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004 - O FATO MANDACARU - ABRIL 2018 - NÚMERO 4

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Jornal Comunitário de Maringá | Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Abril de <strong>2018</strong> | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA!<br />

ULISSES MAIA “CARREGA”<br />

PREFEITURA PARA O BAIRRO<br />

Sétima edição do projeto “Prefeitura no Bairro” reúne mais de 300 pessoas no Cidade Alta II<br />

Página 4<br />

QUEM TEM MEDO DO MST?<br />

Em 2017 o Movimento se tornou o maior produtor<br />

de arroz orgânico da América Latina Página 6<br />

VILA VARDELINA ENCABEÇA MAIS<br />

UMA “UNIÃO DE MORADORES”<br />

Em Maringá já são mais de 30 e se contrapõem às Associações<br />

de Moradores que estariam “politizadas” Página 3


Pág. 2 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! Jornal Comunitário de Maringá | Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong><br />

O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ:<br />

Dos 8 meses de resistência de 1977 aos dias de hoje, que não estão no texto.<br />

É quase impossível fazer um jornal independente, de oposição autêntica no interior do Brasil, em qualquer época, em<br />

qualquer tempo. Os poucos que ousaram tiveram vida curta. Forças terríveis se levantaram contra eles com unhas e<br />

dentes e não descansaram um minuto até derrotarem os libertários que tiveram a coragem de enfrentá-las. Se na<br />

normalidade democrática já é difícil manter circulando jornais de oposição, avaliem em plena Ditadura Militar<br />

fascista sob a égide do AI-5. Era uma temeridade.<br />

Laércio Souto Maior - Escritor, Historiador e Jornalista<br />

MARINGÁ • O desafio foi aceito<br />

pelo Ramires Moacir Pozza, jovem<br />

empresário que gerenciava as<br />

empresas da família na década de<br />

1970.<br />

Com 17 anos, era dirigente estadual<br />

do Movimento Estudantil Livre<br />

(MEL) e militava como comandante<br />

do setor de inteligência<br />

da “Organização”, movimento<br />

clandestino que formava e estruturava<br />

em Maringá e na região Noroeste<br />

do Estado do Paraná, quadros<br />

revolucionários para apoiar o sonhado<br />

levante popular liderado pelo<br />

governador Leonel Brizola na<br />

sua tentativa de recuperar o poder<br />

para as forças democráticas alijadas<br />

do poder.<br />

EXPEDIENTE<br />

Ano 01 - Edição <strong>004</strong> - Abril de <strong>2018</strong><br />

Rua Itamar Garcia Pereira, 55<br />

Vila Sta. Isabel - Maringá/PR<br />

• Telefone: (44) 3246-1769<br />

• Whatsapp: (44) 99713-0030<br />

• E-mail: ofato_mandacaru@libero.it<br />

• Facebook: O Fato Mandacaru<br />

• Blog: ofatomandacaru.blogspot.com.br<br />

• YouTube: O Fato Mandacaru TV<br />

Ligiane Ciola:<br />

DRT-SP 46266 (Jornalista Responsável)<br />

J. C. Leonel:<br />

DRT- PR 4678<br />

Ricardo Rennó:<br />

Diagramação (ArtWork Com&Mkt)<br />

Impressão: O Diário do Norte do Paraná<br />

Tiragem: 5.000 exemplares<br />

Distribuição: Gratuita<br />

A opinião dos colunistas não representa<br />

necessariamente a posição editorial do Jornal.<br />

Quando a família Pozza comprou<br />

50% das ações tornando-se sócia<br />

majoritária do grande jornal do<br />

Norte do Paraná (o jornalista Franklin<br />

Vieira da Silva e Edson Castilho,<br />

detinham cada um 25% das ações<br />

do “Diário do Norte do Paraná”, portanto<br />

eram sócios minoritários sob o<br />

mando dos Pozzas), o Ramires me<br />

convidou para assumir o comando<br />

como redator-chefe a partir do mês<br />

de janeiro de 1977.<br />

Aceitei sob as seguintes condições:<br />

carta branca em relação aos<br />

donos do jornal (ele, Franklin Vieira<br />

da Silva e Edson Castilho) para<br />

imprimir uma linha de oposição ao<br />

poder a nível municipal, estadual e<br />

federal e liberdade para montar<br />

uma nova equipe composta pelos<br />

jornalistas José Carlos Struett, Edilson<br />

Pereira dos Santos, Manoel<br />

Messias Mendes, Ernesto Luiz Piancó<br />

Morato, Anésio Folleis Filho,<br />

Roberto de Freitas Pardal, Olício<br />

Profeta, Valdir Pinheiro, Luiz Carlos<br />

Rizzo, Claudio Folleiss, Pedro<br />

Chagas Neto e Angelo Rigon. A<br />

partir da minha ascensão ao cargo,<br />

a redação do “Diário do Norte do<br />

Paraná” tornou-se um território livre,<br />

quase um coletivo libertário,<br />

codirigido pelo redator-chefe, repórteres,<br />

diagramadores, fotógrafos<br />

e chargista.<br />

Foram oito meses de luta e resistência<br />

contra tudo de errado que<br />

acontecia na cidade, no estado e no<br />

país. Nada nos atemorizava. Com a<br />

lança sempre empunhada, investíamos<br />

contra o regime militar; contra<br />

os empresários que poluíam a cidade<br />

com seus frigoríficos e fábricas<br />

de ossos que infestavam os ares<br />

de Maringá com uma fedentina horrível;<br />

contra os embusteiros da religião<br />

(TFP); contra órgãos públicos<br />

(BNH) que não respeitavam os contratos<br />

com os proprietários; contra<br />

os maus vereadores da nossa Câmara<br />

Legislativa; contra os erros e maus<br />

feitos da Prefeitura; bicheiros;<br />

policiais torturadores, etc. Raro era<br />

o dia em que o jornal não era visitado<br />

por algum poderoso contrariado<br />

em seus interesses pela linha imprimida<br />

pelo “Diário do Norte do<br />

Paraná”: independente, democrática,<br />

oposicionista e libertária.<br />

Enquanto durou o período ora<br />

descrito neste artigo, as denúncias<br />

e críticas radicais foram crescendo<br />

numa cadência nunca vista na imprensa<br />

da Cidade Canção até o momento<br />

em que o governador Jaime<br />

Canet Junior em comum acordo<br />

com o prefeito João Paulino Vieira<br />

Filho deram um basta definitivo ao<br />

radicalismo oposicionista praticado<br />

pelos jovens mosqueteiros apelidados<br />

de “vermelhos” que formavam<br />

a equipe indômita de jornalistas<br />

que infernizava a vida dos empresários<br />

e políticos fascistas maringaenses,<br />

forçando o patriarca da<br />

família Pozza, Provino Pozza, a<br />

vender sua parte (majoritária) ao<br />

jornalista Frank Silva.<br />

Com o passar do tempo, analisando<br />

sem paixão a experiência do<br />

jornalismo libertário praticado naquele<br />

período perigoso em que o<br />

Brasil vivia sob a égide da Ditadura<br />

Militar, pode-se chegar ou não, a seguinte<br />

conclusão: valeu a pena tanta<br />

coragem e ousadia para no final jogar<br />

nos braços dos conservadores e<br />

da direita da cidade de Maringá um<br />

dos mais importantes jornal da imprensa<br />

do Estado do Paraná?■


Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 3<br />

Em Maringá atualmente já<br />

existem mais de 30 uniões<br />

de moradores que se<br />

contrapõem às antigas<br />

Associações de Bairros.<br />

Ligiane Ciola<br />

MARINGÁ • A Posse da diretoria<br />

da União dos Moradores da<br />

Vila Vardelina, Jardim São Jorge,<br />

Tropical I e II, Jardim Petrópolis,<br />

Conjunto Residencial Planville,<br />

Jardim Brasilia e Núcleo Social Papa<br />

João XXIII aconteceu dia 16 de<br />

março na sede do Núcleo social.<br />

A cerimônia contou a participação<br />

de cerca 50 moradores, de vários<br />

presidentes de bairros e uniões<br />

de moradores, de representantes<br />

dos vereadores Mariucci e Telles,<br />

do atual presidente da Câmara de<br />

Vereadores, Mario Verri e também<br />

do Deputado Federal Enio Verri.<br />

Cleide Santiago, presidente da<br />

recém criada União dos Moradores,<br />

foi escolhida pelo grupo em<br />

uma reunião que de acordo com os<br />

membros fundadores, aconteceu no<br />

final de novembro do ano passado.<br />

“Já há algum tempo percebemos<br />

a necessidade de uma organização<br />

que trabalhe em prol dos moradores<br />

e que tenha um olhar para<br />

todos, que busque soluções para<br />

nossas necessidades. O prefeito nos<br />

apoia e hoje já existem mais de 30<br />

uniões de moradores que começaram<br />

a ser formar há menos de um<br />

ano. Na verdade, a associação que<br />

existia não dava espaço para a participação,<br />

já a União dos Moradores<br />

nesse conceito de participação<br />

quer construir com transparência<br />

um percurso de administração comunitária.”<br />

Paulo Borghi, vicepresidente<br />

se diz entusiasta e acredita<br />

que “a união de moradores será<br />

um elo de ligação entre os bairros e<br />

a administração municipal, tanto o<br />

executivo como o legislativo”.<br />

Os membros da atual diretoria<br />

VILA VARDELINA<br />

ENCABEÇA UNIÃO<br />

DE MORADORES<br />

Posse da Diretoria com a participação de moradores, presidentes de bairros, uniões de moradores, Vereador e Deputado Federal.<br />

