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003 - O FATO MANDACARU - MARÇO 2018 - NÚMERO 3

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Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong> | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA!<br />

Moradores do Jardim Olímpico protestam<br />

contra obra abandonada<br />

“Mato, ratos, sapos, cobras, lagartos e mosquitos são heranças do descaso. Queremos a conclusão da escola técnica. A prefeitura tem que intervir”. Página 3<br />

Rugby Feminino de<br />

O que é esse “META 4”<br />

que quase parou a UEM?<br />

Página 7<br />

Maringá<br />

Entre títulos<br />

e dificuldades<br />

com falta de<br />

patrocínios<br />

Página 15<br />

ESPORTES:<br />

E7<br />

Escola<br />

sedia<br />

torneio pelo<br />

Paranaense de Tênis de Campo<br />

Página 12<br />

Dívida de<br />

90 mil<br />

com o<br />

ECAD pode<br />

decretar a falência<br />

da Rádio Comunitária<br />

São Francisco<br />

do Jardim Alvorada<br />

Página 4


Pág. 2 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

1977 e a medieval T.F.P.<br />

desembarcava em Maringá.<br />

Eles voltaram?<br />

Laércio Souto Maior - Escritor, Historiador e Jornalista<br />

Na cruzada pelo território continental do Brasil, no ano da graça de 1977, a Sociedade Brasileira de Defesa da<br />

TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE - TFP, chegava a Maringá com um pelotão de jovens usando ternos e gravatas,<br />

capas vermelhas sobre o paletó, sapatos reluzentes, cabelos cortados à moda militar, empunhando grandes estandartes<br />

com um leão bordado ao centro, desfilando imponentes nas largas e arborizadas avenidas e ruas da Cidade Canção.<br />

