonia (venda de milagres) e imoralidade. Zbynek<br />

resolveu calá-los prendendo-os. Entretanto, Huss<br />

respondeu: “Como pode haver sacerdotes imorais e<br />

criminosos andando pelas ruas livremente, enquanto que<br />

os humildes homens de Deus estão enjaulados como<br />

hereges e sofrendo privações por causa da proclamação<br />

do Evangelho?”. O arcebispo Zbynek passou a enviar<br />

espias à igreja de Huss para ouvirem seus sermões. Huss<br />

sabia disso, mas não se intimidava.<br />

Com a força do Espírito de Deus Huss tornou-se um<br />

gigante em plena Idade Média. Huss enfrentou o poder<br />

corrupto dentro de sua própria Igreja e não temeu. Seu<br />

único temor era reservado àquele que é Senhor da Igreja e<br />

da História. Ao constatarmos isso podemos perceber quão<br />

omissos somos nós hoje! Diante de corrupção, da violência<br />

e injustiça que verificamos em nossos dias, a coragem e<br />

audácia de John Huss não deveria nos mover em favor do<br />

reino de Deus?<br />

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Um homem que perdeu a batalha, não a guerra –, uma<br />

cilada para John Huss.<br />

Huss recebeu ordens do próprio papa para se calar, mas<br />

não se calou. Em 1412, o papa João XXIII proclamou uma<br />

cruzada contra o rei Nápoles, que se tornara rebelde. Para<br />

levantar fundos contra a guerra, o papa institui a venda de<br />

indulgências (perdão) em larga escala por todo o império.<br />

Huss ficou horrorizado com isso e declarou: “mesmo que o<br />

fogo para queimar o meu corpo seja colocado diante dos<br />

meus olhos, eu não obedecerei”. E ainda, diante de grande<br />

pressão, declarou: “Ficarei em silêncio? Deus não permita!<br />

Ai de mim, se me calar. É melhor morrer, do que não me<br />

opor diante desta impiedade, o que me faria participante da<br />

culpa e do inferno”. Excomungado já quatro vezes, Huss<br />

resolveu exilar-se voluntariamente, para que sua Igreja não<br />

privada das ministrações. Foi para o sul da Boêmia, onde<br />

escreveu livro e pregou em alguns vilarejos. Dois anos<br />

depois, o papa convocou um concílio em Constança e<br />

convidou Huss. Depois de receber garantias do imperador<br />

da Boêmia, Sigismund, meio irmão do rei Václav, que<br />

prometeu conceder-lhe salvo conduto enquanto estivesse<br />

em Constança, Huss aceitou o convite. Na segunda<br />

semana que estava em Constança, Huss foi preso e ficou<br />

nesta condição vários meses enquanto o Concílio<br />

prosseguia.<br />

Uma triste ironia.<br />

Huss sofria amargamente numa prisão onde hoje se<br />

encontra um luxuoso hotel. As condições na sela eram tão<br />

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precárias que Huss ficou seriamente enfermo e quase<br />

morreu. Nenhuma oportunidade de defesa lhe foi dada.<br />

A morte de Huss.<br />

Finalmente Huss foi chamado ao Concílio. Advertiram:<br />

“Reconsidere seus escritos, ou morre”. Huss não voltou<br />

atrás. Então, rasgaram suas vestes e colocaram em sua<br />

cabeça uma mitra de papel com três demônios desenhado<br />

e escrito “Eis um herege”. Acompanhado por uma multidão,<br />

Huss, amarrado e puxado pelas ruas de Constança foi ao<br />

local de sua morte. Na presença de homens, mulheres,<br />

velhos e crianças, Huss foi amarrado numa estaca e lhe<br />

deram mais uma oportunidade para rever seu ensino. Mas<br />

em um grito respondeu: “Deus é minha testemunha de que<br />

a principal intenção foi tão somente libertar os homens de<br />

seus pecados e baseado na verdade do Evangelho que<br />

preguei e ensinei, estou realmente feliz em morrer hoje”.<br />

Com estas palavras um sinal foi dado ao executor que<br />

acendeu a fogueira. Por entre chamas e fumaças Huss<br />

entoou uma melodia “Jesus, Filho do Deus vivo, tem<br />

misericórdia de mim”. Huss morreu cantando. Huss<br />

enfrentou pressões terríveis. Poderia viver uma vida<br />

confortável, desfrutando de seu status de mestre e líder<br />

religioso, mas, com Moisés, “preferiu ser maltratado [...] a<br />

usufruir os prazeres transitórios de pecado, porquanto<br />

considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do<br />

que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão”<br />

(Hebreus 11:25, 26).<br />

Antes de ser queimado, Hus disse as seguintes palavras<br />

ao carrasco: “Vocês hoje estão queimando um ganso (Hus<br />

significa “ganso” na língua boêmia), mas dentro de um<br />

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século, encontrar-se-ão com um cisne. E este cisne vocês<br />

não poderão queimar”. Costuma-se identificar Martinho<br />

Lutero com esta profecia (que 102 anos depois pregou<br />

suas 95 teses em Wittenberg), e costumeiramente se<br />

costuma identificá-lo com um cisne.<br />

Aplicação.<br />

Apesar de morto, John Huss não foi derrotado. Deixou um<br />

legado para a causa da Reforma Protestante que surgiria<br />

décadas depois, com Martinho Lutero. Tanto Wycliff como<br />

Huss foram sementes semeadas há seu tempo, que<br />

brotaram anos mais tarde, cujos frutos colhemos ainda<br />

hoje. Que possamos, como verdadeiros cristãos, defender<br />

a verdade do Evangelho e, se preciso for, assim como John<br />

Huss, morrer por ela. Você está disposto a morrer pelo<br />

Santo Evangelho?<br />

Introdução – John Wycliff.<br />

John Wycliffe (1320 — 31 de dezembro 1384) foi professor<br />

da Universidade de Oxford, teólogo e reformador religioso<br />

inglês, considerado precursor das reformas religiosas que<br />

sacudiram a Europa nos séculos XV e XVI. Trabalhou na<br />

primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, que ficou<br />

conhecida como a Bíblia de Wycliffe.<br />

Família e I nfância.<br />

Sua família era tradicional na região de Yorkshire, sendo<br />

que, à época do seu nascimento as propriedades familiares<br />

cobriam amplo território nas redondezas de Ipreswell (hoje<br />

Hipswell), seu local de nascimento. Não há certeza sobre<br />

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o ano de seu nascimento, um dos anos mais citados é<br />

1320, mas há variações de 1320 a 1328. Não se sabe,<br />

ainda, o ano em que ele foi enviado pela família para<br />

estudar na Universidade de Oxford, mas há certeza de que<br />

estava lá desde pelo menos 1345.<br />

Na Universidade, aplicou-se nos estudos de Teologia,<br />

Filosofia e Legislação Canônica. Tornou-se sacerdote e<br />

depois serviu como professor no Balliol College, ainda em<br />

Oxford. Por volta de 1365 tornou-se Bacharel em Teologia<br />

e, em 1372, Doutor em Teologia.<br />

Como teólogo, logo destacou-se pela firme defesa dos<br />

interesses nacionais contra as demandas do papado,<br />

ganhando reputação de patriota e reformista. Wycliffe<br />

afirmava que havia um grande contraste entre o que a<br />

Igreja era e o que deveria ser, por isso defendia reformas.<br />

Suas idéias apontavam a incompatibilidade entre várias<br />

normas do clero e os ensinos de Jesus e seus apóstolos.<br />

John Wycliff –, a luz começa a brilhar.<br />

“Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela<br />

manhã” (Salmos 30:5). Depois das trevas, do medo e da<br />

perseguição, chega o alívio com os primeiros raios de luz.<br />

A Bíblia, escondida na era das trevas, começa agora a<br />

aparecer. A bem-sucedida participação na história da<br />

reforma de homens como Martinho Lutero e João Calvino,<br />

parece apagar um pouco da importante contribuição de<br />

John Wycliff e John Huss. Mas estes foram os precursores<br />

do movimento reformado. São chamados de préreformadores.<br />

Depois de uma época de descontentamento<br />

contra os abusos da Igreja Romana por toda a Europa,<br />

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Deus, pela Sua misericórdia, começa a levantar homens<br />

para fazer a Igreja de Cristo, a noiva, voltar a ser pura,<br />

santa e sem mancha. John Wycliff é chamado de a “Estrela<br />

d’alva da Reforma” por ser o primeiro instrumento usado<br />

por Deus a enfrentar o sistema papal antibíblico e as<br />

injustiças da Igreja Católica. Foi ele quem deu o “pontapé<br />

inicial” na triunfante história da volta da Igreja às Escrituras<br />

Sagradas. O presente texto pretende mostrar o valor do<br />

ensino Bíblico para a Igreja de Cristo e a importância de<br />

servos que se colocam como verdadeiras ferramentas nas<br />

mãos do Senhor.<br />

John Wycliff –, um grande erudito.<br />

O que marcou a vida deste homem foi sua erudição e<br />

dedicação ao estudo da Teologia. Nasceu em Hipswell,<br />

Yorkshire na Inglaterra, em 1329. Foi estudar em Oxford e<br />

logo se notabilizou por sua inteligência e erudição.<br />

Dominou a filosofia e os ensinos de Agostinho (ensinos que<br />

mais tarde influenciariam homens com Lutero e Calvino).<br />

Por ser um grande teólogo, tornou-se capelão do rei da<br />

Inglaterra, Ricardo II. Nesta posição pôde fazer muito pela<br />

reforma de sua Igreja.<br />

A Presença de Deus na história.<br />

Deus é o Senhor da História. Nela Ele mostra o Seu amor<br />

e cuidado pela Igreja. Estando numa posição de grande<br />

destaque, Wycliff pôde ter acesso ao Parlamento e traduzir<br />

a Vulgata (Bíblia em Latim) para o Inglês. Essa tradução foi<br />

de fundamental importância, tanto para a vida espiritual do<br />

povo, como também para o próprio inglês. Como fez com<br />

a rainha Ester, Deus ainda hoje eleva homens e mulheres<br />

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para posições de grande destaque, conforme seus<br />

soberanos propósitos, para o engrandecimento do Seu<br />

nome e crescimento de sua Igreja. Vemos aqui a distinção<br />

entre o homem de Deus e o homem sem Deus. Wycliff<br />

usou sua autoridade para a glória de Deus, enquanto que<br />

o papa perdeu sua autoridade diante de Deus, pois, a<br />

usava para si próprio.<br />

Ensinos voltados para a Bíblia.<br />

Wycliff defendeu as seguintes idéias para obter a reforma<br />

da sua Igreja:<br />

Sobre a Bíblia.<br />

Wycliff ensinava que os concílios e a liderança da Igreja<br />

deveriam ser provados pelas Escrituras Sagradas. A<br />

palavra do papa e a tradição da Igreja não poderiam ter<br />

uma autoridade de maior do que a da Bíblia. Para o<br />

reformador Inglês, a Bíblia é a única regra de fé e prática.<br />

Ela é suficiente para suprir as necessidades da alma<br />

humana, sem que sejam necessárias as intervenções da<br />

Igreja e as mágicas de seus sacerdotes. Wycliff entendia<br />

também que as Sagradas Escrituras deveriam ser<br />

colocadas na mão do povo e não ficarem limitadas ao clero<br />

(liderança da Igreja).<br />

Sobre o Papa e seus Sacerdotes.<br />

Wycliff ensinava que os papas eram homens sujeitos ao<br />

erro e ao engano. Assim como dentro da Igreja de Cristo<br />

havia joio e o trigo, ser líder da Igreja não era garantia de<br />

salvação, muito menos de perfeição. Ensinava que o ofício<br />

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do papado era invenção do homem e não de Deus e que o<br />

papa seria o anticristo se não seguisse fielmente os<br />

ensinamentos de Cristo. Censurou monges quanto à<br />

preguiça e ignorância deles no que dizia respeito ao estudo<br />

das Escrituras.<br />

Sobre a Ceia.<br />

Segundo a Igreja Católica Romana, no momento da ceia o<br />

pão e o vinho se transformam no corpo e no sangue de<br />

Cristo. Este dogma é chamado de transubstanciação.<br />

Wycliff declarou que esta doutrina era antibíblica, pois<br />

Cristo está presente nos elementos de forma espiritual e<br />

não física. O historiador E. E. Cairns diz que “se a idéia de<br />

Wycliff fosse adotada, significaria que o sacerdote não<br />

mais reteria a salvação de alguém por ter em suas mãos o<br />

corpo e o sangue de Cristo na comunhão”. Com sua<br />

inteligência e posição dadas por Deus, a pregação de<br />

Wycliff começava a ser ouvida nos mais distantes cantões<br />

da Inglaterra, chegando a atravessar o mar em direção ao<br />

continente. Muitas pessoas devem ter recebido seus<br />

ensinos ou ganhado uma Bíblia na sua própria língua<br />

conhecendo assim a vontade de Deus para suas vidas.<br />

Influência que atravessou fronteiras –, os Lolardos.<br />

Contrário à rígida hierarquia eclesiástica, Wycliffe defendia<br />

a pobreza dos padres e os organizou em grupos para<br />

divulgar os ensinos de Cristo. Estes padres (mais tarde<br />

chamados de “Lolardos”) não faziam votos nem recebiam<br />

consagração formal, mas dedicavam sua vida a ensinar o<br />

Evangelho ao povo. Estes pregadores itinerantes<br />

espalharam os ensinos de Wycliffe pelo interior da<br />

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Inglaterra, agrupados dois a dois, de pés descalços,<br />

usando longas túnicas e carregando cajados nas mãos.<br />

Para que o ensino bíblico fosse transmitido por toda<br />

Inglaterra, Wycliff fundou um grupo de pregadores leigos<br />

(Lolardos), o trabalho de expansão deu certo, mas o papa<br />

não gostou. Em um decreto, a Igreja condenou os<br />

Lobardos à pena de morte. Apesar disto, Deus não permitiu<br />

que nenhum desses pregadores fossem mortos.<br />

Os Boêmios.<br />

Estudantes da região da Boêmia, no centro da Europa,<br />

foram para Oxford e lá tiveram contato com os escritos de<br />

Wycliff e com alguns dos Lolardos. Ao regressarem para a<br />

sua terra, os boêmios levaram as novas informações e<br />

ensinos que acabaram influenciando aquele que seria um<br />

outro grande reformador, John Huss.<br />

Ao tomar os primeiros contatos com os escritos de Wycliff,<br />

Huss escreve na margem de seus papéis: “Wycliff, Wycliff,<br />

você vai virar muitas cabeças”. Anos mais tarde, Huss teria<br />

sido acusado pela Igreja de Wicliffismo. A história nos<br />

mostra que Deus vai espalhando sua semente. Assim<br />

como na Igreja Primitiva, crentes foram influenciando<br />

pessoas, autoridades e até reis, a ponto de ocupar todo o<br />

mundo. Temos a Bíblia em nossas mãos hoje porque<br />

servos e servas de Deus se dedicaram para isto. A<br />

mensagem continua viva. Será que a Igreja tem<br />

influenciado? O Evangelho de Cristo tem de fato sido<br />

pregado?<br />

Condenado depois de morto.<br />

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Próximo aos 55 anos de idade, Wycliff sofreu um derrame<br />

e morreu. Passados 30 anos, o Concílio de Constança,<br />

convocado pelo papa João XXIII, reuniu-se em 1415 e, sob<br />

a condenação de heresia, decidiu exumar o corpo de<br />

Wycliff e queimá-lo em praça pública. Como se pode<br />

observar, o poder arbitrário tomou conta da Igreja.<br />

Absurdos como a punição de um homem depois de morto<br />

e outros mais preencheram a sua história. Mas tudo isso<br />

não foi suficiente para calar a voz do Evangelho. O clero<br />

não percebeu que estava lutando contra o próprio Deus.<br />

Aplicação.<br />

Vimos que a escuridão da Idade Média começa a ser<br />

vencida pelos primeiros raios de luz de manhã. Deus<br />

prepara um homem, coloca-o numa posição de influência<br />

e autoridade e começa a trazer a Igreja de volta para o seu<br />

noivo. John Wycliff envolve-se numa batalha de fé pela<br />

Verdade das Escrituras, coloca a Bíblia na mão do povo,<br />

ensina-a e tenta tirar este povo das mãos daqueles que<br />

exploravam suas vidas. Morre, mas deixa uma mensagem<br />

viva, um exemplo de luta pelo Evangelho.<br />

Certo autor escreveu que a luta dos pré-reformadores<br />

terminou com insucesso. Entretanto, devemos crer que a<br />

perseguição e morte de homens com Wycliff e Huss não<br />

foram empreendimentos frustrados, e sim o plano<br />

soberano de Deus abrindo caminho para acontecimentos<br />

maiores. Anos mais tarde os reformadores levantaram a<br />

bandeira da “Sola Scriptura”, em favor da suficiência e<br />

autoridade exclusiva da Palavra de Deus sobre qualquer<br />

dogma ou direção humana. A semente do ensino de Wycliff<br />

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e Huss estava lá e, até hoje, dá os seus frutos. O presente<br />

texto serve como um alerta para a Igreja de hoje. Os<br />

crentes devem viver uma vida santa e, ao mesmo tempo,<br />

devem estar prontos para reformar a Igreja sempre que ela<br />

se afastar do ensino bíblico. Agindo assim seremos<br />

encontrados por Deus fiéis. Quão disposto você está a<br />

sacrificar sua vida por amor do Evangelho?<br />

Martinho Lutero (1483 – 1546).<br />

Martinho Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483.<br />

Sua família era pobre e ele lutou com muita dificuldade<br />

para estudar. Preparava-se para ingressar no curso de<br />

Direito, quando resolveu tornar-se monge. Entrou para o<br />

mosteiro agostiniano de Erfurt, em 1505, antes de<br />

completar 22 anos de idade. Dois anos depois foi ordenado<br />

sacerdote. No ano seguinte foi para Wittenberg prepararse<br />

para ser professor na recém-criada universidade<br />

daquela cidade. Foi lá que Lutero dedicou-se ao estudo das<br />

Escrituras. E ao estudar a Epístola aos Romanos,<br />

descobriu que “O justo viverá por fé” (Romanos 1:17). Ele<br />

já havia feito tudo que a Igreja indicava para alcançar a paz<br />

com Deus. Mas sua situação interior só piorava. Ao<br />

descobrir a graça redentora, entregou-se a Jesus Cristo,<br />

pela fé, e encontrou a paz e a segurança de salvação. No<br />

dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero afixou, na porta<br />

da capela de Wittenberg, as suas 95 teses, era o início da<br />

Reforma. Lutero tentou reformar a Igreja, mas Roma não<br />

quis se reformar. Antes o perseguiu violentamente. Em<br />

1521 ele foi excomungado. Neste mesmo ano teve que se<br />

esconder durante 10 meses no castelo de Wartburgo, perto<br />

de Eisenach, para não ser morto. Depois voltou para<br />

Wittenberg, de onde comandou a expansão do movimento<br />

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de Reforma. Lutero faleceu em Eisleben, no dia 18 de<br />

fevereiro de 1546.<br />

Lutero e Sant’ana –, o Decreto misterioso de Deus.<br />

Martinho Lutero, cujo nome em alemão era Martin Luther<br />

ou Luder, era filho de Hans Luther e Margarethe<br />

Lindemann. Mudou-se para Mansfeld, onde seu pai dirigia<br />

várias minas de cobre. Tendo sido criado no campo, Hans<br />

Luther desejava que seu filho viesse a se tornar um<br />

funcionário público, melhorando, assim, as condições da<br />

família. Com esse objetivo, enviou o já velho Martinho para<br />

escolas em Mansfeld, Magdeburgo e Eisenach.<br />

Aos dezessete anos, em 1501, Lutero ingressou na<br />

Universidade de Erfurt, onde tocava alaúde e onde recebeu<br />

o apelido de “O Filósofo”. Ainda na Universidade de Erfurt,<br />

estudou a filosofia nominalista de Ockham (as palavras<br />

designam apenas coisas individuais, não atingem os<br />

“universais”, as realidades presentes em todos os<br />

indivíduos, como por exemplo, a natureza humana, em<br />

consequência, nada pode ser conhecido com certeza pela<br />

razão natural, exceto as realidades concretas: esta pessoa,<br />

aquela coisa). Esse sistema dissolvia a harmonia<br />

multissecular entre a ciência e a fé que tanto havia sido<br />

defendida pela escolástica de “São Jesus Cristo”, pois essa<br />

filosofia baseava-se unicamente na vontade de Deus. O<br />

jovem estudante graduou-se bacharel em 1502 e concluiu<br />

o mestrado em 1505, sendo o segundo entre dezessete<br />

candidatos. Seguindo os desejos maternos, inscreveu-se<br />

na escola de Direito da mesma universidade. Mas tudo<br />

mudou após uma grande tempestade com descargas<br />

elétricas, ocorrida naquele mesmo ano (1505): um raio caiu<br />

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próximo de onde ele estava passando, ao voltar de uma<br />

visita à casa dos pais. Aterrorizado, teria, então, gritado:<br />

“Sant’Ana, salva-me e tornar-me-ei monge!”. Tendo<br />

sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu todos os<br />

seus livros, com exceção dos de Virgílio, e entrou para a<br />

ordem dos Agostinianos, de Frankfurt, em 17 de julho de<br />

1505. Lutero chamava a esse incidente “A minha estrada,<br />

caminho de Damasco” e não tardou em cumprir a sua<br />

promessa feita a Sant’Ana. Convidou então os seus<br />

colegas para cearem com ele. Depois da refeição,<br />

enquanto eles se divertiam com palestras e música,<br />

repentinamente anunciou-lhes que dali em diante poderiam<br />

considerá-lo como morto, pois ia entrar para o convento.<br />

Debalde os seus companheiros procuraram dissuadi-lo do<br />

seu plano. Na escuridão da mesma noite, o moço, antes de<br />

completar vinte e dois anos, dirigiu-se ao convento dos<br />

agostinianos e bateu à porta, e Lutero entrou para os<br />

monges. O professor admirado e festejado, a glória da<br />

universidade, aquele que passara os dias e as noites<br />

curvado sobre os livros, tornara-se irmão agostiniano!<br />

Assim se justificou Lutero: “Fiz a promessa a Sant’Ana,<br />

para salvar a minha alma. Entrei para o convento e aceitei<br />

esse estado espiritual somente para servir a Deus e serlhe<br />

agradável durante a eternidade”. Mais tarde, após ter<br />

se colocado contra a Igreja Romana, Lutero refutou a<br />

devoção a Sant’Ana, alegando que ela não possuía base<br />

bíblica, atacou, principalmente, as imagens de Ana (avó de<br />

Jesus) com Jesus e Maria, favorita dos pintores<br />

renascentistas.<br />

Ulrico Zwínglio (1484 – 1531).<br />

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Ulrico Zwínglio, em alemão Huldreych, Huldreich ou Ulrich<br />

Zwingli (Wildhaus, Cantão de São Galo, 1 de janeiro de<br />

1484 — Kappel am Albis, 10 de outubro de 1531), foi um<br />

teólogo suíço e principal líder da Reforma Protestante na<br />

Suíça. Zwínglio foi o líder da reforma suíça e fundador das<br />

Igrejas Reformadas suíças. Independentemente de<br />

Martinho Lutero, que era “doctor biblicus”, Zwínglio chegou<br />

a conclusões semelhantes pelo estudo das escrituras do<br />

ponto de vista de um erudito humanista (Erasmo de<br />

Roterdã). Zwínglio não deixou uma Igreja organizada, mas<br />

as suas doutrinas influenciaram as Confissões Calvinistas.<br />

Ulrico Zwínglio. Era mais novo do que Lutero apenas 50<br />

dias, mas tinha formação e idéias diferentes do reformador<br />

alemão. Seu pai era magistrado provincial. Sua família<br />

tinha uma boa posição social e financeira, o que lhe<br />

permitiu estudar em importantes escolas daquela época.<br />

Estudou na Universidade de Viena, de Basiléia e de Berna.<br />

Graduou-se Bacharel em Artes, em 1504, e Mestre dois<br />

anos depois. Em 1506 Zwínglio tornou-se padre, embora o<br />

seu interesse pela religião fosse mais intelectual do que<br />

espiritual. Em 1520 Zwínglio passou por uma profunda<br />

experiência espiritual, causada pela morte de um irmão<br />

querido. Dois anos depois iniciou um trabalho de pregação<br />

do Evangelho, baseando-se tão somente na Escritura<br />

Sagrada. O Papa Adriano VI proibiu-o de pregar. Poucos<br />

meses depois, o governo de Zurique, na Suíça, resolveu<br />

apoiar Zwínglio e ordenou que ele continuasse pregando.<br />

Em 1525 Zwínglio casou-se com uma viúva chamada Ana<br />

Reinhard. Nesse mesmo ano Zurique tornou-se,<br />

oficialmente, protestante. Outros cantões (estados) suíços<br />

também aderiram ao protestantismo. As divergências entre<br />

estes cantões e os que permaneceram fiéis a Roma iamse<br />

aprofundando. Em 1531 estourou a guerra entre os<br />

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cantões católicos e os protestantes, liderados por Zurique.<br />

Zwínglio, homem de gênio forte, também foi para o campo<br />

de batalha, onde morreu no dia 11 de outubro de 1531.<br />

Zwínglio morreu, mas o movimento iniciado por ele não<br />

morreu. Outros líderes deram continuidade ao seu<br />

trabalho. Suas idéias foram reestudadas e aperfeiçoadas.<br />

As igrejas que surgiram como resultado do movimento<br />

iniciado por Zwínglio são chamadas de igrejas reformadas<br />

em alguns países, e igrejas presbiterianas em outros.<br />

Dentre os líderes que levaram avante o movimento iniciado<br />

por Zwínglio destacam-se Guilherme Farel e João Calvino.<br />

Guilherme Farel (1489 – 1565).<br />

Guilherme Farel nasceu em Gap, província francesa do<br />

Delfinado, no ano de 1489. Os seus biógrafos o descrevem<br />

como um pregador valente e ousado. Embora sua família<br />

fosse aristocrática, ele era rude e tosco. Sua eloquência<br />

era como uma tempestade. Farel converteu-se em Paris.<br />

O homem que o levou a Jesus Cristo era seu professor na<br />

universidade e se chamava Jacques LeFévre. Parece que<br />

Farel inicialmente não pretendia deixar a Igreja Católica,<br />

pois em 1521 ele iniciou um trabalho de pregação sob a<br />

proteção do bispo de Meaux, Guilherme Briçonnet. Mas<br />

logo depois foi proibido de pregar e expulso da França,<br />

acusado de estar divulgando idéias protestantes.<br />

Em 1524 estava em Basiléia fazendo as suas pregações.<br />

Mas a sua impetuosidade o levou a ser expulso da cidade.<br />

Em 1526 Farel iniciou o seu trabalho de pregação na Suíça<br />

de fala francesa. Ligou-se aos seguidores de Zwínglio.<br />

Conseguiu implantar o protestantismo em vários cantões<br />

(estados) suíços. E em 1532 entrou em Genebra pela<br />

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primeira vez. Sua pregação causou tumulto na cidade.<br />

Teve que se retirar [...]. Mas voltou logo depois. E no dia<br />

21 de maio de 1536, a Assembleia Geral declarou a cidade<br />

oficialmente protestante. Mas Genebra aceitara o<br />

protestantismo mais por razões políticas que espirituais. E<br />

agora Farel tinha uma grande tarefa pela frente –<br />

reorganizar a vida religiosa da cidade. Guilherme Farel era<br />

um homem talhado para conquistar uma cidade para o<br />

protestantismo. Mas se perdia completamente no trabalho<br />

que vinha a seguir. Não sabia planejar, nem organizar, nem<br />

liderar, nem pastorear. Mas, felizmente, conhecia suas<br />

limitações e convidou João Calvino para reorganizar a vida<br />

religiosa de Genebra, sobre uma frase altamente<br />

impactante e convicta: “Deus amaldiçoe teu descanso e a<br />

tranquilidade que buscas para estudar, se diante de uma<br />

necessidade tão grande te retiras e te negas a prestar<br />

socorro e ajuda”.<br />

“Eles influenciaram o governo de Genebra até o ponto de<br />

ele se tornar um estado teocrático, a “Roma protestante”,<br />

onde se refugiaram os protestantes e os não-protestantes<br />

foram perseguidos”.<br />

No dia 23 de abril de 1538, Farel e Calvino foram expulsos<br />

da cidade. Calvino foi para Estrasburgo, onde pastoreou<br />

uma igreja formada por refugiados franceses. Farel foi para<br />

Neuchâtel, uma cidade que havia sido conquistada por ele<br />

para o Evangelho. Calvino voltou para Genebra em 1541.<br />

Farel permaneceu em Neuchâtel, onde faleceu em 1565,<br />

com 76 anos de idade.<br />

John Knox (1505/15 – 1587).<br />

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Os seguidores do movimento iniciado por Zwínglio e<br />

estruturado por Calvino se espalharam imediatamente por<br />

toda a Europa. Na França eles eram chamados de<br />

huguenotes, na Inglaterra, puritanos, na Suíça e Países<br />

Baixos, reformados, na Escócia, presbiterianos. A Escócia<br />

é um país muito importante na história do protestantismo<br />

reformado. Foi lá que surgiu o nome presbiteriano. Por isto,<br />

alguns livros de história afirmam que o presbiterianismo<br />

nasceu na Escócia.<br />

O grande nome da reforma escocesa é John Knox. Pouco<br />

se sabe a respeito dos primeiros anos de sua vida. Supõese<br />

que tenha nascido entre os anos 1505 a 1515. Estudou<br />

Teologia e foi ordenado sacerdote, possivelmente em<br />

1536. Não se sabe quando e em que circunstâncias<br />

ocorreu a sua conversão. Em 1547 foi levado para a<br />

França, onde ficou preso 1 (um) ano e 7 (sete) meses, por<br />

causa de sua fé. Libertado, foi para a Inglaterra, onde<br />

exerceu o pastorado por dois anos. Em 1554 teve que fugir<br />

da Inglaterra, indo, inicialmente, para Frankfurt, e depois<br />

para Genebra, onde foi acolhido por João Calvino. Em<br />

1559 voltou para a Escócia, onde liderou o movimento de<br />

Reforma Religiosa. Sua influência extrapolou a área<br />

religiosa, atingindo também a vida política e social do país.<br />

Sob a sua influência, o parlamento escocês declarou o país<br />

oficialmente protestante, em dezembro de 1567. A Igreja<br />

organizada por ele e seus auxiliares recebeu o nome de<br />

Igreja Presbiteriana. John Knox faleceu no dia 24 de<br />

novembro de 1587. O presbiterianismo foi levado da<br />

Escócia para a Inglaterra, de lá, para os Estados Unidos da<br />

América. Em 1726 teve início um grande despertamento<br />

espiritual nos Estados Unidos. Este despertamento levou<br />

os presbiterianos a se interessarem por missões<br />

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estrangeiras. Missionários foram enviados para vários<br />

países, inclusive o Brasil. No dia 12 de agosto de 1859<br />

chegou ao nosso país o primeiro missionário presbiteriano:<br />

Ashbel Green Simonton. (Este foi fundador da Igreja<br />

Presbiteriana do Brasil – IPB).<br />

João Calvino (1509 – 1564).<br />

O homem responsável pela sistematização doutrinária e<br />

pela expansão do protestantismo reformado foi João<br />

Calvino. O “pai do protestantismo reformado” é Zwínglio.<br />

Mas o homem que moldou o pensamento reformado foi<br />

João Calvino. Por isso, o sistema de doutrinas adotado<br />

pelas Igrejas Reformadas ou Presbiterianas chama-se<br />

Calvinismo ou Calviniano ligado à sua Teologia. João<br />

Calvino nasceu em Noyon, Picardia, França, no dia 10 de<br />

julho de 1509. Seu pai, Geraldo Calvino, era advogado e<br />

secretário do bispado de Noyon. Sua mãe, Jeanne le<br />

Franc, faleceu quando ele tinha três anos de idade. A<br />

família Calvino tinha amizade com pessoas importantes. E<br />

a convivência com essas famílias levou João Calvino a<br />

aprender as maneiras polidas da elite daquela época.<br />

Geraldo Calvino usou o seu prestígio junto ao bispado para<br />

conseguir a nomeação de seus filhos para cargos<br />

eclesiásticos, conforme os costumes daquela época. Antes<br />

de completar doze anos, João Calvino foi nomeado<br />

Capelão de Lá Gesine, próximo de Noyon. Não era padre,<br />

mas seu pai pagava um padre para fazer o trabalho de<br />

Capelania e guardava os lucros para o filho. Mais tarde<br />

essa Capelania foi trocada por outras mais rendosas. Em<br />

agosto de 1523, logo depois de ter completado 14 anos,<br />

João Calvino ingressou na Universidade de Paris. Ali<br />

completou seus estudos de pré-graduação no começo de<br />

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1528. A seguir foi para a Universidade de Orléans onde<br />

formou-se em Direito. Em maio de 1531 faleceu Geraldo<br />

Calvino. E João, que estudara Direito para satisfazer o pai,<br />

resolveu tornar-se pesquisador no campo de literatura e<br />

filosofia. Para isto, matriculou-se no Colégio de França,<br />

instituição humanista fundada pelo rei Francisco I. Estudou<br />

Grego, Latim e Hebraico. Tornou-se profundo conhecedor<br />

dessas línguas. Em 1532 João Calvino lançou o seu<br />

primeiro livro: Comentários ao Tratado de Sêneca sobre a<br />

Clemência. Os intelectuais elogiaram muito a obra. Era um<br />

trabalho de grande erudição. Mas o público ignorou o<br />

lançamento – poucos compraram o livro. João Calvino<br />

converteu-se a Jesus Cristo entre abril de 1532 e o início<br />

de 1534. Não se sabe detalhes da sua experiência. Mas a<br />

partir daí Deus passou a ocupar o primeiro lugar em sua<br />

vida. No dia 1 de novembro de 1533 Nicolau Cop, amigo<br />

de Calvino, tomou posse como reitor da Universidade de<br />

Paris. O seu discurso de posse falava em reformas, usando<br />

linguagem semelhante às idéias de Lutero. E o comentário<br />

geral era que o discurso tinha sido escrito por Calvino. O<br />

rei Francisco I resolveu agir contra os luteranos. Calvino e<br />

Nicolau Cop foram obrigados a fugir de Paris. No dia 4 de<br />

maio de 1534 Calvino compareceu ao palácio do bispo de<br />

Noyon, a fim de renunciar ao cargo de Capelão. Foi preso,<br />

embora por um período curto. Libertado logo depois, achou<br />

melhor fugir do país. E no final de 1535 chegava a Basiléia<br />

cidade protestante, onde se sentiu seguro. Em março de<br />

1536 Calvino publicou a sua mais importante obra –<br />

Instituição da Religião Cristã (As Institutas). O prefácio da<br />

obra era uma carta dirigida ao rei da França, Francisco I,<br />

defendendo a posição protestante. Mas a Instituição era<br />

apenas uma apresentação ordenada e sistemática da<br />

doutrina e da vida cristã. A edição definitiva só foi publicada<br />

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em 1559. A Instituição da Religião Cristã, conhecida como<br />

Institutas de Calvino, é a mais completa e importante obra<br />

produzida no período da Reforma. Em julho de 1536<br />

Calvino chegou a Genebra. A cidade tinha se declarado<br />

oficialmente protestante no dia 21 de maio daquele ano. E<br />

Guilherme Farel lutava para reorganizar a vida religiosa da<br />

cidade. Calvino estava hospedado em uma pensão,<br />

quando Farel soube que ele estava na cidade. Foi ao seu<br />

encontro e o convenceu a permanecer ali para ajudá-lo na<br />

reorganização da cidade. Calvino era bem jovem – tinha<br />

apenas 27 anos. A publicação das Institutas fizera dele um<br />

dos mais importantes líderes da Reforma na França. Mas<br />

o seu início em Genebra foi muito modesto. Inicialmente<br />

ele era apenas um preletor de Bíblia. Um ano depois foi<br />

nomeado pregador. Mas enquanto isso elaborava as<br />

normas que pretendia implantar e fazer de Genebra uma<br />

comunidade modelo. João Calvino teve muitos adversários<br />

e opositores em Genebra. À medida que ele ia<br />

apresentando às normas que pretendia implantar na<br />

cidade, a fim de torná-la uma comunidade modelo, a<br />

oposição ia crescendo. Finalmente a oposição venceu as<br />

eleições. E no dia 23 de abril de 1538, Calvino e Farel<br />

foram banidos de Genebra. Calvino foi para Estrasburgo,<br />

onde pastoreou uma igreja constituída de refugiados<br />

franceses. Ali viveu os dias mais felizes de sua vida, casouse<br />

com uma viúva anabatista chamada Idelette de Bure.<br />

Ela era holandesa que tinha sido previamente adepta do<br />

anabatismo. Traz duas crianças do seu prévio casamento.<br />

Genebra, enquanto isso passava por várias mudanças. Os<br />

adversários de Calvino foram derrotados. E, no dia 13 de<br />

setembro de 1541, ele entrava novamente em Genebra.<br />

Voltava por insistência de seus amigos. Voltava fortalecido.<br />

E, enfim, pôde reorganizar a vida religiosa da cidade.<br />

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Calvino introduziu o estudo do seu catecismo, o uso de<br />

uma nova liturgia, um governo eclesiástico presbiterial,<br />

disciplinou a vida civil, estabeleceu normas para o<br />

funcionamento do comércio e fez de Genebra uma cidade<br />

modelo. No dia 29 de março de 1549 Idelette faleceu. Mas<br />

Calvino continuou o seu trabalho. Pesquisava, escrevia<br />

comentários bíblicos e tratados teológicos, administrava,<br />

pastoreava, incentivava [...]. Escreveu a edição final das<br />

Institutas e, no decorrer de seus poucos anos de vida,<br />

escreveu tratados, centenas de cartas, e comentários<br />

sobre quase todos os livros da Bíblia.<br />

“Calvino produziu também vários volumes de comentários<br />

sobre a maioria dos livros da Bíblia. Para o Antigo<br />

Testamento, ele publicou os comentários de todos os<br />

livros, exceto as histórias depois de Josué (embora ele fez<br />

publicar seus sermões sobre 1 Samuel) e da literatura da<br />

Sabedoria que não seja o Livro dos Salmos. Para o Novo<br />

Testamento, ele omitiu apenas as Epístolas breve segunda<br />

e terceira de João e o Livro do Apocalipse. Estes<br />

comentários, também, têm-se revelado de valor duradouro<br />

para os estudantes da Bíblia, e eles ainda estão em papel,<br />

após mais de 400 anos. Calvino também escreveu mais de<br />

1.300 cartas em uma ampla gama de temas”.<br />

Dos 101 volumes do “Corpus Reformatorum” (série que<br />

reúne as composições literárias dos principais<br />

reformadores do século XVI), os escritos de João Calvino<br />

totalizam 59 obras volumosas. Martin Lloyd-Jones, prolífico<br />

escritor calvinista, disse acerca do trabalho literário de<br />

Calvino: “Como um só homem pôde fazer tudo isso, e em<br />

acréscimo pregar com regularidade, é-nos espantoso<br />

contemplar”.<br />

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O espanto é ainda maior quando se descobre que João<br />

Calvino, além de muito atarefado, tinha uma saúde física<br />

bastante fragilizada. Segundo Wilson Castro Ferreira,<br />

Calvino “escreveu doente, escreveu em meio às mais<br />

acirradas lutas, escreveu no leito, ditando aos seus<br />

secretários, escreveu até altas horas da noite, mesmo<br />

enfermo e, segundo testemunho do seu primeiro biógrafo,<br />

Theodoro Beza, escreveu até oito horas antes da sua<br />

morte”.<br />

Em 1559 fundou a Academia Genebrina – a Universidade<br />

de Genebra. Jovens de vários países vieram estudar ali e<br />

levaram a semente do evangelho na volta à sua terra.<br />

Esses jovens se espalharam pela França, Países Baixos,<br />

Inglaterra, Escócia, Alemanha e Itália.<br />

“O grande Teólogo da Reforma, usado por Deus,<br />

influenciou o mundo com seus escritos. Sua piedade e<br />

dedicação ao estudo da Palavra são inspiradores. Ele<br />

viveu cinquenta e quatro anos, dez meses, e dezessete<br />

dias, e dedicou metade de sua vida ao sagrado ministério.<br />

Ele tinha estatura mediana, a aparência sombria e pálida,<br />

os olhos eram brilhantes até mesmo na morte,<br />

expressando a agudez da sua compreensão”. (Theodoro<br />

Beza)<br />

Eu poderia feliz e proveitosamente assentar-me e passar o<br />

resto de minha vida somente com Calvino. Carta de Karl<br />

Barth ao amigo Eduard Thurneysen, escrita em 8 de junho<br />

de 1922.<br />

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Calvino, falando das diversas calúnias que levantavam<br />

contra ele, partindo, inclusive, de falsos irmãos, diz:<br />

“Só porque afirmo e mantenho que o mundo é dirigido e<br />

governado pela secreta providência de Deus, uma multidão<br />

de homens presunçosos se ergue contra mim alegando<br />

que apresento Deus como sendo o autor do pecado. [...]<br />

Outros tudo fazem para destruir o eterno propósito divino<br />

da predestinação, pelo qual Deus distingue entre os<br />

réprobos e os eleitos”.<br />

O que nos chama a atenção na aproximação bíblica de<br />

Calvino é, primeiramente, o seu amplo e em geral preciso<br />

conhecimento dos clássicos da exegese bíblica, os quais<br />

citam com abundância, especialmente Crisóstomo,<br />

Agostinho e Bernardo de Claraval. Outro aspecto é o<br />

domínio de algumas das principais obras dos teólogos<br />

protestantes contemporâneos, tais como Melanchton – a<br />

quem considerava um homem de “incomparável<br />

conhecimento nos mais elevados ramos da literatura,<br />

profunda piedade e outros dons (e que por isso) merece<br />

ser recordado por todas as épocas” – Bucer e Bullinger.<br />

Contudo, o mais fascinante é o fato de que ele, mesmo se<br />

valendo dos clássicos – o que, aliás, nunca escondeu –<br />

conseguiu seguir um caminho por vezes diferente,<br />

buscando na própria Escritura o sentido específico do<br />

texto: a Escritura interpretando-se a si mesma.<br />

Não nos é possível precisar as circunstâncias e data da<br />

“súbita conversão” de Calvino. No que se refere à sua<br />

conversão, em 1539 diz: “Contrariado com a novidade, eu<br />

ouvia com muita má vontade e, no início, confesso, resisti<br />

com energia e irritação; porque (tal é a firmeza ou<br />

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descaramento com os quais é natural aos homens resistir<br />

no caminho que outrora tomaram) foi com a maior<br />

dificuldade que fui induzido a confessar que, por minha<br />

vida, eu estivera na ignorância e no erro”. Na Introdução do<br />

seu comentário de Salmos (1557), diz que: “Inicialmente,<br />

visto eu me achar tão obstinadamente devoto às<br />

superstições do papado, para que pudesse desvencilharme<br />

com facilidade de tão profundo abismo de lama, Deus,<br />

por um ato súbito de conversão, subjugou e trouxe minha<br />

mente a uma disposição suscetível, a qual era mais<br />

empedernida em tais matérias do que se poderia esperar<br />

de mim naquele primeiro período de minha vida”.<br />

Na véspera do Natal de 1559, quando pregava na Igreja de<br />

São Pedro, abarrotada de gente, Calvino teve de forçar a<br />

voz. No dia seguinte, atacou-o uma tosse violenta e<br />

começou a escarrar sangue. O médico diagnosticou-lhe<br />

uma doença contra a qual ainda não existia nenhuma<br />

arma: a tuberculose. O enfermo tinha apenas cinqüenta<br />

anos, e o seu caso não teria sido desesperado se o seu<br />

organismo, atacado desde há muito tempo por muitos<br />

inimigos, desgastados pelo trabalho e pelas preocupações,<br />

não fosse na realidade, o de um velho precoce - o velho<br />

cuja máscara trazia. Despertados pelo novo abalo, todos<br />

os males que já lhe eram familiares lançaram-se ao ataque:<br />

pulmões, rins, intestinos, encéfalo e até os braços e as<br />

pernas. Dentro em breve, não houve uma única parte<br />

desse organismo que não fosse motivo e foco de dores<br />

terríveis.<br />

Calvino suportaria essa provação durante cinco anos, com<br />

uma coragem física e uma firmeza admirável. Torturado<br />

pelas cólicas, pela febre e pela gota, nem por isso deixou<br />

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de dar prosseguimento aos seus trabalhos, à sua<br />

correspondência, aos seus livros e mesmo à sua pregação,<br />

que, no entanto, lhe exigia um esforço sobre-humano. Nos<br />

dias em que não podia manter-se em pé, pregava sentado,<br />

e, se não conseguia andar, dois homens o levavam à igreja<br />

numa cadeira. Por vezes, as dores eram tão fortes que o<br />

ouviam, como numa prece a pedir a libertação: “Até<br />

quando, Senhor, até quando?”.<br />

João Calvino faleceu em Genebra, no dia 27 de maio de<br />

1564 e antes, já havia sofrido a perda de um filho (Jacques)<br />

ainda na infância “[...] uma perda que suportou pelo resto<br />

da vida – Herman Hanko”. Nesse momento Calvino disse:<br />

“Deus é pai e sabe o que é bom para seus filhos [...]. Ele<br />

levou meu menino [...]”. Consolava-se ao pensar que tinha<br />

inúmeros filhos espirituais por todo o mundo. Dois anos<br />

mais tarde, esperava uma filha, que morreu ao nascer.<br />

Uma terceira criança também não sobreviveu. E por fim, no<br />

ano de 1549, a saúde de Idelete piorou e ela já não podia<br />

deixar a cama. Calvino, escrevendo a Farel, pedia-lhe que<br />

orasse em favor dela. Mas a morte veio e a dor também,<br />

Calvino: “Fui privado da melhor companhia da minha vida”,<br />

escreveu. Nos dias que antecederam e se seguiram à sua<br />

morte, em meio às inúmeras atividades que o absorviam,<br />

fazia o possível para não ser dominado pela angústia e<br />

tristeza. “Que o Senhor Jesus me sustente”, dizia. Afinal,<br />

suas palavras buscando consolo foram estas: “Minha<br />

esposa, mulher de raras qualidades, morreu há um ano e<br />

meio [...] e eu agora livremente optei por uma vida solitária”,<br />

ambos viveram apenas 9 (nove) anos em matrimônio. Mas<br />

a sua obra e vida piedosa permanece viva até os tempos<br />

atuais.<br />

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A sepultura de João Calvino em consequência de sua<br />

Teologia, segundo a qual toda honra deve ser dada a Deus,<br />

ficou desconhecida.<br />

“Soli Deo Gloria”. Glória seja dada somente a Deus pela<br />

vida desses homens.<br />

Síntese biográfica do reformador João Calvino.<br />

João Calvino nasceu em Noyon, nordeste da França, no<br />

dia 10 de julho de 1509. Seu pai, Gérard Calvin (Geraldo<br />

Calvino), era advogado dos religiosos e secretário do bispo<br />

local. Aos 12 anos, Calvino recebeu um benefício<br />

eclesiástico cuja renda serviu-lhe de bolsa de estudos.<br />

Em 1523, foi residir em Paris, onde estudou latim e<br />

humanidades (Collège de la Marche) e Teologia (Collège<br />

de Montaigu). Em 1528, iniciou seus estudos jurídicos,<br />

primeiro em Orléans e depois em Bourges, onde também<br />

estudou grego com o erudito luterano Melchior Wolmar.<br />

Com a morte do pai em 1531, retornou a Paris e dedicouse<br />

ao seu interesse predileto –, a literatura clássica. No ano<br />

seguinte publicou um comentário sobre o tratado de<br />

Sêneca De Clementia.<br />

Calvino converteu-se à fé evangélica por volta de 1533,<br />

provavelmente sob a influência do seu primo Robert<br />

Olivétan. No final daquele ano, teve de fugir de Paris sob<br />

acusação de ser o co-autor de um discurso simpático aos<br />

protestantes, proferido por Nicholas Cop, o reitor da<br />

universidade. No ano seguinte, voltou a Noyon e renunciou<br />

ao benefício eclesiástico. Escreveu o prefácio do Novo<br />

Testamento traduzido para o francês por Olivétan (1535).<br />

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Em 1536 veio a lume primeira edição da sua grande obra,<br />

As Institutas ou Tratado da Religião Cristã, introduzidas por<br />

uma carta ao rei Francisco I da França contendo um apelo<br />

em favor dos evangélicos perseguidos. Alguns meses mais<br />

tarde, o reformador suíço Guilherme Farel o convenceu a<br />

ajudá-lo na cidade de Genebra, que acabara de abraçar a<br />

Reforma. Logo, os dois líderes entraram em conflito com<br />

as autoridades civis sobre questões eclesiásticas, sendo<br />

expulsos em 1538.<br />

Calvino foi para Estrasburgo, onde residia o reformador<br />

Martin Bucer. Atuou como pastor, professor, participante<br />

de conferências e escritor. Produziu uma nova edição das<br />

Institutas (1539), o Comentário da Epístola aos Romanos,<br />

a Resposta a Sadoleto (uma apologia da Fé Reformada) e<br />

outras obras. Casou-se com a viúva Idelette de Bure<br />

(falecida em 1549).<br />

Em 1541, Calvino retornou a Genebra por insistência dos<br />

governantes da cidade. Assumiu o pastorado da Igreja<br />

Reformada e escreveu para a mesma as célebres<br />

Ordenanças Eclesiásticas. Por catorze anos, enfrentou<br />

grandes lutas com as autoridades civis e algumas famílias<br />

influentes (os “libertinos”). Apesar de estar constantemente<br />

enfermo, desenvolveu intensa atividade como pastor,<br />

pregador, administrador, professor e escritor. Produziu<br />

comentários sobre quase toda a Bíblia.<br />

Em 1555, os partidários de Calvino finalmente derrotaram<br />

os “libertinos”. Os conselhos municipais passaram a ser<br />

constituídos de homens que o apoiavam. A Academia de<br />

Genebra, embrião da futura universidade, foi inaugurada<br />

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em 1559. Nesse mesmo ano, Calvino publicou a última<br />

edição das Institutas. O reformador faleceu aos 55 anos em<br />

27 de maio de 1564.<br />

Rev. Ashbel Green Simonton (1833 – 1867) – Fundador da<br />

Igreja Presbiteriana do Brasil – IPB.<br />

Ashbel Green Simonton (1833 – 1867), o fundador da<br />

Igreja Presbiteriana do Brasil – IPB, nasceu em West<br />

Hanover, no sul da Pensilvânia, e passou a infância na<br />

fazenda da família, denominada Antigua. Eram seus pais o<br />

médico e político William Simonton e a D. Martha Davis<br />

Snodgrass (1791 – 1862), filha de um pastor presbiteriano.<br />

Ashbel era o mais novo de nove irmãos. Os irmãos homens<br />

(William, John, James, Thomas e Ashbel) costumavam<br />

denominar-se os “quinque fratres” (cinco irmãos). Um<br />

deles, James Snodgrass Simonton, quatro anos mais velho<br />

que Ashbel, viveu por três anos no Brasil e foi professor na<br />

cidade de Vassouras, no Rio de Janeiro. Uma das quatro<br />

irmãs, Elizabeth Wiggins Simonton (1822 – 1879),<br />

conhecida como Lille, veio a casar-se com o Rev.<br />

Alexander Latimer Blackford, vindo com ele para o Brasil.<br />

Em 1846, a família mudou-se para Harrisburg, a capital do<br />

estado, onde Ashbel concluiu os estudos secundários.<br />

Após formar-se no Colégio de Nova Jersey (a futura<br />

Universidade de Princeton), em 1852, o jovem passou<br />

cerca de um ano e meio no Mississipi, trabalhando como<br />

professor. Voltando para o seu estado, teve profunda<br />

experiência religiosa durante um avivamento em 1855 e<br />

ingressou no Seminário de Princeton, fundado em 1812.<br />

No primeiro semestre de estudos, ouviu na capela do<br />

seminário um sermão do Dr. Charles Hodge, um dos seus<br />

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professores, que despertou o seu interesse pela obra<br />

missionária no exterior. Concluídos os estudos, foi<br />

ordenado em 1859 e chegou ao Brasil no dia 12 de agosto<br />

do mesmo ano.<br />

Pouco depois de organizar a Igreja Presbiteriana do Rio de<br />

Janeiro (12/01/1862), o jovem missionário seguiu em<br />

viagem de férias para os Estados Unidos, vindo a casar-se<br />

com Helen Murdoch, em Baltimore. Regressaram ao Brasil<br />

em julho de 1863. No final de junho do ano seguinte, Helen<br />

faleceu nove dias após o nascimento da sua filhinha, que<br />

recebeu o seu nome. Helen Murdoch Simonton, a filha<br />

única do Rev. Simonton, nunca se casou e faleceu aos 88<br />

anos no dia 7 de janeiro de 1952. Com o passar dos anos,<br />

Simonton criou o jornal Imprensa Evangélica (1864),<br />

organizou o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e fundou<br />

o Seminário Primitivo (1867), este último localizado em um<br />

edifício de vários pavimentos junto ao Campo de Santana.<br />

No final de 1867, sentindo-se adoentado, o missionário<br />

pioneiro seguiu para São Paulo, onde sua irmã e seu<br />

cunhado criavam a pequena Helen. Seu estado de saúde<br />

agravou-se e ele veio a falecer no dia 9 de dezembro,<br />

acometido de “febre biliosa”, conforme consta do seu<br />

registro de sepultamento. Seu túmulo foi um dos primeiros<br />

do ainda recente Cemitério dos Protestantes, no bairro da<br />

Consolação. Anos depois, foram sepultados perto dele os<br />

ossos do ex-sacerdote Rev. José Manoel da Conceição<br />

(1822 – 1873), o primeiro pastor evangélico brasileiro.<br />

Simonton e Conceição, um americano e um brasileiro,<br />

foram os personagens mais notáveis dos primórdios do<br />

presbiterianismo no Brasil.<br />

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“O sangue dos mártires é a semente da Igreja” –<br />