dizem que a politização das associações<br />

de bairros foi o motivo que os<br />

levaram a criação da nova entidade.<br />

Após a cerimônia de posse,<br />

uma das moradoras presentes quis<br />

saber “por que se está criando uma<br />

união se já existe a associação e se<br />

isso não criaria uma competição<br />

Cleide Santiago - Presidente U. Moradores<br />

entre as mesmas”. A essa questão<br />

respondeu José Cortez, coordenador<br />

da equipe que organizou o grupo<br />

que compõem a diretoria.<br />

“Se trata de uma entidade nova<br />

e não há necessidade de eleição.<br />

Houve uma reunião antes dessa na<br />

Capela João XXIII e os moradores<br />

foram avisados através de carro de<br />

som e outros meios”. De acordo<br />

com Cortez, à reunião participaram<br />

cerca de 30 pessoas, “está tudo<br />

na ata”.<br />

“Quando nós tentamos entrar<br />

nas associações era para disputar<br />

nos bairros, não era para fundar<br />

uma entidade nova. Conseguimos<br />

disputar somente em 2 bairros, no<br />

Jardim Madrid e na Vila Esperança<br />

mas nas outras associações,<br />

sempre que procurávamos registrar<br />

uma chapa os atuais presidentes<br />

já haviam registrado em cartório<br />

a realização de eleições com testemunhas<br />

e tudo mais e não tinha<br />

como disputar as eleições, por isso<br />

criamos as Uniões de Bairros”.<br />

Ainda segundo Cortez, 90%<br />

das associações de bairros se encontravam<br />

inativas, somente algumas<br />

ainda funcionavam.<br />

Os membros das mais de 30<br />

uniões de bairros dizem que “não<br />

havia mais como participar democraticamente<br />

das eleições nas associações<br />

de bairros e por isso, seguindo<br />

orientações do Prefeito Ulisses<br />

Maia, de vários vereadores, do<br />

Deputado Enio Verri e também de<br />

advogados, se decidiu instituir a figura<br />

da união de moradores.”<br />

A diretoria atual tem mandato<br />

de 3 anos e pode se candidatar à reeleição.<br />

As associações de bairro,<br />

continuam tendo reconhecimento<br />

perante o município desde que estejam<br />

com todos os documentos e<br />

com o CNPJ em ordem.■


Pág. 4 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! Jornal Comunitário de Maringá | Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong><br />

ULISSES MAIA “CARREGA” A<br />

PREFEITURA PARA O BAIRRO<br />

Sétima edição do projeto “Prefeitura no Bairro” reúne mais de 300 pessoas no Cidade Alta II<br />

“Cada vez que a gente faz um “Prefeitura no Bairro”, temos um raio-X da região. Fica fácil de acertar o que a população deseja”<br />

O <strong>FATO</strong> <strong>MANDACARU</strong> foi até o Cidade Alta ll na noite de<br />

quarta, 21 de março. O clima estava agradável, mas o<br />

trânsito era caótico no semáforo do contorno sul.<br />

Queríamos conhecer esse projeto que leva a prefeitura<br />

até o bairro. O encontro estava marcado para as 19,30 na<br />

quadra coberta do bairro. Chegamos com antecedência<br />

e pudemos ver o pessoal da prefeitura preparando as<br />

cadeiras, o som e tudo mais, tinha até um cafezinho.<br />

(Ulisses Maia)<br />

Ligiane Ciola<br />

MARINGÁ • Aos poucos as pessoas<br />

começaram a chegar. O calor<br />

“incentivou” as famílias a saírem de<br />

casa. Logo, começaram a chegar<br />

também, vereadores, presidentes de<br />

bairros, secretários municipais, os<br />

representantes da guarda municipal<br />

e da PM. O vice Scabora também<br />

chegou com antecedência.<br />

No momento exato, a quadra estava<br />

cheia; estima-se que haviam<br />

cerca de 300 pessoas. De repente o<br />

volume da música aumentou e Ulisses<br />

chegou.<br />

Abraços, cumprimentos, fotos e<br />

bate-papo. É o prefeito mesmo que<br />

se encarrega junto com o pessoal da<br />

secretaria de assuntos comunitários<br />

da prefeitura, de convocar todos a<br />

sentarem-se. Pouca cerimônia e até<br />

pedidos de silêncio: “Nós viemos<br />

aqui para ouvir vocês”.<br />

Enquanto os moradores se organizavam<br />

em fila para as perguntas,<br />

o prefeito homenageava uma<br />

mulher que em 1976 conseguiu o<br />

Vice-Prefeito Edson Scabora, Prefeito Ulisses Maia e o Vereador Belino Bravin<br />

feito fenomenal de conquistar uma<br />

cadeira na câmara municipal de<br />

Maringá. Lizete Pereira da Costa<br />

foi a primeira mulher a eleger-se vereadora<br />

na cidade. Hoje não temos<br />

nenhuma. Por quê?<br />

Um talvez vem do prefeito:<br />

“Talvez falte até mais participação<br />

da mulher”.<br />

Vinicius foi o primeiro<br />

da fila. Ele, e todos<br />

os outros queriam<br />

saber como e quando se<br />

fará algo para resolver<br />

o caos do contorno sul.<br />

O prefeito respondeu<br />

pedindo compreensão:<br />

“Esse problema<br />

existe há 30 anos. Nós<br />

conseguimos viabilizar<br />

junto com os vereadores,<br />

13 milhões de reais e vamos<br />

fazer uma ‘reforma boa’ e já neste<br />

contorno sul. Primeiro precisamos<br />

fazer a licitação. Daqui três meses<br />

começaremos a reforma.”<br />

O prefeito, porém deixou claro<br />

que a solução definitiva para a estrada<br />

“vai demorar mais, porque<br />

tem que ser feito outro contorno<br />

sul”.<br />

A prefeitura diz já ter um projeto<br />

que inclui a construção de um<br />

contorno com pistas duplas, acostamentos,<br />

7 viadutos, galerias de<br />

águas, drenagem, em resumo: tudo<br />

aquilo que o atual não tem. “É uma<br />

obra muito cara, custará 150 milhões<br />

de reais. Nós não temos o dinheiro,<br />

mas vamos buscar recursos,<br />

disse o prefeito”.<br />

Nem todos os problemas são<br />

enormes e suas soluções não dependem<br />

de tanto dinheiro. Os moradores<br />

do Cidade Alta II cobraram do<br />

prefeito, a realização do “campinho”<br />

ao lado do ginásio. Ulisses respondeu<br />

que “em breve o campo estará<br />

à disposição da comunidade”, e<br />

completou dizendo que, “o vereador<br />

Bravin, aqui do meu lado, está<br />

me dizendo que foi um projeto dele.<br />

Tá certo. A gente não faz nada sozinho.<br />

A câmara nos ajuda muito.”<br />

A maioria das questões levantadas<br />

pelos moradores encontraram<br />

respostas diretamente da boca<br />

do prefeito e quando não, respondia<br />

um secretário. Entre os pedidos<br />

e reclamações estão: Atuação da patrulha<br />

do som para coibir abusos<br />

nas festas que acontecem em chácaras<br />

nos fins de semana, uma moradora<br />

do jardim paraíso reclamou<br />

do atendimento no posto de saúde,<br />

teve quem pediu uma ATI, mas também,<br />

quem como o Flávio que pediu<br />

respeito no uso das vagas de estacionamento<br />

destinadas a pessoas<br />

com necessidades especiais no centro<br />

da cidade.<br />

Flávio é pai de uma garotinha<br />

que tem direito à vaga, mas toda<br />

vez que precisa ir ao centro encontra<br />

a vaga ocupada por quem não<br />

tem direito. Outras reclamações: A<br />

eterna falta de vagas nas creches,<br />

colocação de quebra-molas, mais<br />

rondas policiais nos bairros, construção<br />

de um centro comunitário<br />

no Jardim Madrid, interligação das<br />

ciclovias, construção dos parques<br />

lineares e demora no atendimento<br />

odontológico.<br />

Para tudo Ulisses teve uma resposta.<br />

Notamos que a maioria dos<br />

que fizeram pedidos e reclamações<br />

aproveitaram o momento para agradecer<br />

algo que a administração havia<br />

atendido. Foram muitos agradecimentos<br />

e até orações.<br />

A prefeitura no bairro funciona.<br />

Além do prefeito Ulisses Maia,<br />

participaram do encontro, o viceprefeito,<br />

Edson Scabora, os vereadores<br />

William Gentil, Mário Verri,<br />

Belino Bravin, Do Carmo e Sidnei<br />

Telles.■


Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 5<br />

EDSON SCABORA<br />

UM VICE NA COLA DE ULISSES<br />

“Nós atendemos a agenda praticamente juntos, atuo até como conselheiro do prefeito.” (Edson Scabora)<br />

O <strong>FATO</strong> <strong>MANDACARU</strong> é um jornal comunitário do mundo que aborda temas de cunho social, e a política através do sistema democrático é o principal<br />

fator de construção de uma sociedade justa e igualitária. A figura do vice, em qualquer âmbito dos cargos públicos sempre foi renegada a um<br />

zero à esquerda, bem por isso, nossa redação decidiu conversar com o Vice- Prefeito de Maringá Edson Scabora, sobre suas reais funções<br />

na administração pública do município e entender também como ele pensa a cidade no senso de aglomeração humana.<br />