Em dado momento da caminhada<br />

paravam nas esquinas das<br />

avenidas e através dos seus vistosos<br />

megafones gritavam palavras<br />

de ordem contra o divórcio, o comunismo,<br />

a maçonaria, o feminismo<br />

e os desvios da Igreja Católica<br />

Apostólica Romana.<br />

Segundo eles, o catolicismo<br />

abandonava gradativamente os sagrados<br />

postulados da igreja tradicional<br />

aderindo à realidade das novidades<br />

do mundo moderno, assustando<br />

esses guerreiros medievais - que na<br />

contramão da história, em pleno século<br />

XX, praticamente no alvorecer do<br />

século XXI que se aproximava com<br />

todos os seus desafios, insistiam em<br />

defender o retorno a Idade Média.<br />

EXPEDIENTE<br />

Ano 01 - Edição <strong>003</strong><br />

Março de <strong>2018</strong><br />

Rua Itamar Garcia Pereira, 55<br />

Vila Sta. Isabel - Maringá/PR<br />

• Telefone: (44) 3246-1769<br />

• Whatsapp: (44) 99713-<strong>003</strong>0<br />

• E-mail: ofato_mandacaru@libero.it<br />

Ligiane Ciola<br />

DRT-SP 46266 - Jornalista Responsável<br />

J. C. Leonel<br />

DRT- PR 4678<br />

Ricardo Rennó<br />

ArtWork Com. & Mkt. - Diagramação<br />

Impressão:<br />

O Diário do Norte do Paraná (Maringá)<br />

Tiragem:<br />

5.000 exemplares<br />

Distribuição:<br />

Gratuita<br />

A opinião dos colunistas não representa<br />

necessariamente a posição editorial do Jornal.<br />

Tonitroavam aos<br />

brados em todas as cidades<br />

visitadas o material<br />

propagandístico da<br />

TFP com ênfase para o<br />

jornal “O Catolicismo”<br />

e o livro/bíblia do movimento<br />

denominado<br />

“Revolução e Contrarrevolução”<br />

escrito pelo<br />

seu líder nacional, Plínio<br />

Correia de Oliveira,<br />

membro de tradicional<br />

família pernambucana<br />

radicada na cidade de<br />

São Paulo.<br />

Objetivo maior da<br />

TFP naquela época:<br />

dominar o mundo e<br />

construir uma sociedade<br />

nova inspirada nos princípios<br />

da Idade Média, treinando em seus<br />

mosteiros secretos uma imensa legião<br />

de jovens para o que consideravam<br />

uma santa missão.<br />

No auge da sua existência, em<br />

plena guerra fria entre o Império<br />

Norte-Americano e a União das Repúblicas<br />

Socialistas Soviéticas<br />

(URSS), a TFP além de atuar em todo<br />

o território brasileiro ampliou<br />

os seus tentáculos a 14 países mundo<br />

afora.<br />

Um parêntese: atualizando a<br />

narrativa para o nosso tempo verificaremos<br />

que a prática dos fanáticos<br />

jovens seguidores do deputado<br />

federal Jair Bolsonaro não é mera<br />

coincidência. O fascismo nos modelos<br />

de partidos políticos ou nos<br />

movimentos religiosos é uma raiz<br />

difícil de extirpar.<br />

Os soldados da TFP, seus megafones e estandartes.<br />

Ao saber da notícia da presença<br />

em Maringá dos jovens militantes<br />

da TFP despachei imediatamente<br />

o jornalista Ernesto Luiz Piancó<br />

Morato e um dos nossos fotógrafos<br />

para dar cobertura à novidade<br />

que acabara de chegar a nossa cidade.<br />

Paralelamente, além do editorial,<br />

escrevi uma matéria de fundo<br />

contando a história da TFP e sua<br />

presença deletéria no cenário político<br />

nacional da época. E passamos<br />

a bombardear diariamente a TFP<br />

enquanto durou sua presença em<br />

Maringá.<br />

E o que prevíamos aconteceu:<br />

recebemos a visita de dois líderes<br />

do movimento que vieram da cidade<br />

de São Paulo e que adentraram<br />

em nossa redação, acompanhados<br />

do jornalista e um dos sócios do<br />

“Diário”, Franklin Vieira da Silva.<br />

Após fazer as apresentações,<br />

Franklin se retirou. Sem mais delongas,<br />

os dois jovens comandantes<br />

da TFP solicitaram o direito que<br />

a nossa Lei de Imprensa lhes concedia<br />

de responder ao “O Diário do<br />

Norte do Paraná” com o mesmo<br />

destaque das matérias em que eles<br />

foram afrontados. Respondi que<br />

sim,<br />

“O Diário” daria à TFP o direito<br />

de resposta conforme determinava<br />

e ordenava a Lei de Imprensa.<br />

E assim foi feito. Só que, na sequência,<br />

continuamos a estampar<br />

em nossas páginas nossa posição<br />

contrária a permanência em Maringá<br />

do mencionado movimento<br />

agora reforçado pela crítica de peso<br />

do representante maior da Igreja<br />

Católica em Maringá - o arcebispo<br />

Dom Jaime Luiz Coelho.■


O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 3<br />

Obra abandonada<br />

no Jardim Olímpico<br />

Moradores protestam contra Governo do Estado e pedem intervenção<br />

da Prefeitura de Maringá<br />

J. C. Leonel<br />

ALGUMAS DAS<br />

CONSEQUÊNCIAS DO<br />

ABANDONO DA OBRA:<br />

• Mato alto: podendo conter<br />

animais peçonhentos e lixo;<br />

• Acúmulo de água nas lajes:<br />

expondo a possíveis proliferações<br />

do Aedes Aegypti;<br />

• Suposto ponto de encontro de:<br />

traficantes e usuários de drogas,<br />

desvalorizando os imóveis.<br />

O CEEP, Centro Estadual de Educação Profissional<br />

começou a ser construído no final de 2012 e de<br />

acordo com os moradores do Jardim Olímpico, a<br />

obra que é de competência do Governo do Estado<br />

está abandonada há mais de 3 anos.<br />

Arnaldo Gonçalves<br />

Morador do Jd. Olímpico<br />

há 7 anos.<br />

“Em 2014 nós fomos até o<br />

setor de obras da prefeitura<br />

de Maringá e nem eles sabiam<br />

da existência dessa<br />

obra, disseram que não<br />

existia. Eu disse a eles: Eu<br />

moro em frente, como não<br />

existe? Nós queremos que<br />

terminem essa escola”.<br />

OBRA NO<br />

QUADRO<br />

NEGRO:<br />

Manoel Messias<br />

Morador do Jd. Olímpico<br />

há 11 anos.<br />

“Nós ficamos muito felizes<br />

com o início da construção<br />

da escola porque nossas casas<br />

poderiam até valorizarem.<br />

Em vez disso, hoje com<br />

o abandono somos nós que<br />

estamos perdendo dinheiro.<br />

Eu conversei com o dono da<br />

empreiteira que veio aqui na<br />

obra e ele disse: O governo<br />

não estava pagando, vou<br />

abandonar a obra, e abandonou<br />

mesmo. Além de tudo<br />

tem a questão da segurança;<br />

todo dia tem gente estranha<br />

ali dentro. Não sei o que<br />

eles fazem, mas coisa boa<br />

não deve ser porque é tudo<br />

muito escuro. Não sabemos<br />

se é droga ou outra coisa,<br />

mas não é nada bom.”<br />

Paulo Vendramim<br />

Morador do Jd. Olímpico<br />

há 18 anos.<br />

“O governo do Estado começou<br />

essa obra e depois<br />

de quase um ano abandonou<br />

tudo; quando estávamos<br />

próximos das eleições<br />

para governador eles voltaram<br />

a trabalhar. Ficaram<br />

aqui 15 dias e logo após as<br />

eleições sumiram definitivamente.<br />

Sobre o abandono<br />

do terreno e do mato que<br />

cresce, é o prefeito que tem<br />

que responder, pois quem<br />

manda na cidade é o prefeito.<br />

Ele tem que correr atrás<br />

da solução deste problema,<br />

pois a obra pode ser do governo<br />

do Estado, mas está<br />

dentro do território de Maringá<br />

e está criando muitos<br />

problemas para a gente<br />

aqui do Jardim Olímpico.”<br />

Nilton P. Sobral<br />

Morador do Jd. Olímpico<br />

há 8 anos.<br />

“Lembro que em 2013 quando<br />

começaram a construir<br />

eles tinham pressa, e me pediram<br />

para ir buscar a placa<br />

do governo do Estado que estava<br />

lá no pátio da prefeitura.<br />

Na placa estava escrito<br />

que ia ser uma escola profissionalizante<br />

e que iam entregar<br />

a obra em 1 ano, aí eu<br />

perguntei ao povo da empreiteira:<br />

Como é que vocês<br />

vão entregar uma obra desse<br />

tamanho em um ano? Ninguém<br />

disse um A, e deu no<br />

que deu. De lá para cá, vândalos<br />

já roubaram quase tudo;<br />

janelas, esquadrias, ferro,<br />

madeira, lajotas, cercas,<br />

enfim, tudo o que podia ser<br />

carregado e nós não podíamos<br />

fazer nada.”<br />

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná instaurou processo administrativo para apurar possíveis irregularidades<br />

cometidas pela empreiteira que estava construindo o CEEP. O custo final previsto era de R$ 7 milhões.<br />

A obra do CEEP de Maringá está sendo investigada pela Operação Quadro Negro que investiga um suposto<br />

esquema de desvio de recursos de obras em escolas estaduais em pelo menos 18 colégios de diversas regiões<br />

do Paraná. Todas as obras estariam paradas desde 2015. Informações de dezembro de 2017 dão conta<br />

que apenas 9,72% da obra do CEEP de Maringá foi efetivamente executada, mas no sistema de acompanhamento<br />

de obras do governo havia sido notificada a execução de 36,85%.■<br />

Rosimar de Oliveira<br />

Moradora do Jd. Olímpico<br />

há 10 anos.<br />

“Faz muito tempo que esta<br />

obra está parada, é um foco<br />

de proliferação de mosquitos,<br />

ratos, sapos e insetos.<br />

Além disso, o local passou<br />

a ser frequentado por traficantes<br />

e usuários de drogas.<br />

Quando chove então,<br />

essa obra aí vira um verdadeiro<br />

rio. A água desce o<br />

morro e se acumula lá embaixo<br />

formando uma grande<br />

poça. Com o acúmulo de<br />

água nos tetos se formam focos<br />

de mosquitos e a noite a<br />

sinfonia dos sapos chega a<br />

incomodar. Minha sobrinha<br />

foi até a prefeitura e<br />

também recebeu como resposta<br />

“que não é de competência<br />

do município, mas<br />

do governo do Estado, e então<br />

nos perguntamos: Se<br />

não é a prefeitura que vai intervir<br />

junto ao governo do<br />

Estado para uma solução<br />

sobre a conclusão da obra e<br />

também da limpeza e manutenção<br />

do canteiro, então<br />

quem fará por nós?”


Pág. 4 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

Equipe do Programa Sabadão Sertanejo<br />

Polêmicas e dívidas com o<br />

ECAD podem decretar o fim da<br />

Rádio Comunitária S. Francisco FM<br />

J. C. Leonel<br />

Padre Luís Carlos Azevedo: “Precisamos da ajuda dos comerciantes para<br />

salvar a Rádio São Francisco”.<br />

90 mil reais, está é a dívida que<br />

a atual diretoria da ASCODECAL,<br />

associação que detém o mandato da<br />

91,3 FM comunitária terá que honrar<br />

com o ECAD - Escritório Central<br />

de Arrecadação e Distribuição,<br />

órgão que arrecada e fiscaliza direitos<br />

autorais ligados a execução de<br />

músicas em locais públicos.<br />

A Rádio São Francisco tem sede<br />

em uma sala da paróquia de mesmo<br />

nome, e transmite na mesma frequência<br />

da Rádio Santa Isabel que como<br />

mostramos na edição anterior, fechou<br />

por falta de ouvintes e dificuldades financeiras,<br />

ainda que infinitamente menos<br />

graves da que se encontra a Rádio<br />

do Jardim Alvorada.<br />

Para o Padre Luís Carlos Azevedo,<br />

diretor administrativo da atual<br />

gestão, as dificuldades derivam do fato<br />

que cada dia que passa<br />

a emissora há menos audiência<br />

e encontra muitas<br />

dificuldades para obter<br />

ajuda através dos “apoios culturais”,<br />

doações em dinheiro que rádios<br />

comunitárias como a São Francisco<br />

podem receber de privados.<br />

De acordo com o estatuto da<br />

ASCODECAL, o mandato de cada<br />

gestão deve durar 2 anos com a possibilidade<br />

de reeleição. A atual diretoria,<br />

eleita em 2016, de acordo com<br />

o estatuto deveria ter convocado eleições<br />

já no mês de outubro do ano passado,<br />

pois o mandato atual vencerá<br />

no próximo dia 05 de abril.<br />

“Nosso mandato vence em<br />

abril desse ano. Temos que convocar<br />

novas eleições e os componentes<br />

das chapas tem que ser associados<br />

da ASCODECAL para que a<br />

chapa seja aceita legalmente, além<br />

disso, é necessária a aprovação da<br />

direção atual.<br />

Hoje temos uma dívida de mais<br />

de 80 mil reais com o ECAD e não<br />

temos condições de pagar. No momento<br />

a rádio tem sede em um local<br />

cedido pela paróquia. Nos próximos<br />

dias nos reuniremos com os<br />

membros do conselho e depois levaremos<br />

uma proposta aos voluntários<br />

associados que eventualmente<br />

queiram formar chapas e participar<br />

das eleições.<br />

Todos deverão estar cientes que<br />

a chapa vencedora deverá assumir<br />

as dívidas atuais bem como as futuras,<br />

caso isso não aconteça poderemos<br />

até mesmo decidir de ceder espaço<br />

a grupos que não fazem parte<br />

da ASCODECAL, e em última instância<br />

existe até mesmo a possibilidade<br />

de devolvermos a concessão<br />

ao Ministério das Telecomunicações,<br />

seria o fim”.<br />

Padre Luís conclui dizendo que<br />

tem esperanças de reverter a situação<br />

e que para isso a diretoria atual<br />

está se esforçando em acolher somente<br />

programas radiofônicos que<br />

Padre Luís Carlos Azevedo<br />

tragam apoios culturais, “pois a rádio<br />

não vive de brisa”.<br />

Todos são bem-vindos desde que<br />

queiram ajudar, diz padre Luís. “Nossa<br />

rádio é democrática e apesar de ter<br />

sede dentro da paróquia católica, oferecemos<br />

espaços para a realização de<br />

programas a outras confissões religiosas,<br />

afinal a rádio não é da igreja e<br />

sim da comunidade.”■<br />

Rádio Comunitária S. Francisco 91.3 FM .<br />

Ouça também no site:<br />

www.radiosaofrancisco.com.br<br />

Contatos, doações e apoios culturais:<br />

(44) 3229 5151.


O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 5<br />

Associação Comunitária<br />

do Jardim Alvorada<br />

Quer trazer para o bairro uma Subprefeitura para atender toda a<br />

zona norte de Maringá.<br />

Ligiane Ciola<br />

O advogado Omar Loureiro, reeleito Presidente da Associação Comunitária do Jardim Alvorada em dezembro do ano<br />

passado e empossado dia 16 de fevereiro deste ano, quer revitalizar a relação com os moradores do maior bairro de<br />

Maringá. Loureiro compara a saúde da associação com os serviços prestados pela saúde pública, para ele “precária”.<br />

Entre os objetivos do presidente está a criação da carteirinha de sócio.<br />

“Todas as associações de bairros<br />

deveriam ter associados caso<br />

contrário não há sentido de ser a<br />

existência das mesmas. Atualmente<br />

não possuímos associados e isso me<br />

incomoda muito. Já no final do ano<br />

passado começamos a visitar os moradores<br />

de porta em porta para cadastrar<br />

interessados em fazer parte<br />

do nosso grupo.<br />

Queremos que as pessoas participem<br />

ativamente de todas as atividades<br />

e que somente os associados<br />

tenham direito de votar e de ser<br />

votados. Até agora assistimos a muita<br />

confusão; é um tal de gente que<br />

nem mora no Alvorada aparecer<br />

com comprovantes de residência de<br />

outros moradores para votar e ninguém<br />

até hoje conseguiu coibir este<br />

tipo de abuso. Agora as coisas vão<br />

mudar, diz Loureiro.”<br />

Foto-notícia - União dos Moradores<br />

Aconteceu dia 15 de fevereiro na capela Santa Rita de Cássia no Jardim Real,<br />

a reunião de planejamento e definição da posse da União dos moradores da<br />

Vila Vardelina, Núcleo Social Papa João XXIII, Jardim São Jorge, Jardim<br />

Tropical I e II, Jardim Petrópolis e Conjunto Residencial Planville. De acordo<br />

