Revista Penha | fevereiro 2018
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
- TAGS
- jfpenhafranca
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Revista</strong> Mensal<br />
Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
jf-penhafranca.pt<br />
f Freguesia<strong>Penha</strong>DeFranca<br />
nr. 23<br />
fev’ 18
FICHA TÉCNICA<br />
Propriedade<br />
Junta de Freguesia da<br />
<strong>Penha</strong> de França<br />
Directora<br />
Sofia Oliveira Dias<br />
Subdiretor<br />
Manuel dos Santos Ferreira<br />
Coordenadora<br />
Teresa Oliveira<br />
Design e Grafismo<br />
Remarkable<br />
Fotografia<br />
André Roma<br />
Impressão<br />
WCC<br />
Tiragem<br />
23.500 exemplares<br />
Distribuição Gratuita<br />
Depósito Legal 408969/16<br />
SEDE DA JUNTA DE FREGUESIA<br />
Travessa do Calado, nº 2<br />
1170-070 Lisboa<br />
Telefone: 218 160 720<br />
Email: geral@jf-penhafranca.pt<br />
Secretaria: 2.ª a 6.ª feira (9h-18h)<br />
POLO MORAIS SOARES<br />
Rua Morais Soares, nº 32<br />
1900-346 Lisboa<br />
Telefone: 218 163 290<br />
Secretaria: 2.ª a 6.ª feira (9h-18h)<br />
ESPAÇO MULTIUSOS<br />
Avenida Coronel Eduardo Galhardo (sob<br />
o viaduto da Avenida General Roçadas)<br />
Telefone: 218 100 390<br />
Email: multiusos@jf-penhafranca.pt<br />
Horário: 2.ª a 6.ª feira (9h30-22h)<br />
Sábado (10h-19h)<br />
Secretaria: 2.ª a 6.ª feira (9h-17h)<br />
2
EDITORIAL<br />
FEVEREIRO<br />
É MÊS DAS<br />
CRIANÇAS<br />
Sofia Oliveira Dias<br />
Presidente da Junta de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França<br />
sofia.dias@jf-penhafranca.pt<br />
Aqui na <strong>Penha</strong> trabalhamos todos os dias para as nossas<br />
crianças, mas há alturas em que elas são o destaque. Em<br />
Junho – quando se realiza a festa do Dia da Criança –, em<br />
Julho e Agosto – com o Verão <strong>Penha</strong> –, em Setembro – com<br />
todas as iniciativas de regresso às aulas –, em Dezembro –<br />
porque o Natal é das crianças – e em Fevereiro.<br />
Porque é em Fevereiro que acontece uma iniciativa tão<br />
complexa na sua organização, quanto acarinhada pelos<br />
mais novos e pelos mais velhos: o cortejo de Carnaval da<br />
<strong>Penha</strong>. Este ano, mais de um milhar de alunos voltaram a<br />
encher de alegria a Praça Paiva Couceiro e desfilaram até à<br />
Alameda D. Afonso Henriques, provocando sorrisos a quem<br />
passava na rua, estava à janela ou ia em autocarros. E mesmo<br />
a chuva miudinha que caiu não diminuiu a festa.<br />
É uma componente importante, esta da brincadeira, tão<br />
importante que vem assim prevista na Declaração dos Direitos<br />
da Criança, aprovada há quase 60 anos pela ONU. “A<br />
criança deve ter plena oportunidade para brincar e para se<br />
dedicar a actividades recreativas, que devem ser orientados<br />
para os mesmos objectivos da educação; a sociedade e as<br />
autoridades públicas deverão esforçar-se por promover o<br />
gozo destes direitos”.<br />
No caso, é preciso recordar que o desfile também tem uma<br />
componente educativa. Para fazer as máscaras e preparar<br />
encenações, trabalham-se – mesmo quando não se dá conta<br />
– as disciplinas de Educação Visual e Tecnológica, mas<br />
também as Expressões Artísticas e Físico Motoras.<br />
Uma sociedade não tem futuro sem crianças saudáveis,<br />
alegres, preparadas e prontas para intervir na sua comunidade.<br />
É por isso que falo noutro projecto promovido pela<br />
Junta de Freguesia e que as envolve este mês: o POP Escolas.<br />
Nos estabeleci mentos de ensino do 1.º, 2.º e 3.º ciclo<br />
da nossa Freguesia, os alunos já estão a pensar no que fazem<br />
falta à sua escola, à sua comunidade.<br />
Estas iniciativas são parte do nosso contributo para que<br />
as meninas e meninos da <strong>Penha</strong> tenham o melhor futuro<br />
possível.<br />
1
O DESFILE DE<br />
CARNAVAL MAIS<br />
FOFO DA CIDADE<br />
Mais de 1200 crianças de escolas do Jardim de Infância, do<br />
1.º e do 2.º ciclos da Freguesia participaram no Desfile de<br />
Carnaval da <strong>Penha</strong>.<br />
Meninas e meninos da EB1 Actor Vale, da EB1 Arq. Victor<br />
Palla, da Associação <strong>Penha</strong> de França, do CED D. Maria Pia<br />
da Casa Pia de Lisboa, do Centro Social e Paroquial Nossa<br />
Senhora da <strong>Penha</strong> de França, da Coopescola, da Creche Fundação<br />
Júlia Moreira, da Creche Missão Nossa Senhora, do<br />
Externato Sta. Francisca, da EB1 Patrício Prazeres e da EB1<br />
Prof. Oliveira Marques compuseram um longo, colorido e animado<br />
cortejo.<br />
Da Praça Paiva Couceiro à Alameda D. Afonso Henriques, a<br />
imensidão de pequenos mascarados ofuscou o tempo cinzento<br />
com a sua alegria e espalhou sorrisos pelas ruas da freguesia.<br />
Mas o que verdadeiramente importa foram os sorrisos<br />
na cara das nossas crianças e esses foram aos milhares.<br />
Um desfile que só foi possível graças à participação de muitas<br />
pessoas e fruto de muito trabalho de organização. Começando<br />
por agradecer aos fantásticos tocadores de gaita de<br />
foles e percussão da Casa Pia de Lisboa, com a sua música<br />
a dar ritmo ao cortejo e a fazer um pequeno concerto na Alameda.<br />
Agradecemos também aos voluntários da Proteção<br />
Civil, à Associação de Radioamadores da Região Lisboa, à<br />
Polícia de Segurança Pública e ao Corpo de Bombeiros do<br />
Beato e <strong>Penha</strong> de França."
