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Revista Dr. Plinio 236

Novembro de 2017

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dos<br />

no Céu<br />

Poderíamos nos perguntar qual dessas é a verdadeira<br />

concepção da música e, se ambas são verdadeiras, qual a<br />

mais alta.<br />

Diante desse problema, eu me pergunto se não haveria<br />

um estilo de música que reunisse ambas as perfeições,<br />

porque são manifestamente tão nobres e tão altas que<br />

um certo senso da unidade nos faz desconfiar de que haja<br />

a possibilidade de reunir as duas concepções numa visualização<br />

só.<br />

Porém, ainda não encontrei uma fórmula e nem sei se<br />

isso é possível. Indico apenas essa ideia para esboçar um<br />

pouco aquilo que, provavelmente, é a música dos Anjos<br />

no Céu. Que os Anjos têm uma melodia no Céu, embora<br />

não seja a música material, é positivo. Que esta melodia<br />

deve ter uma arquitetura sonora magnífica, expressão do<br />

ser deles, é fora de dúvida.<br />

Haverá no homem, com as limitações para a criatura<br />

humana, a possibilidade de uma música assim? Também<br />

não sei. Mas é uma coisa a respeito da qual se pode<br />

cogitar.<br />

Cogitações que nos incentivam<br />

a pensar no Céu<br />

Exatamente são as cogitações que valem a pena ter<br />

como entretenimento quando, por exemplo, a rotina está<br />

monótona. É um entretenimento inocente que deixa a<br />

alma leve. E um certo cultivo da leveza de alma vai bem<br />

para quebrar esses estados um tanto depressivos a que<br />

possamos estar sujeitos.<br />

Platão imaginava os corpos celestes como esferas de<br />

cristal girando umas sobre as outras eternamente, e ele<br />

tinha a ideia de que cada uma dessas esferas produzia<br />

um som, e que esses sons todos se encontravam no universo,<br />

produzindo uma música universal resultante dos<br />

movimentos dos astros.<br />

Notem quantas noções bonitas estão postas dentro dessa<br />

concepção. Esferas de cristal que giram, já é uma verdadeira<br />

beleza! O som que se desprende dessas esferas, correlato<br />

com a cor, a densidade e a rotação desses cristais, uma policromia<br />

conjugada a uma harmonia, que coisa bonita!<br />

Essa música não exprimiria o sentir humano, seria<br />

uma pura arquitetura universal, quase uma meditação filosófica<br />

sonora, mas que produz no homem um reflexo.<br />

Então se poderia imaginar um ponto de encontro que seria<br />

a expressão da reação humana diante dessa harmonia<br />

universal, e musicar isso.<br />

Cogitações como essa nos ajudam a suportar o peso<br />

da vida e nos incentivam a pensar no Céu. Como ficam<br />

estúpidas essas lindíssimas esferas de cristal quando consideramos<br />

que existem os Anjos, espíritos perfeitíssimos,<br />

puríssimos, virtuosíssimos, fidelíssimos, continuamente<br />

contemplando a Deus, vendo n’Ele belezas sempre as<br />

mesmas e sempre novas, exclamando em cânticos o seu<br />

sentir. É uma coisa maravilhosa!<br />

v<br />

(Extraído de conferência de 23/3/1970)<br />

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