Paulo Borghi atual vice-presidente do Jardim Tropical a posse acontecerá<br />

ainda no mês de março mas a data será fixada de acordo com a disponibilidade<br />

do Prefeito Ulisses Maia que teria se comprometido a prestigiar o evento. ■<br />

Omar diz ainda que<br />

apesar dos problemas de<br />

organização, a associação<br />

possui uma grande<br />

variedade de atividades<br />

destinadas aos moradores<br />

e para ele, isso é um<br />

paradoxo. “Nosso salão<br />

comunitário vive sempre<br />

cheio de gente. Temos<br />

sempre atividades e o<br />

único dia que o salão fica<br />

livre é sexta-feira que<br />

deixamos disponível para<br />

um projeto que ainda não conseguimos<br />

colocar em prática; se trata<br />

de um baile da terceira idade, mas esse<br />

ano essa coisa vai sair do papel.”<br />

O programa de atividades da associação<br />

comunitária do Alvorada inclui<br />

aulas de capoeira, hip hop, karatê, feet<br />

dance e ginástica para a 3ª idade.<br />

Omar Loureiro Presidente da Associação<br />

Diretoria da Associação Comunitária do Jardim Alvorada<br />

De acordo com Loureiro, os professores<br />

e instrutores das várias atividades<br />

são voluntários e não recebem<br />

nenhum tipo de compensação<br />

econômica.<br />

“A prefeitura nos deixa usar o<br />

salão gratuitamente e a única renda<br />

que possuímos provém de locações<br />

esporádicas do salão, mas há situações<br />

em que o morador não há recursos<br />

para pagar a taxa e a gente<br />

acaba cedendo o salão gratuitamente.<br />

Nesses casos a única exigência<br />

que fazemos e que nos entreguem<br />

o salão limpo e ordenado.”<br />

Os eventos mais importantes organizados<br />

pela associação comunitária<br />

são o Fest Alvorada e o Festival<br />

da Juventude, mas para Omar o<br />

objetivo maior de sua gestão é trazer<br />

para o Alvorada uma subprefeitura,<br />

já que hoje a população local<br />

chega a cerca de 70 mil.■


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“Reforma da Previdência é uma ação do Governo<br />

contra os Trabalhadores”<br />

Ana Lúcia Rodrigues - Professora da UEM e Coordenadora do Observatório das Metrópoles de Maringá<br />

Envelhecer no Brasil não é fácil e chega a ser perverso para milhões de pessoas. A aposentadoria ou pensão é a única<br />

forma de sobrevivência para a grande maioria das pessoas idosas brasileiras. Muitos estudiosos afirmam que se a<br />

Previdência Social Pública não existisse estas pessoas idosas não teriam como sobreviver, pois 70% dos aposentados<br />

no Brasil dependem exclusivamente da aposentadoria como fonte de renda*. 62% dos aposentados no país recebem<br />