Tertuliano.<br />

IGREJA NA REFORMA E A REFORMA<br />

Introdução.<br />

Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão<br />

culminado no início do século XVI por Martinho Lutero,<br />

quando através da publicação de suas 95 teses, em 31 de<br />

outubro de 1517 na porta da Igreja do Castelo de<br />

Wittenberg, protestou contra diversos pontos da doutrina<br />

da Igreja Católica Romana, propondo uma reforma no<br />

catolicismo romano. Os princípios fundamentais da<br />

Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco Solas:<br />

Sola Fide (somente a fé), Sola Scriptura (somente a<br />

Escritura), Solus Christus (somente Cristo), Sola Gratia<br />

(somente a graça), Soli Deo Gloria (glória somente a<br />

Deus). Lutero foi apoiado por vários religiosos e<br />

governantes europeus provocando uma revolução<br />

religiosa, iniciada na Alemanha, estendendo-se pela Suíça<br />

(com Ulrico Zwínglio), França (com Guilherme Farel e João<br />

Calvino – posteriormente conhecidos como Huguenotes),<br />

na Inglaterra – com os Puritanos, Países Baixos – com os<br />

Reformados, na Escócia (Reino Unido) – com os<br />

presbiterianos, Escandinávia (norte europeu) e algumas<br />

partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos<br />

e a Hungria.<br />

A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento<br />

conhecido como Contrarreforma ou Reforma Católica,<br />

iniciada no Concílio de Trento.<br />

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Concílio de Trento.<br />

O Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, foi o 19º<br />

concílio ecuménico da Igreja Católica. Foi convocado pelo<br />

Papa Paulo III para assegurar a unidade da fé e a disciplina<br />

eclesiástica, no contexto da Reforma da Igreja Católica e<br />

da reação à divisão então vivida na Europa devido à<br />

Reforma Protestante, razão pela qual é denominado<br />

também de Concílio da Contrarreforma. O Concílio foi<br />

realizado na cidade de Trento, no antigo Principado<br />

Episcopal de Trento, região do Tirol italiano.<br />

O Concílio de Trento, atrasado e interrompido várias vezes<br />

por divergências políticas ou religiosas, foi um conselho de<br />

uma grande reforma, uma personificação dos ideais da<br />

Contrarreforma. Mais de 300 anos se passaram até ao<br />

Conselho Ecumênico seguinte.<br />

Ao anunciar o Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII<br />

afirmou que os preceitos do Concílio de Trento continuam<br />

nos dias modernos, uma posição que foi reafirmada pelo<br />

Papa Paulo VI.<br />

A Reforma Católica.<br />

Contrarreforma, que ficou também conhecida por Reforma<br />

Católica, é o nome dado ao movimento que surgiu no seio<br />

da Igreja Católica a partir de 1545, e que, segundo alguns<br />

autores, teria sido uma resposta à Reforma Protestante (de<br />

1517) iniciada por Lutero. Em 1545, a Igreja Católica<br />

Romana convocou o Concílio de Trento (na cidade italiana<br />

de Trento) estabelecendo entre outras medidas, a<br />

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etomada do Tribunal do Santo Ofício – Inquisição (um<br />

grupo de instituições dentro do sistema jurídico da Igreja<br />

Católica Romana, cujo objetivo é combater a heresia), a<br />

criação do “Index Librorum Prohibitorum – Índice dos Livros<br />

Proibidos”, com uma relação de livros proibidos pela Igreja<br />

e o incentivo à catequese dos povos do Novo Mundo, com<br />

a criação de novas ordens religiosas, dentre elas a<br />

Companhia de Jesus (Jesuítas). Outras medidas incluíram<br />

a reafirmação da autoridade papal, a manutenção do<br />

celibato eclesiástico, a reforma das ordens religiosas, a<br />

edição do catecismo tridentino, reformas e instituições de<br />

seminários e universidades, a supressão (ato ou efeito de<br />

eliminar) de abusos envolvendo indulgências e a adoção<br />

da Vulgata (tradução para o latim da Bíblia, escrita entre<br />

fins do século IV início do século V, por São Jerônimo, a<br />

pedido do bispo Dâmaso I) como tradução oficial da Bíblia.<br />

Podemos dizer que a contrarreforma foi uma resposta<br />

direta à Reforma Protestante.<br />

O resultado da Reforma Protestante foi à divisão da<br />

chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e<br />

os reformados ou protestantes, originando o<br />

protestantismo.<br />

Durante muito, os primeiros cristãos foram perseguidos e<br />

até mortos por causa de Cristo. A situação mudou quando<br />

o imperador romano Constantino (313 d.C.), institui uma<br />

série de benefícios ao Cristianismo, tais como: isenção de<br />

impostos, terras, pagamento dos bispos e ajuda na<br />

construção de templos. Poder e dinheiro passaram a<br />

influenciar a vida da Igreja, que, em 392 d.C., se fundiu com<br />

o Estado, tornando-se a mesma coisa. Com isso, muitos<br />

passaram a fazer parte da “nova religião”, não por<br />

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convicção e fé, mas por favores e benefícios. Aquela vida<br />

comunitária, aquele amor cristão, o partir o pão de casa em<br />

casa e o socorrer aos necessitados viraram práticas do<br />

passado. O Cristianismo começou a decair moralmente, e<br />

seus fiéis não corresponderem à Palavra e à vontade de<br />

Deus. Na Idade Média, quem mandava na Igreja era o<br />

Papa. Naquela época, ele tinha plenos poderes para<br />

instituir e derrubar reis e reinos: A igreja passou de<br />

perseguida a perseguidora, e muitos sofreram nas mãos<br />

dessa “Igreja Cristã”. Foi criado o “clero”, que era uma<br />

liderança muito mais política que espiritual, e mantinha<br />

uma distância enorme do povo. O clero não parecia de<br />

forma alguma com o grupo dos apóstolos, que viviam em<br />

meio ao povo. Veja alguns erros da Igreja neste período:<br />

380 d.C. – Oração pelos mortos.<br />

535 d.C. – Instituição das procissões.<br />

538 d.C. – Celebração da missa de costa para o povo.<br />

757 d.C. – Adoração de imagens.<br />

884 d.C. – Canonização de santos.<br />

885 d.C. – Adoração da “Virgem Maria”.<br />

1022 d.C. – Legalização da penitência por dinheiro.<br />

1059 d.C. – Aceitação da transubstanciação dos elementos<br />

da Ceia (acreditar que o pão e o vinho se transformam<br />

verdadeiramente no corpo e sangue de Cristo, de forma tal,<br />

que embora pareça pão e vinho, o que você esta comendo<br />

e bebendo é o próprio e real corpo e sangue de Jesus).<br />

1215 d.C. – Adoção da confissão auricular (Os fiéis<br />

católicos aprendem que devem confessar seus pecados<br />

mortais pelo menos uma vez por ano a um sacerdote<br />

humano).<br />

1470 d.C. – Invenção do rosário.<br />

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Diante de tantas coisas erradas e corrompidas uma<br />

Reforma era urgente. Quando falamos em reforma logo<br />

pensamos em algo que será melhorado. Você não<br />

começaria uma reforma em sua casa para que ela ficasse<br />

em um estado pior. Foi isso o que aconteceu com a Igreja<br />

no período da Reforma Protestante – buscou-se consertar<br />

o que estava errado, voltar à Palavra de Deus sempre foi o<br />

objetivo. A Igreja precisava ser restaurada no reto caminho<br />

e abandonar os desvios que havia tomado. Veremos um<br />

pouco do que aconteceu naquele período e,<br />

principalmente, os importantes ensinos bíblicos resgatados<br />

pelos reformadores.<br />

1 – REFORMA NA IGREJA<br />

É preciso entender a Reforma Protestante, não como<br />

alguns sugerem, apenas um ato político, em que príncipes<br />

e nobres puderam rebelar-se contra o poder dominante da<br />

Igreja Católica.<br />

A Reforma envolveu, principalmente, a vida espiritual da<br />

época. Martinho Lutero era um monge católico que, a partir<br />

do estudo das Escrituras, descobriu a verdade de que “o<br />

justo deveria viver pela fé” (Romanos 1:17). Transformado<br />

por essa verdade da Palavra de Deus, Lutero desejava<br />

agora corrigir os erros que encontrava na Igreja Católica.<br />

No dia 31 de outubro de 1517, véspera do “Dia de todos os<br />

Santos”, ele afixou suas 95 teses à porta da Igreja do<br />

Castelo, na cidade alemã de Wittemberg, combatendo<br />

principalmente a venda de indulgência praticada pela<br />

Igreja.<br />

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As indulgências eram documentos que, quando<br />

comprados, concediam perdão pelos pecados, tanto para<br />

vivos, quanto para parentes já mortos. Na doutrina católica,<br />

Indulgência (do latim “indulgentia”, que provém de<br />

“indulgeo” – “para ser gentil”) é o perdão fora dos<br />

sacramentos, total ou parcial, e “da pena temporal devida,<br />

para a justiça de Deus, pelos pecados que foram<br />

perdoados, ou seja, do mal causado como consequência<br />

do pecado já perdoado, a remissão é concedida pela Igreja<br />

Católica no exercício do poder das chaves, por meio da<br />

aplicação dos superabundantes méritos de Cristo e dos<br />

santos, por algum motivo justo e razoável”.<br />

Martinho Lutero combateu Johann Tetzel, um alemão<br />

católico romano, frade dominicano e pregador, que tornouse<br />

o grande comissário da Igreja Católica Romana para<br />

pregar a indulgência “cristã” no século XVI, o que ele fez<br />

ao longo de sua vida. Em 1509, exerceu a função de<br />

inquisidor da Polônia e, em 1517, o Papa Leão X o fez<br />

comissário de indulgências para toda a Alemanha.<br />

A igreja Romana reagiu duramente a esse ato de Martinho<br />

Lutero, mas iniciava-se ali o movimento da Reforma<br />

Protestante. Lutero foi excomungado e perseguido pela<br />

Igreja Católica, mas contou com o apoio do povo alemão.<br />

A verdade da justificação pela fé estava apenas<br />

começando a percorrer a Europa. Sucederam a Lutero<br />

outros grandes reformadores, como João Calvino,<br />

Melanchton, Ulrico Zwínglio e John Knox.<br />

João Calvino pode ser considerado o grande<br />

sistematizador da Teologia da Reforma com a sua obra:<br />

“As institutas da Religião Cristã”, Deus conduziu homens<br />

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para que a Igreja voltasse à verdade da sua Palavra. Os<br />

discípulos de Cristo do período da Reforma deixaram<br />

marcas profundas na sociedade e na Igreja. Podemos<br />

entender melhor essas marcas estudando as “bandeiras”<br />

levantadas pelos reformadores – os Solas da Reforma.<br />

2 – OS SOLAS DA REFORMA<br />

A palavra latina Solas significa “somente”. Os reformadores<br />

definiram cinco lemas usando essas palavras e suas<br />

variações. Vejamos:<br />

(1) SOLA SCRIPTURA – SOMENTE AS ESCRITURAS<br />

Sola Scriptura, segundo a Reforma Protestante, é o<br />

princípio no qual a Bíblia tem primazia ante a Tradição<br />

legada pelo magistério da Igreja, quando, os princípios<br />

doutrinários entre esta e aquela forem conflitantes. Na<br />

Reforma, não se rejeita a Tradição, ela continua a ser<br />

usada como legitimadora para qualquer assunto omitido<br />

pela Bíblia. Quando houver divergências entre Bíblia e<br />

tradição, a Bíblia terá sempre primazia.<br />

A Bíblia era conhecida somente pelos estudiosos da Igreja<br />

Católica que a utilizavam como bem entendiam. A Igreja<br />

defendia práticas totalmente estranhas à Palavra de Deus<br />

ensinando “doutrinas que são preceitos de homens”<br />

(Marcos 7:7). O movimento da Reforma disse “não” a esse<br />

procedimento da Igreja Romana e afirmou Sola Scriptura,<br />

ou seja, somente cremos e praticamos o que a Bíblia<br />

ensina somente a Bíblia deve ser a nossa regra de fé e<br />

prática. Os reformadores se empenharam em traduzir a<br />

Bíblia para que todas as pessoas tivessem acesso a ela e<br />

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pudessem julgar os ensinos da Igreja por meio do próprio<br />

estudo da Palavra. Muitas vezes não damos o devido valor<br />

ao fato de hoje termos a facilidade da Palavra de Deus<br />

impressa em nossa própria língua e não a estudamos tanto<br />

quanto deveríamos. Lembre-se: devemos ser guiados<br />

somente pelas Escrituras. Nos movimentos de inspiração<br />

protestante considerado historicamente como, por<br />

exemplo, na Inglaterra os puritanos, e outros surgidos<br />

durante o século XIX, esse princípio foi resignificado como<br />

“nuda Scriptura – (Escritura por si somente)”, passando a<br />

ser entendido ao pé da letra, adotando-se a ideia de que a<br />

“Escritura interpreta a própria Escritura”, bem como a que<br />

a mesma era suficiente como única fonte de doutrina e<br />

prática cristãs em todos os aspectos. O modelo “Nuda<br />

Scriptura” veio a reproduzir-se na máxima “nenhum credo<br />

senão a Bíblia”. Certamente há uma diferença entre o<br />

debate acerca dos usos dos credos e confissões de fé, e o<br />

debate propriamente dito acerca da legitimidade ou<br />

propriedade de se elaborar e sustentar um credo. O debate<br />

sobre o uso de credos e confissões de fé – “Em que<br />

contextos ou em que situações?” – rege-se pela regra da<br />

“prudência cristã”, e o uso prático pode diferir de Igreja para<br />

Igreja, de ministro para ministro, ou de uma comunhão de<br />

Igrejas para outra. Já o modelo anticredalista e<br />

anticonfessionalista, por si mesmo, é, segundo<br />

entendimento, inteiramente equivocado. As confissões de<br />

fé e os credos são de extrema importância para a vida da<br />

Igreja e para uma saudável espiritualidade atrelada à<br />

piedade.<br />

(2) SOLUS CHRISTUS – SOMENTE CRISTO<br />

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Solus Christus, (às vezes usado na sua forma ablativa Solo<br />

Christo). Esta expressão latina refere-se ao termo:<br />

“salvação somente por Cristo”.<br />

Cremos que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática<br />

e, estudando-a, verificamos que Cristo é o tema central das<br />

Escrituras. Quando a Palavra de Deus é tomada como<br />

regra de vida, obrigatoriamente temos Cristo como centro<br />

de nosso viver. Jesus mesmo afirmou que as Escrituras<br />

testificam dEle (João 5:39). Ao caminhar com os discípulos<br />

de Emaús, após ter ressuscitado, Cristo falou sobre o fato<br />

de que toda a Escritura testificava dEle e que aquelas<br />

coisas deveriam acontecer (Lucas 24:25 – 27). A Teologia<br />

não pode estar centrada no homem, mas em Cristo. A<br />

Igreja Romana, jeitosamente, colocava o homem no<br />

centro. Eram as necessidades do homem que precisavam<br />

ser atendidas e não a vontade de Deus expressa em Sua<br />

Palavra. Devemos nos lembrar das palavras do apóstolo<br />

Paulo aos gálatas: “Porventura, procuro eu, agora, o favor<br />

dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens?<br />

Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo”<br />

(Gálatas 1:10). Somos servos de Cristo e não de homens.<br />

Portanto, somente Cristo.<br />

A Teologia Reformada afirma que a Escritura e sua<br />

doutrina sobre a graça e fé enfatizam que a salvação é<br />

Solus Christus, “somente por Cristo”, isto é, Cristo é o único<br />

Salvador (Atos 4:12). B. B. Warfield escreveu: “O poder<br />

salvador da fé reside, portanto, não em si mesma, mas<br />

repousa no Salvador Todo Poderoso”.<br />

A centralidade de Cristo é o fundamento da fé protestante.<br />

Martinho Lutero disse que Jesus Cristo é o “centro e a<br />

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circunferência da Bíblia” — isso significa que quem Ele é e<br />

o que Ele fez em sua morte e ressurreição são o conteúdo<br />

fundamental da Escritura. Ulrico Zwínglio disse: “Cristo é o<br />

Cabeça de todos os crentes, os quais são o seu corpo e,<br />

sem ele, o corpo está morto”.<br />

Sem Cristo, nada podemos fazer, nEle, podemos fazer<br />

todas as coisas (João 15:5; Filipenses 4:13). Somente<br />

Cristo pode trazer salvação. Paulo deixa claro em<br />

Romanos 1 – 2 que, embora haja uma automanifestação<br />

de Deus além da sua obra salvadora em Cristo, nenhuma<br />

porção de Teologia natural pode unir Deus e o homem. A<br />

união com Cristo é o único caminho da salvação.<br />

Nós precisamos urgentemente ouvir Solus Christus em<br />

nossos dias de Teologia pluralista. Muitas pessoas hoje<br />

questionam a crença de que a salvação é somente pela fé<br />

em Cristo. Como Carl E. Braaten (1929) diz, eles “estão<br />

voltando à velha e falida forma de abordagem cristológica<br />

do século XIX, do liberalismo protestante, e chamando-a<br />

de “nova”, quando, na verdade, é pouco mais que uma<br />

“Jesusologia” superficial”. O resultado final é que,<br />

atualmente, muitas pessoas, como Helmut Richard<br />

Niebuhr (1962) disse em sua famosa frase a respeito do<br />

liberalismo — proclamam e adoram “um Deus sem ira, o<br />

qual trouxe homens sem pecado para um reino sem<br />

julgamento por meio de ministrações de um Cristo sem a<br />

cruz”.<br />

“Arrependei-vos, e crede no evangelho de Jesus Cristo –<br />

Marcos 1:15.<br />

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Nossos antepassados reformados, aproveitando uma<br />

perspectiva que rastreia todo o caminho de volta aos<br />

escritos de Eusébio de Cesaréia, no século IV, acharam útil<br />

pensar a respeito de Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei.<br />

A Confissão Batista de Londres de 1689, por exemplo,<br />

coloca isso da seguinte forma: “Cristo, e somente Cristo,<br />

está apto a ser o mediador entre Deus e o homem. Ele é o<br />

Profeta, Sacerdote e Rei da Igreja de Deus” (8.9).<br />

Observemos mais detalhadamente esses três ofícios.<br />

Cristo, o Profeta.<br />

Cristo é o Profeta que precisamos para nos instruir nas<br />

coisas de Deus, a fim de curar a nossa cegueira e<br />

ignorância. O Catecismo de Heidelberg o chama de “nosso<br />

principal Profeta e Mestre, que nos revelou totalmente o<br />

conselho secreto e a vontade de Deus a respeito da nossa<br />

redenção” (A. 31). “O Senhor, teu Deus”, Moisés declarou<br />

em Deuteronômio 18:15, “te suscitará um profeta do meio<br />

de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a Ele ouvirás”. Ele<br />

é o Filho de Deus, e Deus exige que nós o escutemos<br />

(Mateus 17:5).<br />

Como o Profeta, Jesus é o único que pode revelar o que<br />

Deus tem planejado na história “desde a fundação do<br />

mundo”, e que pode ensinar e manifestar o real significado<br />

das “escrituras dos profetas” (o Antigo Testamento, cf.<br />

Romanos 16:25, 26). Podemos esperar progredir em nossa<br />

vida cristã apenas se dermos ouvidos à sua instrução e<br />

ensino.<br />

Cristo, o Sacerdote.<br />

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Cristo é também o Sacerdote — nosso extremamente<br />

necessário Sumo Sacerdote que, como diz o Catecismo de<br />

Heidelberg: “pelo sacrifício de Seu corpo, nos redimiu, e faz<br />

contínua intercessão junto ao Pai por nós” (A. 31). De<br />

maneira resumida, “por causa do nosso afastamento de<br />

Deus e da imperfeição de nossos melhores serviços,<br />

precisamos de seu ofício sacerdotal para nos reconciliar<br />

com Deus e nos tornar aceitáveis por Ele”.<br />

A salvação está somente em Jesus Cristo, porque há duas<br />

condições que, não importa o quanto nos esforcemos,<br />

nunca poderemos satisfazer. No entanto, elas devem ser<br />

cumpridas se estamos para ser salvos. A primeira é<br />

satisfazer a justiça de Deus pela obediência à lei. A<br />

segunda é pagar o preço de nossos pecados. Nós não<br />

podemos cumprir nenhuma dessas condições, mas Cristo<br />

as cumpriu perfeitamente. Romanos 5:19 diz: “por meio da<br />

obediência de um só, muitos se tornarão justos”. Romanos<br />

5:10 diz: “nós, quando inimigos, fomos reconciliados com<br />

Deus mediante a morte do seu Filho”. Não há outra<br />

maneira de entrar na presença de Deus a não ser por meio<br />

de Cristo somente.<br />

O sacrifício de Jesus ocorreu apenas uma vez, mas Ele<br />

ainda continua sendo o nosso grande Sumo Sacerdote,<br />

aquele através do qual toda a oração e louvor são feitos<br />

aceitáveis a Deus. Nos lugares celestiais, Ele continua<br />

sendo nosso constante Intercessor e Advogado (Romanos<br />

8:34; 1 João 2:1). Não é de se admirar, então, que Paulo<br />

diz que a glória deve ser dada a Deus “por meio de Jesus<br />

Cristo pelos séculos dos séculos” (Romanos 16:27). O<br />

gozo de achegarmo-nos a Deus pode crescer apenas por<br />

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uma confiança profunda nEle como nosso sacrifício e<br />

intercessor.<br />

Cristo, o Rei.<br />

Finalmente, Cristo é o Rei, que reina sobre todas as coisas.<br />

Ele reina sobre sua Igreja por meio de Seu Espírito Santo<br />

(Atos 2:30 – 33). Ele soberanamente dá o arrependimento<br />

ao impenitente e concede perdão ao culpado (Atos 5:31).<br />

Cristo é “[...] o nosso Rei eterno que nos governa por Sua<br />

Palavra e Espírito, e que defende e preserva-nos no gozo<br />

da salvação que Ele adquiriu para nós” (O Catecismo de<br />

Heidelberg, P&R. 31 – cf. Salmos 2:6; Zacarias 9:9; Mateus<br />

21:5; Lucas 1:33; Mateus 28:18; João 10:28; Apocalipse<br />

12:10, 11). Como o Herdeiro real da nova criação, Ele nos<br />

levará a um reino de eterna luz e amor. Neste sentido,<br />

podemos concordar com João Calvino quando ele diz:<br />

“Nós podemos passar pacientemente por esta vida com<br />

sua miséria, frieza, desprezo, injúrias e outros problemas<br />

— satisfeitos com uma coisa: que o nosso Rei nunca nos<br />

deixará desamparados, mas suprirá as nossas<br />

necessidades, até que, ao terminar nossa luta, sejamos<br />

chamados para o triunfo”. Podemos crescer na vida cristã<br />

apenas se vivermos obedientemente sob o domínio de<br />

Cristo e pelo Seu poder.<br />

Se você é um filho de Deus, Cristo em seu tríplice ofício<br />

como Profeta, Sacerdote e Rei significará tudo para você.<br />

Você ama Solus Christus? Você o ama em Sua pessoa,<br />

ofícios, naturezas e benefícios? Ele é o Seu Profeta para<br />

ensinar-lhe, o Seu Sacerdote para sacrificar e interceder<br />

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por você e lhe abençoar, e o Seu Rei para governá-lo e<br />

guiá-lo?<br />

Depois de uma execução empolgante da Nona Sinfonia de<br />

Beethoven, o famoso maestro italiano Arturo Toscanini<br />

disse à orquestra: “Eu não sou nada. Você não é nada.<br />

Beethoven é tudo”. Se Toscanini pode dizer isso sobre um<br />

compositor brilhante, mas que está morto, quanto mais os<br />

cristãos, devem dizer o mesmo sobre o Salvador que vive,<br />

o qual, no que diz respeito à nossa salvação, é o<br />

compositor, músico e até mesmo a própria bela música.<br />

(3) SOLA GRATIA – SOMENTE A GRAÇA<br />

Sola Gratia é um do Cinco Solas propostos pelos<br />

reformadores para resumir as crenças fundamentais do<br />

cristianismo. Esta expressão latina significa: “Graça<br />

somente”, a ênfase se dava em razão da doutrina católica<br />

vigente de que as boas obras ajudariam na salvação do<br />

homem, e que tal ensino é diametralmente oposto do<br />

ensinamento Bíblico. Pois a Escritura afirma: “Não vem das<br />

obras para que ninguém se glorie” – Efésios 2:9, e o<br />

versículo anterior responde a “ordem” e motivo da salvação<br />

que tem fonte em seu doador – Deus “Porque pela graça<br />

sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom<br />

de Deus”. As boas obras em Si testificam de uma Fé<br />

genuína dada por Deus, sem contribuir em nada para<br />

salvação do homem.<br />

“As obras não contribuem em nada para a salvação do<br />

homem, mas o poder de Deus faz com que homens façam<br />

aquilo que jamais seriam capazes de fazer por uma graça<br />

dada de forma incondicional, e para gozarem pela fé<br />

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daquilo que jamais seriam capazes de realizar, pela<br />

pessoa e obra de Jesus o Cristo – foi realizado o<br />

cumprimento da justiça de Deus para salvação e resgate<br />

daqueles que não eram resgatáveis”. Por isso a salvação<br />

é pela graça de Deus e não por obras.<br />

“A Lei dizia: Faça e viva! – a graça diz: Viva e faça!”.<br />

A Igreja Romana ensinava que a graça de Deus era<br />

concedida ao crente à medida que ele cooperava com ela.<br />

Os reformadores se levantaram contra isso afirmando a<br />

verdade bíblica de que a graça é imerecida.<br />

Em momento algum, mesmo que realizando um ato de<br />

extrema bondade aos olhos dos homens, somos indignos<br />

de qualquer merecimento da parte de Deus – não<br />

merecemos absolutamente nada da parte de Deus, apenas<br />

a condenação pelos os nossos pecados. Afirmar que o<br />

homem coopera com a graça de Deus é buscar uma<br />

pregação centrada no homem e não em Deus, “porque<br />

Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,<br />

segundo a Sua boa vontade” (Filipenses 2:13).<br />

Lembramos, ainda, das palavras de Paulo aos Romanos:<br />

“Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem<br />

corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Romanos<br />

9:16).<br />

Mesmo no meio evangélico, por vezes, há o equívoco de<br />

se pregar uma graça divina submissa à vontade do homem.<br />

Dizem os pregadores que, pedindo com insistência,<br />

fazendo jejuns, “correntes”, e coisas parecidas, Deus vai<br />

responder ao que se está pedindo. Dificilmente se fala<br />

sobre a condição miserável do homem em sua natureza<br />

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pecaminosa e sua necessidade total da maravilhosa graça<br />

de Deus. Precisamos urgentemente reafirmar: Somente a<br />

graça.<br />

(4) SOLA FI<strong>DE</strong> – SOMENTE PELA FÉ<br />

Sola Fide é o ensinamento de que a justificação<br />

(interpretada na Teologia protestante como “sendo<br />

declarada apenas por Deus”) é recebida somente pela fé,<br />

sem qualquer interferência ou necessidade de boas obras,<br />

embora na Teologia protestante clássica, a fé salvadora é<br />

sempre evidenciada, mas não determinada, pelas boas<br />

obras. Alguns protestantes veem esta doutrina como sendo<br />

o resumo da fórmula “fé produz justificação e boas obras”<br />

e em contraste com a fórmula católica romana “fé e boas<br />

obras rendem justificação”. O argumento católico é<br />

baseado de forma equivocada na Epístola de Tiago (Tiago<br />

2:14 – 17).<br />

É importante a comparação do que católicos e protestantes<br />

entendem como “justificação”: ambos concordam que o<br />

termo invoca a comunicação dos méritos de Cristo para<br />

com os pecadores, e não uma declaração de ausência de<br />

pecado. Lutero usou a expressão “simul justus et peccator”<br />

(“ao mesmo tempo, justo e pecador”). O Catolicismo<br />

Romano vê a justificação como uma comunicação de vida<br />

de Deus ao ser humano, limpando-o do pecado e<br />

transformando-o realmente em filho de Deus, de modo que<br />

não é apenas uma declaração, mas a alma é tornada de<br />

fato objetivamente justa.<br />

A visão protestante da justificação é que ela é a obra de<br />

Deus através dos meios da graça. A fé é a justiça de Deus,<br />

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que é realizada em nós através da palavra e dos<br />

sacramentos. Lei e evangelho trabalham para matar o ego<br />

pecaminoso e para realizar a nova criação dentro de nós<br />

(Regeneração – novo nascimento). Esta nova criação<br />

dentro de nós é a fé de Cristo. Se não temos essa fé, então<br />

somos ímpios. Indulgências, ou orações não acrescentam<br />

nada e nada são. Todos possuem algum tipo de fé<br />

(geralmente a fé em si mesmos). Mas precisamos de Deus<br />

para destruir continuamente fé hipócrita e substituí-la com<br />

a vida de Cristo. Precisamos da fé que vem de Deus<br />

através da lei e do evangelho, palavra, obras e<br />

sacramentos. No documento fundador da Reforma, as 95<br />

teses, Lutero diz que:<br />

1 – Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo:<br />

“Arrependei-vos [...]” – Mateus 4:17, certamente quer que<br />

toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo<br />

arrependimento.<br />

95 – E assim esperem mais entrar no Reino dos céus<br />

através de muitas tribulações do que facilitados diante de<br />

consolações infundadas. (Atos 14:22).<br />

A verdadeira distinção, portanto, entre as visões<br />

protestante e católica não é uma questão de “ser declarado<br />

justo” versus “ser feito justo”, mas sim o meio pelo qual um<br />

é justificado.<br />

Na Teologia católica obras de justiça são consideradas<br />

meritórias para a salvação além da fé, enquanto que na<br />

Teologia protestante, obras de justiça são vistos como o<br />

resultado e evidência de uma verdadeira justificação e<br />

regeneração que o crente recebeu somente pela fé. Os<br />

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meios eficazes reais pelos quais uma pessoa recebe a<br />

justificação são também uma divisão fundamental entre a<br />

crença católica e protestante. Na Teologia católica, o meio<br />

pelo qual a justificação é aplicada para a alma é o<br />

sacramento do batismo.<br />

No batismo, mesmo das crianças, a graça da justificação e<br />

santificação são “infundidas” na alma, tornando o<br />

destinatário justificado, mesmo antes que ele exerça sua<br />

própria fé (ou mesmo no caso de uma criança que é<br />

batizada, antes mesmo que ele tenha a capacidade de<br />

compreender conscientemente o Evangelho e responder<br />

com fé). Na Teologia católica, a fé não é um pré-requisito<br />

para a justificação. Para os católicos, a função do batismo<br />

é “ex operere operato” ou “por obra do ato”, e, portanto, é<br />

o ato eficaz e suficiente para trazer justificação. Na<br />

Teologia protestante, no entanto, é absolutamente<br />

necessária a fé do indivíduo e é por si mesma a resposta<br />

eficiente e suficiente do indivíduo para os efeitos da<br />

justificação.<br />

A doutrina Sola Fide é às vezes chamada de princípio<br />

formal e material da Teologia da Reforma, porque era a<br />

questão doutrinal central para Martinho Lutero e os outros<br />

reformadores. Lutero chamou de “doutrina pela qual a<br />

Igreja permanece ou cai – latim: “articulus stantis et<br />

cadentis ecclesiae”.<br />

A Igreja Romana não negou a necessidade da fé para a<br />

salvação. Porém, eles referiam-se a uma fé que, na<br />

verdade, era um mero consentimento ao ensino da Igreja.<br />

Não é essa a fé da qual fala bíblia. Os reformadores<br />

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demonstraram que a fé que traz a salvação é a confiança<br />

na promessa de Deus e Cristo de salvar pecadores.<br />

Somos tornados justos pelo sacrifício perfeito de Cristo,<br />

pois somente Ele é perfeitamente justo. A justiça de Cristo<br />

é imputada a nós pela fé. Não se trata de uma fé, que<br />

também seria “cooperativa”, mas da fé que nos é<br />

concedida por Deus: “Porque pela graça sois salvos,<br />

mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”<br />

(Efésios 2:8). Como antes já citado.<br />

Devemos ter fé, mas é preciso esforço, empenho, pois<br />

podemos “cair da graça” de forma definitiva a sermos<br />

condenados, é o que dizem muitas pregações que não são<br />

sustentadas pela Escritura, de fato podemos “cair da<br />

graça” temporariamente, mas seremos salvos como eleitos<br />

de Deus pela fé em Cristo Jesus. A palavra de Deus nos<br />

ensina: Somente pela fé (em Cristo) seremos salvos,<br />

“Quem crer [...] será salvo” – Marcos 16:16.<br />

(5) SOLI <strong>DE</strong>O GLORIA – SOMENTE GLÓRIA A <strong>DE</strong>US<br />

“Pregar a Escritura é pregar a Cristo, pregar Cristo é pregar<br />

a cruz, pregar a cruz é pregar a graça, pregar a graça é<br />

pregar a justificação, pregar a justificação é atribuir o todo<br />

da salvação à glória de Deus e responder a essa Boa Nova<br />

em grata obediência por meio de nossa vocação no<br />

mundo”. (Michael Horton, “Os Solas da Reforma” in<br />

Reforma Hoje, Editora Cultura Cristã, 1999, pág. 124).<br />

Essa frase de Michael Horton resume bem o que<br />

representam os Solas da Reforma. Tudo resulta na glória<br />

de Deus. Toda a glória é devida ao Seu nome. Deus<br />

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evelou-se através das Escrituras, enviou Seu Filho para<br />

morrer no lugar de Seus escolhidos, concedendo, somente<br />

por Sua graça, a salvação pela fé. Os alcançados pela<br />

graça divina rendem louvores em espírito e em verdade ao<br />

Deus Todo-Poderoso.<br />

Devemos nos perguntar se reconhecemos de fato que<br />

somente Deus é digno de adoração. É isso que<br />

transparece em nossos cultos? Neles, exalta-se o nome de<br />

Deus, ou o “grande” pregador, o pastor que cura, e o<br />

conjunto musical? Os pregadores, em seus púlpitos, estão<br />

preocupados em render glória a Deus por meio de sua<br />

pregação ou somente em fornecer mensagens<br />

“confortadoras” ou intelectuais para o rebanho, servindo<br />

como um momento de “relaxamento”, vaidades e<br />

“descontração”? Devemos ter em mente que toda Glória<br />

deve ser dada Somente a Deus. Sola Gratia é o<br />

ensinamento de que salvação vem por graça divina ou<br />

“favor imerecido” apenas, e não como algo merecido pelo<br />

pecador. Isto significa que a salvação é um dom imerecido<br />

de Deus por causa de Jesus o Cristo.<br />

CONCLUSÃO<br />

A Reforma Protestante foi marcada por homens que<br />

decidiram seguir a Jesus, que fizeram de suas vidas um<br />

testemunho do que Deus pode fazer na vida de qualquer<br />

um de nós. Devemos estar dispostos a, assim como<br />

aqueles homens, defender as doutrinas principais da bíblia<br />

e proclamá-la em alto e bom som em amor e justiça.<br />

Que Deus nos conceda ousadia e coragem para<br />

anunciarmos a verdade de sua palavra àqueles que estão<br />

em caminhos tortuosos.<br />

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AMILENISMO<br />

“E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre<br />

ele, para que não mais engane as nações, até que os mil<br />

anos se acabem. E depois importa que seja solto por um<br />

pouco de tempo” – Apocalipse 20:3.<br />

Há dois tipos de amilenismo: (1) O Amilenismo Clássico<br />

que considera o Reino de Deus como sendo o domínio de<br />

Deus sobre os santos que estão nos céus, fazendo do<br />

Reino de Deus um reino celestial – o Reino dos Céus (B. B<br />

Warfield). (2) O Amilenismo Agostiniano, que também é o<br />

ponto de vista defendido pela Igreja Católica Romana,<br />

considera o cumprimento de todas as promessas do Antigo<br />

Testamento com respeito ao Reino, como sendo o reinado<br />

de Cristo do trono do Pai sobre a Igreja, que está na terra<br />

(Santo Agostinho).<br />

Esses dois pontos de vista são considerados ortodoxos,<br />

pois ainda defendem uma interpretação literal das<br />

doutrinas da ressurreição, do juízo, do castigo eterno, e<br />

outros temas relativos. O Amilenismo Modernista, no<br />

entanto, nega as doutrinas da ressurreição, do juízo, da<br />

segunda vinda, do castigo eterno, e outros assuntos<br />

relativos. O amilenismo romano produziu o sistema de<br />

purgatório, o limbo, e outras doutrinas não bíblicas. A<br />

ênfase será apenas no amilenismo ortodoxo.<br />

<strong>DE</strong>SCRIÇÃO E ORIGEM<br />

O Amilenismo Agostiniano ensina que não haverá um<br />

milênio de paz e justiça na terra antes do fim do mundo. Os<br />

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amilenistas crêem que haverá um crescimento contínuo de<br />

bem e mal no mundo que culminará na Segunda Vinda de<br />

Cristo quando os mortos serão ressuscitados e se<br />

processará o último julgamento. Os amilenistas crêem que<br />

o Reino de Deus está presente agora no mundo, enquanto<br />

o Cristo vitorioso governa Seu povo através de sua Palavra<br />

e Espírito. Este conceito de amilenismo recebe o nome<br />

agostiniano porque foi defendido por Agostinho de Hipona<br />

(354 – 430 d.C.). Inicialmente Agostinho era pré-milenista,<br />

mas abandonou esta posição “em vista do extremismo e<br />

carnalidade imoderada daqueles que sustentaram o prémilenismo<br />

em sua época”.<br />

Agostinho foi também influenciado por Ticônio “Ticonius”<br />

(370 – 390) e pelo método de interpretação alegórica de<br />

Orígenes (185 – 253). Durante os primeiros três séculos a<br />

interpretação pré-milenista dominou sobre a Igreja<br />

Primitiva, mas a partir do século IV o amilenismo ganhou<br />

força, principalmente porque a Igreja Cristã recebeu uma<br />

posição favorável do Imperador Constantino, que deu fim à<br />

perse-guição da Igreja. A “conversão” de Constantino e o<br />

reco-nhecimento político do cristianismo foram<br />

interpretados como o princípio do reino milenial sobre a<br />

terra. No Concí-lio de Éfeso, em 431, o pré-milenismo foi<br />

condenado como superstição. Embora o amilenismo tenha<br />

dominado na his-tória da Igreja por treze séculos (do século<br />

IV a XVII), especialmente porque tinha o respaldo dos<br />

Reformadores, o pré-milenismo continuou a existir e a ser<br />

defendido por certos grupos de crentes.<br />

Durante o século XIX o pré-milenismo atraiu novamente a<br />

atenção. Este interesse foi nutrido pelo violento transtorno<br />

das instituições políticas e sociais europeias na época da<br />

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Revolução Francesa. O Amilenismo Agostiniano angariou<br />

expressão no seio da Igreja, dominando por treze séculos.<br />

Ainda hoje o Amilenismo Agostiniano encontra adeptos em<br />

todas as denominações religiosas.<br />

O Dr. Pentecost (1915 – 2004) alista sete razões porque o<br />

Amilenismo Agostiniano é tão popularmente aceito: (1) É<br />

um sistema inclusivo, que pode abraçar todas as esferas<br />

de pensamento teológico: protestante modernista, protestante<br />

ortodoxo e católico romano. (2) Com exceção do prémilenismo,<br />

é a teoria relativa ao milênio mais antiga; e,<br />

portanto, tem a proteção ou a cobertura da antiguidade<br />

sobre ela. (3) Tem o selo da ortodoxia, porquanto foi o sistema<br />

adotado pelos reformadores e chegou a ser o fundamento<br />

de muitas declarações de fé. (4) Se conforma com<br />

o eclesiasticismo moderno, que tem acampado na igreja<br />

visível que é, para o amilenismo, o centro de todo o<br />

programa de Deus. (5) Apresenta um simples sistema escatológico,<br />

com uma somente ressurreição, um juízo, e<br />

muito pouco programa profético futuro. (6) Se conforma<br />

facilmen-te com as pressuposições da chamada “teologia<br />

do pacto”. (7) Atrai a muitos por ser uma interpretação<br />

“espiritual” da Escritura, em vez de ser uma interpretação<br />

literal, a qual seria um “conceito carnal” do milênio.<br />

APOIO DO NOVO TESTAMENTO<br />

Notamos nesta definição que o termo amilenismo é infeliz,<br />

pois sugere que os amilenistas não crêem em qualquer tipo<br />

de milênio. É verdade que os amilenistas agostinianos<br />

rejeitam a idéia de um reino terreno literal de mil anos que<br />

se seguirá ao retorno de Cristo, mas também é verdade<br />

que eles crêem que o milênio de Apocalipse 20 não é ex-<br />

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clusivamente futuro, mas está em processo de realização<br />

hoje, não literalmente, mas de forma espiritual. Cristo reina<br />

hoje na terra, através da Igreja, pois os amilenistas crêem<br />

que o reino de Deus está no seio da Igreja.<br />

“Certa vez, tendo sido interrogado pelos fariseus sobre<br />

quando viria o Reino de Deus, Jesus respondeu: O Reino<br />

de Deus não vem de modo visível, nem se dirá: Aqui está<br />

ele, ou Lá está; porque o Reino de Deus está entre vocês”<br />

– Lucas 17:20, 21.<br />

Os amilenistas crêem que os crentes já reinam com Cristo<br />

no presente, pois Ele “nos constituiu reino, sacerdotes para<br />

o seu Deus e Pai” (Apocalipse 1:6). A Igreja de Cristo é<br />

“sacerdócio real” (1 Pedro 2:9), e nessa qualidade reina,<br />

expandindo o Reino de Deus no mundo, através da<br />

proclamação “das virtudes daquele que vos chamou das<br />

trevas para a sua maravilhosa luz”. Para os Amilenistas<br />

Agostinianos o Reino de Deus prometido ao povo de Israel,<br />

foi transferido para a Igreja (Mateus 25:42, 43), porque<br />

Israel rejeitou o seu Messias. Por causa disso a Igreja<br />

agora é o novo “Israel de Deus” (Gálatas 6:16).<br />

Os amilenistas crêem na expansão do evangelho, porque<br />

acreditam que Apocalipse 20:3 já se cumpriu. Para eles<br />

Satanás está preso agora. Figueredo citando Agostinho diz<br />

que em sua exegese concluiu que Cristo o prendeu na sua<br />

1ª vinda, Ele “manietou o valente” (Mateus 12:26 – 29),<br />

desfez as obras dele (1 João 3:8), aniquilou-o na cruz (Hebreus<br />

2:14) e triunfou dele na cruz (Colossenses 2:15).<br />

Expulsou e julgou o príncipe deste mundo (João 12:31;<br />

16:11). Em Lucas 10:17,18 ele é “lançado à terra” quando<br />

os discípulos pregavam.<br />

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Para explicar a ação de Satanás na presente era Figueredo<br />

explica que a palavra “preso” (ἔκλεισεν – ekleisen) usado<br />

em Apocalipse 20:3 não significa inativo, mas apenas<br />

limitado. “Sua prisão, cremos, é relacionada com o<br />

impedimento de sua ação contra a Igreja (Mateus 18:16 –<br />

18), ele não pode impedir o avanço da Igreja e do<br />

Evangelho”.<br />

Figueredo prossegue dizendo que esta limitação de<br />

Satanás terá fim, quando ele for solto novamente, fato que<br />

será concomitante com a grande tribulação (Mateus<br />

24:29,30) e com a apostasia (2 Tessalonicenses 2:8).<br />

Depois o Senhor descerá do céu e destruirá o Anticristo.<br />

“Então se seguirão o novo céu e a nova terra, onde os<br />

salvos reinarão, não apenas por mil anos, mas para<br />

sempre”. (cf. NOTA).<br />

“O Dr. Russel Shedd informa que Agostinho interpretou a<br />

prisão de Satanás à maneira da Escatologia Realizada de<br />

Dodd. Shedd diz que para Agostinho, Marcos 3:27 continha<br />

a chave da compreensão certa do milênio, explicou este<br />

verso assim: ninguém poderá entrar na casa do poderoso<br />

e tomar os seus bens sem primeiramente amarrá-lo. O<br />

homem forte era Satanás.<br />

Seus bens são os cristãos (antes da conversão) que<br />

estavam sob o seu domínio. Cristo o dominou, amarrandoo<br />

e segurando-o durante todo o período entre a primeira e<br />

a segunda vinda. No fim desta época Satanás será posto<br />

em liberdade para testar a Igreja. Em seguida será<br />

absolutamente dominado, iniciando a era eterna” – NOTA.<br />

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O Amilenismo Agostiniano, portanto, prevê o completo<br />

domínio do bem sobre o mal, através da pregação do<br />

evangelho. À medida que o Reino de Deus está sendo<br />

expandido na terra, através da Igreja, a situação do mundo<br />

vai melhorando.<br />

AS DUAS RESSURREIÇÕES<br />

A interpretação que se dá as duas ressurreições<br />

mencionadas em Apocalipse 20:4 – 6 direcionam para uma<br />

das posições escatológicas existentes. Aqueles que<br />

interpretam as duas ressurreições como sendo ambas<br />

corporais, ocorridas interpoladamente entre um período de<br />

mil anos, inclinam-se para o pré-milenismo. Os que<br />

defendem ser a primeira ressurreição, uma ressurreição<br />

espiritual, e a segunda uma ressurreição corporal, adotam<br />

o amilenismo ou o pós-milenismo.<br />

Os amilenistas, tanto quanto os pós-milenistas, alegam<br />

que as pessoas mencionadas em Apocalipse 20:4 que<br />

“viveram e reinaram com Cristo durante mil anos”<br />

passaram por uma ressurreição espiritual, ocorrida no novo<br />

nascimento, e agora reinam espiritualmente com Cristo.<br />

Para fundamentar esta interpretação apelam para a<br />

exegese do texto. Afirmam que o verbo grego “ἔζησαν”<br />

(ezēsan que significa viver, ter vida verdadeira, ser ativo,<br />

abençoado, eterno no reino de Deus) aplica-se tanto a uma<br />

ressurreição espiritual, da alma, como a uma ressurreição<br />

literal, do corpo. Aqui em Apocalipse 20 o “viveram” do<br />

versículo 4 faz referência à uma ressurreição espiritual,<br />

enquanto que o “reviveram” (ἔζησαν) do versículo 5 se<br />

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efere a uma única ressurreição corporal, tanto dos salvos<br />

quanto dos perdidos.<br />

Para dar amparo à interpretação espiritual, citam outras<br />

passagens do Novo Testamento onde o mesmo verbo<br />

grego é utilizado com esse sentido. Em João 5:21 é usado<br />

o verbo grego “ζωοποιεῖ” (zōopoiei) significa fazer viver, dar<br />

vida) com sentido espiritual. Este mesmo verbo é usado em<br />

1 Coríntios 15:22, 36, 45; 2 Coríntios 3:6; 1 Pedro 3:18;<br />

Romanos 4:17. Efésios 2:1 – 6 também dá apoio a uma<br />

ressurreição espiritual. Mas a passagem de maior<br />

expressão, mencionada pelos alegoristas, para comprovar<br />

a ocorrência de uma ressurreição espiritual e outra física<br />

no mesmo contexto, encontra-se em João 5:25 – 29 “Em<br />

verdade, em verdade vos digo, que vem a hora, e já<br />

chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus;<br />

e os que ouvirem viverão (“ζήσουσιν – zēsousin”) [...] Não<br />

vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os<br />

que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão – os<br />

que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida: E os<br />

que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo”.<br />

O Dr. Ladd diz que “aqui há primeiramente uma<br />

ressurreição espiritual, seguida por uma ressurreição física<br />

escatológica. Intérpretes amilenistas argumentam que<br />

Apocalipse 20 deveria ser interpretado de forma análoga a<br />

João 5.<br />

Para o grupo dos que vivem a hora já chegou. Isto deixa<br />

claro que a referência é aos que estão espiritualmente<br />

mortos e entram na vida ouvindo a voz do Filho de Deus.<br />

O outro grupo (todos), são os que se acham nos túmulos,<br />

são tanto aqueles que estão espiritualmente mortos, como<br />

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aqueles que vivem e já tiveram parte na primeira<br />

ressurreição. Ambos serão trazidos à vida,<br />

simultaneamente, uns para a ressurreição da vida e outros<br />

para a ressurreição do juízo. “Desse modo fica claro que o<br />

texto está falando de dois tipos de “viver”: uma ressurreição<br />

espiritual no presente e uma ressurreição física no futuro”.<br />

PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO<br />

Um dos principais argumentos dos amilenistas para a<br />

interpretação das profecias do Antigo Testamento acerca<br />

dos últimos tempos é que as profecias do Antigo<br />

Testamento acerca da primeira vinda de Jesus cumpriramse<br />

espiritualmente.<br />

A hermenêutica adotada pelos amilenistas, para as<br />

profecias, é o método alegórico de interpretação. Para os<br />

amilenistas o conteúdo histórico da Bíblia deve ser<br />

entendido literalmente; o material doutrinário também deve<br />

ser interpretado desta maneira; a informação moral e<br />

espiritual, do mesmo modo, segue este padrão, entretanto,<br />

o material profético deve ser interpretado alegoricamente.<br />

Os defensores do amilenismo argumentam que há<br />

diversas profecias, no Antigo Testamento, acerca da<br />

primeira vinda de Jesus, que se cumpriram<br />

espiritualmente. Como exemplo, podemos citar uma<br />

profecia de Oséias onde lemos: “Quando Israel era<br />

menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho” (Oséias<br />

11:1). Esta afirmação histórica que Deus chamou Israel do<br />

Egito no Êxodo foi aplicada espiritualmente, no Novo<br />

Testamento, a Jesus Cristo, em Mateus 2:15.<br />

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“[...] para que se cumprisse o que foi dito da parte do<br />

Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho”.<br />

Outro exemplo citado pelos exegetas amilenistas é a<br />

profecia de Isaías 53:5, 6. Em seu contexto, no Antigo<br />

Testamento, esta passagem não é uma profecia do<br />

Messias, mas sim um servo anônimo, pois o servo sofredor<br />

nunca é chamado de Messias. Muitas passagens<br />

identificam o servo sofredor com o próprio povo de Israel<br />

(Isaías 45:3; 49:3 – 5; 52:13). Entretanto os escritores do<br />

Novo Testamento aplicaram o texto de Isaías 53:5, 6 a<br />

Jesus Cristo (Ma-teus 8:17; Atos 8:30 – 35). Portanto à luz<br />

do Novo Testamento o servo sofredor é ao mesmo tempo<br />

Israel e o seu Messias. Nota-se o princípio da interpretação<br />

espiritual aplicável ao texto.<br />

Vemos este mesmo princípio aplicado à Igreja (Oséias 1:9,<br />

10; 2:23 em Romanos 9:25, 26; Jeremias 31:33, 34 em<br />

Hebreus 8:8 – 12) como também em relação a João Batista<br />

(Malaquias 3:1; 4:5 em Mateus 11:13, 14; 17:11, 12).<br />

Assim, dentro da perspectiva amilenista “o que une o<br />

Antigo e o Novo Testamento é a unidade do pacto da<br />

graça. Os amilenistas não crêem que a história deve ser<br />

dividida em uma série de dispensações distintas e<br />

discrepantes, mas veem um único pacto da graça que<br />

percorre toda a história. Este pacto da graça ainda está em<br />

efeito hoje, e culminará na convivência eterna de Deus e<br />

seu povo redimido na nova terra”.<br />

O Dr. J. Dwight Pentecost, em sua obra Eventos do Porvir<br />

explica as implicações da teologia do pacto “Considera<br />

todo o programa de Deus como um programa redentor de<br />

maneira que todas as eras são variações na revelação<br />

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progressiva do pacto da redenção. No que se refere à<br />

escatologia, considera que todos os santos de todas as<br />

eras são membros da Igreja. Isto perde de vista todas as<br />

distinções que há entre o programa que Deus tem para<br />

Israel e que tem para a Igreja, e requer a negação do<br />

ensino da Escritura de que a Igreja é um mistério, não<br />

revelado até a era presente”.<br />

Vejamos ainda mais dois exemplos de passagens<br />

proféticas do Antigo Testamento, que são interpretadas<br />

como sendo a descrição do reino milenial. O amilenista<br />

Anthony A. Hoekema dá a sua interpretação. A primeira<br />

está em Isaías 11:6 – 9 onde lemos que “o lobo habitará<br />

com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito”<br />

Hoekema argumenta que “no fim dos tempos haverá uma<br />

nova terra (por exemplo, Isaías 65:17; 66:22; Apocalipse<br />

21:1). Por que não podemos entender os detalhes que<br />

encontramos nestes versos como descrições da vida na<br />

nova terra? Por que temos de pensar nestas palavras como<br />

se tivessem aplicação apenas a um período de mil anos<br />

precedendo a nova terra?”.<br />

A outra passagem que Hoekema faz referência é Isaías<br />

65:17 – 25. Ele argumenta que o verso 18 chama o leitor a<br />

exultar “perpetuamente” não apenas por mil anos nos novos<br />

céus e nova terra que acabaram de ser descritos.<br />

Isaías não está falando aqui de uma novidade para durar<br />

apenas mil anos, mas uma novidade eterna.<br />

AMILENISMO CLÁSSICO – <strong>DE</strong>SCRIÇÃO<br />

Contrariando o amilenismo agostiniano, o amilenismo<br />

clássico não defende um futuro tão otimista para a<br />

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humanidade. Para eles a presente era vai piorando cada<br />

vez mais até a Segunda Vinda de Cristo, o qual virá para<br />

dar fim a apostasia. Isto acontece porque este tipo de<br />

amilenismo ensina que o milênio mencionado em<br />

Apocalipse 20 é distinto da era da Igreja, mesmo que<br />

preceda ao Segundo Advento. Esta posição parece ter<br />

surgido, como uma tendência alternativa, em substituição<br />

ao Amilenismo Agostiniano, para explicar a realidade de<br />

que o mundo não vai melhorar, mesmo diante da pregação<br />

do evangelho. Pelo contrário, perpetua-se a incredulidade,<br />

o pecado e a rejeição de Cristo.<br />

Desse modo os amilenistas clássicos asseveram que o<br />

milênio não é tanto um período de tempo, mas sim de um<br />

estado de bem-aventurança dos santos nos céus.<br />

Pentecost citando mais uma vez o pré-milenista John F.<br />

Walvoord (1910 – 2002), que por sua vez cita o amilenista<br />

B. B. Warfield (1851 – 1921) escreve, com a reconhecida<br />

ajuda de Theodor Kliefoth (1810 – 1895), define o milênio<br />

com estas palavras:<br />

“A visão, em poucas palavras, é uma visão da paz<br />

daqueles que estão mortos no Senhor, e Sua mensagem<br />

para nós está incorporada nas palavras de Apocalipse<br />

14:13: Bem-aventurados de agora em diante os que<br />

morrem no Senhor, passagem da qual a era presente é em<br />

verdade somente uma aplicação.<br />

O quadro que se nos apresenta aqui é, enfim, o quadro do<br />

estado intermediário dos santos de Deus reunidos no céu,<br />

longe do ruído confuso e das vestes banhadas em sangue<br />

que simbolizam a guerra sobre a terra, para que eles<br />

possam aguardar com segurança o fim”.<br />

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Para os amilenistas clássicos o Reino de Deus é o Reino<br />

dos Céus, e este foi inaugurado na 1ª vinda de Jesus “Se,<br />

porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente<br />

é chegado o reino de Deus sobre vós”. (Lucas<br />

11:20). Outro versículo usado para defender o amilenismo<br />

encontra-se naquela passagem quando Jesus enviou seus<br />

discípulos para pregarem o Reino de Deus aos seus<br />

compatriotas judeus, “anunciai-lhes: a vós outros está<br />

próximo o reino de Deus”. (Lucas 10:9). Desse modo, o<br />

reino prometido a Israel foi transferido para a Igreja<br />

(Mateus 21:43).<br />

Cristo reina nos céus agora. Enquanto Ele reina, o<br />

evangelho será pregado na terra, até que seja divulgado a<br />

todas as nações (Mateus 24:14). O evangelho, porém, será<br />

rejeitado, pois os homens “não suportarão a sã doutrina” (2<br />

Timóteos 4:3), a iniquidade se multiplicará e os crentes se<br />

esfriarão “E, por multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará<br />

de quase todos”. (Mateus 24:12).<br />

Nos últimos tempos “sobrevirão tempos difíceis” (2 Timóteo<br />

3:1), e por isso, surgirão doutrinas de demônios, para as<br />

quais “alguns apostatarão da fé” (1 Timóteo 4:1). Nesse<br />

estado caótico Jesus voltará “quando vier o Filho do<br />

Homem, achará porventura fé na terra?” – Lucas 18:8. Em<br />

sua segunda vinda julgará os povos, separará o trigo do<br />

joio, e criará os novos céus e a nova terra. É nesta nova<br />

terra que o reino dos céus será implantado.<br />

Interpretação de Apocalipse.<br />

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O sistema de interpretação do livro de Apocalipse é o<br />

mesmo adotado pelo pós-milenismo, conhecido como<br />

paralelismo progressivo, que foi defendido por William<br />

Hendriksen (1900 – 1982), em seu livro: “More Than<br />

Conquerors” (Mais do que vencedores: uma interpretação<br />

do livro do Apocalipse). Este método de interpretação<br />

divide o livro de apocalipse em seções, geralmente sete,<br />

“cada uma das quais recapitula os eventos do mesmo<br />

período ao invés de descrever os eventos de períodos<br />

sucessivos. Cada uma delas trata da mesma era – o<br />

período entre a primeira e a segunda vinda de Cristo –<br />

retomando temas anteriores, elaborando-os e<br />

desenvolvendo-os ainda mais. Apocalipse 20, portanto,<br />

não fala de eventos muitos removidos para o futuro, e o<br />

significado dos mil anos deve ser achado nalgum fato<br />

passado e/ou presente”.<br />

Anthony Andrew Hoekema (1913 – 1988) utilizando-se do<br />

paralelismo progressivo interpreta Apocalipse como segue:<br />

A primeira destas seções está nos capítulos 1 a 3. [...]<br />

Conforme lemos estas cartas (dirigidas às sete Igrejas)<br />

somos impressionados por duas coisas. Primeiramente, há<br />

referência a eventos, pessoas e lugares da época em que<br />

o livro de Apocalipse foi escrito. Em segundo lugar, os<br />

princípios, recomendações e avisos contidos nestas cartas<br />

valem para a Igreja de todos os tempos.<br />

A segunda destas seções é a visão dos sete selos que se<br />

encontra nos capítulos 4 a 7. [...] Nesta visão vemos a<br />

igreja sofrendo provas e perseguições sobre o pano de<br />

fundo da vitória de Cristo.<br />

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A terceira seção, nos capítulos 8 a 11, descreve as sete<br />

trombetas de julgamento. Nessa visão vemos a Igreja<br />

vingada, protegida e vitoriosa.<br />

A quarta seção, capítulos 12 a 14, começa com a visão da<br />

mulher dando à luz um filho enquanto o dragão espera para<br />

devorá-lo logo que ele nasça – uma referência óbvia ao<br />

nascimento de Cristo.<br />

A quinta seção encontra-se nos capítulos 15 e 16.<br />

Descrevem as sete taças da ira, representando desta<br />

forma de maneira bem vívida a visitação final da ira de<br />

Deus sobre os que permanecem impenitentes.<br />

A sexta seção, capítulos 17 a 19, descreve a queda da<br />

Babilônia e das bestas. Babilônia representa a cidade do<br />

mundo –, as forças do secularismo e impiedade que se<br />

opõem ao reino de Deus.<br />

A sétima seção, narra o fim do dragão, descreve o juízo, o<br />

triunfo final de Cristo e Sua Igreja e o universo restaurado,<br />

chamado aqui de os novos céus e nova terra. Observe que<br />

apesar destas seções serem paralelas entre si, revelam<br />

também um certo grau de progressão escatológica. A<br />

última seção, por exemplo, leva-nos mais além para o<br />

futuro que as outras.<br />

Apesar do juízo final já ter sido anunciado em (1:7), e<br />

brevemente descrito em (6:12 – 17), não é apresentado<br />

detalhadamente senão quando chegamos a (20:11 – 15).<br />

Apesar do gozo final dos redimidos já ter sido insinuado em<br />

(7:15 – 17), não encontramos uma descrição detalhada e<br />

elaborada da bênção da vida na nova terra senão quando<br />

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chegamos ao capítulo 21 (21:1; 22:5). Por esta razão, este<br />

método de interpretação é chamado paralelismo<br />

progressivo.<br />

CONCLUSÃO<br />

Acredito ser essa a posição escatológica menos<br />

complicada, esse texto fez a exposição resumida da<br />

posição amilenista, para a maioria dos cristãos que sequer<br />

tem uma posição escatológica bem definida acerca do<br />

futuro da Igreja, segue a explicação da escatologia,<br />

infelizmente não há exposição acerca desse assunto<br />

atualmente, espero ter ajudado a esclarecer a esse<br />

assunto de difícil compreensão por muitos cristãos. O<br />

presente estudo não tem a pretensão de esgotar o assunto,<br />

pois quando se trata de profecias não há ninguém neste<br />

mundo com autoridade vinda de Deus, para explicar, sem<br />

margens de erros, os acontecimentos futuros. A profecia<br />

está selada. É verdade que “O Senhor Deus não fará coisa<br />

alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus<br />

servos, os profetas” (Amós 3:7; cf. Gênesis 18:17).<br />

Também é verdade que as coisas reveladas “pertencem a<br />

nós e a nossos filhos para sempre...” (Deuteronômio<br />

29:29b). Porém “[...] as coisas enco-bertas pertencem ao<br />

Senhor nosso Deus [...]” (Deuteronômio 29:29a), e “Não<br />

nos compete conhecer os tempos ou épocas que o Pai<br />

reservou para a sua exclusiva autoridade” (Atos 1:7).<br />

Devemos nos lembrar das palavras de Jesus: “[...] a<br />

respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos<br />

dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai” (Mateus<br />

24:36).<br />

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Com estas coisas em mente, devemos percorrer o caminho<br />

das profecias com muito cuidado e humildade. Porém, não<br />

devemos nos desanimar, acreditando, como afirmam<br />

alguns, que é impossível conhecermos os tempos e<br />

épocas profetizadas. É claro que não ousaríamos<br />

descrever os detalhes das profecias, pois estes a Deus<br />

pertencem, mas a nós foi dado o privilégio e também o<br />

dever de estudá-las “[...] para que cumpramos todas as<br />

palavras desta lei” (Deuteronômio 29:29).<br />

Portanto ao nos dirigirmos às profecias, como crentes, é<br />

nosso dever decidir qual sistema hermenêutico que vamos<br />

adotar, se é amilenismo, pós-milenismo ou pré-milenismo.<br />

Entretanto não devemos fazê-lo com arrogância, achando<br />

que somos infalíveis. Deus só revela seus segredos<br />

àqueles que se humilham perante Ele (1 Pedro 5:5).<br />

Quando fizermos nossas escolhas não devemos desprezar<br />

nossos irmãos em Cristo que adotam sistemas diferentes.<br />

Portanto, cabe aqui o velho, mas bem apropriado axioma<br />

(provérbio) cristão:<br />

“Unidade no essencial, tolerância no secundário, e<br />

amor em tudo!”.<br />

Não devemos contender com nossos irmãos de opiniões<br />

diferentes, sobre questões que somente a Deus compete<br />

decidir. Podemos presumir, mas não somos infalíveis. “E<br />

esperemos pela volta de nosso Senhor Jesus Cristo para<br />

reinarmos com Ele eternamente” Amém.<br />

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O MILÊNIO<br />

“Vi descer do céu um anjo que trazia na mão a chave do<br />

abismo e uma grande corrente” – Apocalipse 20:1.<br />

Reflexão Exegética – Apocalipse 20:1 – 3.<br />

A visão começa com um conhecido “vi” (Καὶ εἶδον – Kai<br />

eidon) que indica uma nova visão em vez de uma<br />

sequência cronológica de eventos.<br />

“Então vi” (Kai eidon; lit., “e eu vi”) é usada trinta vezes no<br />

Apocalipse para introduzir uma nova narrativa visual, ou<br />

como aqui, para dar sentido a uma nova cena dentro de<br />

uma visão continuada, ou para ressaltar uma figura<br />

importante ou ação dentro de uma narrativa visual.<br />

Outra vez, João vê “um anjo descendo dos céus” (cf.10:1;<br />

18:11) com autoridade para o cumprir os propósitos de<br />

Deus. “A chave do abismo” foi usada anteriormente na<br />

narrativa para abrir o poço e liberar uma praga de<br />

gafanhotos (cf. 9:1 – 11). Em Apocalipse as chaves (1:18;<br />

3:7; 9:1; 20:1) são símbolos do julgamento de Deus e de<br />

seu poder sobre Satanás. Aqui é usada para encarcerar<br />

Satanás (v. 3). A “grande corrente” (ἅλυσιν – halysin; lit.<br />

“corrente” ou “algema”) necessária para um adversário tão<br />

formidável está “na” sua “mão” pronta para ser usada.<br />

O Anjo toma o “dragão” que foi introduzido anteriormente<br />

(12:3, 4, 7, 9, 13, 16, 17; 13:2 e 4) e aqui é identificado<br />

como “a antiga serpente”, o “diabo” e “Satanás” (cf. 12:9).<br />

O verbo (ἐκράτησεν – ekratēsen – “κρατεω – krateo”<br />

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significa literalmente agarrar alguém a fim de mantê-lo sob<br />

domínio) inclui a ideia de dominação e controle. Isso<br />

combina com prisão (δεω – deo), assim como a prisão de<br />

João Batista (Marcos 6:17). Prender Satanás ou demônios<br />

era uma metáfora comum nos escritos judeus (por<br />

exemplo, 1 Enoque 10:4; 11:12; Jubileu 5:6; 2 Enoque 7:2;<br />

2 Baruque 56:13) “Naquele tempo eles que agiu como este<br />

eram atormentados em cadeias” – 2 Baruque 56:13. (At<br />

that time they who acted like this were tormented in chains)<br />

muito embora apenas aqui o período de tempo de “mil<br />

anos” seja designado.<br />

Uma vez que o Diabo foi preso e acorrentado, ele jogado<br />

“no abismo” (ἄβυσσον – abysson – Abismo que significa a<br />

profundidade imensurável, de Orco, um golfo muito<br />

profundo ou uma fenda nas partes mais profundas da terra<br />

usado como o receptáculo comum dos mortos e<br />

especialmente como a habitação dos demônios) que é<br />

trancado com a “chave” (κλεῖν – Klein no N.T., denota poder<br />

e autoridade. (cf. Lucas 11:52; Mateus 16:19; Apocalipse<br />

1:18; 3:7; 9:1; Isaías 22:22) do anjo (20:1). Selar a serpente<br />

no e insondável abismo a impede de enganar ainda mais<br />

“as nações” (eti) conforme fez no Jardim do Éden (Gênesis<br />

3:1; cf. também Gênesis 3:15) e durante seu tempo na terra<br />

(cf. Apocalipse 12:9 e 12).<br />

Contudo, a influência de Satanás não acabou. No fim “dos<br />

mil anos” [...] Ele deve (dei) “ser solto”. O uso de “dei”<br />

sugere permissão Divina (cf. 1:1; 4:1; 10:11; 11:5; 13:10;<br />

17:10; 22:6). Essa liberdade descrita em Apocalipse 20:7 –<br />

10 dura apenas “um curto período de tempo” (μικρὸν<br />

χρόνον – mikron chronon) literalmente “um pouco de<br />

tempo”.<br />

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No início da narrativa, sua falta de tempo na terra encheu<br />