3
Este ano, a Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
decidiu oferecer uma prenda de Natal diferente aos<br />
alunos do 1.º ciclo das escolas públicas da Freguesia.<br />
UMA ÁRVORE<br />
PELA NOSSA<br />
FLORESTA<br />
Face à devastação causada pelos incêndios deste verão,<br />
a Junta aliou-se ao projeto ‘UMA ÁRVORE PELA<br />
FLORESTA’, promovido pela Quercus e pelos CTT, e<br />
ofereceu uma árvore deste projeto a cada uma das<br />
turmas destas escolas.<br />
A prenda, entregue pelo dia de Reis, consistiu numa<br />
pequena árvore em papel que simboliza uma outra<br />
que, até à primavera, será plantada no campo, num<br />
bosque ou numa floresta. Será depois cuidada durante<br />
cinco anos.<br />
Entre as árvores escolhidas no âmbito deste projeto<br />
estão sobreiros, amieiros, medronheiros, freixos, azevinhos,<br />
murtas, tramazeiras, aroeiras, azereiros, teixos<br />
ou sabugueiros.<br />
Em turma, os alunos podem usar o código que vem na<br />
árvore de papel para dar o nome à sua árvore e poder<br />
assim receber notícias e acompanhar o lugar onde foi<br />
plantada.<br />
Este foi um dos aspetos que mais entusiasmou as<br />
crianças, que gostaram bastante desta prenda que, no<br />
fundo, é para todos nós.<br />
5
Melhoramentos nas salas de aulas, reforço de equipamentos<br />
desportivos ou de estudo, plantação de árvores<br />
nos espaços de lazer, estas são várias ideias que<br />
poderiam perfeitamente ser propostas apresentadas<br />
por alunos do 1.º ao 3.º ciclo no POP Escolas <strong>2018</strong> –<br />
o Programa de Orçamento Participativo Escolar da<br />
<strong>Penha</strong> de França.<br />
Já na sua terceira edição, tal como o POP <strong>Penha</strong>, este<br />
projeto tem motivado os alunos ao longo dos anos, já<br />
sendo bem visíveis as suas marcas em vários estabelecimentos<br />
de ensino públicos da Freguesia.<br />
Neste momento, já se encontram cumpridas ou em<br />
fase de conclusão as propostas vencedoras de 2017:<br />
1.º ciclo - colocação de abrigos para animais abandonados<br />
nas imediações da EB1 Arq. Vítor Palla; 2.º<br />
ciclo - adquirir, instalar routers e melhorar o sinal de<br />
wi-fi na Escola Patrício Prazeres; 3.º ciclo - melhorar<br />
a esplanada do bar da EB Nuno Gonçalves; Ensino<br />
Secundário - colocação de conjunto de bancos/mesa<br />
no exterior da Escola António Arroio.<br />
Este ano, a grande novidade é que os alunos do Ensino<br />
Secundário passaram a poder concorrer através do<br />
POP <strong>Penha</strong>, uma vez que têm mais de 16 anos, com<br />
a possibilidade de apresentar projetos mais ambiciosos.<br />
O<br />
POP ESCOLAS<br />
JÁ FERVE!<br />
6
O Programa já foi apresentado em todas as escolas, passando-se<br />
agora à fase em que os alunos das turmas participantes, com o<br />
auxílio dos seus professores, vão apresentar e escolher as suas<br />
propostas e os seus representantes, que depois irão à Assembleia<br />
Interescolas, que decorrerá em abril.<br />
Recordamos que as propostas têm de cumprir vários requisitos, nomeadamente<br />
não ultrapassarem os 1000 euros, serem da competência<br />
da Junta de Freguesia e não terem fins lucrativos.<br />
A Assembleia Interescolas consiste numa reunião em que têm assento<br />
todos os representantes de turma, que defenderão as suas<br />
propostas junto de todos os outros congéneres, trabalhando para os<br />
convencer a votar na sua ideia. Haverá um vencedor para o 1.º, para<br />
o 2.º e para o 3.º ciclo do Ensino Básico.<br />
7
JÁ DEU A<br />
SUA IDEIA PARA<br />
A FREGUESIA?<br />
Apresse-se, porque faltam muito poucos dias para<br />
poder dar a sua ideia para a <strong>Penha</strong> de França! Recordamos<br />
que a 25 de <strong>fevereiro</strong> termina o período<br />
de apresentação de propostas no POP PENHA<br />
<strong>2018</strong> - O PROGRAMA DE ORÇAMENTO<br />
PARTICIPATIVO DA PENHA DE FRANÇA.<br />
E o que é o orçamento participativo? É muito simples:<br />
em vez de ser a Junta de Freguesia a decidir<br />
onde vai gastar todas as verbas do seu orçamento,<br />
reserva uma parte desse dinheiro para serem os cidadãos<br />
a determinar onde será aplicado.<br />
Por trás desta decisão está a ideia de que o envolvimento<br />
dos cidadãos nos destinos da Freguesia deve<br />
ir além das eleições. Um conceito de sucesso nascido<br />
no Brasil nos anos 80, mais precisamente em<br />
Porto Alegre, e que, entretanto, já deu lugar a milhares<br />
de orçamentos participativos por todo o planeta.<br />
8
Na <strong>Penha</strong> de França, o POP <strong>Penha</strong> <strong>2018</strong> está nesta fase de recolha de<br />
propostas – no site e também nas sessões públicas entretanto havidas<br />
– com a força e a solidez de experiência ganha nas duas primeiras<br />
edições.<br />
As condições para a apresentar é não terem um custo total superior a<br />
10 mil euros, não ultrapassarem as competências da Junta de Freguesia,<br />
serem apresentadas por um residente, trabalhador ou estudante na<br />
<strong>Penha</strong> de França, com idade igual ou superior a 16 anos.<br />
Pode dar ideias sobre espaços verdes, mobiliário urbano, parques infantis,<br />
programação cultural, entre outros temas.<br />
Apresente a sua proposta no site www.pop-penha.pt. Depois, será<br />
tempo de fazer a análise técnica das ideias apresentadas e em abril<br />
os cidadãos votarão as propostas. Participe! Vamos melhorar a <strong>Penha</strong>.<br />
9