apenas 1 (um) salário mínimo, ou seja, R$ 954,00.<br />

Sindicatos protestaram contra a Reforma da Previdência<br />

Reforma após as eleições<br />

A Reforma da Previdência que<br />

está em tramitação no Congresso<br />

Nacional foi suspensa por enquanto,<br />

mas será retomada com força<br />

após as eleições. Os deputados e senadores<br />

que são favoráveis à reforma,<br />

são maioria no Congresso mas<br />

não tiveram coragem de votar contra<br />

os trabalhadores brasileiros antes<br />

das eleições. Todavia, se forem<br />

reeleitos votarão sem pestanejar.<br />

A previdência está<br />

mesmo falida?<br />

O argumento do “presidente”<br />

Temer é que a Reforma se faz necessária,<br />

pois não há recursos suficientes<br />

para pagar as aposentadorias.<br />

Justo a aposentadoria, um direito<br />

fundamental garantido pela Constituição<br />

Federal de 88 a toda a população<br />

que contribuiu com uma vida<br />

inteira de trabalho para construir as<br />

riquezas do país. Podemos dizer<br />

que esse direito é o resultado de um<br />

grande pacto social firmado por todos<br />

os brasileiros e brasileiras em<br />

prol de uma velhice com o mínimo<br />

de dignidade. Em 2015, todos os benefícios<br />

pagos significaram apenas<br />

8% do PIB - Produto Interno Bruto.<br />

Será que não há dinheiro<br />

para garantir esse benefício<br />

primordial para a população?<br />

O Brasil pagou, em 2015, R$<br />

480 bilhões de reais para 90 milhões<br />

de aposentados e pensionistas.<br />

E pagou R$ 502 bilhões, só de<br />

juros da dívida pública, a meia dúzia<br />

de banqueiros. Além de beneficiar<br />

os banqueiros especuladores, o<br />

governo deu um desconto de R$<br />

100 bilhões de impostos para grandes<br />

empresários.<br />

Em 2016 a farra continuou, pois<br />

os deputados aprovaram Medida Provisória<br />

do governo Temer, apelidada<br />

de “MP do Trilhão”– que levará a<br />

União a perder cerca de R$ 1 trilhão<br />

nos próximos 25 anos, em decorrência<br />

da isenção fiscal concedida a empresas<br />

estrangeiras que atuam agora<br />

nos campos de petróleo brasileiros<br />

(pois agora o Petróleo não é mais nosso).<br />

Isso também se repete em relação<br />

às empresas de telecomunicações<br />

e a grandes fazendeiros.<br />

Em janeiro de <strong>2018</strong>, o presidente<br />

abriu mão de mais de R$ 12 bilhões<br />

de arrecadação com uma Medida<br />

Provisória que permite a renegociação<br />

de dívidas bilionárias de<br />

meia dúzia de grandes proprietários<br />

rurais. Além de tudo isso, há também<br />

muitas empresas, inclusive bancos<br />

que têm lucros estratosféricos,<br />

que são grandes devedoras da Previdência.<br />

Considerando apenas o<br />

ano de 2015, houve uma sonegação<br />

de R$ 103 bilhões, sendo que somados<br />

os anos anteriores, há uma dívida<br />

total do setor privado para com a<br />

Previdência de R$ 374 bilhões.<br />

Resposta: há dinheiro para bancar<br />

as pensões e as aposentadorias<br />

para a população, mas falta respeito<br />

e reconhecimento à história vivida<br />

por cada pessoa que construiu esse<br />

“Brasilzão”. A velhice não pode ser<br />

uma maldição e não é. Deve ser o coroamento<br />

da existência, um momento<br />

da vida em que as pessoas<br />

merecem ficar um pouco mais tranquilas,<br />

aproveitar a convivência<br />

com filhos, netos, bisnetos, amigos<br />

e amigas.<br />

Um momento com tempo<br />

livre para fazer o que quiser.<br />

Convido a todas as pessoas idosas<br />

de Maringá e região para aproveitar<br />

a liberdade desse momento e<br />

usar cada minuto de suas vidas na luta<br />

contra esta que é chamada Reforma<br />

da Morte. Em respeito aos cabelos<br />

grisalhos, a cada história construída<br />

e em honra à vida. ■<br />

Contatos: (44) 3011-4287<br />

observatorio@uem.br<br />

observatoriodasmetropolesmaringa.com


O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 7<br />

Um software cujo nome se resume<br />

em apenas duas palavras, o<br />

META 4, vem dando muito que falar<br />

nas universidades públicas paranaenses,<br />

causando uma queda de<br />

braço entre o governo de Beto Richa<br />

e os reitores, tendo, a reboque,<br />

os sindicatos a puxar o cordão de<br />

protesto.<br />

Deixemos de lado, por um momento,<br />

a queda de braço. Afinal o<br />

que é o META 4? Trata se um programa<br />

de computador utilizado para<br />

fazer a gestão de pessoal e rodar a<br />

folha de pagamento. O sistema informatizado<br />

é gerenciado pela Secretaria<br />

Estadual de Administração<br />

e Previdência (SEAP).<br />

Para utilizar o META 4, o governo<br />

comprou, por contrato de licença,<br />

o software de uma empresa<br />

espanhola do mesmo nome. Outras<br />

empresas, públicas e privadas, já<br />

adotam o sistema. Algumas delas:<br />

Caixa Econômica Federal, Bradesco,<br />

Detran e o Boticário.<br />

Uma rápida observada nas prestadoras<br />

de serviço especializadas na<br />

implementação do software basta para<br />

ver que ele promete, em resumo,<br />

centralizar a informação dos funcionários<br />

numa única plataforma, captar<br />

o melhor talento dentro e fora da empresa,<br />

facilitar a comunicação entre<br />

gestores e trabalhadores e aumentar a<br />

produtividade dos funcionários, de<br />

quebra reduzindo custo.<br />

Tudo parece canalizar a uma filosofia<br />

de meritocracia no ambiente<br />

de trabalho. E é justamente aí, temendo<br />

que o governo, sem conhecer<br />

as especificidades de uma instituição<br />

pública de ensino superior,<br />

queira administrá-la como se fosse<br />

uma empresa particular, que a preocupação<br />

aumenta.<br />

Medo do META 4<br />

Voltemos à discussão da queda<br />

de braço. Ela começou há cinco<br />

anos, quando o governo decidiu que<br />

as universidades estaduais teriam<br />

que entrar no META 4. Houve reação.<br />

O governo recuou. E voltou ao<br />

assunto em 2016, desta vez com mais<br />

pressão. Vale dizer que as universidades<br />

estaduais do Norte do Paraná<br />

(UENP), com sede em Cornélio<br />

Procópio, e a Estadual do Paraná<br />

(Unespar), aderiram ao sistema desde<br />

2012. Olhando o que ocorreu<br />

com elas de lá para cá é que as outras<br />

cinco universidades, a de Maringá<br />

(UEM), de Ponta Grossa<br />

META 4: que bicho é este<br />

que quase parou a UEM?<br />

(UEPG), de Guarapuava (Unicentro),<br />

de Cascavel (Unioeste) e a de<br />

Londrina (UEL) passaram a temer<br />

pelo que viria acontecer caso o ingresso<br />

no META 4 fosse irreversível.<br />

E a julgar pelos fatos recentes,<br />

aparenta ser irreversível mesmo.<br />

O governo, com o aval do Tribunal<br />

de Contas do Estado, ameaçou,<br />

em janeiro, a não pagar os salários<br />

dos servidores das universidades<br />

se elas não enviassem as informações<br />

sobre pessoal solicitadas pela<br />

SEAP. O caldo engrossou. Com<br />

carta branca de seu Conselho Universitário,<br />

o colegiado máximo da<br />

instituição, a reitora da UEL, Berenice<br />

Jordão, resolveu encaminhar<br />

os dados ao governo, acompanhando<br />

as demais universidades. A<br />

UEM decidiu não enviar as informações.<br />

O Conselho Universitário votou<br />

contrário ao encaminhamento<br />

dos dados. Os salários atrasaram<br />

por cinco dias e foram pagos no dia<br />

em que uma greve seria iniciada.<br />

Foi então que o reitor Mauro Baesso,<br />

a pedido da SEAP, resolveu<br />

mandar para a Caixa Econômica Federal<br />

ofício autorizando a transferência<br />

do recurso da UEM para a<br />

conta dos servidores. Recurso este<br />

que estava retido pelo governo.<br />

Reitor da UEM enviou ofício<br />

autorizando pagamento dos<br />

salários, mas para o Governo<br />

é adesão ao META 4<br />

‘Baesso tomou a decisão com<br />

o aval do Conselho Universitário.<br />

O COU votou pelo envio do ofício<br />

sob o entendimento de que o documento<br />

apenas permitiria que o dinheiro<br />

para o pagamento dos salários<br />

fossem processados a partir do<br />

novo Siaf (Sistema Integrado de Finanças<br />

Públicas), sem que isso significasse<br />

a adesão automática ao<br />

META 4. Já, o governo entendeu o<br />

contrário. Fevereiro está chegando<br />

ao fim e uma nova onda de tensão<br />

paira no ar: se a Reitoria não encaminhou<br />

as informações exigidas para<br />

o ingresso no META 4 é possível<br />

outro atraso dos salários.<br />

Mauro Baesso - Reitor da UEM<br />

Mas, se de um lado o bolso vazio<br />

no final do mês causa arrepios,<br />

de outro os servidores temem ainda<br />

Paulo Pupim<br />

O software que o governo quer implantar nas universidades estaduais paranaenses é<br />

motivo de uma queda de braço envolvendo sindicatos, reitorias e o Palácio Iguaçu.<br />

