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GAZETA DIARIO 530

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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 15 de março de 2018<br />

DENÚNCIA<br />

Política<br />

05<br />

Chico Brasileiro manda investigar<br />

reclamações dos coletores de lixo<br />

Prefeito determinou à Secretaria de Meio Ambiente que apure as denúncias<br />

feitas pelos funcionários da empresa Vital Engenharia Ambiental<br />

Bruno Soares<br />

Reportagem<br />

Uma semana após reportagem<br />

do jornal Gazeta Diário<br />

noticiar a condição de<br />

trabalho imposta aos coletores<br />

de lixo empregados da<br />

Vital Engenharia Ambiental,<br />

o prefeito Chico Brasileiro<br />

(PSD) determinou, na<br />

manhã de ontem (14), à Secretaria<br />

de Meio Ambiente,<br />

pasta responsável por fiscalizar<br />

o contrato celebrado<br />

entre o município e a empresa,<br />

que apure a procedência<br />

das denúncias sustentadas<br />

pelos coletores.<br />

A decisão foi tomada após<br />

reunião entre os trabalhadores<br />

e representantes do Sindicato<br />

dos Empregados em<br />

Empresas de Asseio e Conservação<br />

(Siemaco). De acordo<br />

com Chico Brasileiro, as<br />

queixas foram ouvidas e serão<br />

devidamente apuradas.<br />

Caso sejam comprovadas,<br />

caberá à Procuradoria-Geral<br />

do Município tomar as medidas<br />

cabíveis. "A empresa,<br />

ao celebrar um contrato com<br />

o município, tem de cumprir<br />

sua parte. E isto inclui assegurar<br />

condições dignas de<br />

trabalho aos seus funcionários.<br />

Isto é o básico. As reclamações<br />

existem e serão<br />

devidamente apuradas", garantiu<br />

o chefe do Executivo<br />

de Foz do Iguaçu.<br />

Coletores da Vital se comprometeram manter o serviço por 15 dias<br />

até retorno de Chico Brasileiro<br />

Conforme já relatado por<br />

este jornal, coletores reclamam<br />

da falta de material<br />

necessário para o desempenho<br />

seguro de suas funções.<br />

"Tem coletor que trabalha<br />

com a bota rasgada. Além<br />

disso, nos cobram quando<br />

precisamos trocar algum tipo<br />

de acessório. Isto não tem<br />

cabimento. Existe ainda o<br />

problema da nossa jornada<br />

de trabalho. Recebemos por<br />

oito horas por dia de serviço.<br />

Acontece que só vamos<br />

embora quando terminamos.<br />

E ao final trabalhamos até<br />

nove horas. Viemos pedir<br />

ajuda ao prefeito", pontuou<br />

um coletor que não quer divulgar<br />

seu nome por medo<br />

de represálias. "Aliás, somos<br />

constantemente ameaçados<br />

de demissão. O clima na<br />

empresa não está bom. É<br />

muita pressão o tempo inteiro<br />

para fazermos tudo de<br />

acordo com o desejo dos patrões.<br />

Como precisamos muito<br />

do trabalho, ficamos sem<br />

saber o que fazer", desabafou<br />

outro coletor.<br />

Reajuste<br />

Outro tema abordado<br />

durante o encontro entre os<br />

coletores, os representantes<br />

do sindicato e o prefeito Chico<br />

Brasileiro foi a polêmica<br />

em torno do aumento salarial<br />

de R$ 21 concedido à categoria<br />

para este ano. A insatisfação<br />

culminou com a<br />

paralisação da coleta de lixo<br />

na cidade na quarta-feira da<br />

semana passada. Após a<br />

reunião de ontem, foi fechado<br />

um acordo de que o serviço<br />

estará mantido ao menos<br />

pelos próximos 15 dias.<br />

"O prefeito se comprometeu<br />

de que irá nos ajudar dentro<br />

do que for possível. O fato<br />

é que não é justo trabalharmos<br />

como trabalhamos, andarmos<br />

a cidade inteira embaixo<br />

de sol e de chuva, para<br />

recebermos um aumento de<br />

R$ 1.217 para R$ 1.238. Isto<br />

é algo sem cabimento. Até o<br />

retorno do prefeito não iremos<br />

paralisar mais. Esperamos<br />

que algo concreto seja<br />

resolvido até lá. Nós merecemos<br />

isso", opinou outro<br />

coletor anônimo.<br />

Análise de contrato<br />

Questionado pela reportagem,<br />

Brasileiro ponderou que a prefeitura<br />

não tem autonomia para definir<br />

valores de reajustes salariais. "Isto é algo<br />

que diz respeito exclusivamente à<br />

empresa. Não temos autonomia para<br />

interferirmos nisso. O que eu me<br />

comprometi com a categoria é que<br />

iremos aguardar o retorno do Tribunal<br />

de Contas, que neste momento analisa o<br />

contrato celebrado entre o município e<br />

a Vital. Após recebermos o resultado<br />

deste relatório, saberemos se existe ou<br />

não algum desequilíbrio no contrato<br />

para informamos os trabalhadores. Mas<br />

é importante deixar uma coisa muito<br />

clara, a prefeitura não pode determinar<br />

aumento para a empresa", explicou<br />

Brasileiro.<br />

Vital<br />

Por meio de sua assessoria de<br />

comunicação, a Vital Engenharia<br />

Ambiental afirmou que não procedem as<br />

informações relacionadas às<br />

reclamações sobre as condições de<br />

trabalho garantidas aos coletores. "Tais<br />

informações não procedem", pontua em<br />

nota. Quanto à paralisação do serviço, a<br />

empresa afirma que "foi surpreendida<br />

por alguns coletores que se recusaram a<br />

sair da garagem da empresa para efetuar<br />

os serviços de limpeza urbana. A Vital<br />

esclarece que segue reajuste salarial para<br />

a categoria conforme acordado em<br />

convenção coletiva de trabalho".

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