Satanás de fúria (Apocalipse 12:12). Alguns equiparam o<br />

tempo aos três anos e meio de opressão da quarta besta<br />

de Daniel 7:25; 8:14; 9:27).<br />

Agostinho especula que a razão pela qual Satanás deve<br />

ser solto é para que todos possam ver o poder dentro do<br />

adversário de Deus, mas isso não encontra indicação nas<br />

escrituras e conjecturar é infrutífero. A humildade também<br />

ocorre em prol da interpretação do milênio, uma vez que<br />

textos comprobatórios podem ser juntados para<br />

posicionamentos díspares e a argumentação a favor de um<br />

ponto de vista em detrimento de outro é sempre baseada<br />

nos posicionamentos hermenêuticos mais abrangentes e<br />

preconceitos teológicos. O assunto é complexo e tem<br />

ocupado intérpretes por toda história da interpretação<br />

bíblica, incluindo os da Igreja Primitiva.<br />

Aplicação por Anthony A. Hoekema.<br />

Concordo que Apocalipse 19:11 – 16 descreve a Segunda<br />

Vinda de Cristo. Mas não concordo que o que é descrito no<br />

capítulo 20 segue-se necessariamente de forma<br />

cronológica ao que é descrito no capítulo 19, da mesma<br />

forma que o que é descrito no capítulo 12 (o nascimento do<br />

filho varão) ao que é descrito nos últimos versos do capítulo<br />

11 (o julgamento dos mortos e a entrega de recompensas<br />

aos santos).<br />

Concentrando-me em Apocalipse 20:1 – 6, devo admitir<br />

que a interpretação de Ladd (George Eldon Ladd ) destes<br />

versos faz sentido e é coerente com a interpretação que<br />

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ele adotou ao relacionamento entre os capítulos 19 e 20.<br />

Não tenho dificuldades em reconhecer sua exegese desta<br />

passagem como uma opção válida para os evangélicos, e<br />

gosto da maneira cuidadosa e lúcida, própria de um<br />

estudioso, em que ele expõe seus pontos de vista.<br />

Mas discordamos, realmente, em nossa interpretação<br />

desta passagem. Confio, porém, que ele e os outros que<br />

partilham de seus pontos de vista estejam prontos a<br />

reconhecer que minha interpretação não vem de uma<br />

abordagem liberal da escritura nem de um arrogante<br />

abandono do texto, mas de um modo diferente de entender<br />

as palavras que estão diante de nós.<br />

Discordo quanto aos seguintes quatro assuntos:<br />

Primeiramente, Ladd não nos diz muita coisa do<br />

acorrentamento de Satanás descrito nos versos 1 a 3. Ele<br />

não diz exatamente o que pensa significar o<br />

acorrentamento nem mostra com precisão o que entende<br />

por “não mais engane as nações”. Ele não relaciona o<br />

acorrentamento de Satanás mencionado aqui com as<br />

passagens nos Evangelhos que falam de tal<br />

acorrentamento como tendo começado já no tempo da<br />

primeira vinda de Cristo. Tentei mostrar que é possível<br />

entender-se o acorrentamento de Satanás em Apocalipse<br />

20:1 – 3 como significando que Satanás não pode impedir<br />

a propagação do Evangelho durante a presente era, não<br />

pode reunir os inimigos de Cristo para atacar a igreja, e que<br />

esse acorrentamento acontece durante toda a era da igreja<br />

do Novo Testamento.<br />

Em segundo lugar, Ladd traduz a palavra grega “ezesan”,<br />

em ambas as suas ocorrências nesta passagem, por<br />

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“tornaram à vida”. Esta é, confirmada, uma tradução<br />

possível.<br />

Outra tradução igualmente possível, porém, é como faz a<br />

American Standard Version (Nota do tradutor: assim como<br />

as versões mais utilizadas em português): “viveram”.<br />

Em terceiro lugar, Ladd interpreta “ezesan” em ambos os<br />

casos como ressurreição física. Concordo com ele que a<br />

palavra precisa ter o mesmo significado as duas vezes que<br />

é utilizada, e que é uma exegese irresponsável dar um<br />

significado à primeira ocorrência da palavra e outro à<br />

segunda. Porém, entendo a palavra como é utilizada aqui<br />

com o significado não de regeneração, mas transição da<br />

morte física para a vida com Cristo no Céu durante o<br />

período entre a morte e a ressurreição. Os crentes<br />

falecidos tomam parte nessa vida, mas os incrédulos não.<br />

Ladd entende “ezesan” nos versos 4 e 5 como o significado<br />

de ressurreição física em ambos os casos. Para apoiar<br />

essa interpretação ele indica duas outras passagens no<br />

livro de Apocalipse onde “ezesan” tem este significado: 2:8<br />

e 13:14. Concordo com ele sobre 2:8, mas não 13:14. A<br />

segunda passagem fala da besta...<br />

“[...] que recebera a ferida da espada e vivia”.<br />

Ladd comenta que a ferida foi “ferida mortal”, ou ferida que<br />

levou à morte, e que “vivia” aqui, portanto, significa<br />

ressurreto dentre os mortos. Mas o verso 3, a que se refere,<br />

não diz que a besta morreu, mas que uma de suas cabeças<br />

foi [...], como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi<br />

curada”.<br />

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A palavra grega “hõs” usada aqui diz-nos que a besta não<br />

foi morta, mas apenas pareceu ter sido morta. Por esta<br />

razão creio que “vive”, no verso 14, não pode significar<br />

ressurreição física. Há, no entanto, outros usos do verbo<br />

“zao” (de onde vem “ezesan”) no livro de Apocalipse que<br />

não tem o significado de ressurreição física. Em 7:2 e 15:7,<br />

por exemplo, a palavra é usada para descrever o fato que<br />

Deus vive para sempre; em 3:1 é usada para descrever o<br />

que poderíamos chamar de uma vida espiritual:<br />

“[...] tens nome de que vives, e estás morto”.<br />

A referência a outros usos do verbo “zao”, portanto, não<br />

pode ter força decisiva neste assunto. Eu prefiro fazer<br />

alusão ao paralelo de Apocalipse 20:4,5 e que<br />

encontramos no capítulo 6:9 – 11. Aqui, João viu [...] – as<br />

almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus<br />

e por amor do testemunho que deram” (veja a semelhança<br />

na linguagem, com 20:4: “as almas daqueles que foram<br />

degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de<br />

Deus”).<br />

Essas almas de mártires falecidos estão aparentemente<br />

conscientes e podem se comunicar; são-lhes dadas<br />

vestiduras brancas e lhes dizem que repousem. As<br />

vestiduras brancas e o descanso sugerem que eles estão<br />

gozando um tipo de bênção provisória, que aponta para o<br />

“eschaton” final. Esta é exatamente a situação das almas<br />

descritas do capítulo 20, que se diz que reinam com Cristo<br />

enquanto esperam a ressurreição do corpo, que ainda não<br />

ocorreu (cf. 20:11 – 13). Apesar da palavra “viveram”<br />

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(ezesan) não ser usada em 6:9 – 11, a situação descrita<br />

nestes versos é paralela à situação descrita em 20:4.<br />

Minha interpretação do significado de “ezesan”, portanto,<br />

não está em desarmonia com o restante do livro de<br />

Apocalipse. Também não está em desarmonia com o<br />

restante do capítulo 20, que prediz a ressurreição do corpo<br />

e o julgamento final no fim do capitulo, após a descrição do<br />

reinado de mil anos. Apesar dos pré-milenistas<br />

costumarem entender a ressurreição descrita nos versos<br />

11 – 15 como ressurreição dos incrédulos mortos apenas,<br />

não há indicação nestes versos que a ressurreição<br />

mostrada aqui limita-se a eles. Na verdade, o verso 15 diz:<br />

“E aquele que não foi achado escrito no livro da vida<br />

foi lançado no lago de fogo”.<br />

Mas há alguma indicação de que nenhum dos que diz-se<br />

aqui foram ressuscitados dos mortos foi achado inscrito no<br />

livro da vida?<br />

Em quarto lugar, concordo que o governo de Cristo agora<br />

é praticamente invisível (embora não inteiramente) e que<br />

esperamos a expressão visível total desse governo após o<br />

retorno de Cristo. Mas porque limitar essa expressão<br />

visível a um período de mil anos? Por que essa expressão<br />

visível do governo de Cristo precisa ainda acontecer, como<br />

Ladd diz, na História (quer dizer, “no mundo como nós o<br />

conhecemos”)? Por que, por exemplo, os crentes precisam<br />

ser ressuscitados para viver num mundo que ainda não foi<br />

glorificado e ainda geme por causa da presença do pecado,<br />

rebelião e morte (cf. 8:19 – 22)? Por que o Cristo glorificado<br />

precisaria voltar a terra para governar sobre seus inimigos<br />

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com vara de ferro e assim ter de suportar ainda oposição à<br />

sua soberania? Esta fase de sua obra não ficou completa<br />

durante seu estado de humilhação? Não está Cristo<br />

voltando na plenitude de sua glória para introduzir, não um<br />

período intermediário de paz e bênçãos limitadas, mas o<br />

estado final da perfeição ilimitada?<br />

ABORTO E SALVAÇÃO<br />

“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de<br />

minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo<br />

especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo<br />

isso com convicção; Os filhos são herança do Senhor, uma<br />

recompensa que Ele dá; [...] Antes de formá-lo no ventre<br />

eu (Deus) o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e<br />

o designei profeta às nações” – Salmos 139:13, 14; Salmos<br />

127:3; Jeremias 1:5.<br />

Estava me perguntando: uma alma é uma alma –, incluindo<br />

mente, intelecto e vontade –, no momento da concepção,<br />

e se sim, o que acontece com bebês que são abortados?<br />

Penso que a resposta é sim. Creio que quando Deus cria<br />

vida, cria-a de fato. E, creio que essa vida começa na<br />

concepção, e, portanto, a personalidade começa aí. João<br />

o Batista, no ventre de sua mãe, é-nos dito, que foi cheio<br />

do Espírito Santo. E você se lembra de que o bebê pulou<br />

de alegria no ventre? Recorde o que Davi disse: “em<br />

pecado me concebeu minha mãe” – Salmos 51:5; cf.<br />

Salmos 139:13, 14. Assim, de um lado, você tem embriões<br />

e fetos que são cheios do Espírito Santo, e do outro, você<br />

tem um feto pecaminoso. Isso indica personalidade. Indica<br />

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esponsabilidade. Indica que existe uma alma ali, existe<br />

vida. Essa é a minha posição, essa é a verdade contida na<br />

Escritura Sagrada, na Palavra de Deus.<br />

Se você estudar as passagens sobre os caminhos, um<br />

largo e outro estreito, sendo poucos os que encontram o<br />

último, pode ser que o céu será mais populado pela taxa<br />

de mortalidade e de aborto, do que será pela fé. O motivo<br />

é que, eu creio, que quando as crianças morrem, em algum<br />

ponto no tempo após sua personalidade ser iniciada, elas<br />

estarão com Deus. Assim, pode ser que encontremos no<br />

céu uma grande quantidade dessas pessoas, e, talvez,<br />

essa é a razão da taxa de mortalidade ser tão alta em<br />

países não cristãos. Deus é misericordioso, e a salvação<br />

pertence, e vem do Senhor.<br />

Então, os bebês e outros incapazes de professar a fé em<br />

Cristo vão automaticamente para o céu?<br />

As pessoas frequentemente se perguntam sobre o destino<br />

eterno dos bebês e daqueles “incapazes” de entender<br />

intelectualmente o Evangelho. A questão é difícil.<br />

Infelizmente, a Bíblia não nos oferece nenhuma resposta<br />

explícita. Contudo, baseado em várias passagens, bem<br />

como num entendimento do caráter de Deus e Seus<br />

tratamentos com os homens, podemos desenvolver uma<br />

boa idéia de como Ele age em tais situações.<br />

2 Samuel 12:23 é uma das passagens frequentemente<br />

citadas para implicar que os bebês vão para o céu. Embora<br />

o versículo não diga isso explicitamente, Davi claramente<br />

espera um dia reunir-se com sua criancinha falecida. Visto<br />

sabermos que Davi é um crente cujo destino foi o céu,<br />

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podemos inferir que sua esperança de reunião significa<br />

que ele esperava que sua criança estivesse no céu. Assim,<br />

2 Samuel 12:23 sugere forte evidência para um destino<br />

celestial dos ainda não-nascidos e das crianças que<br />

morrem na infância.<br />

Se esse versículo fosse tudo que apoiasse a nossa<br />

posição, admitidamente ela não seria muito convincente.<br />

Contudo, existem outras evidências que apontam para a<br />

mesma conclusão. Primeiro, a Bíblia ensina claramente<br />

que Deus se preocupa profundamente com as crianças.<br />

Passagens como Mateus 18:1 – 6 e 19:13 – 15 afirmam o<br />

amor do Senhor por elas. Esses versículos não declaram<br />

que as crianças vão para o céu, mas mostram o coração<br />

de Deus por elas. Ele criou e cuida delas, e, além disso,<br />

sempre realiza Sua perfeita vontade em cada<br />

circunstância.<br />

O salmista nos lembra de que Deus é “cheio de compaixão,<br />

e piedoso, sofredor, e grande em benignidade e em<br />

verdade” – Salmos 86:15. Ele é o Deus que se tornou<br />

carne, para que pudesse levar nossos pecados por Sua<br />

morte na cruz (2 Coríntios 5:21). Ele é o Deus que<br />

confortará os crentes no céu, pois, “limpará de seus olhos<br />

toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem<br />

clamor, nem dor” (Apocalipse 21:4). Podemos estar<br />

seguros que Deus fará o que é certo e amável, pois, Ele é<br />

o padrão de justiça e amor. Apenas essas considerações<br />

parecem ser evidência suficiente do amor particular e<br />

eletivo de Deus, mostrado para com aqueles que morrem<br />

na infância, ou mesmo antes dela.<br />

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Contudo, outro ponto pode ser útil ao responder essa<br />

pergunta.<br />

Embora os infantes e crianças pequenas não tenham<br />

senso do pecado e da necessidade de salvação, nem<br />

colocam sua fé em Cristo, a Escritura ensina que a<br />

condenação é baseada na clara rejeição da revelação de<br />

Deus – quer geral ou específica – não na simples<br />

ignorância dela (Lucas 10:16; João 12:48; 1<br />

Tessalonicenses 4:8).<br />

Podemos dizer definitivamente que os infantes e crianças<br />

pequenas compreenderam a verdade demonstrada pela<br />

revelação geral de Deus, que os torna “inescusáveis –<br />

indesculpáveis” (Romanos 1:18 – 20)?<br />

Eles serão julgados de acordo com a luz que receberam. A<br />

Escritura é clara que as crianças e os ainda não-nascidos<br />

possuem o pecado original –, incluindo a propensão ao<br />

pecado, bem como a culpa inerente do pecado original.<br />

Mas poderia ser que de alguma forma a expiação de Cristo<br />

pagou pela culpa desses pequeninos indefesos? Sim, e,<br />

portanto, é uma suposição aceitável que uma criança que<br />

morra numa idade muito precoce para ter uma rejeição<br />

consciente e deliberada de Jesus Cristo, será levada para<br />

estar com o Senhor.<br />

R. C. Sproul ao ser questionado: Quando um bebê morre,<br />

ou é abortado, para onde vai a sua alma? Respondi:<br />

A maneira como esta pergunta foi feita indica uma certa<br />

ambiguidade a respeito do relacionamento entre aborto e<br />

morte. Se a vida começa na concepção, então aborto é um<br />

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tipo de morte. Se a vida não começa senão com o<br />

nascimento, então, obviamente, o aborto não envolve<br />

morte. A visão clássica do assunto é que a vida começa<br />

com a concepção. Se isto é certo, então a questão da<br />

morte da criança ou da morte pré-natal envolve a mesma<br />

resposta.<br />

A qualquer hora que um ser humano morre antes de<br />

alcançar a idade da responsabilidade (que varia de acordo<br />

com a capacidade mental), precisamos confiar em<br />

provisões especiais da misericórdia de Deus. A maioria das<br />

igrejas crê que existe tal provisão especial da misericórdia<br />

de Deus. Esta posição não envolve a suposição que as<br />

crianças são inocentes. Davi declara que ele nasceu em<br />

pecado e foi concebido em pecado. Com isto ele estava se<br />

referindo obviamente à noção bíblica de pecado original.<br />

Pecado original não se refere ao primeiro pecado de Adão<br />

e Eva, mas ao resultado daquela transgressão inicial.<br />

Pecado original refere-se à condição de decaídos que afeta<br />

todo ser humano. Nós não somos pecadores porque<br />

pecamos, mas pecamos porque somos pecadores. Isto é,<br />

nós pecamos porque nascemos com uma natureza<br />

pecaminosa. Embora os infantes não sejam culpados de<br />

um pecado real, estão manchados com o pecado original.<br />

Por isso, insistimos em que a salvação das crianças<br />

depende não de sua suposta inocência, mas da graça de<br />

Deus.<br />

Minha igreja em particular (Presbiterian Church in America)<br />

crê que os filhos de crentes, que morrem na infância, vão<br />

para o céu pela graça especial de Deus. O que acontece<br />

aos filhos dos não-crentes é deixado na esfera do mistério.<br />

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Talvez haja uma provisão especial da graça de Deus para<br />

eles também. Certamente esperamos que sim. Embora<br />

tenhamos esperança nessa graça, há pouco ensino bíblico<br />

específico sobre a matéria. As palavras de Jesus: “Deixai<br />

vir a mim os pequeninos porque dos tais é o Reino dos<br />

céus” (Mateus 19:14), nos dão algum consolo, mas não<br />

oferecem uma promessa categórica da salvação das<br />

crianças.<br />

Quando o filho de Davi e Bate-Seba foi levado por Deus,<br />

Davi lamentou: “Vivendo ainda a criança jejuei e chorei<br />

porque dizia: Quem sabe se o Senhor se compadecerá de<br />

mim, e continuará viva a criança? Porém, agora que é<br />

morta, por que jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu<br />

irei a ela, porém ela não voltará para mim” (2 Samuel 12:22,<br />

23).<br />

Aqui Davi declara sua confiança de que “eu irei a ela”. É<br />

uma referência levemente velada à sua esperança de<br />

reunir-se com seu filho no futuro, como já dito antes e<br />

ratificado a esta altura. Esta esperança de uma reunião<br />

futura é a esperança gloriosa de todos os pais que<br />

perderam seus filhos. É a esperança reforçada pelo ensino<br />

do Novo Testamento sobre a ressurreição.<br />

Talvez uma grande proporção desta geração, em algum<br />

tempo ou outro, tenha derramado lágrimas sobre caixões<br />

de criancinhas, e talvez, através deste artigo, consolação<br />

seja dada a estes. Esse é o objetivo.<br />

C. H. Spurgeon declara:<br />

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(2 Reis 4:8 – 41) Geazi perguntou a essa boa Sunamita se<br />

estava bem quanto a ela. Ela estava lamentando o filho que<br />

havia morrido, e mesmo assim ela disse “Vai bem”, ela<br />

sentia que sua provação seria certamente abençoada (no<br />

final das contas). Geazi também perguntou: “Vai bem com<br />

teu marido?”. Este era velho e avançado em dias, e estava<br />

já no processo de amadurecimento final para a morte, mas<br />

ainda assim ela disse “Sim, vai bem”. Então veio a pergunta<br />

sobre o filho que estava morto em casa, e a pergunta<br />

renovaria as suas dores: “Está tudo bem com a criança?”.<br />

Ela ainda disse: “Vai bem”, talvez respondendo assim<br />

porque tinha uma fé que ele logo deveria ser restaurado<br />

para ela, e que a ausência temporária estava bem, ou ela<br />

respondeu assim porque estava persuadida de que fosse<br />

o que fosse que tivesse acontecido com o espírito do seu<br />

filho, ele estava seguro debaixo do cuidado de Deus, ele<br />

(seu filho) estava feliz à sombra das Suas asas. Portanto,<br />

não temendo que ele estivesse perdido, não tendo<br />

qualquer suspeita de que seu filho foi lançado para longe<br />

do lugar de gozo — porque tal suspeita teria impedido ela<br />

de dar tal resposta — ela disse “Sim, o meu filho está<br />

morto, mas vai bem”.<br />

Agora, que toda mãe e todo pai, saibam com segurança<br />

que tudo está bem com o seu filho, se Deus o tirou de vocês<br />

nos dias da infância. Vocês nunca ouviram a sua<br />

declaração de fé (pois ele não era capaz de tal coisa), ele<br />

não foi batizado no Senhor Jesus Cristo, não foi sepultado<br />

com Ele em batismo, não foi capaz de dar aquela “resposta<br />

de uma boa consciência para com Deus”, todavia, vocês<br />

podem descansar seguros de que tudo vai bem com a<br />

criança, bem em um sentido mais alto e melhor do que está<br />

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em com vocês mesmos, bem sem limitação, bem sem<br />

exceção, bem infinitamente, “bem” eternamente.<br />

Talvez vocês irão dizer “Quais razões temos para crer<br />

que tudo vai bem com o nosso filhinho (já morto)?”.<br />

Antes que eu entre nisso eu faria uma observação. Tem<br />

sido maliciosamente, enganosamente e caluniosamente<br />

dito a respeito dos Calvinistas, que nós cremos que<br />

algumas crianças (mortas) perecem. Aqueles que fazem<br />

esta acusação sabem que tal denúncia é falsa. Eu não<br />

ouso mesmo esperar, embora desejasse assim poder<br />

fazer, que é com ignorância que tais acusadores nos<br />

deturpam. Eles impiamente repetem (e nos atribuem) o que<br />

(por nós) tem sido negado mil vezes, o que eles sabem não<br />

é a verdade. No conselho de Calvino para Omit, ele toma<br />

a promessa justificativa em Êxodo 20:6 “E faço misericórdia<br />

a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus<br />

mandamentos”, dada por Deus para o segundo<br />

mandamento, “Não farás para ti imagem de escultura, nem<br />

alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em<br />

baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te<br />

encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR<br />

teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais<br />

nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me<br />

odeiam” – Êxodo 20:4, 5 – ACF, e a interpreta como se<br />

referindo a gerações, e então ele parece ensinar que<br />

crianças que têm ancestrais piedosos, isto é, verdadeiros<br />

salvos, não obstante quão remotamente na árvore<br />

genealógica, morrendo como crianças são salvas. Isso<br />

certamente incluirá as crianças mortas de toda a raça<br />

humana. Dos Calvinistas modernos, não conheço<br />

nenhuma exceção, mas todos nós esperamos e cremos<br />

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que todos que morrem quando crianças são eleitos. Dr. Gill<br />

que tem sido recentemente visto como sendo o padrão de<br />

Calvinismo, e talvez do ultra-Calvinismo, nunca dá a<br />

mínima dica em nenhum momento, nem afirma que<br />

qualquer criança tem perecido, mas afirma que isto é um<br />

assunto misterioso e nebuloso, mas que é a sua posição,<br />

e ele crê que tem as Escrituras para justificar, que os<br />

natimortos (feto quando morre dentro do útero materno ou<br />

durante o trabalho de parto) não pereceram, mas foram<br />

contados com os escolhidos de Deus, e, portanto, entraram<br />

no descanso eterno. Nunca temos ensinado<br />

contrariamente, e quando somos taxados assim eu o<br />

rejeito e digo: “Você pode ter dito assim, mas nós nunca<br />

dissemos assim, e você sabe que nunca dissemos tal<br />

coisa. Se você ousar repetir tal difamação de novo, então<br />

que a mentira marque na sua face em escarlata, se você<br />

ainda tiver a capacidade de sentir vergonha”. Nós nunca<br />

nem sequer sonhamos com tais coisas. Com poucas e<br />

raras exceções, tão raras que eu nunca ouvi delas a não<br />

ser da boca de difamadores, nunca imaginamos que as<br />

crianças que morreram em tenra idade têm perecido, e<br />

temos crido que entram no paraíso de Deus.<br />

Pontos convictos acerca da salvação de bebês –<br />

nascidos e mortos em tenra idade ou natimorto.<br />

(1) Alguns apoiam a idéia do gozo eternal da criancinha na<br />

sua inocência. Não fazemos ou mencionamos tal coisa,<br />

cremos que a criancinha caiu em pecado dentro do<br />

primeiro Adão, “Assim como todos morrem em Adão”. A<br />

posteridade inteira de Adão, infante ou adulta, era<br />

representada por ele – ele representou todos, e, quando<br />

ele caiu, caiu em lugar de todos os seres humanos (todos<br />

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caíram dentro dele). Não houve nenhuma exceção na<br />

aliança das obras feita com Adão (e no alcance das<br />

consequências de sua queda) a respeito das criancinhas<br />

morrendo, e estes que estavam incluídos em Adão, mesmo<br />

que não tinham pecado à semelhança da transgressão de<br />

Adão, têm a sua culpa original. Estes são “nascidos no<br />

pecado e inteiramente em iniquidade, em pecado são<br />

concebidos pelas suas mães”, assim diz Davi de si mesmo,<br />

e (por inferência) de toda a raça humana. Se são salvas<br />

não cremos que seja por inocência natural. Entram no céu<br />

pelo mesmo caminho que entramos, são recebidas no<br />

nome de Cristo. “Ninguém pode pôr outro fundamento além<br />

do que já está posto”, e não penso nem sonho que haja um<br />

fundamento diferente para a criancinha além do que aquele<br />

posto para o adulto.<br />

Por qual razão, então, cremos que as criancinhas<br />

mortas são salvas?<br />

Cremos que uma criancinha viva está tão perdida como<br />

toda a humanidade, e totalmente condenada pela sentença<br />

que disse “no dia em que dela comeres, certamente<br />

morrerás”. Ela é salva por ser eleita. No escopo da eleição,<br />

no livro da vida do Cordeiro, cremos que serão achadas<br />

milhões de almas que só brevemente apareceram sobre a<br />

terra e depois voaram para o céu. Todas elas são salvas<br />

por terem sido também, como nós, redimidas pelo precioso<br />

sangue de Jesus Cristo. Aquele que derramou Seu sangue<br />

para todo Seu povo comprou-as com o mesmo preço com<br />

o qual redimiu os pais delas e, portanto, elas são salvas<br />

porque Cristo representou-as e sofreu por elas no seu<br />

lugar. São salvas não sem regeneração, pois “aquele que<br />

não nascer de novo [...]” — o texto não designa um homem<br />

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adulto, mas uma pessoa, qualquer um ser da raça humana<br />

— “aquele que não nascer de novo não pode ver o reino<br />

de Deus”. Sem dúvida, numa maneira misteriosa o Espírito<br />

de Deus regenera a alma da criancinha e ela entra na glória<br />

e é feita adequada para ser participante da herança dos<br />

santos da luz. Que isto é possível é comprovado nas<br />

Escrituras. João o Batista, foi cheio do Espírito Santo desde<br />

o ventre da sua mãe. Lemos de Jeremias também, que a<br />

mesma coisa ocorreu a ele, e de Samuel encontramos que<br />

ainda criança o Senhor o chamou. Cremos, portanto, que<br />

antes que o intelecto possa funcionar plenamente, Deus o<br />

qual não opera segunda a vontade do homem, nem do<br />

sangue, mas pela agência misteriosa do Seu Espírito<br />

Santo, cria na alma da criancinha uma nova criatura em<br />

Cristo Jesus, e então ela entra naquele “repouso para o<br />

povo de Deus”. Pela eleição, pela redenção, pela<br />

regeneração, e em nenhuma outra maneira, a criança entra<br />

na glória pela mesmíssima porta pela qual cada crente em<br />

Cristo espera entrar. Se não pudéssemos crer que crianças<br />

podiam ser salvas como os adultos, se fosse necessário<br />

propor que a justiça de Deus tem que ser infringida, ou que<br />

o Seu plano da salvação deveria ser ajustado para<br />

responder em particular ao caso das criancinhas, então<br />

estaríamos em dúvida, mas podemos perceber que é com<br />

os mesmos meios, pelo mesmo plano, apoiados no mesmo<br />

fundamento, e através das mesmas agências, que a alma<br />

da criancinha morta pode contemplar a face do Salvador<br />

na eterna glória, e, portanto somos consolados neste<br />

assunto.<br />

(2) Primeiramente, temos que deixar bem claro que a<br />

nossa convicção sobre salvação de crianças está<br />

fundamentada sobre a bondade da natureza de Deus.<br />

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Dizemos que a doutrina oposta, que diz que algumas<br />

criancinhas perecem e estão perdidas, é inteiramente<br />

repugnante ao entendimento que temos sobre Aquele cujo<br />

nome é Amor. Se tivéssemos um Deus cujo nome era<br />

Moloque, se Deus fosse um tirano arbitrário, sem<br />

benevolência ou graça, poderíamos supor algumas<br />

criancinhas sendo lançadas no inferno, mas nosso Deus,<br />

que dá sustento aos filhos dos corvos quando clamam,<br />

certamente não achará nenhum regozijo no clamor e gritos<br />

das criancinhas lançadas para longe da Sua presença.<br />

Lemos dEle que Ele é tão bondoso que cuida dos bois, que<br />

não teria atada a boca do boi que trilha o cereal. Sim, Ele<br />

cuida do passarinho no seu ninho e não deixaria morrer a<br />

mãe deles enquanto aninhando está os seus pequenos.<br />

Ele deu mandamentos e ordenanças até para as criaturas<br />

irracionais. Ele providencia comida para o animal mais<br />

bruto, e também não negligencia nenhuma minhoca mais<br />

do que um anjo, e podemos nós crer que, com tal bondade<br />

universal quanto essa, que Ele lançaria a alma da<br />

criancinha, digo eu, seria contrário a tudo que temos lido e<br />

crido dEle, que a nossa fé enfraqueceria diante de uma<br />

revelação que afirmaria um fato tão singularmente<br />

excepcional ao grau usual de Seus outros feitos. Temos<br />

aprendido humildemente a submeter-nos à Sua vontade e<br />

não nos atreveremos a criticar ou acusar o SENHOR de<br />

tudo, nós confiamos que Ele é justo em tudo que Ele quer<br />

fazer. Portanto, qualquer coisa que é revelada por Ele,<br />

aceitaremos, mas Ele nunca pediu, e eu acho que Ele<br />

nunca pedirá de nós, tão desesperada fé quanto imaginar<br />

bondade de Deus na miséria eterna de uma criancinha<br />

lançada no inferno. Lembremos que, quando Jonas — o<br />

petulante e espontâneo Jonas — desejou a perdição de<br />

Nínive, Deus disse a razão pela qual Nínive não deveria<br />

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ser destruída, ou seja, que continha mais de 120 mil<br />

“criancinhas” – pessoas, Ele disse, que não sabiam<br />

discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda. Se<br />

Deus poupou a Nínive, cuja vida mortal seria poupada,<br />

pensaria você que as almas imortais delas, das criancinhas<br />

mortas seriam descartadas desnecessariamente? Eu deixo<br />

tudo ao seu raciocínio. Não é um caso que devemos ter<br />

muitos argumentos. O seu Deus lançaria fora uma<br />

criancinha? Se o seu Deus faria isto, então eu estou feliz<br />

em dizer que Ele não é o Deus que eu adoro.<br />

Novamente, cremos que lançar no inferno a criancinha que<br />

morre seria grosseiramente inconsistente com o caráter<br />

revelado do nosso Senhor Jesus Cristo. Quando os Seus<br />

discípulos impediram os meninos cujas mães ansiosas lhe<br />

trouxeram, Jesus disse: “Deixai vir os meninos a mim e não<br />

os impeçais; porque dos tais é o Reino de Deus”. Assim<br />

Ele nos ensinou, como John Newton corretamente afirma:<br />

“que tais como estes meninos constituem grande parte do<br />

Reino de Deus. E, quando consideramos, usando as<br />

melhores estatísticas, que é calculado que mais de um<br />

terço da raça humana morre ainda criança, e quando<br />

consideramos aquelas vastas regiões onde prevalece o<br />

infanticídio e os abortos, naturais ou por assassinato, como<br />

nos países pagãos tais como a China e outros assim, de<br />

modo que talvez metade da população mundial morra<br />

antes de chegar à idade da razão —, então a instrução do<br />

Salvador carrega grande força de fato, dos tais é o reino de<br />

Deus”. Se alguns me relembram que o Reino de Deus<br />

significa a dispensação da Sua graça sobre a terra, eu<br />

respondo: Sim, é verdade, mas também significa a mesma<br />

dispensação no céu, pois enquanto parte do Reino de Deus<br />

está sobre a terra na Igreja, então, desde que a Igreja é<br />

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sempre uma, aquela outra parte da Igreja que já está no<br />

alto céu também é o reino de Deus. Contudo, o texto prova<br />

isto: que criancinhas compõem uma grande parte da<br />

família de Cristo e que Jesus Cristo tem amor e<br />

amabilidade para com os pequeninos. Quando os meninos<br />

clamavam no templo: Hosana! Ele os reprovou? Não, mas<br />

regozijou-se nas infantis exclamações. “Pela boca dos<br />

meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito<br />

louvor”. Este texto também parece afirmar que no céu<br />

haverá “perfeito louvor” dado a Deus pela multidão dos<br />

“querubins” (as criancinhas mortas) que estavam aqui na<br />

terra — aqueles pequeninos acariciados no seio dos pais<br />

— e subitamente e prematuramente levado ao céu. Não<br />

posso crer que Jesus diria às criancinhas “Apartai-vos de<br />

mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo<br />

e seus anjos!”. Eu não posso pensar que seja possível que<br />

Aquele que é amoroso e terno, quando Ele se assentar a<br />

julgar as nações, coloque as criancinhas na Sua esquerda<br />

e as bana para sempre da Sua presença. Como imaginar<br />

que Ele poderia dizer às criancinhas “Tive fome e não me<br />

destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;<br />

estando nu, não me vestistes, e enfermo, e na prisão, não<br />

me visitastes?”. Como poderiam as criancinhas ter feito<br />

isto? Se a maior razão de condenação está nos pecados<br />

de consciente e deliberada omissão, então como iria Cristo<br />

condenar os infantes e lançá-los na perdição por um<br />

pecado que as criancinhas não tinham a possibilidade de<br />

cometer, por não terem o poder de fazerem o dever?<br />

Ademais, pensamos que a natureza da graça de Deus, se<br />

a consideramos, faz com que seja muito improvável, para<br />

não dizer impossível, que uma alma de uma criancinha<br />

morta devia ser destruída. O que diz as Escrituras? “Onde<br />

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abundou o pecado, superabundou à graça”. Tal verdade<br />

não pode ser dita a respeito de uma criancinha lançada na<br />

perdição. Sabemos que Deus é abundantemente gracioso,<br />

que tais expressões como “as riquezas incompreensíveis<br />

de Cristo”, “Deus, que é riquíssimo em misericórdia”,<br />

“grande em benignidade”, “abundantes riquezas da Sua<br />

graça”, e outras tais, são verdadeiras sem exageração e<br />

sem hipérbole. Sabemos que Deus é bom para com todos,<br />

e que as Suas misericórdias são sobre todas as Suas<br />

obras, e que, na Sua graça, Ele pode fazer tudo muito mais<br />

abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos.<br />

A graça de Deus buscou no mundo o pior dos pecadores.<br />

Não se desviou do mais vil de todos os vis. Aquele que se<br />

auto-intitulou o maior dos pecadores tornou-se participante<br />

do banquete do amor de Cristo. Todo tipo de pecado e<br />

blasfêmia tem sido perdoado ao homem.<br />

Ele já salvou perfeitamente os que por Cristo se chegaram<br />

a Ele e, pergunto: será consistente com tal graça que ela<br />

deve ignorar as multidões de multidões de pequeninos que<br />

têm a imagem do Adão terrestre, e não coloque sobre eles<br />

a imagem do Adão celestial? Eu não posso conceber tal<br />

coisa. Todo aquele que tem provado, experimentado e<br />

tocado da graça de Deus, penso eu, vai instintivamente<br />

sentir repugnância e se afastar de qualquer outra doutrina<br />

senão esta: que, muito seguramente, aqueles que morrem<br />

como criancinhas estão salvos.<br />

CONCLUSÃO<br />

E, ainda, um dos mais fortes argumentos de sã inferência<br />

se acha no fato que as Escrituras positivamente afirmam<br />

que o número das almas salvas, no final das contas, será<br />

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muito grande. No livro de Apocalipse, lemos a respeito de<br />

uma multidão a qual ninguém podia contar. O salmista fala<br />

dos tais como sendo tão numerosos com as gotículas de<br />

orvalho no ventre da manhã. Muitas passagens Bíblicas<br />

profetizam para Abraão, como o pai dos crentes, uma<br />

semente tão numerosa quanto às estrelas do céu, ou<br />

quanto a areia nas praias. Cristo verá o trabalho da Sua<br />

alma e será satisfeito, asseguradamente, não é um pouco<br />

que o satisfará. O poder e a beleza da preciosa redenção<br />

incluem a redenção de uma grande multidão. Em todo lugar<br />

nas Escrituras aparece o ensino de que o céu não será um<br />

mundo pequeno, e que a sua população não será como um<br />

punhado rabiscado nos campos de uma grande fazenda,<br />

mas que Cristo será glorificado por dez milhares de dez<br />

milhares que foram redimidos pelo Seu sangue. De onde<br />

virão estes? Considerando o mundo geográfico, somente<br />

uma pequena parte dele é usualmente chamada de<br />

cristandade! Observe num mapa. Daqueles países que são<br />

considerados como sendo de crentes em Cristo, quão<br />

poucos de seus cidadãos sequer cogitam em carregar o<br />

nome de crente verdadeiro. De quão poucos poderia ser<br />

dito que têm pelo menos uma ligação nominal com a igreja<br />

de Cristo? Entre aqueles membros ativos de alguma das<br />

poucas igrejas verdadeiras e fiéis, muitos são hipócritas e<br />

não conhecem a verdade! Eu não vejo como possível, a<br />

não ser que o milênio seja verdadeiramente literal e<br />

terrestre, (que não creio) e assim venha muito em breve e<br />

que se estenda muito além de mil anos e seja muito grande<br />

a taxa de natalidade e a percentagem dos salvos, eu não<br />

entendo como pode ser possível que um número tão<br />

grande deve entrar nos céus a não ser a possibilidade de<br />

que as almas das criancinhas mortas constituem sua<br />

grande maioria. É uma doce crença para a minha mente<br />

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que serão mais os salvos do que os perdidos, pois em<br />

todas as coisas a preeminência será dada a Cristo,<br />

portanto, por que não nisto também, isto é, no aspecto<br />

quantitativo? Foi um pensamento de um grande teólogo<br />

que talvez naquele dia o número dos perdidos não será em<br />

proporção maior em relação ao número dos salvos, do que<br />

hoje, o número dos criminosos nas penitenciárias não é em<br />

maior proporção em relação a aqueles que estão livres. A<br />

minha esperança é que seja assim. De qualquer modo, não<br />

é o meu dever perguntar: “Senhor, são poucos os que<br />

serão salvos?”. A porta é estreita, mas o Senhor sabe<br />

trazer milhares por ela sem fazê-la mais larga, e nós não<br />

devemos tentar esbarrar qualquer pessoa por a<br />

estreitarmos ainda mais. Sim! Eu sei que Cristo terá a<br />

vitória e que Ele é seguido por hostes inumeráveis, sei que<br />

o vil príncipe do inferno nunca terá tantos seguidores<br />

quanto Cristo no Seu triunfo resplandecente. E, se isto é<br />

assim, então as almas dos que morrem como criancinhas<br />

têm que estar salvas, numeradas como abençoadas, e irão<br />

morar com Cristo no porvir, no céu.<br />

Apenas para terminar: Suponhamos uma mulher que<br />

sofreu um aborto. Posso lhe dizer que a criança está salva<br />

agora?<br />

Bem, essa é a minha crença, pois Jesus disse: “Deixai os<br />

meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais<br />

é o reino dos céus” – Mateus 19:14. E, creio, está dentro<br />

do desígnio de Deus que Ele redime aqueles que não<br />

sabem diferenciar a sua mão direita da esquerda (Jonas<br />

4:11). E, esse é um dos sinais da infância. Jesus toma-os<br />

para estar consigo.<br />

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Isso é confortador para uma pessoa que passou por isso.<br />

Que maravilha!<br />

“Enquanto escrevia este artigo, visitei o meu filho Abraão<br />

de sete meses enquanto dormia, e dormindo serenamente<br />

sorriu sem saber que observava-o, em seu rosto vejo o<br />

verdadeiro semblante de um filho de Deus, e<br />

definitivamente não posso conceber, nem apoiar a ideia de<br />

que meu Senhor lançaria Abraão no mais profundo abismo,<br />

onde em meio às trevas, ele mesmo sem saber falar, em<br />

suas balbuciações gemeria de tormento, e pelos tormentos<br />

e fogo eterno sentiria em sua alma a ira de Deus, a ira do<br />

Cordeiro, certamente Deus o ama, sou convicto, pois se<br />

Deus não amar uma criancinha de meses, seja viva ou<br />

morta (pois Deus é Senhor dos vivos), que não sabe<br />

diferenciar absolutamente nada, a não ser a mãe que<br />

alimenta-a, e o pai que embala-a, não posso crer que Deus<br />

me ame, e toda a minha fé seria uma mentira. Certamente,<br />

que se Deus me amou uma vez, Ele me amará para<br />

sempre, juntamente com o meu filhinho, quer ele esteja<br />

vivo, quer ele esteja morto, Deus é bom, amoroso e<br />

misericordioso para com os Seus”.<br />

Sim! Ouça, o Antigo Testamento diz que Ele reúne os<br />

cordeirinhos em Seu peito e suavemente guia as que<br />

amamentam. (Isaías 66:10 – 13) Assim, creio, Deus cuida<br />

delas.<br />

A CEIA DO SENHOR<br />

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“Eu sou o Pão Vivo que desceu do céu; se alguém comer<br />

deste pão, viverá eternamente; e o pão que deverei dar<br />

pela vida do mundo é a minha carne” – João 6:51.<br />

O que é ensinado nas Igrejas atualmente é<br />

verdadeiramente, o que Jesus Cristo ensinou na noite em<br />

que foi traído? A Ceia do Senhor é um ato importante na<br />

vida do cristão, e por esse motivo iremos estudar todo o<br />

contexto bíblico, sobre todas as tradições da cidade, a qual<br />

a Igreja de Corinto estava inserida, para assim chegarmos<br />

à conclusão da forma correta de se instituir a Ceia do<br />

Senhor, aconteceu nas Igrejas em um longo período de<br />

tempo o ensinamento totalmente equivocado acerca do<br />

que é Ceia.<br />

Muitos Teólogos irão ter trabalho em corrigir tais erros<br />

cometidos no passado acerca da Ceia do Senhor, assim<br />

também como outros assuntos bíblicos, como dom de<br />

línguas, a relação do cabelo da mulher no Culto a Deus, o<br />

Dízimo ensinado como forma de lei a Igreja de Cristo<br />

(cristianismo), os dois batismos (no Espírito, e no fogo)<br />

pregado por João Batista, e muitos outros.<br />

A forma atualmente da instituição da Ceia em algumas<br />

igrejas, não se tem origem bíblica, mas totalmente pagã.<br />

Existe grande influência do catolicismo romano (a<br />

transubstanciação¹, por exemplo), é uma prática na<br />

instituição desse sacramento (Ceia), em algumas igrejas<br />

ditas evangélicas.<br />

(1) A visão do Catolicismo Romano, chamada<br />

transubstanciação, ensina que o pão e o vinho da ceia do<br />

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Senhor são “transformados no” corpo e sangue de Cristo<br />

quando abençoados pelo sacerdote.<br />

Essa visão coloca a fé de lado, pois tudo o que alguém<br />

precisa para receber a Cristo é comer o pão e beber o<br />

vinho. Isso também lança o fundamento para a Missa, pois<br />

quando o pão, que supostamente não é mais pão, mas sim<br />

corpo, é partido, então o sacrifício de Cristo é repetido<br />

novamente. A própria palavra Missa significa “sacrifício”.<br />

A festa do amor ágape na Igreja Primitiva.<br />

Ao que tudo indica os cristãos do período apostólico que<br />

participavam de uma mesma igreja local, tinham o costume<br />

de reunir-se pelo menos uma vez por semana para<br />

comerem juntos e durante a refeição celebrarem a Ceia do<br />

Senhor. Esse costume teve sua origem no fato que o<br />

Senhor Jesus instituiu o sacramento durante uma refeição<br />

com seus discípulos, (cf. Mateus 26:17 – 30; Marcos 14:22<br />

– 24; Lucas 22:19, 20; João 13:1 – 4). Aparentemente o<br />

alvo dos “ágapes” era a comunhão cristã, o compartilhar de<br />

alimentos entre os mais pobres e especialmente, lembrarse<br />

do Senhor Jesus e participar espiritualmente da sua<br />

morte e ressurreição pelo pão e pelo vinho (elementos da<br />

Ceia).<br />

A igreja apostólica em Jerusalém seguiu o exemplo, de<br />

forma que o “partir do pão” se dava num ambiente em que<br />

as refeições eram tomadas em comum (Atos 2:42 – 47;<br />

20:7). Eventualmente, essas refeições comunais que<br />

vieram a ser conhecidas como “ágape”, da palavra grega<br />

para “amor”, se tornou uma prática regular nas igrejas<br />

cristãs espalhadas pelo mundo.<br />

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Judas se refere a elas em sua carta como “festas do amor<br />