outras consequências pela eventual<br />

adesão ao sistema. Eles citam, por<br />

exemplo, o corte abrupto de funções<br />

gratificadas. Hipótese este levantada<br />

pelo presidente do Sindicato<br />

dos Funcionários da Unioeste, o<br />

Sinteoeste, Giancarlo Tozo.<br />

Ofício autorizando pagamento dos salários<br />

Para reitores META 4 é<br />

“desmonte do ensino público”<br />

Como se fosse pouco, os próreitores<br />

de pesquisa e pósgraduação<br />

e os reitores se referem<br />

ao META 4 como um passo decisivo<br />

para o desmonte do ensino superior<br />

público estadual. Na avaliação<br />

deles, como o sistema de decisão ficaria<br />

centralizado em Curitiba, longe<br />

da realidade cotidiana das universidades,<br />

as instituições perderiam<br />

a agilidade burocrática em liberar<br />

professores para pós-graduação<br />

ou mesmo para viajarem a um congresso<br />

científico, dentro ou fora do<br />

Brasil.<br />

Com isso, a capacitação docente,<br />

num ritmo mais lento, provocaria<br />

queda na produção científica e<br />

na inovação tecnológica, justamente<br />

nas áreas em que universidades<br />

como a UEM e a UEL se despontam<br />

nos ranking das agências de avaliação<br />

espalhadas pelo mundo. Guerra<br />

de informações e boatos<br />

Enquanto isso, a queda de braço<br />

prossegue. Um dos capítulos mais<br />

recentes, também um dos mais<br />

emblemáticos, ocorreu em meados<br />

de janeiro, quando o governo fez circular,<br />

especialmente pelas redes sociais,<br />

a notícia de que a UEM pagava<br />

supersalários a uma casta de trabalhadores,<br />

na média de R$ 50 a 80<br />

mil reais.<br />

A opinião pública, claro, reagiu<br />

cobrando explicações e assimilando<br />

o discurso de que o META 4 coibiria<br />

tudo isso, devido à transparência<br />

de informações inerente ao sistema.<br />

E é nesta guerra de informações<br />

e boatos que a batalha promete<br />

novos capítulos.<br />

Indignado, o pró-reitor de Recursos<br />

Humanos e Assuntos Comunitários<br />

da UEM, Luiz Octávio, desmentiu<br />

categoricamente a notícia,<br />

chegando a gravar um áudio que<br />

também ganhou a rede social<br />

WhatsApp.<br />

Em suma, ele explicou que existem<br />

pessoas com dois vínculos empregatícios.<br />

Veja um exemplo: num<br />

período da jornada diária o servidor<br />

dá aulas e no outro trabalha como<br />

médico, atendendo pacientes no<br />

hospital universitário.<br />

Quando chegou no final de<br />

2017, o mesmo profissional recebeu<br />

dois salários, dois décimos terceiros<br />

e dois adicionais de férias, o<br />

que chegou à remuneração de cerca<br />

de R$ 60 mil. Outro caso esclarecido<br />

pelo pró-reitor foi o de uma servidora<br />

que queria reenquadramento<br />

na carreira, passando a receber como<br />

advogada.<br />

Como era funcionária antiga,<br />

ele teria direito aos pagamentos retroativos<br />

pelo tempo de atuação na<br />

UEM. Resultado: a remuneração<br />

em dezembro chegaria em torno de<br />

R$ 300 mil. Conforme Luiz Octávio,<br />

a universidade deu parecer contrário<br />

ao reenquadramento, a funcionária<br />

não recebeu os R$ 300 mil,<br />

mas o governo teria mantido no Portal<br />

da Transparência o valor como<br />

se verdade fosse.■


Pág. 8 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

Dona Dora Karatê<br />

“Minha vida é uma luta de muitos rounds...”<br />

O encontro com a equipe de O<br />

<strong>FATO</strong> <strong>MANDACARU</strong> acontece<br />

no salão de beleza de Dona Dora<br />

que fica na Rua Jalbas Rodrigues<br />

Alves - Vila Santa Isabel.<br />

Chegamos com alguns minutos<br />

de antecedência e pudemos observar<br />

a leveza de seu ser no atendimento<br />

a uma cliente.<br />

Dona Dora termina o trabalho,<br />

troca algumas palavras com a cliente<br />

e a ouve atentamente, tudo com<br />

um tom de voz baixo e sereno, depois<br />

se despede com um abraço e vem<br />

até ao ingresso para nos receber.<br />

Decidimos registrar o encontro<br />

em vídeo, pois o karatê é a luta mais<br />

branda que esta corajosa mulher<br />

já enfrentou.<br />

A entrevista pode ser vista no site:<br />

ofatomandacaru.blogspot.com.br<br />

Ligiane Ciola<br />

Quem a vê pela primeira vez pode imaginar que se trata<br />

de uma pessoa frágil até mesmo pela idade, mas é só<br />

um ledo engano. Doraci Maria Carvalho ou simplesmente<br />

Dona Dora, tem 68 anos, há 4 luta karatê e já está na<br />

faixa vermelha.<br />

Round Atual:<br />

Ligiane Ciola: Como começou<br />

essa história de praticar Karatê?<br />

Dora: Começou com a minha<br />

neta que praticava karatê na<br />

UEM. Ela não gostava de ir sozinha<br />

e me pediu para participar das<br />

aulas, foi ai que conversei com o<br />

professor Marcelo Alessandro Pereira<br />

que também é Presidente do<br />

Instituto Hagakure de Karatê-Dô<br />

Shotokan e ele me disse que eu podia<br />

participar sim, que seria bom<br />

fazer algumas aulas para experimentar.<br />

Eu fiz e não parei mais.<br />

No início eu ficava meio perdida,<br />

afinal eu já tinha 64 anos mas<br />

todo mundo lá, me deu muito apoio<br />

e não me deixaram desistir.<br />

Round 1960<br />

Ligiane Ciola: É verdade que<br />

uma das primeiras lutas que a senhora<br />

enfrentou foi contra a ditadura?<br />

Dora: Eu cheguei a Maringá<br />

em 1960 e fui estudar. Na época do<br />

golpe militar eu estava no Colégio<br />

João XXIII e participava do movimento<br />

estudantil contra a ditadura<br />

e por várias vezes quase fui presa.<br />

Me lembro de uma ocasião que<br />

tive que me esconder sob um banco<br />

de uma igreja, um milico passou<br />

pertinho de mim e não me viu, mas<br />

alguns colegas foram presos e apanharam.<br />

Hoje quando vejo as pessoas<br />

dizerem que querem a volta da ditadura,<br />

a volta dos militares, eu fico<br />

louca da vida pois<br />

nós sofríamos muito<br />

com a repressão, pois<br />

o estudante era mal<br />

visto, a sociedade<br />

não tinha liberdade<br />

de expressar-se. Só<br />

quem não viveu na pele<br />

o que nós vivemos<br />

pode dizer uma barbaridade<br />

dessas.<br />

Round 1972<br />

Ligiane Ciola: Mas depois<br />

disso sua vida mudou radicalmente,<br />

não é mesmo?<br />

Dora: Mudou sim, eu gostava<br />

muito de escrever e até ganhei o primeiro<br />

prêmio em um concurso com<br />

a matéria sobre “A VIDA DE UM<br />

PALHAÇO”, mas depois disso me<br />

casei e parei de estudar, fui morar<br />

em Curitiba.<br />

Em 1972 voltei a Maringá com<br />

um filho e mesmo assim resolvi voltar<br />

a estudar. Lutei muito para completar<br />

os meus estudos; primeiro<br />

no Colégio Brasílio Itiberê e depois<br />

no Colégio Paraná, lá é particular<br />

mas eu ganhei uma bolsa de estudos<br />

em um concurso da prefeitura<br />

e pude terminar o Cientifico em<br />

uma excelente escola.<br />

Round 1982<br />

Ligiane Ciola: E depois disso<br />

veio o vestibular?<br />

Dora: Veio sim, passei na<br />

UEM em direito mas não pude frequentar,<br />

perdi o prazo para fazer a<br />

matrícula pois a minha vida estava<br />

muito difícil naquele período, me<br />

separei e fiquei com dois filhos menores.<br />

Round 1992<br />

Ligiane Ciola: Essa foi a luta<br />

mais difícil, a senhora pensou em<br />

desistir?<br />

Dora: Fazer o que? Aí fui trabalhar,<br />

trabalhei bastante, criei meus<br />

filhos e voltei a fazer o curso de<br />

atendente de enfermagem no<br />

SENAC e de lá fui direto para a Santa<br />

Casa em 1992 e onde trabalhei 4<br />

anos e depois fui para a cardiologia<br />

do Santa Rita, lá trabalhei quase 8<br />

anos, no mesmo período ia uma vez<br />

por mês para Curitiba fazer o curso<br />

de técnico de enfermagem, com a<br />

mochila nas costas, foi muito difícil,<br />

eu pegava as matérias lá, voltava<br />

para estudar e depois ia fazer os<br />

exames.<br />

Eu já estava pensando em fazer<br />

medicina mas aí conheci o meu segundo<br />

marido. Trabalhei um tempo<br />

com ele que depois me ajudou a montar<br />

o salão. Estava indo muito bem<br />

mas tive que me mudar para Curitiba<br />

pois meu marido tinha sido<br />

transferido para lá. Na capital montei<br />

um salão e deu certo e depois de<br />

4 anos voltei para Maringá, abri o<br />

salão aqui de novo onde já estou há<br />

10 anos. A luta continua, sempre.<br />

Round de Medalhas<br />

Ligiane Ciola: Mas vamos voltar<br />

para o Karatê que está coroando<br />

todas essas vitórias na sua vida?<br />

Dora: É verdade, hoje sou muito<br />

feliz e realizada e não consigo<br />

imaginar minha vida sem o karatê.<br />

Adoro treinar e competir e já ganhei<br />

várias medalhas, uma delas é<br />

de ouro, foi uma glória, uma gratidão<br />

dentro meu coração, vou até o<br />

fim, até chegar a faixa preta.<br />

Nunca é tarde para começar,<br />

quem tem vontade deve correr<br />

atrás do seu objetivo. Tente, se não<br />

der certo pelo menos você tentou,<br />

não vai ficar frustrada por não ter<br />

tentado.■


O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 9<br />

Feirão da Resistência e da Reforma Agrária<br />

em Londrina<br />

Uma união bem sucedida entre lutas do campo e da cidade<br />

José Maschio, Jornalista - Londrina/PR<br />

Fotos:<br />

Fagner Bruno de Souza<br />

No próximo dia 8 de março,<br />

irá fazer um ano que uma ideia<br />

deu certo. Foi na marcha das Mulheres.<br />

E foi em uma conversa entre<br />

lideranças do MST (Movimento<br />

dos Trabalhadores Rurais<br />

Sem Terra) e um diretor do Sindicato<br />

dos Jornalistas Profissionais<br />

do Norte do Paraná.<br />

E o Feirão da Resistência e<br />

da Reforma Agrária, no dia 10 de<br />

março irá para sua décima edição.<br />

Um caso de sucesso na luta dos trabalhadores<br />

urbanos e rurais contra o<br />

golpe no país.<br />

Vale situar. O golpe apertava (e<br />

ainda aperta) o torniquete sobre os<br />

assentamentos da reforma agrária.<br />

Os programas federais de aquisição<br />

de alimentos dos pequenos produtores<br />

iam a ser abandonados. Do relato<br />

nasceu o projeto. Fazer um feirão<br />

para denunciar o descaso do governo<br />

federal para com os pequenos<br />

agricultores.<br />

Restava descobrir um local para<br />

isso. Aí surgiu o MARL (Movimento<br />

dos Artistas de Rua de Londrina).<br />

O pessoal do MARL havia<br />

ocupado um prédio público abandonado.<br />

A antiga seda da ULES<br />

(União Londrinense dos Estudantes<br />

Secundaristas). Antes um mocó, o<br />

espaço, depois de ocupado, passou<br />

a ser requisitado pelo município.<br />