Ligiane Ciola, Jornalista Responsável na foto com o Vice-Prefeito Scabora<br />

Entrevista de: Ligiane Ciola e J.C . Leonel<br />

Ligiane Ciola: O que o senhor<br />

está fazendo para mudar o imaginário<br />

coletivo que vê o vice-prefeito<br />

como alguém que nada faz?<br />

Edson Scabora: “O viceprefeito<br />

geralmente é aquele sujeito<br />

que pagou a campanha ou pertence<br />

a um partido que tem um bom<br />

tempo de televisão; então, normalmente<br />

não tem nenhuma afinidade<br />

entre prefeito e vice, são meros<br />

acordos políticos. O problema é<br />

que após as eleições essa fórmula<br />

não funciona pois o prefeito passa<br />

a atuar praticamente sozinho, só<br />

na ausência do prefeito é que o vice<br />

assume mas não dá continuidade<br />

ao trabalho, aliás na maioria dos<br />

casos o vice não faz nada, fica lá<br />

no seu gabinete, é só uma figura<br />

que assina papéis. No meu caso e<br />

do Ulisses, é bem diferente. Existe<br />

uma cumplicidade muito grande<br />

entre nós. Eu estou no dia a dia, todo<br />

o tempo na sala dele. Nós atendemos<br />

a agenda praticamente juntos.<br />

Isso faz com que eu cumpra a<br />

real obrigação do vice-prefeito.”<br />

Ligiane Ciola: Mas qual é a<br />

verdadeira função do viceprefeito?<br />

Edson Scabora: “Eu acho que<br />

a função do vice-prefeito é justamente<br />

esta. Estar junto com o prefeito,<br />

atento a tudo e no meu caso<br />

até como conselheiro do prefeito.<br />

Não houve nesse um ano e dois<br />

meses de mandato, nenhuma<br />

ação do Ulisses que eu não tivesse<br />

ciência e aprovasse. Fica muito fácil<br />

quando ele sai de férias como<br />

aconteceu em janeiro, a minha atuação<br />

como prefeito interino. Para<br />

que vocês tenham uma ideia, o<br />

acordo com a TCCC fui eu que fechei,<br />

mas não fui eu que fechei, foi<br />

a administração que fechou, pois<br />

nós dois juntos havíamos tratado<br />

desse assunto. Essa é a maneira<br />

correta de governar uma cidade.”<br />

Ligiane Ciola: O senhor nunca<br />

havia exercido um cargo público.<br />

Como foi que o professor Scabora<br />

terminou na política?<br />

Edson Scabora: ”Por incrível<br />

que pareça não enfrentei nenhum tipo<br />

de conflito pois minha experiência<br />

é empresarial. Estou gerenciando<br />

uma escola há 30 anos e participo<br />

também do Rotary, Maçonaria,<br />

Associação Comercial; já o<br />

Ulisses, tem 30 anos de vida pública.<br />

Nós em modo natural juntamos<br />

o que há de bom na vida pública<br />

com a experiência empresarial.<br />

Para mim, a gestão é maravilhosa,<br />

estamos desburocratizando<br />

a máquina, agilizando processos e<br />

transformando Maringá em uma cidade<br />

melhor ainda do que ela já<br />

é.”<br />

Ligiane Ciola: Na edição anterior<br />

de O <strong>FATO</strong> <strong>MANDACARU</strong>, o<br />

presidente da Associação Comunitária<br />

do Jardim Alvorada disse que<br />

pretende reivindicar a criação de<br />

uma vice-prefeitura para o bairro,<br />

como o senhor vê essa ideia?<br />

Edson Scabora: “É uma das<br />

nossas ideias. Ouvindo a população<br />

a gente descobre o que ela<br />

quer e precisa. A ideia é muito bacana,<br />

agora nem tudo depende só<br />

do executivo e precisamos ouvir<br />

também o pessoal técnico da administração<br />

pública.”<br />

Ligiane Ciola: Hoje o senhor<br />

está diretamente envolvido em algum<br />

projeto da administração?<br />

Edson Scabora: “Aqui as coisas<br />

não funcionam assim, muitos<br />

me perguntam: Você é um secretário?<br />

Eu digo, não, sou o viceprefeito.<br />

Todas as ações da prefeitura<br />

eu estou junto com o Ulisses.<br />

Todas, não existe nenhuma obra,<br />

nenhum projeto que eu não saiba<br />

o que está acontecendo e eu não tenha<br />

efetiva participação.”<br />

J.C. Leonel: O senhor tem ambições<br />

políticas? (A essa pergunta<br />

Scabora reage com um largo sorriso<br />

antes de responder).<br />

Edson Scabora: “Rapaz,<br />

quem entra na política parece que<br />

é picado pela “mosquinha azul”. A<br />

gente tem sim ambições políticas,<br />

daqui há 3 anos nós tentaremos a reeleição<br />

e depois disso aí sim, quem<br />

sabe a gente se empolgue e se candidate<br />

a prefeito de Maringá.”<br />

J.C. Leonel: Quais são os projetos<br />

para <strong>2018</strong>?<br />

Edson Scabora: “Muita coisa,<br />

muitas obras. Já vai sair esse ano<br />

ainda, até dezembro ficará pronto<br />

o Hospital da Criança, uma grande<br />

conquista para Maringá. Teremos<br />

também a duplicação da Avenida<br />

Carlos Borges que será a mais<br />

bonita de Maringá. Agora o que<br />

vislumbramos para Maringá são<br />

locais públicos belos como espaço<br />

de convivência nos bairros e atrativos<br />

para os turistas no centro. No<br />

total são 54 obras em andamento<br />

que somam aproximadamente R$<br />

150 milhões de investimento.”<br />

J.C. Leonel: O senhor fala de<br />

obras, mas nós estamos interessados<br />

em saber como a Maringá que<br />

lidera o ranking de IDH no Brasil,<br />

resolverá o problema dos mais de<br />

300 moradores de rua que hoje temos?<br />

Quais são os projetos sociais<br />

que incluem esses seres humanos,<br />

cidadãos que por algum motivo foram<br />

empurrados para a margem da<br />

sociedade?<br />

Edson Scabora: “Existe uma<br />

comissão permanente que discute<br />

o problema, inclusive o promotor<br />

Kalache faz parte dela. O problema<br />

de moradores de rua, de usuários<br />

de drogas, é que eles só vão ao<br />

tratamento se eles se voluntariarem,<br />

essa é uma grande dificuldade.<br />

Há dinheiro para o tratamento<br />

e existem os locais, agora o que<br />

não existe é a vontade dessas pessoas<br />

quererem ir. Esse trabalho já<br />

é feito, já existe. Eu insisto, já é feito<br />

um trabalho através da SASC<br />

mas enquanto a pessoa não se voluntariar<br />

a ir se tratar, a gente não<br />

pode fazer nada. Infelizmente é assim<br />

que funciona a nossa lei. No<br />

meu ponto de vista, quem hoje usa<br />

drogas, tá numa situação psicológica<br />

que não tem mais força sobre<br />

si mesmo. Nesses casos não deveria<br />

existir o voluntariar-se. Eu<br />

acho que aí a pessoa deveria compulsoriamente<br />

ser levada a um local<br />

para se tratar, mas infelizmente<br />

a lei não é assim. A pessoa tem que<br />

querer mas muitas vezes se perde a<br />

vida da pessoa porque ele não quis<br />

ir e a lei não nos permite forçar a<br />

ida dele ao tratamento”.<br />

Ligiane Ciola: Como o senhor<br />

avalia esse primeiro ano de governo?<br />

Edson Scabora: “Tivemos<br />

uma revolução na saúde. Nós praticamente<br />

zeramos as filas das consultas<br />

especializadas. O Jair que é<br />

nosso secretário, entende muito da<br />

logística da saúde e com poucas<br />

mudanças obteve resultados relevantes.<br />

Nos serviços públicos, nós<br />

praticamente estamos cortando 10<br />

vezes mais árvores e plantando praticamente<br />

o triplo do que plantava<br />

antes. Em resumo, avançamos muito<br />

apesar de ser nosso primeiro<br />

ano de mandato.”■


Pág. 6 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! Jornal Comunitário de Maringá | Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong><br />

QUEM TEM MEDO DO MST?<br />

“Se não fosse o MST, pode ter certeza que teríamos muito mais violência no campo.” (José Damasceno)<br />