VIVER UM<br />
SONHO<br />
SANDRA PEREIRA,<br />
ORGANIZA.COM<br />
RUA JACINTO NUNES, 12B<br />
TELEFONE: 210 735 251<br />
SANDRA PEREIRA está feliz. Ao<br />
longo dos anos foi alinhavando o<br />
seu projeto de criar uma empresa<br />
de organização e de acessórios<br />
para eventos. Nos tempos livres, já<br />
“adorava organizar festas” para os<br />
filhos e também para amigos e foi<br />
maturando a ideia até que se decidiu<br />
a aventurar. No verão de 2017<br />
pediu uma licença sem vencimento<br />
de um ano no seu trabalho e no<br />
final de outubro, com o seu marido<br />
Nuno, abria a ORGANIZA.COM na<br />
Rua Jacinto Nunes. “Era o meu sonho”.<br />
Para sua surpresa, o lado do negócio<br />
que melhor está a correr é o da<br />
organização de eventos. E Sandra<br />
organiza mesmo todo o tipo de<br />
festas que se possa imaginar: almoços<br />
e jantares de grupo, de empresas,<br />
aniversários de crianças e<br />
adultos, casamentos, despedidas<br />
de solteiro, batizados, chás de<br />
bebé, bodas de prata e ouro, tudo<br />
o que cliente quiser.<br />
Quando chegámos à sua loja, uma<br />
senhora acaba de marcar a festa<br />
de anos do neto. Sandra confirma<br />
que aqui na Freguesia este é o tipo<br />
de festas que mais tem organizado.<br />
Tem dois espaços na <strong>Penha</strong><br />
de França onde os miúdos podem<br />
brincar à vontade e onde há espaço<br />
para fazer jogos tradicionais, modelação<br />
de balões, pinturas faciais, animação<br />
com palhaços ou saltar em insufláveis,<br />
por exemplo. Tudo organizado por si:<br />
dos lanches à animação, passando pelo<br />
importantíssimo bolo de anos.<br />
Mas se os clientes assim o pretenderem,<br />
as festas podem ser nas suas casas. Ou<br />
podem optar por comprar apenas umas<br />
toalhas, uns guardanapos ou alguns balões<br />
com as personagens preferidas das<br />
crianças. Aliás, dentro dos acessórios,<br />
“o que mais vende são mesmo os temas<br />
para crianças, e os preferidos são os da<br />
Minnie, da Ladybug e do Principezinho”.<br />
Sandra tem também já marcados batizados<br />
e casamentos em restaurantes e<br />
quintas com quem tem parcerias. Aqui<br />
também é ela quem organiza a festa, os<br />
convites, as flores, tudo o que os pais ou<br />
os noivos precisarem ou ambicionarem.<br />
“Até já tratei da pessoa que vai celebrar<br />
um dos casamentos”, revela. No fundo, o<br />
trabalho de Sandra Pereira é o de garantir<br />
que todos conseguem o mesmo que<br />
ela própria alcançou: viver o seu sonho,<br />
nem que seja apenas durante uma festa.
UMA CASA<br />
CENTENÁRIA QUE<br />
VIAJOU PARA<br />
PORTUGAL<br />
CALAPI KISHORLAL<br />
CASA ELEFANTE<br />
RUA MORAIS SOARES, 89C<br />
TELEFONE: 218 125 467<br />
A principal característica da CASA ELE-<br />
FANTE é ter lá dentro uma quantidade<br />
quase infinita de produtos para costura,<br />
bordados, tricot, croché, Arraiolos,<br />
e ainda lingerie, roupa interior para<br />
senhora e homem, e collants. CALAPI<br />
KISHORLAL, o atual responsável, confirma:<br />
“Tentamos ter de tudo, até para<br />
atrair as pessoas mais jovens”.<br />
A Casa Elefante já faz parte da paisagem<br />
da Rua Morais Soares, com<br />
clientes de várias gerações. Mas a sua<br />
história começou há muito tempo e a<br />
milhares de quilómetros de distância.<br />
A primeira Casa Elefante foi fundada<br />
pelos bisavós de Calapi em Moçambique<br />
e quando o seu pai veio para Portugal,<br />
o último a deixar o país depois<br />
da independência em 1975, a “retrosaria<br />
ia fazer 100 anos”. Calapi conta que<br />
a Casa Elefante ainda sobrevive, no<br />
mesmo lugar – na Av. da República da<br />
então Lourenço Marques, agora Av. 25<br />
de Setembro, em Maputo –, mas com<br />
novos donos, que “vendem capulanas<br />
e também lembranças para turistas”.<br />
Regressando à Rua Morais Soares, é<br />
no dia 9 de maio de 1977 que a nova<br />
Casa Elefante nasce, fundada pelos<br />
pais de Calapi Kishorlar. Tal como a<br />
loja anterior, é uma retrosaria e “até<br />
1993 ou 1994 assim se manteve”. Depois,<br />
com a mudança dos hábitos de<br />
consumo, foi acrescentando artigos ao<br />
seu inventário, como o pronto a vestir<br />
(que entretanto, deixou de ter), a roupa<br />
interior, a lingerie e os collants.<br />
Nos últimos anos voltou a haver interesse<br />
das novas gerações por atividades<br />
como a costura ou o tricot. Calapi<br />
não ficou indiferente à novidade e,<br />
além de venderem os produtos, também<br />
ajudam a esclarecer dúvidas ou<br />
resolver problemas. “Se quiserem um<br />
bordado numa peça que costuraram, temos<br />
parcerias com profissionais. Mas<br />
se a questão for saber como se tricota<br />
uma camisola ou se costura um casaco,<br />
podemos marcar workshops com especialistas<br />
aqui na loja, especialmente<br />
aos sábados de manhã”.<br />
Apesar dos altos e baixos deste negócio<br />
com 40 anos, tão dependente das<br />
modas e da concorrência que vai aparecendo,<br />
Calapi Kishorlal vai mantendo<br />
a casa aberta porque gosta do ramo e<br />
sabe que, apesar da diminuição do negócio,<br />
a casa faz falta na zona em que<br />
nasceu. “Aos 14 anos comecei a vir ao<br />
sábado para ajudar os meus pais, e com<br />
17 vim trabalhar a tempo inteiro. Gosto<br />
muito de aqui estar, parece que nasci<br />
aqui”.<br />
Vale a pena espreitar esta loja que tem<br />
de tudo. Para comprar cola têxtil para<br />
