Quem é Quem Formação 2018
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Cristina Bernardo<br />
mercado. São cursos que têm um tempo de<br />
preparação at<strong>é</strong> contido, precisamente para<br />
poderem servir de resposta rápida às necessidades<br />
em termos de empregabilidade.<br />
O ensino superior não anda sozinho.<br />
A senhora tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> secretária<br />
de Estado da Ciência e da Tecnologia...<br />
Sim. Quando falo do ensino superior estou<br />
sempre a pressupor que há um acompanhamento<br />
muito estreito com tudo o que<br />
tem a ver com a ciência e a tecnologia, que<br />
está muito próximo desta resposta formativa,<br />
nos diversos níveis, desde os CTESPs<br />
à formação avançada. Há, aqui, uma harmonia,<br />
que <strong>é</strong> garantida pelas próprias instituições<br />
de ensino superior no plano da<br />
investigação e na capacidade da inovação,<br />
mesmo na ligação deste ecossistema no<br />
plano formativo com as incubadoras, com<br />
o sistema de ciência e tecnologia, com as<br />
unidades de investigação e com as novas<br />
configurações institucionais, como os laboratórios<br />
colaborativos, que aproximam<br />
as empresas, a investigação e tamb<strong>é</strong>m a<br />
formação. Mas, tamb<strong>é</strong>m, temos de olhar<br />
para o nosso sistema empresarial e para a<br />
sua natureza para perceberemos que, mesmo<br />
ao nível da formação dos empresários,<br />
daquilo que <strong>é</strong> o seu investimento na investigação<br />
e na formação, há trabalho a fazer.<br />
Há um enorme trabalho a fazer! Ou nos<br />
convencemos todos que o conhecimento<br />
<strong>é</strong> um instrumento essencial para um país<br />
como o nosso competir no contexto internacional<br />
ou ficamos todos a perder. A certeza<br />
que temos <strong>é</strong> de que não podemos fazer<br />
isso sozinhos a partir do ensino superior.<br />
De concreto, o que estão a fazer para<br />
sensibilizar as pessoas para o desígnio<br />
da formação?<br />
Neste momento temos vários projetos<br />
muito interessantes e muitas cumplicidades<br />
a acontecer, com as autarquias com as<br />
empresas e, sobretudo, entre as escolas dos<br />
sistemas educativo básico e secundário e<br />
do ensino superior.<br />
Onde ficam as famílias?<br />
Sabemos que temos que atuar junto das famílias.<br />
As escolhas são muito precoces e trazem<br />
um legado muito forte que decorre da<br />
formação cultural e social das famílias. Temos<br />
que mostrar sobretudo aos contextos<br />
sociais mais vulneráveis que a educação será<br />
seguramente a ferramenta mais poderosa<br />
para os seus filhos e que esse investimento<br />
terá um retorno a prazo. É certo que estamos<br />
num período de tensão, interessante,<br />
decorrente da nossa própria recuperação<br />
económica, com muitos impactos positivos,<br />
que têm aqui um fator muito atrativo.<br />
Muitos jovens que estão agora a sair do ensino<br />
profissional têm emprego imediato, de<br />
caráter sazonal, mal remunerado e o que<br />
acontece <strong>é</strong> que quando se tem um pouco<br />
mais de exigência quer na óptica do empregador,<br />
quer na ótica do empregado, passado<br />
relativamente pouco tempo, as competências<br />
que traziam já não são suficientes para<br />
acompanhar aquilo que lhes <strong>é</strong> exigido. Essa<br />
<strong>é</strong> uma preocupação que temos que antecipar<br />
e que justificar.<br />
Resumindo…<br />
O problema <strong>é</strong> que apenas cerca 12% dos jovens<br />
que saem dos cursos profissionais vão<br />
para o ensino superior… Em setores como<br />
o Turismo e a Hotelaria, a taxa de prossecução<br />
ainda <strong>é</strong> mais baixa. Insisto: não nos<br />
podemos dar ao luxo de não formarmos<br />
todos os nossos jovens em função das necessidades,<br />
não podemos permitir que seja<br />
pelas más razões que não adquirem essa<br />
formação. Por outro lado, compreendemos<br />
aquilo que tem a ver com esta realidade<br />
básica: não vamos ter recursos humanos<br />
qualificados para pôr o país a funcionar.<br />
Os qualificados não chegam<br />
para todos, <strong>é</strong> isso?<br />
Vemos empresas chegar a Portugal e procurar<br />
recursos humanos qualificados em<br />
áreas tão determinantes como a das TIC...<br />
No país, no mínimo, há uma procura efetiva<br />
de 15 mil postos de trabalho. É aqui que<br />
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