BRASIL COMBATE MAGAZINE | EDIÇÃO #2 | MAR 2018
Revista digital especializada em esportes de combate, com periodicidade bimestral. Nesta edição trazemos um tema polêmico - Farra da graduação atinge espírito da arte suave. Sem dúvida, de alguma forma, a conta vai chegar para os CHARLATÃES, que pensam em burlar as regras dessa cultura viva, porém em transformação. Nada, nada poderá esconder a vergonha que, em dia e hora estabelecidos, desfilará a humilhação alheia em tatame aberto. Nesse dia serão eviscerados o suor jamais derramado, a técnica nunca apreendida, a ausência do equilíbrio só vivenciado no tatame, sem malandragem. Quem chorou ali um dia, esteja certo, sabe. Boa leitura e boa reflexão. Oss.
Revista digital especializada em esportes de combate, com periodicidade bimestral. Nesta edição trazemos um tema polêmico - Farra da graduação atinge espírito da arte suave.
Sem dúvida, de alguma forma, a conta vai chegar para os CHARLATÃES, que pensam em burlar as regras dessa cultura viva, porém em transformação.
Nada, nada poderá esconder a vergonha que, em dia e hora estabelecidos, desfilará a humilhação alheia em tatame aberto.
Nesse dia serão eviscerados o suor jamais derramado, a técnica nunca apreendida, a ausência do equilíbrio só vivenciado no tatame, sem malandragem. Quem chorou ali um dia, esteja certo, sabe.
Boa leitura e boa reflexão. Oss.
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importante para esse fato?<br />
JC: Não foi fácil deixar Teresópolis.<br />
Com a minha mudança para<br />
Brasília-DF, muitos<br />
alunos pararam<br />
de treinar, outros<br />
foram para equipe<br />
diversas, enfim,<br />
quando voltei para<br />
Teresópolis-RJ, tive<br />
que começar tudo<br />
novamente. Mas,<br />
quando se faz o que gosta tudo fica<br />
mais simples, não importa onde<br />
esteja. Se fizer com determinação, o<br />
resultado aparece com qualidade e<br />
sucesso. E foi assim que, novamente,<br />
nossa equipe voltou a se destacar<br />
nas competições.<br />
BC: Você levou seu irmão Admilson<br />
Brites para Brasília. Foi você quem o<br />
graduou faixa preta? Fale um pouco<br />
sobre essa experiência em graduar<br />
um irmão, que sempre se destaca nas<br />
competições mundo a fora.<br />
JC: Falar do meu irmão é complicado,<br />
sou suspeito (risos). Tive a oportunidade<br />
de levá-lo para Brasília para<br />
trabalhar comigo. Ele teve uma escala<br />
maior de crescimento como professor,<br />
já que ficou responsável pela equipe<br />
em Teresópolis-RJ, quando me mudei<br />
para Brasília-DF. Graduá-lo a faixa<br />
preta foi simplesmente sensacional,<br />
não só por se tratar do meu irmão,<br />
Ailson Henrique Brites, carioca de 52 anos,<br />
conhecido como Jucão.<br />
"Graduá-lo a faixa preta foi<br />
simplesmente sensacional,<br />
não só por se tratar do meu<br />
irmão 'Juquinha', mas de<br />
um atleta com um talento<br />
admirável. Me senti muito<br />
honrado".<br />
mas de um atleta com um talento<br />
admirável. Me senti muito honrado.<br />
BC: Você e seu irmão chegaram<br />
a usar The Brites<br />
Family, uma junção<br />
das duas equipes<br />
de jiu jitsu. Por que<br />
não deram continuidade?<br />
JC: Quando levei<br />
meu irmão para<br />
Brasília, a ideia era<br />
trabalharmos juntos, porém as<br />
oportunidades foram surgindo e ele<br />
resolveu seguir os desejos de ter sua<br />
própria equipe. A The Brites Family<br />
surgiu quando comecei a perceber<br />
que nossos alunos estavam se enfrentando<br />
demais nas competições.<br />
A ideia de unir foi muito boa, os<br />