fazer uma bainha, ou para não perder<br />
a oportunidade de comprar os lindíssimos<br />
botões antigos que ainda estão em<br />
stock. Peça para lhos mostrarem.<br />
11
DOCES, SALGADOS<br />
E MUITO BOA<br />
DISPOSIÇÃO<br />
JOAQUINA MOREIRA,<br />
CAFÉ PASTELARIA DO MERCADO<br />
MERCADO DE SAPADORES<br />
TELEFONE: 965 459 529<br />
Aposta nos produtos de qualidade, e<br />
está sempre de olho no que os seus fornecedores<br />
entregam. “Não vou ao mais<br />
barato! Para comprar, tenho primeiro<br />
que provar”, assegura. Às 6h45 é hora<br />
de fechar portas e ir “tratar da casa”.<br />
Mais trabalho? “Não”, ri-se, “eu gosto<br />
muito de fazer as minhas coisas, e não<br />
custa porque sou muito organizada”.<br />
“Adoro isto aqui!”, exclama JOAQUI-<br />
NA MOREIRA, aliás D. Tina, porque é<br />
o nome pelo qual toda a gente a conhece.<br />
Os clientes retribuem. Desde<br />
os taxistas – o seu café está ao lado<br />
da praça de táxis do Mercado de Sapadores<br />
–, os motoristas da Carris, os<br />
passageiros, quem trabalha ou vive ali<br />
à volta, ou mesmo quem passa, fica<br />
conquistado pela alegria da D. Tina.<br />
A receita para o sucesso do CAFÉ<br />
PASTELARIA DO MERCADO é simples,<br />
mas por vezes difícil de conseguir:<br />
“Toda a gente que faz o que gosta,<br />
tem sucesso”, explica. O seu dia-a-dia<br />
é exigente. De segunda a sábado, abre<br />
as portas às 5h45, e vai montando a<br />
esplanada enquanto atende os primeiros<br />
pedidos. Uma parte dos bolos e o<br />
pão já lá estão, deixados pelo fornecedor.<br />
Com o marido e a irmã, conseguem<br />
dar conta do recado, vender uma<br />
montra que de manhã está cheia de<br />
bolos e pelo meio ir fritando os salgados<br />
que ajudam a encher as prateleiras<br />
e os tabuleiros – “só pasteis<br />
de nata são 40 e nem tenho conta aos<br />
salgados”. Durante a manhã, “mal tenho<br />
um bocadinho, ponho a sopa ao<br />
lume”, conta, depois, quando D. Tina<br />
e a irmã têm mais outro bocadinho<br />
fazem os salgados, que congelam.<br />
Ainda há mãos para fazer os almoços,<br />
tudo com produtos comprados ali<br />
mesmo no Mercado e no “talho do Sr.<br />
Alfredo” na Rua da <strong>Penha</strong> de França.<br />
“E se os clientes pedem alguma coisa<br />
especial, vou lá comprar e fazemos.<br />
Adoro fazer comida, mas não gosto<br />
de fazer bolos. Quando é para comer,<br />
o que gosto é dos bolos, não acho<br />
muita graça aos salgados”, diz a rir.<br />
D. Tina também conta com a ajuda da<br />
muita experiência que tem. Estando há<br />
três anos no seu cantinho do Mercado,<br />
foi proprietária de cafés por toda a cidade:<br />
Alfama, Lumiar, Avenidas Novas,<br />
Rua da Madalena e Rua da Prata. “Tive<br />
estabelecimentos grandes, mas agora<br />
estou mais cansada”, desabafa, acrescentando<br />
que tem clientes antigos que<br />
a vão seguindo para onde vai. “Saí de<br />
Alfama e disse ‘vou procurar uma loja<br />
pequenina’, ia a entrar na Era (a imobiliária<br />
ao lado do café) e vi esta loja fechada.<br />
Nesse mesmo dia fui à Junta, para a<br />
alugar”. Ainda lhe disseram que daquele<br />
lado do Mercado “não ia dar nada”. A<br />
D. Tina explica: “Os primeiros dias foram<br />
complicados, mas passado umas semanas<br />
já tinha clientela”. Agora é o que se<br />
vê. Quem sabe, sabe.<br />
12
UM<br />
TIPÓGRAFO<br />
COM HISTÓRIA<br />
DAVID TORRES COUTINHO,<br />
DTC ARTES GRÁFICAS<br />
PARADA DO ALTO DE S. JOÃO. 16A<br />
TELEFONE: 218 134 293<br />
A evolução das artes gráficas está bem<br />
viva em DAVID TORRES COUTINHO. Há<br />
60 anos neste ramo, começou por trabalhar<br />
em tipografia, passou depois<br />
para o offset e está agora a dar passos<br />
em direção ao digital. “O meu pai<br />
tinha uma taberna na Guarda, éramos<br />
muitos filhos e o dinheiro era curto, por<br />
isso aos 13 anos fui trabalhar para uma<br />
tipografia ainda na cidade da Guarda,<br />
depois de cumprir o serviço militar na<br />
Guiné, vim para Lisboa onde trabalhei<br />
em várias tipografias, entre elas a Antunes<br />
& Amilcar Lda. na Alameda D.<br />
Afonso Henriques”.<br />
Agora, aos 73, continua a trabalhar em<br />
offset, com a ajuda do filho e da mulher.<br />
Para muitos, a offset continua a<br />
ser a forma de impressão que garante<br />
mais qualidade, mas só compensa<br />
se for para fazer grandes quantidades.<br />
Ana Maria, a esposa, suspira que “artes<br />
gráficas era no tempo da tipografia”,<br />
quando a impressão implicava a composição<br />
manual, isto é, juntar à mão<br />
pequenas letras feitas de chumbo ou<br />
de madeira de modo a formar palavras.<br />
Se se unissem muitas destas palavras,<br />
apareciam os textos. Era, pois, um<br />
processo longo e muito exigente: “Por<br />
exemplo, nesse tempo não se imprimiam<br />
as fotografias, tinha de se fazer<br />
desenhos a partir das imagens que depois<br />
eram gravadas com uma máquina<br />
numa placa de zinco (Zincogravura)”,<br />
acrescenta a D. Ana Maria. As imagens<br />
poderiam, ou não, ser reaproveitadas,<br />
mas as letras, findo o trabalho, eram<br />
guardadas para voltar a ser usadas.<br />
O Sr. David recorda que na primeira<br />
tipografia onde trabalhou, na Guarda,<br />
imprimiam um jornal “que ainda existe”,<br />
o ‘Ecos de Manteigas’. “Era feita a<br />
composição manual, depois eu metia o<br />
papel na máquina, um colega dava voltas<br />
ao volante para a fazer trabalhar e<br />
