Quem é Quem Formação 2018
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Qual <strong>é</strong> o maior espinho<br />
no caminho para essa meta?<br />
É muito difícil vencer o estigma que mais<br />
uma vez decorre dessa má perceção social<br />
em relação à importância da educação e da<br />
formação. Criar uma pedagogia, desmanchar<br />
preconceitos horríveis que se instalaram<br />
na nossa sociedade sabe-se lá com que<br />
pressupostos e com que propósitos...<br />
A verdade <strong>é</strong> que os alunos do ensino<br />
profissional têm uma sensibilidade para<br />
o pôr as ‘mãos na massa’ que lhes pode<br />
dar vantagem no mundo do trabalho…<br />
Estes jovens do ensino profissional em<br />
muitos contextos têm um cenário de exigência<br />
e de preparação na sua formação<br />
que <strong>é</strong> incrível. Têm competências muito<br />
grandes. A esse nível, a assimetria no contexto<br />
social e cultural pode esbater-se. Este<br />
<strong>é</strong> quase um segundo eixo específico: a passagem<br />
do profissional para o superior.<br />
Fale-nos das soluções nesse eixo.<br />
Sabemos de antemão que temos que adequar<br />
o ensino superior - os cursos CTESP<br />
de que falávamos anteriormente - a estes<br />
jovens. At<strong>é</strong> para contribuir para outro<br />
eixo, que visa diminuir os níveis de insucesso,<br />
os níveis de abandono que existem<br />
no ensino superior.<br />
Quais são esses níveis?<br />
Sabemos que os níveis de abandono são<br />
mais acentuados em dois contextos: logo<br />
nos primeiros anos, o que, muitas vezes,<br />
tem a ver com questões vocacionais e com<br />
a adaptação ao ensino superior. Há exercícios<br />
at<strong>é</strong> de reconfiguração dos primeiros<br />
anos nas instituições do ensino superior,<br />
que <strong>é</strong> preciso fazer. Por exemplo, apostar<br />
numa oferta mais prática para alguns contextos,<br />
sinalizar os jovens que vem com<br />
m<strong>é</strong>dias mais frágeis para os acompanhar,<br />
compensarem alguns d<strong>é</strong>fices em diversos<br />
tipos de literacias. Há diversas instituições<br />
que estão, neste momento, já, a fazer um<br />
esforço enorme a esse nível.<br />
Qual <strong>é</strong> o segundo contexto<br />
Cristina Bernardo<br />
do abandono no superior?<br />
É na configuração etária dos mais de 23<br />
que registamos, muitas vezes, mais insucesso<br />
e abandono. Alguns destes abandonos<br />
são provocados porque há uma oferta<br />
no mercado de trabalho interessante. Ainda<br />
assim, queremos fazer um esforço de<br />
adaptação que permita que estas pessoas<br />
que vão trabalhar, que têm essa necessidade<br />
económica não desistam de estudar.<br />
Que outras preocupações tem o<br />
Governo em termos da qualificação ?<br />
O público s<strong>é</strong>nior <strong>é</strong> outra preocupação. No<br />
Japão, por exemplo, trabalha-se já num<br />
programa sobre a Sociedade 5.0. A sociedade<br />
está a entrar num cenário de envelhecimento,<br />
que não tem nada a ver com o envelhecimento<br />
de há uns anos. Os seniores<br />
de hoje são pessoas que têm não só muito a<br />
dar à sociedade, mas tamb<strong>é</strong>m exigem muito<br />
dela, o que <strong>é</strong> óptimo! A oferta na área da<br />
formação complementar, que se possa proporcionar<br />
às pessoas com mais de 60 ou de<br />
70 anos <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m um desafio interessante<br />
ao qual as nossas instituições de ensino<br />
têm de dar cada vez mais importância.Há<br />
tamb<strong>é</strong>m uma preocupação muito grande<br />
para tornar o sistema mais inclusivo e para<br />
acolher mais estudantes da diáspora, para<br />
os quais há um contingente específico que<br />
não está a ser muito utilizado. Estamos com<br />
os colegas das Comunidades Portuguesas a<br />
chamar a atenção para esta realidade.<br />
Duas palavras para a<br />
internacionalização do ensino superior.<br />
É muito interessante percebermos que, felizmente,<br />
Portugal está na moda e há uma<br />
grande procura por parte de estudantes<br />
internacionais. Na óptica da internacionalização<br />
destaco o programa Study &<br />
Research Portugal, que estamos a propalar<br />
por esse mundo fora. O Conselho de Ministros<br />
aprovou, recentemente, um novo<br />
contexto legislativo que permite facilitar<br />
quer o Estatuto do Estudante Internacional<br />
quer o Decreto Regulamentar do<br />
Minist<strong>é</strong>rio da Administração Interna, que<br />
vem facilitar imenso a entrada de estudantes<br />
em Portugal.<br />
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