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Revista Fevereiro 22

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A Diocese de Mariana era quase todo o Estado<br />

de Minas. Dom Silvério dedicou-se incansavelmente<br />

ao pastoreio, através das visitas pastorais.<br />

O veículo era o lombo do animal. Mas sua<br />

atuação não se restringiu à Arquidiocese de<br />

Mariana. Participou de uma Conferência<br />

Episcopal em São Paulo, no início de século<br />

XX, "tendo sido encarregado de redigir seu<br />

famoso "Catecismo", obra completa e profunda,<br />

publicada em 1903 e adotada por mais de<br />

cinquenta anos em dioceses do Brasil" e<br />

também em outros países. Homem de rara<br />

cultura, Dom Silvério promoveu em Minas a<br />

vida espiritual do povo e cuidou de criar colégios<br />

para educação da juventude. Desfrutava de<br />

grande prestígio em Roma que ele visitou por<br />

mais de uma vez. De Leão XIII ele ganhou uma<br />

foto com os dizeres: "Ao nosso venerável<br />

irmão Silvério Gomes Pimenta, bispo de<br />

Mariana, cujos serviços grandiosamente<br />

prestados à Diocese nos são conhecidos,<br />

como penhor de nossa benevolência, do<br />

íntimo da alma lhe concedo a bênção apostólica".<br />

A personalidade literária de D. Silvério ficou<br />

marcada por seus livros e cartas pastorais,<br />

gozando o arcebispo acadêmico da fama de<br />

poliglota, conhecedor que era do Latim, Grego,<br />

Hebraico, além das línguas vivas que usava<br />

correntemente. Publicou poesias em Latim.<br />

Sua obra maior é a Vida de D. Viçoso. Como<br />

jornalista, D. Silvério fundou e dirigiu, vários<br />

jornais em Mariana, O Bom Ladrão, O Viçoso,<br />

O D. Viçoso e o D. Silvério, editados sob sua<br />

orientação e dirigidos pelos padres Severiano<br />

de Resende e Luís Espechit.<br />

Os versos latinos, as cartas pastorais e os<br />

artigos na imprensa granjearam-lhe fama,<br />

sendo comparado ao padre Manuel Bernardes<br />

e a Frei Luís de Sousa. E foi esse renome que o<br />

levou à Academia Brasileira de Letras.<br />

. Segundo ocupante da cadeira 19, foi eleito<br />

em 30 de outubro de 1919, na sucessão de<br />

Alcindo Guanabara, e recebido pelo acadêmico<br />

Carlos de Laet em 28 de maio de 1920. Foi o<br />

primeiro prelado brasileiro com assento entre<br />

os escritores consagrados pela Academia<br />

Brasileira de Letras.<br />

Obras<br />

Ÿ O papa e a revolução, sermões (1873)<br />

Ÿ Peregrinação a Jerusalém (1897)<br />

Ÿ D. Antônio Ferreira Viçoso, bispo de<br />

Mariana, conde da Conceição (1876)<br />

Ÿ A prática da confissão, estudos de moral e<br />

dogma (1873)<br />

Ÿ Cartas pastorais 1890-19<strong>22</strong>.<br />

Também produziu diversos sermões, orações,<br />

conferências, poesias latinas em periódicos.<br />

Muito batalhou pela imprensa, com livros e<br />

jornais (O Viçoso, Boletim Eclesiástico). À<br />

custa de muitoempenho, conseguiu a preciosa<br />

colaboração de religiosos que foram bem<br />

acolhidos no bispado.Sagrou bispos e ordenou<br />

207 padres. Com muitas iniciativas, lutou<br />

para melhorar o patrimônio daArquidiocese,<br />

visando sobretudo a manutenção do<br />

Seminário. Seu nome permanece ainda<br />

ornado demerecida honra e respeito.<br />

Dom Eduardo Benes Sales Rodrigues<br />

Dom Eduardo Benes Sales Rodrigues é arcebispo<br />

metropolitano da Arquidiocese de Sorocaba<br />

Arcebispo de Mariana Dom Silvério<br />

A antiga Rua Nova traçada por Alpoim, que é uma das principais do centro histórico, hoje<br />

Rua Dom Silvério, foi uma das homenagens da cidade de Mariana ao seu primeiro Arcebispo

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