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001 - O FATO MANDACARU - JAN 2018 - NÚMERO 1

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Pág. 2 O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>001</strong> | Maringá, dezembro de 2017<br />

O <strong>FATO</strong><br />

Triste fim da CLT<br />

(Editorial Por José Carlos Leonel)<br />

Quem não me entendeu digo que "estamos andando para trás".<br />

A reforma trabalhista aprovada<br />

pelo governo Temer com aval de<br />

Câmara dos Deputados e do Senado<br />

é só o início do maior retrocesso<br />

social da história do Brasil, outras<br />

reformas como a da Previdência e<br />

do SUS piorarão e muito as condições<br />

de vida do povo.<br />

Quem não me entendeu digo<br />

que “estamos andando para trás.”<br />

Em prática, esse governo ao invés<br />

de prosseguir com o processo de cidadania,<br />

coisa que se faz produzindo<br />

justiça social, está a empurrar todos<br />

em direção a um processo de<br />

concorrência, de disputa, de luta pela<br />

sobrevivência.<br />

A medida provisória editada<br />

por Temer após a aprovação da reforma<br />

é só um meio de evitar o choque<br />

social imediato, de evitar que<br />

reajamos e de nos habituar aos poucos<br />

ao processo de escravidão que<br />

teremos no final dos próximos 3<br />

anos, momento em que todos deixaremos<br />

de ser empregados para virarmos<br />

empresas.<br />

EXPEDIENTE:<br />

Ligiane Ciola • DRT-SP 46266<br />

J.C. Leonel • DRT-PR 4678<br />

Fernanda Casal<br />

Ricardo Rennó • Diagramação<br />

Rua Itamar Garcia Pereira, 55<br />

Vila Santa Isabel • Maringá • PR<br />

CEP: 87080-510<br />

TELEFONE: (44) 3246-1769<br />

WHATSAPP: (44) 99713-0030<br />

E-MAIL: ofato_mandacaru@libero.it<br />

IMPRESSÃO: O Diário Maringá<br />

maringa.odiario.com/grafica<br />

O triste fim da CLT,<br />

acontece em meio ao mais completo<br />

silêncio do povo que se acostumou<br />

a seguir as ordens que uma certa<br />

rede de TV dita nos seus criminosos<br />

telejornais. O povo continua<br />

muito ocupado a assistir telenovelas<br />

e futebol, nada de mal se essas<br />

coisas não provocassem nas pessoas<br />

uma “anestesia mental”.<br />

“Tá tudo ruim, tá piorando, estou<br />

sem dinheiro, é culpa dos políticos”,<br />

seria culpa deles sim, se não<br />

fosse culpa nossa. Perdas de direitos<br />

como as que estamos tendo nesse<br />

curto período de Temer provocariam<br />

revoluções em países do primeiro<br />

mundo, mas nós não queremos<br />

entrar no primeiro mundo não<br />

é mesmo?<br />

Se hoje empresários, sobretudo<br />

pequenos e médios vivem em<br />

meio a grandes dificuldades para<br />

manter as portas abertas, não é certo<br />

por culpa de seus empregados ou<br />

pela lei que regula a relação entre<br />

empresas e trabalhadores, mas pela<br />

roubalheira que se constitui o nosso<br />

sistema tributário que faz do<br />

Estado sócio majoritário nas entradas<br />

econômicas dos meios de produção.<br />

Temos visto o dinheiro dos impostos<br />

que pagamos (trabalhadores<br />

e patrões) sumir nas mãos de políticos,<br />

empreiteiras e partidos,<br />

mas ao invés de cobrá-los, de impedi-los<br />

de continuar, preferimos deixá-los<br />

nos fazer pensar que a culpa<br />

é de um e de outro, e não deles.<br />

A corrupção é apresentada na<br />

TV como algo normal. Processos<br />

acusam e condenam alguns sem<br />

provas e absolvem outros com amplas<br />

provas. O egoísmo é sem dúvida<br />

um dos maiores sintomas de ignorância<br />

e o Brasil infelizmente está<br />

infestado de gente que não sabe<br />

dividir, que não compreende o sentido<br />

pleno da palavra democracia<br />

segregando-a ao direito de voto.<br />

Quem pensa assim não compreende<br />

que a democracia plena se completa<br />

com a consolidação dos direitos<br />

previstos na constituição e nas<br />

leis que a permeiam.<br />

A lei que substitui a CLT aos<br />

poucos acabará com os contratos<br />

de trabalho por tempo indeterminado,<br />

anulará quase que totalmente<br />

o trabalho dos sindicatos e<br />

criará um exército de trabalhadores<br />

precários, gente que hoje trabalhará<br />

aqui, amanhã ali, de modo<br />

intermitente e sujeitos às negociações<br />

diretas com os patrões.<br />

Não é exagero dizer que daqui a 10<br />

anos, direitos como férias remuneradas,<br />

décimo terceiro, FGTS e outros<br />

benefícios serão somente recordações<br />

de um passado feliz.<br />

Grupos reacionários e inimigos<br />

do povo querem ver mulheres<br />

grávidas sendo obrigadas a<br />

Imagem Ilustrativa<br />

trabalhar em locais “mediamente”<br />

insalubres, colocando em risco a<br />

própria saúde e a do bebê.<br />

Por que estamos assistindo a<br />

tudo isso em silêncio?<br />

A reforma nas relações trabalhistas<br />

altera mais de cem pontos<br />

da CLT e apesar de dizerem que<br />

acordos entre patrões e empregados<br />

não vão prevalecer sobre<br />

acordos coletivos veremos que<br />

depois da fase de transição o contrário<br />

prevalecerá.<br />

A verdade é que mesmo que<br />

os trabalhadores de uma empresa<br />

se unam contra abusos, a fila de<br />

desempregados será tão grande<br />

que os patrões não terão dificuldades<br />

de substituí-los sem que<br />

ninguém os importune.<br />

É claro que essa é somente a<br />

minha opinião e que você leitor<br />

tem todo direito de discordar.<br />

Aproveite e discorde, de mim e<br />

de quem está a condenar seus filhos<br />

à pobreza, logo talvez não teremos<br />

nem mesmo esse direito e<br />

aí, será tarde demais.■

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