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Revista Dr. Plinio 235

Outubro de 2017

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Hagiografia<br />

pois se o fosse o Criador não faria isso.<br />

Não levaria essa alma em estado<br />

de pecado mortal para a própria presença<br />

d’Ele, para ver os Anjos. Evidentemente<br />

eram faltas veniais. Entretanto,<br />

naquela alma, sobretudo,<br />

Deus não queria tolerar essas faltas.<br />

Ele poderia dar graças comuns para<br />

ela se arrepender e ir ao Céu sem<br />

esse milagre. Mas quis fazê-lo para<br />

provar, por essa narração, quanto<br />

Ele ama excepcionalmente as almas<br />

que O amam excelentemente. E não<br />

poderia haver para ela um castigo<br />

mais glorioso do que a punição que<br />

ela recebeu. Ela poderia chamar-se<br />

“a Santa do glorioso castigo”.<br />

Que glória nessa punição! Que<br />

estupendo ser amada de tal maneira<br />

que, para receber esse castigo, ela é<br />

tirada desta vida, colocada<br />

na presença de Deus, sua<br />

alma é novamente reintegrada<br />

a seu corpo, e lhe é<br />

restituída a vida, tendo recebido<br />

do próprio Deus a<br />

lição que precisava receber.<br />

Ele poderia mandar<br />

um Anjo fazer isso, mas<br />

Ele mesmo o realizou. Pode<br />

haver maior glória e<br />

maior prova de amor? Era<br />

castigo, entretanto.<br />

Olhar luminoso<br />

para perceber nossos<br />

próprios defeitos<br />

Mário Shinoda<br />

<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> em fins da década de 1970<br />

Alguém poderia perguntar:<br />

“Mas por que<br />

Deus fez isso assim? Foi<br />

só por essa Santa?”<br />

Se fosse só por ela já estaria<br />

perfeitamente bem<br />

feito. Isso se deu no século<br />

VII. Nós estamos no<br />

século XX, que já vai caminhando<br />

para seu fim.<br />

Quantos séculos depois,<br />

em terras que ninguém<br />

imaginava, naquele tempo,<br />

que existissem, está-se comentando<br />

essa ficha e a sucessão desses<br />

fatos! E nós ainda estamos nos extasiando<br />

com a maravilha operada por<br />

Deus, com esse jogo complexo e de variados<br />

aspectos de que estou dando<br />

notícia.<br />

Quer dizer, isso foi feito para ficar<br />

brilhando na História da Igreja até<br />

o fim dos tempos. Quando acabar o<br />

mundo e chegar o dia do Juízo Final,<br />

é possível que algum daqueles sobre<br />

os quais meus olhos estão caindo neste<br />

momento, encontre uma Santa que<br />

lhe esteja sorrindo de modo particular.<br />

E a Santa use como insígnia uma<br />

chibata luminosa mais do que muitos<br />

sóis, e feita de uma matéria mais<br />

preciosa do que o ouro. E a Santa se<br />

aproxima de um de nós e diz: “Sabes<br />

quem sou? Eu sou Gibitrudes, a Santa<br />

do glorioso castigo. Rezei por ti naquela<br />

noite em que soubeste do meu<br />

castigo e de minha glória. E agora te<br />

encontras perto de mim e estamos todos<br />

salvos. Olhemos para Nossa Senhora<br />

e glorifiquemo-La e, por meio<br />

d’Ela, Nosso Senhor Jesus Cristo.”<br />

E nós, então extasiados com a glória<br />

de Santa Gibitrudes, nos lembraremos<br />

desta pobre conferência, e daremos<br />

glória a ela. E nos sentiremos<br />

associados à santa alma dela.<br />

Como é bom, então, encerrarmos<br />

esta reunião dizendo: “Santa Gibitrudes,<br />

rogai por nós. Dai-nos a graça<br />

de não nos acontecer o que ia vos<br />

sucedendo, ou seja, ter alguns defeitos<br />

que por culpa nossa não vejamos. Se<br />

não merecemos um castigo tão glorioso<br />

quanto o vosso, é verdade também<br />

que nós tivemos, pelo menos,<br />

uma ajuda luminosa<br />

que foi a vossa. Tínhamos<br />

defeitos ocultos, mas o<br />

vosso exemplo, séculos depois,<br />

nos trouxe à presença<br />

de vossa biografia. E foi<br />

um convite para, na noite<br />

de 26 de outubro de 1976,<br />

nós vos pedirmos: Santa<br />

Gibitrudes, tornai luminoso<br />

nosso olhar no exame<br />

de consciência, de maneira<br />

a percebermos tudo<br />

o que está oculto, e nossas<br />

almas compareçam diante<br />

de Nossa Senhora límpidas<br />

como foi a vossa, na<br />

segunda vez em que diante<br />

de Deus aparecestes. Santa<br />

Gibitrudes, rogai por<br />

nós!”<br />

v<br />

(Extraído de conferência<br />

de 26/10/1976)<br />

1) ROHRBACHER, René<br />

François. Vidas dos Santos.<br />

São Paulo: Editora das<br />

Américas, 1959. Vol. XIX,<br />

p. 42-45.<br />

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