J.C. Leonel<br />

LONDRINA • O Movimento<br />

dos Agricultores Sem Terra teve<br />

origem na década de 70 opondo-se<br />

ao modelo de reforma agrária<br />

proposto pelo regime militar que<br />

priorizava a colonização de terras<br />

em regiões remotas da nação,<br />

enquanto agricultores queriam a<br />

desapropriação e redistribuição das<br />

terras improdutivas, como previsto<br />

na Constituição brasileira.<br />

Por que o MST nasceu no Paraná<br />

e por que no Oeste?<br />

No início dos anos 80, o Paraná<br />

acelerava a implantação de um modelo<br />

agrícola baseado na mecanização<br />

da lavoura. O “avanço” se<br />

adaptava a culturas agrícolas que<br />

empregam pouca mão de obra. Soja,<br />

milho e trigo em substituição a<br />

café, arroz, feijão e algodão fez engrossar<br />

a fila dos desempregados<br />

no campo. Outro fator que agravou<br />

a situação no Estado foi a construção<br />

da barragem de Itaipu, que desapropriou<br />

terras produtivas e obrigou<br />

agricultores e trabalhadores a<br />

procurarem novas oportunidades<br />

em outras regiões do Paraná. Obviamente<br />

só encontraram muitos outros<br />

desempregados do campo. Em<br />

1984, veio a oficialidade. Agricultores<br />

de 12 Estados da União participaram<br />

em Cascavel no Paraná, ao<br />

1º encontro dos trabalhadores rurais<br />

sem terra.<br />

Feirão da Resistência e da Reforma<br />

Agrária “É exercício pedagógico<br />

com a sociedade.”<br />

Dia 10 de Março, o barracão do<br />

3241 da Avenida Duque de Caxias<br />

de Londrina, ocupado pela associação<br />

dos artistas de rua, dito MARL,<br />

dividiu espaço pela oitava vez com<br />

o Feirão da Resistência e da Reforma<br />

Agrária. Foi lá que encontramos<br />

José Damasceno, membro da<br />

coordenação estadual do MST no<br />

Paraná, que é categórico sobre o tema:<br />

“Se não fosse a luta desses trabalhadores<br />

durante os 34 anos de<br />

existência do MST, o tema da reforma<br />

agrária já teria saído da pauta<br />

da sociedade brasileira e da agenda<br />

política dos governantes.”<br />

Natureza, função e meta<br />

Sobre a natureza do movimento<br />

Damasceno disse a O <strong>FATO</strong><br />

<strong>MANDACARU</strong>: “ São Homens,<br />

mulheres e crianças que reivindicam,<br />

e lutam pelo direito a cultivar<br />

terras não produtivas ou que não<br />

cumprem suas funções sociais.<br />

Nosso objetivo principal é a reforma<br />

agrária”.<br />

Sobre a função do movimento,<br />

Damasceno divide o tema em três<br />

partes: “O MST em primeiro lugar<br />

cumpre exatamente o papel de pressionar<br />

as autoridades para que não<br />

deixem de pautar a reforma agrária<br />

na agenda política. A segunda função<br />

é fazer a reforma agrária acontecer.<br />

E muito mais do que lutar pelas<br />

desapropriações de terras improdutivas<br />

ou griladas, a função do<br />

MST é gerar empregos, gerar renda<br />

para as famílias“.<br />

O feirão da resistência é para o<br />

membro do MST um exercício pedagógico<br />

que visa aproximar a população<br />

àquilo que o MST produz<br />

de bom, alimentos livres de agrotóxicos.<br />

Verduras, frutas, embutidos,<br />

conservas, tudo orgânico e de excelente<br />

qualidade e faz contraponto<br />

ao agronegócio. “Aqui se trata de<br />

produzir alimento saudável, diz Damasceno,<br />

e não simplesmente produzir<br />

para exportar. Se trata de alimentar<br />

as famílias assentadas, gerar<br />

empregos no campo e produzir<br />

alimentos saudáveis para a sociedade.<br />

Enquanto o agronegócio produz<br />

pensando no equilíbrio da balança<br />

comercial, produz só soja para<br />

servir de ração para rebanhos europeus<br />

e não deixa nada na mesa do<br />

brasileiro, a reforma agrária em curso<br />

com seus assentamentos faz o<br />

contrário; nós levamos o alimento<br />

direto para a mesa do brasileiro e<br />

não envenenamos a terra, as águas<br />

e os cidadãos. Esse é o futuro para o<br />

mundo todo. Produzir alimentos saudáveis<br />

dá certo”.<br />

Se nos Feirões da resistência<br />

de Londrina que acontecem sempre<br />

no segundo sábado de cada<br />

mês, sempre no MARL, é possível<br />

encontrar-se com a qualidade dos<br />

produtos orgânicos do MST, pode<br />

ser que não baste a render ideia da<br />

dimensão do feito a nível nacional.<br />

Informação sobre isso, porém não<br />

falta. A internet está lotada de dados<br />

oficiais que comprovam que a<br />

José Damasceno - Membro da<br />

Coordenação Estadual do MST no Para.<br />

teoria de Damasceno está funcionando.<br />

No ano passado, o MST se<br />

tornou o maior produtor de arroz orgânico<br />

da América Latina. A safra<br />

no Rio Grande do Sul foi de mais<br />

de 27 mil toneladas, produzidas em<br />

22 assentamentos e envolvendo<br />

616 famílias gaúchas. O movimento<br />

já tem também em sua coleção, o<br />

recorde na produção de sementes<br />

não transgênicas.<br />

Quem tem medo do MST?<br />

Mas se tudo isto está dando certo<br />

porque ainda há tanta rejeição ao<br />

MST por parte da sociedade? A resposta<br />

está na ponta da língua do<br />

mesmo José Damasceno: “A mídia<br />

empresarial deste país nos taxa de<br />

baderneiros, e por muito tempo não<br />

tivemos meios e espaço para responder,<br />

mas hoje digo: Se não fosse<br />

o MST pode ter certeza que teríamos<br />

muita violência no campo.<br />

O MST não ocupa terras, o MST<br />

orienta pessoas que já iam ocupar<br />

terras independentemente dele existir<br />

ou não. Nós somos contra a violência<br />

e na verdade somos vítimas<br />

dela. O MST é um movimento que<br />

luta pela vida e bem por isso é pacifico,<br />

ele não agride a vida nem o meio<br />

ambiente”.■


Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 7<br />

MARINGÁ • Pelos arredores<br />

do câmpus-sede da Universidade<br />

Estadual de Maringá caminhava,<br />

com frequência, nos idos dos anos<br />

80 e 90, um homem esguio, de<br />

sotaque carregado, cigarro quase<br />

sempre à boca, à procura de<br />

novidades. Caminhava.<br />

Hoje, a limitação física impõe limites<br />

a Manuel José Espech de<br />

Almeyda, pelo menos no deslocamento.<br />

A esta altura, o leitor deve estar<br />

se perguntando quem é este tal de<br />

Manuel. Calma, como ele próprio<br />

costuma dizer quando questionado,<br />

por exemplo, se consegue abrir o<br />

portão da residência sem ajuda, pois<br />

afinal o personagem sobre o qual estamos<br />

falando é deficiente visual.<br />

Perdeu a segunda visão, a do<br />

olho esquerdo, há alguns anos, em decorrência<br />

de uma doença degenerativa<br />

na retina. Como já não enxergava<br />

com o outro olho, acabou ficando praticamente<br />

cego. O máximo que consegue<br />

ver é o contorno da fisionomia<br />

de uma pessoa a uma distância média<br />

de um metro, ou identificar se a roupa<br />

alheia tem listras ou não.<br />

Deslocar-se, porém, somente<br />

com a ajuda de uma bengala. A esta<br />

altura, creio que uma boa parte dos<br />

leitores deve ter adivinhado de<br />

quem estou falando. Chileno de<br />

nascimento, brasileiro de coração,<br />

Manolo, como é conhecido entre<br />

os amigos, é um personagem ímpar,<br />

para ficar no jargão acadêmico,<br />

um homem de princípios, valores<br />

e crenças políticas imutáveis.<br />

Define-se como um marxista<br />

reformista, o que não significa, deixa<br />

bem claro, fazer concessão à ideologia<br />

que defendeu a vida inteira.<br />

Antes de tudo, gosta de se apresentar<br />

como um democrata.<br />

O RESGATE DA MEMÓRIA:<br />

OFÍCIO DE UM DEMOCRATA<br />

NASCIDO NO CHILE<br />

No Brasil há pelo menos 30 anos, o historiador e geógrafo fez amigos, militou na UEM, e se especializou em<br />

escrever memoriais de sindicatos, prefeituras e outras instituições<br />

Paulo Pupim<br />

Quando ainda podia caminhar<br />

por conta, Manolo acompanhava o<br />

trabalho do Diretório Central dos<br />

Estudantes, conversava com os acadêmicos,<br />

professores e funcionários<br />

da UEM, participava de campanhas<br />

eleitorais na instituição, e chegou<br />

a integrar a equipe do ex-reitor<br />

Fernando Ponte de Souza, entre<br />

1986 e 1990. Formado em História<br />

e Geografia, Manolo deu aulas na<br />

Universidade Federal do Mato<br />

Grosso e dedicou parte da vida profissional<br />

a elaborar o resgate histórico<br />

de diversas instituições, a maioria<br />

na forma de livros.<br />

Escreveu a memória da Cohapar<br />

de Londrina, a antiga Cooperativa<br />

Habitacional do Paraná, e da<br />

Associação dos Docentes da UEM<br />

(Aduem), além de ter elaborado e<br />

montado o arquivo históricotemático<br />

do DCE da UEM e do Sindicato<br />

dos Empregados em Estabelecimentos<br />

de Saúde de Londrina.<br />

Por gostar muito deste trabalho,<br />

ainda procura oportunidades para<br />

continuar desenvolvendo a atividade,<br />

com foco inclusive nas prefeituras,<br />

porque, afinal, criou a metodologia<br />

aplicada na elaboração dos memoriais.<br />

Metodologia esta baseada<br />

na construção da história oral, consulta<br />

em arquivos de órgãos públicos<br />

abertos (quando necessário), e<br />

consulta em arquivos particulares<br />

abertos de entidades privadas e arquivos<br />

pessoais da comunidade. A<br />

pesquisa engloba arquivos digitais,<br />

revistas, jornais e outras fontes escritas<br />

e iconográficas.<br />

Ao mesmo tempo, Manolo faz<br />

do dia a dia uma constante maratona<br />

para cumprir os compromissos<br />

daquilo que considera importante,<br />

numa prova cabal de que a limitação<br />

física não impôs restrições à militância<br />

dele.<br />

Preside o Instituto Paranaense<br />

de Estudos Geográficos, Econômicos,<br />

Sociais e Políticos (Ipegesp),<br />

uma ONG criada por ele, recebe estudantes<br />

e amigos em casa para conversas<br />

sobre a situação política e<br />

econômica brasileira, vai, com a<br />

ajuda de amigos, às manifestações<br />

públicas, e ainda encontra tempo<br />

para ministrar palestras e cursos.<br />

O conteúdo abordado vai de ensinamentos<br />

sobre direitos humanos,<br />

passando pela história socioeconômica<br />

da América Latina, até<br />

tópicos envolvendo geopolítica e a<br />

formação do Estado brasileiro. Das<br />

conquistas já alcançadas, ele se orgulha<br />

de ter contribuído para aprovar<br />

vários estudantes carentes em<br />

vestibulares. Como? Dando aulas<br />

gratuitas aos jovens, direcionadas<br />

principalmente ao período histórico-político<br />

brasileiro de 1930 aos<br />

dias atuais.<br />

Figura querida em boa parte da<br />

comunidade universitária, daquelas<br />

sobre quem não conhece ao menos<br />

já ouviu falar, Manolo acredita<br />

num País melhor, com mais justiça<br />

social, porém com a providencial<br />

ajuda de um estadista que tenha, para<br />

apresentar ao eleitorado, um projeto<br />

de Nação.■


Pág. 8 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! Jornal Comunitário de Maringá | Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong><br />