alunos gostaram, pois muitos deles<br />
já eram amigos e até já haviam<br />
treinado juntos. Mas, infelizmente,<br />
com a mesma velocidade com que<br />
se iniciou, terminou. Foi uma pena!<br />
Tenho admiração por cada um que<br />
representou essa bandeira.<br />
BC: Todos os brasileiros, em sua grande<br />
maioria, enfrentam dificuldades<br />
nos EUA. Poderia<br />
falar quais dificuldades<br />
enfrentou na<br />
terra do Tio Sam?<br />
JC: Dificuldades na<br />
terra do Tio Sam<br />
(risos)!? A maior<br />
de todas foi o idioma. Cheguei aqui<br />
falando "Hi e Bye" (risos), mesmo assim<br />
logo no primeiro dia já dei aulas.<br />
De toda forma, a vontade que eles<br />
(americanos) têm para aprender e o<br />
modo com que valorizaram meu trabalho,<br />
transformou toda dificuldade<br />
em vontade de crescer todos os dias.<br />
A saudade da família pesou muito,<br />
a falta dos amigos, os treinos que<br />
tínhamos no Brasil. Outro fator, foi<br />
o frio absurdo que passamos, já que<br />
estou em Nova York. E, infelizmente,<br />
os muitos brasileiros que se acham<br />
espertos e querem passar os outros<br />
para trás, agindo com deslealdade<br />
e má fé, mas, quando Deus tem um<br />
propósito em sua vida, não tem jeito,<br />
toda dificuldade se transforma em<br />
"Com a decisão do meu<br />
irmão de representar uma<br />
nova equipe e não usar<br />
mais o nome dele, me achei<br />
no direito (...)".<br />
vitória.<br />
BC: Em 2007, o Brasil Combate publicou<br />
uma entrevista sua, no início<br />
da sua adaptação nos EUA. O que<br />
mudou de lá para cá?<br />
JC: Muita coisa. Já se passaram 11<br />
anos. O inglês melhorou (risos), as<br />
oportunidades aumentaram, o nosso<br />
trabalho vem sendo reconhecido, os<br />
resultados positivos estão surgindo<br />
em eventos de diversos níveis. Hoje,<br />
posso dizer que ainda temos muito a<br />
conquistar, mas estamos mais perto.<br />
BC: Hoje a Team Jucão BJJ se tornou<br />
uma franquia e vem ganhando espaço<br />
com diversas escolas pelo EUA<br />
e representantes em países como<br />
Portugal, Irlanda, Londres, Espanha<br />
e Brasil. Como você vê esse crescimento?<br />
O segredo da expansão é<br />
ter franquia?<br />
JC: O crescimento é fruto de um<br />
trabalho em equipe e o crescimento<br />
de uma equipe não se faz somente<br />
por meio de franquia. Para expandir,<br />
é necessário um grupo que tenha<br />
vontade de estar junto — a união é<br />
o melhor caminho para crescer. Com<br />
isso, todos os professores ficam na<br />
mesma página, independentemente<br />
de qualquer lugar<br />
em que estejam no<br />
mundo. Na verdade,<br />
não há segredo<br />
para esse crescimento,<br />
já que os representantes da<br />
equipe sabem que, para chegarmos<br />
ao objetivo, é preciso ter humildade,<br />
disciplina, respeito, amor pelo que<br />
faz, honrar o esporte que se pratica<br />
e defender a nossa bandeira com o<br />
coração.<br />
BC: No Brasil, você tem franquias<br />
espalhadas no Rio de Janeiro, Goiás<br />
e agora em Brasília. O que te levou<br />
a voltar com seu nome para Brasília?<br />
JC: Enquanto meu irmão ainda usava<br />
o nome JUQUINHA JIU JITSU, eu<br />
não pretendia voltar com a equipe,<br />
até porque, quando saí de Brasília,<br />
muitos alunos foram treinar com<br />
ele. Então, não faria sentido voltar<br />
com meu nome para Brasília. Com a<br />
decisão do meu irmão de representar<br />
20 • Brasil Combate Magazine • www.brasilcombate.com.br Março de <strong>2018</strong>