008 - O FATO MARINGÁ - AGOSTO 2018 - NÚMERO 8 (MGÁ 01)
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4 • Jornal Comunitário Metropolitano de Maringá Distribuição Gratuita • Agosto de <strong>2<strong>01</strong>8</strong> • Edição 8 • Ano 1<br />
JUSTIÇA DETERMINA QUE PREFEITURA DE LONDRINA PAGUE<br />
PENSÃO ALIMENTÍCIA À FAMÍLIA DO JOVEM QUE MORREU<br />
APÓS SER BALEADO EM UMA AÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL<br />
Guarda Municipal de Londrina recebeu autorização para usar armas de fogo letais no<br />
final de 2<strong>01</strong>5 e em menos de 3 anos, já se vê envolvida na morte de um cidadão<br />
Da Redação<br />
LONDRINA - O juiz Marcos José<br />
Viera da 1ª Vara da Fazenda Pública<br />
de Londrina, determinou no<br />
dia 18 de julho, que a Prefeitura de<br />
Londrina pague pensão alimentícia<br />
aos pais do jovem Matheus<br />
Evangelista, que morreu após ser<br />
baleado por um guarda municipal.<br />
O crime aconteceu no dia 11<br />
de março durante uma ação em<br />
que a Guarda Municipal foi chamada<br />
para apurar uma denúncia<br />
de perturbação de sossego no<br />
Conjunto Porto Seguro, zona norte<br />
de Londrina.<br />
O pedido de pensão partiu do<br />
advogado da família de Matheus,<br />
Mário Francisco Barbosa.<br />
Na decisão, o juiz reconheceu<br />
o direito a uma soma mensal equivalente<br />
a dois terços do salário mínimo,<br />
pois considerou que a morte<br />
do jovem de 18 anos, derivou de<br />
“disparo de arma de fogo portada<br />
por agente de segurança no uso de<br />
suas atribuições”, e disto advém o<br />
dever do Município de Londrina de<br />
indenizar seus familiares”.<br />
O juiz considerou que a renda<br />
produzida pelo trabalho de<br />
Matheus em uma marcenaria,<br />
ainda que sem registro trabalhista,<br />
era essencial para a subsistência<br />
da família.<br />
“A pensão por morte tem incontestável<br />
natureza alimentar,<br />
de modo que o aguardo da instrução<br />
e do trânsito em julgado da<br />
sentença trará aos requerentes<br />
grave dano capaz de comprometer<br />
a sua subsistência”, diz o juiz.<br />
Dois dos três guardas municipais<br />
que participaram da ação que<br />
terminou com a morte de Matheus,<br />
estão presos em Londrina foram<br />
indiciados por homicídio e fraude<br />
processual.<br />
Foto: reprodução do Facebook<br />
Matheus Evangelista,<br />
NOTA DA PREFEITURA DE<br />
LONDRINA:<br />
A prefeitura pode recorrer<br />
da decisão mas a assessoria<br />
de imprensa da Prefeitura de<br />
Londrina, informa que a municipalidade<br />
ainda não foi notificada<br />
mas que pretende “cumprir as decisões<br />
judiciais”.<br />
O QUE DISSE O PREFEITO<br />
DE LONDRINA APÓS O<br />
CRIME:<br />
Dez dias após o crime, o<br />
prefeito de Londrina Marcelo<br />
Belinati afirmou que “defende<br />
um amplo debate com a sociedade<br />
sobre o papel da Guarda<br />
Municipal”.<br />
Informações extraoficiais<br />
dão conta que se fala até no<br />
fim do policiamento armado<br />
realizado ostensivamente.■