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A sociedade analisada por <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong><br />
Leopold Kuppelwieser (CC3.0)<br />
o costume transmite de uma geração<br />
para outra. O costume é, portanto,<br />
a embalagem, o lado precioso que a<br />
tradição transmite. Mas é também a<br />
fixidez de rumos de um povo na fidelidade<br />
a si próprio.<br />
E com a tradição e costume conjugados,<br />
a fisionomia da nação exprimindo<br />
tudo isso inteiramente, tem-se<br />
um povo que chegou à sua plenitude.<br />
É o traçado reto de uma história.<br />
A Áustria fez isso com todas as<br />
peças da monarquia danubiana. Ela<br />
não oprimiu, não comprimiu, mas<br />
assimilou, soube fazer um cocktail,<br />
Imperador Francisco I<br />
foi uma realização, ao mesmo tempo<br />
meio militar – porque é claro que<br />
sem tropas aquilo não se mantinha<br />
–, porém cultural e diplomática, etc.,<br />
de uma altura muito grande. Por isso<br />
eu acho que a Áustria não é puramente<br />
alemã. Ela é uma obra-prima<br />
da política europeia.<br />
Um oficial inglês escreveu uma<br />
biografia do Imperador Carlos, depois<br />
de este ser preso em Budapeste.<br />
Ele foi levado numa canhoneira<br />
inglesa pelo Danúbio até o Mar Negro.<br />
E passando por todos aqueles<br />
povos às margens do Danúbio, que<br />
eram, por assim dizer, “perseguidos”<br />
pelo Império, no percurso inteiro o<br />
povo todo aplaudia. Até em países –<br />
eu achei isso mais tocante – que nunca<br />
pertenceram ao Império Austro-<br />
-Húngaro, como a Romênia. O Danúbio<br />
desemboca na Romênia, lá a<br />
população com trajes regionais cantava<br />
e aplaudia enquanto ele passava.<br />
Este episódio e aquela atitude da<br />
população de Viena que quis oferecer<br />
uma festa ao Imperador Francisco<br />
I, para compensá-lo da derrota de<br />
Austerlitz 2 , porque ficaram com pena,<br />
são desses fatos culminantes da<br />
História da humanidade.<br />
Isto é uma coisa que, por exemplo,<br />
um sul-americano, que se desenvolvesse<br />
como um austríaco se desenvolveu,<br />
poderia fazer talvez até com<br />
mais espírito de abarcamento; somos<br />
nós, já não é a Alemanha. Por<br />
outro lado, imaginem que se pusesse<br />
com esse povo que está aí dominando<br />
o Império Austro-Húngaro, como<br />
ele era nas vésperas da I Guerra,<br />
os croatas, por exemplo; eles realizariam<br />
atentados, gritariam injúrias, jogariam<br />
ovos podres, fariam de tudo.<br />
Então, na apreciação da Alemanha<br />
tenho muita admiração. Mas<br />
na comparação com a Áustria entra<br />
muita restrição de minha parte.<br />
Creio que todos veem ser razoável.<br />
Não se organizou uma expansão<br />
imperial no mundo que de tal maneira<br />
fosse isso. A romana teve algo,<br />
mas não foi assim. Ali é o triunfo<br />
do espírito cristão propriamente, algo<br />
da presença de Nosso Senhor Jesus<br />
Cristo.<br />
v<br />
(Continua no próximo número)<br />
(Extraído de conferência de<br />
29/8/1986)<br />
1) Do alemão: Poder, capacidade de ação.<br />
2) Batalha, ocorrida em 1805, na qual<br />
Napoleão derrotou a Áustria, provocando<br />
a queda do Sacro Império Romano-Germânico.<br />
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