outro apanhava o papel impresso que<br />
saía para depois o aparar. Não era fácil.<br />
Mais tarde veio uma impressora a motor”.<br />
Na sua gráfica na Parada (onde está há<br />
quase 40 anos) trabalha com offset, que<br />
“é muito mais fácil”. Um ‘fácil’ relativo,<br />
esclarecemos. Primeiro é preciso fazer<br />
os fotolitos que são ‘gravados’ em chapa<br />
de alumínio, uma chapa para cada<br />
uma das cores usadas neste sistema<br />
e que, combinadas, compõem todas as<br />
cores possíveis e imaginárias: são elas<br />
o magenta, o ciano (azul), o amarelo e o<br />
preto. Uma técnica que permite alcançar<br />
a “melhor qualidade”, afirma o Sr.<br />
David, mas que se torna muito cara para<br />
pequenas impressões.<br />
Porque nos tempos modernos existe<br />
muito material a ser impresso, mas em<br />
pouca quantidade, os Srs. David e Ana<br />
Maria querem dar o salto para o digital.<br />
Porque será essa a ferramenta do futuro<br />
e a que pretendem um dia passar ao<br />
filho, juntamente com o negócio. Só daqui<br />
a uns tempos, porque, por enquanto,<br />
o Sr. David resume: “Ando há 60 anos<br />
agarrado a isto… mas ainda gosto!”.<br />
13
ZONA DO ALTO<br />
DA EIRA LIMPA DE<br />
MONOS E ENTULHOS<br />
Sendo uma reivindicação recorrente por parte dos moradores,<br />
a Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França tem solicitado em<br />
várias ocasiões à Câmara Municipal de Lisboa a realização, no<br />
âmbito das suas competências, de uma limpeza profunda na<br />
zona do Alto da Eira, que vinha a ser usada para o vazamento<br />
ilegal de entulhos, bem como para o ilícito despejo de ‘monos’<br />
(objetos domésticos de grandes dimensões). Um problema<br />
que a Câmara Municipal de Lisboa veio agora resolver, tendo<br />
procedido a limpezas nesta zona situada entre a Avenida General<br />
Roçadas e a Avenida Mouzinho de Albuquerque.<br />
Esta megaoperação começou no final de janeiro e enquadra-<br />
-se no projeto de manutenção dos espaços verdes e das áreas<br />
expectantes da cidade. Foi composta por três fases: zona 1 -<br />
Alto da Eira; zona 2 - Rua Alto da Eira; a zona 3 - Rua Justiniano<br />
Padrel (que se situa já na vizinha Freguesia de São Vicente).<br />
Para além da limpeza, serão colocadas barreiras para impedir<br />
o acesso e o despejo ilegal de resíduos nestas áreas, que<br />
posteriormente serão intervencionadas de forma a tornar os<br />
espaços mais aprazíveis. Apela-se agora à não colocação de<br />
resíduos naquela zona, nomeadamente por importantes razões<br />
de saúde pública. A colaboração de todos é fundamental<br />
para continuarmos a melhorar a <strong>Penha</strong>.<br />
Contactos para agendar a recolha gratuita de monos:<br />
808 20 32 32<br />
14
15
ANUNCIAR O NOVO<br />
ANO COM CALOR<br />
E AMIZADE<br />
A tradição diz que quando um grupo canta as Janeiras,<br />
quem o ouve retribui com alguma dádiva material.<br />
A tradição da <strong>Penha</strong> de França é outra: aqui as dádivas<br />
são de gratidão e amizade por momentos bem passados<br />
e pela partilha da música tradicional, cantada por<br />
vozes afinadas.<br />
Este ano voltou a cumprir-se a tradição de contar com<br />
os utentes do CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL DE<br />
PENHA DE FRANÇA a anunciar o novo ano, cantando<br />
as suas janeiras no edifício sede da Junta de Freguesia.<br />
Quanto aos mais novos, <strong>2018</strong> trouxe uma novidade:<br />
numa fresca tarde de inverno, as vozes das crianças<br />
das AEC aqueceram a Praça Paiva Couceiro com as<br />
suas Janeiras. A ouvi-los estava uma plateia composta<br />
por pais, por familiares e por pessoas que simplesmente<br />
passeavam pela Praça, encantados com as<br />
vozes afinadas destas meninas e meninos.<br />
Muito obrigado a todos e bom Ano Novo!<br />
16
17
INICIADO O<br />
PLANO LOCAL<br />
DE EMERGÊNCIA<br />
DA PENHA DE<br />
FRANÇA<br />
No dia 25 de janeiro foi simbolicamente dado início ao<br />
PLANO LOCAL DE EMERGÊNCIA DA PENHA DE FRANÇA.<br />
Uma cerimónia em que também foram entregues os diplomas<br />
aos formandos dos quatro cursos para Agentes<br />
Locais da Proteção Civil realizados no Polo Morais Soares.<br />
Foi o culminar de um trabalho de dois meses, com dois<br />
cursos em cada mês, realizados em setembro e outubro<br />
em horário laboral ou pós-laboral, onde os novos Agentes<br />
receberam a formação necessária para trabalhar no ‘Planeamento<br />
Local de Emergência’.<br />
Na mesma ocasião foi ainda apresentado o Plano de Atividades<br />
para <strong>2018</strong>, em colaboração e articulação com o Serviço<br />
Municipal da Proteção Civil de Lisboa, e definidos os<br />
grupos de trabalho, e respetivos coordenadores, em que<br />
os novos Agentes ficarão envolvidos, a saber: comunicações,<br />
operações e logística.<br />
18
Ouvir as coletividades e conhecer as suas propostas<br />
no âmbito desportivo para o ano em curso.<br />
Foi isso que aconteceu no dia 24 de janeiro,<br />
numa reunião onde estiveram presentes a Associação<br />
Juvenil Pedro Jorge Frassati, o Clube<br />
Futebol Varejense, o Clube Musical União,<br />
o Sporting Clube da <strong>Penha</strong> e a Associação de<br />
Moradores do Bairro Horizonte – tendo em conta<br />
que esta entidade já promoveu a organização<br />
de atividades desportivas.<br />
DESPORTO<br />
MOTIVA<br />
ENCONTRO<br />
COM AS<br />
COLETIVIDADES<br />
DA FREGUESIA<br />