(fraternidade)”, mas também identifica falsos crentes,<br />

libertinos participantes nestas festas como, introdutores de<br />

comportamentos contrários à sã doutrina (Judas 12; 2<br />

Pedro 2:13). Sempre devemos identificá-los a luz da<br />

Escritura tais crentes.<br />

Por causa de abusos, alguns dos quais mencionados no<br />

Novo Testamento (1 Coríntios 11:17 – 34; 2 Pedro 2:13), a<br />

festa do “ágape” foi separada da celebração da Ceia do<br />

Senhor a partir do século II.<br />

É provável que o que Paulo escreveu sobre esses abusos<br />

tenha sido o começo dessa separação. Pelo que sabemos,<br />

o “ágape” continuou ainda por alguns séculos, até<br />

desaparecer ao final do século VII da Igreja Cristã, ao ser<br />

proibido pelo Concílio de Cartago.<br />

Os “ágapes” na Igreja de Corinto.<br />

Os problemas no culto na época de Paulo, a festa da<br />

confraternização e os “ágapes” estavam em pleno vigor<br />

nas igrejas cristãs. O apóstolo tinha ouvido que havia<br />

várias irregularidades nos “ágapes” da Igreja de Corinto.<br />

Na carta que lhes escreveu, ele elogia os coríntios por<br />

acatarem as tradições (boas tradições), que ele lhes havia<br />

entregado (1 Coríntios 11:2). Mas, esse acatamento era<br />

incompleto e superficial. Eles estavam negligenciando<br />

tradições de grande importância, como relativo à Ceia<br />

(11:23). Nisso, Paulo não podia louvá-los. O apóstolo tem<br />

sérias reservas quanto à maneira pela qual eles estavam<br />

celebrando a festa da confraternização (Ágape). Na<br />

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verdade, Paulo está descontente pela maneira com que<br />

eles estavam realizando seus cultos em geral.<br />

A insatisfação do apóstolo Paulo era provocada pela<br />

atitude amotinada das mulheres “espirituais” nos cultos<br />

(11:3 – 16), pela falta de fraternidade e reverência na<br />

celebração da Ceia (11:17, 22) e pelo uso impróprio dos<br />

dons espirituais (capítulos 12 – 14). Paulo chega mesmo a<br />

dizer que as suas reuniões faziam mais mal do que bem<br />

(11:17), visto produzia um resultado bem inferior, na<br />

verdade, oposto ao desejado.<br />

Em vez de serem para o melhor, isto é, para a edificação,<br />

instrução, cuidado dos menos afortunados e conforto de<br />

suas almas, eram para o pior, isto é, para estimular e<br />

encorajar a glutonaria, a embriaguez, as divisões e a<br />

carnalidade em geral. Como resultado, a participação na<br />

Ceia, que deveria trazer bênção, estava trazendo fome, e<br />

por causa da fome, doenças e por causa da fraqueza por<br />

não ter o que comer, mortes, e mortes por Juízo Divino<br />

(11:29, 30). (cf. Gálatas 5:19 – 21).<br />

Divisões na Igreja.<br />

Quando se reuniam para o “ágape”, havia “divisões”<br />

(11:18), estavam “partidos” na (11:19) Igreja. Essas<br />

divisões a que Paulo se refere não eram os partidos de<br />

Paulo, Pedro, Apolo e Cristo, dos quais havia tratado nos<br />

capítulos 1 – 4. Eram alienações mútuas que se<br />

manifestavam por ocasião do “ágape” entre ricos e pobres,<br />

entre os que tinha dons e os que não tinham e,<br />

possivelmente, entre judeus, que só comiam “KOSHER”, e<br />

os gentios.<br />

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Para piorar, havia ainda glutonaria e bebedeiras (11:21),<br />

atenção nesse ponto, estamos falando de uma igreja, e da<br />

Ceia do Senhor! Os ricos avançavam gulosamente na<br />

abundância do que haviam trazido, e não compartilhavam<br />

com os pobres. O resultado era um ambiente mesclado de<br />

espírito faccioso, embriaguez, glutonaria, egoísmo,<br />

ressentimentos e invejas. A Ceia do Senhor era um alvo<br />

secundário nestas reuniões para os que estavam mais<br />

interessados na comida (11:20).<br />

Alguns pensavam no “ágape” primeiramente, como uma<br />

ocasião de matar sua fome (11:34). Quando comiam o pão<br />

e bebiam o vinho em nome do Senhor Jesus, era uma mera<br />

atividade fisiológica. E nada de devoção e espiritualidade<br />

era manifesto por partes dos “cristãos”. Não é muito<br />

diferente dos tempos atuais, a Ceia do Senhor é fisiológica,<br />

e economicamente rentável na igreja contemporânea. O<br />

real significado não é proclamado.<br />

Era Corinto realmente uma Igreja Espiritual?<br />

A Igreja de Corinto pensava ser uma Igreja espiritual. Essa<br />

espiritualidade, para eles, se manifestava primeiramente<br />

em seus cultos, pelas manifestações associadas aos dons<br />

espirituais.<br />

Entretanto, era exatamente durante a celebração de uma<br />

das partes mais significativas do culto, que a falta de<br />

verdadeira espiritualidade dos coríntios se manifestava em<br />

sua forma mais extrema. Como era possível uma igreja que<br />

tinha membros bêbados na Ceia pensar que era espiritual?<br />

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Hoje existem cristãos ébrios de iniquidades no seio da<br />

igreja, pessoas espiritualmente mortas, egoístas, más,<br />

facciosas, tenebrosas, mentirosas, e que fazem parte da<br />

mesa do Senhor e da mesa dos demônios. (1 Coríntios<br />

10:21). A resposta é que o seu conceito de espiritualidade<br />

era errado. O apóstolo Paulo irá demonstrar mais adiante<br />

em sua carta. A falta de fraternidade e o egoísmo presente<br />

nas reuniões (11:33), e quanto a falta de dignidade e<br />

discernimento espiritual que essas atitudes causavam<br />

(11:27 – 29).<br />

A igreja já estava debaixo do julgamento de Deus. Muitos<br />

estavam doentes e fracos, outros já haviam morrido em<br />

decorrência de suas consequências más, até mesmo<br />

podendo considerar um castigo divino (11:30). Isto deveranos<br />

alertar de quão seriamente Deus requer o modo<br />

apropriado de participarmos dos cultos. Os coríntios<br />

conseguiram corromper o Culto a Deus em menos de 20<br />

anos do surgimento do Cristianismo, e isto enquanto os<br />

apóstolos ainda estavam vivos. Portanto, não devemo-nos<br />

impressionar muito com a rápida corrupção ocorrida na<br />

Igreja depois que os apóstolos morreram (séculos<br />

posteriores à era apostólica). E hoje, continuam a introduzir<br />

práticas e costumes, e a torcer o propósito dos cultos, ao<br />

ponto de suas reuniões, como as dos coríntios, fazerem<br />

mais mal do que bem.<br />

Entre as muitas implicações práticas que poderíamos tirar<br />

da carta aos corintos, é destacar apenas uma. O conceito<br />

da Igreja de Corinto em relação à verdadeira<br />

espiritualidade tinha um defeito fatal, enfatizava as<br />

manifestações carismáticas, acima de conceitos básicos<br />

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como, a simplicidade, a fraternidade, e a pureza, virtudes<br />

necessárias na Ceia do Senhor.<br />

Aprendamos com o apóstolo Paulo que um culto<br />

verdadeiramente espiritual, entre outras coisas, é o que<br />

promove condições para que os crentes se aproximem da<br />

mesa do Senhor lúcidos, sóbrios, aptos para discernir o<br />

que estão fazendo, devidamente instruídos quanto ao<br />

sentido da Ceia, e capazes de participar dela de forma<br />

digna.<br />

Cabe a pergunta: É assim que nos aproximamos da Mesa<br />

do Senhor?<br />

Comunhão com Deus e com nossos irmãos.<br />

Quase todas as Igrejas que proclamam seguir a Cristo<br />

observam a Ceia do Senhor. O pão e o fruto da videira são<br />

elementos comuns nas assembleias de adoração de vários<br />

grupos religiosos. Mas há diferença no entendimento a<br />

respeito desta comemoração. O que a Bíblia ensina sobre<br />

a Ceia do Senhor? O que é a Ceia do SENHOR? Como<br />

devemos participar dela hoje em dia?<br />

A PRIMEIRA CEIA – O EXEMPLO <strong>DE</strong> JESUS.<br />

Quatro textos registram os pormenores da primeira “Ceia<br />

do Senhor”. Três destes relatos estão nos evangelhos<br />

(Mateus 26:26 – 29; Marcos 14:22 – 25 e Lucas 22:19 –<br />

20), e o outro está em 1 Coríntios 11:23 – 26 como já citado<br />

acima. Podemos aprender como Jesus e os Apóstolos<br />

celebraram a Ceia do Senhor, comparando estes relatos.<br />

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“Por gentileza! Pare por algum tempo, e faça a leitura dos<br />

textos acima citados, antes de continuarmos a leitura<br />

deste. Por gentileza observe as minúcias”.<br />

O propósito: “fazei isto em memória de mim” (Lucas 22:19).<br />

A Ceia do Senhor é ocasião para lembrarmo-nos do<br />

sacrifício que Jesus fez na cruz, pelo qual Ele nos oferece<br />

a esperança da vida eterna: “Porque todas as vezes que<br />

comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte<br />

do Senhor, até que Ele venha” (1 Coríntios 11:26).<br />

A Ceia do Senhor é igualmente um ato de obediência pelos<br />

quais os membros da Igreja participam do pão e do vinho,<br />

comemorando juntos à morte de Jesus Cristo, e apontando<br />

para a sua vinda. Esta ordenança da Igreja representa<br />

também a nossa comunhão espiritual com Ele, a nossa<br />

participação na Sua morte, e o testemunho vivo da nossa<br />

esperança, na ressurreição, e glorificação de nossos<br />

corpos.<br />

“Ora, se morremos com Cristo, cremos que também com<br />

Ele viveremos” – Romanos 6:8.<br />

Os símbolos.<br />

1) A Ceia é uma Aliança (Mateus 26:28) – O Senhor Jesus<br />

declara que é um contrato que foi celebrado. Ele é o fiador,<br />

e é quem outorga a mesma. É um testamento onde o ser<br />

humano é o beneficiário. Esta nova aliança é celebrada no<br />

sangue de Cristo. No Antigo Testamento, a celebração das<br />

alianças e contratos, era natural sacrificar animais como<br />

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testemunha (Gênesis 15:1 – 18). Esta é a nova aliança, que<br />

foi prometida na antiguidade, mas é sancionada pelo<br />

sangue de Cristo, pelo Cordeiro de Deus (Romanos 11:27;<br />

Hebreus 8:10).<br />

2) A Ceia é um Ato Memorial (Lucas 22:19) – Quando<br />

celebramos este ato recordamos o sacrifício do Senhor.<br />

Celebrar este rito é trazer à lembrança o que o Senhor fez<br />

por nós. Aqui recordamos a encarnação, morte e<br />

ressurreição do Senhor. Lembramos o modo pelo qual o<br />

Senhor nos comprou para Si. Devemos celebrar o ato para<br />

que possamos sempre reviver este aspecto e nunca<br />

apagar da lembrança o que o Senhor fez por nós.<br />

3) A Ceia é uma Proclamação (1 Coríntios 11:26) – Paulo<br />

diz que celebrar este ato é anunciar, declarar o evangelho.<br />

O sentido também é de ensinar. Quando celebramos a<br />

Ceia do Senhor estamos a falar do sacrifício redentor do<br />

Mestre por amor de nós. O símbolo traz a mensagem da<br />

graça de Deus.<br />

Neste sentido, é pertinente o que diz Alan Richardson<br />

(Richardson – 1966), mesmo que não usemos o termo<br />

Eucaristia. Ele declara: “A eucaristia sempre que é<br />

oferecida, dá testemunho não somente a respeito da<br />

história, mas também, de sua interpretação. É a<br />

proclamação da morte salvadora de Cristo. Cada eucaristia<br />

proclama o começo da era da salvação de Deus”.<br />

Dr. Martin Lloyd-Jones (LLOYD–JONES – 1999), sobre<br />

esta realidade, declara. Ceia é proclamação:<br />

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“Ainda que o púlpito haja fracassado, a Ceia do Senhor<br />

continua ainda declarando, proclamando, pregando a<br />

morte do Senhor, e com frequência tem havido grande<br />

desarmonia, para não dizer contradição, entre a pregação<br />

do homem e a pregação do pão e do vinho à mesa da<br />

comunhão”.<br />

A celebração da ceia nos faz ver os perdidos, pois ela<br />

manifesta a graça de Deus.<br />

Celebrar a ceia é perceber a realidade missional da Igreja.<br />

É entender que esta celebração anuncia a mensagem da<br />

graça de Deus. Paulo diz o seguinte: “Porque todas as<br />

vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice<br />

anunciais a morte do Senhor, até que venha” (1 Coríntios<br />

11:26). O termo “anunciar” (“καταγγέλλετε – katangellete”),<br />

também pode ser traduzido como proclamar. Sendo assim,<br />

quando celebramos a Ceia do Senhor, a mensagem do<br />

evangelho está sendo anunciada.<br />

4) A Ceia é uma Ordenança (Mateus 26:26 – 27; Lucas<br />

22:17 – 20) – Ordenança é um mandamento que deve ser<br />

cumprido. O Senhor deu uma ordem para que possamos<br />

fazer este ato em sua memória “Fazei isso em memória de<br />

mim” – Lucas 22:19. Em momento algum o Novo<br />

Testamento não utiliza o termo “Ordenança”, em relação à<br />

Ceia ou Batismo. Contudo, existem seis vocábulos no<br />

Antigo Testamento para o termo ordenança: לְׁ‏ חָ‏ ק־“‏ – choq”,<br />

estatuto, decreto (Êxodo 12:24; 18:20, Malaquias 3:7);<br />

– chuqqah”, estatuto, decreto (Êxodo 12:14, 17; Jó חֻ‏ קִ֣‏ ‏ֹות“‏<br />

mitsvah” – מִ‏ צְׁ‏ ‏ֹוֹ֔ת“‏ 3:10); – yad” mão (Esdras ֵ֖ יְׁדי“‏ 38:33);<br />

ִּ֗ י“‏ 10:32); mandamento, preceito, encargo (Neemias<br />

– mishmereth”, guarda, tutela, observação (Levítico 18:30;<br />

מִ‏ שְׁ‏ מַ‏ רְׁ‏ תִ‏<br />

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22:9; Malaquias 3:14); ‏ּומִ‏ שְׁ‏ פֵָ֖ט“‏ – mishpat” julgamento<br />

(Êxodo 15:25, Josué 24:25; Salmos 119:91; Ezequiel<br />

11:20). Entretanto, o Novo Testamento apresenta cinco<br />

vocábulos para ordenança: “διαταγῇ – diatagē” disposição,<br />

acordo, decreto (Romanos 13:2); “δικαιώμασιν –<br />

dikaiōmasin” decreto judicial (Lucas 1:6; Hebreus 9:1,10);<br />

“δόγμασιν – dogmasin” decreto, ordenança (Efésios 2:15;<br />

Colossenses 2:14); “κτίσει – ktisei” qualquer coisa feita (1<br />

Pedro 2:13), “παρέδωκα – paredōka/παραδόσεις –<br />

paradoseis” entrega, coisa confiada a alguém (1 Coríntios<br />

11:2). Portanto, ordenança é um decreto, mandamento. A<br />

ordenança também é um símbolo e como tal, faz a<br />

concretização de uma ideia abstrata.<br />

5) Sacramento – é um mistério, uma verdade revelada.<br />

Para a igreja é um rito instituído por Cristo, que serve como<br />

um sinal externo e visível, através dos símbolos, e de uma<br />

graça interna e espiritual pela Palavra.<br />

A visão Reformada da Ceia do Senhor é que Cristo está<br />

realmente presente, mas espiritualmente, não fisicamente.<br />

Ele está, em outras palavras, presente à fé do povo de<br />

Deus e tem comunhão com eles, alimentando-os consigo<br />

mesmo através da fé. Ele usa o pão e o vinho para dirigir a<br />

fé deles em direção a Ele.<br />

Essa visão Reformada é claramente ensinada em 1<br />

Coríntios 11:29, que fala de “discernir o corpo do Senhor”<br />

na Ceia do Senhor, e está implicada também nas próprias<br />

palavras de Jesus na instituição da Ceia do Senhor: “Este<br />

é o meu corpo”. Somente porque Cristo está presente na<br />

Ceia, uma pessoa pode comer ou beber julgamento para si<br />

quando comendo ou bebendo sem o devido auto-exame.<br />

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Somente porque Cristo está presente pode haver alguma<br />

bênção na Ceia. A visão Reformada, que é também bíblica,<br />

dá muito maior significado e benefício à Ceia do Senhor.<br />

Então, no sacramento encontramos e desfrutamos de<br />

Cristo em sua plenitude, como nosso Salvador e Redentor.<br />

Que assim o façamos!<br />

Ceia do Senhor e a Confissão de Fé de Westminster (1643-<br />

46).<br />

Como a Confissão de Fé de Westminster (1643 – 46)<br />

define?<br />

Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da<br />

graça, imediatamente instituídos por Deus para<br />

representar Cristo e os seus benefícios, e confirmar o<br />

nosso interesse nEle, bem como para fazer uma diferença<br />

visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo,<br />

e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo,<br />

segundo a sua palavra.<br />

Romanos 6:11; Gênesis 17:7 – 10; Mateus 28:19; 1<br />

Coríntios 11:23 e 10:16, e 11:25 – 26; Êxodo 12:48; 1<br />

Coríntios 10:21; Romanos 6:3 – 4; 1 Coríntios 10:2 – 16.<br />

Em todo o sacramento há uma relação espiritual ou união<br />

sacramental entre o sinal e a coisa significada, e por isso<br />

os nomes e efeitos de um são atribuídos ao outro.<br />

Gênesis 17:10; Mateus 26:27 – 28; Tito 3:5.<br />

A graça significada nos sacramentos ou por meio deles,<br />

quando devidamente usados, não é conferida por<br />

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qualquer, poder neles existentes; nem a eficácia deles<br />

depende da piedade ou intenção de quem os administra,<br />

mas da obra do Espírito e da Palavra da instituição, a qual,<br />

juntamente com o preceito que autoriza o uso deles,<br />

contém uma promessa de benefício aos que dignamente o<br />

recebem.<br />

Romanos 2:28 – 29; 1 Pedro 3:21; Mateus 3:11; 1 Coríntios<br />

12:13; Lucas 22:19 – 20; 1 Coríntios 11:26.<br />

Há só dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso<br />

Senhor, no Evangelho - O Batismo e a Ceia; nenhum<br />

destes sacramentos deve ser administrado senão pelos<br />

ministros da palavra legalmente ordenados.<br />

Mateus 28:19; 1 Coríntios 11:20, 23 – 34; Hebreus 5:4.<br />

Os sacramentos do Velho Testamento, quanto às coisas<br />

espirituais por eles significados e representados, eram em<br />

substância os mesmos que do Novo Testamento.<br />

1 Coríntios 10:1 – 4.<br />

A Ceia do Senhor na Igreja Primitiva.<br />

O livro de Atos e as cartas escritas às Igrejas nos ajudam<br />

há aprender um pouco mais sobre a Ceia do Senhor. Os<br />

discípulos se reuniam no primeiro dia da semana para<br />

participarem da Ceia (Atos 20:7). Esta Ceia era entendida<br />

como um ato de comunhão com o Senhor (1 Coríntios<br />

10:14 – 22). Era tomada quando toda a congregação se<br />

reunia, como um ato de fraternidade entre os irmãos (1<br />

Coríntios 11:17 – 20) um ato simbólico (Ceia), e o<br />

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derramamento de amor entre os santos, e nesse momento<br />

acontecia que toda a Igreja lembrava das Palavras de Seu<br />

Senhor, e nascia a gloriosa esperança da “grande Ceia<br />

vindoura”, as bodas do Cordeiro por toda a eternidade.<br />

Cada cristão era obrigado a examinar-se (v. 28), para ter<br />

certeza de que estava participando da Ceia do Senhor de<br />

um modo digno, e o modo digno é, a fé¹, esperança² e o<br />

amor sendo o alicerce da vida cristã (1 Coríntios 13:13), o<br />

cuidado dos pobres necessitados, alimentando-os (2<br />

Coríntios 8:12 – 15), o amor fraterno e não fingido<br />

(Romanos 12:10), a proclamação (e estudo diligente) do<br />

santo Evangelho (2 Timóteo 4:13; João 5:39; 1<br />

Tessalonicenses 5:20), e a vida de oração (1<br />

Tessalonicenses 5:17; Romanos 12:12; Atos 2:42; Efésios<br />

6:18; Colossenses 4:2; 1 Pedro 4:7; Lucas 18:1).<br />

Em suma, o modo digno, é: “Amarás o Senhor, teu Deus,<br />

de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas<br />

forças e com toda a tua capacidade intelectual’ e Amarás o<br />

teu próximo como a ti mesmo”.<br />

(1) Fé¹: palavra grega “πίστιν – pistin/pistis” denota uma<br />

convicção ou crença que diz respeito ao relacionamento do<br />

homem com Deus, e com as coisas divinas, geralmente<br />

com a idéia inclusa de confiança e fervor santo nascido da<br />

fé, e unido com ela relativo a Deus a convicção de que<br />

Deus existe e é o criador, e governador de todas as coisas,<br />

o provedor e doador da salvação eterna em Cristo. Ela<br />

expressa fidelidade, lealdade, e o caráter de alguém em<br />

quem se pode confiar.<br />

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(2) Esperança²: palavra grega “ἐλπίδος – elpidos/elpis”<br />

denota expectativa do bem, esperança no sentido cristão,<br />

são regozijo e expectativa confiante da eterna salvação.<br />

Sob a esperança, em esperança, tendo esperança,<br />

acreditando no autor da esperança, que é o fundamento,<br />

Cristo Jesus nosso Senhor.<br />

O pão sem fermento.<br />

Ainda que o ensinamento da Bíblia sobre a Ceia do Senhor<br />

não seja complicado, muitas diferenças de entendimento<br />

apareceram depois do tempo do Novo Testamento. O<br />

único modo de sabermos se estamos seguindo o Senhor<br />

Jesus, é estudarmos as instruções, e imitarmos os<br />

exemplos que encontramos no Novo Testamento. Nunca<br />

estamos livres para irmos além do que o Senhor revelou<br />

na Escritura (Colossenses 3:17; 1 Coríntios 4:6 e 2 João<br />

9).<br />

Consideremos o que a Bíblia diz em resposta a algumas<br />

questões sobre a Ceia do Senhor. Porque pão sem<br />

fermento? Jesus instituiu a Ceia do Senhor durante os dias<br />

judaicos dos pães asmos, uma festa anual na qual somente<br />

pão sem fermento era permitido entre os judeus (Lucas<br />

22:15; Êxodo 12:18 – 21). Podemos apreciar mais<br />

claramente o significado do pão sem fermento quando<br />

consideramos o significado simbólico do fermento na<br />

Bíblia.<br />

Não era permitido fermento nos sacrifícios oferecidos a<br />

Deus, no Antigo Testamento (Levítico 2:11). A idéia de<br />

impureza ou pecado é claramente associada com fermento<br />

em vários textos. Por exemplo, Jesus usou fermento para<br />

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falar simbolicamente de falsas doutrinas (Mateus 16:11,<br />

12). Paulo usou fermento para representar falsa doutrina e<br />

corrupção moral (Gálatas 5:7 – 9, 13, 16; 1 Coríntios 5:6 –<br />

9). É plenamente adequado, então, que o sacrifico perfeito<br />

e sem pecado do próprio Filho de Deus seja representado<br />

por pão sem fermento: “Lançai fora o velho fermento, para<br />

que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento”<br />

(2 Coríntios 5:17). Cristo nosso Cordeiro pascal foi imolado,<br />

e por essa razão celebramos a Ceia do Senhor, não mais<br />

com o “velho fermento”, o “fermento da maldade e da<br />

malícia”, mas sim com os “asmos da sinceridade e da<br />

verdade” (1 Coríntios 5:7, 8). Devemos entender o sentido<br />

da espiritualidade, e não um mero ritual sem significado,<br />

algo totalmente fisiológico.<br />

Participantes da Ceia do Senhor.<br />

A Ceia do Senhor é um ato espiritual partilhado pelo<br />

Senhor com aqueles que estão em comunhão com Ele.<br />

Jesus não ofereceu o pão e o cálice a todos, mas aos Seus<br />

discípulos (Mateus 26:26). Aqueles que estão servindo ao<br />

Diabo não tem o direito de partilhar desta refeição com o<br />

Senhor (1 Coríntios 10:16 – 22).<br />

Somos aptos a participar com Deus em comunhão<br />

espiritual, somente se andarmos na luz (em Sua Palavra),<br />

“Esta é a mensagem que dEle ouvimos e transmitimos a<br />

vocês: Deus é luz; nEle não há treva alguma. Se<br />

afirmarmos que temos comunhão com Ele, mas andamos<br />

nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se,<br />

porém, andamos na luz, como<br />

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Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o<br />

sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado”<br />

– 1 João 1:5 – 7.<br />

O que significa participar indignamente?<br />

Cada um que participa da Ceia do Senhor deverá<br />

examinar-se para está certo de que está participando de<br />

maneira correta, discernindo o verdadeiro significado do<br />

memorial em nome do Senhor. “Por isso, aquele que comer<br />

o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu<br />

do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o<br />

homem a si mesmo, e assim, coma do pão e beba do<br />

cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come<br />

e bebe juízo para si” (1 Coríntios 11:27 – 29).<br />

A palavra grega “ἀναξίως – anaxiōs” para descrever<br />

“indignamente” significa “de um modo indigno”. Ela não<br />

descreve a dignidade de uma pessoa (ninguém é<br />

verdadeiramente digno de comunhão com Cristo). Esta<br />

palavra descreve o modo de participar. A pessoa que não<br />

leva a sério esta comemoração está brincando com o<br />

sacrifício de Cristo, e está se condenando por não discernir<br />

o corpo de Cristo. Por esta razão, devemos ser muito<br />

cuidadosos cada vez que participarmos da Ceia do Senhor.<br />

É imperativo que esqueçamos as preocupações mundanas<br />

e prestemos atenção exclusivamente à morte de Cristo. Se<br />

tratarmos a Ceia do Senhor como um mero ritual, ou se a<br />

tomarmos levianamente e deixarmos de meditar no seu<br />

significado, nos condenamos diante de Deus.<br />

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“Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe<br />

para sua própria condenação, não discernindo o corpo do<br />

Senhor” – 1 Coríntios 11:29.<br />

A Ceia em alguns aspectos.<br />

Quando celebramos a Ceia, o nosso primeiro foco é o<br />

passado. A Igreja à volta da mesa celebra em memória do<br />

Senhor (1 Coríntios 11:23 – 25). Celebramos a Ceia em<br />

memória do Senhor. Somos um povo com história, mas<br />

acima de tudo, um povo com lembrança. Não esquecemos<br />

o nosso passado e muito menos o agir de Deus. Este olhar<br />

retrospectivo fala-nos do quê? Em primeiro lugar, ele<br />

declara o agir de Deus na história e o cumprimento de Sua<br />

Palavra.<br />

Celebrar a Ceia do Senhor é afirmar que Deus não nos<br />

abandonou. É afirmar que Ele, e a sua aliança permanece<br />

inalterável em relação ao ser humano. É declarar que Deus<br />

continua a comunicar-se conosco através de Sua Palavra.<br />

Quando celebramos a Ceia, olhamos para o Calvário.<br />

Vemos a morte do Senhor Jesus. “O partir do pão e o tomar<br />

ou beber do vinho são uma representação do corpo partido<br />

de nosso Senhor, Seu sangue derramado”. Celebrar a Ceia<br />

é olhar para trás e ver a vergonha da cruz. Ao celebrarmos<br />

a Ceia, olhamos para o passado e vemos que a morte foi<br />

vencida. É ver a ressurreição. O texto citado fala que<br />

anunciamos a morte até que Ele venha. Ou seja, o texto<br />

declara que o Senhor ressuscitou. Olhando para trás,<br />

vemos este acontecimento histórico, mas também<br />

contemplamos a vida.<br />

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Celebrar a Ceia é olhar para o passado e ver toda a graça<br />

de Deus. É poder contemplar o amor imensurável de um<br />

Deus que age na história e cumpre as Suas promessas.<br />

Celebrar a Ceia não é apenas visualizar e recordar o<br />

passado. É também fazer uma viagem interior. É olhar para<br />

si mesmo. O apóstolo Paulo declara: “Examine, pois, o<br />

homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste<br />

cálice” (1 Coríntios 11:28). Paulo ordena que façamos uma<br />

viagem interior. Devemos lembrar que a fé é individual. A<br />

salvação foi para todos, mas não somos salvos aos grupos<br />

e sim individualmente. Portanto, cada um de si, deve fazer<br />

essa viagem interior. Mas qual o sentido da mesma? Em<br />

primeiro lugar, para ver se existe real compreensão deste<br />

memorial. Devemos nos fazer a seguinte pergunta: Será<br />

que entendo todo o sentido deste memorial? É preciso uma<br />

auto-avaliação para saber se há entendimento da<br />

intervenção histórica de Deus, e que este momento<br />

representa a maneira pela qual Ele, Deus através de Jesus<br />

Cristo nos redimiu.<br />

Este exame serve para que se traga à memoria a<br />

misericórdia de Deus, e para percepção (consciência)<br />

também de que este momento é muito mais que um rito, é<br />

a expressão visual de tudo quanto Deus fez por nós, e para<br />

nós em Cristo Jesus. E se Cristo me amou, devo amar ao<br />

meu irmão (João 13:34, 35; 1 João 4:12, 20, 21;), e por fim<br />

devemos nos perguntar: Será que tenho discernido o<br />

corpo? O que significa discernir o corpo de Cristo? Wayne<br />

Grudem (Grudem, 1999), declara:<br />

“Assim, a frase “sem discernir o corpo” significa sem<br />

entender a unidade e a interdependência das pessoas<br />

na igreja, que é o corpo de Cristo. Significa não dar<br />

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atenção aos nossos irmãos e irmãs quando vamos<br />

participar da Ceia do Senhor, na qual devemos refletir<br />

o caráter de Cristo”.<br />

Celebrar a Ceia é viver a esperança. É olhar para cima na<br />

expectativa da chegada do Senhor. O apóstolo Paulo<br />

declara: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e<br />

beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que<br />

venha” (1 Coríntios 11:26). Aqui há a certeza de que o<br />

Senhor vai regressar. Ele voltará para os Seus.<br />

Estamos a dizer ao mundo que o Senhor vai retornar.<br />

Declaramos que somos o povo da esperança, e que<br />

aguardamos a chegada do nosso Mestre. Aguardamos<br />

porque foi o próprio Senhor a garantir que voltaria. Ele<br />

disse: “E quando Eu for, e vos preparar lugar, virei outra<br />

vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde Eu<br />

estiver estejais vós também”. (João 14:3).<br />

Esta é a promessa que Ele nos fez. Celebrar a Ceia do<br />

Senhor é saber que o Senhor que subiu aos céus<br />

regressará. Lucas declara: “E, estando com os olhos fitos<br />

no céu, enquanto Ele subia, eis que junto dEle se puseram<br />

dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram:<br />

Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse<br />

Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de<br />

vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos 1:10, 11). O<br />

Senhor vai voltar!<br />

A celebração da Ceia é o momento em que voltamos os<br />

nossos olhos para o alto, conscientes que o regresso do<br />

Senhor será glorioso, e será também um dia de justiça.<br />

Aqueles que o receberam como Senhor e Salvador<br />

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desfrutarão da Sua graça. Entretanto, todos aqueles que o<br />

rejeitaram, sofrerão a ira do Senhor, o “ódio” Santo de<br />

Deus.<br />

CONCLUSÃO<br />

A Ceia não é um simples rito. É mais que um momento<br />

litúrgico. A celebração da Ceia do Senhor manifesta toda a<br />

graça de Deus. Desta forma, quando celebramos a Ceia,<br />

precisamos olhar para o passado, perceber seu contexto<br />

histórico. Deus entrou em nossa história. Ele cumpriu a Sua<br />

Palavra. Deus é fiel. Quando celebramos a Ceia estamos<br />

a dizer que o Senhor age na história e que recordamos a<br />

Sua manifestação.<br />

Quando celebramos a Ceia devemos fazer uma viagem<br />

interior. Precisamos olhar para nós próprios para ver se<br />

percebemos a intervenção histórica de Deus, mas também<br />

para ver se as nossas vidas estão retas diante do Senhor<br />

e, para sabermos se mantemos comunhão com nossos<br />

irmãos. Celebrar a Ceia é manter viva a proclamação do<br />

Evangelho. É anunciar a morte do Senhor até que Ele<br />

venha. É garantir que jamais a mensagem da graça será<br />

adulterada.<br />

Celebrar a Ceia do Senhor é olhar para o alto. É ter o<br />

coração expectante pela gloriosa manifestação do Senhor<br />

ao Seu povo. Ele vai voltar. Quando formos celebrar a Ceia<br />

do Senhor, devemos fazer o seguinte: 1) Olhar para trás,<br />

Ver a manifestação histórica do Senhor, 2) Olhar para<br />

dentro de nós próprios para saber se estamos aptos, 3)<br />

Olhar para fora. Declarar ao mundo a graça de Deus e, 4)<br />

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Olhar para o alto. Tendo o desejo ardente do regresso do<br />

Senhor.<br />

“Eu sou o Pão Vivo que desceu do céu; se alguém<br />

comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que<br />

deverei dar pela vida do mundo é a minha carne” – João<br />

6:51.<br />

DÍZIMO<br />

A ideia de que todo crente é obrigado a dizimar 10% da sua<br />

renda para a obra do Senhor é largamente difundida nas<br />

igrejas evangélicas de hoje. Já bem cedo na vida espiritual,<br />

praticamente todo crente é ensinado que tem que dizimar.<br />

Algumas igrejas crêem tão fortemente em dizimar que seus<br />

membros regularmente recitam o Credo do Dizimista – “O<br />

dízimo é do Senhor. Em a verdade, o aprendemos. Em a<br />

fé, o cremos. Em a alegria, o damos. O dízimo!” Outros<br />

muitos pregadores têm clamado que qualquer crente que<br />

não dá o dízimo para o trabalho do Senhor está roubando<br />

Deus e está sob maldição, de acordo com Malaquias 3:8 –<br />

10, mas isso não é verdade. É uma forma de amedrontar<br />

os crentes ignorantes em relação ao conhecimento.<br />

Examinaremos o que a própria Bíblia ensina sobre o<br />

assunto do dízimo, sendo nosso propósito entendermos<br />

somente pela Bíblia qual a real relevância que o dízimo tem<br />

para os crentes no Senhor Jesus Cristo, vivendo sob o<br />

Novo Pacto. Faremos isto examinando o que a própria<br />

Bíblia tem a dizer sobre o dízimo: 1) Antes da Lei ser dada,<br />

2) Sob a Lei Mosaica, 3) Nas Escrituras do Novo<br />

Testamento.<br />

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O DÍZIMO ANTES DA LEI – TODAS AS CITAÇÕES SÃO<br />

DA ALMEIDA CORRIGIDA FIEL<br />

Há duas passagens Bíblicas que falam de um dízimo sendo<br />

dado antes que a Lei fosse instituída no Sinai. As<br />

passagens envolvem Abraão e Jacó, dois dos patriarcas de<br />

Israel. Gênesis 14:17 – 20: E o rei de Sodoma saiu-lhe ao<br />

encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos<br />

reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o<br />

vale do rei. 18 E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão<br />

e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. 19 E<br />

abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus<br />

Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; 20 E bendito<br />

seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas<br />

tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. Nesta<br />

passagem, somos ditos que Abraão deu um dízimo a<br />

Melquisedeque, presumivelmente como uma expressão de<br />

gratidão a Deus por capacitar-lhe e conceder-lhe resgatar<br />

seu sobrinho Ló, que tinha sido levado cativo. Aqueles que<br />

crêem que o dízimo é mandatório para os crentes do Novo<br />

Testamento argumentam que, uma vez que o dízimo foi<br />

praticado antes que a Lei Mosaica fosse dada, ele<br />

forçosamente também tem que ser praticado depois da Lei<br />

Mosaica, que tem sido feita obsoleta pelo estabelecimento<br />

do Novo Pacto, através do sacrifício de Cristo, Hebreus 8:<br />

13. No entanto, antes que cheguemos a qualquer decisão<br />

dura e apressada, olhemos de mais perto o texto [acima] e<br />

façamos algumas observações pertinentes.<br />

Não há nenhuma evidência neste texto de que dizimar foi<br />

ordenado por Deus. De fato, tudo no texto nos leva a crer<br />

que dar o dízimo foi, completamente, uma decisão e (livre)<br />

escolha de Abraão. Como tal, foi completamente<br />

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voluntária. Como veremos pouco depois em nosso estudo,<br />

o dízimo, na Lei, de modo algum era voluntário, mas sim<br />

obrigatório a todo o povo de Deus.<br />

Ademais, este é o único dízimo que as Escrituras<br />

mencionam que Abraão jamais deu [em toda a sua vida].<br />

Não temos nenhuma evidência de que dizimar era sua<br />

prática geral (habitual, constante).<br />

Ainda mais, este dízimo proveio do despojo da vitória que<br />

Abraão adquiriu por poderio militar. Como notaremos<br />

depois em nosso estudo, o dízimo exigido sob a Lei<br />

Mosaica era sobre o lucro da colheita, dos frutos e dos<br />

rebanhos, e para ser dado em uma base anual, não o<br />

despojo de uma vitória militar!<br />

Gênesis 28:20 – 22: E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus<br />

for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der<br />

pão para comer, e vestes para vestir; 21 E eu em paz tornar<br />

à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus; 22 E<br />

esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus;<br />

e de tudo quanto me deres certamente te darei o dízimo.<br />

Jacó, nesta passagem, está fazendo um voto em resposta<br />

a uma visitação que recebeu de Deus, em um sonho. Neste<br />

sonho, Jacó viu uma escada alcançando o céu, com os<br />

anjos de Deus subindo e descendo por ela. No sonho,<br />

Deus estava de pé, acima da escada, e disse a Jacó “[...]<br />

Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de<br />

Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua<br />

descendência; 14 E a tua descendência será como o pó da<br />

terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte,<br />

e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas<br />

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todas as famílias da terra; 15 E eis que estou contigo, e te<br />

guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta<br />

terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que<br />

te tenho falado” (v. 13 – 15). Em resposta, Jacó fez o voto<br />

que, se Deus guardasse Sua promessa, ele, por sua vez,<br />

daria a Deus um dízimo. Novamente, em semelhança ao<br />

exemplo de Abraão, parece que este dízimo foi voluntário<br />

da parte de Jacó. Se ele de fato começou a dizimar [a Bíblia<br />

não o registra] depois que Deus cumpriu a promessa que<br />

lhe fez, Jacó ainda adiou o dizimar por 20 anos! (Até depois<br />

da volta a Canaã).<br />

Estes dois são os únicos exemplos de dizimar que pode<br />

ser encontrado no Velho Testamento antes da Lei ser<br />

dada. Ambos são exemplos de algo voluntário, e nenhum<br />

desses dois dizimaram a pedido de Deus. Em nenhum dos<br />

personagens (Abraão e Jacó, que deram estes dois<br />

dízimos), vemos um exemplo de dizimar como uma prática<br />

geral (habitual, constante) das suas vidas. De fato, na vida<br />

de Abraão, parece que temos um dízimo como algo que ele<br />

só deu uma única vez em sua vida, e foi (um dízimo) dos<br />

despojos de uma vitória militar, dado a um sacerdote de<br />

Deus. Se nossa única evidência para obrigar crentes sob o<br />

Novo Pacto a dizimarem se apoia nestas duas passagens<br />

de Gênesis, parece-me que estamos nos apoiando em um<br />

fundamento muitíssimo inseguro.<br />

DIZIMANDO SOB A LEI MOSAICA<br />

Que ensina a Bíblia sobre o dízimo sob a Lei Mosaica?<br />

Nesta parte do nosso estudo, examinaremos todas as<br />

passagens significantes que descrevam o dízimo sob a Lei,<br />

nas Escrituras.<br />

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Levítico 27:30 – 33: “Também todas as dízimas do campo,<br />

da semente do campo, do fruto das árvores, são do<br />

SENHOR; santas são ao SENHOR. 31 Porém, se alguém<br />

das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a<br />

sua quinta parte sobre ela. 32 No tocante a todas as<br />

dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo<br />

da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. 33 Não se<br />

investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se<br />

de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será<br />

santo; não serão resgatados”.<br />

Note que, nesta passagem, o dízimo é descrito como<br />

sendo parte do produto da terra, da semente do campo, do<br />

fruto das árvores, do gado, e do rebanho. O dízimo não era<br />

o dar dinheiro. Em local algum das Escrituras você<br />

encontrará que dizimar era o dar dinheiro para Deus.<br />

Ademais, o dízimo era provavelmente dado em uma base<br />

anual. Cada ano, depois que a terra tinha sido colhida, as<br />

pessoas traziam para os sacerdotes as décimas partes de<br />

suas colheitas e do aumento na manada e no rebanho. Daí,<br />

penso que podemos imediatamente ver que nossa<br />

contribuição semanal (ou mensal) de dez por cento de<br />

nossa renda monetária difere muito da prática do dízimo<br />

que encontramos na Bíblia.<br />

Números 18:21 – 24 (“O Dízimo para os Levitas”): E eis que<br />

aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel<br />

por herança, pelo ministério que executam o ministério da<br />

tenda da congregação. 22 E nunca mais os filhos de Israel<br />

se chegarão à tenda da congregação, para que não levem<br />

sobre si o pecado e morram. 23 Mas os levitas executarão<br />

o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre<br />

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si a sua iniquidade; pelas vossas gerações estatuto<br />

perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma<br />

herança terão 24 Porque os dízimos dos filhos de Israel,<br />

que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado<br />

por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio<br />

dos filhos de Israel nenhuma herança terão.<br />

Note, neste texto, que o dízimo foi planejado para ser o<br />

sustento dos levitas. Uma vez que estes não tinham<br />

nenhuma herança (terra para atividade agro-pastoril) na<br />

Terra Prometida, tal como a tinha as outras tribos, Deus fez<br />

provisão para o sustento deles através do dízimo das<br />

outras famílias de Israel. De fato, em Números 18:31<br />

somos ditos “E o comereis em todo o lugar, vós e as vossas<br />

famílias, porque vosso galardão é pelo vosso ministério na<br />

tenda da congregação”. O dízimo foi o pagamentorecompensa<br />

que Deus supriu para os levitas, pelos seus<br />

serviços sacerdotais. Isto é similar ao sustento que os<br />

funcionários do governo recebem hoje no nosso país,<br />

através dos impostos e taxas pagos pelo trabalhador<br />

comum.<br />

Deuteronômio 14:22 – 27 (“O Dízimo para o Festival”):<br />

Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua<br />

semente, que cada ano se recolher do campo. 23 E,<br />

perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para<br />

ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu<br />

grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das<br />

tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer<br />

ao SENHOR teu Deus todos os dias. 24 E quando o<br />

caminho te for tão comprido que os não possas levar, por<br />

estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus<br />

para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te<br />

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tiver abençoado; 25 Então vende-os, e ata o dinheiro na<br />

tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus;<br />

26 E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua<br />

alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida<br />

forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali<br />

perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa;<br />

27 Porém não desampararás o levita que está dentro das<br />

tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo.<br />

Este texto fala de um dízimo sendo usado para prover para<br />

as festas e festivais religiosos de Israel. Números 18:21<br />

nos diz que Deus deu todo o dízimo em Israel para ser a<br />

herança para os Levitas. Se todo o dízimo foi dado aos<br />

Levitas, então como é que este dízimo (em Deuteronômio<br />

14) é dito para ser usado para as festas e festivais<br />

religiosos de Israel? A resposta tem que ser que este é um<br />

segundo dízimo. O primeiro era usado para o sustento dos<br />

Levitas e o segundo para prover para os festivais<br />

religiosos, tanto assim que chegou a ser referido como “O<br />

Dízimo para o Festival”. O povo de Israel devia usar este<br />

dízimo para comer na presença do Senhor, em Jerusalém<br />

(o local que Ele escolheu para estabelecer seu nome). Se<br />

fosse demasiadamente incômodo para as pessoas de<br />

longe trazerem seus dízimos todo o caminho até<br />

Jerusalém, seria permitido que elas o vendessem e<br />

trouxessem o dinheiro [apurado] até Jerusalém, onde<br />

poderiam comprar aquilo de necessidade para os festivais.<br />

Deus expressamente encoraja as pessoas a gastarem o<br />

dinheiro deles em "tudo o que deseja a tua alma", incluindo<br />

bebida forte! O propósito era que o povo de Israel pudesse<br />

aprender (ambas as coisas) a temer o Senhor e a regozijar<br />

ante Ele. Note que ter um sentimento de temor do Senhor,<br />

e regozijar ante Ele, não são mutuamente exclusivos, mas,<br />

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na realidade, são complementares, deveriam acompanhar<br />

um ao outro! Este “Dízimo Para o Festival” tornou possível<br />

ao povo de Israel ter toda a comida e bebida necessárias<br />

para que pudesse usufruir gozosamente das festas<br />

religiosas de Israel, e adorar ante o Senhor.<br />

Deuteronômio 14:28, 29 (“O Dízimo para os Pobres”): Ao<br />

fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no<br />

mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; 29<br />

Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem<br />

contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão<br />

dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que<br />

o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as<br />

tuas mãos fizerem.<br />

Aqui, somos ensinados a respeito de um terceiro dízimo<br />

que é coletado a cada terceiro ano. Os comentaristas<br />

Bíblicos estão divididos quanto a se este é realmente um<br />

terceiro dízimo, em separado, ou apenas é o segundo<br />

dízimo usado de um modo diferente, no terceiro ano. O<br />

historiador judeu Flávio Josefo apoia o ponto de vista de<br />

que este foi um terceiro dízimo, em separado. Outros<br />

antigos comentaristas judeus têm escrito em apoio a que é<br />

[apenas] o segundo [tipo de] dízimo que, a cada três anos,<br />

eram coletados e usados com outro fim. É impossível se<br />

determinar com absoluta certeza quem está certo. De<br />

qualquer modo, o povo judeu tinha sido ordenado a dar<br />

pelo menos (10 + 10 = ) 20 por cento das suas colheitas e<br />

rebanhos, e talvez tanto quanto (10 + 10 + 10/3) = 23,3%<br />

(por cento)! Este dízimo particular bem poderia ser<br />

chamado “O Dízimo para os Pobres”. Não devia ser<br />

ajuntado em Jerusalém, mas nas aldeias. As pessoas de<br />

cada aldeia deviam trazer uma décima parte de suas<br />

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colheitas e rebanhos e ajuntar tudo, para prover para os<br />

pobres da aldeia, incluindo os estrangeiros, os órfãos, e as<br />

viúvas.<br />

Em muitos aspectos, parece que o dízimo exigido sob a Lei<br />

é hoje similar à taxação que o governo impõe sobre nós.<br />

Israel era governado por uma teocracia. Sob ela, o povo<br />

era responsável por prover para os trabalhadores do<br />

governo (os sacerdotes e os levitas em geral), para os dias<br />

santificados (festas de alegria ao Senhor), e para os pobres<br />

(estrangeiros, viúvas e órfãos).<br />

Neemias 12:44: Também no mesmo dia se nomearam<br />

homens sobre as câmaras, dos tesouros, das ofertas<br />

alçadas, das primícias, dos dízimos, para ajuntarem nelas,<br />

dos campos das cidades, as partes da lei para os<br />

sacerdotes e para os levitas; porque Judá estava alegre por<br />

causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali. Note<br />

que o texto diz que os dízimos eram exigências “da Lei”.<br />

Estes dízimos não eram voluntários como o foi nas vidas<br />

de Abraão e Jacó. Similarmente, lemos em Hebreus 7:5 “E<br />

os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm<br />

ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de<br />

seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de<br />

Abraão”. (Indiscutivelmente) o dízimo nunca foi voluntário,<br />

sob a Lei de Moisés. Note, aqui, que, nos dias de Neemias,<br />

homens eram indicados para ajuntarem as ofertas e os<br />

dízimos em câmaras designadas para aquele propósito<br />

particular. Estas câmaras eram para os bens<br />

armazenados, e depois se tornaram conhecidas como<br />

“casas do tesouro”. Isto se tornará importante quando<br />

olharmos para o nosso próximo texto, em Malaquias 3.<br />

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Malaquias 3:8 – 12: Roubará o homem a Deus? Todavia<br />

vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos<br />

dízimos e nas ofertas. 9 Com maldição sois amaldiçoados,<br />

porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. 10 Trazei<br />

todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja<br />

mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim<br />

nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as<br />

janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal<br />

até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. 11 E<br />

por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não<br />

destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo<br />

não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. 12 E todas<br />

as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós<br />

sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos.<br />

Examinemos esta passagem verso por verso, para que<br />

dela possamos extrair algumas importantes verdades. 3:8<br />

Este verso nos diz que quando um homem retém seus<br />

dízimos ele está roubando, na realidade, a Deus. Isto<br />

porque ele está retendo algo que não lhe pertence, antes é<br />

propriedade de Deus Sob o Velho Pacto, o dízimo era<br />

mandatório, portanto retê-lo era se tornar um ladrão. Note<br />

também que Deus diz que o povo o estava roubando em<br />

dízimos. Ele não disse no “dízimo”, mas sim nos “dízimos”<br />

(plural). Estes “dízimos” têm que se referir aos diferentes<br />

dízimos requeridos do povo de Deus (o Dízimo para o<br />

Levita, o Dízimo para as Festas ao Senhor, e o Dízimo para<br />

os Pobres). Adicionalmente, observe que Deus não está<br />

condenando o reter apenas dos dízimos, mas também das<br />

ofertas. Estas, sem dúvida, referem-se às ofertas<br />

especificadas em Levíticos 1 – 5, tais como a oferta<br />

queimada (holocausto), a oferta dos manjares, a oferta de<br />

paz, a oferta pelos pecados, e a oferta pelas culpas. Todas<br />

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estas ofertas eram constituídas, principalmente, de<br />

sacrifícios de animais. O suprimento de comida e<br />

mantimento para os Levitas era provido, em grande parte,<br />

através destes sacrifícios de animais, dos quais os Levitas<br />

eram permitidos participar (comendo-os), em certos casos.<br />

Uma importante pergunta emerge a este ponto. Por que é<br />

que reconhecemos que o sacrifício de animais não é coisa<br />

para o Novo Pacto, mas dizemos que o dízimo o é? Se<br />

estivéssemos sob a obrigação de pagar dízimos hoje,<br />

então, certamente, ainda estaríamos obrigados a oferecer<br />

sacrifícios de animais. Deus amarrou um ao outro (os<br />

dízimos e os sacrifícios), e disse que Seu povo O estava<br />

roubando por reter a ambos. Não podemos decidir “pegar<br />

e escolher” qual dos dois ofereceremos a Deus, hoje. Das<br />

duas uma: (a) estamos sob a obrigação de oferecer ambos,<br />

tanto dízimos como ofertas de animais (sacrifícios), ou (b)<br />

ambos (dízimo e sacrifício) têm sido abolidos pela abrogação<br />

da Lei Mosaica.<br />

3:9 Aqui, somos ditos que, como o povo de Israel estava<br />

retendo os dízimos e ofertas, consequentemente estava<br />

amaldiçoado com uma maldição. Note que o verso não diz<br />

“Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me<br />

roubais, sim, toda a humanidade”. Ao contrário, diz “Com<br />

maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais,<br />

sim, toda esta nação”. Se dizimar fosse um mandamento<br />

moral e eterno para todos os povos de todos os tempos,<br />

então todos estes estariam sob maldição. Mas nosso texto<br />

somente diz que é toda nação de Israel que estava sob a<br />

maldição. Agora, o que é interessante sobre esta<br />

“maldição” é que, em Deuteronômio 28, somos ditos que<br />

se Israel, sob a Lei Judaica, desobedecesse aos<br />

mandamentos de Deus, então a nação seria amaldiçoada.<br />

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Note os seguintes textos: Deuteronômio 28:18 “Maldito o<br />

fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas<br />

vacas, e das tuas ovelhas. 23 E os teus céus, que estão<br />

sobre a cabeça, serão de bronze; e a terra que está<br />

debaixo de ti, será de ferro. 24 O SENHOR dará por chuva<br />

sobre a tua terra, pó e poeira; dos céus descerá sobre ti,<br />

até que pereças. 38 Lançarás muita semente ao campo;<br />

porém colherás pouco, porque o gafanhoto a consumirá.<br />

39 Plantarás vinhas, e cultivarás; porém não beberás<br />

vinho, nem colherás as uvas; porque o bicho as colherá. 40<br />

Em todos os termos terás oliveiras; porém não te ungirás<br />

com azeite; porque a azeitona cairá da tua oliveira. E todas<br />

estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te<br />

alcançarão, até que sejas destruído; porquanto não ouviste<br />

à voz do SENHOR teu Deus, para guardares os seus<br />

mandamentos, e os seus estatutos, que te tem ordenado<br />

[...]” (Deuteronômio 28:18, 23, 24, 38 – 40, 45). Nestes<br />

versos, Deus adverte que, se o Seu povo desobedecesse<br />

A Seus mandamentos e estatutos, então as ceifas dele<br />

falhariam, as chuvas não viriam, as colheitas seriam<br />

pequenas, a locusta (tipo de grilos ou gafanhotos)<br />

consumiria a comida, e o fruto das árvores falharia. E os<br />

pastores e pregadores dizem que são demônios. Uma<br />

grande mentira para amedrontar.<br />

3:10 Nesta passagem, Deus fala da “casa do tesouro”.<br />

Com base em Neemias 12:44, sabemos que isto se refere<br />

às câmaras no Templo, postas à parte e designadas para<br />

guardar os dízimos dados pelo povo para o sustento dos<br />

sacerdotes (e a todos os demais levitas). Não existe sequer<br />

um fiapo de evidência de que devemos associar estas<br />

“casas do tesouro” aos prédios das igrejas para os quais<br />

os crentes do Novo Pacto devem trazer seus dinheiros.<br />

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Ademais, a razão pela qual Israel devia trazer todos os<br />

dízimos para dentro da casa do tesouro era que houvesse<br />

(bastante) alimento na casa de Deus. Deus estava<br />

interessado em que os levitas tivessem comida para<br />

comer. Este era o propósito daqueles dízimos que eram<br />

trazidos para o Templo de Deus. Somos ditos, também,<br />

que se o povo de Deus fosse fiel em trazer seus dízimos<br />

para a casa do tesouro, Deus abriria as janelas do céu e<br />

derramaria para eles uma bênção até que transbordasse.<br />

Isto sem dúvidas refere-se à promessa de Deus de trazer<br />

abundantes chuvas para produzir a bênção de uma<br />

transbordante ceifa.<br />

3:11 Neste verso, Deus promete que se Israel trouxer os<br />

dízimos (e as ofertas), Ele repreenderá o devorador para<br />

que não destrua o fruto da terra. Sem dúvidas, o<br />

“devorador” é uma referência às locustas que Deus adverte<br />

que virão sobre os campos de Israel se o povo falhar em<br />

trazer o dízimo (Deuteronômio 28:38, como acima citado).<br />

3:12 Neste verso, Deus graciosamente promete que, se<br />

Israel for obediente no dar os seus dízimos e ofertas, todas<br />

as nações a chamarão abençoada. É interessante que<br />

Deus não apenas advertiu Israel de que seria amaldiçoada<br />

se desobedecesse a Lei Mosaica, mas também prometeu<br />

que seria abençoada se a obedecesse. Note estes textos,<br />

“1 E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus,<br />

tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que<br />

eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre<br />

todas as nações da terra. 2 E todas estas bênçãos virão<br />

sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR<br />

teu Deus; (Deuteronômio 28:1, 2). 4 Bendito o fruto do teu<br />

ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais; e<br />

as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. 8 O SENHOR<br />

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mandará que a bênção (esteja) contigo nos teus celeiros,<br />

e em tudo o que puseres a tua mão; e te abençoará na terra<br />

que te der o SENHOR teu Deus. 11 E o SENHOR te dará<br />

abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos<br />

teus animais, e no fruto do teu solo, sobre a terra que o<br />

SENHOR jurou a teus pais te dar. 12 O SENHOR te abrirá<br />

o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no<br />

seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e<br />

emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás<br />

emprestado”. (Deuteronômio 28:1, 2, 4, 8, 11, 12). Aqui,<br />

Deus prometeu abençoar Israel materialmente, se ela<br />

fosse obediente. A promessa inclui abundantes colheitas,<br />

copiosas chuvas, e grandes aumentos nas manadas e nos<br />

rebanhos.<br />

Portanto, é minha convicção que as bênçãos e maldições<br />

escritas em Malaquias 3:8 – 12 referem-se às bênçãos<br />

materiais que Deus prometeu a Israel, se ela obedecesse<br />

seus mandamentos e estatutos. Dizimar foi um destes<br />

mandamentos. Portanto, que podemos concluir sobre o<br />

dízimo, sob a Lei Mosaica? Penso que, com segurança,<br />

podemos concluir que o dízimo não tinha nada a ver com o<br />

dar dinheiro regularmente, numa base semanal ou mensal,<br />

mas, ao contrário, tinha a ver com a adoração a Deus<br />

conforme ordenada no tempo do Velho Pacto. O<br />

mandamento para dizimar, tal como os mandamentos para<br />

não comer camarão nem ostras, tornou-se obsoleto e foi<br />

colocado de lado, pela inauguração do Novo Pacto, na<br />

morte de Cristo. O dízimo foi o sistema de impostos e taxas<br />

ordenado por Deus sob o sistema teocrático (Deus como<br />

Governo) do Velho Testamento. Se alguém deseja dizimar<br />

realmente (literalmente) de acordo com as Escrituras, teria<br />

que fazer o seguinte:<br />

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(1) Deixar seu trabalho e comprar uma terrinha, de modo<br />

que possa criar seu gado e plantar e colher (grãos,<br />

verduras e frutas).<br />

(2) Encontrar algum descendente de Leví, para sustentá-lo<br />

sendo este um descendente do levita Arão (que realmente<br />

seja sacerdote, no Templo, em Jerusalém).<br />

(3) Usar suas colheitas para observar as festas religiosos<br />

do Velho Testamento (tais como Páscoa, Pães Asmos,<br />

Pentecostes, Tabernáculos), quando, como e onde Deus<br />

ordenou. Literalmente.<br />

4) Começar por dar pelo menos 20 por cento de todas as<br />

suas colheitas e rebanhos a Deus, e 5) Esperar que (com<br />

toda certeza) Deus amaldiçoe sua nação em oposição ao<br />

próprio crente com grande insuficiência material, se ela for<br />

infiel, ou a abençoe com grande abundância material, se<br />

for fiel.<br />

Penso que todos nós concluiríamos que isto é<br />

completamente absurdo. Todos reconhecemos que Cristo<br />

tem abolido o sacerdócio levítico, os sacrifícios de animais,<br />

e as festas religiosas, em Cristo. Bem, se isto é verdade,<br />

por que estamos tentando segurar (manter) o dízimo, que<br />

foi parte e parcela de todas essas ordenanças do Velho<br />

Testamento? Acredito que o dízimo está sendo para<br />

manter templos luxuosos, ao qual a Bíblia diz que Deus não<br />

habita mais em tais lugares e principalmente sustentar a<br />

vida de pastores, pregadores e cantores que esses sim,<br />

estão usando o nome de Deus para ganhar seus milhões.<br />

Uma coisa totalmente fora das prescrições bíblicas.<br />

DIZIMANDO, NO NOVO TESTAMENTO<br />

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A coisa mais interessante sobre o conceito de dizimar,<br />