Entidades solidárias à ocupação<br />

organizaram uma ação de resistência.<br />

E deu-se a união: Sindicato dos<br />

Jornalistas, MARL e MST unidos na<br />

resistência. O Feirão da Resistência e<br />

da Reforma Agrária foi uma das consequências<br />

da articulação campo e cidade<br />

contra o descaso daqueles que<br />

governam o país para uma minoria,<br />

contra o povo.<br />

Mas não foi a única. A partir das<br />

edições mensais, sempre nos segundos<br />

sábados de cada mês, aliada<br />

à venda de produtos agroecológicos<br />

a turma da resistência está lá. Comida<br />

afro, produtos artesanais, livros<br />

de resistência, troca de sementes, de<br />

ideias e intensa atividade cultural.<br />

O Feirão em Londrina firma-se<br />

como um espaço de resistência e de<br />

confraternização entre artistas, trabalhadores,<br />

produtores rurais, o pessoal<br />

da agricultura orgânica e, principalmente,<br />

um espaço para o exercício<br />

da igualdade e contra os preconceitos<br />

tão comuns em nossa sociedade<br />

de castas sociais.<br />

Vale salientar que uma das maiores<br />

preocupações no feirão é a garantia<br />

de bons produtos, sejam eles da agropecuária<br />

ou de atividades artesanais. E<br />

que se pratique, no feirão, o preço justo,<br />

sem a preocupação com o<br />

lucro, coisa comum nas relações<br />

comerciais capitalistas.<br />

Outra conquista importante<br />

dessa experiência<br />

comunitária foi agregar lutas<br />

outras, como a do povo<br />

que luta por moradia em<br />

Londrina. A Ocupação Flores<br />

do Campo organizou<br />

sua resistência a partir de<br />

contatos com o pessoal do<br />

Feirão. Hoje, grupos de comunicação,<br />

de educação e de artistas<br />

trabalham junto aos moradores,<br />

quase 800 pessoas em busca da dignidade<br />

de um local para morar.<br />

A ocupação é em um projeto minha<br />

Casa Minha Vida, em que o empresário<br />

construiu apenas 48% da<br />

obra e, com 100% da grana na mão,<br />

abandonou a obra. Depois de dois<br />

anos de abandono da área, deu-se a<br />

ocupação. Hoje a CEF busca na Justiça<br />

a reintegração, mas esqueceuse<br />

de buscar os culpados por mais esse<br />

ato de corrupção.<br />

As atividades em Londrina não<br />

se restringem aos feirões dos sábados.<br />

O espaço MARL tornou-se<br />

uma referência para artistas, movimentos<br />

culturais e lúdicos para o povo<br />

da resistência em Londrina. Pensou<br />

capoeira? Tem aulas gratuitas lá<br />

no MARL. E todo dia tem grupos de<br />

teatro, de música ou de contadores de<br />

história a ensaiar no local.<br />

A experiência de Londrina mostra<br />

que é possível a construção de<br />

um mundo melhor. Com pessoas,<br />

das mais diversas atividades profissionais<br />

e culturais, a se unir pelo<br />

bem comum. Não é muita coisa ainda,<br />

em uma sociedade cada vez mais<br />

individualista e entregue à ação de<br />

políticos nada comprometidos com o<br />

povo. Mas é um grande alento.<br />

Mostra que é possível a sociedade<br />

organizada reverter essa quadro<br />

de desânimo que se abateu sobre<br />

a população. E o mais importante,<br />

que é transformar sonhos individuais<br />

em realidades coletivas. Basta<br />

que se juntem os que pensam na dignidade<br />

da pessoa humana como a<br />

maior conquista social.<br />

No momento que uma ideia está<br />

há completar um ano, o Feirão da Resistência<br />

e da Reforma Agrária mostra<br />

o caminho. E o espaço MARL é<br />

um exemplo a ser seguido por outros<br />

municípios, na busca por espaços onde<br />

a cidadania possa ser exercida em<br />

sua plenitude. Em tempo: no dia 10<br />

de março, o feirão coincide com o encerramento<br />

do Encontro de Contadores<br />

de História de Londrina, em<br />

mais uma demonstração de que juntar<br />

campo e cidade é a solução para<br />

os nossos males sociais.■


Pág. 10 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

Relojoaria Mandacaru<br />

Mantém público fiel em tempos de<br />

celulares multifuncionais.<br />

da Redação<br />

Cleber Tobias de Moraes tem 37 anos e nasceu<br />

em Londrina, cidade onde há 18 anos começou a<br />

aprender a profissão de relojoeiro.<br />

Os segredos que ele aprendeu<br />

com o pai o trouxeram a Maringá,<br />

aqui, ele já está há 12 anos com sua<br />

relojoaria que fica no número 344<br />

da Avenida Mandacaru.<br />

Na era em que as horas são<br />

acompanhadas em celulares, o relojoeiro<br />

vive da fidelidade de quem<br />

não abre mão de um relógio de pulso.<br />

A verdade é que hoje a tecnologia<br />

joga a favor de quem oferece<br />

serviços tão especializados<br />

como os do Cleber; um grupo<br />

de WhatsApp é um desses<br />

avanços que todo comerciante<br />

hoje usa, e o relojoeiro,<br />

mesmo vivendo em<br />

seu mundo romântico também<br />

não abre mão de ter.<br />

Um coração que tem que<br />

bater perfeito como um<br />

relógio<br />

Hoje os ponteiros do coração do<br />

Cleber funcionam tão bem como os<br />

relógios que ele conserta, mas há 9<br />

meses ele tomou um susto, seus ponteiros<br />

começaram a perder o tempo<br />

justo e mesmo sendo assim tão jovem,<br />

foi vítima de um infarto.<br />

“Eu venho de uma família que tem<br />

problemas cardíacos. Meu pai, meu<br />

mestre de profissão morreu com apenas<br />

47 anos. Aprendi muito com meu pai e<br />

este infarto me fez mudar de vida, mudar<br />

hábitos e viver mais sereno.”<br />

“Sou disposto a ensinar os mistérios dessa profissão a quem quiser aprender.”<br />

O Mandacaru e a<br />

Relojoaria Mandacaru<br />

“Eu gosto muito da Avenida<br />

Mandacaru, é um lugar legal para<br />

o meu comércio, consegui uma boa<br />

freguesia trabalhando aqui. Nesse<br />

ramo a confiança é fundamental,<br />

pois às vezes o cliente nos deixa<br />

um relógio que é uma peça<br />

única e insubstituível.<br />

O que está em jogo são<br />

afetos além de valores dos objetos.<br />

Em Maringá atualmente<br />

existem poucos relojoeiros,<br />

creio que eu seja o mais jovem<br />

na profissão aqui.”<br />

A Relojoaria Mandacaru<br />

oferece serviços gerais de conserto,<br />

reparo e limpeza para relógios.<br />

Lá no Cleber também é possível<br />

amolar alicates e facas.<br />

O horário de atendimento é das<br />

9 às 19h de segunda a sexta e aos sábados<br />

das 8 às 12h.■


O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 11<br />

Jaime Vieira<br />

O poeta da Rua Paranaguá<br />

Ligiane Ciola<br />

Nasceu em Marília, viveu a infância e parte da adolescência<br />

em Assis - SP, e só em 1967 transferiu-se com os pais para<br />

Maringá, por isso se considera maringaense de adoção.<br />

Seus feitos testemunham a favor e disso, ninguém discorda.<br />

Em 1969, depois de concluir o<br />

Colegial, (atual ensino médio) no<br />

Instituto Estadual de Educação, Jaime<br />

ingressou na UEM, onde se formou<br />

em Letras; logo após a formatura<br />

voltou para o mesmo Instituto<br />

de Educação, só que como professor<br />

de inglês.<br />

De lá para cá foram mais de 30<br />

anos de magistério em várias escolas<br />

de Maringá, entre elas está a<br />

Unidade Polo, onde existe até um<br />

anfiteatro que leva o seu nome.<br />

Um lamento como primeira<br />

poesia<br />

“O primeiro poema, escrevi<br />

quando eu ainda usava calças curtas.<br />

Lembro-me que a professora<br />

me fez passar de sala em sala para<br />

ler para os outros alunos, talvez naquele<br />

momento eu tenha recebido<br />

meu maior incentivo”.<br />

Lamento<br />

“A cortina fechou e eu não<br />

abri. A peça terminou e eu não assisti.<br />

A sinfonia iniciou e eu não ouvi.<br />

E aos poucos desafinou e eu não<br />

percebi. A loucura começou e eu<br />

não vi. A esperança findou<br />

e eu não vivi. A lágrima<br />

rolou e eu engoli.<br />

A tristeza dobrou e eu sofri.<br />

A saudade ficou e eu<br />

não sorri. E você não voltou<br />

e eu lhe perdi.”<br />

(Escrito por Jaime Vieira aos<br />

14 anos.)<br />

De desencontros a<br />

reencanto<br />

A veia poética de Jaime não se<br />

desenvolveu imediatamente, na<br />

verdade entrou em letargo, mas<br />

não por muito tempo. Jaime conta<br />

que durante uma prova na UEM, o<br />

Jaime Vieira e seu mais recente livro de poesias: “Reencanto II”<br />

Professor Leônidas Querubim Avelino,<br />

PHD em literatura comparada<br />

pela Universidade de Harvard, pediu<br />

na última questão para<br />

que os alunos escrevessem<br />

uma poesia.<br />

Os versos de Jaime<br />

impressionaram tanto,<br />

que o professor lhe perguntou:<br />

“Esse é o único<br />

poema ou há outros? Eu<br />

disse: sim, tenho vários,<br />

e ele me disse: Dê um jeito<br />

de datilografa-los e<br />

me traga para eu dar uma olhada”.<br />

A olhada do professor Leônidas<br />

nos 26 poemas deu vida a Desencontros,<br />

o primeiro livro de Jaime Vieira.<br />

Maringá Maringá<br />

Jaime Vierira<br />

Hoje Jaime já coleciona 7 livros<br />

e 39 prêmios literários. O último<br />

livro é a antologia poética que<br />

tem como título Reencanto II.<br />

A redação de O <strong>FATO</strong> pediu ao<br />

autor para escolher um dos poemas<br />

da coletânea para publicarmos e Jaime<br />

escolheu “Maringá, Maringá”.■<br />

Jaime Vieira e Paulo Leminski<br />

Por entre as árvores vestida de verde, e de flores, o ano todo,<br />

de janeiro a janeiro, uma emoção caminha, pega-me por inteiro<br />

eu começo a imaginar.<br />

A cabocla do Ingá cresceu tanto e tanto que para meu espanto<br />

agora sim, começou “a dar o que falar”.<br />

Maringá, Maringá, já não te vejo vestida de chita, vejo-te cada<br />

vez mais bonita, de cabeça erguida, vestida de tafetá, convida-me<br />

sorridente e me rever feliz diariamente e por aqui, sempre ficar.<br />

Sob a sombra dos teus espigões que me assombram, arquitetam<br />

esperanças, meço tempo e te vejo ainda tão criança, carregando nos<br />

ombros, do nosso tempo o peso imenso do amanhã.<br />

E com o orgulho sinto o vento do orgulho derrubando o velho<br />

muro e com pressa, abrindo às pressas, as portas do progresso<br />

para você passar.<br />

Maringá, Maringá, uma ilusão errante faz-me sentir gigante<br />

orgulhoso e feliz, assim.<br />

É que no meio de tudo nas sacolas do teu agora tu carregas,<br />

sobretudo também um pouco de mim.<br />

Enquanto isso, as minhas ilusões, sem compromisso,<br />

procuram rimas para te saudar.<br />

Maringá, Maringá, já não é preciso e nem consigo imaginar,<br />

apenas sei que já aprendi que longe de ti já não posso mais ficar.