Foi também o momento de a Junta de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França dar conta do trabalho que<br />
vai fazer nesta matéria: aumentar oferta disponível<br />
para a comunidade da Freguesia através<br />
da revitalização das atividades desportivas dos<br />
clubes.<br />
O Vogal do Desporto, João Valente Pires, transmitiu<br />
a mensagem de que irá ser feita uma<br />
aposta forte na capacidade de mobilização e organização<br />
de atividades desportivas por parte<br />
do movimento associativo, estando a Junta disponível<br />
para avaliar todos os projetos com esse<br />
âmbito que lhe sejam apresentados.<br />
Foi ainda comunicada a vontade de organizar<br />
eventos nas coletividades, para promover a<br />
participação e uma maior ligação a estas associações<br />
de todos os que vivem na <strong>Penha</strong> de<br />
França.<br />
19
Curtas<br />
Curtas<br />
Curtas<br />
AS SOPAS ESTÃO A CHEGAR!<br />
É já no próximo dia 24 que as sopas voltam à<br />
<strong>Penha</strong> de França com duas festas, ambas já na 8.ª<br />
edição. Uma organizada pelos Escuteiros da <strong>Penha</strong><br />
de França - CNE42 no Salão Paroquial de Nossa Senhora<br />
da <strong>Penha</strong> de França e outra organizada pela<br />
Juventude Mariana Vicentina no Salão Paroquial da<br />
Igreja de São João Evangelista. Apareça e venha<br />
provar, não se vai arrepender!<br />
REUNIU O GABIP<br />
Na última reunião do Gabip Ex-SAAL foi criado um<br />
grupo de trabalho – no qual está integrada a Junta de<br />
Freguesia da <strong>Penha</strong> de França –, para preparação dos<br />
processos de loteamento. Esta é a fase de arranque<br />
para dar início ao processo de regularização dos<br />
processos ex-SAAL e Autoconstrução e dar nova vida<br />
ao Bairro Horizonte.
ASSEMBLEIA<br />
DE FREGUESIA<br />
Assembleia reuniu<br />
em <strong>fevereiro</strong><br />
Realizou-se no dia 19 de <strong>fevereiro</strong><br />
uma Sessão Extraordinária da Assembleia<br />
de Freguesia da <strong>Penha</strong> de<br />
França.<br />
Na ordem de trabalhos constavam<br />
os recursos humanos da Junta de<br />
Freguesia e o processo de regularização<br />
dos trabalhadores precários.<br />
Caros fregueses da <strong>Penha</strong> de França,<br />
impõe-se o agradecimento pelo voto de<br />
confiança que nos deram a 1 de Outubro. O<br />
CDS aumentou a votação por toda a Lisboa,<br />
constituindo-se como o maior partido da<br />
oposição, pelo que trabalharemos estes 4<br />
anos nas propostas alternativas, que foram<br />
a base do nosso programa, de forma a não<br />
defraudar todos os que não se revêm no<br />
projecto socialista.<br />
Não somos ardinas de promessas, mas<br />
concretizadores da acção que nos move:<br />
promover uma Freguesia onde todos tenham<br />
as mesmas oportunidades e os mesmos<br />
direitos, com qualidade de vida e bem-estar,<br />
dando prioridade aos que estão em situação<br />
de vulnerabilidade.<br />
Do nosso programa, com vários pontos-chave,<br />
elegemos como prioridade para este ano:<br />
• Acção Social – Proporemos a requalificação<br />
dos parques infantis da freguesia<br />
para que possam ser usados por todas as<br />
crianças independentemente de serem portadoras<br />
de deficiência. Não temos um único<br />
equipamento para crianças de mobilidade reduzida<br />
e/ou portadoras de deficiência. Estes<br />
espaços devem ser inclusivos e intergeracionais,<br />
usados também por pessoas idosas,<br />
promovendo, assim, momentos de lazer e de<br />
envelhecimento activo.<br />
Em sede de Assembleia de Freguesia já<br />
apresentámos uma recomendação – aprovada<br />
– para ser definida uma «Estratégia para<br />
o Envelhecimento» que englobe acessibilidades,<br />
habitação, respostas sociais e outras<br />
matérias. Na próxima sessão proporemos<br />
a criação do «Cartão Solidário» que permita<br />
descontos, no comércio local, em produtos<br />
maternos, infância, farmácia, produtos de<br />
apoio a pessoas idosas, alimentação e veterinário<br />
para animais de companhia. Será um<br />
cartão devidamente regulamentado e transparente,<br />
permitindo descontos a famílias e<br />
indivíduos em situação de vulnerabilidade e<br />
não apoios avulsos dependentes de critérios<br />
que actualmente não estão definidos.<br />
• Piscina da <strong>Penha</strong> de França – acompanhamos<br />
de perto este processo e já pedimos<br />
esclarecimentos na Assembleia Municipal de<br />
Lisboa e ao executivo da Junta de Freguesia.<br />
Até ao momento recebemos o silêncio<br />
como resposta. Passou tempo, demasiado<br />
tempo, para que o problema que levou ao<br />
encerramento não esteja resolvido nem<br />
exista nenhum compromisso nesse sentido.<br />
A inércia da CML é constrangedora e lesiva<br />
para a <strong>Penha</strong> de França.<br />
Deixo uma novidade: no que deve ser o<br />
reforço da cidadania e da democracia o<br />
CDS apresentou uma moção para que os<br />
trabalhos da Assembleia passem a ser<br />
transmitidos online.<br />
Estamos comprometidos com o trabalho,<br />
seriedade e rigor. E continuamos a ouvir<br />
os fregueses. Ideias, sugestões, queixas:<br />
cdspenhadefranca@gmail.com ou Facebook<br />
@CDS<strong>Penha</strong>Franca<br />
Pedro Cardoso<br />
CDS-PP
O GÉNIO<br />
ARDENTE<br />
DO BARÃO DE<br />
SABROSA<br />
Barão de Sabrosa – aliás, Barão da Ribeira<br />
de Sabrosa – só existiu um. Chamava-se<br />
Rodrigo Pinto Pizarro Pimentel<br />
de Almeida Carvalhais e teve uma<br />