debaixo do Novo Testamento, é que é quase que<br />

virtualmente ausente. No N.T., há (somente) quatro<br />

diferentes passagens que fazem alguma menção ao<br />

dízimo. Examinemo-las.<br />

Mateus 23:23: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!<br />

pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e<br />

desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia<br />

e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir<br />

aquelas”.<br />

Esta passagem em Mateus é também repetida de uma<br />

forma similar em Lucas 11:42. Em ambos os casos é<br />

importante notar que o dízimo tinha a ver com ervas que<br />

serviam de condimentos e eram cultivadas no quintal (o<br />

produto do campo), ao invés de ter a ver com dinheiro.<br />

Adicionalmente, Jesus falou estas palavras aos fariseus,<br />

que eram muito religiosos e guardadores da Lei, e o fez<br />

enquanto a Lei ainda estava em vigor. Dizer que, uma vez<br />

que Jesus falou a estes fariseus que deviam dizimar isto<br />

força que também nós devemos dizimar, ignora o fato que<br />

aqueles fariseus viviam sob pacto e leis diferentes<br />

daqueles de um salvo do Novo Testamento. Cristo, através<br />

da sua morte, inaugurou o Novo Pacto, assim efetivando<br />

uma mudança na Lei (Lucas 22:20; Hebreus 7:12),<br />

Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia,<br />

dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue,<br />

que é derramado por vós. (Lucas 22:20). Porque,<br />

mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz<br />

também mudança da lei. (Hebreus 7:12). Finalmente,<br />

notemos que o dízimo aqui mencionado não foi voluntário<br />

em nenhum sentido da palavra. Jesus lhes diz que<br />

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“deveis”, como tendes o dever de dizimar. (O dízimo) era<br />

mandamento, ordem para todos os judeus e, assim, era<br />

obrigatório.<br />

Lucas 18:12: “Jejuo duas vezes na semana, e dou os<br />

dízimos de tudo quanto possuo”. Jesus, nesta passagem,<br />

está ensinando a parábola acerca do fariseu e do cobrador<br />

de impostos. Cristo põe estas palavras na boca do fariseu<br />

que se via a si mesmo como justo: “dou os dízimos de tudo<br />

quanto possuo”. Cristo está enfatizando, não o dever do<br />

crente neo-testamentário pagar o dízimo mosaico aos<br />

levitas, mas que o homem se vê a si mesmo como justo,<br />

confia em suas obras para ser aceitável ante Deus, todavia,<br />

a despeito do melhor que faça, não é justificado aos olhos<br />

de Deus. Repetimos: Cristo está falando acerca de um<br />

fariseu que dá o dízimo, ao tempo em que vivia sob a Lei<br />

Mosaica, não de um crente da Dispensação da Igreja<br />

dizimando sob o Novo Pacto.<br />

Hebreus 7:1 – 10: “1 Porque este Melquisedeque, que era<br />

rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao<br />

encontro de Abraão quando ele regressava da matança<br />

dos reis, e o abençoou; 2 A quem também Abraão deu o<br />

dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de<br />

justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; 3<br />

Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de<br />

dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho<br />

de Deus, permanece sacerdote para sempre. 4 Considerai,<br />

pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão<br />

deu os dízimos dos despojos. 5 E os que dentre os filhos<br />

de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei,<br />

de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda<br />

que tenham saído dos lombos de Abraão. 6 Mas aquele,<br />

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cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos<br />

de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. 7 Ora,<br />

sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.<br />

8 E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem;<br />

ali, porém, aquele de quem se testifica que vive. 9 E, por<br />

assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe<br />

dízimos, pagou dízimos. 10 Porque ainda ele estava nos<br />

lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao<br />

encontro”.<br />

Nesta longa passagem, o objetivo do autor é mostrar a<br />

superioridade do sacerdócio de Cristo sobre o sacerdócio<br />

levítico e, portanto, exortar seus leitores para não<br />

retornarem às suas formas judaicas de adorar, repletas<br />

com seus sacerdócio, Templo e sacrifícios. O autor<br />

menciona o relato de Abraão pagando dízimos a<br />

Melquisedeque, (somente para o autor) mostrar que, desde<br />

que Levi estava nos lombos do patriarca Abraão, na<br />

realidade Levi pagou dízimos a Melquisedeque e foi<br />

abençoado por ele. Uma vez que é óbvio que o menor é<br />

sempre abençoado pelo maior, Melquisedeque e seu<br />

sacerdócio são maiores que os levitas e o sacerdócio<br />

deles. Aqui, o autor de Hebreus não está mais que<br />

reafirmando o fato que Abraão pagou dízimos a<br />

Melquisedeque, um fato que já temos analisado (acima).<br />

Esta passagem não está exortando os crentes neotestamentários<br />

a darem o dízimo como Abraão o fez,<br />

mesmo que só do despojo de guerra e só uma vez na vida.<br />

Ao contrário, está instruindo os crentes a perceberem a<br />

excelência de Cristo, o qual ministra como um sacerdote<br />

muitíssimo superior aos levitas. Portanto, esta passagem<br />

não pode ser usada para forçar o dízimo sobre os cristãos.<br />

Simplesmente, ela não foi escrita para tratar deste assunto.<br />

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Ela não tem nada a ver com cristãos dadivando das suas<br />

rendas para Deus e sua obra, mas, ao contrário, tem tudo<br />

a ver com a superioridade de Cristo.<br />

Bem, aí você tem a totalidade do ensino do Novo<br />

Testamento sobre o dízimo. Não há nem sequer uma, uma<br />

só palavra em todo o Novo Testamento que ordene ou<br />

mesmo sugira que se espera que crentes, dentro do Novo<br />

Pacto, dizimem. Mas, enquanto o Novo Testamento fica<br />

em total silêncio sobre o dever dos cristãos dizimarem, não<br />

o fica sobre o assunto de dadivar, sobre isto o N.T., fala<br />

muito e muito alto.<br />

O Novo Testamento nunca estipula certo valor percentual<br />

como um padrão obrigatório e exigido para nossas<br />

contribuições. Ao contrário, as Escrituras declaram: “Cada<br />

um contribua segundo propôs no seu coração; não com<br />

tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá<br />

com alegria”. (2 Coríntios 9:7). O dízimo do Velho<br />

Testamento foi exigência legal. Os judeus estavam sob<br />

obrigação de dá-lo. O ensino do Novo Testamento sobre o<br />

contribuir focaliza o seu caráter voluntário “Porque,<br />

segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda<br />

acima do seu poder, deram voluntariamente”. (2 Coríntios<br />

8:3). Esta contribuição voluntária é exatamente o que<br />

Abraão e Jacó estavam praticando antes da instituição da<br />

Lei, e é o que todos os cristãos devem estar praticando<br />

hoje. Os crentes de hoje têm a liberdade de dadivar tanto<br />

quanto decidam. Se quiser dar dez por cento como Abraão<br />

e Jacó o fizeram, já vimos à ocasião e através de quem o<br />

fizeram, eles estão perfeitamente livres para tal. No<br />

entanto, se decidirem dar 9 por cento ou 11 por cento ou<br />

20 por cento ou 50 por cento, então podem muito bem fazê-<br />

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lo. O padrão de suas contribuições não é uma percentagem<br />

fixa, mas o exemplo de um maravilhoso Salvador “Porque<br />

já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo<br />

rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua<br />

pobreza enriquecêsseis”. (2 Coríntios 8:9).<br />

Nosso exemplo padrão de contribuir é o próprio Cristo, o<br />

qual não deu 10 por cento nem 20 por cento nem mesmo<br />

50 por cento, mas 100 por cento! Ele deu tudo que tinha<br />

inclusive sua própria vida, para redimir homens e mulheres<br />

pecadores como eu e como você.<br />

Algumas vezes aqueles que são ricos sentem que, se<br />

pagarem apenas seus dez por cento, Deus estará alegre<br />

com eles. No entanto, um rico que dá apenas dez por cento<br />

de seus rendimentos pode na verdade desagradar a Deus,<br />

se estiver vivendo uma vida de luxo extravagante enquanto<br />

dá talvez mesmo de má vontade uma mera “ração de fome”<br />

para a obra de Deus e para as necessidades dos outros. A<br />

vontade de Deus em relação a este homem pode ser que<br />

dadive de 50 a 80 por cento de seus rendimentos, ao invés<br />

de 10 por cento. Cada pessoa deve buscar a Deus sobre o<br />

quanto e o como ela deve dadivar.<br />

Ademais, aqueles que são pobres não devem se sentir<br />

culpados se não forem capazes de dar dez por cento de<br />

seus rendimentos. É verdade que Deus honrará o homem<br />

que dá sacrificialmente, mas se uma pessoa decide que<br />

não pode dar dez por cento dos seus rendimentos e ainda<br />

assim satisfazer as necessidades mais básicas suas e de<br />

sua família, nós temos que permiti-lo aquela liberdade, sem<br />

julgá-lo. Afinal, em lugar nenhum Deus falou aos cristãos<br />

que é dever deles dar qualquer percentagem fixa.<br />

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Que o efeito deste estudo seja libertar-nos dos grilhões das<br />

tradições dos homens que não possam ser substanciadas<br />

pela Palavra de Deus (Marcos 7:1 – 13) 7 Em vão, porém,<br />

me honram, Ensinando doutrinas que são mandamentos<br />

de homens. 8 Porque, deixando o mandamento de Deus,<br />

retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e<br />

dos copos; 9 E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento<br />

de Deus para guardardes a vossa tradição. 13 Invalidando<br />

assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós<br />

ordenastes. Olhai para Jesus como o padrão e exemplo do<br />

vosso contribuir.<br />

Procurai a Deus diligentemente, sede generosos e prontos<br />

a compartilhar, para que entesoureis para vós mesmos o<br />

tesouro de uma boa fundação para o futuro, de modo que<br />

alcanceis aquela que é a verdadeira vida. (1 Timóteo 6:18,<br />

19) 18 Que façam bem, enriqueçam em boas obras,<br />

repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; 19<br />

Queentesourem para si mesmos um bom fundamento para<br />

o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.<br />

DADIVANDO, NO NOVO TESTAMENTO<br />

Se é verdade que dizimar foi parte da adoração de Israel<br />

no Velho Testamento, e que não tem nenhuma injunção<br />

prática sobre os crentes do Novo Testamento, então vem<br />

à tona, naturalmente, a pergunta “Que é que o Novo<br />

Testamento realmente ensina sobre o dar das nossas<br />

rendas a Deus?”<br />

Seguramente, o local de partida para os crentes do Novo<br />

Pacto começarem a entender qual é a revelada vontade de<br />

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Deus para o dadivar deles, está nas Escrituras do Novo<br />

Testamento. É exatamente para lá que eu gostaria de lhe<br />

levar, para juntos examinarmos a vontade de Deus para o<br />

dadivar do verdadeiro cristão.<br />

O QUANTO DO NOSSO DADIVAR<br />

Uma vez que já temos estabelecido que o dízimo não é o<br />

padrão para crentes na Nova Aliança, como então<br />

determinarmos quanto os verdadeiros cristãos devem<br />

contribuir? Examinemos três diferentes textos, para<br />

colhermos, com esforço e cuidado, algum (real e profundo)<br />

entendimento sobre este importante assunto.<br />

1 Coríntios 16:1, 2: “1 Ora, quanto à coleta que se faz para<br />

os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às<br />

igrejas da Galácia. 2 No primeiro dia da semana cada um<br />

de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua<br />

prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu<br />

chegar”.<br />

Em nosso texto, o apóstolo Paulo dá direções à igreja de<br />

Corinto: é em proporção ao quanto cada um tem<br />

prosperado que eles devem dar na coleta para os santos<br />

em Jerusalém, os quais estão em grande pobreza e<br />

passando por enormes aflições. Embora não exista<br />

nenhuma menção dos santos em Corinto darem um dízimo<br />

ou qualquer outra percentagem imposta, eles são<br />

instruídos a darem proporcionalmente à sua prosperidade.<br />

O ponto em foco é simples aqueles com mais dinheiro<br />

dêem mais, aqueles com menos dinheiro, podem dar<br />

menos. Nada mais claro nem mais simples. Será que é isso<br />

que acontece? Lógico que não.<br />

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Atos 11:27 – 30 “29 E os discípulos determinaram mandar,<br />

cada um conforme o que pudesse socorro aos irmãos que<br />

habitavam na Judéia”.<br />

Note, na narrativa, que foi proporcionalmente aos seus<br />

meios que os irmãos em Antioquia dadivaram para os<br />

irmãos que sofriam na Judéia. Em outras palavras, deram<br />

de acordo com suas capacidades. Aqueles com mais<br />

dinheiro deram mais, aqueles com menos dinheiro deram<br />

menos. Nada mais claro nem mais simples.<br />

2 Coríntios 9:7: “Cada um contribua segundo propôs no seu<br />

coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque<br />

Deus ama ao que dá com alegria”. Aqui, Paulo dá direções<br />

à igreja, para que dêem aquilo que têm proposto em seus<br />

corações. Note que o apóstolo não lhes diz quanto dar,<br />

nem lhes impõe uma percentagem fixa como padrão. Ele<br />

simplesmente lhes diz que, o que quer que tenham<br />

decidido dadivar deve ir em frente e efetivarem o dadivar.<br />

Muitas vezes, no instante em que vemos uma<br />

necessidade, determinamo-nos a dar certa quantia, mas<br />

depois, quando o tempo de dar nos alcança, somos<br />

tentados a voltar atrás ou ficar aquém. Paulo ensina que<br />

devemos ser fiéis em fazer o bem segundo o que já<br />

tínhamos proposto em nosso coração. Mas note<br />

igualmente que o apóstolo Paulo deixa o valor a critério dos<br />

Coríntios. Não devemos permitir que outras pessoas<br />

indevidamente nos manipulem, ou nos intimidem<br />

(psicologicamente ou de qualquer outra forma, levandonos)<br />

a dar por um sentimento de culpa ou de pressão. Tem<br />

que não haver nenhuma compulsão (externa) em nosso<br />

dar; o valor tem que ser nossa própria decisão.<br />

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Estes textos do Novo Testamento nos ensinam que Deus<br />

deixa a nós o decidirmos sobre o valor das nossas<br />

contribuições. Sim, devemos dar em proporção aos nossos<br />

meios e a como Deus nos tem prosperado; mas, ao final,<br />

somos livres para darmos aquilo que temos o desejo de<br />

dar. Quão libertador isto é, quando consideramos as táticas<br />

manipulativas de arrancar dinheiro que muitas igrejas de<br />

hoje tão frequentemente usam. Tenho estado em igrejas<br />

onde os líderes são induzidos a tomar empréstimos de 22<br />

a 44 salários mínimos cada líder, para dar oferta extra à<br />

igreja, em certas campanhas. (Conheço ministérios que<br />

fazem tais coisas, Foram ditos que, se não derem o<br />

estipulado) a obra de Deus fracassará. Os membros da<br />

congregação são pressionados a escrever e telefonar para<br />

parentes, pedindo dinheiro. Há campanhas pressionando<br />

para promessas assinaturas de carnês, notas promissórias<br />

e outros documentos morais e legais e para o fundo de<br />

construção, com grandes gráficos coloridos. À medida que<br />

o tempo passa, todos são pressionados a dar mais e mais.<br />

Permita-me submeter-lhe que tudo isto corre em direção<br />

contrária aos ensinos do Apóstolo em 2 Coríntios 9:7, ver<br />

acima quando citei. A vontade de Deus é que, quando<br />

vemos uma necessidade, oremos ferventemente por<br />

direção sobre como podemos satisfazer aquela<br />

necessidade. Então, com base na nossa situação<br />

financeira, dadivamos com um coração prazeroso e alegre.<br />

O PROPÓSITO DO NOSSO DADIVAR<br />

A quais tipos de necessidades devemos usar nosso<br />

dinheiro para satisfazer? Será que o Novo Testamento nos<br />

dá alguma luz sobre este importante assunto? Creio que<br />

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as Escrituras são muito claras nesta área. O Novo<br />

Testamento ensina que há três propósitos para nosso<br />

dadivar.<br />

SATISFAZER AS NECESSIDA<strong>DE</strong>S DOS SANTOS<br />

Este tema é como um fio que vai através de [toda] a<br />

Escritura. Consideremos alguns textos:<br />

Atos 2:44, 45 “44 E todos os que criam estavam juntos, e<br />

tinham tudo em comum. 45 E vendiam suas propriedades<br />

e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de<br />

mister”. O espírito de amor e generosidade era tão grande,<br />

na igreja primitiva, que os crentes, de própria vontade e<br />

alegremente, abriram mão de suas próprias propriedades<br />

e possessões, para ministrarem às necessidades dos<br />

outros santos. Eles chegaram mesmo ao ponto de vender<br />

suas terras e casas para tomarem conta um do outro (Atos<br />

4: 34). 1 João 3:17 “Quem, pois, tiver bens do mundo, e,<br />

vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas<br />

entranhas, como estará nele o amor de Deus?”. Gálatas<br />

6:9, 10 “9 E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu<br />

tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. 10<br />

Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas<br />

principalmente aos domésticos da fé”. Embora o “façamos<br />

bem” não seja claramente definido, seguramente incluiria o<br />

dadivar para satisfazer as necessidades dos domésticos<br />

da fé.<br />

Em adição a estes claros textos, lemos também, em<br />

Mateus 25:31 – 40, que, quando Cristo voltar, separará as<br />

ovelhas dos bodes. As ovelhas são descritas como aqueles<br />

que alimentaram Cristo quando ele estava faminto, deram-<br />

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lhe de beber quando estava sedento, vestiram-no quando<br />

estava nu. Quando as ovelhas replicam: “Senhor, quando...<br />

e te demos de comer? [...] e te demos de beber? 38 [...] e<br />

te hospedamos? [...] e te vestimos? 39 [...] e fomos ver-te?"<br />

Cristo responde “Em verdade vos digo que quando o<br />

fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o<br />

fizestes”. Aqui, Jesus nos diz claramente que quando<br />

usamos nosso dinheiro para vestir e alimentar os irmãos<br />

de Cristo (crentes, de acordo com Mateus 12:50 “qualquer<br />

que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é<br />

meu irmão, e irmã e mãe”), estamos ministrando a ele.<br />

Ademais, 1 Timóteo 5:16 “para que se possam sustentar<br />

as que deveras são viúvas”. Dá instruções sobre como a<br />

igreja deve sustentar viúvas desvalidas. Ainda mais, temos<br />

visto, nos textos já citados, as muitas exortações do<br />

apóstolo Paulo para dadivar aos santos pobres em<br />

Jerusalém. Portanto, é bastante claro que uma das<br />

prioridades do dadivar no Novo Testamento é satisfazer as<br />

necessidades dos santos.<br />

SATISFAZER AS NECESSIDA<strong>DE</strong>S DOS OBREIROS<br />

CRISTÃOS<br />

Além de usarmos nosso dinheiro para satisfazer as<br />

necessidades dos nossos irmãos e irmãs em Cristo, as<br />

Escrituras também nos levam a usar nosso dinheiro para<br />

sustentar os que trabalham na obra do Senhor.<br />

Consideremos as seguintes passagens:<br />

1 Timóteo 5:17, 18: “17 Os presbíteros que governam bem<br />

sejam estimados por dignos de duplicada honra,<br />

principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina;<br />

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18 Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que<br />

debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário”.<br />

Neste texto, "honra" tem que significar mais que meras<br />

estima e respeito, pois, no verso 3 do mesmo capítulo,<br />

Paulo manda a Timóteo “Honra as viúvas que<br />

verdadeiramente são viúvas”. Honrar estas viúvas é prover<br />

para elas (v. 8) e assisti-las (v. 16). Portanto, quando Paulo<br />

menciona “honrar” os anciãos que trabalham duramente na<br />

pregação e ensino (da Palavra), imediatamente depois que<br />

ele mencionou honrar as viúvas, Paulo tem que ter a<br />

mesma coisa em mente, prover e assistir aos anciãos<br />

financeiramente, de modo que possam se dedicar ao<br />

trabalho de labutarem na Palavra. Um ancião ensinador é<br />

como um boi que deve ser permitido comer enquanto está<br />

debulhando. Em outras palavras, deve ser sustentado e<br />

cuidado enquanto está trabalhando com todo esforço. Ele<br />

também é como um operário, o qual é digno de seu salário.<br />

A uniforme prática apostólica do Novo Testamento foi a de<br />

apontar anciãos para superintenderem as igrejas que os<br />

apóstolos plantavam. Paulo simplesmente está dirigindo as<br />

igrejas a proverem e assistirem financeiramente estes<br />

anciãos, de modo que possam dar seu tempo à tarefa de<br />

ministrarem ao rebanho.<br />

1 Coríntios 9:6 – 14 “6 Ou só eu e Barnabé não temos<br />

direito de deixar de trabalhar? 7 Quem jamais milita à sua<br />

própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu<br />

fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do<br />

leite do gado? 8 Digo eu isto segundo os homens? Ou não<br />

diz a lei também o mesmo? 9 Porque na lei de Moisés está<br />

escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão.<br />

Porventura tem Deus cuidado dos bois? 10 Ou não o diz<br />

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certamente por nós? Certamente que por nós está escrito;<br />

porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que<br />

debulha deve debulhar com esperança de ser participante.<br />

11 Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito<br />

que de vós recolhamos as carnais? 12 Se outros participam<br />

deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente,<br />

nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos<br />

tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho<br />

de Cristo. 13 Não sabeis vós que os que administram o que<br />

é sagrado comem do que é do templo? E que os que de<br />

contínuo estão junto ao altar, participam do altar? 14 Assim<br />

ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho,<br />

que vivam do evangelho”.<br />

Nesta passagem Paulo está clamando que os apóstolos<br />

tinham todo o direito de abster-se de viverem de trabalhos<br />

seculares e todo o direito de receberem o sustento material<br />

daqueles a quem serviam. De fato, Paulo assevera que o<br />

Senhor mandou àqueles que proclamam o evangelho que<br />

obtenham seu viver do evangelho.<br />

Filipenses 4:15 – 18 “15 E bem sabeis também, ó<br />

filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da<br />

Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com<br />

respeito a dar e a receber, senão vós somente; 16 Porque<br />

também uma e outra vez me mandastes o necessário a<br />

Tessalônica. 17 Não que procure dádivas, mas procuro o<br />

fruto que cresça para a vossa conta. 18 Mas bastante tenho<br />

recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que<br />

recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado,<br />

como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e<br />

aprazível a Deus”.<br />

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Neste texto o apóstolo declara expressamente que a<br />

dádiva que os filipenses lhe haviam enviado foi um<br />

fragrante aroma, um sacrifício aceitável, e foi agradável a<br />

Deus. O próprio Deus nos tem dado sua aprovação para<br />

usarmos nosso dinheiro para sustento de fiéis obreiros<br />

cristãos. Portanto, é importante que o povo de Deus utilize<br />

seus recursos financeiros para sustentar obreiros cristãos,<br />

quer sejam anciãos de uma igreja local, ou evangelistas<br />

itinerantes, ou missionários.<br />

SATISFAZER AS NECESSIDA<strong>DE</strong>S DOS POBRES<br />

Em adição ao uso do nosso dinheiro para satisfazer às<br />

necessidades dos santos e dos obreiros cristãos, as<br />

Escrituras também nos mandam usar nosso dinheiro na<br />

satisfação das necessidades dos pobres. Considere os<br />

seguintes textos:<br />

Lucas 12:33, 34 “33 Vendei o que tendes, e dai esmolas.<br />

Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos<br />

céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça<br />

não rói. 34 Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará<br />

também o vosso coração”.<br />

Efésios 4:28 “Aquele que furtava, não furte mais; antes<br />

trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que<br />

tenha o que repartir com o que tiver necessidade”.<br />

Aqui a pessoa que sofre a necessidade não é identificada<br />

como crente, mas presumivelmente pode ser qualquer um<br />

padecendo privação.<br />

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Tiago 1:27 “A religião pura e imaculada para com Deus, o<br />

Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas<br />

tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”.<br />

Visitar órfãos e viúvas em suas necessidades tem que<br />

significar mais que fazer-lhes uma mera visitinha social.<br />

Está implícita, na declaração, a idéia de ajudar estes órfãos<br />

e viúvas, o que, sem dúvidas, requereria dadivar<br />

sacrificialmente.<br />

Como temos visto, podemos desta maneira sumariar o<br />

ensino do Novo Testamento sobre o propósito do dadivar:<br />

(a) satisfazer as necessidades dos santos,<br />

(b) satisfazer as necessidades dos obreiros cristãos, e<br />

(c) satisfazer as necessidades dos pobres.<br />

Note que o dadivar, no Novo Testamento, é sempre para<br />

satisfazer as necessidades das pessoas. É interessante<br />

que aquela coisa na qual a igreja na América gasta a maior<br />

parte do seu dinheiro, depois de pagar o salário do seu<br />

pessoal, não é de modo algum mencionada no Novo<br />

Testamento, prédios da igreja. A Bíblia simplesmente não<br />

fala de nenhuma igreja entrando em débito para comprar<br />

ou construir caros prédios, pela simples razão de que a<br />

igreja primitiva não se reunia em prédios especiais. Eles se<br />

reuniam em casas. Assim, não havia despesa “não estrita<br />

e diretamente com o evangelho e com pessoas”, tal<br />

despesa, só faria drenar a energia e as finanças da igreja.<br />

Desta maneira, todas as dádivas do povo de Deus podiam<br />

ir diretamente para satisfazer as necessidades de pessoas.<br />

Incidentalmente, não há nas Escrituras nada de que eu<br />

tenha conhecimento e que exija que todo nosso dadivar ao<br />

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Senhor tem que ser primeiramente entregue aos líderes da<br />

igreja, e depois distribuídos por eles conforme eles o<br />

prefiram. De fato, creio que algumas das nossas dádivas<br />

devem ser feitas diretamente de pessoa para pessoa, para<br />

preservarmos o anonimato (Mateus 6:1 – 4). É razoável,<br />

portanto, colocar de lado (em casa ou numa conta bancária<br />

separada e especial) uma parte da sua dádiva total, de<br />

modo que, quando uma necessidade especial ou uma<br />

emergência surgir, tenhamos alguns recursos financeiros<br />

de que possamos sacar para satisfazer aquela<br />

necessidade.<br />

O MODO DO NOSSO DADIVAR<br />

Além de nos iluminar sobre o valor total e sobre o propósito<br />

do nosso dadivar, as Escrituras nos ensinam diversas<br />

coisas sobre como devemos dadivar.<br />

<strong>DE</strong>VEMOS DADIVAR ANONIMAMENTE<br />

Em Mateus 6:1 – 4 “1 Guardai-vos de fazer a vossa esmola<br />

diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não<br />

tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus”.<br />

2 Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta<br />

diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas<br />

ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade<br />

vos digo que já receberam o seu galardão. 3 Mas, quando<br />

tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz<br />

a tua direita; 4 Para que a tua esmola seja dada em<br />

secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te<br />

recompensará publicamente.<br />

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Jesus nos ensina a dadivar em segredo, para que aquele<br />

que vê em segredo nos recompense. Este tipo de dadivar<br />

é preferível, pois protege o dadivador de orgulho espiritual.<br />

Quando você quiser dar uma dádiva a alguém, procure<br />

maneiras de satisfazer a necessidade que você percebeu,<br />

sem que o beneficiário jamais saiba quem deu o dinheiro.<br />

<strong>DE</strong>VEMOS DADIVAR VOLUNTARIAMENTE POR NOSSA<br />

VONTA<strong>DE</strong> E COM AMOR<br />

2 Coríntios 8:3, 4 diz “3 Porque, segundo o seu poder (o<br />

que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram<br />

voluntariamente. 4 Pedindo-nos com muitos rogos que<br />

aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que<br />

se fazia para com os santos”.<br />

Somos aqui ensinados que as igrejas da Macedônia deram<br />

de suas próprias vontades. Ninguém os estava<br />

manipulando (emocional e psicologicamente, nem lhes<br />

torcendo o braço, obrigando-os). Em 2 Coríntios 9:7 Paulo<br />

diz “Cada um contribua segundo propôs no seu coração;<br />

não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama<br />

ao que dá com alegria”. Se não devemos dadivar com<br />

tristeza ou sob compulsão (externa), então devemos<br />

dadivar voluntariamente, de ânimo pronto, com prazer e<br />

alegria. Deus quer que nosso dadivar provenha do nosso<br />

coração. Ele quer que dadivemos porque temos todo o<br />

desejo de fazê-lo.<br />

<strong>DE</strong>VEMOS DADIVAR EXPECTATIVAMENTE<br />

Quando dadivamos, devemos esperar que Deus nos<br />

abençoe nesta presente vida. Consideremos os ensinos do<br />

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apóstolo Paulo. 2 Coríntios 9:6 “E digo isto: Que o que<br />

semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em<br />

abundância, em abundância ceifará”.<br />

Quando alguém semeia por girar seu braço e espalhando<br />

abundantemente as sementes com a mão aberta, parece<br />

que está apenas jogando fora bom grão. Mas, se ele<br />

firmemente prendesse as sementes na sua mão (não<br />

deixando nenhuma escapar), ou se apenas jogasse uma<br />

ou duas sementes, teria uma ceifa muito pequena. Assim<br />

também com o dadivar do crente. Se não dermos nada ou<br />

se dermos muito pouco, só podemos esperar muito poucas<br />

bênçãos. Mas, se dermos com uma mão aberta e<br />

generosa, podemos esperar que colhamos<br />

abundantemente. John Bunyan disse uma certa vez: “Um<br />

santo nunca dizia ‘esta moeda é minha’, e, quanto mais ele<br />

dadivava, mais ele tinha”. Muitos têm torcido 2 Coríntios<br />

9:9 como se ensinasse que Deus quer que dadivemos<br />

tendo, dentro de nós mesmos, o objetivo de recebermos.<br />

Este tipo de ensino apela para a carne, e faz crescer um<br />

espírito de avareza e cobiça nos crentes. Mas, ao contrário<br />

disto, Paulo nesta passagem está ensinando que devemos<br />

dadivar com o objetivo de recebermos mais para podermos<br />

dadivar ainda mais. Vejamos como Paulo expressa isto,<br />

nos versos 8 – 11: “8 E Deus é poderoso para fazer<br />

abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre,<br />

em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra;<br />

9 Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua<br />

justiça permanece para sempre. 10 Ora, aquele que dá a<br />

semente ao que semeia, também vos dê pão para comer,<br />

e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da<br />

vossa justiça; 11 Para que em tudo enriqueçais PARA toda<br />

a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a<br />

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Deus”. Notemos, nesta passagem, que Paulo está<br />

asseverando que Deus abençoará o dadivador generoso<br />

fazendo toda a graça abundar sobre ele, para que, em<br />

consequência, este tenha uma abundância para toda boa<br />

obra. Ademais, Deus promete multiplicar a semente do<br />

dadivador para semear e (promete) aumentar a colheita de<br />

sua retidão. Estas passagens sem dúvida alguma apontam<br />

para o fato de que Deus abençoa aqueles que dadivam, de<br />

modo que possam dar ainda mais. Uma vez que Deus é o<br />

maior dadivador de todos, devemos nos esforçar para<br />

sermos na semelhança dele. E a única maneira de<br />

podermos ser maiores dadivadores no futuro é<br />

começarmos a dar generosamente agora. É muito<br />

interessante que isto seja exatamente o que os Provérbios<br />

de Salomão nos ensinam, embora tenham sido escritos<br />

centenas de anos antes.<br />

Provérbios 19:17 “Ao SENHOR empresta o que se<br />

compadece do pobre, Ele lhe pagará o seu benefício”.<br />

Provérbios 11:24, 25 “24 Ao que distribui mais se lhe<br />

acrescenta, e ao que retém mais do que é justo, é para a<br />

sua perda. 25 A alma generosa prosperará e aquele que<br />

atende também será atendido”.<br />

Em adição, também devemos esperar que Deus nos<br />

abençoará na vida futura. Se há uma coisa que a Bíblia<br />

deixa muito clara é que, quando dadivamos, estamos<br />

entesourando para nós mesmos tesouros no céu. Note a<br />

ênfase nos tesouros celestiais, futuros, nas seguintes<br />

passagens:<br />

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Mateus 6:19 – 21 “19 Não ajunteis tesouros na terra, onde<br />

a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões<br />

minam e roubam; 20 Mas ajuntai tesouros no céu, onde<br />

nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões<br />

não minam nem roubam. 21 Porque onde estiver o vosso<br />

tesouro, aí estará também o vosso coração”.<br />

Lucas 12:33 “Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei<br />

para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus<br />

que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não<br />

rói”.<br />

1 Timóteo 6:18, 19 “18 Que façam bem, enriqueçam em<br />

boas obras, repartam de boa mente, e sejam<br />

comunicáveis; 19 Que entesourem para si mesmos um<br />

bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar<br />

a vida eterna”.<br />

Em todas estas passagens (quer dirigidas aos discípulos,<br />

ao rico jovem proprietário, ou aos opulentos crentes de<br />

Éfeso) a mensagem é a mesma, o generoso dadivar será<br />

recompensado por tesouros celestiais. Preferirias tu ter seu<br />

tesouro na terra, onde perecerá, ou no céu, onde o gozarás<br />

eternamente? Tua resposta a esta pergunta terá muito a<br />

ver com o como verás e usarás tuas riquezas.<br />

<strong>DE</strong>VEMOS DADIVAR ANIMADAMENTE COM ÂNIMO E<br />

ALEGRIA<br />

Em 2 Coríntios 9:7 nós aprendemos qual espírito devemos<br />

ter ao dadivarmos “Cada um contribua segundo propôs no<br />

seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque<br />

Deus ama ao que dá com alegria”.<br />

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Se cada crente soubesse quão grande chuva de bênçãos<br />

gozaríamos através do dadivar, seríamos como os crentes<br />

da Macedônia, que imploraram a Paulo para terem a<br />

oportunidade de dadivar (2 Coríntios 8:3, 4). Dadivar<br />

deveria ser visto como um grande privilégio, não como uma<br />

pesada carga ou um doloroso dever. Deus não deseja que<br />

seu povo dadive movido por um sentimento de compulsão<br />

ser empurrado à força e contra a vontade, mas sim movido<br />

por uma atitude de alegria e animação. A suprema e<br />

definitiva passagem no NT que declara a atitude com a qual<br />

devemos dadivar descreve – a como “com alegria”. Que<br />

Deus nos ajude a dadivar em um espírito que O honre!<br />

<strong>DE</strong>VEMOS DADIVAR SACRIFICIALMENTE<br />

Nas Escrituras temos vários exemplos onde Deus olha com<br />

aprovação para o nosso dadivar sacrificial:<br />

2 Coríntios 8:1 – 5 “1 Também, irmãos, vos fazemos<br />

conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedónia;<br />

2 Como em muita prova de tribulação houve abundância<br />

do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em<br />

riquezas da sua generosidade. 3 Porque, segundo o seu<br />

poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu<br />

poder, deram voluntariamente. 4 Pedindo-nos com muitos<br />

rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste<br />

serviço, que se fazia para com os santos. 5 E não somente<br />

fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se<br />

deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela<br />

vontade de Deus”.<br />

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Logo de partida, notemos que os crentes macedônicos<br />

tinham pouquíssimos dinheiro e bens. São descritos como<br />

estando suportando muita aflição e experimentando<br />

profunda pobreza. Apesar de tudo, também é dito que<br />

tinham dadivado além das suas possibilidades! Que Deus<br />

nos habilite a os imitarmos em nossas próprias vidas!<br />

Marcos 12:41 – 44 “41 E, estando Jesus assentado<br />

defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a<br />

multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos<br />

ricos deitavam muito. 42 Vindo, porém, uma pobre viúva,<br />

deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo.<br />

43 E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em<br />

verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que<br />

todos os que deitaram na arca do tesouro; 44 Porque todos<br />

ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua<br />

pobreza, deitou tudo o que tinha todo o seu sustento”.<br />

Jesus escolheu esta mulher para servir aos seus discípulos<br />

de maravilhoso exemplo do dadivar. Quando Cristo viu o<br />

espírito sacrificial dela amoroso e de vontade livre e boa,<br />

Ele chamou os Seus discípulos para se aproximarem,<br />

observarem, e aprenderem uma lição, através da vida dela.<br />

Que também aprendamos, e saiamos, e façamos<br />

semelhantemente.<br />

Podes tu afirmar que teu dadivar é caracterizado por um<br />

espírito de sacrifício com felicidade? Teu dadivar realmente<br />

te é custoso? Realmente representa um sacrifício? Na<br />

realidade, não é quanto dadivamos que é tão importante,<br />

mas sim quanto é que resta e guardamos para nós<br />

mesmos, depois de dadivarmos. Que nosso grande e<br />

glorioso Deus nos habilite a praticarmos um gozoso e<br />

sacrificial dadivar!<br />

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A MOTIVAÇÃO DO NOSSO DADIVAR<br />

Agora que já temos visto os que as Escrituras nos ensinam<br />

com referência ao total, ao propósito, e à maneira de<br />

dadivarmos, voltemo-nos para examinar o que a Bíblia nos<br />

ensina sobre qual deve ser a motivação do nosso dadivar.<br />

O EXEMPLO <strong>DE</strong> CRISTO<br />

Justo na metade da mais extensa exposição do Novo<br />

Testamento sobre o dadivar (2 Coríntios 8:9), o apóstolo<br />

Paulo lança mão do exemplo de Jesus Cristo para<br />

estabelecer qual deve ser nossa maior motivação.<br />

Considere as palavras de Paulo em 2 Coríntios 8:9,<br />

“Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo<br />

que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que<br />

pela sua pobreza enriquecêsseis”. Cristo era infinitamente<br />

rico em sua existência pré-encarnação, no céu. Era<br />

incessantemente adorado por uma grande hoste de seres<br />

angelicais. Sendo Deus, exercia onipotência, onisciência e<br />

onipotência. Juntamente com o Pai e o Espírito Santo,<br />

reinava sobre todo o universo que tinham criado. Todavia,<br />

Cristo de livre vontade escolheu se tornar pobre. Jogou no<br />

chão seu direito ao exercício independente de seus<br />

atributos. Nasceu em um estábulo e foi criado por pais<br />

muito pobres. Viveu uma vida obscura e simples.<br />

Dependeu do Deus Pai para toda a sua sobrevivência.<br />

Nunca acumulou possessões durante todo o tempo de sua<br />

vida; na verdade, parece que as únicas possessões que<br />

ele podia chamar de suas foram às roupas sobre suas<br />

costas. Ao final de sua vida, pela própria vontade ele<br />

entregou a única coisa que ainda lhe restava, sua própria<br />

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vida. Ao depor sua vida Jesus estava dando tudo, para nos<br />

livrar dos nossos pecados. Embora fosse rico, tornou-se<br />

pobre. E qual foi o propósito deste grande ato de sacrifício?<br />

Foi que, através de sua pobreza, nós nos tornássemos<br />

ricos. Nós, aqueles que cremos nele, temos herdado<br />

grandes riquezas: perdão, adoção, justificação, Deus o<br />

Espírito Santo habitando em nós, paz com Deus, acesso a<br />

Deus, santificação, e a glória eterna que em breve virá!<br />

Note que Cristo não nos deu apenas dez por cento dos<br />

seus recursos ao nos comprar e presentear tamanhos<br />

tesouros. Ele deu 100%! Um discípulo naturalmente deseja<br />

ser como seu senhor. Portanto, empenhemo-nos<br />

esforçadamente para imitar nosso Senhor. Não nos<br />

contentemos em dar uma pequena fração de nossa renda.<br />

Oremos que Deus nos habilite a dar mais e mais, para<br />

ajudar pessoas sofrendo e para expandir o reino de Deus<br />

através do mundo!<br />

A OR<strong>DE</strong>M <strong>DE</strong> CRISTO<br />

Não apenas temos o exemplo de Cristo para nos motivar,<br />

como também temos sua ordem. Jesus expressou-se<br />

muito claramente em João 15:12, 13, “12 O meu<br />

mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim<br />

como eu vos amei. 13 Ninguém tem maior amor do que<br />

este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”. Jesus,<br />

nesta passagem, está ordenando aos seus seguidores que<br />

amem um ao outro de modo idêntico àquele com que Ele<br />

os amou, a saber, sendo totalmente dedicado a eles. Este<br />

tipo de dedicação tem que, pela própria natureza do caso,<br />

incluir a vontade de darmos dos nossos recursos para<br />

ajudarmos um ao outro. Jesus deu tudo, inclusive sua<br />

própria vida, por nós. É deste modo que somos ordenados<br />

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amar um ao outro. Saberemos se realmente amamos<br />

nossos irmãos e irmãs quando estivermos desejosos de<br />

abrir nossas carteiras ou talões de cheque e dar para<br />

satisfazer suas reais necessidades. Que Deus nos habilite<br />

a seguirmos seu Filho em obediência!<br />

CONCLUSÃO<br />

As Escrituras não ensinam que o dízimo é obrigatório sobre<br />

os crentes durante, a dispensação de o Novo Testamento.<br />

No entanto, as mesmas Escrituras decididamente ensinam<br />

que os crentes devem ser dadivadores generosos,<br />

sacrificiais, expectantes, e muito animados.<br />

Será que isto descreve você? É minha sincera oração que<br />

o Espírito Santo use este artigo para desafiá-lo a repensar<br />

os seus padrões de dadivar, e para verificar se eles se<br />

alinham com a vontade de Deus, conforme expressa no<br />

Novo Testamento. Se não estiverem, vá ao Senhor em<br />

oração e peça-lhe o poder e a graça para lhe obedecer<br />

plenamente em todas as coisas.<br />

Lembre-se que muitos viriam em nome do SENHOR, mas<br />

são ladrões. Lobos devoradores, Estrelas errantes,<br />

Amantes de si mesmos, falsos mestres, Falsos Pastores,<br />

Falsos sábios, pois, não tem temor a Deus, logo não pode<br />

ter a Sabedoria do alto, porque o princípio da Sabedoria é<br />

o temor a Deus.<br />

Sou pastor e não dou o dízimo, pelo contrário transformo<br />

minha o meu dadivar em oferta, e em alimento para pobres<br />

e mendigos, acreditando em uma porta aberta para<br />

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pregação do Santo Evangelho, contribua de acordo com o<br />

que vocês podem, não 10%, mas o que vocês podem, se<br />

possível dê até 100%, mas para o cuidado de pessoas que<br />

morrem de fome, e de doenças, de pessoas necessitadas<br />

em geral.<br />

Ó ADVENTISTAS SEM JUÍZO!<br />

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber,<br />

ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos<br />

sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o<br />

corpo é de Cristo” – Colossenses 2:16, 17.<br />

“Exposição da Epístola do Apóstolo São Paulo aos<br />

Gálatas”.<br />

O fim deste mandamento é que, mortos para os nossos<br />

próprios interesses e obras, meditemos no Reino de Deus<br />

e a essa meditação nos apliquemos com os meios por ele<br />

estabelecidos. Contudo, uma vez que tem este<br />

mandamento uma consideração peculiar e distinta dos<br />

outros, ele requer ordem de exposição um pouco diferente.<br />

Os antigos costumam chamá-lo um mandamento<br />

prefigurativo, porque contém a observância externa de um<br />

dia, a qual foi abolida, com as demais figuras, na vinda de<br />

Cristo, o que certamente é dito por eles com verdade, mas<br />

ferem a questão apenas pela metade. Por isso tem-se de<br />

buscar uma exposição mais profunda e levar em<br />

consideração três causas pelas quais, a mim me parece<br />

ficar patente, eles têm observado este mandamento.<br />

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Primeira, pois o Celeste Legislador quis que sob o<br />

descanso do sétimo dia prefigurasse ao povo de Israel um<br />

repouso espiritual, pelo qual devem os fiéis descansar de<br />

suas próprias atividades para que deixem Deus operar<br />

neles. Segunda, quis Ele que um dia fosse estabelecido no<br />

qual se reunissem para ouvir a lei e realizar os atos de<br />

culto, ou, pelo menos, o consagrassem particularmente à<br />

meditação de suas obras, de sorte que, por esta<br />

rememoração, fossem exercitados à piedade. Terceira,<br />

ordenou um dia de repouso no qual se concedesse aos<br />

servos e aos que vivem sob o domínio de outros para que<br />

tivessem alguma relaxação de seu labor.<br />

Devemos guardar a Lei para que haja justificação diante de<br />

Deus? A guarda do sábado, por exemplo, é uma ordenação<br />

para igreja de Cristo? Faz parte da graça obedecermos a<br />

preceitos da lei para que assim sejamos aceitos por Deus?<br />

Porque os adventistas “obrigam” as pessoas a guardarem<br />

um dia como se isso fosse uma condição de aceitação por<br />

parte de Deus? Eles estão com a verdade? O que a<br />

escritura nos diz a respeito?<br />

Primeiro, devemos entender que a guarda dos sábados<br />

existiam dois princípios: 1) moral e 2) cerimonial, o único<br />

princípio que devemos guardar é o moral, pois, a<br />

perpetuidade da guarda de um dia para adorarmos a Deus<br />

existem evidências bíblicas, e acompanha a Teologia<br />

histórica, mas já a cerimonial já foi cumprida em Cristo de<br />

acordo com Colossenses 2:17 onde diz “(que os ritos<br />

cerimoniais), são sombras das coisas futuras, mas o corpo<br />

é de Cristo”.<br />

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Nesse texto refutaremos a questão “judaizante” pregada<br />

pelos adventistas, onde ensinam que para que um cristão<br />

tenha verdadeiramente fé e real espiritualidade, é<br />

necessário que se observe a preceitos da Lei. Será? A<br />

epístola escrita pelo Apóstolo São Paulo aos Gálatas<br />

responderá a essa questão.<br />

Paulo inicia sua argumentação acerca de como um<br />

pecador é aceito ou não por Deus a partir do capítulo 2:15:<br />

“O fato é que nós somos judeus de nascimento e não<br />

“pecadores não judeus”, como eles são chamados. Mas<br />

sabemos que todos são aceitos por Deus somente pela fé<br />

em Jesus Cristo, e não por fazerem o que a lei manda”,<br />

aqui notamos por qual meio todos são aceitos por Deus, e<br />

é nessa parte que está à chave para toda a interpretação<br />

acerca das doutrinas da graça, “a fé – Sola Fide”, em Jesus<br />

Cristo, pois, “o justo viverá pela fé”. (Romanos 1:17). Assim<br />

nós também temos crido em Cristo Jesus a fim de sermos<br />

aceitos por Deus pela nossa fé em Cristo e não por<br />

fazermos o que a Lei ordena. Pois ninguém é aceito por<br />

Deus por fazer o que a lei ordena. Ao procurarmos ser<br />

aceitos por Deus por estarmos unidos com Cristo, fica claro<br />

que somos pecadores como os não judeus. Mas será que<br />

isso quer dizer que Cristo trabalha em favor do pecado?<br />

Não! Claro que não! Se eu, depois de ter destruído a lei,<br />

começar a construí-la de novo como meio de ser aceito por<br />

Deus, aí, sim, fica claro que eu havia quebrado a Lei. Pois,<br />

quanto à Lei, estou morto, morto pela própria Lei, a fim de<br />

viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz.<br />

Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em<br />

mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho<br />

de Deus, que me amou e se deu a Si mesmo por mim. Eu<br />

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me recuso a rejeitar a graça de Deus. Pois, se é por meio<br />

da Lei que as pessoas são aceitas por Deus, então a morte<br />

de Cristo não adiantou nada!<br />

E não é isso que os adventistas ensinam quando obrigam<br />

aos crentes a guardarem o sábado, ou a se abster de<br />

determinados alimentos? Dessa forma não negam a graça<br />

de Deus? Reconstruindo a lei como uma forma de serem<br />

aceitos por Deus por obras da Lei? O ensinamento de<br />

Paulo não é claro acerca da nossa aceitação mediante a<br />

fé? Sim! Claro que sim!<br />

Lei e Fé.<br />

Paulo na exposição do evangelho de Jesus Cristo no<br />

terceiro capítulo aos Gálatas inicia dizendo da insensatez<br />

de reverte-se ao legalismo. Ó gálatas sem juízo! E ainda,<br />

para os tempos atuais Paulo diria: “Ó adventistas sem<br />

juízo!” Quem foi que enfeitiçou vocês?<br />

Na pregação de Paulo ele diz: Eu fiz uma descrição perfeita<br />

da morte de Jesus Cristo na cruz, por assim dizer, vocês<br />

viram Jesus na cruz, e até mesmo o Seu sangue sendo<br />

derramado. E hoje temos a plenitude de toda revelação<br />

disponível e iluminada em nosso entendimento por meio do<br />

Espírito Santo, e vocês adventistas preferiram uma<br />

“profetisa” (Ellen G.White). Talvez esteja aqui à fonte de<br />

toda deterioração acerca da interpretação bíblica por parte<br />

dos Adventistas.<br />

Adventistas respondam: Vocês receberam o Espírito de<br />

Deus por terem feito o que a lei manda ou por terem ouvido<br />

a mensagem do evangelho e terem crido nela? Como é que<br />

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vocês podem ter tão pouco juízo? Vocês começaram a sua<br />

vida cristã pelo poder do Espírito de Deus e agora querem<br />

ir até o fim pelas suas próprias forças? Será que as coisas<br />

pelas quais vocês passaram não serviram para nada? Não<br />

é possível! Será que, quando Deus dá o seu Espírito e faz<br />

milagres entre vocês, é porque vocês fazem o que a Lei<br />

manda? Não será que é porque vocês ouvem a mensagem<br />

e creem nela?<br />

Lembrem-se do que as Escrituras Sagradas dizem a<br />

respeito de Abraão: “Ele creu em Deus, e por isso Deus o<br />

aceitou”. Portanto, vocês devem saber que os verdadeiros<br />

descendentes de Abraão são os que têm fé. Antes que isso<br />

acontecesse, viram nas Escrituras que Deus iria aceitar os<br />

“não judeus” por meio da fé. Por isso, antes de chegar o<br />

tempo, elas anunciaram a boa notícia a Abraão, dizendo:<br />

“Por meio de você, Deus abençoará todos os povos”.<br />

Abraão creu e foi abençoado, portanto, todos os que creem<br />

são abençoados como ele foi.<br />

Os que confiam na sua obediência à lei estão debaixo da<br />

maldição de Deus. Pois as Escrituras Sagradas dizem:<br />

“Quem não obedece sempre a tudo o que está escrito no<br />

Livro da Lei está debaixo da maldição de Deus”. (Gálatas<br />

3:10) E vocês adventistas, obedecem a tudo o que a Lei<br />

manda? É claro que não! É claro que ninguém é aceito por<br />

Deus por meio da Lei, pois as Escrituras dizem: “Viverá<br />

aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus”. Mas a lei<br />

não tem nada a ver com a fé. Pelo contrário, como dizem<br />

as Escrituras: “Viverá aquele que fizer o que a lei manda”.<br />

Porém Cristo, tornando-se maldição por nós, nos livrou da<br />

maldição imposta pela Lei. Como dizem as Escrituras:<br />

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“Maldito todo aquele que for pendurado numa cruz!” Cristo<br />

fez isso para que a bênção que Deus prometeu a Abraão<br />

seja dada, por meio de Cristo Jesus, aos não judeus, a nós<br />

cristãos, e para que todos nós recebamos por meio da fé o<br />

Espírito que Deus prometeu. E vocês não querem essa<br />

liberdade por achar que podem agradar a Deus por suas<br />

próprias obras? Acham que receberam a aprovação de<br />

Deus por méritos próprios? “Como está escrito: Não há um<br />

justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não<br />

há ninguém que busque a Deus”. (Romanos 3:10, 11).<br />

E vocês adventistas, esqueceram-se dessa situação em<br />

que o homem natural se encontra? Vocês eram assim!<br />

Vocês foram aceitos por Deus pelas obras da lei ou pela<br />

obra de Cristo? Vocês são salvos por seus esforços ou pela<br />

obra do Calvário? Vocês esqueceram o que Tiago disse:<br />

“Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um<br />

só ponto, tem-se tornado culpado de todos”.<br />

Adventistas, vou usar um exemplo cotidiano: quando duas<br />

pessoas combinam alguma coisa e assinam um contrato,<br />

ninguém pode quebrá-lo ou acrescentar qualquer coisa a<br />

ele. Pois Deus fez as suas promessas a Abraão e ao seu<br />

descendente. Quando as Escrituras dizem que Deus fez as<br />

suas promessas a Abraão “e à sua descendência”, elas<br />

não querem dizer que se trata de muitas pessoas, mas de<br />

uma só, isto é, Cristo Jesus. O que eu quero dizer é: que<br />

Deus fez uma aliança com Abraão e prometeu cumpri-la. A<br />

lei, que foi dada quatrocentos e trinta anos depois, não<br />

pode quebrar aquela aliança, nem anular a promessa de<br />

Deus. Porque, se aquilo que Deus dá depende da Lei,<br />

então o que ele dá já não depende da sua promessa. Mas<br />

o que Deus deu a Abraão, Ele deu porque havia prometido.<br />

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E porque vocês acham que Deus lhes dará alguma coisa<br />

mediante da Lei? O que vocês não conseguem entender?<br />

Porque vocês negam a graça de Deus? Na Lei morremos!<br />

E em Cristo vivemos!<br />

Então, por que é que foi dada a Lei? Ela foi dada para<br />

mostrar as coisas que são contra a vontade de Deus. Em<br />

primeiro lugar, a Lei tinha a intenção de revelar o pecado,<br />

e não de assegurar a justiça (Romanos 4:15; 5:20). Uma<br />

medida temporária, introduzida para convencer as pessoas<br />

de sua necessidade de justificação e de sua incapacidade<br />

de se salvar a si mesmos, levando-os, assim, a<br />

necessidade urgente de uma Salvador (redenção), Cristo<br />

Jesus! Em segundo lugar, a Lei é inferior à promessa, vinda<br />

pelos anjos e por Moisés (Deuteronômio 33:2; Salmos<br />

68:17; Atos 7:53; Hebreus 2:2) em contraste à promessa<br />

que veio direto de Deus para Abraão.<br />

Lembremo-nos desta ocasião: “O povo, ao ver que Moisés<br />

demorava a descer do monte, juntou-se ao redor de Arão<br />

e lhe disse: Venha, faça para nós deuses que nos<br />

conduzam, pois a esse Moisés, o homem que nos tirou do<br />

Egito, não sabemos o que lhe aconteceu”. (Êxodo 32:1).<br />

Vocês (adventistas) se acham diferentes desse povo? A<br />

resposta é não! Vocês se acham possuidores da verdade?<br />

A resposta é não! A semelhança de vocês (adventistas), e<br />

desse povo é que vocês sentem a mesma vontade, só que<br />

em tempos diferentes, à volta escravidão!<br />

Se nenhum homem conseguiu cumprir a Lei, e porque<br />

vocês acham que conseguirão? O mais perfeito dos Rabis,<br />

conseguiu apenas observar 230 pontos dos 613 preceitos<br />

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da Lei, a Lei diz: “Faça e viva!”, no entanto a Graça diz:<br />