Pág. 12 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

E7 sedia Torneio pelo<br />

Paranaense de Tênis de Campo<br />

da Redação<br />

A E7 Escola de Tênis de Campo sediou no último fim de<br />

semana de fevereiro um torneio paranaense da classe E250 que vale<br />

250 pontos para o ranking da FTP.<br />

40 atletas de várias cidades do Paraná se revezaram nas 6 quadras<br />

do complexo tenístico que tem Eduardo Celidônio como mentor e diretor.<br />

“Nós construímos uma quadra de tênis aqui no terreno de<br />

casa, mas ela vivia sempre ocupada por meu filho que é tenista<br />

profissional; então construímos outra, mas não bastou. Como o<br />

terreno de casa é grande, pois aqui antigamente era uma chácara,<br />

resolvi criar uma escola e acabei construindo mais 4 quadras.”<br />

Eduardo Celidônio é primo do deputado Renato Celidônio<br />

(falecido em 1986).<br />

O torneio organizado pela E7 se concluiu com a premiação<br />

que viu como protagonistas os seguintes atletas:<br />

A E7 Escola de Tênis de Campo<br />

conta atualmente com três professores:<br />

Ednei Souza, Bruna Presnal<br />

e Kauê Machado que explica:<br />

“Na E7 as pessoas que tem vontade<br />

de aprender a jogar tênis podem<br />

participar de uma aula experimental.<br />

Quem participa normalmente<br />

adora e começa a praticar.”<br />

Em breve a E7 será novamente<br />

sede de outros importantes torneios<br />

da Federação Paranaense de Tênis<br />

(E500 e E1000), reservados a<br />

atletas de nível mais alto.<br />

Os atletas prosseguem a preparação<br />

e Eduardo Celidônio convida<br />

todas as pessoas que tem vontade<br />

de praticar o tênis, mas que nunca<br />

tiveram a oportunidade, de se dirigirem<br />

até a E7 e participar de uma<br />

aula gratuita.<br />

“Para isso basta telefonar na escola<br />

e agendar um horário. Depois<br />

se a pessoa gostar e vai gostar, fazemos<br />

a matrícula e começa a participar<br />

das aulas. Temos turmas de manhã,<br />

à tarde e a noite. Aqui a gente<br />

está em família. São todos bemvindos,”<br />

diz Celidônio.■


O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 13<br />

Toda pessoa é abençoada!<br />

Nilson Pereira<br />

Tem no coração, o amor, a sabedoria e o poder de deus. Então, a tarefa, o grande desafio,<br />

para qualquer um de nós, é sintonizar, conectar-se com o “espírito puro/santo”.<br />

Colocar a personalidade a serviço do espírito de Deus é a maior conquista. É<br />

um trabalho íntimo, interno no dia a dia.<br />

Vencer a si mesmo é vencer o bom combate. Dentro de nós estão os valores divinos.<br />

Dentro de nós estão aqueles valores contrários à divindade. No livro de ouro,<br />

editado pela ponte para a liberdade, Saint Germain começa o discurso i dizendo: “A<br />

vida, manifestada em todas as suas atividades, é Deus em ação e é unicamente pela<br />

falta de conhecimento na forma de ajustar o pensamento e sentimento que a humanidade<br />

está constantemente interrompendo a plura fluência dessa perfeita essência<br />

de vida que, não fosse isso, expressaria naturalmente sua perfeição em toda<br />

parte. A tendência natural da vida é amor, paz, beleza, harmonia e opulência”.<br />

A “lenda chinesa da sogra e da nora” ensina que, mudando-se os pensamentos<br />

e os sentimentos conseguimos grandes vitórias. Curando nossos relacionamentos<br />

corrigimos nossos hábitos, resgatando o bem, nos transformando. Através dos sentimentos<br />

divinos, teremos vida, e vida em abundância.<br />

A Lenda Chinesa da Sogra e da Nora<br />

Era uma vez uma jovem chinesa chamada Lin, que se casou e foi viver com o<br />

marido na casa da sogra. Passado algum tempo, Lin começou a perceber que não<br />

se adaptava à mãe de seu esposo. Seus temperamentos eram muito diferentes e a<br />

jovem se irritava com muitos dos hábitos e costumes da sogra, os quais criticavam<br />

cada vez com mais frequência.<br />

Com o passar dos meses as coisas foram se tornando cada vez piores a ponto<br />

da convivência se tornar insuportável naquela casa. Contudo, segundo as antigas<br />

tradições da cultura chinesa, a nora tem que estar sempre a serviço da sogra e obedecer-lhe<br />

em tudo.<br />

Mas a jovem Lin, não aguentando a ideia de viver com a aquela mulher por mais<br />

tempo, tomou a decisão de ir a segredo consultar um Mestre, velho amigo do seu<br />

pai. Depois de ouvir a jovem, o Mestre Huang pegou um ramalhete de ervas medicinais<br />

e disse-lhe:<br />

– “Para te livrares da tua sogra, não deves usar estas ervas de uma única vez,<br />

pois isso poderia causar suspeitas. Misture-as com a comida, pouco a pouco, dia<br />

após dia, e assim ela vai sendo envenenada lentamente”.<br />

Lin ouviu as palavras do Mestre, que continuou:<br />

– “E para teres a certeza de que, quando ela morrer, ninguém suspeitará de ti,<br />

deverás ter muito cuidado em tratá-la sempre com muita amizade. Não discutas e<br />

ajuda-a a resolver os seus problemas”.<br />

Ao que Lin respondeu:<br />

– “Obrigado, Mestre Huang; farei tudo o que me recomenda”.<br />

Lin ficou muito contente e voltou entusiasmada com o projeto de assassinar a<br />

sogra. Durante várias semanas serviu, dia sim, dia não, uma refeição preparada especialmente<br />

para a sogra.<br />

Tinha sempre presente à recomendação de Mestre Huang para evitar suspeitas:<br />

controlava o temperamento, obedecia à sogra em tudo e tratava-a como se fosse<br />

a sua própria mãe.<br />

Passados seis meses, toda a família estava mudada. Lin controlava bem o seu<br />

temperamento e quase nunca se aborrecia. Durantes estes meses, não teve uma única<br />

discussão com a sogra, que também se mostrava muito mais amável. As atitudes<br />

da sogra mudaram ao ponto em que ambas passaram a tratar-se como mãe e filha.<br />

Certo dia, Lin foi procurar o Mestre Huang para lhe pedir ajuda:<br />

– “Mestre, por favor, ajude-me a evitar que o veneno venha a matar a minha sogra.<br />

É que ela transformou-se numa mulher agradável e hoje gosto dela como se fosse<br />

a minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que lhe dou”.■<br />

ENSINAMENTOS DA GRANDE FRATERNIDADE BRANCA<br />

CONTATO: (44) 3028 6139<br />

Conhecendo a<br />

Constituição<br />

O Preâmbulo da Constituição Federal de 1988<br />

Anderson Alarcon & João Vitor Borges Paulino<br />

A importância do conhecimento de nossa<br />

Lei Maior e de nossa participação como cidadãos.<br />

Muitos acreditam que a Constituição<br />

Federal de 1988 se inicia em<br />

seu artigo 1º. Infelizmente, equivocam-se.<br />

A nossa Lei Maior, que institui<br />

o Estado Democrático de Direito<br />

e que constitui-a-ação da República<br />

Federativa do Brasil, por essa<br />

razão, chamada de constituição, tem<br />

início em seu Preâmbulo.<br />

Já em sua introdução, antes mesmo<br />

da disciplina de seus artigos, a<br />

CF diz a que veio. Vejamos seu teor:<br />

“PREÂMBULO. Nós, representantes<br />

do povo brasileiro, reunidos<br />

em Assembleia Nacional<br />

Constituinte para instituir um<br />

Estado Democrático, destinado a<br />

assegurar o exercício dos direitos<br />

sociais e individuais, a liberdade,<br />

a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento,<br />

a igualdade e a<br />

justiça como valores supremos de<br />

uma sociedade fraterna, pluralista<br />

e sem preconceitos, fundada na<br />

harmonia social e comprometida,<br />

na ordem interna e internacional,<br />

com a solução pacífica das controvérsias,<br />

promulgamos, sob a<br />

proteção de Deus, a seguinte<br />

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA<br />

FEDERATIVA DO BRASIL.”<br />

Por tradição, várias constituições<br />

elaboram textos preliminares<br />

nos quais são estipulados os principais<br />

valores e objetivos de seus textos<br />

constitucionais.<br />

A etimologia da palavra<br />

Preâmbulo, em sua essência, significa<br />

Pré: antes e Ambulare: andar,<br />

isto é, aquilo que se faz antes de<br />

prosseguir.<br />

Dessa forma, temos que o<br />

Preâmbulo é a carta de abertura da<br />

Constituição Federal, estando à disposição<br />

à nossa interpretação constitucional.<br />

Um dos pontos principais que<br />

se ressalta da leitura do texto, dado<br />

os tempos atuais, é a importância<br />

da consideração do povo como titular<br />

da Constituição.<br />

Este mesmo povo, a fim de<br />

exercer o poder de soberania que<br />

lhe é conferido, inclusive reforçado<br />

pelo parágrafo único do artigo<br />

1º da CF, apenas pode fazê-lo caso<br />

tenha conhecimento de seus direitos<br />

e deveres.<br />

Portanto, nesse sentido, o<br />

Preâmbulo possui fundamental importância<br />

para nossa compreensão<br />

do principal texto do país, a Constituição<br />

Federal.<br />

É nele que encontramos nossas<br />

garantias primordiais e - por que<br />

não - responsabilidades como cidadãos.<br />

É nele que passamos a entender<br />

que o futuro do país depende de<br />

nós.<br />

Precisamos, cada vez mais,<br />

conscientizarmo-nos a sobre a importância<br />

de nosso papel para a comunidade.<br />

Vamos juntos?■


Pág. 14 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

COLUNA<br />

LIGIANE CIOLA<br />

• Medeiros - Everton de Melo, Antônio Borges, Alcindo Martins e Maria de Fátima Giraldeli formam a<br />

experiente equipe da MEDEIROS CORRETORA DE IMÓVEIS liderada pelo competente Luís<br />

