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Revista Dr. Plinio 235

Outubro de 2017

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A sociedade analisada por <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong><br />

Leopold Kuppelwieser (CC3.0)<br />

o costume transmite de uma geração<br />

para outra. O costume é, portanto,<br />

a embalagem, o lado precioso que a<br />

tradição transmite. Mas é também a<br />

fixidez de rumos de um povo na fidelidade<br />

a si próprio.<br />

E com a tradição e costume conjugados,<br />

a fisionomia da nação exprimindo<br />

tudo isso inteiramente, tem-se<br />

um povo que chegou à sua plenitude.<br />

É o traçado reto de uma história.<br />

A Áustria fez isso com todas as<br />

peças da monarquia danubiana. Ela<br />

não oprimiu, não comprimiu, mas<br />

assimilou, soube fazer um cocktail,<br />

Imperador Francisco I<br />

foi uma realização, ao mesmo tempo<br />

meio militar – porque é claro que<br />

sem tropas aquilo não se mantinha<br />

–, porém cultural e diplomática, etc.,<br />

de uma altura muito grande. Por isso<br />

eu acho que a Áustria não é puramente<br />

alemã. Ela é uma obra-prima<br />

da política europeia.<br />

Um oficial inglês escreveu uma<br />

biografia do Imperador Carlos, depois<br />

de este ser preso em Budapeste.<br />

Ele foi levado numa canhoneira<br />

inglesa pelo Danúbio até o Mar Negro.<br />

E passando por todos aqueles<br />

povos às margens do Danúbio, que<br />

eram, por assim dizer, “perseguidos”<br />

pelo Império, no percurso inteiro o<br />

povo todo aplaudia. Até em países –<br />

eu achei isso mais tocante – que nunca<br />

pertenceram ao Império Austro-<br />

-Húngaro, como a Romênia. O Danúbio<br />

desemboca na Romênia, lá a<br />

população com trajes regionais cantava<br />

e aplaudia enquanto ele passava.<br />

Este episódio e aquela atitude da<br />

população de Viena que quis oferecer<br />

uma festa ao Imperador Francisco<br />

I, para compensá-lo da derrota de<br />

Austerlitz 2 , porque ficaram com pena,<br />

são desses fatos culminantes da<br />

História da humanidade.<br />

Isto é uma coisa que, por exemplo,<br />

um sul-americano, que se desenvolvesse<br />

como um austríaco se desenvolveu,<br />

poderia fazer talvez até com<br />

mais espírito de abarcamento; somos<br />

nós, já não é a Alemanha. Por<br />

outro lado, imaginem que se pusesse<br />

com esse povo que está aí dominando<br />

o Império Austro-Húngaro, como<br />

ele era nas vésperas da I Guerra,<br />

os croatas, por exemplo; eles realizariam<br />

atentados, gritariam injúrias, jogariam<br />

ovos podres, fariam de tudo.<br />

Então, na apreciação da Alemanha<br />

tenho muita admiração. Mas<br />

na comparação com a Áustria entra<br />

muita restrição de minha parte.<br />

Creio que todos veem ser razoável.<br />

Não se organizou uma expansão<br />

imperial no mundo que de tal maneira<br />

fosse isso. A romana teve algo,<br />

mas não foi assim. Ali é o triunfo<br />

do espírito cristão propriamente, algo<br />

da presença de Nosso Senhor Jesus<br />

Cristo.<br />

v<br />

(Continua no próximo número)<br />

(Extraído de conferência de<br />

29/8/1986)<br />

1) Do alemão: Poder, capacidade de ação.<br />

2) Batalha, ocorrida em 1805, na qual<br />

Napoleão derrotou a Áustria, provocando<br />

a queda do Sacro Império Romano-Germânico.<br />

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