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Há entre nós cerca de um<br />
ano e quatro centenas<br />
de quilómetros – é bem<br />
maior que Portugal a terra<br />
onde nascemos – mas<br />
aproximaram-nos o amor<br />
por essa terra – que nos<br />
fez passar pela mesma<br />
prisão e até partilhar o<br />
mesmo advogado – e o<br />
respeito pela memória<br />
daqueles que lutaram<br />
para que ela, e nós,<br />
fôssemos livres.<br />
Na verdade, embora vivamos ambos em Portugal, os temas Angola<br />
e Casa de Estudantes do Império surgem normalmente ligados aos<br />
nossos encontros, sejam o I congresso dos Quadros Angolanos no<br />
Exterior, o Cinquentenário do fecho da Casa dos Estudantes do Império<br />
– cujo programa coordenou – ou um Encontro de Escritores de Língua<br />
Portuguesa, dinamizado pela UCCLAA.<br />
Não sei se por ser um ano mais novo, se por disposição genética, o Vítor<br />
mostra-se, quase sempre, mais optimista do que eu sobre os temas que<br />
nos unem. Mas creio que, no fundo, se trata apenas de silabar mais<br />
forte “não foi isto que nós combinámos” ou “a luta continua”. Porque,<br />
num caso ou noutro, do que nunca se trata é de desistir. Nem da luta,<br />
nem da memória, que faz parte dela.<br />
Septuagenários, sim, mas não amnésicos.<br />
Diana Andringa<br />
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