Fernando Medeiros. A Medeiros fica na Avenida Mandacaru 749.■<br />

• Restaurante Casa Di Nonna de Cara Nova - Os<br />

amigos André e Viviane, proprietários do excelente<br />

restaurante que fica na praça de alimentação do<br />

Shopping Mandacaru, informam que a Casa di<br />

Nonna passará por melhorias que darão mais<br />

conforto aos clientes. Se você ainda não provou as<br />

delícias do Restaurante Casa di Nonna, te<br />

aconselho de dar um pulinho lá. Preço justo e<br />

qualidade excelente.■<br />

• Lub Motors - O Agnaldo Batista, titular da Lub Motors da Avenida Mandacaru avisa que em breve o<br />

centro de serviço contará com uma grande novidade para os proprietários de veículos com câmbio automático.<br />

Funcionários da Lub Motors já estão em Santa Catarina participando de treinamentos operacionais<br />

da moderna máquina. Agnaldo garante que o sistema é o mais preciso e rápido do mercado,<br />

aguardem. Na foto a excelente equipe guiada por Agnaldo Batista.■<br />

• Peixaria Mandacaru - O Jorge e a Luíza da Peixaria<br />

Mandacaru tem sempre uma vasta gama de pescados<br />

à disposição dos clientes. Produtos de excelente<br />

qualidade e preço justo. A Peixaria Mandacaru fica<br />

em frente ao tiro de guerra na Av. Mandacaru.■<br />

• Sandra da Saúde - Agradece ao Secretário de saúde e<br />

vigilância sanitária de Maringá, Jair Biatto, ao diretor de<br />

vigilância da saúde Eduardo Alcântara e também à Rosa Maria<br />

Cripa gerente de vigilância sanitária, por terem aceitado sua<br />

solicitação de oferecer curso gratuito de boas práticas de<br />

manipulação de alimentos a ambulantes de carrinhos de<br />

cachorrão. O objetivo do curso é prevenir riscos e promover a<br />

saúde em prol da população. A primeira edição do curso<br />

aconteceu dia 20 no auditório da Secretaria de Saúde e contou<br />

com a participação de 45 ambulantes. O próximo acontece dia<br />

21 de março. As inscrições podem ser feitas através do<br />

telefone: (44) 3218-3190.■<br />

• Agenor - A Borracharia do Agenor Silva completa 9<br />

meses de atividade na Avenida Mandacaru. O Agenor<br />

trabalha como borracheiro desde 2<strong>003</strong>, antes<br />

ele trabalhava como caminhoneiro.■


O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong><br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 15<br />

Maringá Rugby conquista títulos mas sofre<br />

com falta de patrocinadores<br />

J. C. Leonel & Norberto Mastrocola<br />

Cresce no mundo o número de apaixonados pelo Rugby, o esporte da bola oval.<br />

Demorou 173 anos, mas enfim, ele chegou em Maringá. Que bom!<br />

A Associação Atlética Rugby<br />

Maringá, ou Maringá Rugby como é<br />

mais conhecida, conta hoje com cerca<br />

de 40 atletas nas categorias feminina,<br />

masculina e juvenil, além de um<br />

projeto semanal que atende 35<br />

crianças em parceria com o Centro<br />

Universitário Uningá.<br />

Entre as várias competições de<br />

2017, destacam-se os resultados da equipe<br />

feminina que começou o ano com um<br />

bom 9ª lugar no torneio de qualificação<br />

para o campeonato nacional, foi vicecampeã<br />

dos Jogos Abertos do Paraná e<br />

corou sua temporada em outubro com o<br />

título do Campeonato Brasileiro Oktobe<br />

Seven´s disputado em Blumenau.<br />

O time masculino também conseguiu<br />

uma medalha de bronze nos Jogos<br />

Abertos do Paraná que em 2017 teve sua<br />

fase final disputada em Apucarana.<br />

2017 foi também o ano em que pela primeira<br />

vez a associação recebeu verba<br />

proveniente do município, isso fez com<br />

que o clube se estruturasse na compra de<br />

equipamentos e uniformes para <strong>2018</strong>.<br />

“Temos tudo para desenvolver o<br />

Rugby na cidade”, diz Margrith Weiss,<br />

Presidente Associação Atlética Rugby<br />

Maringá que também é atleta. “Para<br />

este ano, nossa intenção é investir em<br />

categorias de base. Fechamos parcerias<br />

com duas escolas onde desenvolveremos<br />

polos formativos possibilitando<br />

descoberta de novos talentos<br />

que venham integrar nossas categorias<br />

de base. Nossa meta é atingir a 200<br />

atletas”.<br />

Em busca de patrocínio<br />

O Rugby Maringá precisa de ajuda<br />

para se manter e representar bem a<br />

cidade e quem tiver a coragem de patrocinar<br />

esses jovens com certeza obterá<br />

excelentes resultados mediáticos,<br />

pois isso aconteceu em todos os países<br />

onde o esporte foi implantado. Aos céticos<br />

Margrith Weiss responde com dados:<br />

“Hoje o Rugby já é o segundo mais<br />

praticado entre todos os esportes no<br />

mundo inteiro”.<br />

Rugby: O esporte,<br />

seus objetivos e o<br />

“belo ambiente<br />

que se respira”<br />

(Norberto Mastrocola -<br />

ex-jogador de Rugby e Apresentador<br />

do Programa Tutto Rugby TV na Itália).<br />

O Rugby que até 2008 era um perfeito<br />

estranho para a maioria dos maringaenses<br />

continua conquistando<br />

adeptos e torcedores aqui como no<br />

mundo inteiro. Talvez porque foi concebido<br />

originalmente como uma variação<br />

do futebol, talvez porque seja um<br />

esporte de contato físico mas que está<br />

longe de ser considerado violento.<br />

O fato é que o clima que se respira<br />

em uma partida de Rugby é o da amizade.<br />

15 atletas unidos com o objetivo de<br />

levar a bola oval além da linha de fundo<br />

do campo adversário para fazer a<br />

“meta”. A meta é o momento mágico<br />

do Rugby, é como o gol, mas é melhor,<br />

porque é sempre resultado de uma jogada<br />

coletiva.<br />

Cada meta vale 5 pontos e após cada<br />

meta, a equipe ainda tem direito a<br />

uma conversão; um chute que caso passe<br />

entre a parte superior interna do H<br />

acrescenta mais 2 pontos ao placar.<br />

Há ainda outras possibilidades de<br />

marcar pontos como o “droap” e o “penalty”,<br />

ambos valendo 3 pontos, mas<br />

os detalhes do esporte o espectador<br />

aprende muito rápido. Para quem já conhece<br />

o Futebol Americano fica a dica:<br />

Ao contrário do esporte americano, no<br />

Rugby os jogadores avançam e passam<br />

a bola com as mãos somente para trás e<br />

o contato físico para bloquear o adversário<br />

só é possível acontecer sobre o<br />

atleta que carrega a bola, mesmo assim<br />

tem que ser abaixo da linha da cintura.<br />

É claro que para os amantes do futebol,<br />

a dinâmica do jogo é incompreensível<br />

no início, mas depois que você começa<br />

a entender o que está acontecendo, começa<br />

também a opinar, a se interessar e<br />

a perceber que dentro do campo não há<br />

espaço para polêmica e desrespeito. O<br />

árbitro tem o respeito de todos os jogadores,<br />

isso faz parte da cultura do jogo.<br />

O clima que se percebe dentro do<br />

campo transfere para as arquibancadas<br />

a certeza de que o estádio é um lugar seguro<br />

quando o esporte consegue demonstrar<br />

que podemos ser muito mais<br />

civilizados do que somos.<br />

Torcidas sentam juntas, antes do<br />

jogo, durante o jogo e após o jogo, cantam<br />

juntas, festejam quando vencem e<br />

quando perdem.<br />

Terceiro Tempo:<br />

Adversários sim, inimigos jamais.<br />

Com esse espírito que jogadores e comissão<br />

técnica além de jornalistas e patrocinadores<br />

se encontram para confraternizar<br />

após a partida. É na zona<br />

mista que tudo acontece.<br />

Comer, beber, conversar, dar entrevistas,<br />

reconhecer os méritos do adversário<br />

mesmo quando se vence em modo incontestável.<br />

Tudo isso faz com que o pacto<br />

de lealdade e amizade não precise de<br />

papel assinado pois funciona na prática.■<br />

Associação Atlética Rugby Maringá,<br />

Treinos no Parque Alfredo Nyefller.<br />

Todas as Terças e Quintas às 20h00<br />

e aos Sábados às 10h00.


Pág. 16 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! O Jornal Comunitário da Zona Norte de Maringá! | Ano 01 | Edição <strong>003</strong> | Maringá, março de <strong>2018</strong>

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