PREFEITURA INVESTE MAIS DE R$ 840 MIL<br />

NA CONSTRUÇÃO DE SALÕES COMUNITÁRIOS<br />

A Prefeitura de Maringá investe<br />

mais de R$ 840 mil para<br />

construção de salões comunitários<br />

no Jardim Sumaré e no Conjunto<br />

Branca Vieira.<br />

Os novos salões contarão com<br />

área de serviço, cozinha, sanitários<br />

masculino e feminino, bicicletário,<br />

estacionamento e vagas específicas<br />

para pessoas com deficiência e<br />

idosos. As obras dos salões estão<br />

em andamento.<br />

No Sumaré, após a fundação, é<br />

finalizado o levantamento da estrutura<br />

predial para receber a cobertura.<br />

O prédio do Branca Vieira, já coberto,<br />

receberá piso e contará com<br />

obras para o fechamento da estrutura.<br />

Além de contemplar novos bairros<br />

com um espaço de integração para<br />

a comunidade, a administração realizou<br />

melhorias nos 28 salões já<br />

existentes com a destinação de ventiladores<br />

e contêineres de lixo.<br />

Na próxima segunda, dia 12, às<br />

19h30, a administração iniciará a<br />

entrega de bebedouros no Salão Comunitário<br />

do Conjunto Cidade<br />

Alta (Rua Ataulfo Alves - ao lado<br />

da UBS do bairro).<br />

Os salões comunitários são disponibilizados<br />

a associações de moradores,<br />

culturais, desportivas, de<br />

assistência social e afins para a comunidade<br />

do bairro.<br />

As associações são responsáveis<br />

pelos serviços de manutenção dos salões<br />

para as boas condições de uso.<br />

A administração custeia as despesas<br />

mensais de água e luz dos salões<br />

até R$ 300,00.<br />

As associações de moradores de<br />

bairro podem efetuar a locação do salão<br />

para atividades de interesse particular,<br />

com ou sem fins lucrativos.<br />

Os recursos da locação são destinados<br />

a melhorias da entidade.■<br />

PROJETO ESCOLA ABERTA<br />

OFERECE ESPAÇO DE<br />

LAZER PARA A COMUNIDADE<br />

O Projeto Escola Aberta tornou-se<br />

espaço de lazer e entretenimento<br />

esportivo para comunidade<br />

de Maringá. Promovido pela Secretaria<br />

de Educação, o projeto disponibiliza<br />

durante a semana o uso<br />

de quadras esportivas de 38 escolas<br />

municipais. Em 2017, quando o<br />

projeto começou, foram autorizados<br />

242 termos de permissão de<br />

uso e neste ano 153.<br />

O espaço pode ser utilizado de<br />

segunda a sexta, das 18h00 às<br />

22h00, e aos finais de semana até<br />

às 22h00.<br />

Sem exigência de taxa de pagamento,<br />

o usuário deve se responsabilizar<br />

pelos cuidados essenciais<br />

do espaço público. “Para utilizar a<br />

quadra, o interessado deve comparecer<br />

na sede da secretaria (Av. Itororó,<br />

867) e preencher um requerimento<br />

identificando o nome da escola,<br />

dia e horário de interesse para<br />

utilização”, explicou a Secretária<br />

de Educação, Valkiria Trindade.<br />

O responsável recebe um termo<br />

de permissão de uso e a cópia<br />

deve ser entregue na escola no<br />

dia do uso.<br />

A maior demanda dos requerimentos<br />

está relacionada à prática<br />

esportiva. “O projeto cria a<br />

apropriação do espaço público<br />

pela comunidade, promovendo a<br />

integração cultural, esportiva e<br />

social. Entretanto, é necessária<br />

a consciência da cuidar do espaço<br />

público e de todos os equipamentos<br />

oferecidos”, afirmou Valkiria<br />

Trindade■<br />

Saiba Mais:<br />

Secretária de Educação – SEDUC<br />

Av. Itororó, 867, Zona 02.<br />

O funcionamento é de:<br />

Segunda a sexta-feira das<br />

8h00 às 11h30 e das<br />

13h30 às 17h00.<br />

Fonte:<br />

Assessoria de imprensa da Prefeitura de Maringá<br />

PRAZO PARA SOLICITAR<br />

PASSE LIVRE DO ESTUDANTE<br />

É PRORROGADO ATÉ<br />

30 DE <strong>ABRIL</strong><br />

A Secretaria de Mobilidade<br />

Urbana (SEMOB) prorrogou o prazo<br />

para solicitar o passe livre de estudante,<br />

que era até 31 de março,<br />

para 30 de abril.<br />

A prorrogação é para atender a<br />

demanda de alunos que ainda não<br />

solicitaram o benefício. Dos 26 mil<br />

estudantes que têm direito, 23.104<br />

efetuaram os pedidos. Ainda restam<br />

cerca de 3 mil vagas abertas para<br />

novas solicitações. O pedido pode<br />

ser feito pelo site da prefeitura<br />

(www2.maringa.pr.gov.br).<br />

Estudantes do ensino fundamental,<br />

médio e superior têm direito,<br />

desde que residem no mínimo 1<br />

Km distante da instituição de ensino,<br />

obrigatoriamente em Maringá<br />

ou distritos de Iguatemi e Floriano.<br />

O cartão é retirado, após 20 dias<br />

úteis, na instituição onde o aluno<br />

está matriculado.<br />

Para quem já tem o cartão e precisa<br />

recarregar e, caso necessário,<br />

atualizar informações, isso também<br />

deve ser feito pelo site da prefeitura.<br />

A validação do cartão é feita<br />

depois de 5 dias úteis, pela catraca<br />

do ônibus.<br />

No momento do cadastro, o estudante<br />

pode escolher quatro opções<br />

de linhas para trafegar. São<br />

concedidos dois passes diários,<br />

com integração se necessário.<br />

O vale-transporte só funciona<br />

nas catracas durante o turno que o<br />

aluno está matriculado. Não são<br />

atendidos estudantes do préescolar,<br />

pré-vestibular, curso profissionalizante,<br />

pós-graduação e<br />

curso à distância.■<br />

Saiba Mais:<br />

Secretaria de Mobilidade<br />

Urbana - SEMOBde Maringá - PR<br />

(44) 3221-8526


Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 9<br />

ITÁLIA: UMA GERAÇÃO DE TRABALHADORES<br />

PRECÁRIOS, EXPLORADOS E MAL PAGOS<br />

“Valemos menos do que a carne que cozinhamos... Eis o que poderá acontecer também com vocês brasileiros se não<br />

reagirem agora... Reajam rápido ou terminarão muito pior do que nós italianos”. (Marco Alfarano)<br />

