27.07.2018 Views

Quem é Quem Formação 2018

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Cristina Bernardo<br />

mercado. São cursos que têm um tempo de<br />

preparação at<strong>é</strong> contido, precisamente para<br />

poderem servir de resposta rápida às necessidades<br />

em termos de empregabilidade.<br />

O ensino superior não anda sozinho.<br />

A senhora tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> secretária<br />

de Estado da Ciência e da Tecnologia...<br />

Sim. Quando falo do ensino superior estou<br />

sempre a pressupor que há um acompanhamento<br />

muito estreito com tudo o que<br />

tem a ver com a ciência e a tecnologia, que<br />

está muito próximo desta resposta formativa,<br />

nos diversos níveis, desde os CTESPs<br />

à formação avançada. Há, aqui, uma harmonia,<br />

que <strong>é</strong> garantida pelas próprias instituições<br />

de ensino superior no plano da<br />

investigação e na capacidade da inovação,<br />

mesmo na ligação deste ecossistema no<br />

plano formativo com as incubadoras, com<br />

o sistema de ciência e tecnologia, com as<br />

unidades de investigação e com as novas<br />

configurações institucionais, como os laboratórios<br />

colaborativos, que aproximam<br />

as empresas, a investigação e tamb<strong>é</strong>m a<br />

formação. Mas, tamb<strong>é</strong>m, temos de olhar<br />

para o nosso sistema empresarial e para a<br />

sua natureza para perceberemos que, mesmo<br />

ao nível da formação dos empresários,<br />

daquilo que <strong>é</strong> o seu investimento na investigação<br />

e na formação, há trabalho a fazer.<br />

Há um enorme trabalho a fazer! Ou nos<br />

convencemos todos que o conhecimento<br />

<strong>é</strong> um instrumento essencial para um país<br />

como o nosso competir no contexto internacional<br />

ou ficamos todos a perder. A certeza<br />

que temos <strong>é</strong> de que não podemos fazer<br />

isso sozinhos a partir do ensino superior.<br />

De concreto, o que estão a fazer para<br />

sensibilizar as pessoas para o desígnio<br />

da formação?<br />

Neste momento temos vários projetos<br />

muito interessantes e muitas cumplicidades<br />

a acontecer, com as autarquias com as<br />

empresas e, sobretudo, entre as escolas dos<br />

sistemas educativo básico e secundário e<br />

do ensino superior.<br />

Onde ficam as famílias?<br />

Sabemos que temos que atuar junto das famílias.<br />

As escolhas são muito precoces e trazem<br />

um legado muito forte que decorre da<br />

formação cultural e social das famílias. Temos<br />

que mostrar sobretudo aos contextos<br />

sociais mais vulneráveis que a educação será<br />

seguramente a ferramenta mais poderosa<br />

para os seus filhos e que esse investimento<br />

terá um retorno a prazo. É certo que estamos<br />

num período de tensão, interessante,<br />

decorrente da nossa própria recuperação<br />

económica, com muitos impactos positivos,<br />

que têm aqui um fator muito atrativo.<br />

Muitos jovens que estão agora a sair do ensino<br />

profissional têm emprego imediato, de<br />

caráter sazonal, mal remunerado e o que<br />

acontece <strong>é</strong> que quando se tem um pouco<br />

mais de exigência quer na óptica do empregador,<br />

quer na ótica do empregado, passado<br />

relativamente pouco tempo, as competências<br />

que traziam já não são suficientes para<br />

acompanhar aquilo que lhes <strong>é</strong> exigido. Essa<br />

<strong>é</strong> uma preocupação que temos que antecipar<br />

e que justificar.<br />

Resumindo…<br />

O problema <strong>é</strong> que apenas cerca 12% dos jovens<br />

que saem dos cursos profissionais vão<br />

para o ensino superior… Em setores como<br />

o Turismo e a Hotelaria, a taxa de prossecução<br />

ainda <strong>é</strong> mais baixa. Insisto: não nos<br />

podemos dar ao luxo de não formarmos<br />

todos os nossos jovens em função das necessidades,<br />

não podemos permitir que seja<br />

pelas más razões que não adquirem essa<br />

formação. Por outro lado, compreendemos<br />

aquilo que tem a ver com esta realidade<br />

básica: não vamos ter recursos humanos<br />

qualificados para pôr o país a funcionar.<br />

Os qualificados não chegam<br />

para todos, <strong>é</strong> isso?<br />

Vemos empresas chegar a Portugal e procurar<br />

recursos humanos qualificados em<br />

áreas tão determinantes como a das TIC...<br />

No país, no mínimo, há uma procura efetiva<br />

de 15 mil postos de trabalho. É aqui que<br />

9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!