vida digna de filme.<br />
Nasce em berço confortável no final do<br />
séc. XVIII em Vilar de Maçada, distrito<br />
de Vila Real – o seu pai era o morgado<br />
de Ribeira de Sabrosa, de Montes Calvos<br />
e de Soutelinho do Amésio. Segundo<br />
o livro ‘Os governadores do Distrito<br />
de Vila Real’, Rodrigo Pinto, como era<br />
conhecido à época, foi destinado pelos<br />
pais à vida religiosa. Fez os seus estudos,<br />
mas não sentia vocação e rumou à<br />
“carreira das armas”.<br />
Estava-se em 1812, em plena batalha<br />
contra as tropas de Napoleão. Rodrigo<br />
Pinto combate os franceses e, terminado<br />
o conflito, ruma ao Brasil como<br />
“ajudante de campo do general Francisco<br />
Homem de Magalhães Pizarro, seu<br />
parente e amigo”. Serve na Campanha<br />
do Rio da Prata, no atual Uruguai, e vai<br />
subindo na hierarquia militar.<br />
Em 1822 regressa a Portugal e vai proteger<br />
D. João VI das investidas absolutistas<br />
de sua mulher, Carlota Joaquina,<br />
e de seu filho Miguel. Como contrapartida<br />
da proteção, o rei teve de jurar a muito<br />
progressista Constituição de 1822,<br />
com um discurso escrito pelo futuro<br />
Barão de Sabrosa. Esta foi a sua primeira<br />
grande intervenção como liberal,<br />
ideologia que lhe marcou a vida.<br />
Em 1826, depois da morte do rei, D. Pedro<br />
V – no Brasil – aprova a também<br />
liberal Carta Constitucional da Monarquia<br />
Portuguesa. A regente de Portugal,<br />
sua irmã D. Isabel Maria, torce o nariz<br />
ao texto. E é Rodrigo Pinto Pizarro, a<br />
mando do futuro marechal Saldanha,<br />
que força a Infanta e o seu governo a<br />
jurarem o texto. Com a Carta em vigor,<br />
combate as tropas de D. Miguel, que<br />
conspiram o regresso ao absolutismo.<br />
Nesse mesmo ano, os irmãos D. Pedro<br />
V e D. Miguel chegam a um entendimento<br />
político. Mas este último desrespeita-o<br />
e usurpa o trono, obrigando Rodrigo<br />
Pinto Pizarro a seguir para o exílio.<br />
Esteve em Inglaterra, na França e nos<br />
Países Baixos, conta Almeida Garrett,<br />
depois da sua morte, no ‘elogio Histórico<br />
do sócio Barão da Ribeira de Sabrosa’<br />
– ambos pertenciam à Sociedade<br />
Patriótica Lisbonense.<br />
A vitória dos liberais coloca D. Maria<br />
II (em quem D. Pedro V abdicara) no<br />
trono português. Rodrigo Pinto Pizarro<br />
também regressa, mas as críticas que,<br />
no exílio, fizera a D. Pedro V não tinham<br />
sido esquecidas e é preso. Rapidamente<br />
perdoado, em 1835 é feito Barão da<br />
Ribeira de Sabrosa pela Rainha. Nos<br />
anos seguintes vai para o Parlamento, é<br />
elevado a brigadeiro, é escolhido como<br />
o primeiro Governador Civil de Vila Real,<br />
é eleito para o Senado e, em 1839, é designado<br />
primeiro-ministro e ministro da<br />
Guerra, mais, interinamente, ministro<br />
dos Negócios Estrangeiros e Marinha.<br />
Uma disputa diplomática com os ingleses<br />
leva-o à demissão. Pouco depois,<br />
em 1941, morre quando estava de férias<br />
em Vilar de Maçada.<br />
Foi um homem de “génio ardente, ambicioso<br />
de glória, tenaz de propósito”, nas<br />
palavras de Almeida Garrett.<br />
22
NÃO ESQUEÇA O<br />
RASTREIO DO CANCRO<br />
DO COLO DO ÚTERO<br />
Numa parceria com a Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França,<br />
a Unidade de Saúde Familiar Oriente inicia com este artigo a<br />
divulgação de informação sobre temas pertinentes para a saúde<br />
de toda a comunidade da Freguesia.<br />
A propósito do DIA MUNDIAL DA LUTA CONTRA O CANCRO,<br />
que se celebrou a 4 de <strong>fevereiro</strong>, este primeiro texto aborda a<br />
importância do rastreio do cancro do colo do útero.<br />
O que é o cancro do colo do útero?<br />
O cancro do colo do útero é um tumor<br />
que se forma qu ando existe o crescimento<br />
anormal de células da parte inferior e<br />
mais estreita do útero.<br />
É um dos 10 cancros mais frequentes em<br />
Portugal, com 13 novos casos por 100 mil<br />
mulheres e 250 mortes por ano.<br />
Como posso prevenir o cancro do colo<br />
do útero?<br />
Existem duas formas de prevenção<br />
do cancro do colo do útero:<br />
- a vacinação contra o Vírus do Papiloma<br />
Humano (HPV) feita através<br />
do Programa Nacional de Vacinação<br />
às raparigas com 10 anos de idade;<br />
- o Rastreio Nacional do Cancro do Colo<br />
do Útero.<br />
O que é o rastreio do cancro do colo do<br />
útero?<br />
O rastreio consiste na realização de uma<br />
citologia cervical ou ‘teste Papanicolau’,<br />
como é vulgarmente chamado. Este teste<br />
tem como objetivo detetar alterações<br />
das células, numa fase precoce, quando<br />
as mulheres ainda não apresentam sintomas,<br />
evitando a sua evolução para cancros<br />
graves.<br />
Como posso realizar a citologia<br />
cervical?<br />
Este exame é realizado no seu centro de<br />
saúde, de forma gratuita, existindo consultas<br />
específicas para tal. Durante a consulta,<br />
o médico ou o enfermeiro recolhe<br />
células para análise, de forma indolor para<br />
a maioria das mulheres.<br />
Se estou vacinada preciso de fazer o<br />
rastreio?<br />
Sim. A vacina contra o HPV ajuda a proteger<br />
contra a maior parte dos vírus que<br />
provocam este tipo de cancro, no entanto<br />
não garante a proteção, nem contra<br />
todos os tipos de vírus, nem contra infeções<br />
por HPV existentes no momento da<br />
vacinação. É por isso que a realização do<br />