Ora e labora - Caros amigos brasileiros, no curso dos<br />

séculos brasileiros e italianos se revezaram num migrar<br />

contínuo do Brasil para a Itália e da Itália para o Brasil,<br />

mas hoje percebe-se que tanto aqui como aí, não há<br />

futuro sereno para o trabalhador.<br />

Marco Alfarano<br />

LECCE / ITÁLIA • Soube através<br />

de amigos que vossos representantes<br />

no congresso eliminaram direitos<br />

importantes relativos à relação patrão<br />

e empregado. Poucos anos atrás, nós<br />

italianos também assistimos calados o<br />

desmontar da lei que reservava<br />

g a r a n t i a s a o s t r a b a l h a d o r e s ,<br />

especialmente a eliminação do artigo<br />

18, pilar mestre da lei trabalhista.<br />

A última crise econômica na Europa<br />

levou a maioria dos países a perderem<br />

a soberania perante a União Europeia<br />

e a colossal nação alemã, que não<br />

perde o vício de conduzir o continente<br />

a estradas perigosas.<br />

A austeridade imposta destruiu as<br />

relações de trabalho e os países ricos,<br />

jogaram os países pobres no precipício.<br />

A regra é essa em toda a Europa,<br />

mas agora quero descrever o quadro<br />

do trabalho precário e dos contratos<br />

intermitentes que vigem na Itália, país<br />

de onde lhes escrevo. Ora et labora,<br />

trabalha e reza. Quando digo essa<br />

frase, creio que num primeiro momento<br />

vocês pensarão que estou falando<br />

de rezar para Deus como determina a<br />

regra da ordem dos padres Beneditinos,<br />

mas lhes garanto que não tem<br />

nada a ver.<br />

Com o fim das garantias dos trabalhadores,<br />

nós italianos ouvimos<br />

promessas como: “A flexibilidade vos<br />

fará ganhar mais trabalhando<br />

menos”; mas na verdade é que para<br />

podermos trabalhar, somos obrigados<br />

a ajoelhar-nos aos pés do patrão e<br />

rezar para que nos mantenha. Há poucos<br />

dias, Mario Draghi, presidente do<br />

BCE - Banco Central Europeu, afirmou:<br />

“Recuperados todos os empregos<br />

perdidos durante a crise”. Certamente<br />

ele não vive no sul da Itália<br />

onde a situação é mais grave.<br />

Após a reforma da lei trabalhista<br />

completada pelo governo do primeiro<br />

ministro Matteo Renzi que, passandose<br />

por homem de esquerda nos vendeu<br />

um pacote que na verdade agrada<br />

somente a partidos, políticos, bancos e<br />

bolsas de valores. Com o fim da estabilidade<br />

no trabalho e com os novos<br />

contratos precários, o mercado do<br />

trabalho efetivamente se movimentou.<br />

Mas em que modo? Contatos sem<br />

algum valor efetivo e que facilitam as<br />

demissões. Quero citar alguns exemplos<br />

que creio já acontecem no Brasil<br />

ou que certamente acontecerão, já que<br />

a vossa lei trabalhista também perdeu<br />

peças importantes.<br />

Jovens - Um jovem que acaba de<br />

sair da escola média ou até mesmo um<br />

recém-formado pode em modo mais<br />

rápido e fácil encontrar o Santo Graal.<br />

Mas o que acontece quando finalmente<br />

encontra algo? No sul da Itália,<br />

muitas empresas pararam na idademédia<br />

e o novo empregado encontrará<br />

computadores lentos e velhos, equipamentos<br />

ultrapassados, ausência de<br />

qualquer período de formação e locais<br />

de trabalho que não são idôneos para<br />

garantir a integridade física e mental<br />

do subordinado.<br />

Com esse cartão de visita, muitos<br />

pseudos empreendedores pretendem<br />

obter candidatos o máximo de formação,<br />

a máxima disponibilidade de<br />

tempo, conhecimento de pelo menos 3<br />

línguas, solteiras e sem filhos se forem<br />

mulheres, que aceitem ganhar salário<br />

mínimo depois de estagiar por meses e<br />

meses sem receber nada.<br />

Sem estudo, podem-se fazer<br />

somente duas coisas: abrir uma<br />

empresa individual, sei que por aí<br />

chamam de MEI, aqui são as “partita<br />

iva”, ou aceitar qualquer oferta que<br />

lhes façam sem registro, sem direito a<br />

previdência, férias, 13° e direitos que<br />

não deveriam ser negociáveis.<br />

Over 40 - Nestes casos as empresas<br />

agem em modo mitológico. Em se<br />

tratando de pessoas com boa experiência<br />

de vida e trabalho, se poderia<br />

imaginar que o tratamento seria mais<br />

decente. Não. Hoje em dia na Itália, a<br />

experiência de um trabalhador é considerada<br />

um grande problema. Mas<br />

por que isso? Não querem ser confrontados<br />

por quem conhece os próprios<br />

direitos e a profissão melhor do<br />

que eles. O trabalhador acima dos 40<br />

costuma ouvir daquele que pode lhe<br />

dar uma chance, as seguintes frases:<br />

“Sei brucciato, você está queimado.<br />

Tem muita experiência para aquilo<br />

que nos serve. Teu perfil e teu currículo<br />

tem um nível muito alto para nós”.<br />

Procuram por quem possam explorar<br />

sem provocar reações. Ora et labora.<br />

Quem está acima dos 40 deve esconder<br />

um pouco do que sabe e excluir do currículo<br />

coisas que metem medo.<br />

A maioria dessas empresas que<br />

brindam a chegada desse tipo de relação<br />

com o trabalhador, são guiadas<br />

por famílias que enriqueceram explorando<br />

seus empregados mesmo antes<br />

da abolição da nossa CLT.<br />

Mulheres - Devem ser jovens,<br />

belas e aceitarem salários menores<br />

que os dos homens, mesmo quando<br />

isso parece impossível. Mas o calvário<br />

das mulheres não termina aí. Devem<br />

submeter-se às piadas deselegantes<br />

dos colegas e do patrão e, naturalmente<br />

sofrer contínuos assédios do tipo<br />

sexual e ainda, fingirem que se trata de<br />

brincadeiras, devem rir de tudo, até<br />

não suportarem e se demitirem sem<br />

direito a nada, deixando espaço para<br />

novas vítimas.<br />

São operárias, atendentes nos<br />

cafés, lojas, escritórios, restaurantes,<br />

hotéis, enfim, as encontre em todos os<br />

lugares, mas nunca são as mesmas.<br />

Valemos menos do que a carne que<br />

cozinhamos. No sul da Itália as coisas<br />

pioram, pois nos pagam no máximo<br />

500 euros por meio período de trabalho,<br />

mas nos fazem trabalhar o dia<br />

inteiro e até, a fazer horas extras que<br />

não nos pagarão jamais.<br />

Permanecemos todos calados.<br />

Queria falar coisas boas mas não há<br />

nada de bom para dizer. Não acontecerá<br />

jamais uma mudança no mercado<br />

do trabalho, pois nos fazem lutar pelas<br />

migalhas que nos jogam e que como<br />

loucos disputamos. Eis o que poderá<br />

acontecer também com vocês brasileiros<br />

se não reagirem agora.<br />

Não há futuro sem uma lei que<br />

garanta pelo menos a dignidade. Isso<br />

todo trabalhador merece.■


Pág. 10 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! Jornal Comunitário de Maringá | Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong><br />

A ONÇA NÃO É O MAIOR PROBLEMA<br />

Professor de História percorre 10.600km sobre uma moto em um ano para dar aulas<br />

às crianças que vivem na floresta e as margens dos rios amazônicos.<br />

Sou Antonio Luiz do Nascimento Júnior, mineiro de nascença, mas<br />

paraense de adoção. Atualmente vivo na cidade de Altamira, sou Historiador e Professor de História do Ensino Médio e<br />

Atuo em uma modalidade de ensino chamado Sistema Modular de Ensino (SOME), onde cobrimos anualmente<br />

04 localidades, ficando cerca de 50 dias em cada uma delas completando assim os 200 dias letivos.<br />

