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GAZETA DIARIO 552

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16 Internacional<br />

Foz do Iguaçu, quarta-feira, 11 de abril de 2018<br />

PREOCUPAÇÃO<br />

Uso de armas letais autônomas<br />

é discutido hoje em Genebra<br />

O objetivo do encontro é proibir ou restringir o uso de tipos<br />

específicos de armas que causem sofrimento desnecessário<br />

Marieta Cazarré<br />

Agência Brasil<br />

As armas letais autônomas<br />

(laws, na sigla em<br />

inglês) são também conhecidas<br />

como "robôs assassinos"<br />

e, se postas em<br />

prática, teriam a capacidade<br />

de identificar e eliminar<br />

alvos sem a necessidade<br />

de uma ação humana.<br />

O assunto, muito<br />

polêmico, está em discussão<br />

no escritório das Nações<br />

Unidas, em Genebra,<br />

e será debatido por<br />

especialistas durante<br />

toda a semana.<br />

A Convenção sobre<br />

Certas Armas Convencionais<br />

(Convention on<br />

Certain Conventional<br />

Weapons - CWW, na sigla<br />

em inglês) trata sobre<br />

proibições ou restrições<br />

ao uso de certas armas<br />

convencionais que podem<br />

ser consideradas excessivamente<br />

lesivas ou ter<br />

efeitos indiscriminados.<br />

As armas letais autônomas são também<br />

conhecidas como robôs assassinos<br />

O objetivo do encontro<br />

é proibir ou restringir<br />

o uso de tipos específicos<br />

de armas que causem sofrimento<br />

desnecessário<br />

ou injustificável aos<br />

combatentes ou que afetem<br />

civis indiscriminadamente.<br />

Há diversos movimentos<br />

ao redor do mundo<br />

que pedem a proibição<br />

do desenvolvimento de<br />

"robôs assassinos". Uma<br />

das preocupações é que<br />

este tipo de arma possa<br />

ser utilizado de forma arbitrária,<br />

colocando em<br />

risco a vida das pessoas.<br />

Documento produzido<br />

pelo Unidir (Instituto<br />

das Nações Unidas para<br />

Pesquisa de Desarmamento),<br />

que é um instituto<br />

autônomo dentro<br />

das Nações Unidas, afirma<br />

que um dos atuais<br />

desafios em relação a essas<br />

armas é a necessidade<br />

de uma discussão contínua<br />

e robusta entre os<br />

Estados sobre o armamento<br />

de tecnologias<br />

cada vez mais autônomas.<br />

"Por causa do complexo<br />

legal, moral, ético e<br />

outras questões levantadas<br />

pelos sistemas de Inteligência<br />

Artificial, os<br />

formuladores de políticas<br />

deverão ser apoiados por<br />

profissionais de diversas<br />

áreas, como cientistas,<br />

engenheiros, militares,<br />

advogados, acadêmicos,<br />

membros da sociedade<br />

civil e outras vozes. Incluindo<br />

diversas perspectivas<br />

em discussões sobre<br />

armas letais autônomas<br />

que podem ajudar a garantir<br />

que as forças armadas<br />

usem as tecnologias<br />

emergentes de maneiras<br />

responsáveis", diz trecho<br />

do documento.<br />

Por falta de acesso, ONU<br />

não consegue investigar<br />

ataque químico na Síria<br />

Várias agências da Organização das Naçãoes<br />

Unidas (ONU), entre eles a Organização Mundial<br />

da Saúde (OMS) e o Escritório de Coordenação de<br />

Assuntos Humanitários (Ocha), reafirmaram<br />

ontem (10) que, apesar das informações que<br />

recebem sobre o suposto ataque químico na cidade<br />

síria de Duma, não podem verificá-las devido à<br />

falta de acesso.<br />

A porta-voz da ONU em Genebra, Alessandra<br />

Vellucci, lembrou que o secretário-geral, António<br />

Guterres, disse que a organização multilateral<br />

"não está em posição de verificar estas<br />

informações" sobre o ataque químico em Duma, o<br />

que não quer dizer que as ignore.<br />

O porta-voz do Ocha, Jens Laerke, ressaltou que<br />

as agências da ONU não estão em Duma. "Ghouta<br />

Oriental ainda se encontra assediada. Estamos em<br />

locais fora de Ghouta Oriental aos quais temos<br />

acesso", afirmou Laerke, que indicou que existe<br />

um "mecanismo para tentar investigar o que<br />

ocorreu".<br />

Os Estados Unidos propuseram uma resolução ao<br />

Conselho de Segurança da ONU para iniciar um<br />

novo mecanismo internacional que determine<br />

responsabilidades pelo uso de armas químicas na<br />

Síria, enquanto a Organização para a Proibição<br />

de Armas Químicas (Opaq) anunciou que<br />

investiga o ocorrido.<br />

A Sociedade Médica Síria Americana (Sams, na<br />

sigla em inglês) e a Defesa Civil Síria, ambas<br />

organizações apoiadas pelos EUA, apontam que<br />

pelo menos 42 pessoas morreram no sábado (7)<br />

com sintomas de intoxicação por substâncias<br />

tóxicas no reduto opositor sírio de Duma.<br />

Negativa<br />

Segundo o Observatório Sírio de Direitos<br />

Humanos, pelo menos 21 pessoas morreram no<br />

sábado dia por asfixia, depois do "desabamento dos<br />

edifícios".<br />

A porta-voz da OMS Fadéla Chaib também<br />

afirmou que a falta de detalhes prejudica a<br />

investigação das denúncias de um possível ataque<br />

na região de Duma. "Temos algumas informações<br />

de pessoas no local sobre mulheres com problemas<br />

respiratórios, mas não podemos confirmar se é<br />

devido a um ataque químico."<br />

O porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a<br />

Infância (Unicef), Christophe Boulierac disse, sem<br />

relacionar com o suposto ataque químico, que<br />

fontes locais mencionaram problemas na pele e<br />

infecções respiratórias.<br />

Por sua vez, o assessor no Alto Comissariado das<br />

Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) Andrej<br />

Mahecic expressou a preocupação do órgão pela<br />

situação em Duma, onde milhares de civis<br />

permanecem retidos.<br />

O Acnur calcula que mais de 133 mil sírios<br />

fugiram de Ghouta Oriental durante as últimas<br />

quatro semanas.<br />

Cerca de 45 mil sírios estão sendo hospedados<br />

atualmente em oito refúgios coletivos na zona<br />

rural de Damasco.<br />

Até agora, 44 mil mulheres, crianças e idosos<br />

conseguiram deixar os acampamentos coletivos<br />

após passarem pelos controles de segurança das<br />

autoridades sírias. (Da Agência Brasil)

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