“Viva e Faça!”.<br />

A lei devia durar até que viesse o descendente de Abraão,<br />

pois a promessa foi feita a esse descendente. A lei foi<br />

entregue por anjos, e um homem serviu de intermediário.<br />

Porém não é preciso haver intermediário quando se está<br />

falando de uma só pessoa, e Deus é um só (Deus Pai,<br />

Deus Filho e Deus Espírito Santo). Aleluia!<br />

Será que isso quer dizer que a Lei é contra as promessas<br />

de Deus? É claro que não! Porque, se tivesse sido dada<br />

uma Lei que pudesse dar vida às pessoas, então elas<br />

seriam aceitas por Deus, pois, obedeceriam a Ele pela Lei,<br />

e porque vocês não entendem isso? A Lei não pode nos dá<br />

a vida, na verdade estamos mortos por causa da Lei.<br />

Porém as Escrituras Sagradas afirmam que o mundo<br />

inteiro está dominado pelo pecado, e isso para que as<br />

pessoas receba o que Deus promete aos que têm fé em<br />

Jesus Cristo, a salvação: “Porque pela graça sois salvos,<br />

por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”.<br />

(Efésios 2:8).<br />

Mas, antes que chegasse o tempo da fé, nós éramos<br />

prisioneiros da Lei, até que fosse revelada a fé que devia<br />

vir. Assim, a Lei ficou tomando conta de nós até que Cristo<br />

viesse para podermos ser aceitos por Deus por meio da fé<br />

no Filho de Deus. Agora que chegou o tempo da fé, não<br />

precisamos mais da Lei para tomar conta de nós.<br />

Pois, por meio da fé em Cristo Jesus, todos são filhos<br />

(adotados) de Deus por eleição, segundo o beneplácito de<br />

Sua vontade. Porque vocês foram batizados para ficarem<br />

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unidos com Cristo e assim se revestiram com as<br />

qualidades do próprio Cristo. Desse modo não existe<br />

diferença entre judeus e não judeus, entre escravos e<br />

pessoas livres, entre homens e mulheres, “Portanto,<br />

ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por<br />

causa dos dias de festa (dias sagrados anuais), ou da lua<br />

nova (dias sagrados mensais), ou DOS SÁBADOS (dias<br />

sagrados semanais), Que são sombras das coisas futuras,<br />

mas o corpo é de Cristo”. (Colossenses 2:16, 17).<br />

Todos nós somos um só (corpo) por estarmos unidos com<br />

Cristo Jesus, o cabeça. E, já que vocês pertencem a Cristo,<br />

se é que pertencem, então são descendentes de Abraão e<br />

receberão aquilo que Deus prometeu, mas não digam que<br />

para receber tal promessa obrigatoriamente se faz<br />

necessário guardar os sábados ou qualquer outro preceito<br />

da Lei, porque não encontramos nenhum fundamento<br />

bíblico para a sustentação dessa doutrina “judaizante”, na<br />

dispensação da graça, no pacto da graça.<br />

Vocês que querem estar debaixo da Lei, me digam uma<br />

coisa: Vocês não estão ouvindo o que a Lei diz? Ela diz<br />

que Abraão teve dois filhos: um de uma escrava, Agar; e<br />

outro, de uma mulher livre, Sara. O filho da escrava foi<br />

gerado como todas as crianças são geradas, mas o filho<br />

da mulher livre foi gerado por causa da promessa de Deus.<br />

Isto serve como um símbolo: as duas mulheres<br />

representam as duas alianças. Uma aliança é a do monte<br />

Sinai e está representada por Agar. Os que são dessa<br />

aliança nascem escravos (réprobos). Por teimosia,<br />

obstinação: Será que vocês adventistas não são desta<br />

aliança representa por Agar? Já que são escravos da Lei?<br />

Pois, Agar representa o monte Sinai, na Arábia, e Agar é o<br />

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símbolo da Jerusalém atual, que é escrava com todo o seu<br />

povo. Mas a Jerusalém celestial é livre, e ela é a nossa mãe<br />

(nossa pátria). Pois as Escrituras Sagradas dizem:<br />

“Você, mulher que nunca teve filhos, fique alegre! Você que<br />

nunca sentiu dores de parto, grite de alegria! Pois a mulher<br />

abandonada terá mais filhos do que a que mora com o<br />

marido”.<br />

Vocês são “judaizantes”, vocês adventistas negam<br />

totalmente a graça de Deus, mas lembrem-se vocês<br />

podem ser como Isaque, filhos de Deus por causa da<br />

promessa divina. Arrependam-se e creia no Evangelho de<br />

Jesus Cristo! Voltem para Graça!<br />

Naquela época o filho que havia sido gerado como todas<br />

as crianças são geradas perseguiu o que havia sido gerado<br />

por causa do Espírito de Deus, e a mesma coisa está<br />

acontecendo agora. Mas o que é que as Escrituras<br />

Sagradas dizem? Elas dizem: “Mande embora a escrava e<br />

o filho dela, pois o filho da escrava não herdará a<br />

propriedade do pai, junto com o filho da mulher livre”.<br />

Crentes que se voltam para a Lei negando a graça de<br />

Deus, em Cristo, no fim se tornaram escravos e não<br />

herdarão o Reino dos céus. Portanto, nós não somos filhos<br />

de uma escrava (como os adventistas), mas de uma mulher<br />

livre (a igreja universal fundamentada na nova aliança feita<br />

no Sangue de Cristo, salvos pela graça mediante a fé, e<br />

somente a fé “Sola Fide”). Cristo é a nossa rocha<br />

inamovível! Amém.<br />

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ROMANOS 14<br />

Respeito pelos escrúpulos – 14:1.<br />

Tolerância com as opiniões alheias – 14:2 – 4.<br />

Diferentes caminhos para uma mesma meta – 14:5, 6.<br />

A impossibilidade do isolamento – 14:7 – 9.<br />

Os homens sob juízo – 14:10 – 12.<br />

O homem e a consciência de seu próximo – 14:13 – 16.<br />

O perigo da liberdade cristã – 14:17 – 20.<br />

Respeito pelo irmão mais fraco – 14:21 – 23.<br />

RESPEITO PELOS ESCRÚPULOS<br />

Romanos 14:1<br />

Neste capítulo, Paulo trata de um problema que pode ter<br />

sido um problema transitório e local na Igreja romana, mas<br />

que é também um problema que continuamente a Igreja<br />

enfrenta, e que está sempre pedindo uma solução. Na<br />

Igreja de Roma havia aparentemente duas linhas de<br />

pensamento. Havia pessoas que criam que com a<br />

liberdade cristã tinham desaparecido os velhos tabus;<br />

criam que o que um homem pudesse comer ou beber não<br />

fazia diferença; que as antigas leis sobre comidas careciam<br />

de pertinência; e que as listas de animais limpos e imundos<br />

em que se deleita o Levítico não tinham nada que ver com<br />

os cristãos. O cristianismo não consistia na observância<br />

especial de um dia ou dias; que o sábado judeu, tão<br />

meticulosamente observado, já não tinha vigência. Agora,<br />

indubitavelmente, Paulo deixa claro que este é o ponto de<br />

vista da fé cristã real e plena. Mas, por outro lado, havia<br />

aqueles que estava cheios de escrúpulos. Criam que era<br />

mau comer carne, e que o homem devia ser vegetariano;<br />

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criam na estrita e rígida observância de um dia, até que o<br />

dia se convertia em uma tirania. Paulo o chama o ultra<br />

escrupuloso de fraco na fé. O que quer dizer com isto? E<br />

por que o chama fraco na fé? Esses homens são fracos em<br />

sua fé por duas razões.<br />

(1) Por não ter descoberto ainda o significado da liberdade<br />

cristã; no fundo de seu coração, ainda são legalistas; vêem<br />

o cristianismo como uma questão de regras e<br />

regulamentos. Seu meta é governar sua vida com uma<br />

série de leis e observâncias; estão é obvio, atemorizados<br />

perante a liberdade cristã.<br />

(2) Porque não se libertaram ainda da crença na eficácia<br />

das obras. Em seu coração, crêem que pode ganhar o<br />

favor de Deus fazendo certas coisas e abstendo-se de<br />

fazer outras. Basicamente, estão tentando ganhar uma<br />

correta relação com Deus, e ainda não aceitaram o<br />

caminho da graça. Ainda estão pensando mais no que<br />

podem fazer por Deus que no que Deus tem feito por eles.<br />

Paulo ordena os irmãos mais fortes, que acolham essas<br />

pessoas, e não as cerquem e ataquem com contínuas<br />

critica.<br />

Este problema não está circunscrito à época de Paulo. Até<br />

nossos dias há na Igreja dois pontos de vista. Um é o ponto<br />

de vista mais amplo e liberal que não vê nenhum perigo em<br />

muitas coisas, e que aceitam que muitos prazeres<br />

inocentes — a seu modo de ver — se desenvolvam na<br />

Igreja. E há o ponto de vista mais estreito, mais estrito, que<br />

se escandaliza e ofende com muitas coisas nas quais a<br />

pessoa liberal não vê dano alguém. As simpatias de Paulo<br />

estão com o ponto de vista mais amplo; mas, ao mesmo<br />

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tempo, diz que, quando um destes irmãos de miras<br />

estreitas entra na Igreja, deve ser recebido com fraternal<br />

simpatia. Quando estamos diante de alguém que tem um<br />

ponto de vista mais estreito, devemos evitar três atitudes.<br />

(1) Devemos evitar a atitude de irritação. Estar incomodado<br />

e impaciente com tal pessoa não conduz a nada. Não<br />

importa quanto possamos dissentir e quanto possamos<br />

diferir, primeiro devemos nos esforçar por ver o ponto de<br />

vista dessa outra pessoa, de simpatizar com ela, de<br />

entendê-la.<br />

(2) Devemos evitar a tentativa de ridicularizar. Ninguém<br />

permanece inalterado quando o que ele crê precioso<br />

desperta risadas. Não é pequeno pecado o rir das crenças<br />

de outrem. Poderão parecer-nos preconceitos mais que<br />

crenças; isso não importa; ninguém tem direito de rir do que<br />

outro considera sagrado. Em todo caso, a risada nunca o<br />

conduzirá a uma visão mais ampla; só o fará enquadrar-se<br />

mais decididamente ainda em sua rigidez.<br />

(3) Devemos evitar a atitude de desdém. É um grande<br />

engano qualificar a uma pessoa com pontos de vista<br />

estreitos, como um parvo antiquado cujas opiniões podem<br />

ser tratadas com desprezo. As crenças de um homem<br />

devem ser tratadas com respeito. Não é possível sequer<br />

ganhar alguém para nossa posição a menos que tenhamos<br />

um genuíno respeito pela sua. De todas as atitudes para<br />

com nossos semelhantes, a menos cristã é o desdém.<br />

Antes de deixar este versículo, devemos fazer notar que há<br />

outra tradução perfeitamente possível. “Recebam ao fraco<br />

na fé, mas não o introduzam diretamente numa discussão<br />

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de questões que só podem criar dúvidas”. Há pessoas que<br />

têm uma fé tão sólida, que não há debate ou<br />

questionamento que possa comovê-la. Há pessoas cuja<br />

aproximação à religião é intelectual, e que se deleitam na<br />

discussão de temas difíceis. Mas há outros que possuem<br />

uma fé simples que uma discussão engenhosa e ardilosa<br />

só consegue alterar desnecessariamente. Bem pode ser<br />

que nossa época seja muito afeita a discutir por discutir. É<br />

sempre fatal dar a impressão de que o cristianismo<br />

consiste só em uma série de questões em debate.<br />

“Achamos”, diz G. K. Chesterton, “todas as perguntas que<br />

se podem achar. É tempo de que deixemos de buscar<br />

perguntas e comecemos a buscar respostas”. “Diga-me<br />

suas certezas”, disse Goethe, “tenho suficientes dúvidas<br />

próprias”. Há uma excelente regra que deveria dirigir e<br />

guiar o processo de toda discussão — toda discussão,<br />

mesmo que tenha sido uma discussão confusa e embora<br />

tenha versado sobre temas que não têm solução, sempre<br />

deve finalizar com uma afirmação. Em um grupo de<br />

discussão de uma Igreja ou de uma sociedade, nunca<br />

devemos ir com uma série de perguntas que permanecem<br />

escuras. Podem ficar muitos pontos sem resposta, mas, ao<br />

mesmo tempo, deve ficar alguma certeza incomovível.<br />

TOLERÂNCIA COM AS OPINIÕES ALHEIAS<br />

Romanos 14:2 – 4.<br />

Aqui surge um dos pontos definidos em debate na Igreja<br />

de Roma. Havia aqueles que não observavam nenhuma<br />

regra com respeito a comidas e a tabus e comiam qualquer<br />

coisa; os que conscientemente se abstinham de comer<br />

carne, que só comiam vegetais. Existiam no mundo antigo<br />

muitas seitas e religiões que observavam as mais estritas<br />

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leis alimentares. Os próprios judeus as possuíam. Levítico<br />

11 dá uma lista dos animais que se pode comer e dos que<br />

não se podem. Uma das seitas judias mais estritas eram<br />

os essênios. Eles em suas comunidades realizavam<br />

comidas comunais para as quais se banhavam e usavam<br />

objetos especiais. As comidas eram especialmente<br />

preparadas por sacerdotes, e, a menos que essas comidas<br />

estivessem assim preparadas não às comiam. No mundo<br />

pagão, os pitagóricos tinham suas próprias leis distintivas<br />

sobre comidas. Pitágoras ensinava que a alma de um<br />

homem era uma deidade caída que tinha ficado confinada<br />

em um corpo como em uma tumba. Cria na reencarnação<br />

através da qual a alma podia habitar num homem, num<br />

animal, ou numa planta, numa cadeia interminável de<br />

seres. A libertação dessa cadeia achava-se mediante a<br />

absoluta pureza e a disciplina; e esta disciplina incluía o<br />

silêncio, o estudo, a autocontemplação e a abstenção de<br />

toda carne. É correto afirmar que em quase todas as<br />

congregações cristãs, achavam-se alguns que<br />

observavam leis especiais sobre mantimentos. Aqui<br />

aparece novamente o mesmo problema. Dentro da Igreja<br />

havia um partido estrito, estreito, e um partido mais amplo<br />

e liberal. Paulo expõe sem equívocos o perigo que poderia<br />

apresentar-se. Quase com certeza, o partido liberal<br />

desprezaria os escrúpulos do partido estrito, e, mais<br />

certamente, o partido estreito emitiria juízos censurando o<br />

que cria ser uma lassidão do partido liberal. Esta é uma<br />

situação tão real e arriscada na Igreja de nossos dias,<br />

como o era nos tempos de Paulo. Para encarar este<br />

problema, Paulo estabelece um grande princípio. Ninguém<br />

tem direito a criticar o servo de outro. O servo responde só<br />

a seu amo. Agora, todos os homens são servos de Deus.<br />

Não temos direito de criticá-los, achar falhas neles, e muito<br />

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menos, condená-los. Esse direito só pertence a Deus. Não<br />

é por nosso juízo que um homem se eleva ou cai; é pelo<br />

juízo de Deus. E, continua, Paulo, se um homem vive<br />

honestamente segundo seus princípios, tal como o<br />

entende, Deus pode capacitá-lo para manter-se firme. Há<br />

na Igreja quantidade de congregações que se dividiram em<br />

duas porque os que sustentam opiniões mais amplas e<br />

liberais, são rudemente desdenhosos com aqueles que<br />

consideram conservadores retrógrados e puritanos,<br />

enquanto os mais estritos, são críticos e condenatórios em<br />

suas apreciações para com aqueles que se crêem com<br />

direito de fazer coisas que eles consideram más. Não<br />

corresponde a nós criticar e condenar uns aos outros.<br />

“Rogo-lhes pelas vísceras de Cristo”, disse Cromwell aos<br />

rígidos escoceses de seus dias, “que pensem que é<br />

possível que estejam equivocados”. Devemos eliminar da<br />

comunidade da Igreja tanto a censura como o menosprezo.<br />

Devemos deixar a Deus o juízo de outros, e buscar só<br />

simpatias e entendimentos.<br />

DIFERENTES CAMINHOS PARA UMA MESMA META<br />

Romanos 14:5 – 6.<br />

Aqui Paulo introduz outro tema em que os partidos liberal<br />

e estrito podem diferir. Os mais rígidos dão grande<br />

importância à observância do dia especial. Esta era, por<br />

certo, uma característica dos judeus. Mais de uma vez,<br />

Paulo teve que preocupar-se com pessoas que faziam um<br />

fetiche do dia especial. Aos Gálatas escreveu: “Guardais<br />

dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós tenha eu<br />

trabalhado em vão para convosco” (Gálatas 4:10, 11).<br />

Escreve também aos colossenses: “Ninguém, pois, vos<br />

julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou<br />

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lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra<br />

das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”<br />

(Colossenses 2:16, 17).<br />

Os judeus tinham feito uma tirania do sábado, rodeando-o<br />

de um matagal de regras e regulamentos e proibições. Não<br />

era que Paulo queria eliminar o dia do Senhor — longe<br />

disso; mas temia uma atitude que de fato fazia consistir o<br />

cristianismo na observância de um determinado dia. O<br />

cristianismo é muito mais que a observância do dia do<br />

Senhor.<br />

Quando a famosa missionária Maria Slessor, passou três<br />

solitários anos em meio da selva, frequentemente os dias<br />

se mesclavam, já que não tinha calendário. Uma vez a<br />

acharam realizando os cultos na segunda-feira, e, outra<br />

vez, acharam-na um domingo martelando no telhado,<br />

convencida de que era segunda-feira. Ninguém pode<br />

argumentar que os serviços de Maria Slessor foram menos<br />

válidos porque foram realizados numa segunda-feira; ou<br />

que ela houvesse de algum modo quebrantado os<br />

mandamentos porque estivesse trabalhando num<br />

domingo.<br />

Paulo nunca teria negado que o dia do Senhor é um dia<br />

precioso e que, com efeito, na prática, é o dia que deve ser<br />

ofertado a Deus, mas teria insistido igualmente em que,<br />

nem sequer o dia do Senhor deve converter-se numa<br />

tirania, e muito menos transformar-se em um fetiche; não é<br />

o dia que devemos adorar, mas Àquele que é Senhor de<br />

todos os dias. Ainda assim, a despeito de tudo isso, Paulo<br />

roga que reine a simpatia entre os irmãos mais liberais e<br />

os mais estreitos. Seu ponto de vista é que, não importa<br />

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quão diferentes sejam as práticas, suas metas são as<br />

mesmas. Em suas diferentes atitudes para com os dias,<br />

ambos crêem servir a Deus; quando se sentarem a comer,<br />

um come carne e o outro não, mas ambos dão graças a<br />

Deus. Faremos bem em lembrar isto. Se tento chegar<br />

desde Glasgow a Londres, há muitas rotas que posso usar.<br />

Não estou constrangido a escolher uma em particular.<br />

Posso, com efeito, chegar ali sem usar meia milha que use<br />

outro homem. Paulo advoga por que a meta comum nos<br />

una, e que não permitamos que as diferentes práticas nos<br />

dividam. Mas Paulo insiste numa coisa. Qualquer que seja<br />

o curso que alguém escolha, deve fazê-lo com plena<br />

convicção. Suas ações devem ser ditadas, não pelo<br />

costume, muito menos pela superstição, mas sim pela<br />

convicção. Não devemos fazer coisas simplesmente<br />

porque outros as fazem, e simplesmente porque seja "o<br />

que se faz". Não devemos fazê-las porque, no íntimo de<br />

nosso coração, estamos governados por um sistema de<br />

tabus semi-supersticiosos. Devemos fazê-las por ter<br />

meditado e ter alcançado a convicção de que ao menos<br />

para nós, são o que corresponde fazer. E Paulo poderia ter<br />

agregado a isto algo mais — que ninguém pode fazer de<br />

sua própria prática a norma universal para todos os outros.<br />

Esta é, com efeito, uma das calamidades da Igreja;<br />

estamos tão inclinados a pensar que nossa maneira de<br />

adorar, nossa prática, são a única maneira de adorar e a<br />

única prática.<br />

T. R. Glover em algum lado cita uma declaração de<br />

Cambridge: “Qualquer coisa que sua mão encontre para<br />

fazer faça-a com todas suas forças, mas lembra que algum<br />

pensa diferente”. Faríamos bem em lembrar que, em<br />

muitos assuntos, é um dever ter nossas próprias<br />

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convicções, mas que igualmente é um dever permitir a<br />

outros que tenham as suas, sem considerá-los como<br />

pecadores e párias.<br />

A IMPOSSIBILIDA<strong>DE</strong> DO ISOLAMENTO<br />

Romanos 14:7 – 9.<br />

Aqui Paulo estabelece a grande verdade de que é<br />

impossível viver uma vida de isolamento. Não existe neste<br />

mundo tal coisa como um indivíduo completamente<br />

isolado. Isto é, com efeito, duplamente certo. “O homem”,<br />

diz M’Neile Dixon, “tem uma relação com os deuses e uma<br />

relação com os mortais”. Nenhum homem pode<br />

desentender-se com seus semelhantes nem de Deus. O<br />

homem não pode desligar-se de seus semelhantes em três<br />

sentidos.<br />

(1) Não pode isolar-se do passado. Ninguém se tem feito<br />

totalmente a si mesmo. “Sou uma parte”, dizia Ulisses, “de<br />

tudo o que encontrei”. O homem é um receptor de<br />

tradições, de descendência de uma herança. É um<br />

amálgama de tudo o que seus antepassados dele fizeram.<br />

É certo que ele mesmo contribui a tal amálgama; mas não<br />

parte de zero. Para bem ou para mal, vem da base de tudo<br />

o que o passado lhe legou. Uma nuvem invisível de<br />

testemunhas, não só o rodeia, mas também habita nele.<br />

Um homem não pode dissociar-se do tronco de que<br />

emerge e da rocha da que foi desprendido.<br />

(2) Tampouco pode isolar-se do presente. Vivemos em<br />

uma civilização que diariamente está estreitando mais e<br />

mais os vínculos entre os homens. Ninguém pode fazer<br />

nada, que só o afete a ele mesmo. Tem o terrível poder de<br />

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fazer a outros felizes ou tristes por meio de sua conduta;<br />

tem o poder ainda mais terrível de fazer bem ou mal a<br />

outros com sua conduta. De todo homem surge uma<br />

influência que torna mais fácil para outros tomar o bom<br />

caminho ou o caminho mau. Os atos de todo homem têm<br />

consequências que afetam mais ou menos de perto a<br />

outros homens. O homem está preso no feixe da vida, e<br />

dele não pode escapar.<br />

(3) Não pode isolar-se do futuro. Assim como recebe a<br />

vida, o homem a transmite. Entrega a seus filhos uma<br />

herança de vida física e de caráter espiritual. O homem não<br />

é uma unidade auto-suficiente e individual, é só um elo de<br />

uma cadeia.<br />

Alguém conta de um jovem que vivia despreocupadamente<br />

e que começou a estudar biologia. Através do microscópio,<br />

observava algumas dessas coisas vivas que se pode<br />

observar vivendo, morrendo e gerando a outras num<br />

momento. Ele se levantou do microscópio. “Agora o vejo”,<br />

disse. “Eu sou um elo da cadeia e já não serei mais um elo<br />

fraco”. É nossa terrível responsabilidade que deixemos<br />

algo de nós mesmos no mundo ao deixar em outros algo<br />

de nós mesmos. O pecado seria muito menos terrível se<br />

afetasse só ao que o comete. O terrível de todo pecado é<br />

que começa uma nova corrente de maldade no mundo.<br />

Mas, menos ainda pode alguém desprender-se de Jesus<br />

Cristo.<br />

(1) Nesta vida, Jesus Cristo é para sempre uma presença<br />

viva. Não precisamos falar de viver como se Cristo nos<br />

visse; Cristo nos vê. Toda vida se vive diante de seus<br />

olhos. O homem não pode escapar do Cristo ressuscitado<br />

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e sempre vivo, mais do que pode escapar de sua própria<br />

sombra. Não há lugar onde possa deixar para trás a Cristo,<br />

e não pode fazer nada sem ser visto.<br />

(2) Nem sequer a morte rompe essa presença. Neste<br />

mundo vivemos na presença invisível de Cristo; no próximo<br />

o veremos em sua presencia real e viva. A morte não é o<br />

abismo que termina na extinção; é a porta que leva a<br />

Cristo.<br />

Nenhum ser humano pode seguir uma política de<br />

isolamento. Está unido ao resto dos homens e ligado a<br />

Cristo por laços que nem o tempo nem a eternidade podem<br />

romper. Não pode viver para si, nem morrer para si.<br />

OS HOMENS SOB JUÍZO<br />

Romanos 14:10 – 12.<br />

Há uma razão fundamental, básica por que não temos<br />

direito de julgar a outros; e essa razão é que nós mesmos<br />

estamos sob o juízo. É a própria essência da humanidade<br />

que nós não sejamos os juízes, mas os julgados. Para<br />

provar isto, Paulo cita Isaías 45:23. Este era um<br />

pensamento com aquele que todo judeu estaria de acordo.<br />

Há uma declaração rabínica: “Não deixe que sua<br />

imaginação te faça crer que a tumba é um refúgio; por<br />

mandato foste feito, por mandato nasceste, por mandato<br />

vives, por mandato morres e por mandato deves agir e<br />

reconhecer o Rei dos reis, o Santo, bendito seja”. A única<br />

pessoa que tem direito a julgar alguém é Deus e, menos<br />

que ninguém, o homem, que deverá confrontar no tribunal<br />

o juízo de Deus, tem direito alguém de julgar a um<br />

semelhante que também estará perante esse tribunal.<br />

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Justamente antes disto Paulo tinha estado refletindo sobre<br />

a impossibilidade de uma vida isolada. Mas há uma<br />

situação em que o homem está isolado, e é quando o<br />

homem deve comparecer perante o trono do juízo de Deus.<br />

Nos antigos tempos da república romana, na esquina do<br />

Fórum mais afastada do Capitólio, estava o tribunal, o<br />

assento da justiça, onde o pretor urbano se sentava a<br />

administrar justiça. Nos tempos de Paulo, a justiça requeria<br />

mais de um assento; de modo que também nas grandes<br />

basílicas, nos grandes pórticos de colunas ao redor do<br />

Fórum, os magistrados sentavam-se para administrar<br />

justiça. O romano conhecia muito bem o espetáculo que<br />

oferecia um homem, de pé em frente do assento da justiça.<br />

Isto é o que acontece a todo homem; e é um juízo que cada<br />

qual deve confrontar sozinho. Às vezes, neste mundo,<br />

pode usar-se méritos de outra pessoa. Muitas vezes um<br />

jovem se salvou de alguma pena ou condenação, por<br />

consideração de seus pais; muitas vezes um marido foi<br />

perdoado por consideração a sua esposa ou seu filho; mas<br />

no juízo perante Deus, o homem comparece sozinho. Às<br />

vezes, quando morre algum grande, o ataúde, no serviço<br />

fúnebre, está na frente da congregação que chora por ele<br />

sobre ele jazem suas togas acadêmicas, ou as insígnias de<br />

suas dignidades oficiais; mas não pode levá-las consigo.<br />

Nus viemos ao mundo, e nus o abandonamos.<br />

Comparecemos perante Deus na terrível solidão de nossa<br />

alma; a Deus não podemos levar nada mais que o eu e o<br />

caráter que estivemos construindo na vida. Mas não é esta<br />

ainda toda a verdade. Não estamos sozinhos perante o<br />

tribunal de Deus, porque a nosso lado está Jesus Cristo.<br />

Não precisamos ir despojados de tudo; podemos ir<br />

revestidos com os méritos que lhe pertencem. Collin<br />

Brooks, o famoso escritor e jornalista, escreve em um de<br />

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seus livros: “Deus pode ser mais bondoso do que<br />

pensamos. Se não puder dizer: Bem, servo bom e fiel!,<br />

pode ser que enfim exclame: Não se preocupe, servo mau<br />

e infiel; não me desagrada totalmente”.<br />

Esta foi uma curiosa maneira de declarar sua fé; mas não<br />

é só isso. Não é que Deus simplesmente não se desgoste,<br />

é que, pecadores como somos, ama-nos pela graça de<br />

Jesus Cristo nosso Senhor. Verdade é que, devemos<br />

confrontar o juízo perante Deus sozinhos, na nudez de<br />

nossas almas; mas se tivermos vivido com Cristo na vida,<br />

estaremos a seu lado na morte, e, diante de Deus, ele será<br />

nosso advogado defensor.<br />

O HOMEM E A CONSCIÊNCIA <strong>DE</strong> SEU PRÓXIMO<br />

Romanos 14:13 – 16.<br />

Os estóicos estavam acostumados a ensinar que existem<br />

muitas coisas que eles chamavam adiafora, isto é,<br />

indiferentes. Essas coisas, em si mesmos, eram<br />

completamente neutras, não eram nem boas nem más.<br />

Tudo depende — diziam — do cabo por onde alguém tome.<br />

Esta é uma profunda verdade. Um quadro para um<br />

estudante de arte pode ser uma obra de arte; para outra<br />

pessoa pode parecer um desenho obsceno. Uma<br />

discussão, para um grupo de pessoas, pode ser uma<br />

experiência interessante, estimulante da mente; para<br />

outros, a mesma discussão pode parecer uma sucessão de<br />

heresias, e inclusive blasfêmias. Uma atividade, uma<br />

diversão, um prazer ou um passatempo, pode parecer para<br />

alguns algo genuinamente inofensivo e para outros uma<br />

coisa proibida. Mais ainda, há prazeres que não são<br />

perigosos para alguns, mas para outros podem significar a<br />

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uína. As coisas em si, não são nem limpas nem sujas; seu<br />

caráter está determinado pela pessoa que a vê ou a faz.<br />

Paulo chega a esta conclusão aqui. Há certas coisas a<br />

fazer que a pessoa forte na fé pode não ver dano algum;<br />

mas se as vê serem feitas por uma pessoa com uma<br />

posição mais escrupulosa e estreita, sua consciência será<br />

comovida ou ferida; e se tal pessoa fosse persuadida a<br />

fazê-las, sua consciência se veria ultrajada e violada.<br />

Podemos tomar um exemplo muito simples. Um homem<br />

poderá genuinamente não ver nenhum mal no fato de jogar<br />

algum jogo ao ar livre no domingo, e pode estar certo, mas<br />

a consciência de outro homem pode ser escandalizada por<br />

uma coisa assim, e, se o persuadisse a tomar parte nele,<br />

todo o tempo estaria acompanhado do furtivo e<br />

perseguidor sentimento de estar fazendo algo mau. Há<br />

muitos prazeres e passatempos que alguém pode estar<br />

genuína e sinceramente convencido por princípio de que<br />

são inteiramente legítimos, mas a pessoa mais<br />

escrupulosa e estreita os verá como pecados, e, se fosse<br />

persuadida a tomar parte neles, não poderia livrar-se do<br />

sentimento de estar participando de um pouco proibido.<br />

O conselho de Paulo é muito claro. É um dever cristão<br />

pensar em tudo, não como nos afeta, mas também como<br />

afeta a outros.<br />

Agora, notemos que Paulo não diz que devamos sempre<br />

deixar que nossa conduta seja dominada e ditada pelas<br />

opiniões, ou até os preconceitos de outros; há questões<br />

que são essencialmente questões de princípios, e nelas a<br />

pessoa deve escolher seu próprio caminho. Mas há muitas<br />

coisas que são neutras ou indiferentes; há muitas coisas<br />

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que não são em si mesmas nem boas nem más; há<br />

muitíssimas coisas que são realmente prazeres e<br />

passatempos, hábitos e costumes, que a pessoa não<br />

precisa fazer, a menos que queira. Não são partes<br />

essenciais da vida e da conduta; pertencem ao que<br />

poderíamos chamar extras da vida, e, é a convicção de<br />

Paulo, que em tais coisas, não temos o direito de ofender<br />

a um irmão mais escrupuloso. Não temos direito de afligir<br />

e ultrajar sua consciência pelo ato de nós mesmos fazê-las<br />

ou persuadindo a essa pessoa que as faça. A vida deve ser<br />

guiada pelo princípio do amor; se fizermos isto, nosso guia<br />

na vida será pensar, não tanto em nossos supostos direitos<br />

a fazer o que quisermos, como em nossas<br />

responsabilidades para com os outros. Não temos direito a<br />

afligir a consciência de outro nas coisas que realmente não<br />

importam.<br />

A liberdade cristã nunca deve ser usada como uma<br />

desculpa para atropelar os sentimentos genuínos de<br />

outros. Nenhum prazer é tão importante que justifique o<br />

ofender e angustiar e até causar a ruína de outros.<br />

Agostinho costumava a dizer que toda a ética cristã, podia<br />

incluir-se no dito "Ame a Deus e faça o que quiser." Em<br />

certo sentido é verdade, mas o cristianismo não consiste<br />

só em amar a Deus, consiste também em amar o próximo<br />

como a nós mesmos.<br />

O PERIGO DA LIBERDA<strong>DE</strong> CRISTÃ<br />

Romanos 14:17 – 20.<br />

Em essência Paulo trata aqui do perigo e abuso da<br />

liberdade cristã. Para um judeu, especialmente, a liberdade<br />

cristã tinha seus perigos. Toda sua vida tinha sido regulada<br />

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por uma multiplicidade de regras e regulamentações. Tais<br />

coisas eram impuras e tais coisas eram puras. Tais animais<br />

não deviam ser comidos e tais animais podiam ser<br />

comidos; tais leis de purificação deviam ser observadas.<br />

Quando o judeu chegou ao cristianismo, viu que de repente<br />

eram abolidas todas as regras e regulamentações, e o<br />

perigo era que interpretasse a liberdade cristã como<br />

liberdade para fazer exatamente o que quisesse. Os<br />

homens devem lembrar que a liberdade cristã e a caridade<br />

cristã devem ir de mãos dadas, devem aferrar-se à verdade<br />

de que a liberdade cristã e o amor fraternal e a<br />

consideração mútua estão intimamente ligados. Paulo<br />

lembra a seu povo que o cristianismo, o Reino dos céus,<br />

não consiste em comer ou beber o alguém imagina.<br />

Consiste em três grandes coisas, todas as quais são<br />

essencialmente alheias ao egoísmo. Uma é a justiça, e a<br />

justiça consiste em dar aos homens e a Deus o que lhes<br />

corresponde. Então, o primeiro que devemos oferecer a um<br />

semelhante na vida cristã é simpatia e consideração; no<br />

momento em que nos transformamos em cristãos, os<br />

sentimentos de outros se tornam mais importantes que os<br />

nossos próprios; o cristianismo significa colocar primeiro a<br />

outros e depois o eu. Não podemos dar a outro o que<br />

corresponde e, ao mesmo tempo, fazer o que queremos.<br />

Logo vem a paz. No Novo Testamento, a paz não significa<br />

somente ausência de problemas; a paz não é algo<br />

negativo, é intensamente positiva; significa tudo aquilo que<br />

tende ao bem supremo do homem. Os próprios judeus<br />

frequentemente pensavam que a paz significava um<br />

estado de corretas relações entre homem e homem. Se<br />

insistirmos em que a liberdade cristã significa fazer tudo o<br />

que queiramos, isto é precisamente um estado de coisas<br />

que nunca poderemos alcançar. O cristianismo consiste<br />

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inteiramente em relações pessoais com os homens e com<br />

Deus. A ilimitada liberdade cristã está condicionada pela<br />

obrigação cristã de viver em boas relações, em paz, com<br />

nossos semelhantes. Logo vem a alegria. No cristianismo,<br />

a alegria nunca pode ser egoísta. A alegria cristã não<br />

consiste em que sejamos felizes, consiste em fazer os<br />

outros felizes. Uma má chamada felicidade que angústia e<br />

ofende a outros, não é uma felicidade cristã. Se em sua<br />

própria busca da felicidade alguém machuca o coração ou<br />

fere a consciência de outro, o fim último de sua busca não<br />

será alegria, mas tristeza. A alegria cristã não é<br />

individualista; é algo interdependente. A liberdade cristã<br />

não é liberdade para pisar os sentimentos de outros. O<br />

cristão se alegra só quando dá alegria a um semelhante,<br />

embora seja à custa de limitações pessoais para ele.<br />

Quando a pessoa segue este princípio, transforma-se em<br />

escravo de Cristo. Eis aqui a verdadeira essência da<br />

questão. A liberdade cristã significa que somos livres, para<br />

fazer, não o que queremos, mas o que Cristo quer.<br />

Significa que somos livres, não para fazer algo, mas para<br />

nos abster de fazê-lo. Sem Cristo, um homem é escravo de<br />

seus hábitos, de seus prazeres, de suas práticas. Não faz<br />

realmente o que quer. Faz o que as coisas às quais se<br />

mantém sujeito o levam a fazer. Uma vez que o poder de<br />

Cristo penetra nele, transforma-se em dono de si mesmo e<br />

então, só então, entra em sua vida a plena liberdade. Então<br />

somos livres, não para tratar aos homens e para viver como<br />

nos dita nossa natureza humana egoísta e tempestuosa,<br />

mas sim com a mesma atitude de amor que Jesus mostrou<br />

por nós. Paulo termina, pois, reafirmando a meta do cristão<br />

dentro da congregação.<br />

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(a) Existe a meta da paz; a meta deveria ser que todos os<br />

membros da irmandade estivessem em boas relações<br />

entre si. Uma Igreja onde há lutas e contendas, onde há<br />

disputas e amarguras, onde há divisões e fissuras, perdeu<br />

todo direito a chamar-se Igreja. Já não é um fragmento do<br />

Reino dos céus, é simplesmente uma sociedade ligada a<br />

Terra.<br />

(b) Logo está a meta da edificação. A descrição da Igreja<br />

como um edifício corre ao longo de todo o Novo<br />

Testamento. Os membros são pedras dentro do edifício.<br />

Tudo aquilo que afrouxa a estrutura da Igreja, está contra<br />

Deus; tudo o que a torna mais forte e segura, é de Deus. A<br />

tragédia é que, em muitos casos, as pequenas coisas sem<br />

importância são as que perturbam a paz da irmandade,<br />

questões de leis e procedimentos, de precedentes e<br />

prestígios. Uma nova época amanheceria na Igreja se<br />

lembrássemos de que nossos direitos são muito menos<br />

importantes que nossas obrigações, se lembrássemos de<br />

que, enquanto temos a liberdade cristã, sempre será uma<br />

ofensa usá-la como se nos outorgasse o direito de ferir e<br />

danificar o coração ou a consciência de outros. A menos<br />

que a Igreja seja um conjunto de pessoas que se respeitam<br />

mutuamente em amor, não tem direito a chamar-se Igreja.<br />

RESPEITO PELO IRMÃO MAIS FRACO<br />

Romanos 14:21 – 23.<br />

Mais uma vez voltamos ao tema de que o que é justo para<br />

um pode ser a ruína de outro. O conselho de Paulo é muito<br />

prático.<br />

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(1) Tem conselhos para o homem de sólida fé. Aquele que<br />

tem uma fé sólida sabe que as comidas e bebidas não<br />

fazem diferença alguma. Compreendeu o princípio da<br />

liberdade cristã. Sendo assim, então, que essa liberdade<br />

seja algo entre ele e Deus. Alcançou esse estágio da fé; e<br />

Deus sabe bem que o tem feito. Mas essa não é uma razão<br />

pela qual ele possa lançar essa liberdade na cara do que<br />

ainda não a obteve. Muitos insistiram em seu direito de ser<br />

livres, e logo tiveram que lamentar o tê-lo feito, quando<br />

viram as consequências. A pessoa pode chegar à<br />

conclusão de que sua liberdade cristã lhe dá perfeito direito<br />

a fazer um uso razoável do álcool. E, no que respeita a ele,<br />

pode ser um prazer perfeitamente seguro, e não corre<br />

perigo alguém. Mas pode ser que um jovem que o admire,<br />

observe-o e tome como exemplo. E pode também ser que<br />

este jovem seja uma dessas pessoas para quem o álcool é<br />

algo fatal, e àquelas que uma pequena quantidade afeta<br />

muito. Pode o homem mais velho usar sua liberdade cristã<br />

para continuar dando um exemplo que pode ser a ruína do<br />

jovem admirador? Ou deve limitar-se, não por si mesmo,<br />

mas sim por causa daquele que segue seus passos?<br />

Certamente, a limitação consciente por causa de outros, é<br />

o mais cristão. Aquele que não a exercita pode encontrarse<br />

com que algo que ele creu genuinamente permissível,<br />

trouxe a ruína a algum outro. É certamente melhor limitarse<br />

deliberadamente que ter o remorso de saber que o que<br />

alguém considerou um prazer, causou a morte de outra<br />

pessoa. Várias vezes, em todas as esferas da vida, o<br />

cristão se vê confrontado com o fato de que deve examinar<br />

as coisas, não só na medida em que o afetam, mas<br />

também na medida em que afetam a outros. O homem, em<br />

certa medida, é sempre o guardião de seu irmão. É<br />

responsável, não só por si mesmo, mas também por todo<br />

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aquele que esteja em contato com ele. “Sua amizade me<br />

prejudicou”, diz Burns do homem de idade que encontrou<br />

em Irvine quando estudava a arte de trabalhar o linho.<br />

Queira Deus que ninguém possa dizer isto de nós, por<br />

termos usado mal a glória da liberdade cristã!<br />

(2) Paulo tem um conselho para o homem de fé fraco, o<br />

homem de consciência escrupulosa. Pode ser que este<br />

homem desobedeça ou silencie seus escrúpulos. Pode às<br />

vezes fazer algo porque outros o fazem. Pode fazê-lo<br />

porque não quer ser a exceção. Pode fazê-lo porque não<br />

deseja ser diferente. Pode fazê-lo porque não quer parecer<br />

ridículo e impopular. A resposta de Paulo é que, se por<br />

qualquer destas razões, um homem desafia a sua<br />

consciência, é culpado de pecado. Se a pessoa crer, no<br />

fundo de seu coração, que algo é mau, se não puder livrarse<br />

do sentimento certo de que é algo proibido, então, se o<br />

fizer, para ele é pecar.<br />

Uma coisa neutra só se torna boa, quando se faz por fé,<br />

com a real e pensada convicção de que é o que<br />

corresponde. O único motivo para fazer algo é que aquele<br />

que o fizer o considere correto. Quando se faz algo porque<br />

é um convencionalismo social, por medo à impopularidade,<br />

para agradar os homens, então é mau. Ninguém é guardião<br />

da consciência alheia, e a consciência de cada um deve<br />

ser nas coisas indiferentes, o árbitro do que é correto ou<br />

errado.<br />

QUER SER UM APOLOGETA?<br />

“Então, esse capítulo é para você”.<br />

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“[...] Sabendo que fui posto para defesa do evangelho, mas<br />

outros, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não<br />

puramente, julgando acrescentar aflição às minhas<br />

prisões” – Filipenses 1:16, 17.<br />

As prisões de Paulo outrora já produziam crentes<br />

(pregadores) falsos, que pregavam o Evangelho não<br />

puramente, por “contenção”, “eritheia” (Filipenses 1:16,<br />

17), uma palavra que antes significava trabalho honrado e<br />

passou a significar intriga desonrosa. A mesma palavra,<br />

depois passou a descrever uma pessoa que só estava<br />

preocupada com o seu bem-estar, uma pessoa suscetível<br />

a ser subornada, uma pessoa ambiciosa e rebelde<br />

procurando oportunidades de promoção. Deixe-me<br />

problematizar por um momento.<br />

“Será mesmo que as atuais posições apologéticas<br />

contribuirão para que o Reino de Deus avance sobre a<br />

atual cristandade, e o mundo perdido?”.<br />

É evidente, que o avanço se dê somente em<br />

denominações, em realizações no âmbito pessoal, nos<br />

institutos teológicos vinculados as denominações, e por<br />

fim, as editoras que patrocinam a logística. De fato, é o que<br />

acontece. São grandes fábricas de “bezerros de ouro”,<br />

existem até funcionários aptos para fundição.<br />

Você diz ser um apologeta? Um cristão maduro? Um<br />

cristão reformado? Sabe sobre as doutrinas da graça? Mas<br />

me responda algo: Você sabe o que é o amor de Deus,<br />

ama o Seu próximo como Jesus Cristo o amou, e ordenou?<br />

(João 13:34, 35). Se ainda não sabe, você nada pode ser<br />

(1 Coríntios 13:1, 2), e se você não ama o Seu próximo não<br />

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se considere um cristão (1 João 4:20; 3:17; 4:12; 1 João<br />

3:10). Do contrário, não será diferente de muitos dos falsos<br />

líderes “neopentecostais”, simplesmente pelo fato de dizer<br />

que é reformado. Será mais um pseudo-cristão.<br />

A MAIORIA DOS “LÍ<strong>DE</strong>RES REFORMADOS”<br />

Como um cristão reformado, que subscreve uma confissão<br />

reformada, e segue com muito esforço a confessionalidade<br />

de erudição e a prática com piedade, posso dizer, a até<br />

mesmo afirmar, que o Espírito que estava por de trás de<br />

toda reforma, não é o mesmo espírito que atua no coração<br />

desses “líderes reformados” atuais. Vejo o Diabo usando<br />

vocês, se escondem atrás das grandes Confissões de Fé.<br />

De fato, sabem na teoria, mas envergonham o Espírito que<br />

guiava os antigos. Vejo em vocês o orgulho em suas<br />

disputas vaidosas de conhecimento. Vocês querem a<br />

estima e as honrarias dos homens, e terão, os homens<br />

adoram qualquer coisa.<br />

Jesus condenou os fariseus pelo interesse deles em<br />

impressionar os outros (Mateus 23:5 – 12; Marcos 12:38 –<br />

40; Lucas 16:15; 20:46, 47). Eles tinham aperfeiçoado<br />

diversas técnicas de chamar atenção, como usar roupas<br />

especiais para fazê-los parecer mais religiosos, orar e<br />

jejuar de modos muito visíveis (Mateus 6:1 – 18), e disputar<br />

pelas posições mais elevadas tanto na sinagoga como no<br />

mercado. Eles insistiam em que os outros lhes dessem<br />

títulos especiais de respeito, quando os saudassem,<br />

porque queriam ser notados e admirados.<br />

O Diabo não é muito criativo, vejo em vocês apenas uma<br />

nova roupagem, mas o fermento (hipocrisia) é o mesmo.<br />

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“São como um grande bolo solado (ruim), pouco trigo e<br />

muito fermento”. “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis<br />

satisfazer os desejos de vosso pai” (João 8:44). O Diabo<br />

tem Seus filhos em todas as partes, e não seria diferente<br />

no meio “reformado”.<br />

Não sou confundido por ventos de “doutrinas de homens”,<br />

ensinadas por mentirosos, por falsos teólogos, falsos<br />

pastores reformados. Você sabe o que é teologia<br />

reformada? Faz bem! O Diabo sabe mais que todos vocês<br />

juntos, e no fim ele ainda usa vocês. (2 Coríntios 11:14,<br />

15).<br />

“Então você tem uma soteriologia reformada? Grande<br />

coisa. O diabo também tem. Não existe Reforma até que a<br />

Palavra de Deus penetre no fundo da Sua alma e<br />

transforme todos os aspectos de sua vida” – Paul Washer.<br />

O ateísmo prático é o mais perigoso, mesmo acreditando<br />

em Deus, vive como se Deus não existisse, assim são<br />

vocês, tão malditos que duvidam de Suas próprias<br />

posições. A fé acompanha absoluta abstinência de dúvida<br />

pelo antagonismo inerente à natureza dos fenômenos<br />

psicológicos e da lógica conceitual. Ou seja, é impossível<br />

duvidar e ter fé ao mesmo tempo. Como vocês podem dizer<br />

ter fé? Vocês fazem de tudo para provar a fé, a todo tempo<br />

à fé!<br />

“Se não podes entender, crê para que entendas. A fé<br />

precede, o intelecto segue”. Não podem mudar o que já<br />

está posto, o que é natural não pode ser superior o que é<br />

sobrenatural!<br />

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No fim o resultado é a confusão das mentes jovens. Eles<br />

não criam raízes, são árvores que não suportarão<br />

vendavais, são pequenas embarcações que não<br />

suportarão tormentas. São fracos e superficiais. Os jovens<br />

reformados realmente entenderam o que é Teologia<br />

Reformada?<br />

Eles não conseguem suportar os inimigos de suas páginas<br />

sociais, e se falarmos de amar a esses inimigos como<br />

seria? Triste situação! Nos jovens está a força e o futuro,<br />

sabemos disso, mas também sabemos que uma árvore<br />

que não cria raízes profundas, será possivelmente uma<br />

árvore fraca e infrutífera. O Diabo sabe fazer isso bem, criar<br />

uma teologia para conduzir a destruição e a morte. Lembrome<br />

da teologia de Satanás no jardim do Éden:<br />

“Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se<br />

abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo do<br />

bem e do mal” – Gênesis 3:5, 22.<br />

O Diabo mentiu? Claro que não! Sabemos que às vezes<br />

ele fala “verdades” (cf. Mateus 4), “verdades” que não são<br />

plenas, são incompletas e no fim produzem morte. Na<br />

tentação de Jesus Cristo não foi muito diferente, ele citou<br />

textos sagrados.<br />

“Está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e<br />

tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em<br />

alguma pedra”. (Mateus 4:6; Salmos 91:11).<br />

Alguns pontos me chamam atenção:<br />

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(1) O Diabo sabe da escritura (Mateus 4:6); 2) Quando o<br />

Diabo entrou em Judas Iscariotes, nada foi alterado,<br />

permanece “voz, aparência e força” intactos (Lucas 22:3 –<br />

6). Atente para a parte depois da negociata de Judas com<br />

os chefes dos sacerdotes e aos oficiais da guarda do<br />

templo, diz que: “Judas aceitou e ficou aguardando uma<br />

oportunidade [...]”. Vocês aguardam somente pelas<br />

oportunidades, se a primeira vinda de Cristo fosse ao<br />

século XXI vocês o crucificariam por algumas moedas<br />

(Hebreus 6:6).<br />

Vocês não me enganam! O mestre de vocês é Satanás, o<br />

orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte<br />

de todos os vícios, e vocês são viciados em debates.<br />

Vocês estão fazendo os jovens achar que parecem com o<br />

Altíssimo, vocês fazem os jovens comerem da árvore do<br />

mal todos os dias, pois, o bem já não existe mais e muitos<br />

estão morrendo. Se colocarmos muitos deles,<br />

simplesmente desaparecem diante a Santidade de Deus,<br />

não se ver o caráter de Deus em nenhum deles, são<br />

vaidosos, maus e débeis. Jovens que gastam mais com<br />

livros, que com missões, o que falar? De quem é a culpa?<br />

“O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê<br />

somente uma página” – Santo Agostinho.<br />

Vocês falam de soteriologia (salvação), mas esquecem de<br />

falar do amor de Deus, pois, a motivação de Deus para dar<br />

foi o amor (agapao/agape), o amor de Deus transformouse<br />

em um ato de doação (João 3:16), e vocês dizem em<br />

Seus debates: Deus não é só amor, e eu lhe digo: “e de<br />

tudo que vocês falarem, vocês não serão nada, e não farão<br />

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nada sem o amor” – 1 Coríntios 13. Vocês são como um<br />

sino que tine, nada mais.<br />

Vejo muitas movimentações nas páginas sociais, mas são<br />

águas como de um esgoto sujo a céu aberto que tem sua<br />

fonte proveniente dos corações corruptos e enganosos de<br />

líderes em estado de “putrefação”, que se gabam por terem<br />

se casado somente uma vez, e por terem filhos sobre sua<br />

obediência (tutela), não delinquentes, ótimo! Mas seguem<br />

conselhos teológicos de homens como Agostinho de<br />

Hipona (uma vida familiar totalmente arruinada, por atos<br />

desastrosos), Hipócritas!<br />

Longe de mim denigrir a imagem de Santo Agostinho,<br />

adoto em todas as instâncias a sua teologia, mas não muito<br />

diferente no sentido de como decorreu sua vida, em muitas<br />

vezes encontro consolo na vida de Agostinho em saber que<br />

não sou o único que teve uma vida totalmente depravada<br />

antes da conversão, com tropeços, grandes tropeços, e<br />

consequências desastrosas na vida presente.<br />

Por outro lado, são ignorados requisitos como, por<br />

exemplo, “moderado” (epieikes) uma palavra que sugere<br />

um caráter equitativo, razoável, controlado, moderado,<br />

justo e considerável. É o oposto de severo, abrasivo,<br />

sarcástico (designa um escárnio ou uma zombaria,<br />

intimamente ligado à ironia, com um intuito mordaz quase<br />

cruel, muitas vezes ferindo a sensibilidade da pessoa que<br />

o recebe), cruel e contencioso. E não é isso que notamos<br />

nos debates “apologéticos” atualmente? Tratam-se até<br />

como irmãos, mas no final acaba indo a hospitais depois<br />

de seus longos e “respeitosos” debates, não são piedosos,<br />

apenas se escondem atrás de uma falsa piedade, pessoas<br />

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falsas com rótulos falsos como um CD pirata vendido a<br />

qualquer esquina por um traficante, até ouvimos suas<br />

“músicas”, mas sabemos que tal ato é errado e fere leis, e<br />

por esse motivo devemos ignorar.<br />

Decoram cartilhas de soteriologia, mas não entendem que<br />

a aliança são promessas feitas antes da Lei. São como<br />

jovens irresponsáveis que não estudaram diligentemente<br />

os assuntos dados por seus mestres, e na véspera das<br />

provas decoram os assuntos para se sair bem! Eles irão<br />

dizer em alta voz naquele grande dia (Mateus 7:21 – 23):<br />

Senhor! Senhor! Não debatemos nós em teu nome? Não<br />

lutamos nós contra os pecadores em teu nome? Não o<br />

aceitamos Senhor! Eles eram falsos e mentirosos. Não<br />

combatemos nós jogadores como Neymar Jr., da seleção<br />

brasileira de futebol, jogadores estes que usavam de faixas<br />

com escritos relacionados a teu nome (“100% Jesus”), mas<br />

eles não mereciam teu perdão, pois, os tais usavam de<br />

xingamentos posteriormente. Não sondamos nós as suas<br />

más intenções Senhor, as intenções de seus corações?<br />

Eram pecadores, homens promíscuos, que viviam em<br />

festas, e depois diziam ser crentes, não deixamos de forma<br />

nenhuma eles zombarem da cruz Senhor! Senhor! Senhor!<br />

Não aumentamos a velocidade de nossas internets, e até<br />

compramos livros em teu nome para melhor expressar<br />

nossas posições teológicas a homens de nossas mesmas<br />

posições, apenas para recebermos estima e honrarias?<br />

Senhor! Não pregamos nós salvação para aqueles que já<br />

eram alcançados por ti, aqueles que já eram entendidos<br />

acerca da salvação, aqueles que já faziam parte de nossa<br />

congregação há anos? – Hipócritas! Sabe o que ouviram<br />

não é?<br />

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São pastores de gabinetes e se gabam por isso. Vocês são<br />

sujos, vocês não são apologetas, apenas definem bem<br />

etimologicamente a palavra, conseguem ver como falo<br />

bem (ironia)? Mas o meu coração ao tempo que escrevo<br />

se enche de ira, sei o que vocês estão ajudando a produzir<br />

na cristandade pós-moderna, principalmente no meio<br />

reformado.<br />

Uma legião de homens com os corações de demônios,<br />

dizem crer, e eu digo: “Fazes bem; também os demônios<br />

crêem e estremecem” (Tiago 2:19). Pergunto-me: por que<br />

tantos debates, tantas discursões e tanto ódio, será que<br />

não leram 1 Coríntios 13:4? Vocês se colocam acima da<br />

verdade da escritura e acham que sabem alguma coisa.<br />

Deparo-me com “verdades” que não transformam a vida de<br />

ninguém, “verdades” que dividem a Igreja, uma sabedoria<br />

tão maldita, tão terrena, tão diabólica que não pode vim do<br />

céu, e certamente não vem de Deus (Tiago 3:14 – 16).<br />

Pois, a sabedoria que vem de Deus é “antes de tudo pura;<br />

depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de<br />

misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera” – Tiago<br />

3:17.<br />

Penso, devemos ser perseguidos por uma verdade que<br />

não pode ser achada, nem encontrada por compêndios e<br />

livros, muito menos pode ser compreendida. Essa verdade<br />

é Pessoa, Jesus Cristo o Filho de Deus.<br />

“Deus nos escolhe e nos chama com a Sua graça<br />

irresistível, e tudo (Graça e Fé) provém dEle, e como vocês<br />

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acham que vão fazer as pessoas acharem Deus por meio<br />

de seus debates pobres, e seus péssimos sentimentos?”.<br />

Vocês acham que a exposição da Palavra de Deus é isso?<br />

Os jovens que seguem aos seus ensinamentos, e os seus<br />

exemplos já conseguem dizer: “Sou totalmente depravado,<br />

um mísero pecador!”. Para assim ter a certeza que é um<br />

eleito, um crente que alcançou a verdade da escritura, são<br />

superficiais até em suas declarações, também dizem:<br />

compreendi todos os documentos confessionais<br />

(reformados), agora mais do que nunca sou um eleito!<br />

Triste situação. Vai para o inferno sabendo sobre toda obra<br />

de João Calvino e os reformadores!<br />

Não existe nada de irresistível em seus debates, confesso<br />

que alguns me enojam, e outros muitos me fazem desligar<br />

meu computador, outros me fazem dormir, é<br />

diametralmente oposto há sermões (ensinamentos)<br />

expostos por pregadores como Paul Washer, C. H.<br />

Spurgeon, Dr. Martyn Lloyd-Jones, Leonard Ravenhill e<br />

outros apaixonados por Cristo (evangelho) e por almas,<br />

viviam e vivem para saquear o inferno, e que por sinal<br />

odeiam palmas e holofotes, do contrário, um desses não<br />

passaria 10 anos dentro de uma selva, e em subida de<br />

montanhas completamente congeladas, arriscando sua<br />

vida por amor a Jesus Cristo.<br />

Pobres “cristãos” vocês são! Vejo no final, bem no final,<br />

“reformados” cansarem dessa “modinha teológica”, jovens<br />

com depressão me procuram, dizendo não aguentar mais<br />

esses debates e essa teologia vazia.<br />

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“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da<br />