Antonio Luiz do Nascimento Júnior Historiador<br />

ALTAMIRA DO PARÁ • Em meu<br />

trabalho geralmente fico de segunda a<br />

sexta feira na localidade, deixo em casa<br />

minha esposa e minha filha e parto para<br />

a “Casa dos Professores”. Estas casas<br />

na grande maioria das vezes, são<br />

alugadas pelas prefeituras locais. São<br />

casas em áreas isoladas, em péssimas<br />

condições de habitação e comumente<br />

“visitadas” por animais peçonhentos.<br />

Meu traslado é custeado por mim<br />

mesmo. Quando vou para localidades<br />

ribeirinhas (povos das águas), geralmente<br />

vou de barco ou “catraias” (pequenas<br />

embarcações com um motor<br />

rabeta), voadeira, ou barco motor.<br />

As travessias do Rio Amazonas em<br />

catraias eram realmente muito perigosas,<br />

uma vez que não era raro ser surpreendido<br />

por temporais no meio da<br />

travessia. Quando vou para “povos do<br />

campo”, (agricultores) ou “povos da<br />

floresta” (povos indígenas e quilombolas),<br />

a viagem é feita de caminhão, ônibus<br />

e na maioria das vezes, de moto.<br />

De igual modo, as viagens são<br />

custeadas por nós os professores. Sob<br />

as mais distintas circunstâncias, poeira,<br />

lama, atoleiros e outras dificuldades.<br />

Sempre se diz: “estou saindo, mas<br />

não sei que hora chegarei”.<br />

Quanto ao transporte dos alunos,<br />

geralmente é feito por pessoas contratadas<br />

pelas prefeituras que alugam<br />

seus veículos para tal serviço. Os alunos<br />

dos povos do campo e povos da<br />

floresta, geralmente vão para a escola<br />

de ônibus, de vãs, na carroceria de<br />

caminhões (conhecidos como Pau de<br />

Arara ou Pombal). Em condições de<br />

desconforto e perigo,<br />

Quando o veículo atola, todos tem<br />

que descer e empurrar até que o veículo<br />

seja desatolado. Não é raro ocorrer<br />

atrasos do início da aula, devido problemas<br />

ocorridos no percurso onde o<br />

professor tem que ficar esperando o<br />

“carro dos alunos” chegar, bem como,<br />

ter que antecipar o final da aula para<br />

que os alunos não cheguem demasiadamente<br />

tarde em casa.<br />

As condições das escolas fazem<br />

das pessoas envolvidas nessa modalidade<br />

de ensino verdadeiros heróis.<br />

Existem escolas com alguma estrutura,<br />

é bem verdade. Mas escolas assim são<br />

exceções pois, a maioria das escolas<br />

ficam muito aquém do básico exigido.<br />

Há localidades que não tem sala<br />

de aula dedicadas aos alunos do “modular”,<br />

onde temos que lecionar em<br />

palhoças, ou debaixo de mangueiras<br />

(árvore da manga), e quando é época<br />

da frutos maduros, caem em nossas<br />

cabeças. Salas de aulas sem paredes,<br />

sem ventiladores, sem energia elétrica,<br />

sem merenda, sem água e pasmem<br />

até sem quadros eu já encontrei nesses<br />

meus 10 anos de professor do SOME.<br />

Outras vezes as salas são superlotadas<br />

com mais de 40 alunos por sala,<br />

o que contribui para a evasão dos alunos,<br />

devido o desconforto, o calor e o<br />

barulho dentro da sala de aula. Mas<br />

somos teimosos apesar do descaso do<br />

governo do estado e de algumas prefeituras<br />

que não assinam o convênio, o<br />

SOME sobrevive e todos os anos alunos<br />

estão formando e estão ingressando<br />

nas universidades mediante essa<br />

modalidade de ensino.<br />

Em uma dessas ocasiões eu estava<br />

lecionando em uma localidade chamada<br />

Alto Brasil, localizada no município<br />

de Senador José Porfírio. Era época do<br />

Inverno Amazônico, chovia bastante, o<br />

que tornava as estradas muito lisas<br />

lamacentas, eu estava em uma moto de<br />

100 cilindradas e com os pneus bastante<br />

usados, a moto dançava para um lado<br />

e para o outro.<br />

Era dia de prova, eu tinha que ir<br />

para a localidade, os alunos vieram de<br />

longe na carroceria de caminhão para<br />

assistir a aula e fazer a prova. A chuva<br />

deu uma trégua e o sol estava brilhando.<br />

Tranquilizei-me porque chegaria<br />

sem sobressaltos à escola.<br />

À minha frente tinha uma curva<br />

aberta de alta velocidade, mas a areia<br />

molhada pesada e escorregadia, não<br />

me permitia correr. Quando terminei<br />

de fazer a curva e cheguei a uma reta,<br />

então avistei ali na frente uma linda e<br />

assustadora onça pintada deitada no<br />

meio da estrada. Acho que ela estava<br />

“tomando sol”. Então pensei: - Valha -<br />

me Deus! E agora? Moto não tem<br />

macha ré, parei, matutei e tomei uma<br />

decisão. Vou buzinar. Buzinei, buzinei<br />

e passado uns instantes que para mim<br />

pareceram uma eternidade a onça se<br />

levantou, olhos para mim, deu uma<br />

rosnada de desagrado, saiu trotando<br />

por uns trinta metros estrada afora e<br />

entrou no mato.<br />

Por um momento me esqueci da<br />

estrada escorregadia, da areia encharcada<br />

e de outras limitações, acelerei o<br />

quanto pude para saí dali. Quando<br />

cheguei à escola contei a história para<br />

os alunos, rimos muito juntos da situação,<br />

apliquei a prova para eles cumprindo<br />

assim minha missão de professor<br />

na Selva Amazônica.<br />

Já encontrei muitos animais selvagens<br />

nas estradas por onde passei,<br />

mas encarar a temida onça pintada foi<br />

a única e espero ser a última vez.<br />

Enquanto isso, vamos enfrentando<br />

uma “fera” de cada vez, não feras pintadas,<br />

mas feras reais, falta de transporte<br />

adequado, falta de salas de aula<br />

adequadas, carência de materiais didáticos,<br />

falta de professores para todas<br />

as disciplinas, convivência com pessoas<br />

diferentes, perigos na estrada, no<br />

rio, e outas dificuldades.<br />

Mas apesar de tudo isso, prosseguimos<br />

manifestando contra, nos<br />

organizando e defendendo a bandeira<br />

de que os povos tradicionais e imigrantes<br />

do interior da Amazônia tem o<br />

direito de ser assistido por um professor<br />

em sala de aula.<br />

Pessoalmente não me vejo sendo<br />

outra coisa, a não ser professor de<br />

História do Ensino Modular, sou exaluno<br />

desse sistema e quero que<br />

outros tantos sigam esse caminho, ou<br />

caminho que desejarem seguir. Porque<br />

para nós encarar uma Onça na<br />

estrada é um dos menores problemas!■


Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 11<br />

8 DICAS PARA A SAÚDE DO SEU GATO<br />

• Gatos devem ser vacinados contra as viroses felinas e contra a raiva.<br />

• Não permita que eles tenham acesso livre à rua. Eles podem contrair<br />

doenças, sumirem ou serem atropelados.<br />

• Ofereça rações premium ou super premium e de preferência ração úmida(<br />

sachês e patês). Ração úmida pode ser dada como única fonte alimentar e elas<br />

aumentam a ingestão de água.<br />

• Para cada gato: 2 caixas sanitárias, que devem ser limpas no mínimo 1 vez ao<br />

dia e devem ter 2/4 de areia, para que eles consigam enterrar seus dejetos.<br />

• Caixas sanitárias devem ficar longe dos potes de comida e água, longe de<br />

lugares com alto fluxo de pessoas e longe de eletrodomésticos ruidosos, como<br />

máquina de lavar.<br />

• Faça enriquecimento ambiental: Com brinquedos, como arranhadores,<br />

brinquedos lineares; Prateleiras altas, pois gostam de altura; lugares que<br />

somente o gato tenha acesso, eles gostam de se esconder as vezes.<br />

• Fezes e urina fora da caixa sanitária são indicativos de erros no manejo<br />

sanitário ou alguma doença propriamente dita.<br />

• Visitas periódicas ao médico veterinário,<br />

vão garantir a saúde deles, já que os felinos<br />

são os animais que escondem muito bem<br />

qualquer sintoma, mesmo quando estão<br />

doentes.<br />

Dra.<br />

Andressa Cazetta<br />

Médica Veterinária<br />

CRMV-PR : 10.543<br />

R. Farmacêutico Luíz Andrade, 723 • (44) 3224 1845 • (44) 99824-1848<br />

(30m do estacionamento do Shopping Mandacaru)<br />

Jornal Comunitário de Maringá | Distribuição Gratuita!<br />

Sugestões de pautas,<br />

(matérias para o jornal),<br />

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Pág. 12 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! Jornal Comunitário de Maringá | Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong><br />

PADRES REDENTORISTAS TOMAM A<br />

FRENTE NA PARÓQUIA DO PERPÉTUO SOCORRO<br />

“Sabíamos que é uma paróquia que tem tudo para ser construído.<br />

Queremos concluir a matriz até o fim do ano. Aceitamos doações.” (Padre Luis Langer)<br />