rastreio é essencial para detetar e tratar o<br />
mais precocemente as alterações do colo<br />
do útero, evitando-se o aparecimento deste<br />
cancro.<br />
Quando devo fazer o rastreio do cancro<br />
do colo do útero?<br />
Se for uma mulher com idade entre os 25<br />
e os 60 anos que não fez o rastreio nos<br />
últimos três anos, recomenda-se que fale<br />
com o seu médico de família para agendar<br />
consulta.<br />
Se fez o rastreio com resultado negativo,<br />
só precisa repetir o exame passado três<br />
anos. Caso o seu médico de família se esquecer<br />
de agendar a realização do novo<br />
rastreio, relembre-o.<br />
Que faço perante um exame positivo?<br />
Se fez o rastreio e teve um resultado positivo,<br />
o seu médico de família irá contactá-<br />
-la para ser reavaliada.<br />
Um resultado positivo não significa que<br />
tenha cancro! Existem outras infeções<br />
que podem resultar num teste positivo.<br />
Nenhum resultado positivo deve ser ignorado,<br />
porque sempre que é detetado um<br />
cancro do colo do útero em fase inicial, a<br />
possibilidade de cura é muito elevada.<br />
Joel da Costa Pereira, Aluno Medicina,<br />
NMS/FCM-UNL. Revisto pela equipa<br />
médica da USF Oriente.<br />
USF Oriente<br />
Telefone: 218 10 10 10<br />
Avenida Afonso III, Lote 16<br />
23
A IMPORTÂNCIA<br />
DE LER EM<br />
VOZ ALTA<br />
O dia mundial da Leitura em Voz Alta,<br />
1 de <strong>fevereiro</strong>, foi criado pela organização<br />
não governamental LitWorld<br />
para chamar a atenção para os 750<br />
milhões de adultos no planeta, dois<br />
terços dos quais mulheres, que não<br />
sabem ler.<br />
Mas também porque existem estudos científicos, em especial<br />
um trabalho do Governo do Estado de Victoria, na Austrália, em<br />
parceria com a Universidade de Melbourne, que demonstrou que<br />
quando os pais ou encarregados de educação leem aos seus filhos<br />
ou educandos pelo menos até aos 10, 11 anos, aumentam<br />
a capacidade de leitura da criança, melhorando ainda outras capacidades<br />
cognitivas. “É uma intervenção precoce que parece<br />
ser benéfica para o resto das suas vidas”, pode ler-se no estudo,<br />
que refere ainda que este “indica uma relação causa efeito<br />
de ler para as crianças pequenas e os seus futuros resultados<br />
escolares, independentemente do rendimento dos pais, do seu<br />
nível de educação ou do seu contexto cultural”.<br />
Na <strong>Penha</strong> de França, o dia mundial da Leitura em Voz alta celebrou-se<br />
nas CAF e AEC das escolas do 1.º ciclo da Freguesia,<br />
no Centro Social e Paroquial da <strong>Penha</strong> de França e com uma<br />
conferência na Biblioteca Municipal da <strong>Penha</strong> de França sobre<br />
a importância e os benefícios de ler, nomeadamente no caso<br />
das pessoas com dificuldades sensoriais ou cognitivas. Nas escolas,<br />
os meninos mais velhos leram para os mais novos, quer<br />
alunos das CAF/AEC quer também da Ludobiblioteca, que leram<br />
ainda histórias no Centro Social.<br />
Agora que conhece os benefícios de ler para os outros, principalmente<br />
os mais novos, desafiamos a que crie o hábito de o<br />
fazer em voz alta. Boas leituras.<br />
24
Gostava de<br />
ter um animal<br />
na sua vida?<br />
Se a resposta for sim, já pensou em adotar? Fruto da parceria<br />
entre a Comissão Local para o Bem-Estar Animal da<br />
<strong>Penha</strong> de França e o MEG – Movimento Esterilização de<br />
Gatos de Lisboa, propomos que adote um dos queridos<br />
gatos que estão em acolhimento e pacientemente aguardam<br />
uma nova casa e família, alguns deles há muitos meses.<br />
São animais que já sofreram - uns estavam sem condições<br />
na rua, outros em perigo -, alguns deles ainda novinhos,<br />
outros com mais idade, todos desparasitados e com<br />
as suas vacinas em dia.<br />
Didi<br />
Alana<br />
Fotografia: Status - Pets Photography<br />
Além destes gatinhos, estão ainda para adoção a Alana e o Didi.<br />
A cadela teve de ser resgatada, estando há dois meses numa<br />
família de acolhimento temporário, e o cão está com pessoas<br />
que não têm possibilidade de o manter. Ambos os casos aqui<br />
na <strong>Penha</strong> de França.<br />
A sua companhia faria toda a diferença na vida destes animais.<br />
Se tem vontade e condições para adotar, não hesite: envie um<br />
email para bemestaranimal@jf-penhafranca.pt<br />
ou telefone para o 218 163 290.<br />
Agenda Agenda Agenda<br />
24 e 25 de <strong>fevereiro</strong><br />
Workshop de Iniciação ao ‘Teatro<br />
Playback’ pela companhia Teatro<br />
Imediato *<br />
3 a 10 de março<br />
Festival Cumplicidades – O Fórum<br />
Dança, a Dança do Saber e a Mdance<br />
Academy, três escolas de dança da<br />
freguesia, abrem as suas portas a quem<br />
queira, gratuitamente, experimentar ou<br />
fazer aulas *<br />
8 março<br />
Celebração do Dia da Mulher *<br />
10 a 16 de março<br />
Festival Cumplicidades – A Junta de<br />
Freguesia irá oferecer 20 Passaportes da<br />
Dança (duplos) para assistir, em vários<br />
locais da cidade, a 49 espetáculos de<br />
dança com programação nacional e sete<br />
com programação internacional. Ver<br />
programação aqui:<br />
www.festivalcumplicidades.pt *<br />
* Mais informações no site da Junta de<br />
Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
www.jf-penhafranca.pt, página no Facebook<br />
e nas vitrinas espalhadas pela Freguesia.<br />
25
26