ciência de Deus! Quão insondáveis são os teus juízos, e<br />

quão inescrutáveis, os seus caminhos” (Romanos 11:33).<br />

Esse versículo deveria colocá-los em seus devidos<br />

lugares.<br />

Acham que são ricos de entendimento, mas são tão<br />

desgraçados, pobres e nus, não conseguem ver nem a sua<br />

própria nudez, e lutam para tirar o cisco dos olhos alheios,<br />

mas existe uma trave em seus próprios olhos que os<br />

impedem.<br />

“Eu prefiro ter um Leonard Ravenhill (arminiano) do que<br />

vinte calvinistas apáticos, pois, eu observei algo na vida de<br />

Ravenhill [...] Ele era um pregador perigoso!” — Paul<br />

Washer.<br />

Pobres apologetas! Deparo-me até com jovens “expentecostais”<br />

que dizem ser confessionais (reformados),<br />

mas que ainda não são “modelados” pela verdade da<br />

Palavra de Deus, será mesmo que compreenderam o<br />

espírito da reforma protestante que paira sobre as páginas<br />

sociais? Ou são ondas impetuosas do mar, que escumam<br />

as suas mesmas abominações, estrelas errantes, para os<br />

quais está eternamente reservada a negrura das trevas?<br />

(Judas 13)<br />

O que disse sobre o espírito da reforma? Paira! Mas<br />

respondam-me apologetas:<br />

O que resiste na adversidade e mostra prudência na<br />

prosperidade? O que é forte no sofrimento e alegra-se com<br />

boas novas? O que está acima da tentação? O que é<br />

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generoso na hospitalidade, agradável entre verdadeiros<br />

irmãos? O que é paciente com a falta de fé (entendimento<br />

acerca de algumas doutrinas)? Respondam-me! O que é o<br />

espírito dos livros sagrados, a virtude da profecia, a<br />

salvação dos mistérios? O que é à força do conhecimento,<br />

a generosidade da fé, a riqueza para os pobres, e vida aos<br />

moribundos?<br />

Vocês não devem saber que é o amor, o amor é tudo! Mas<br />

vocês até falam do amor, mas ele é frio e calculista em seus<br />

corações, podemos até dizer que o amor de vocês é<br />

maquiavélico (pérfido), e fingido.<br />

Os cristãos em toda a história foram perseguidos e mortos<br />

por pregarem o evangelho, e no presente século XXI<br />

cristãos a todo o momento são queimados, crucificados,<br />

decapitados, degolados e apedrejados, e vocês acham ser<br />

um reformado radical, um apologeta porque pessoas<br />

excluem e bloqueiam vocês em páginas sociais? Vocês se<br />

acham apologetas por causarem uma certa repercussão<br />

ao irem em um programa de TV? Quão débeis vocês se<br />

tornaram! Onde se perderam? Voltem! Façam esses<br />

jovens desejarem em seus corações morrerem por Jesus,<br />

incentivem aos jovens a glória de padecer pelo nome Santo<br />

do Rei da glória.<br />

Os jovens estão seguindo seus péssimos exemplos,<br />

querem condenar os programas de TV neopentecostais<br />

por divulgarem um evangelho falso e híbrido, querem<br />

condenar os “pentecostais/arminianos”, querem condenar<br />

como heresia qualquer movimento que fuja das<br />

prescrições escriturística, ótimo, fazem muito bem! Mas<br />

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vocês não estão fazendo do evangelho algo híbrido e falso,<br />

do mesmo modo por outro viés?<br />

Existe um encorajamento para se pregar o evangelho a<br />

toda criatura? As nações, por exemplo?<br />

Os jovens estão aprendendo Teologia para debater em<br />

páginas sociais, eles não conseguem pregar nem ao<br />

menos para seus familiares ignorantes e condenados, eles<br />

não conseguem pregar o evangelho aos seus vizinhos, são<br />

tímidos, eles não conseguem pregar para os “amigos”<br />

ímpios, são medrosos, temem a solidão. Como posso dizer<br />

que eles são reformados, se são totalmente deformados<br />

em sua vida cristã? Reformados morreriam pelo<br />

evangelho, qualquer um sem exceção.<br />

Eles não aprenderam ainda o significado das palavras<br />

misericórdia, fé e amor, como pode um crente dito<br />

reformado não saber dessas virtudes? O corpo até<br />

cresceu, mas o pensamento ainda é de menino, não sabem<br />

como desenvolver a salvação (Filipenses 2:12), não<br />

lembram que o que moveu o coração de Martinho Lutero<br />

de íntima compaixão, foi justamente essas virtudes<br />

características da Pessoa de Cristo, misericórdia e amor<br />

que vivia em suas entranhas.<br />

Quando vocês irão acordar para suas vidas “cristãs” falsas<br />

e superficiais? Vocês compram livros, e mais livros, de<br />

valores altos, mas não se sensibilizam com a necessidade<br />

de seu próximo, seja lá quem for, e qual a sua necessidade.<br />

“Mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a<br />

minha fé pelas minhas obras” (Tiago 2:18; Mateus 25:34 –<br />

46; Tiago 2:15, 16), vocês acham que as obras são livros?<br />

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Pois, compram mais livros do que qualquer outra coisa,<br />

gastam mais com livros do que com qualquer outra coisa.<br />

Não sou contra os livros, mas quero trazer o assunto para<br />

o que é importante, compre livros e ame o próximo, ou<br />

melhor, ame o próximo e se der compre livros. Devemos<br />

viver sem egoísmo, devemos nos afastar de qualquer<br />

ambição egoísta ou atitude presunçosa. Devemos estimar<br />

os outros como mais importantes e valiosos que nós<br />

mesmos. (“Kenosis – é um conceito na teologia cristã que<br />

trata do esvaziamento da vontade própria de uma pessoa<br />

e a aceitação do desejo divino de Deus”).<br />

“Que ninguém procure somente os seus próprios<br />

interesses, mas também os dos outros” – Filipenses 2:4.<br />

Sabemos que as obras não atuam como méritos para<br />

salvação, mas como evidência de uma fé salvífica dada<br />

como um dom divino e amoroso, para uma pessoa que<br />

outrora estava morta, sem sentir, ouvir e ver, mas que<br />

agora está viva, que sentindo, vendo e ouvindo as<br />

instruções de um Pai zeloso.<br />

Os gritos de um mundo que caminha por lugares<br />

escorregadios e quebradiços, onde a qualquer momento<br />

pode-se em algum lugar quebrar, e pessoas “escorregarem<br />

com o seu próprio peso (pecados)”, para o mais profundo<br />

do inferno.<br />

Se você não consegue ouvir a voz por trás da voz de um<br />

morador de rua pedindo comida, que grita por salvação,<br />

você nunca terá a “mente” de Cristo, Jesus conseguia ouvir<br />

gritos no silêncio, e gemidos nos sorrisos, não estou<br />

falando de Cristo como ser divino (onisciente), mas como<br />

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um ser humano sensível que foi, e é, e longe desse texto<br />

separar as naturezas de Deus-Homem, apenas destaca<br />

uma de suas naturezas. Preciso explicar-me antes que<br />

vocês exijam a minha cabeça, ou me confundam com<br />

Nestório.<br />

JOVENS<br />

Jovens debatedores! Os corações de vocês não ardem<br />

pelo genuíno leite espiritual, antes almejam popularidade,<br />

um orgulho espiritual, algo que certamente levará vocês a<br />

apostasia e a frieza espiritual. Perda da salvação? Talvez<br />

não, se é um eleito, como a salvação pertence e vem de<br />

Deus, posso lhe garantir que não, mas isso não é garantia<br />

de que vocês não passarão pelas consequências de suas<br />

más escolhas, e porque não de suas rebeldias.<br />

Suas páginas são recheadas de frases, textos de Paul<br />

Washer, C. H. Spurgeon, João Calvino e muitos outros,<br />

mas se colocarem vocês ao lado desses homens vocês<br />

desaparecem. Vocês não se parecem nada com eles!<br />

Despertem jovens! Pensem que na Teologia não existe<br />

“formação acadêmica”, e acalme os seus corações afoitos,<br />

vocês nunca se formaram em Teologia. E porque essa<br />

correria para mostrar conhecimento? Mostre amor! Mostre<br />

verdade! Mostre sinceridade!<br />

Se o fundamento posto é Cristo, porque não notamos<br />

mudanças? Porque vocês são ainda a mesmas pessoas de<br />

antes? Terrenas, animais e diabólicas? Olhem para si,<br />

“examine-se o homem a si mesmo” (1 Coríntios 11:28),<br />

vocês são cristãos? E porque vocês acham isso? Por favor,<br />

não se comparem com crentes de sua Igreja, nem com<br />

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seus pais, e irmãos de internet, nem com o seu líder, nem<br />

com ninguém do meio evangélico, nem com a sua<br />

congregação, apenas com Jesus Cristo e com a Escritura,<br />

nada garante que essas pessoas sejam verdadeiramente<br />

cristãs, ou salvas.<br />

O que lhe garante que tais pessoas sejam verdadeiras<br />

cristãs? Porque elas falam que são? Porque elas têm<br />

muitos anos de conversão? Porque elas têm títulos<br />

acadêmicos? Ou porque elas são parecidas com a maioria<br />

das pessoas de sua Igreja (congregação)? Mas se elas se<br />

compararam com crentes que não eram cristãos? Que se<br />

compararam com outros crentes que não eram, e assim por<br />

diante? Devemos apenas nos comparar com a Escritura e<br />

com a Pessoa de Cristo Jesus. Se colocar Cristo a seu lado<br />

você se parece com Ele? Ou você se parece com a maioria<br />

dos “cristãos” a sua volta? Você age como Cristo? Fala<br />

como Cristo? Pensa como Cristo? Você realmente é uma<br />

nova criatura com uma santa vocação? Você é<br />

irrepreensível? (2 Coríntios 5:17; Efésios 1:4; 2 Timóteo<br />

1:9).<br />

Jovens! Por exemplo, se nesse exato momento surgisse<br />

um convite para vocês embarcarem em viagens<br />

missionárias em países longínquos, longe de tudo e de<br />

todos, e se fosse para fazer exposições bíblicas em uma<br />

praça pública, e se o convite tratasse de um programa<br />

voluntário para cuidar de pessoas doentes e refugiadas de<br />

um país em guerra, sabendo que ali haveria oportunidade<br />

de se pregar o evangelho, e se fosse para ensinar o<br />

evangelho a detentos (presidiários) e doentes de sua<br />

cidade, o que vocês fariam? Sejam sinceros!<br />

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Acredito que muitos de vocês não sairiam de suas casas,<br />

não sairiam de seus computadores, nem dos seus<br />

Smartphones, não conseguiriam nem ao menos levantar<br />

de suas cadeiras estofadas confortáveis. Acredito que<br />

muitos de vocês irão ler esse texto e continuar com suas<br />

vidas miseráveis, enganando-o a si mesmo, e sendo<br />

enganados por outros miseráveis.<br />

Acredito que muitos de vocês não falaram sequer do<br />

evangelho para os vizinhos, colegas de escolas e colegas<br />

de trabalho. Acabei de descrever 99% dos jovens “cristãos<br />

reformados”. Falam de jogos de futebol, de times, de livros,<br />

de autores, de política, de filmes, e o restinho que sobra é<br />

dado realmente para o evangelho da glória de Cristo! Mas<br />

tudo que faço é para glória de Deus! Vocês dizem, e eu<br />

digo: sim continuem. A juventude (mocidade) logo passará,<br />

e vocês se arrependerão por não terem feito aquilo que<br />

deveria.<br />

“A melhor garantia para conhecer a vontade de Deus no<br />

futuro é estar dentro da sua vontade no presente”— T. B.<br />

Maston.<br />

Vocês podem dizer que fazem tudo para glória de Deus,<br />

Salomão viu vaidade em tudo “Vaidade de vaidades, diz o<br />

pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade” –<br />

Eclesiastes 1:2. Salomão descreve o presente dos jovens,<br />

mas é enfático com o fim:<br />

“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua<br />

mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os<br />

anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles<br />

contentamento [...] De tudo o que se tem ouvido, o fim é:<br />

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Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto<br />

é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a<br />

juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer<br />

seja bom, quer seja mau” – Eclesiastes 12:1, 13, 14.<br />

Deus sempre sonda corações e intenções, e Ele sempre<br />

tocará no coração de seus amados filhos, e de forma doce<br />

falará: “Levante-se filho meu, vá e pregue a minha Palavra,<br />

cuidarei de ti onde quer que pise a planta de vossos pés”.<br />

E como um filho obediente, sempre responderá: “Sim Pai,<br />

já estou indo falar do SENHOR, e das Suas grandes<br />

obras”. Aleluia!<br />

Mas sempre vai haver murmurações, e indagações: existe<br />

algo de mal em fazer todas essas coisas? Claro que não!<br />

Mas deixo vocês a pensar nessa frase de Leonard<br />

Ravenhill:<br />

“Como você pode derrubar as fortalezas de Satanás, se<br />

você não tem nem a força para desligar a TV?”.<br />

E por isso muitos de vocês não deveriam está em uma<br />

posição de meninos inconstantes levados em roda por todo<br />

vento de doutrina, pelo engano de homens que, com<br />

astúcia, enganam fraudulosamente? (Efésios 4:14) E<br />

vocês podem falar: Espere um pouco irmão Plínio, as<br />

doutrinas que eu defendo em minhas páginas sociais são<br />

verdadeiras! E eu lhe respondo: Até que ponto? São<br />

completas? São iguais as “verdades” pregadas pelo Diabo<br />

no jardim do Éden e no deserto? Devemos saber o: “Está<br />

escrito”, e “Também está escrito”. O amor, e a justiça é<br />

realmente o plano de fundo de sua vida cristã?<br />

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Senão, aconselho-te que releia sua bíblia, e digo mais,<br />

pare agora mesmo de ler biografias, até que você se torne<br />

mestre nos personagens bíblicos, principalmente na<br />

Pessoa de Jesus Cristo. Ter a Sua mente (de Cristo) exigese<br />

muito tempo de meditação.<br />

Existe um grande perigo em ler biografias, elas te fazem<br />

viver a vida de outros homens, que nem ao menos vocês<br />

se parecem com eles. Pelo simples fato de você concordar<br />

com as suas vidas piedosas, não lhe certifica como um<br />

cristão piedoso, se vocês compartilham de suas<br />

experiências devocionais, como fervor e vida de oração,<br />

não significa que vocês tenham essa vida. Jovens!<br />

Respondam-me algumas perguntas, e eu lhes trarei a<br />

realidade: Hoje, quantas horas vocês passaram de joelhos<br />

em oração? E no estudo diligente quantas horas se<br />

debruçaram sobre a escritura sob oração (orare et<br />

labutare)? Quando foi a sua última consagração ao<br />

Senhor, com jejuns, rogos e prantos? Partindo do<br />

pressuposto que sabem sobre a escritura, quando foi que<br />

os ímpios ouviram o brado de suas vozes “Arrependei-vos<br />

e crede no Evangelho!” – Marcos 1:15, “Raça de víboras,<br />

quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?” – Mateus 3:7.<br />

E por fim, muitos usariam de várias “desculpas” para negar<br />

o convite. E por isso muitos de vocês não deveriam está<br />

em uma posição de “cristãos” falsos (mentirosos) e<br />

superficiais? A questão não é se você foi desafiado. A<br />

questão é: “você foi transformado?”.<br />

Que ser um defensor da verdade bíblica? Primeiro,<br />

examine-se a si mesmo nesse exato momento. Segundo,<br />

peça a Deus para que Ele lhe dê um Espírito de poder,<br />

amor e equilíbrio (2 Timóteo 1:7; Romanos 8:15; 1 João<br />

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4:18). E por último, esteja certo que você não é um<br />

apologeta por postar textos e frases em páginas sociais.<br />

Acredito que as páginas sociais sejam de grande valia na<br />

divulgação do Evangelho, mas existe um perigo iminente,<br />

atualmente as páginas sociais estão disseminando o mal e<br />

atuando na divisão do corpo de Cristo. Sinceramente é o<br />

Reino do mal levado em bolsos de pessoas despreparadas<br />

e não aptas no manuseio da espada da verdade (Palavra<br />

de Deus). Devemos ter cuidado e prudência. (Efésios 6:10<br />

– 20).<br />

Ainda quer ser um apologeta? Ame a Deus acima de todas<br />

as coisas, e de todas as pessoas. Cresça, desenvolva a<br />

vossa salvação, primeiramente em Temor e Tremor,<br />

desenvolva uma vida piedosa e devota a Cristo Jesus.<br />

Quanto das escrituras tem sido o seu banquete diário?<br />

Quanto tempo de oração você tem passado de joelhos<br />

diante o trono de Deus? Quanto você tem visto pessoas<br />

serem quebradas pela verdade contida na Palavra de<br />

Deus? Quantas rótulas quebradas você tem visto diante o<br />

Rei da glória? Quantos crentes, você tem visto dividindo o<br />

pão com os necessitados? Você tem dividido? Realmente<br />

estamos em um mesmo Espírito? Em uma mesma<br />

verdade? Tenho me assustado com o que tenho visto no<br />

meio cristão. E tudo isso colocado nesse texto, não é nem<br />

um terço do que tenho sentido, essa exortação veio<br />

primeiramente a mim. Acredito que “Deus corrige a quem<br />

Ele ama, e castiga quem Ele aceita como filho” (Hebreus<br />

12:6; Provérbios 3:12). Não leve a exortação como algo<br />

ruim, mas leve tudo isso como um sinal do grande amor e<br />

misericórdia de Deus.<br />

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AOS JOVENS DA ZUEIRA<br />

Jovens da “Zueira”, vocês estão levando Cristo ao<br />

vitupério, acredito que se a “plenitude dos tempos” fosse o<br />

presente século XXI, vocês seriam os primeiros a gritarem:<br />

Crucifica-o! Crucifica-o! Vocês zombariam de Cristo (“Rei<br />

dos judeus!”), Vocês produziriam a coroa de Espinho, é<br />

nítido ver o mesmo espírito de zombaria que atuava<br />

naqueles soldados romanos atuar em vocês. Vocês<br />

prestam o desfavor (desprezo) ao genuíno Evangelho, não<br />

consigo ver nada de “Zueira” no sacrifício de Cristo e nem<br />

em pessoas sendo condenadas ao inferno. C.H. Spurgeon<br />

disse que “no lugar de pastores alimentando ovelhas,<br />

haveria palhaços entretendo bodes”, eu faço uma leve<br />

adaptação para essa geração: “Jovens Palhaços<br />

entretendo bodes!” É isso que vocês são.<br />

Convertam-se meninos! Os jovens foram os que mais<br />

sofreram em toda a história. Se colocarmos o jovem José,<br />

o jovem Davi, o jovem Estevão, o jovem Timóteo e muitos<br />

outros ao lado de vocês, vocês simplesmente se<br />

envergonhariam e pediriam o mais profundo do abismo<br />

(inferno). Pena que a “Zueira” arrancou de vocês o Temor<br />

e Tremor a Deus. Será que vocês não lêem suas bíblias?<br />

Se lêem são rebeldes, pois, não vivem de acordo, se não<br />

lêem são crentes falsos, porque fazem “graça” da Graça de<br />

Deus! E um dia vocês verão que Deus nos deu a Graça,<br />

mas nunca “brincou” com a humanidade, de forma a fazer<br />

que pessoas rissem de suas instruções (Doutrinas), essa<br />

com toda certeza é a pior geração de crentes de todos os<br />

tempos, e a minha opinião é que vocês contribuem muito<br />

para isso. Provérbios é um livro que apresenta conselhos<br />

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importantíssimos para uma vida sábia. Em Provérbios<br />

26:18, 19, a bíblia diz:<br />

“Como o louco que lança fogo, flechas e morte, assim é o<br />

homem que engana a seu próximo e diz: Fiz isso por<br />

brincadeira”.<br />

Este conselho nos ajuda a zelarmos por relacionamentos<br />

sadios. Ele apresenta uma pessoa que promove desordem<br />

social por meio do engano e o compara com um louco. O<br />

personagem ilustrado, tudo que faz, o faz de forma velada,<br />

com uma má intenção, mas a oculta dizendo que fez tal<br />

ação “por brincadeira”.<br />

Bruce K. Waltke (2011) chama a atenção para o fato que o<br />

texto fala de alguém que se diverte em meio a uma<br />

“distorção inesperada” e que o verbo enganar mostra que<br />

o brincalhão tem a intensão de “prejudicar o seu vizinho”.<br />

Para o brincalhão, o praticar maldade é divertimento,<br />

tornando-se assim um insensato (Provérbios 10:23).<br />

Este versículo sempre cativou a minha atenção, pois<br />

sempre que eu fazia alguma coisa e dizia “foi brincadeira”,<br />

ele vinha em meu pensamento e de imediato eu refletia<br />

sobre tal ação ou palavra que havia dito, pois às vezes,<br />

minhas brincadeiras, sem que eu percebesse, acabavam<br />

por maltratar alguma pessoa. Portanto, tome cuidado com<br />

brincadeiras que enganam o próximo e o prejudica. Pense<br />

como está o seu “fiz por brincadeira”.<br />

Não brinquem com o nome de Deus. “Não tomarás o nome<br />

do Senhor teu Deus em vão” (Êxodo 20:7). Muitas vezes<br />

vocês “cristãos da zueira” não atentam para a preciosidade<br />

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desse texto. Mesmo sendo um mandamento atrelado ao<br />

Antigo Testamento, o principio extraído desta passagem<br />

contínua válido. No terceiro mandamento, não tomar o<br />

nome do Senhor em vão, é não banalizá-lo, não torná-lo<br />

vulgar, pois, o que está em questão não é apenas o Seu<br />

nome, mas sim a sua natureza e atributos. Por isso ao usar<br />

o nome de Deus, temos que ter certeza de que o que<br />

iremos falar dá o devido reconhecimento de Deus em todo<br />

Seu ser. Sendo assim, devemos fazer conforme Jesus nos<br />

ensina na oração do Pai–Nosso, e orar “santificado seja o<br />

teu nome” (Mateus 6:9). Isso quer dizer que “nós<br />

santificamos Seu nome quando honramos algum aspecto<br />

de Seu caráter”. Será que vocês têm honrado a Deus por<br />

meio de seus comportamentos, de suas palavras? Lembrese<br />

que o nome de Deus não é motivo para piada e deve<br />

ser honrado em atitudes e palavras.<br />

Uma das causas que tem levado muitos rirem e brincarem<br />

dentre o povo cristão, são os erros e heresias na Igreja de<br />

Cristo. Conquanto para muitos pareça algo engraçado,<br />

Jesus não acharia graça. Houve uma ocasião que Jesus,<br />

passando pela cidade, chora sobre Jerusalém. A bíblia diz<br />

que “quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a<br />

cidade, começou a chorar. E disse: “Se tu também<br />

compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!” – Lucas<br />

19:42. Ele, quando observou a incredulidade do povo de<br />

Jerusalém, não achou nisso motivo para graça, mas sim<br />

para choro. Se ao menos eles compreendessem!,<br />

lamentou Jesus. Isto porque aquelas pessoas não davam<br />

ouvidos à sua mensagem. “Jerusalém, Jerusalém, quantas<br />

vezes eu quis juntar o teu povo como uma galinha junta os<br />

seus pintinhos debaixo das suas asas e você não quis!”<br />

disse Ele.<br />

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Jesus não foi o único a ter dor no coração ao se preocupar<br />

com a incredulidade dos outros. Paulo em certa ocasião<br />

disse que possuía grande tristeza e incessante dor no<br />

coração por causa da incredulidade dos judeus (Romanos<br />

9:2). Aos gálatas ele diz que sentia dores de parto (Gálatas<br />

4:19) pelos irmãos que haviam se desviado do caminho.<br />

Aos coríntios, ele expressa a preocupação com eles,<br />

possuído de angústia no coração (2 Coríntios 2:4). Aos<br />

colossenses, ele menciona a grande luta em sua alma por<br />

causa dos irmãos (Colossenses 2:1) que estavam<br />

expostos a falsos ensinos (Colossenses 2:8). O exemplo<br />

que a bíblia nos ensina diante do falso ensino e heresia na<br />

Igreja não é fazer disso motivo de riso e chacota, mas sim<br />

de choro e preocupação. Afinal de contas, a Igreja de Cristo<br />

vale o Seu sangue e a ordenança à obediência, pois Jesus<br />

ordenou que amassemos até os nossos inimigos, e a Sua<br />

palavra enfatizou que a nossa luta não é contra carne e<br />

sangue.<br />

Mais uma vez digo-lhes: Palhaços! Vocês não são nada,<br />

além disso! Vocês através de suas “zueiras”, não estão<br />

ajudando a desenvolver a salvação de nenhum crente,<br />

apenas deixa-os em seus pecados de uma forma mais<br />

confortável.<br />

Ainda estão em seus medos e conflitos internos, mas ao<br />

mesmo tempo estão camufladas em seus risos secos que<br />

mostram a secura de suas almas vazias. “Arrependei-vos<br />

e crede no Evangelho!”. Ainda há tempo!<br />

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Quer ser um defensor da Palavra de Deus? Respeite-a,<br />

Reverencie-a, Tema e Trema diante do poder de Deus!<br />

(Romanos 1:16).<br />

“A Palavra de Deus não precisa de defesa, ela é como um<br />

leão faminto preso em uma jaula. Abra somente a porta da<br />

jaula, e deixe-a livre. Mas respeite-a, caso contrário, será<br />

despedaçado (a)”.<br />

CONCLUSÃO<br />

Pelo simples fato de somente abrir a essa jaula. Preparese<br />

para viver sozinho, perder amigos, e irmãos que na<br />

maioria das vezes você o ajudou. Prepare-se para passar<br />

por momentos de depressão e de tristeza profundos onde<br />

os elogios não serão suficientes. Prepare-se para perder o<br />

sono durante toda a sua vida. Prepare-se para dormir mal,<br />

e ter muitos pesadelos. Prepare-se para acordar sem<br />

ânimo. Prepare-se para perder o humor. Prepare-se para<br />

estudar horas e mais horas de sua vida, ao ponto de perder<br />

a noção de dias, meses e anos, vivendo como se já<br />

estivesse na eternidade. Prepare-se para ter os seus<br />

joelhos ensanguentados e calejados. Prepare-se para<br />

retirar o pano de saco e cinzas escondidos debaixo de sua<br />

cama onde você disse certa vez: Não preciso! Digo: Irá<br />

precisar. Prepare-se para muitas noites de choro sozinho<br />

na cabeceira de sua cama. Prepare-se para gemer muitas<br />

vezes no chão do banheiro em silêncio, com vergonha das<br />

suas covardias, elas serão suas mestras de Teologia.<br />

Prepare-se em não ser compreendido pelos próprios<br />

irmãos em Cristo. Aconselho-te que grave esse versículo<br />

em sua mente: “Fiz-me acaso, vosso inimigo, dizendo a<br />

verdade?” – Gálatas 4:16 irá precisar. Prepare-se por não<br />

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ser compreendido em muitas vezes por sua própria família,<br />

ela será sua cruz por muito tempo. Prepare-se por não ser<br />

aceito e muito menos compreendido pela sociedade, pois,<br />

você é Luz em meio a densas trevas. Prepare-se para amar<br />

os inimigos, pois, serão muitos. Prepare-se para dividir<br />

aquilo que na maioria das vezes você não tem. Prepare-se<br />

para consolar as pessoas, mesmo não estando consolado.<br />

Prepare-se para animar as pessoas, mesmo estando<br />

desanimado. Prepare-se para não ser aceito pelo próprio<br />

meio “evangélico”. Prepare-se para as críticas, pois, serão<br />

muitas. Prepare-se para ser odiado, maltratado e<br />

humilhado. Prepare-se para viver as maiores guerras<br />

íntimas e pessoais de sua vida. Prepare-se para ter sua<br />

mente sendo atacada diariamente pelos seus piores<br />

desejos e pensamentos, e claro por nosso adversário<br />

Satanás.<br />

Prepare-se para perder o apetite e consequentemente<br />

emagrecer sem nenhuma saúde, e nessa situação a<br />

enfermidade pode ser sua aliada. Prepare-se para ser<br />

abatido pelas aflições desse mundo, pois, são muitas.<br />

Prepare-se para enfrentar lutas ferrenhas contra a carne, e<br />

o pecado.<br />

Prepare-se para as derrotas, pois, serão muitas. Preparese<br />

para as vitórias que serão poucas, mas elas poderão lhe<br />

corromper. Prepare-se para os elogios, pois, eles tentarão<br />

sua vaidade, e seu orgulho espiritual. Prepare-se para ser<br />

perseguido.<br />

Prepare-se para uma guerra diária e constante, onde a sua<br />

única arma será a Escritura Sagrada, e será nela e<br />

somente nela que se manifestará a graça de Deus na<br />

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evelação de Seu Filho Jesus Cristo. Prepare-se para a<br />

solidão mesmo tendo muitos a sua volta.<br />

Mas acima de tudo prepare-se para o porvir. Prepare-se<br />

para ser consolado e recebido pelo Deus-Homem, o Cristo<br />

ressurreto com uma coroa incorruptível, com uma glória<br />

que mui excede a todas as nossas tribulações. Aleluia!<br />

VIDA ETERNA<br />

“Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que<br />

está no meio do paraíso de Deus”. (Apocalipse 2:7b).<br />

NÃO SOFRER O DANO DA SEGUNDA MORTE (LAGO<br />

<strong>DE</strong> FOGO)<br />

“O que vencer não receberá o dano da segunda morte”.<br />

(Apocalipse 2:11b).<br />

NOVO NOME<br />

“Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e darlhe-ei<br />

uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito,<br />

o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe”.<br />

(Apocalipse 2:17b).<br />

JULGAR AS NAÇÕES<br />

“E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu<br />

lhe darei poder sobre as nações, E com vara de ferro as<br />

regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como<br />

também recebi de meu Pai”. (Apocalipse 2:26, 27).<br />

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VESTES BRANCAS, NÃO RISCAR O NOME DO LIVRO<br />

DA VIDA E TER O NOME CONFESSADO DIANTE <strong>DE</strong><br />

<strong>DE</strong>US E DOS SEUS ANJOS<br />

“O que vencer será vestido de vestes brancas, e de<br />

maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e<br />

confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos<br />

seus anjos”. (Apocalipse 3:5, 6).<br />

UMA COLUNA NO TEMPLO <strong>DE</strong> <strong>DE</strong>US, COM O NOME <strong>DE</strong><br />

<strong>DE</strong>US O NOME DA CIDA<strong>DE</strong>: A NOVA JERUSALÉM E O<br />

SEU NOVO NOME<br />

“A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus,<br />

e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu<br />

Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém,<br />

que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo<br />

nome”. (Apocalipse 3:12).<br />

ASSENTAR COM JESUS NO SEU TRONO<br />

“Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no<br />

meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu<br />

Pai no seu trono”. (Apocalipse 3:21).<br />

“Se um cristão não está tendo tribulação do mundo, há algo<br />

errado! Não somos chamados para sermos aceitos, somos<br />

chamados para glorificar a Deus”.<br />

O QUE É SER BATIZADO COM FOGO?<br />

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“[...] disse João a todos: Eu, na verdade vos batizo com<br />

água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual<br />

não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele<br />

vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá,<br />

ele a tem na mão, para limpar completamente a sua eira e<br />

recolher o trigo no seu celeiro; porém queimará a palha em<br />

fogo inextinguível”. (Lucas 3:16, 17).<br />

Você sabe o que é batismo com fogo? Você em suas<br />

petições desejou esse batismo? Vamos ver o que significa<br />

batismo com fogo? O batismo com o Espírito Santo é<br />

identificado em outras passagens. Em Atos 1:4 – 5, Jesus<br />

o prometeu aos apóstolos. Ele cumpriu essa promessa em<br />

Atos 2:1 – 4. Outra vez, ele concedeu o batismo com o<br />

Espírito Santo à família de Cornélio (Atos 10:44 – 48; 11:15<br />

– 17). Mas, o que é o batismo com fogo? Alguns sugerem<br />

que o fogo se refere às “línguas, como de fogo” que<br />

pousaram sobre os apóstolos em Atos 2:3. Mas, tal<br />

interpretação não explica adequadamente o comentário de<br />

João Batista.<br />

No contexto imediato (Lucas 3:17; Mateus 3:12), João<br />

explica que o fogo representa castigo em fogo<br />

inextinguível. Alguns de seus ouvintes seriam batizados<br />

com o Espírito Santo, e outros deles seriam imersos no<br />

fogo do castigo eterno.<br />

João mencionou esses batismos principalmente para<br />

ensinar a superioridade de Jesus (veja João 3:30). João,<br />

sendo mero homem, tinha autoridade para controlar as<br />

águas que ele usava nos batismos de milhares de judeus.<br />

Mas Jesus, sendo o Filho de Deus, mostraria seu poder<br />

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ilimitado. Ele enviaria o Espírito Santo e, também, rejeitaria<br />

algumas pessoas eternamente.<br />

A primeira pergunta que temos de responder é a seguinte:<br />

Para quem João Batista dirigiu essa palavra? Observando<br />

o contexto, vemos que muitos iam até João Batista e,<br />

arrependidos de seus pecados, eram batizados por ele<br />

com água (Mateus 3:5 – 7). Mas entre estes, alguns iam<br />

até João com outros propósitos; estes são identificados<br />

como os fariseus e saduceus (Mateus 3:7). Foi diretamente<br />

a eles que João disse essa palavra, que começa no verso<br />

7: “Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus<br />

vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos<br />

induziu a fugir da ira vindoura?”.<br />

João questiona veementemente a falsidade e hipocrisia do<br />

arrependimento dos fariseus e saduceus (Mateus 3:8, 9).<br />

Eles estavam ali com outros objetivos, não com o de se<br />

arrependerem dos seus pecados e viver uma nova vida.<br />

Nesse contexto João diz algo interessante a eles que nos<br />

ajudará a compreender o que significa batismo com fogo:<br />

“Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore,<br />

pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao<br />

fogo” (Mateus 3:10). O fogo citado aqui, claramente aponta<br />

para o julgamento de Deus e a justa condenação dos<br />

ímpios.<br />

Dentro desse contexto João continua sua fala aos fariseus<br />

e saduceus e, claro, para aqueles que deveriam estar ali<br />

ouvindo toda essa conversa, explicando a eles da vinda do<br />

Messias, que seria maior do que ele (Mateus 3:11). Esse<br />

Messias estaria apto a oferecer dois batismos, sendo: o<br />

batismo com o Espirito Santo: é o batismo do<br />

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arrependimento, a morte para a velha vida, a purificação<br />

dos pecados, a nova vida em Cristo. E o batismo com fogo:<br />

Esse é o batismo no qual os perversos serão batizados,<br />

conforme o próprio João explica na sequência: “A sua pá,<br />

Ele a tem na mão e limpará completamente a sua eira;<br />

recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em<br />

fogo inextinguível” (Mateus 3:12).<br />

Esse trigo que será recolhido no celeiro são os salvos, os<br />

batizados com o Espírito Santo, os selados pelo Espírito<br />

Santo da promessa (Efésios 1:13). Já a palha que será<br />

jogada em fogo inextinguível são os ímpios, batizados com<br />

o fogo do juízo de Deus. Como vimos, todo o contexto usa<br />

o fogo como símbolo do juízo de Deus sobre os perversos.<br />

Sabemos que nas Escrituras Sagradas o fogo é usado com<br />

diversos significados. Por exemplo, como símbolo de<br />

purificação, da provação, do juízo, etc. Para que o sentido<br />

da palavra fogo seja corretamente atribuído a um texto é<br />

importante avaliar cada contexto para não cometer erros.<br />

Como vimos claramente nesse texto que analisamos neste<br />

sucinto estudo, o batismo com fogo é claramente<br />

identificado como o batismo que Deus aplica nos ímpios,<br />

um batismo de condenação justa.<br />

Assim, o crente verdadeiro não deve ser batizado com esse<br />

fogo citado nesse texto, pois se o for, nem mesmo poderá<br />

mais ser chamado de crente, pois, na verdade, nunca o foi.<br />

Antes, se for batizado com esse fogo citado por João<br />

Batista, será um batismo de condenação.<br />

Se essa é a sua petição. Arrependa-se e volte-se a<br />

escritura, pois, cuidais ter nela a vida eterna.<br />

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“Se Deus amou você uma vez, Ele amará para sempre”.<br />

Agostinho, onde isto mesmo se ensina: “Incompreensível”,<br />

diz ele, “e imutável é o amor de Deus. Pois ele começou a<br />

amar-nos, não desde que fomos reconciliados com Ele<br />

pelo sangue de Seu Filho; pelo contrário, Ele nos amou<br />

antes da formação do mundo, para que também nós lhe<br />

fôssemos filhos juntamente com Seu Unigênito, mesmo<br />

antes que viéssemos a ser algo. Que, portanto, fomos<br />

reconciliados pela morte de Cristo, não se deve entender<br />

como se o Filho nos reconciliasse com o Pai para que este<br />

começasse a nos amar, porque antes nos odiava; mas foi<br />

reconciliado com quem já antes nos amava, ainda que,<br />

pelo pecado, nutria inimizade para conosco.<br />

O Apóstolo é testemunha de que afirma a verdade: ‘Deus<br />

prova Seu amor para conosco em que, enquanto éramos<br />

ainda pecadores, Cristo morreu por nós’ (Romanos 5:8).<br />

Tinha Ele, portanto, amor para conosco ainda quando,<br />

exercendo inimizades para com ele, praticávamos a<br />

iniquidade. E assim, de modo maravilhoso e divino, ainda<br />

quando nos odiava, Ele nos amava. Pois Ele nos odiava<br />

enquanto éramos como ele nos fizera. E porque nossa<br />

iniquidade não havia consumido de todo sua obra em nós,<br />

sabia, a um só tempo, em cada um de nós, não só odiava<br />

o que fazíamos, mas também amava o que Ele havia feito”.<br />

É isso o que diz Agostinho.<br />

O CULTO VERDA<strong>DE</strong>IRO E O CULTO FALSO<br />

Texto Base:<br />

1 Coríntios 14.<br />

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O culto verdadeiro e o culto falso – 14:1 – 19.<br />

Os efeitos da verdadeira e da falsa adoração – 14:20 – 25.<br />

Conselhos práticos – 14:26 – 33.<br />

Inovações proibidas – 14:34 – 40.<br />

1 Coríntios 14:1 – 19.<br />

Este capítulo é muito difícil de entender, devido ao fato de<br />

que se refere a um fenômeno que, para a maioria de nós,<br />

está totalmente fora de nossa experiência. Em todo o<br />

capítulo Paulo compara entre si dois dons espirituais. Em<br />

primeiro lugar o falar em línguas. Este fenômeno era muito<br />

comum na Igreja primitiva. Durante ele a pessoa se<br />

excitava até chegar a um êxtase e um delírio e nesse<br />

estado lançava uma incontrolável corrente de sons em<br />

linguagem desconhecida. A não ser que esses sons<br />

fossem interpretados e, em realidade, traduzidos, ninguém<br />

sabia o que significavam. Embora nos pareça estranho na<br />

Igreja primitiva isto era um dom altamente cobiçado. Era<br />

um dom perigoso. Por um lado, era anormal e muito<br />

admirado; portanto a pessoa que o possuía podia tender a<br />

desenvolver um certo orgulho espiritual por seu dom. E por<br />

outro lado, o próprio desejo de possuí-lo produzia, ao<br />

menos em alguns, certo auto-hipnotismo e certa histeria<br />

deliberadamente induzida que resultava ser um falar em<br />

línguas completamente falso, enganoso e fabricado.<br />

Contra este falar em línguas Paulo antepõe o dom de<br />

profecia. Preferimos não utilizar este termo, cujo emprego<br />

pode complicar mais uma situação já complicada. Neste<br />

caso, e em realidade a maioria das vezes, a profecia não<br />

tem nada que ver com a predição do futuro, mas sim<br />

significa proclamar a vontade e a mensagem de Deus.<br />

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Como já dissemos, pregar se aproxima deste significado.<br />

Em toda esta seção Paulo trata o perigo do dom de falar<br />

em línguas, e a superioridade de interpretar a verdade em<br />

forma tal que todos podem entendê-la. Podemos seguir<br />

melhor a linha do pensamento de Paulo analisando toda a<br />

seção. Paulo começa dizendo que as línguas se dirigem a<br />

Deus, e não aos homens, devido ao fato de que eles não<br />

podem entender. Se alguém exercitar o dom de línguas<br />

pode estar enriquecendo sua própria experiência espiritual,<br />

mas com segurança não está enriquecendo as almas da<br />

congregação, devido ao fato de que para eles resulta<br />

ininteligível; por outro lado, o dom de anunciar a verdade<br />

produz algo que todos podem entender e que é de proveito<br />

para a alma de cada um. Em seguida Paulo continua<br />

usando ilustrações e alegorias. Pensa ir a eles; mas se o<br />

faz falando em línguas que utilidade terá sua visita? Não<br />

saberiam do que estaria falando. Tomemos o caso de um<br />

instrumento musical. Se obedece as leis normais da<br />

harmonia, pode produzir uma melodia que todos podem<br />

reconhecer; mas, se não, simplesmente produz um som<br />

caótico. Tomemos o caso do clarim. Se tocar o chamado<br />

correto poderá convocar os homens a avançar, retroceder,<br />

dormir ou despertar. Mas se simplesmente produz um som<br />

confuso, sem significado, ninguém saberá o que fazer.<br />

Neste mundo existem muitas formas de falar; mas se dois<br />

homens que não compreendem o idioma um do outro se<br />

encontram, se falam um ao outro, a linguagem de cada um<br />

deles soará a jargão sem sentido, e não obterão nada do<br />

encontro. De modo que Paulo não nega a existência do<br />

dom de línguas. Ninguém pode dizer que nele se cumpre a<br />

fábula da raposa e as uvas, pois ele possui o dom mais que<br />

nenhum outro, mas insiste em que para que um dom seja<br />

valioso deve beneficiar a toda a congregação, e, portanto,<br />

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se utiliza-se o dom de línguas, este não terá sentido a não<br />

ser que seja interpretado. Assim, seja que o homem fale,<br />

ore ou cante, deve fazê-lo não só com seu espírito, mas<br />

com sua mente. Deve saber o que acontece e outros<br />

devem poder compreendê-lo. Desta maneira Paulo chega<br />

à brusca conclusão de que numa congregação cristã é<br />

melhor pronunciar umas poucas orações compreensíveis<br />

que emitir uma corrente de sons ininteligíveis em línguas.<br />

Desta seção muito difícil e remota surgem certas verdades<br />

valiosas. O versículo 3 muito sucintamente estabelece o<br />

fim de toda pregação e ensino. Tem três fases.<br />

(1) Deve tender a edificar. Deve ter como fim aumentar o<br />

conhecimento que o homem tem da verdade cristã e sua<br />

capacidade para viver uma vida cristã. Deve outorgar-lhe<br />

uma mente melhor instruída e uma vida melhor equipada.<br />

Seu fim deve ser repartir força para o caminho cristão.<br />

(2) Deve tender a alentar. Em todo grupo de pessoas há os<br />

que se sentem deprimidos e desanimados. Seus sonhos<br />

não se convertem em realidade; seu esforço pareceria ter<br />

obtido muito pouco; o exame pessoal só mostra fracassos<br />

e incapacidades. Dentro da comunidade cristã o homem<br />

teria que encontrar algo que alegrasse seu coração,<br />

temperasse seu braço, e fizesse elevar a fronte.<br />

Comentava-se a respeito de um pregador que dava a<br />

conhecer o evangelho como se fosse um meteorologista<br />

que anunciava o avanço de uma profunda depressão. Um<br />

culto poderá começar humilhando o homem ao lhe mostrar<br />

seu próprio pecado, mas será um fracasso a não ser que<br />

termine assinalando a graça e o Deus que o capacitará a<br />

conquistar esse pecado.<br />

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(3) Deve confortar. “Nunca a manhã passou a ser tarde<br />

sem que algum coração se destroçasse”. Existe o que<br />

Virgilio chamou “as lágrimas das coisas”. Em todo grupo de<br />

pessoas haverá sempre alguém a quem a vida danificou e<br />

para quem a primavera já não existe. E dentro da<br />

comunidade cristã deve poder encontrar beleza para suas<br />

cinzas, óleo de alegria para seu luto, e um vestido de louvor<br />

para o espírito em sua opressão. O versículo 5 nos<br />

menciona as coisas que para Paulo eram o pano de fundo<br />

e a substância de toda pregação e ensino.<br />

(1) Provém de uma revelação direta de Deus. Ninguém<br />

pode falar com outros a não ser que Deus tenha falado a<br />

ele em primeiro lugar. Diz-se que um grande pregador se<br />

detinha cada tanto como se estivesse ouvindo uma voz.<br />

Nunca damos aos homens ou aos alunos verdades que<br />

nós produzimos, nem mesmo descobrimos; transmitimos a<br />

verdade que nos foi dada.<br />

(2) Pode outorgar um conhecimento especial. Ninguém<br />

pode ser perito em tudo, mas cada um tem um<br />

conhecimento especial em alguma matéria. Tem-se dito<br />

que qualquer pessoa poderia escrever um livro<br />

interessante se simplesmente descrevesse completa e<br />

honestamente tudo o que lhe aconteceu. As experiências<br />

da vida dão algo especial a cada um de nós, e a pregação<br />

e o ensino mais efetivo é simplesmente dar testemunho do<br />

que sabemos que é certo porque o achamos certo.<br />

(3) Consiste em proclamar a verdade. Na Igreja primitiva a<br />

primeira pregação que se dava perante qualquer<br />

congregação era uma proclamação simples e direta dos<br />

fatos da história cristã. Há algumas costure que estão mais<br />

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além de todo argumento. Goethe disse: “Conte-me suas<br />

certezas, tenho suficientes dúvidas das minhas”. Qualquer<br />

que seja a forma em que terminemos, é bom começar com<br />

os fatos de Cristo e do cristianismo.<br />

(4) Continuará ensinando. Chega o momento em que o<br />

homem pergunta: “O que querem dizer estes fatos? Qual é<br />

seu significado?”. Simplesmente porque somos criaturas<br />

pensantes a religião implica em teologia. E pode ser que a<br />

fé de muitos decaia e a fidelidade de muitos se esfrie<br />

devido ao fato de que não analisaram as coisas e não as<br />

pensaram em sua totalidade.<br />

De toda a passagem surgem dois amplos princípios<br />

referentes ao culto cristão.<br />

(1) A adoração nunca deve ser egoísta. Tudo o que se faça<br />

durante o culto deve realizar-se para o bem de todos.<br />

Ninguém durante ele, já seja quem o dirija ou o<br />

compartilhe, tem direito a fazê-lo de acordo com suas<br />

próprias preferências e predileções pessoais. Deve buscar<br />

o bem de toda a comunidade de adoradores. A grande<br />

prova de qualquer parte do culto é a seguinte: “Ajudará a<br />

todos?”. Não é: “Exporá meus dons especiais?”, mas sim:<br />

“Fará isto com que todos os presentes se sintam mais perto<br />

uns de outros e mais perto de Deus?”.<br />

(2) A adoração deve ser inteligível. As grandes coisas são<br />

essencialmente as coisas simples, a linguagem mais nobre<br />

é em essência a mais simples. Em última instância só o<br />

que satisfaz minha mente pode confortar meu coração, e<br />

só o que minha mente pode captar pode outorgar força a<br />

minha vida.<br />

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OS EFEITOS DA VERDA<strong>DE</strong>IRA E DA FALSA<br />

ADORAÇÃO<br />

1 Coríntios 14:20 – 25.<br />

Paulo ainda está tratando da questão do falar em línguas.<br />

Começa com um chamado aos coríntios para que não ajam<br />

de maneira infantil. Essa paixão pelo falar em línguas e sua<br />

sobrevalorização era em realidade uma sorte de<br />

ostentação infantil, o produto do desejo de exibir-se como<br />

meninos precoces. Paulo acha então um argumento no<br />

Antigo Testamento. Vimos várias vezes como a exegese<br />

rabínica — e Paulo era um rabino — podia encontrar no<br />

Antigo Testamento significados escondidos que com<br />

segurança não tinham sido previstos originalmente. Paulo<br />

se refere a Isaías 28:9 – 12. Nessa passagem, Deus,<br />

através de seu profeta, ameaça ao povo. Isaías lhes<br />

pregou em seu próprio idioma hebreu e não o escutaram<br />

nem o compreenderam. Devido a sua desobediência os<br />

assírios virão sobre eles e os conquistarão e ocuparão<br />

suas cidades. Então terão que ouvir um idioma que não<br />

poderão compreender. Terão que ouvir a língua<br />

estrangeira de seus conquistadores falando coisas<br />

ininteligíveis; e nem sequer essa experiência terrível fará<br />

com que os que não crêem se voltem a Deus. De modo<br />

que Paulo utiliza o argumento de que as línguas foram<br />

utilizadas para pessoas de coração duro e incrédulas e<br />

que, finalmente, foram ineficazes. Logo Paulo utiliza um<br />

argumento muito prático. Se qualquer estranho, ou<br />

qualquer pessoa simples, entrasse numa reunião cristã em<br />

que todos emitissem uma corrente de sons ininteligíveis ao<br />

falar em línguas, pensaria ter chegado a Babel e encontrar-<br />

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se num manicômio Mas se a verdade de Deus estivesse<br />

sendo proclamada sóbria e compreensivelmente, o<br />

resultado seria muito distinto. O homem se encontraria face<br />

a face consigo mesmo e com Deus. Os versículos 24 e 25<br />

nos dão um vívido resumo dos efeitos da pregação cristã,<br />

e do que acontece quando a verdade de Deus se proclama<br />

inteligivelmente.<br />

(1) Convence o homem de seu próprio pecado. Pela<br />

primeira vez vê o que é e se sentirá consternado.<br />

Alcibíades, o preferido malcriado de Atenas, era amigo de<br />

Sócrates, e algumas vezes estava acostumado a lhe dizer:<br />

“Sócrates, odeio-te, devido ao fato de que cada vez que me<br />

encontro contigo me fazes ver o que sou”. A mulher de<br />

Samaria disse com surpresa envergonhada: “Vinde comigo<br />

e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito”<br />

(João 4:29). O primeiro que faz a mensagem de Deus é<br />

fazer com que o homem tome consciência de que é um<br />

pecador.<br />

(2) Leva o homem a juízo. Pela primeira vez o homem se<br />

dá conta de que deve responder pelo que realizou. Até<br />

esse momento pode ter vivido sem pensar nas finalidades<br />

da vida. Pode ter vivido o dia, seguindo seus impulsos e<br />

aproveitando seus prazeres. Mas agora vê que o dia tem<br />

um fim, e ali está Deus.<br />

(3) Mostra ao homem os segredos de seu próprio coração.<br />

O homem geralmente não se vê a si mesmo. Enfrentamos<br />

nossos corações em último lugar. Como diz o provérbio:<br />

“Não há ninguém tão cego como aquele que não quer ver”.<br />

A mensagem cristã obriga o homem a ter essa severa<br />

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honestidade que humilha, que o faz enfrentar-se a si<br />

mesmo.<br />

(4) Faz com que o homem se ajoelhe perante Deus. Todo<br />

o cristianismo começa com o homem ajoelhado na<br />

presença de Deus. A porta de entrada à sua presença é<br />

tão baixa que só podemos atravessá-la sobre nossos<br />

joelhos. Quando um homem enfrentou a Deus e a si<br />

mesmo, tudo o que fica por fazer é ajoelhar-se e orar: “Ó<br />

Deus, tem misericórdia de mim, pecador”. Então o homem<br />

sai seguro de que esteve na presença de Deus. A prova de<br />

todo ato de adoração é a seguinte: “Faz-nos sentir a<br />

presença de Deus?”. Joseph Twitchell nos relata como foi<br />

visitar Horácio Bushnell quando este era ancião. De noite<br />

Bushnell o levou a caminhar pelas ladeiras. Enquanto<br />

caminhavam na escuridão, Bushnell disse de repente.<br />

Ajoelhemo-nos e oremos. E ele orou. Twitchell disse ao<br />

relatá-lo depois: “Tinha medo de estirar minha mão na<br />

escuridão, pois temia tocar em Deus”. Quando nos<br />

sentimos assim tão perto de Deus, compartilhamos e<br />

experimentamos real e verdadeiramente um ato de<br />

adoração.<br />

CONSELHOS PRÁTICOS<br />

1 Coríntios 14:26 – 33.<br />

Paulo chega no final desta seção com alguns conselhos<br />

muito práticos. Está decidido a que todo aquele que possui<br />

um dom receba todas as oportunidades possíveis para<br />

exercitá-lo, mas está igualmente decide que os cultos da<br />

Igreja não se convertam por isso numa sorte de<br />

desordenada competição. Só dois ou três devem exercitar<br />

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o dom de línguas, e só se houver alguém presente que<br />

possa interpretá-los. Todos têm o dom de profetizar a<br />

verdade, mas mais uma vez, só dois ou três podem exercêlo,<br />

e se alguém da congregação tem a convicção de que<br />

recebeu uma mensagem especial, aquele que dirige deve<br />

dar-lhe a oportunidade de expressá-lo. Aquele que dirige<br />

pode fazê-lo perfeitamente, e não precisa dizer que se vê<br />

miserável pela inspiração e não pode deter-se, porque o<br />

pregador pode controlar seu próprio espírito. Deve haver<br />

liberdade, mas não desordem. O Deus de paz deve ser<br />

adorado em paz. Não é exagerado dizer que nenhuma<br />

seção desta carta é tão interessante como a presente,<br />

devido ao fato de que arroja abundante luz sobre o culto tal<br />

como era na Igreja primitiva. Obviamente existia nele uma<br />

liberdade e uma informalidade completamente estranha a<br />

nossas idéias. Desta passagem surgem duas grandes<br />

questões.<br />

(1) Evidentemente, a Igreja primitiva não tinha um<br />

ministério profissional. Na verdade, os apóstolos se<br />

sobressaíam com uma autoridade muito especial; mas<br />

nesta etapa a Igreja não tinha pastores locais profissionais.<br />

Estava aberta a todo aquele que tinha um dom para que o<br />

utilizasse. Fez bem ou mal a Igreja em instituir um<br />

ministério profissional? Em realidade há algo essencial<br />

que, em nossa era tão cheia de atividades, quando os<br />

homens estão tão preocupados com as coisas materiais,<br />

deve-se apartar a um homem para que viva perto de Deus<br />

e brinde a seu próximo à verdade, a guia e o fôlego que<br />

Deus outorga a ele. Mas por outro lado está o perigo óbvio<br />

de que quando um homem se converte em pregador<br />

profissional às vezes está obrigado a ter que dizer algo<br />

quando em realidade não tem nada que dizer. Seja como<br />

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for, deve ficar claro que se alguém tiver uma mensagem<br />

para dar a seus próximos, nenhuma norma nem<br />

regulamento eclesiástico deveria impedi-lo de fazê-lo. É<br />

sem dúvida alguma um engano pensar que só o ministro<br />

profissional pode transmitir a verdade de Deus aos<br />

homens.<br />

(2) Obviamente na Igreja primitiva a ordem de culto tinha<br />

uma flexibilidade que atualmente nos falta. Evidentemente<br />

não havia uma ordem estabelecida. Tudo era o<br />

suficientemente informal para deixar que qualquer pessoa<br />

que sentisse que tinha uma mensagem para dar poderia<br />

fazê-lo. Pode ser que em nossos dias demos muita<br />

importância à ordem e à dignidade. Pode ser que nos<br />

tenhamos convertido em escravos das ordens de culto. O<br />

realmente notável num culto de uma Igreja primitiva deve<br />

ter sido que quase todos chegavam sentindo que tinham<br />

tanto o privilégio como a obrigação de contribuir com algo<br />

nele. Não se chegava a ele com a única intenção de ser<br />

um ouvinte passivo. Não se ia só para receber, mas<br />

também para dar. Obviamente isto apresentava seus<br />

perigos, porque é claro que em Corinto havia alguns que<br />

estavam apaixonados pelo som de suas vozes; entretanto,<br />

nesses dias a Igreja deve ter sido muito mais uma<br />

possessão real do cristão comum. Bem pode ser que a<br />

Igreja tenha perdido algo quando delegou tanto no<br />

ministério profissional e deixou tão pouco em mãos dos<br />

membros comuns; e pode ser que a culpa não resida no<br />

fato de que os pastores se anexaram esses direitos, mas<br />

em que os leigos os abandonaram; porque é muito certo<br />

que existem muitos membros de igreja cuja atitude os leva<br />

a pensar muito mais no que a igreja pode fazer por eles do<br />

que no que eles podem fazer pela igreja, e que estão<br />

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sempre preparados para criticar o que se faz, mas nunca<br />

dispostos a compartilhar o trabalho na mesma.<br />

INOVAÇÕES PROIBIDAS<br />

1 Coríntios 14:34 – 40.<br />

Na Igreja de Corinto existiam inovações que a ameaçavam<br />

e que não eram do agrado de Paulo. Com efeito, exige<br />

deles que esclareçam que direitos tinham de fazê-las.<br />

Eram acaso eles os criadores da Igreja cristã? Tinham um<br />

monopólio da verdade do evangelho e de sua história?<br />

Tinham recebido uma tradição e deviam ser obedientes a<br />

ela. Ninguém se livrou jamais por completo das idéias e do<br />

pano de fundo da era em que viveu e da sociedade na qual<br />

cresceu, e Paulo, em sua concepção do lugar que deviam<br />

ocupar as mulheres dentro da Igreja, não podia livrar-se<br />

das idéias que tinha conhecido toda sua vida. Já<br />

assinalamos que no mundo antigo o lugar das mulheres era<br />

baixo. No mundo grego Sófocles havia dito “O silêncio<br />

confere graça a uma mulher”. Na Grécia as mulheres, a<br />

não ser que fossem muito pobres ou de moral relaxada,<br />

levavam uma vida de reclusão. Os judeus tinham uma idéia<br />

ainda mais baixa das mulheres. Entre as declarações<br />

rabínicos há muitos que diminuem o lugar das mulheres.<br />

“Com respeito a ensinar a lei a uma mulher, o mesmo seria<br />

ensinar-lhe impiedade”. Ensinar a lei a uma mulher era<br />

“jogar pérolas aos porcos”. O Talmud menciona entre as<br />

pragas do mundo “a viúva conversadora e inquisitiva e a<br />

virgem que perde seu tempo orando”. “Não se deve pedir<br />

um favor a uma mulher, nem saudá-la”. Paulo escreveu<br />

esta passagem numa sociedade como a descrita. É bem<br />

possível que o que acima de tudo estivesse em sua mente<br />

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fosse a moral relaxada de Corinto e o sentimento de que<br />

não devia fazer-se nada, nada absolutamente, que<br />

trouxesse sobre a Igreja infante a menor suspeita de falta<br />

de modéstia. Com segurança seria muito equivocado tirar<br />

estas palavras de Paulo do contexto em que foram escritas<br />

e fazer delas uma regra universal para a Igreja. Paulo<br />

continua falando com certa severidade. Estava muito<br />

seguro de que, embora as pessoas tenham dons<br />

espirituais, isto não lhes dá nenhum direito para rebelar-se<br />

contra a autoridade. Paulo é consciente de que os<br />

conselhos que deu e as leis que estabeleceu, ele as<br />

recebeu diretamente de Jesus Cristo e de seu Espírito, e<br />

que se alguém se negar a compreendê-lo deve ser deixado<br />

em sua voluntária ignorância. Assim, pois, Paulo chega no<br />

final. Esclarece que não deseja afogar o dom de ninguém,<br />

a única coisa que quer fazer possível é que exista uma boa<br />

ordem dentro da Igreja. A grande norma que, com efeito,<br />

estabelece é que o homem recebeu de Deus todos os dons<br />

que possui, não para seu próprio benefício, mas para o<br />

benefício da Igreja, não para sua própria glória, mas para<br />

a maior glória de Deus. Quando um homem pode dizer:<br />

“Seja Deus glorificado”, então e só então utilizará seus<br />

dons corretamente dentro e fora da Igreja.<br />

Pode dizer ao Senhor: “Tu és o meu refúgio e a minha<br />

fortaleza, o meu Deus, em quem confio” – Salmos 91:2.<br />

CONSELHOS PARA UMA IGREJA SEM AMOR<br />

“Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede<br />

de Deus; e todo aquele que ama é nascido e conhece a<br />

Deus” – 1 João 4:7.<br />

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“Saudação aos queridos e amados irmãos da igreja de<br />