J.C. Leonel<br />

MARINGÁ • Luís Langer é o<br />

novo Pároco da Paróquia do<br />

Perpétuo Socorro desde 10 janeiro<br />

deste ano. A matriz está localizada<br />

no Jardim dos Pássaros, bairro<br />

entre o Conjunto Ney Braga e<br />

Jardim Olímpico.<br />

Ele e outro padre, Cássio Santos<br />

da Silva Oliveira, foi designado<br />

pela Diocese de Maringá em acordo<br />

com a Congregação do Santíssimo<br />

Redentor - congregação católica<br />

fundada em 1732 por Santo<br />

Afonso de Ligório, e que se dedica<br />

aos mais pobres.<br />

No Brasil, os redentoristas são<br />

responsáveis pelo Santuário de<br />

Nossa Senhora da Aparecida e também<br />

por outros espalhados por vários<br />

Estados.<br />

“Fomos convidados por Dom<br />

Anuar, Arcebispo de Maringá, já<br />

que a paróquia leva o nome do Perpétuo<br />

Socorro. Sabíamos que é<br />

uma paróquia que tem tudo para<br />

ser construído, porque atualmente,<br />

ela tem 5 capelas e dessas, só<br />

uma está pronta; duas delas não<br />

tem nem prédio, só o local, uma<br />

Padre Luís Langer da Paróquia Perpétuo Socorro<br />

não comporta os fiéis. Mas em primeiro<br />

lugar temos a matriz, que<br />

ainda falta completar as obras.<br />

Até agora já completamos 50% da<br />

obra mas ainda tem muito trabalho<br />

para fazer.”<br />

As obras da matriz prosseguem<br />

no andar inferior do templo<br />

que abrigará as salas de catequese,<br />

secretaria e outros departamentos<br />

da igreja. O interior do templo já está<br />

sendo utilizado com as celebrações<br />

de missas.<br />

Além dos acabamentos ainda<br />

tem a questão do calor, diz padre<br />

Langer: “Maringá é muito quente<br />

e dentro da igreja ainda falta o ar<br />

condicionado. O prédio foi projetado<br />

em um modo que não favorece<br />

a ventilação, além disso precisamos<br />

também de aparelhagem<br />

de som, só isso aí, já vai muito dinheiro”.<br />

Padre Langer enfatiza que, a velocidade<br />

da construção depende<br />

quase que única e exclusivamente<br />

de doações dos fiéis e que para arrecadar<br />

fundos, a paróquia criou uma<br />

“ação entre amigos”, que sorteará<br />

Padre Redentorista Cássio Santos da Silva Oliveira<br />

Obras na Paróquia<br />

Perpétuo Socorro<br />

um veículo e uma motocicleta.<br />

O sorteio acontecerá dia 24 de<br />

junho e são os próprios colaboradores<br />

da igreja que se ocupam de<br />

vender as rifas. A intenção do pároco<br />

e concluir a obra da matriz até o<br />

final desse ano.<br />

Aspecto social se<br />

sustenta com parcerias<br />

Sobre as ações sociais da paróquia,<br />

padre Luís conta com apoio<br />

das várias pastorais.<br />

“Temos a pastoral da criança<br />

que visita as famílias, faz pesagem<br />

e auxilia, mas além da pastoral da<br />

criança temos os Vicentinos que visitam<br />

pessoas carentes, levam ajuda,<br />

depois temos ainda a pastoral<br />

da criança e da saúde. Toda estrutura<br />

da igreja está a disposição para<br />

esses trabalhos. Agora o trabalho<br />

especifico de ação social maior,<br />

nós ainda não temos, porque<br />

nossa estrutura não nos consente.<br />

Queríamos criar uma escola de<br />

língua portuguesa para estrangeiros<br />

mas não podemos, não temos<br />

salas de aulas prontas. Queríamos<br />

criar um projeto de inclusão<br />

digital, mas além das salas de aulas,<br />

faltam os computadores. Em<br />

resumo: temos que primeiro concluir<br />

as obras.” ■<br />

A paróquia aceita doações.<br />

Av. Deputado José Alves<br />

dos Santos, nº 1439,<br />

Jardim dos Pássaros.<br />

Cep, 87.075-200 - Maringá/PR.<br />

Telefone: (44) 3265-3410


Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />

GRATO<br />

À VIDA<br />

Nilson Pereira<br />

Toda pessoa tem no coração: o<br />

amor, a sabedoria e o poder de Deus.<br />

Então, a tarefa, o grande desafio prático<br />

da vida para qualquer um de nós, é sintonizar,<br />

conectar-se com o “espírito puro/santo”.<br />

Ser grato à vida.<br />

Treinar e aprender a colocar a personalidade<br />

a serviço do espírito de Deus<br />

EU SOU é a maior conquista. É um trabalho<br />

íntimo, interno no dia a dia. Vencer<br />

a si mesmo é vencer o bom combate.<br />

Dentro de nós estão os valores divinos.<br />

Dentro de nós estão - como bloqueios<br />

- aqueles valores contrários à divindade.<br />

Aprender a escolher.<br />

No livro Mistérios Desvelados -<br />

Encontro com o Mestre - Mestre Saint<br />

Germain diz: “A Eterna Lei da Vida é: 'O<br />

QUE PENSAIS E SENTIS ATRAIREIS<br />

PARA O MUNDO DA FORMA', onde<br />

está vosso pensamento, aí estais, porque<br />

sois vossa própria Consciência e vos tornareis<br />

naquilo sobre que meditais.”<br />

Deus nos ajuda a “focar nos nossos<br />

pontos fortes”... e na alegria de viver...<br />

transformando o “velho e rústico homem”<br />

em alguém novo, renovado, melhor...<br />

E reconquistar o coração de um menino.<br />

Deus e a carpintaria...<br />

Dizem que aconteceu uma assembleia<br />

na carpintaria, quando eu era menino<br />

na minha casa. O martelo estava na<br />

presidência, mas os participantes lhe notificaram<br />

que teria que renunciar. A causa?<br />

Fazia muito barulho; e além do mais, passava<br />

todo o tempo golpeando. Gostava<br />

de aplicar um golpe...<br />

O martelo aceitou sua culpa, porém<br />

pediu que também fosse expulso o parafuso,<br />

dizendo que ele dava muitas voltas<br />

para conseguir algo. Diante do ataque, o<br />

parafuso concordou, mas por sua vez, pediu<br />

a expulsão da lixa. Dizia que ela era<br />

muito áspera no tratamento com os demais,<br />

entrando sempre em atritos.<br />

A lixa acatou, com a condição de<br />

que se expulsasse o metro que sempre media<br />

os outros segundo a sua medida, como<br />

se fora o modelo da perfeição.<br />

Então, nesse momento entrou o carpinteiro.<br />

Juntou o material e iniciou o seu<br />

trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro<br />

e o parafuso. Finalmente, a rústica madeira<br />

se converteu num fino móvel.<br />

Quando a carpintaria ficou novamente<br />

só, a assembleia reativou a discussão.<br />

Foi então que o serrote tomou a palavra<br />

e disse: “Senhores, ficou demonstrado<br />

que temos defeitos, mas o carpinteiro<br />

trabalha com nossas qualidades, com nossos<br />

pontos valiosos. Assim, não pensemos<br />

em nossos pontos fracos, e concentremo-nos<br />

em nossos pontos fortes.”<br />

A assembleia entendeu que o martelo<br />

era forte, o parafuso unia e dava força,<br />

a lixa era especial para limar e afinar asperezas,<br />

e o metro era preciso e exato.<br />

Sentiram-se então como uma equipe<br />

capaz de produzir móveis de qualidade.<br />

Sentiram alegria pela oportunidade<br />

de trabalhar juntos.<br />

Ocorre o mesmo com os seres humanos.■<br />

Ensinamentos da Grande Fraternidade Branca<br />

Contato: (44) 3028 6139<br />

FELIZ<br />

PÁSCOA<br />

Monge Eduardo Ryoho Sasaki<br />

É com profundo respeito e alegria<br />

imensa que expresso, representando a comunidade<br />

budista, as felicitações aos irmãos<br />

cristãos pelo seu Dia de Páscoa. Se<br />

no Natal celebramos o Seu Nascimento,<br />

a Páscoa simboliza o que há de mais caro<br />

e importante na tradição cristã no que tange<br />

a salvação e redenção do ser humano<br />

pela expiação de seus pecados pela ressurreição<br />

de Jesus, o Cristo.<br />

A salvação é um tema universal em<br />

várias religiões ao redor do mundo, tendo<br />

nomes diferentes com outras roupagens,<br />

por ser inerente à própria natureza da existência<br />

humana. Podemos dizer, no popular,<br />

que todo mundo quer ir para o céu. E<br />

você pode retrucar, dizendo que eles fazem<br />

como se não quisessem ir ao paraíso.<br />

E essa contradição é essencialmente humana,<br />

é que provavelmente faz com que os seres<br />

celestiais e divindades sejam permanentemente<br />

testados por nós, os humanos!<br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 13<br />

Quando nos encontramos em dificuldades,<br />

é comum escutar que Deus está nos<br />

testando. E nós, que O testamos a toda hora,<br />

exigindo Dele a misericórdia, compreensão,<br />

amor, sabedoria, acolhimento e<br />

uma lista infindável se Suas virtudes.<br />

Sua Santidade, o Dalai Lama, líder<br />

budista tibetano, com seu humor afiado<br />

descreve essa disfunção de nossa existência,<br />

dizendo que os seres humanos são<br />

surpreendentes. Porque perdem a saúde<br />

para juntar dinheiro, e depois perdem dinheiro<br />

para recuperarem a saúde. E por<br />

pensarem ansiosamente no futuro, esquecem-se<br />

do presente de tal forma que<br />

acabam por não viver nem o presente<br />

nem o futuro. E vivem como se nunca fossem<br />

morrer. E morrem como se nunca tivessem<br />

vivido.<br />

Que a celebração da Páscoa vá além<br />

da alegria dos chocólatras. Que através<br />

desta alegria, as crianças e as crianças<br />

dentro de nós mesmos cresçam otimistas,<br />

corretas, honestas, justas e solidárias.<br />

Que cresçam, que a vida não se resuma<br />

na dúvida da salvação, e sim certas deste<br />

Deus misericordioso, que a fará ir além<br />

do que se imaginou para si, pelo bem de<br />

toda a humanidade. Feliz Páscoa.■<br />

Templo Budista<br />

Jodoshu Nippakuji de Maringá


Pág. 14 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! Jornal Comunitário de Maringá | Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong><br />

• K3 Vidros<br />

Sandro Bortoleto e Antônia Gomes<br />

Bortoleto, titulares da K3 Vidros que<br />

fica na Avenida Dr. Alexandre,<br />

próximo a Av. Mandacaru, 6038,<br />

comemoram junto com a<br />

competente equipe de trabalho<br />

mais um aniversário da empresa.<br />

A K3 completa no mês de abril 14<br />

anos de vida.<br />

Parabéns de O <strong>FATO</strong> <strong>MANDACARU</strong>. ■<br />

• Restaurante Bem Dita’s<br />

Stela Machado, na foto com sua<br />

mãe Lelian Machado e como a<br />

experiente equipe de cozinheiras,<br />

também tem motivos para festejar.<br />

O Restaurante da Stela, o Bem<br />

Dita’s, que fica na Avenida<br />

Mandacaru, 1879 em frente ao<br />

Hospital Universitário de Maringá,<br />

completa seu terceiro ano de<br />

atividade. A comida do Restaurante<br />

Bem Dita’s é de excelente<br />

qualidade e o cliente tem uma<br />

grande diversidade de pratos para<br />

se deliciar. Bom apetite ■<br />

• Silvio Hair<br />

Silvio e sua equipe esperam por<br />

você no aconchegante salão<br />

localizado na Avenida Mandacaru,<br />

810. Ligue e marque um horário<br />

com esses excelentes profissionais.<br />

Você vai se surpreender com o<br />

talento e empenho deles. ■


Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 15<br />

FOTOS<br />

NOTÍCIAS<br />

Orquídeas da<br />

ASSOMAR<br />

Geralda Lima Cândido, presidente da Associação dos<br />

Orquídofilos de Maringá e região, na foto com seu esposo<br />

Josep Rossel Figuera, festejam o sucesso da Exposição <strong>2018</strong><br />

que aconteceu no salão paroquial da Igreja São José de<br />

Maringá. A próxima edição acontece em Novembro de <strong>2018</strong>.■<br />

Fechou<br />

João Francisco e Antônia,<br />

titulares da Mavetex<br />

Confecções nos últimos 26<br />

anos decidiram encerrar as<br />

atividades. Além de<br />

confecções, a empresa que<br />

ficava na Avenida Mandacaru,<br />

também recebia contas de<br />

água e luz em atraso.<br />

Desejamos uma feliz<br />

aposentadoria ao casal que<br />

até pensou em manter a<br />

atividade aberta, mas segundo<br />

eles, a crise econômica não<br />

lhes consentiu de contratar<br />

empregados.■


Pág. 16 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! Jornal Comunitário de Maringá | Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong>

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