Tessalônica, capital da província romana da Macedônia,<br />

Eu, Paulo, Silas e Timóteo escrevemos esta carta a vocês<br />

por está alegre em ter a certeza que vocês estão unidos<br />

com Deus, o Pai, e com o Senhor Jesus Cristo”.<br />

Ao iniciar a carta aos irmãos tessalonicenses Paulo elogia<br />

a robustez da fé dos irmãos e a fidelidade da igreja<br />

estabelecida por ele mesmo em sua segunda viagem<br />

missionária, (Atos 17:1 – 10), nessa ocasião os judeus<br />

fizeram grande oposição aos cristãos e por isso Paulo e<br />

Silas foram forçados a fugir para a cidade de Beréia.<br />

Mais tarde já na cidade de Corinto Paulo recebeu do jovem<br />

e bom ministro Timóteo, o seu companheiro de trabalho<br />

notícias a respeito da situação dos cristãos em<br />

Tessalônica.<br />

Paulo então escreve a primeira carta a esses irmãos para<br />

lhes dizer como está contente com o progresso espiritual<br />

deles e para animá-los a continuarem firmes na fé em<br />

Cristo e a viverem de uma maneira que agrade a Deus.<br />

Paulo pede que esses irmãos não fiquem preocupados em<br />

relação aos mortos, de quando vão ressuscitar e quando<br />

Jesus Cristo vai voltar. Paulo pede que confiem no amor<br />

de Deus, o qual “não nos escolheu para sofrermos o<br />

castigo da sua ira, mas para nos dar a salvação por meio<br />

de nosso Senhor Jesus Cristo” (5:9).<br />

Ao lermos a primeira carta escrita para os tessalonicenses<br />

notamos o amor de Paulo com os irmãos, sentimos a<br />

mesma alegria que Paulo sentiu ao descrever a situação<br />

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que todos os irmãos se encontravam, sentimos a sensação<br />

que nos é transmitida, é o primeiro amor que está nas<br />

entranhas da fé desses tão queridos e amados irmãos. A<br />

robustez na fé em Cristo não é somente para aquela<br />

província, ou para alegria de Paulo, mas para todas as<br />

cidades circunvizinhas que comunicava aos quatro ventos<br />

de tamanha mudança na vida desses cristãos de<br />

Tessalônica, acredito que a maior alegria para Paulo como<br />

um servo de Cristo a favor do evangelho, é saber que a<br />

igreja de Cristo avançava em graça, e continuamente se<br />

conformando a imagem de Jesus Cristo. Paulo começa a<br />

carta com um tom de pai, ele diz “sempre damos graças a<br />

Deus por vós todos fazendo menção de vós em nossas<br />

orações”. (1:2), a lembrança na mente de Paulo é algo<br />

verdadeiro, acompanhado de um amor puro, é o cuidado<br />

de um pai com o seu filho amado e obediente. Ao mudar<br />

de assunto, em relação à fé Paulo está tão certo que diz,<br />

“Desse assunto não precisarei falar com vocês”. Mas como<br />

em todas as cartas paulinas, Paulo cita alguns<br />

acontecimentos e começa dizendo sobre o quanto que ele<br />

padeceu perseguição na cidade de Filipos, até chegar à<br />

cidade de Tessalônica. E lembra que Deus deu a eles<br />

coragem para levar a boa notícia vinda dele para aquela<br />

cidade. E afirma que essa notícia não é baseada em erros,<br />

nem em enganos, mas baseada naquilo que Deus confiou<br />

a eles para que fosse anunciado. O santo evangelho.<br />

Seria bom se todos os líderes atuais estivessem a grande<br />

postura do apóstolo Paulo, integridade em pregar um<br />

evangelho sem palavras lisonjeiras, nem com interesses,<br />

de igual modo, pela exposição escriturística não<br />

procurasse elogios dos homens, e que somente sentisse a<br />

vontade de dar a própria vida a favor daqueles que ouvem<br />

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o evangelho de Cristo, nos mesmos moldes da vida de<br />

Paulo, se assim fosse, certamente a igreja não estaria<br />

como está.<br />

O tom dessa primeira escrita é de alívio e gratidão a Deus,<br />

essa gratidão que Paulo, Silas e Timóteo sentiam era pelo<br />

crescimento da igreja na ausência forçada de Paulo.<br />

Deveria ser assim com a igreja de Cristo, na ausência de<br />

Seu Senhor, ela deveria crescer em graça e conhecimento<br />

acerca da revelação, mas não é isso que acontece, ela<br />

cresce em intelecto e falsa espiritualidade, essa igreja atual<br />

é fraca, débil e sincrética, ela está doente e não existe um<br />

médico em seu seio, é como um caso de câncer terminal,<br />

não se pode fazer mais nada, a não ser aliviar a dor com<br />

paliativos, sabemos que não haverá cura, mas a dor dela é<br />

paulatinamente aliviada com um placebo, e sem nenhuma<br />

certeza de cura, assim ela caminha moribunda e infeliz, ela<br />

não pode se alegrar na morte. Ela até cresceu, o seu corpo<br />

até se desenvolveu, mas ainda pensa, e age como menina.<br />

Nesse caso o casamento é lícito?<br />

Podemos descrever a igreja assim, como guia ela sempre<br />

teve a Cristo, não por sua fidelidade, mas pela fidelidade<br />

de Cristo, mas nesse exato momento, a igreja precisa<br />

ainda mais, ela é guiada pelos homens, ela precisa do<br />

Senhor Jesus como guia e salvador, ela precisa voltar-se a<br />

Deus, outrora Cristo guiava os salvos, nesta era “os salvos”<br />

guia “os salvos”, ela está doente e a única cura é Cristo. A<br />

ignorância acerca da Deidade de Jesus é a sua<br />

enfermidade maior, e o conhecimento acerca da<br />

manifestação do amor de Deus na pessoa de Cristo Jesus<br />

em justiça deve ser a sua cura. Carregam a Cristo como<br />

um acessório dispensável, volumoso e muitas vezes<br />

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desconfortável, mas quando necessário, Ele está ali pronto<br />

para ser usado. De uma forma ou de outra, os membros<br />

dessa igreja visível estão dispostos a viverem até o último<br />

momento de suas vidas como meros bastardos – pessoas<br />

que nasceram de um casal que ainda não está casado, e<br />

que nunca se casarão, serão sempre órfãos de Pai,<br />

desamparados, desvalidos, e privados de um protetor e<br />

provisor.<br />

“É um longo caminho até o altar, e por esse caminho se<br />

manifestará os verdadeiros convidados, e os convidados<br />

participarão com o anfitrião da celebração do casamento.<br />

Não sabemos o dia nem a hora, mas sabemos que está<br />

marcada a cerimônia, e esse casamento já se deu na<br />

eternidade, é uma aliança eternal. Maranata! vem,<br />

Senhor!”.<br />

A carta aos Tessalonicenses não tem uma teologia<br />

apurada, ou bem elaborada como Romanos, também não<br />

encontramos nenhuma repreensão ou heresia<br />

ameaçadora como Gálatas, e nem conselhos pastorais<br />

como nas cartas aos Coríntios, a Timóteo e Tito. Podemos<br />

notar, que em 1 Coríntios é mencionado “o amor” como<br />

algo primeiro, oposto as outras questões dadas como<br />

secundárias.<br />

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos,<br />

e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o<br />

sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e<br />

conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda<br />

que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os<br />

montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que<br />

distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,<br />

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e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e<br />

não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é<br />

sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não<br />

trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta<br />

com indecência, não busca os seus interesses, não se<br />

irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas<br />

folga com a verdade; Tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo<br />

suporta”.<br />

É interessante notar que essa igreja de Tessalônica não<br />

tinha uma adversidade de dons espirituais, ou ministeriais<br />

da igreja de Corinto, nem tinha o conhecimento teológico<br />

que a igreja dos Romanos possuía, mas nela havia uma<br />

amor sem fingimento, uma fidelidade ao amor de Deus, que<br />

se manifestava pela genuína fé em Cristo, uma fé nascida<br />

do ventre das escrituras, existia ali verdadeiramente o<br />

amor ao próximo, e o temor e tremor pelo santo evangelho,<br />

uma característica real que os acompanhavam, a total<br />

dedicação ao serviço do Reino dos céus.<br />

Então logo aprendemos que os dons passarão e o<br />

conhecimento teológico também, mas o amor é o único<br />

dom que irá nos acompanhar por toda a eternidade.<br />

Defino o amor em algumas palavras, não exaustivas.<br />

Amor resiste na adversidade, mostra prudência na<br />

prosperidade, é forte no sofrimento, alegra-se com boas<br />

novas, está acima da tentação, ele é generoso na<br />

hospitalidade, agradável entre verdadeiros irmãos,<br />

paciente com a falta de fé, este é o espírito dos livros<br />

sagrados, a virtude da profecia, a salvação dos mistérios,<br />

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é à força do conhecimento, a generosidade da fé, a riqueza<br />

para os pobres, vida aos moribundos. O amor é tudo!<br />

O modelo comum das cartas de Paulo, que se baseava em<br />

ensinamento teológico acompanhado de aplicação prática,<br />

é ligeiramente modificado na carta aos Tessalonicenses.<br />

Os capítulos 1 – 3 ensaiam as lembranças de Paulo sobre<br />

seu ministério entre eles, sua preocupação com os estado<br />

da fé que eles tinham. E o seu consolo e alívio vem pelo<br />

jovem e compromissado Timóteo.<br />

A comissão de Timóteo para voltar para a igreja e trazer a<br />

notícia que seria sua coroa de glória, seu deleite notável<br />

em saber da fé inabalável deles, os amados irmãos da<br />

igreja de Tessalônica.<br />

Os capítulos 4 – 5 contêm as exortações características<br />

sobre assuntos como pureza sexual (4:1 – 8; 5:23), a<br />

caridade responsável (4:9 – 12), estima e apoio aos líderes<br />

(5:12 – 13), paciência e prestabilidade em relação às várias<br />

necessidades humanas (5:14 – 15). Quanto dessas<br />

instruções observa-se nas igrejas atuais? Deixo a resposta<br />

com você querido (a) leitor (a).<br />

EXORTAÇÕES SOBRE A PUREZA SEXUAL<br />

“Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor<br />

Jesus, que assim como recebestes de nós, de que maneira<br />

convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que<br />

possais progredir cada vez mais. Porque vós bem sabeis<br />

que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus.<br />

Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação;<br />

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que vos abstenhais da fornicação; Que cada um de vós<br />

saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; Não na<br />

paixão da concupiscência, como os gentios, que não<br />

conhecem a Deus.<br />

Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum,<br />

porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como<br />

também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque não<br />

nos chamou Deus para a imundícia, mas para a<br />

santificação. Portanto, quem despreza isto não despreza<br />

ao homem, mas sim a Deus, que nos deu também o seu<br />

Espírito Santo.<br />

E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o<br />

vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente<br />

conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor<br />

Jesus Cristo”.<br />

UMA CARIDA<strong>DE</strong> RESPONSÁVEL E CONTÍNUA<br />

“Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que<br />

vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por<br />

Deus que vos ameis uns aos outros; Porque também já<br />

assim o fazeis para com todos os irmãos que estão por<br />

toda a macedônia. Exortamo-vos, porém, a que ainda nisto<br />

aumenteis cada vez mais. E procureis viver quietos, e tratar<br />

dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas<br />

próprias mãos, como já vo-lo temos mandado; Para que<br />

andeis honestamente para com os que estão de fora, e não<br />

necessiteis de coisa alguma”.<br />

ESTIMA E APOIO AOS LÍ<strong>DE</strong>RES<br />

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“E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham<br />

entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos<br />

admoestam; E que os tenhais em grande estima e amor,<br />

por causa da sua obra. Tende paz entre vós”.<br />

PACIÊNCIA E PRESTABILIDA<strong>DE</strong> EM RELAÇÃO ÀS<br />

VÁRIAS NECESSIDA<strong>DE</strong>S HUMANAS<br />

“Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os<br />

desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os<br />

fracos, e sejais pacientes para com todos. Vede que<br />

ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o<br />

bem, tanto uns para com os outros, como para com todos”.<br />

Pela falta dessas instruções, a Igreja contemporânea<br />

naufraga na fé, a pureza não é levado a sério, o cuidado<br />

aos necessitados não é levada a sério, a estima e apoio a<br />

líderes é impossível de se ter, pois, são dos tais que<br />

procedem todos os tipos de abominações, e abandono das<br />

sagradas escrituras, líderes descompromissados, gerando<br />

assim uma Igreja descompromissada com o Reino de<br />

Deus, e por último a prestabilidade em relação a todas as<br />

necessidades humanas, isso não se têm pelo amor de<br />

muitos ter se esfriado.<br />

A grande diferença da Igreja de Tessalônica e a Igreja<br />

atual, é que a Igreja dos Tessalonicenses já seguia esses<br />

conselhos quando Paulo ainda estava com eles, e essa<br />

Igreja atual não segue a tais conselhos, Paulo só encoraja<br />

que eles deveriam fazer cada vez mais (4:1) “assim andai,<br />

para que possais progredir cada vez mais”, enquanto essa<br />

igreja atual nem começou a fazer.<br />

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E a Igreja de Tessalônica até aquele exato momento<br />

continuava a fazer a vontade de Deus (5:11) “Por isso<br />

exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros,<br />

como também o fazeis”.<br />

Das frases cuidadosamente balanceadas em 1:3<br />

“Lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do<br />

trabalho do amor, e da paciência da esperança em nosso<br />

Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai”, e das<br />

repetições em 5:8 “Mas nós, que somos do dia, sejamos<br />

sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo<br />

por capacete a esperança da salvação”, está claro que<br />

Paulo e, provavelmente, outros antigos cristãos<br />

missionários falavam repetidamente da fé, esperança e<br />

amor como um trio favorito das virtudes cristãs.<br />

Devemos nos voltar à pregação sadia, e a uma piedade<br />

que acompanha a essa pregação, voltarmos com todas as<br />

nossas forças ao conselho bíblico, devemos agora mesmo<br />

como cristãos restaurar a pureza nos cultos públicos,<br />

devemos voltar a falar das virtudes cristãs que alicerçaram<br />

a igreja de Tessalônica, a fé genuína em Cristo, a<br />

esperança que Cristo voltará para nos buscar e o amor que<br />

esse sentimento tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo<br />

suporta.<br />

Assim seremos salvos e agradaremos o coração de nosso<br />

Deus, único e verdadeiro, fiel e digno de toda exaltação, de<br />

todo louvor, de toda honra e majestade, para todo sempre,<br />

louvado seja para sempre.<br />

Porque dEle, e por Ele, e para Ele são todas as coisas;<br />

glória, pois, a Ele eternamente. Amém!<br />

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BENEDICTUS<br />

“Naquele dia farei brotar o poder na casa de Israel, e abrirei<br />

a tua boca no meio deles; e saberão que eu sou o<br />

SENHOR” – Ezequiel 29:21.<br />

A Profecia de Zacarias.<br />

PROFECIA – propheteia – προφητεια.<br />

Você sabe o que é profecia? Será que existe alguma<br />

profecia ainda a ser revelado da vontade de Deus?<br />

A palavra profecia tem alguns significados, como predição<br />

do futuro, que se crê de inspiração divina, vaticínio.<br />

Predição feita por indivíduo que pretende saber ler o futuro,<br />

previsão. Anúncio de um acontecimento futuro, feito por<br />

conjetura. É justamente por esses significados que<br />

examinaremos o “Benedictus” (Cântico de Zacarias).<br />

A palavra profecia para o grego “prophētéia” que significa<br />

predição, profecia, dom da profecia, explicação dos livros<br />

sagrados pela inspiração do Espírito Santo.<br />

O cântico de Zacarias pode ser dividido em duas partes. A<br />

primeira dos versículos 67 a 75 é uma canção de<br />

agradecimento pelo cumprimento das esperanças<br />

messiânicas da nação judaica, mas com um tom cristão<br />

característico. Como há muito, na família de Davi nasceria<br />

o poder para defender a nação contra seus inimigos e<br />

agora, novamente, aquele que há tanto lhes havia sido<br />

privado e há tanto esperavam lhes fora restaurado, mas<br />

num sentido mais elevado e espiritual. O corno (chifre) é<br />

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um sinal de poder e o “corno da salvação” significava o<br />

poder de libertação. Ao mesmo tempo em que os judeus<br />

impacientemente suportaram o fardo do domínio romano,<br />

eles continuaram esperando pela época em que a Casa de<br />

Davi seria seu libertador. Esta libertação agora estaria<br />

próxima e Zacarias notou que esta seria o cumprimento do<br />

juramente do Deus de Abraão, mas ela é descrita como<br />

uma libertação não em termos de poderes terrenos, mas<br />

“em santidade e justiça diante dele por todos os nossos<br />

dias”.<br />

A segunda parte do cântico é um discurso de Zacarias ao<br />

seu próprio filho, que teria um importante papel no<br />

esquema da redenção, pois, ele seria um profeta e pregaria<br />

a remissão dos pecados antes da “vida da Aurora lá do<br />

alto”. A profecia de que ‘irás ante a face do Senhor preparar<br />

os seus caminhos’ era uma alusão às já muito conhecidas<br />

palavras do profeta Isaías “Preparai no deserto o caminho<br />

de Jeová, endireitai no ermo uma estrada para o nosso<br />

Deus” – Isaías 40:3, que depois João irá assumir como sua<br />

própria missão “Eu sou a voz do que clama no deserto:<br />

Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta<br />

Isaías” – João 1:23, e que todos os três evangelhos<br />

sinóticos adotaram, “Pois é a João que se refere o que foi<br />

dito pelo profeta Isaías: Voz do que clama no deserto:<br />

Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas”.<br />

– Mateus 3:3, “Conforme está escrito no profeta Isaías: Eis<br />

aí envio eu ante a tua face o meu anjo, que há de preparar<br />

o teu caminho”. – Marcos 1:2 e “Como está escrito no livro<br />

das palavras do profeta Isaías: Voz do que clama no<br />

deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas<br />

veredas” – Lucas 3:4.<br />

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Assim como o cântico de Maria, o cântico de Zacarias tem<br />

uma introdução (v. 68), uma estrutura (v. 96 – 75) e uma<br />

conclusão (v. 80). Ele tem outra estrutura dupla: os<br />

versículos 68 – 75 referem-se ao Messias vindouro; os<br />

versículos 76 – 79 referem-se a João Batista.<br />

(67) “Então, seu pai Zacarias foi cheio do Espírito Santo e<br />

profetizou”.<br />

Agora, Zacarias também foi cheio do Espírito Santo e<br />

profetizou, assim como Isabel e o bebê João haviam sido<br />

cheios do Espírito Santo na visita de Maria (v. 15, 41). Os<br />

verbos para encher estão na voz passiva (eplēsthē),<br />

indicando que Isabel, Zacarias e João são os receptáculos,<br />

e não os indicadores da ação divina. Na narrativa de Maria,<br />

o Espírito Santo a “cobrirá” (v. 35).<br />

De uma forma quase contagiosa, a presença do Espírito<br />

Santo está espalhando-se na narrativa, engolfando todos<br />

aqueles envolvidos no drama.<br />

Essa visitação do Espírito na vida pessoal é o aspecto<br />

definidor da nova comunidade. Quando as pessoas entram<br />

na comunidade, elas compartilham uma experiência<br />

comum no Espírito. A obra do Espírito é tanto pessoal<br />

como coletiva. Isso antecipa um tema de Lucas,<br />

especialmente evidente em Atos. Neste, a plenitude do<br />

Espírito sempre trata da entrada na comunidade cristã<br />

(Atos 2:1 – 4; 8:14 – 25; 9:17 – 19; 19:1 – 6).<br />

Esse Espírito contagioso é reminiscente da profecia<br />

israelita primária, na qual a inundadora presença divina<br />

tinha e si uma fisicalidade, afetando os que estavam na<br />

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proximidade do fato (cf. 1 Samuel 10:9 – 13). Assim como<br />

um profeta dominado por uma compulsão divina (Jeremias<br />

4:19), Zacarias experimentou uma santidade extática,<br />

difusora, que arrasta tudo em seu caminho.<br />

Lucas define o discurso de Zacarias como uma profecia<br />

(Lucas 1:67), em vez de uma oração ou hino de ação de<br />

graças. Como um sacerdote que profetiza, ele é uma<br />

raridade na tradição israelita. Aqui, Zacarias traz ao drama<br />

a influência de sua posição como sacerdote, com a<br />

autoridade do templo e o poder profético do Espírito. O<br />

Espírito opera pela instituição do templo, além de inundar<br />

diretamente a vida dos nossos personagens.<br />

É evidente que o versículo relata que a fala do sacerdote<br />

Zacarias era uma fala inspirada pelo Espírito Santo. E que<br />

Zacarias está cheio do Espírito de Deus.<br />

Na profecia proclamadora o porta voz tem a certeza de que<br />

Deus está usando-o para sua vontade, como o profeta<br />

Jeremias que sabia que Deus estava usando-o para<br />

profetizar para Israel. “Não deis ouvidos às palavras dos<br />

profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer;<br />

falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor”. –<br />

Jeremias 23:16. Mas Deus não anula a humanidade, todos<br />

os profetas tinham sua intimidade intacta. Um Deus<br />

pessoal, lidando com seres dotados de personalidade.<br />

Zacarias tem uma fala inspirada por Deus, ele, sabendo<br />

que João Batista foi o predecessor do Messias. Então<br />

entendemos nesse versículo que uma profecia deve ser<br />

inspirada por Deus, pois, o primeiro ponto que nos chama<br />

atenção é o enchimento do Espírito Santo em Zacarias. E<br />

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outra coisa é que Zacarias não era profeta, mas um<br />

sacerdote. Nesse momento Deus usaria a qualquer um,<br />

Deus não se limita aos profetas. No tempo dá graça todos<br />

podem profetizar, 1 Coríntios 14:31 “Porque todos podereis<br />

profetizar, uns depois dos outros; para que todos<br />

aprendam, e todos sejam consolados”.<br />

Hoje a igreja atual é atacada com muitas “profecias”, será<br />

que isso está certo? Será que a “profecia” está ligada<br />

somente ao que vai acontecer no futuro, “predição”? Pois,<br />

geralmente o que se ver são “profecias futuras”, predições,<br />

quase sempre ligadas às soluções de problemas terrenos.<br />

Será que isso é profecia?<br />

(68 – 70) “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, pois, que<br />

visitou e redimiu o Seu povo. Ele concedeu poderosa<br />

salvação na casa de Davi, seu servo. Assim como<br />

prometera por meio dos seus santos profetas desde a<br />

antiguidade”.<br />

Lucas usa o tempo aoristo para seus verbos no versículo<br />

68, novamente indicando que a redenção já está realizada<br />

no sentido profético (como nos v. 51 – 53) e o texto de<br />

Apocalipse 13:8. Deus visitou e redimiu o seu povo (v.68b).<br />

O grego “epeskepsato”, “Já veio” ou “visitou”, ocorre no<br />

início e no fim do cântico (v. 68b, 78b), criando<br />

delimitadores literários em torno do hino.<br />

Lucas cita uma frase da LXX identificando Deus: “Bendito<br />

seja o Senhor, Deus de Israel” (v. 68a ARA; cf. Salmos<br />

41:13; 106:48; 1 Reis 8:15). O anúncio de que Ele já<br />

redimiu o seu povo (Lucas 1:68b) é uma incrível declaração<br />

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de fé e esperança messiânicas, dadas as terríveis<br />

circunstâncias políticas de Israel na época.<br />

Essa é a primeira vez que Lucas usa a palavra “lytrōsin”,<br />

redenção ou resgate, que ocorre somente aqui e em 2:38<br />

(“Redenção de Jerusalém”) e, ademais, no N.T., somente<br />

em Hebreus 9:12. A palavra ocorre na LXX referindo-se à<br />

vida (Salmos 49:8), ao povo (Salmos 111:9; 130:7) e as<br />

obras do Senhor (Isaías 63:4). O uso dela aqui é uma<br />

declaração teológica significativa sobre a importância do<br />

nascimento de João e de Jesus.<br />

Ele promoveu poderosa salvação para nós (Lucas 1:69; cf.<br />

2 Samuel 22:3; Salmos 18:2). Na literatura bíblica, o chifre<br />

do animal simboliza poder (Lucas 1:63 NVI usa “horn of<br />

salvation, “o chifre de salvação”). O se tamanho denota seu<br />

relativo poder (cf. Daniel 7:8; 8:21). Quando ele é cortado,<br />

isso significa uma perda de poder (Jeremias 48:25). O<br />

messias é “um poderoso Salvador” (Lucas 1:69 NTLH), isto<br />

é, Ele “trará um poderoso resgate”. A linhagem do seu<br />

servo Davi (v. 69) reitera os versículos 29 e 32. Zacarias<br />

não tem seu próprio filho João em vista (já que ele é da<br />

linhagem de Abias), mas um novo rei davídico que vem<br />

após João (veja a genealogia de Jesus 3:23 – 37).<br />

O que entendemos nos versículos 68 e 70 é que profecia é<br />

a interpretação de acontecimentos para entender as obras<br />

das mãos de Deus, por enquanto não existe nada em<br />

relação ao futuro. Esses versículos é uma interpretação do<br />

que o profeta Jeremias tinha predito no capítulo (23:5, 6)<br />

“Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi<br />

um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente,<br />

e praticará o juízo e a justiça na terra, Nos seus dias Judá<br />

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será salva, e Israel habitará seguro; e este será o seu<br />

nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA<br />

NOSSA”.<br />

Ele fala do passado, e interpreta o nascimento de seu filho<br />

João Batista como cumprimento da profecia messiânica.<br />

“Pois é a João que se refere o que foi dito pelo profeta<br />

Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho<br />

do Senhor, Endireitai as suas veredas” – Mateus 3:3,<br />

“Conforme está escrito no profeta Isaías: Eis aí envio eu<br />

ante a tua face o meu anjo, que há de preparar o teu<br />

caminho”. – Marcos 1:2 e “Como está escrito no livro das<br />

palavras do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto:<br />

Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas”.<br />

– Lucas 3:4.<br />

Nesses versículos fica claro a interpretação de Zacarias do<br />

passado, quando o mesmo cita “santos profetas da<br />

antiguidade”, mas a pergunta é: Como era feito essa<br />

interpretação? Como Zacarias interpretou a essa situação<br />

que acontecia no presente? Por Moisés (Livro da<br />

lei/Instrução – Pentatêuco), pelos profetas e pelo livro de<br />

Salmos, ou seja, para se entender o que é profecia<br />

devemos recorrer sempre às escrituras sagradas. Zacarias<br />

nesse momento também interpreta a situação do que<br />

estava acontecendo no presente, que era o nascimento do<br />

seu filho, algo predito pelas escrituras, algo que acontecera<br />

no passado dito pelos santos profetas. Vejamos, até agora<br />

nada de predição, somente passado e presente.<br />

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Aprendemos que o “profeta” de Deus é aquele que<br />

interpreta a vontade de Deus pelas escrituras, e somente<br />

pela escritura.<br />

Então, chegamos a um ponto crucial, que profecia é<br />

analisar o presente, entender o que está acontecendo no<br />

presente, e sempre interpretar o presente a luz da vontade<br />

de Deus, nesse versículo fica muito claro que a profecia é<br />

a análise do presente, e não somente predizer o futuro,<br />

Zacarias analisa o presente interpretando o passado, isso<br />

certamente levará a uma “visão” do que acontecerá no<br />

futuro.<br />

(71) “Salvando-nos dos nossos inimigos e das mãos de<br />

todos os que nos odeiam [...]”.<br />

Salvando-nos dos nossos inimigos e da mão de todos os<br />

que nos odeiam é uma linguagem bíblica. Isso tinha<br />

ressonância com o fato de os judeus viverem sob ocupação<br />

romana na época de Zacarias (cf. 2:38 e Salmos 106:10).<br />

Além disso, também era bem-vindo pela comunidade de<br />

Lucas, que vivia em um mundo pós-templo de hegemonia<br />

romana. A reiteração desse tema em Lucas 1:74 reforça a<br />

significância política da profecia como um acontecimento<br />

de médio prazo. Zacarias não está falando de inimigos<br />

espirituais em séculos vindouros, mas de inimigos<br />

seculares da época atual.<br />

NOTA: Os judeus na sociedade romana no primeiro século.<br />

Os judeus sofriam perseguições no interior do Império<br />

Romano do primeiro século, por muitas razões (veja<br />

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Hadas-Lebel, 1993, p. 200 – 206). Na antiguidade, não se<br />

ficava um dia sem trabalhar. Os judeus eram considerados<br />

preguiçosos e desleais ao império, porque descansavam<br />

por um dia em honra ao Senhor. Já dissemos que a<br />

circuncisão era uma prática por que eles sofriam escárnio<br />

(cf. 1:59). Os judeus eram também considerados ateístas<br />

por causa da recusa de adorar aos deuses romanos ou ao<br />

imperador. Os tumultos políticos que se levantavam por<br />

causa da imposição de Roma ao reinado vassalo de<br />

Herodes, o Grande, e subsequentemente o governo direto<br />

da Judeia depois de 6 d.C., aumentavam essas<br />

dificuldades. A grande revolta de 66 – 70 d.C. Foi uma<br />

expressão da angústia nacional, que já fazia parte da vida<br />

de judaica nos dias de Zacarias. Essa angústia aumentou<br />

com uma crise na sétima década do primeiro século. Logo,<br />

a destruição de Jerusalém e do templo, sete décadas<br />

depois do nascimento de João, mostra que as palavras de<br />

Zacarias tinham um significado real. Sua esperança pela<br />

salvação era de natureza política e religiosa. Vivendo na<br />

era da pós-destruição, a comunidade de Lucas continuava<br />

a esperar por uma redenção política, uma esperança que<br />

somente retrocedia com o passar do tempo.<br />

(72 – 75) “[...] para mostrar sua misericórdia aos nossos<br />

antepassados e lembrar sua santa aliança, o juramento<br />

que fez ao nosso pai Abraão: resgatar-nos da mão dos<br />

nossos inimigos para servi-lo sem medo, em santidade e<br />

justiça, diante dele todos os nossos dias”.<br />

Uma referência é feita pela segunda vez no capítulo ao<br />

juramento que Deus fez ao nosso pai Abraão (v. 73; cf. v.<br />

55). Nas narrativas do nascimento, a promessa de<br />

fertilidade é a ideia principal em foco. O miraculoso<br />

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nascimento do filho de Zacarias e Isabel é uma renovada<br />

afirmação da antiga promessa de fertilidade para o povo de<br />

Israel (Gênesis 12:1 – 4; 22:19, 17). O nascimento de João<br />

afirma o cumprimento da promessa de procriação. Deus<br />

agora mostrará misericórdia a Israel e lembrar sua santa<br />

aliança (v. 72).<br />

O tema do resgate no versículo 72 é reiterado no versículo<br />

74, no contexto dessa promessa de fertilidade. Compare<br />

com “da mão de todos que nos odeiam”, no versículo 71,<br />

com “resgatar-nos da mão dos nossos inimigos”, no<br />

versículo 74. A fertilidade e a segurança nacional são dois<br />

eixos da existência de Israel. Sem elas, a nação não<br />

consegue sobreviver; sem elas, o conceito de poderosa<br />

salvação é impossível para Zacarias.<br />

Nesses versículos mostra o quanto é importante à<br />

interpretação das escrituras para se entender o que se<br />

passa no presente, e consequentemente o que acontecerá<br />

no futuro. Uma pergunta deve ser levantada nessa altura<br />

do texto: Como Zacarias sabia que Deus havia outrora feito<br />

um pacto com Abraão? O Pentatêuco é a resposta para<br />

Zacarias, especialmente o livro de Gênesis, pois, o mesmo<br />

era um sacerdote que examinava a lei (Escritura Sagrada),<br />

quer ter certeza do que irá acontecer no futuro? Examine<br />

diariamente as escrituras. Por isso Zacarias sabia o que<br />

estava acontecendo em sua época, e tinha uma visão<br />

muito clara do que iria acontecer em um futuro breve. E<br />

você pode perguntar: Como isso se chama? A resposta é<br />

simples: Isso se chama profecia bíblica, a examinação da<br />

escritura para entender de forma clara o presente ao qual<br />

estamos inseridos, e, o futuro que nos espera. Você<br />

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consegue perceber o que significa profecia? Está ficando<br />

claro?<br />

Por exemplo, o que é profecia, e como se define? Se faça<br />

a essa pergunta: O profeta Isaías profetizou algo novo? A<br />

resposta é não! Claro que não. Vejamos a ideia das<br />

profecias no tempo de Isaías “Arrependam-se e obedeça<br />

ao seu <strong>DE</strong>US, ao único Deus”. Essa profecia era algo novo<br />

para Israel? Mas uma vez a resposta é não! Moisés já tinha<br />

falado isso em Deuteronômio 28 (Livro das Instruções),<br />

benção “obediência”, maldição “desobediência”, você<br />

consegue perceber que na maioria das profecias bíblicas,<br />

não existe uma mensagem nova embutida, mas sempre a<br />

Palavra de Deus em todos os tempos? “Arrependei-vos e<br />

crede no Evangelho” – Marcos 1:15.<br />

A profecia raramente trazia algo novo, mas sempre<br />

construía algo em cima de um acontecimento anterior, algo<br />

que havia acontecido no passado. A maior testificação que<br />

profecias nascem de outras antigas profecias, são as<br />

referências em relação às promessas messiânicas e seu<br />

cumprimento, tudo que foi profetizado no passado se<br />

cumpriu no presente sem nada de novo.<br />

Seria a semente de uma mulher, profecia no passado,<br />

Gênesis 3:15 e seu cumprimento no presente, Lucas 2:7.<br />

Seria descendente de Abraão profecia no passado,<br />

Gênesis 18:18 e seu cumprimento no presente, Mateus<br />

1:1.<br />

Seria descendente de Isaque profecia no passado,<br />

Gênesis 17:19 e seu cumprimento no presente, Mateus<br />

1:2.<br />

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Seria descendente de Jacó profecia no passado, Gênesis<br />

28:14 e seu cumprimento no presente, Mateus 1:2.<br />

Descenderia da tribo de Judá profecia no passado,<br />

Gênesis 49:10 e seu cumprimento no presente, Mateus<br />

1:2,3.<br />

Seria o herdeiro do trono de Davi profecia no passado,<br />

Isaías 9:7 e seu cumprimento no presente, Lucas 1:32,33.<br />

Seu lugar de nascimento profecia no passado, Miquéias<br />

5:2 e seu cumprimento no presente, Mateus 2:1; Lucas 2:4<br />

– 7.<br />

A época de seu nascimento profecia no passado, Daniel<br />

9:25 e seu cumprimento no presente, Lucas 2:1 – 2; 2:3 –<br />

7.<br />

Nasceria de uma virgem profecia no passado, Isaías 7:14<br />

e seu cumprimento no presente, Mateus 1:18.<br />

A matança dos meninos profecia no passado, Jeremias<br />

31:15 e seu cumprimento no presente, Mateus 2:16 – 18.<br />

A fuga para o Egito profecia no passado, Oséias 11:1 e seu<br />

cumprimento no presente, Mateus 2:13 – 15.<br />

Notou algo novo sendo mudado no presente? Não! Porque<br />

não se pode mudar algo que Deus desde a eternidade<br />

decretou. O que é isso? A resposta é: Profecia. Se<br />

examinarmos o passado teremos um presente vivo e cheio<br />

de sentido, isso aconteceu com o sacerdote Zacarias que<br />

interpretou o passado para entender o presente, um<br />

acontecimento profético extraordinário que estava para se<br />

cumprir, o nascimento daquele que seria o predecessor do<br />

Salvador, não somente dos judeus, mas também dos<br />

gentios. O nascimento do profeta João Batista era uma viva<br />

esperança para o povo de Israel naquele vil momento.<br />

Então, concluímos nesses versículos que primeiro<br />

Zacarias observou o presente, ele entendeu o<br />

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cumprimento da profecia pelo nascimento de seu filho.<br />

Segundo, com a interpretação da escritura, Zacarias<br />

compreendeu o presente, e teve uma “visão” do que<br />

aconteceria no futuro, e uma frase define bem essa visão<br />

de um futuro esperançoso e próximo: “Aquele menino seria<br />

um profeta do Altíssimo”, não há nada de novo para o<br />

futuro de Israel, apenas o entendimento de um renovo<br />

prometido (uma promessa de redenção), pela<br />

interpretação da vontade de Deus que vem desde o<br />

passado sendo proclamado pelos santos profetas,<br />

Zacarias entende o momento presente de sua época.<br />

(76 – 80) “E você, menino, será chamado profeta do<br />

Altíssimo, pois irá adiante do Senhor, para lhe preparar o<br />

caminho, para dar ao seu povo o conhecimento da<br />

salvação, mediante o perdão dos seus pecados, por causa<br />

das ternas misericórdias de nosso Deus, pelas quais do<br />

alto nos visitará o sol nascente para brilhar sobre aqueles<br />

que estão vivendo nas trevas e na sombra da morte, e guiar<br />

nossos pés no caminho da paz. E o menino crescia e se<br />

fortalecia no espírito; e viveu no deserto, até aparecer<br />

publicamente a Israel”. Aqui, a ênfase desvia-se do<br />

Messias vindouro (v. 69 – 75) de volta para o precursor<br />

João (76, 77). “E você menino, será chamado profeta do<br />

Altíssimo, pois, irá adiante do Senhor, para lhe prepara o<br />

caminho” (v. 76). O texto amplifica as palavras de Gabriel<br />

em 1:7: “No espírito e no poder de Elias [...] para deixar um<br />

povo preparado para o Senhor”. Isso também prefigura os<br />

temas proféticos que surgirão no ministério de João, em<br />

3:1 – 6 e 7:26,27.<br />

Certamente, existem aqui ecos de Malaquias 3:1: “Vejam,<br />

eu enviarei o meu mensageiro, que preparará o caminho<br />

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diante de mim. E então, de repente, o Senhor que vocês<br />

buscam virá para o seu templo” (cf. Malaquias 4:5; Lucas<br />

1:17; Mateus 11:14). Lucas 1:76 também antecipa a<br />

citação de João sobre Isaías 40:3-5 no início de seu<br />

ministério (Lucas 3:4 – 6): “Preparem o caminho para o<br />

Senhor”.<br />

Lucas tem a intenção de que a proclamação de João, sem<br />

dúvida, seja entendida como o cumprimento dessa profecia<br />

de Isaías.<br />

No versículo 77 continua com esta frase: “Para dar ao seu<br />

povo o conhecimento da salvação, mediante o perdão dos<br />

seus pecados”. O tema do perdão dos pecados era central<br />

no ministério público de João. (Como indicado em Josefo<br />

em Ant. 18.5.2 §§ 116 – 119 – João “exortava os judeus a<br />

levarem uma vida justa”. Veja Lucas 3:1 – 21; 7:18 – 36<br />

para algo mais sobre o ministério de João).<br />

A linguagem no versículo 77 prefigura a importância que o<br />

perdão assumirá no mundo histórico mais amplo e Lucas à<br />

medida que sua narrativa progride.<br />

Para Lucas, o tema do arrependimento e do perdão dos<br />

pecadores é o paradigma condutor da salvação. O<br />

versículo 78a mostra o meio pelo qual o perdão dos<br />

pecados se tornará disponível: “Por causa das ternas<br />

misericórdias de nosso Deus” (v. 78). As misericórdias de<br />

Deusnão são simplesmente a causa do perdão dos<br />

pecados (como na NVI). Ela é a agência pela qual o perdão<br />

é encontrado (“pelas entranhas da misericórdia do nosso<br />

Deus”, ARC). O perdão é uma jornada empreendida pelo<br />

exercício do arrependimento, como as muitas histórias de<br />

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Lucas sobre os pecadores ilustrarão. Perceba novamente<br />

os parênteses criados pelo uso de “episkepsetai”, visitado,<br />

nos versículos 68b e 78b. Na narração de Lucas, somos<br />

visitados por uma ofuscante presença de Deus nesses<br />

eventos. A visitação nos vem como um amanhecer “pelas<br />

quais do alto visitará o sol nascente” (v. 78b). Nós não<br />

causamos isso, nem o procuramos; simplesmente é a hora<br />

de sua chegada – sua hora marcada. Como em todas as<br />

epifanias (v. 11 – 15a), esse sol nascente tem a ver com<br />

Deus agindo primeiro, entrando no drama humano<br />

espontaneamente. Para Lucas, o advento do Messias<br />

significa que a luz de Deus brilhará sobre “aqueles que<br />

estão vivendo nas trevas” (v. 79). Essa imagem é<br />

dependente da profecia de Isaías sobre a Galileia, em<br />

Isaías 9:1, 2 (cf. Mateus 4:5 – 16). É uma continuação da<br />

metáfora do sol nascente em Lucas 1:78b. No Salmo<br />

107:10 e em Isaías 42:7, os prisioneiros que Deus resgata<br />

estão “nas trevas”. O hodon eirēnēs, “o caminho da paz”<br />

(Lucas 1:79 ARC), é aquele prometido pelo “Príncipe da<br />

Paz” de Isaías 9:6,7 (Lucas 1:32; veja Isaías 59:8;<br />

Romanos 3:17). Em uma característica estilística padrão,<br />

Lucas conclui a narrativa do nascimento de João Batista<br />

como uma declaração sintetizadora: “E o menino crescia e<br />

se fortalecia em espírito; e viveu no deserto, até aparecer<br />

publicamente a Israel”. A mesma fórmula aparecerá ao<br />

final da narrativa do nascimento de Jesus e também ao<br />

final da narrativa de sua juventude (Lucas 2:40, 52). Essas<br />

declarações sintetizadoras devem seu formato a 1 Samuel<br />

2:26: “E o menino Samuel continuava a crescer, sendo<br />

cada vez mais estimado pelo Senhor e pelo povo”. João<br />

viveu uma vida ascética no deserto (cf. 3:2, 4; 7:24) até<br />

entrar em seu ministério público. Ele evoca comparações<br />

com outras figuras importantes do AT, tias como: Abraão,<br />

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Moisés e Elias. Cada um deles também peregrinos no<br />

deserto enquanto seguia a Deus. João parece ter sido<br />

ascético de um tipo diferente, entretanto, já que ele<br />

aparentou ser um residente permanente no deserto (3:2, 3:<br />

7:24). As pessoas iam até ele naquele local; ele não ia às<br />

cidades delas. O Evangelho de João coloca as atividades<br />

dele nessa época em um lugar ao sudeste de Jericó (cf.<br />

João 1:28). Existe uma afinidade entre o modo de vida de<br />

João e os adeptos do Qumrã, uma comunidade ascética<br />

também localizada ao sudeste de Jericó, no litoral do mar<br />

morto. Assim como João, esse grupo se separava daquilo<br />

que acreditavam ser a corrupção de Jerusalém e do<br />

sacerdócio de seu templo. João Batista e a comunidade<br />

Qumrã eram ambos representantes de movimentos de<br />

protestos dentro do Judaísmo na época de Jesus. Eles<br />

tinham pensamentos similares ascéticos e contrários ao<br />

sistema e usavam uma linguagem sobrenatural<br />

semelhante. Os movimentos religiosos, porém, não<br />

surgem em um vácuo social. Eles surgem no contexto de<br />

conflitos sociais e religiosos complexos. A motivação que<br />

impulsionava João para o deserto pode ter tido origens<br />

parecidas com aquelas que levaram os protestantes de<br />

Qumrã para os litorais do mar morto.<br />

CONCLUSÃO<br />

O ministério de João Batista é teologicamente importante<br />

para Lucas, porque João enfatiza que o arrependimento e<br />

o perdão dos pecados são exigidos da comunidade para a<br />

vinda do Messias (1:77; 3:8). Nessa teologia, a mera ideia<br />

de um messias inspira a contrição, porque o seu advento<br />

deve ser a consumação da busca humana pelo perdão dos<br />

pecados. Mais amplamente no N.T., essa consumação é a<br />

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esolução de toda a história da rebelião humana, desde<br />

Adão até Cristo (cf. Romanos 4:15; 1 Coríntios 15:22, 45).<br />

Se o ministério de João parece rígido nessa insistência de<br />

penitência nos próximos capítulos (cf. 3:1 – 21), é porque<br />

nada menos do que penitência é arrogância, na presença<br />

do Messias. Do ponto de vista teológico, a mensagem de<br />

João é tão rígida quanto é francamente realística. A<br />

comunidade seja a de Zacarias, a de Lucas ou a nossa não<br />

pode apresentar-se diante de Deus com uma atitude<br />

insincera sobre o pecado e a rebelião. Essa falta de<br />

sinceridade era uma afronta a todos os profetas anteriores<br />

a João. Lucas, por intermédio de João, renova essa<br />

chamada profética a Israel para um arrependimento<br />

pessoas e nacional. No nível nacional, os ouvintes de João<br />

foram chamados a apresentarem-se ao Messias como um<br />

povo santo – uma nação de penitentes preparados para o<br />

Seu advento. João Batista foi o último profeta e o<br />

predecessor de Jesus, mas mesmo assim, ele nunca<br />

anunciou o futuro de ninguém como forma adivinhação, e<br />

muito menos algo de caráter terreno. Pelo contrário, ele foi<br />

um porta-voz de Deus, a voz que clamou no deserto<br />

arrependimento, anunciou as “boas novas”, gritou em alta<br />

voz: “O reino de Deus é chegado!”, pregou a salvação,<br />

Jesus Cristo como o Filho enviado de Deus Pai para<br />

salvação de Seu povo escolhido, para consumação de um<br />

decreto eterno, para resgatar do pecado aqueles que foram<br />

predestinados à salvação desde antes a fundação do<br />

mundo, resgatar os não resgatáveis, afirmar a salvação de<br />

todo àquele que creria no Cordeiro “[...] o Cordeiro de<br />

Deus, que tira o pecado do mundo” – João 1:29; João 3:16;<br />

Atos 13:48; Efésios 1:4, 5. E condenação para todos<br />

aqueles que negariam a mensagem do evangelho. Então o<br />

que podemos dizer em relação à Profecia? A profecia é<br />

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interpretar as escrituras de forma realística para se<br />

entender a concretude do presente, tendo uma visão da<br />

eternidade que nos espera, sendo para “alguns”<br />

condenação eterna, e para outros vida eterna. Se você<br />

examina as escrituras você pode “profetizar”, ou seja, o ato<br />

de “profetizar” é simplesmente a proclamação da vontade<br />

de Deus, e sabemos que a vontade de Deus é que o<br />

Evangelho seja anunciado em todas as nações. Profecia é<br />

a escritura, profecia é a autoridade da escritura sendo<br />

anunciada. Profecia é a exposição da escritura a<br />

pecadores, é a exposição da vontade de Deus, é a<br />

salvação por Cristo Jesus, o único caminho, a única<br />

verdade e o único meio de vida eterna, que nos é dada pela<br />

Graça mediante a fé, e isto não vem de nenhum homem,<br />

mas é um dom de Deus, uma dádiva, oferecido pelo livre<br />

conselho de Sua vontade (Beneplácito) – Efésios 2:8, 9. A<br />

nossa “profecia” futura é: Cristo voltará para nos levar para<br />

junto dEle para todo sempre. Amém. Devemos orar para<br />

que haja uma ação iluminadora do Espírito Santo em<br />

nossas mentes, para que possamos interpretar as<br />

escrituras de forma correta, devemos “profetizar”<br />

arrependimento e vida eterna, e não algo que está fadado<br />

à destruição, algo temporal. A escritura já nos fora<br />

revelada, temos acesso às reveladas para nossa instrução<br />

em justiça e toda perfeita obra. Assim seremos verdadeiros<br />

“profetas” de Deus, verdadeiros bereanos, cristãos que<br />

estudam diligentemente as escrituras (Atos 17:10 – 12).<br />

“Orare et Labutare” – João Calvino.<br />

Agora você sabe o que é profecia?<br />

Paz e graça.<br />

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______________________________________________<br />

SOBRE O AUTOR<br />

Plínio Sousa é fundador do Instituto Reformado<br />

Santo Evangelho — IRSE; Pastor Reformado;<br />

Bacharel em Teologia e Mestre em Teologia do<br />

Novo Testamento.<br />

Apologista, atua como conteudista do Instituto Êxito de Teologia<br />

(SP), da WRF — World Reformed Fellowship onde também é<br />

membro e do Santo Evangelho onde é Diretor Geral e Professor,<br />

também atua como co-editor do Reformados 21. É membro da TDI<br />

— Sociedade Brasileira do Design Inteligente sob nº de registro<br />

1057. É Psicólogo Cristão, Professor de Grego, Sociologia e<br />

Filosofia da educação, Juiz de Paz Eclesiástico, (Autoridade<br />

Eclesiástica e Ministro de Confissão Religiosa, Conforme Decreto<br />

Lei 3.689/41, artigo 295 VIII §ª 4º), Capelão Cristão, Missionário,<br />

Palestrante e Escritor. Adepto e muito abrangente com a defesa da<br />

Teologia Reformada e a herança Puritana. Acredita na inspiração<br />

verbal e plenária, na revelação proposicional, infalibilidade,<br />

inerrância, clareza e suficiência das Sagradas Escrituras. É<br />

Supralapsarianista, Calvinista, Aliancista [Teologia Pactual],<br />

Pedobatista, Amilenista, e Cessacionista –, rejeita a crença no<br />

livre–arbítrio, no apostolado contemporâneo, pastorado feminino e<br />

nos dons revelacionais. Quanto à liturgia, adota o Princípio<br />

Regulador do Culto –, como entenderam os Reformadores.<br />

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REFERÊNCIAS<br />

[1] Comentário Bíblico do Evangelho de Lucas – Moody;<br />

[2] William Barclay;<br />

[3] David A. Neale;<br />

[4] Fritz Rienecker.<br />

[5] O NOVO TESTAMENTO Comentado por William<br />

Barclay;<br />

[6] Hebreus – Série comentários bíblicos;<br />

[7] Citações de João Calvino;<br />

[8] Comentário Bíblico Moody;<br />

[9] Comentário Expositivo de R. C. Sproul;<br />

[10] David A. Neale – Novo Testamento;<br />

[11] Citações: Do texto extraído do site<br />

https://gotquestions.org/<br />

[12] Dicionário Grego Strong;<br />

[13] Comentário de João D. A. Carson;<br />

[14] PEDROZA, Naor, QUANDO <strong>DE</strong>US ESTÁ COM<br />

FOME, ed. 2013, Pedroza Publicações;<br />

[15] Comentário de Simon Kistemaker sobre 2 Coríntios;<br />

[16] A GRAÇA II – Santo Agostinho;<br />

[17] A Doutrina da Eleição – João Calvino;<br />

[18] Santo Agostinho – Solilóquios, p. 31;<br />

[19] Sermão de C. H. Spurgeon – Uma defesa do<br />

Calvinismo;<br />

[20] Comentário do Novo Testamento – Exposição de Atos<br />

dos Apóstolos por Simon Kistemaker;<br />

[21] CITAÇÕES, Sermão sobre Jó 1:9 – 12 por João<br />

Calvino;<br />

[22] CITAÇÕES, Pr. David Marcos – Igreja Batista<br />

Reformada;<br />

[23] Comentário Matthew Henry;<br />

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[24] CITAÇÕES, Fundamentos da Teologia Reformada –<br />

Hermisten Maia – Editora Mundo Cristão;<br />

[25] CITAÇÕES, As Confissões Reformadas – Alderi<br />

Souza de Matos;<br />

[26] Daniel-Rops, da Academia Francesa, autor católicoromano,<br />

escritor de “História da Igreja” em 10 Volumes;<br />

[27] CITAÇÕES, Declaração de Cambridge;<br />

[28] Sproul, Robert Charles (2013), Sola Gratia;<br />

[29] A controvérsia sobre o livre arbítrio ao longo da<br />

história;<br />

[30] Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das Escrituras;<br />

[31] Lutero, Martinho, As 95 Teses;<br />

[32] CITAÇÕES, Resposta do amilenista Anthony A.<br />

Hoekema ao ensaio do pré-milenista histórico George<br />

Eldon Ladd;<br />

[33] Trecho do livro Milênio, de Robert G. Clouse;<br />

[34] CITAÇÕES, R. C. Sproul – Surpreendido pelo<br />

sofrimento: Ouça o chamado de Seu Pai amoroso para<br />

suportar o sofrimento. São Paulo: Cultura Cristã – 1998. p.<br />

184 – 185;<br />

[35] John MacArthur Jr – A salvação dos bebês e outros<br />

“incapazes”;<br />

[36] Sermão pregado por C. H. Spurgeon (1834 – 1892):<br />

Salvação Infantil.<br />

[37] CITAÇÕES, Título original: Doctrine according to<br />

Godliness (p. 255 – 280), Tradução: Felipe Sabino de<br />

Araújo Neto.<br />

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